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Complexo Teníase-Cisticercose Taenia saginata: o homem infectado pode eliminar milhões de ovos ao dia pelas fezes ou como segmentos intactos, com cada um contendo 25.000 ovos, que podem sobreviver na pastagem durante meses, e após a ingestão por bovino a oncosfera segue através do sangue para a musculatura estriada, podendo ser visível por cerca de 2 semanas, em forma de ponto pálido semitransparente de aproximadamente 1 mm de diâmetro, não sendo infectante para o homem até 12 semanas, após atingir seu tamanho Maximo de 1cm, Já é envolto por uma cápsula fibrosa fina, e sua longevidade varia de semana a anos, quando morre é substituída por uma massa caseosa friável que pode tornar-se calcificada. Ingestão dos ovos liberação da oncosfera no duodeno/jejuno • Invasão da corrente sanguínea, formação do cisticerco → •Demanda de espaço do cisticerco em crescimento leva à compressão de tecidos • Processos inflamatórios levam finalmente a morte do parasita, depois calcificação • A desintegração da larva causa frequentemente granulomas • Pode ocorrer a calcificação No entanto a T. solium na sua forma adulta pode causar fenômenos tóxicos, alérgicos, devidos às substâncias que excretam; provocar pequenas hemorragias em razão da fixação do escólex na mucosa intestinal; destruir o epitélio e produzir inflamação com hipo e hiper secreção do muco; competir por nutrientes com o hospedeiro em virtude do seu acelerado crescimento. Assim, as manifestações que podem surgir são representadas por dor epigástrica, náuseas, vômitos, constipação intestinal, apetite excessivo, alargamento do abdômen, desnutrição, perda de peso, cefaléia, excitação e eosinofilia A América Latina sofre intensamente seus malefícios e tem sido apontada por vários autores como área de prevalência elevada de neurocisticercose, que está relatada em 18 países latino-americanos, com uma estimativa de 350 mil pacientes O abate clandestino de suínos, sem inspeção e controle sanitário, é muito elevado na maioria dos países da América Latina e Caribe, sendo a causa fundamental a falta de notificação. No Brasil, a neurocisticercose é encontrada com elevada frequência nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. A prevalência populacional, contudo, não é conhecida pela ausência de notificação da doença ETIOLOGIA Para o homem ter cisticercose ele tem contato com a larva → hospedeiro acidental Teníase humana → fase adulta da Tênia -Homem → Hospedeiro definitivo Taenia saginata → Bovino→ Hospedeiro intermediário Taenia solium → Suíno → Hospedeiro intermediário Cisticercose → fase larval da Tênia T. saginata→ Cysticercus bovis→ Bovino (formal larval). T. solium→ Cysticercus → cellulosae Suíno Esses dois cestódeos causam doença intestinal (teníase) e os ovos da T. solium desenvolvem infecções somáticas (cisticercose). T. solium ● 2 a 4 metros → 800 a 1.000 proglotes ● Até 8 proglotes grávidas eliminadas nas fezes por dia ● Até 50 mil ovos por proglote - Solo 4 a 6 meses -Água até 3 meses: T°C/Umidade até 1 ano ● coroa de acúleos T. saginata ● 4 a 12 metros → 1.000 a 2.000 proglotes ● Até 12 proglotes grávidas eliminadas nas fezes por dia ● Até 80 mil ovos por proglote ● pode ficar viável no solo por até 1 ano ● apenas ventosas OVOS → embrióforo- cápsula que envolve o ovo → embrião, oncosfera:Riscos escuros,dão origem a coroa de acúleos que não se apresenta na taenia saginata. Ovo-larva-adulto Ovo eliminado nas fezes pelo homem ● Teniase só tem o homem. Larva- Hospedeiro definitivo ou acidental (cisticercose) → tem que ingerir fezes humanas A larva uma vez no intestino do humano vai desenvaginar e se fixar usando a coroa de acúleos e desenvolver → Sinalização química,choque ácido básico. EPIDEMIOLOGIA- OMS Mundo → 50 milhões de indivíduos infectados pelo complexo teníase/cisticercose → 50 mil/óbitos/ano América Latina → 350 mil casos de neurocisticercose → Países com maior taxa de morbidade : Brasil, Chile, Peru, El Salvador, Guatemala e México. Brasil ● Neurocisticercose → Não é de notificação obrigatória → Prevalência 3% da população → Maior prevalência: SP, MG, PR e GO (grandes produtores de hospedeiros intermediários). ● Dependendo da região pode chegar a 5%. ● HC da FMRP/USP 7,5% das internações na enfermaria de Neurologia FATORES RESPONSÁVEIS PELA MANUTENÇÃO DO CICLO ● Longevidade da Taenia solium ● Grande potencial biótico ● Grande capacidade de dispersão dos ovos Tempo de vitalidade dos ovos ● Coprofagia suína ● Contaminação de alimentos Esses dois cestódeos causam doença intestinal (teníase) e os ovos da T. solium desenvolvem infecções somáticas (cisticercose). Quando o homem ingere, acidentalmente, os ovos de T. solium, adquire a cisticercose. A cisticercose humana por ingestão de ovos de T. saginata não ocorre ou é extremamente rara Período de Incubação Da cisticercose humana, varia de 15 dias a anos após a infecção. Para a teníase, em torno de três meses após a ingestão da larva, o parasita adulto já é encontrado no intestino delgado humano 2 Período de Transmissibilidade Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio ambiente, que é contaminado pelas fezes de humanos portadores de teníase As manifestações clínicas da neurocisticercose estão na dependência de vários fatores: tipo morfológico (Cysticercus cellulosae ou Cysticercus racemosus), número, localização e fase de desenvolvimento do parasita, além das reações imunológicas locais e a distância do hospedeiro. Da teníase: obstrução do apêndice, colédoco e ducto pancreático. Da cisticercose: deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outros. Sinais Clínicos nos Animais Poucos sinais clínicos são observados nos animais in vivo, as lesões são visíveis apenas nas avaliações post mortem. A fase adulta fica no ser humano ( T. saginata não tem coroa de acúleos) O homem elimina os proglotes grávidas nas fezes (até 80 mil por proglote), contamina solos e agua com ovos, os bovinos ingerem. A oncosfera vai pelo sangue até os grandes músculos . Cisticercose: o humano tem que ingerir ovos. A oncosfera faz o ciclo dela,e chegando nos músculos e sistema nervoso, o estágio para (porque para ela evoluir precisa ser ingerida) → o ciclo para aqui. Aparentemente, o homem só entra como hospedeiro acidental, não há registro de casos de cisticercose pela T. saginata. → ciclo zoonose Teníase HD → ingestão de carne crua (bovina/suína) ou mal passada com cisticerco viável→ Intestino delgado Ação da bile e sucos digestivos→ Desinvaginação do escólex e fixação na mucosa intestinal ● 3 a 4 meses → Tênia adulta Longevidade → até 25 anos Cisticercose animal ingere ovo com a oncosfera (T. solium embrião hexacanto) e contamina água e alimentos → Liberado no estômago (ácido) e ID (alcalino) → Corrente circulatória dentre 24 a 78 horas ● Masseter, Língua, Coração Diafragma ,Olho, Cérebro→ Músculos estriados esqueléticos de maior circulação Desenvolvimento do cisticerco 10 dias : Visualização do cisticerco a olho nú (1 a 2mm) 10 a 15 semanas :desenvolvimento completo (7 a 8mm) 8 a 15 x 5 a 10mm : vesícula cheia de líquido c/ escólex Viabilidade do cisticerco Vários anos no suíno Mais de 1 ano na carcaça Cisticercose humana Homem : Hospedeiro intermediário ingestão de ovo com embrião hexacanto . Sendo carnívoro ou não. A teníase só os humanos carnívoros que vão ter. → Heteroinfecção : Água e alimentos contaminados ovos de T. solium ; Fezes de outros humanos parasitados; Categoria que mais acontece. A pessoa não precisa ter teníase → Auto-infecção exógena : Ingestão de ovos de T. solium das próprias fezes ; Maus hábitos de higiene pessoal . A pessoa tem a teníase e elimina ovos. → Auto-infecção endógena Retroperistaltismo ou vômitos → ovos voltam ao estômago → intestino. Não tem a ingestão do ovo (ânsia de vômito por exemplo).O bolo fecal volta pelo trato intestinal, retorna para o estômago,e a proglote fica grávida,e tem o choque ácido e ao retornar para o intestino tem o choque básico,e libera a oncosfera.Oftalmo Cisticercose Cisticerco ocular ou periocular: Distúrbios visuais perda da visão No humor aquoso um escólex desenvaginado, provavelmente por conta do pH do olho Neurocisticercose Meninges, córtex cerebral , Ventrículos→ hidrocefalia → Sintomas Vários anos após a infecção morte das larvas ( reação inflamatória tóxica-até calcificar) Ataques epileptiformes (70 a 90%) em intervalos irregulares → Estudos indicam que as áreas endêmicas são no sudeste, sul e nordeste. Áreas com silêncio epidemiológico (não são de NO- falta dados epidemiológicos). SINTOMATOLOGIA TENÍASE Irritabilidade Insônia Anorexia Perda de peso Dor abdominal Debilidade Distúrbios digestivos CISTICERCOSE Sintomas neurológicos: Hipertensão craniana Convulsões Cefaléia Alterações motoras e/ou sensitivas. Sintomas neuropsíquicos Epilepsia Demência Alterações visuais graves ou cegueira Óbito DIAGNÓSTICO proglotes são eliminados espontaneamente e, nem sempre, são detectados nos exames parasitológicos de fezes. Para se fazer o diagnóstico da espécie, em geral, coleta-se material da região anal e, através do microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas Vários testes imunológicos têm sido propostos para detectar bovinos portadores de cisticercose, sendo que destes testes “Enzyme Linked Immunosorbert Assay” (ELISA) foi considerado uma das técnicas mais adequadas para diagnóstico laboratorial de rotina, por sua alta sensibilidade e especificidade, além de permitir o processamento de várias amostras simultaneamente Segundo Côrtes (2000), o diagnóstico anatomopatológico constitui-se, sem sombra de dúvida, no instrumento de maior importância em Medicina Veterinária, pois a identificação da cisticercose, por ocasião do abate dos animais, é indispensável ao sucesso dos programas de prevenção à teníase humana Teníase (humanos) → Coprológico (tamização-peneira que passa as fezes e retém as proglótides) : Proglotes grávidas , Escólex Cisticercose → Exame da língua (suíno-usa um abre boca e palpa a língua-lingua fina) → Post-mortem - cortes que aumentam a superfície para a avaliação -->O tamanho da larva pode estimar o tempo de infecção. → Raio-X - funciona bem com larva calcificada → Ressonância Magnética → Tomografia computadorizada → Sorologia (humanos) ELISA T. solium x T. saginata → Identificação baseada na proglotes grávidas ● T. solium 8 a 14 ramificações laterais do útero ● T. saginata 14 a 28 ramificações laterais do útero → Identificação baseada no escólex ● T. solium rostelo com coroa de ganchos (tênia armada) ● T. saginata rostelo sem coroa de ganchos TRATAMENTO → Matar a larva pode desencadear SC , devido toxicidade que desencadeia o processo inflamatório. Dilema. Neurocisticercose → Nem sempre o tratamento é seguro e eficaz → Apenas os pacientes sintomáticos Analgésicos Esteróides ● Drogas antiepilépticas Antihelmínticos Albendazol, Praziquantel → mais usado quando também se tem teníase ● Cirúrgico? Teníase Tenicidas→ não são ovicidas, contaminação ambiental por ovos viáveis. Checar se os escólex foi eliminado com tamização. Albendazol Mebendazol Praziquantel Diclorofeno Niclosamida → Aguardar 2 a 3 meses para confirmar sucesso do tratamento → Sem eliminação de proglotes → Se ficar escólex o parasito volta a crescer, ou se reinfecta. PREVENÇÃO E CONTROLE Apesar de não ser uma doença de notificação compulsória, em nível nacional, a notificação dos casos de teníase-cisticercose humana é ferramenta indispensável para o estabelecimento de uma ação eficiente da vigilância epidemiológica e sanitária Somente os estados do Paraná e do Ceará e o município de Ribeirão Preto/SP têm estabelecida a notificação compulsória, por projeto de lei. O médico-veterinário apresenta relevante importância no controle e na prevenção do complexo teníase-cisticercose, não somente quando atua na instituição da sanidade animal e na inspeção de carnes, mas também, e principalmente, quando utiliza o seu conhecimento na educação sanitária das pessoa Isolamento: Para os indivíduos com cisticercose ou portadores de teníase, não há necessidade de isolamento. Entretanto, para os portadores de teníase recomendam-se medidas para evitar a sua propagação: tratamento específico, higiene pessoal adequada e eliminação de material fecal em local adequado Desinfecção Concorrente: É desnecessária, porém é importante o controle ambiental através da deposição correta dos dejetos (saneamento básico) e rigoroso hábito de higiene (lavagem das mãos após evacuações, principalmente). Teníase → Quebrar cadeia epidemiológica → Inspeção sanitária de carnes ● rotina: língua, esôfago, masseter e miocárdio ● Confirmação→ braço,peitoral, pescoço e diafragma ● RIISPOA (novo) → infecção intensa ● Bovinos → 8 ou + cistos, viáveis ou calcificados ● Suínos 2 ou + cistos, viáveis ou calcificados . Se ingerir um parasito calcificado não acontece nada. → Rotina: músculos da mastigação, língua, coração, diafragma e seus pilares, esôfago e fígado Confirmação Bovinos : músculos do pescoço, do peito e da paleta ou músculos do coxão, da alcatra e do lombo. Suínos: paleta, lombo e pernil Destino de carnes apreendidas pela Inspeção ● Condenação total graxaria ● Aproveitamento condicional → Calor cozimento a 76,6ºC por 30 minutos → Frio congelamento a -10°C por 10 dias → Salga salmoura saturada por 21 dias Educação em Saúde -Teníase Consumir carne abatida sob inspeção sanitária (diminui o risco). O tamanho da larva pode passar despercebido na inspeção visual. Evitar ingestão de carne crua ou mal-passada Saneamento básico → destino as fezes humanas Meio rural b→ fossa sanitária Evita contato de suínos e bovinos com fezes humanas → Criar em locais fechado e controlados Identificar portadores de teníase→ proglotes nas fezes Destruição das proglotes → Formol a 10% , Hidróxido de sódio a 2%. Tratamento de suínos com cisticercose ● Oxfendazole 30 mg/kg em dose única ● Mata todos os cisticercos nos músculos, mas não no cérebro Vacinação de suínos ● TSOL18 : antígeno derivado da oncosfera ● Ainda em fase experimental ● impede que se o suíno ingerir ovo, que a oncosfera caia no sangue. Evitar criar suínos soltos Evitar coprofagia Uso de fossa sanitária PREVENÇÃO E CONTROLE- Cisticercose Identificação de portadores de teníase: propriedades com cisticercose Diagnóstico no pessoal da propriedade Tratamento com tenicida: acompanhamento Educação em Saúde : Uso de banheiros com fossa sanitária Higiene pessoal e na manipulação de alimentos Não utilizar água de esgoto para irrigação Não utilizar fezes humanas como adubo PROBLEMAS Desinformação da população Desqualificação profissional Ausência de notificação compulsória Difícil acesso ao diagnóstico por imagem Baixa eficácia dos métodos coproparasitológicos Saneamento básico precário ou ausente Criação extensiva e abate clandestino de suínos Falhas na inspeção de carnes Precária ou ausência Vigilância Sanitária sobre alimentos CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO DE ÁREA HIPER-ENDÊMICA OPAS-OMS Alta prevalência de cisticercose suína (5%) na área em estudo; Prevalência da Teníase na população superior a 1%; Três casos confirmados de neurocisticercose humana na área, nos últimos 5 anos; Ocorrência de cisticercose humana em 0,1% da população.
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