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REFLEXÃO NOSSAS INQUIETUDES

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
Pâmela de Souza Denanni 
 
 
 
 
 
 
 
REFLEXÃO: NOSSAS INQUIETUDES 
ESTÁGIO ESPECÍFICO EM INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS I 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, 
2021 
 
 
 
 
 
 
REFLEXÃO: NOSSAS INQUIETUDES (2003) 
 
1. INTRODUÇÃO 
O documentário “Nossas inquietudes” possui 55 minutos, foi lançado em 2003 
na França. A ideia principal é responder à pergunta: “Como é o processo de análise, 
do ponto de vista do analisando? ”. Para isto, não há a fala do entrevistador, somente 
os relatos das experiências pessoais de três homens e três mulheres. 
Em relação ao primeiro contato com a análise psicanalítica, os analisandos 
dizem: “O primeiro psicanalista que fui, foi horrível (...)”, “Posso ter um lugar para ser 
vítima (...)”, “Começo a falar o que me vem à cabeça (...)” e “Eles não impõem um 
valor a quem não tem (...)”. 
As motivações para a análise são diversas: “Problema de respiração, ou 
sensação de sufocamento e saturação (...)”, “Como faço com o fato de me atrair mais 
por homens que mulheres? (...)”. Sintomas físicos também são relatados, como 
sensação de peso no corpo. 
Os entrevistados também exemplificaram conteúdos levados a análise: “Sobre 
a morte dos meus irmãos (...)”, “Guerra com meu próprio corpo (...)”, “Desconforto em 
deitar no divã, meus sapatos são sujos, andamos por todo lugar (...). ”. Sonhos 
também são relatados. 
O que compreenderam a partir do processo de análise: “Eu sou meu próprio 
carrasco (...)”, “A análise é um troço inconcebível (...)”, “Precisamos falar, não adianta 
pensar, girar em círculo, tudo deve passar pela peneira da fala (...)”, “Esperava obter 
respostas dele, mas não obtinha (...)”, “Tudo o que falamos tem uma importância 
terrível para o inconsciente (...)”, “Conseguimos captar o que nos faz sofrer (...)” e 
“Liberdade de pensamento (...)”. 
Minha expectativa pessoal sobre este documentário era de uma experiência 
mais leve. Entretanto, eu pude sentir o sofrimento que cada analisando trouxe em seu 
relato. 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
O documentário “Nossas inquietudes” iluminou uma face escura (sentido de 
não iluminada) da psicanálise a qual ainda não havia me atentado. A análise 
psicanalítica é indigesta. A ideia principal é: falar abertamente sobre o que você 
desejar. O analista não deve atender expectativas do analisando e basicamente 
aquele é um local em que se fala sobre traumas: e geralmente isto traz muito 
incômodo. 
Evelyne, de Nossas inquietudes (2003), diz “Consegui ir para lá, e então me 
deparei com um psicanalista horrível, que encarnava tudo aquilo que detesto (...)”. 
Freud (1914, p. 150) ressalta em sua obra: 
 “Logo notamos que a transferência mesma é somente uma parcela de 
repetição, e que a repetição é transferência do passado esquecido, [transferência] não 
só para o médico, mas para todos os âmbitos da situação presente. ” 
Minha análise para a fala de Evelyne é que ocorreu uma transferência negativa 
com o primeiro psicanalista que ela conheceu. Assim, ela buscou outro profissional, 
que a remetesse conteúdos mais fáceis de acesso. 
Uma das analisandas, Emilie, fala como são as sessões: “Começo a falar o que 
me vem à cabeça (...)”. Trata-se da associação livre, considerada a regra fundamental 
da psicanálise. Freud (1913, p. 136) a descreve: 
 “Portanto, diga tudo o que lhe vier à mente. Comporte-se, por exemplo, como 
um viajante que está sentado à janela do trem e descreve para seu vizinho, alojado 
no interior, como se transforma a vista ante seus olhos. ”. 
Um dos pontos que considero interessante sobre esta técnica, é que o autor 
fala que pensamentos críticos surgem e que não se deve ceder a eles, deve seguir a 
sinceridade absoluta, pois a censura diz muito sobre os traumas. (FREUD, 1913). 
Leándre, quando convidado a deitar-se no divã, relata o incomodo, “Mas onde 
é que vou colocar meus pés? Os sapatos, a gente anda por todo lugar, eles podem 
estar sujos... e essas coisas”. 
Freud (1913, p. 134) “Esse arranjo tem um sentido histórico (...) não quero que 
as expressões do meu rosto forneçam material para interpretações do paciente ou 
influenciem o que ele tem a me comunicar”. 
Este incomodo relatado pelo Leándre também serve de conteúdo para o 
analista, como este paciente está interpretando a análise. 
3. CONCLUSÃO 
 
A pergunta principal do documentário: Como é o processo de análise, do ponto 
de vista do analisando? , foi respondida por cada participante. A conclusão é de que 
modo geral, o processo analítico é árduo, em menor ou maior grau individualmente. 
Pois bem, penso que a análise psicanalítica é singular e não há como replicar 
entendimentos sobre um paciente em outro. É único. E depende exclusivamente da 
entrega consciente, mas principalmente inconsciente do indivíduo. E que o resultado 
pode ser a liberdade de se conscientizar das próprias escolhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
DU PASQUIER , Judith. Nossas Inquietudes – Documentário. 2003. (55m06s). 
Disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=A6sD8ygi9ro&t=1s Acesso em: 
28/02/2021 
FREUD, S. Obras completas, volume 10: Observações psicanalíticas sobre um 
caso de paranoia relatado em autobiografia (“O caso Schreber”), artigos sobre técnica 
e outros textos (1911-1913). São Paulo: Companhia das Letras. 2010 (Trabalho 
original publicado em 1913).