Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CHOQUE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Prof Rosa É um estado agudo no qual a perfusão tecidual é inadequada para manter a oferta de oxigênio e nutrientes necessários para o funcionamento normal da célula levando a falha na oxigenação de órgãos vitais como cérebro e pulmões A baixa perfusão pode acontecer por três razões: Uma diminuição do volume circulante Uma falha do coração em bombear efetivamente Um aumento enorme na vasodilatação periférica Definição Choque No choque a perfusão tecidual não é uniforme → alguns órgãos são comprometidos e outros preservados. Esta diminuição da perfusão tecidual tem preferência por órgãos abdominais – FÍGADO E INTESTINO FÍGADO → papel importante no metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras → um órgão desintoxicante, depurando material tóxico liberado pelo intestino A alteração na integridade gastrointestinal é um fator preponderante na translocação bacteriana que desencadeia falência de múltiplos órgãos Fisiopatologia Choque INICIAL → quando falta oxigênio nas células, a mitocôndria não pode mais produzir ATP que é essencial para produção de energia nas células Sem oxigênio → metabolismo anaeróbico → ácido lático e pirúvico → causa acidose metabólica Ácido lático produzido no metabolismo anaeróbico é danoso para as células e necessita ser removido pelo sangue e metabolizado no fígado → processo que requer oxigênio Estágios do Choque COMPENSATÓRIO → adaptações fisiológicas ocorrem para superar o choque Hiperventilação para a acidose metabólica Hipotensão é detectada nos baroreceptores aórtico e carotídeos → estimulados liberam adrenalina e noradrenalina → vasoconstricção Estágios do Choque ↑PA e FC vasoconstricção na pele, rins, trato gastrointestinal → levando o sangue as órgãos vitais - cérebro e coração Os rins sofrem com ↓ sangue → oligúria PROGRESSIVO → começa a falhar os mecanismos compensatórios ↓ perfusão → acidose metabólica e respiratória → pH ↓ e a produção de ácido lático ↑ Desequilíbrio hidroeletrolítico Manifestações Clínicas → hipotensão, palidez, taquicardia e rítmo irregular, edema periférico, extremidades frias e úmida, ↓ do nível de consciência REFRATÁRIO → danos irreversíveis em múltiplos órgãos, o choque torna-se não responsivo ao tratamento. Estágios do Choque Ácido lático (LACTATO) Produto do metabolismo dos carbohidratos e é produzido durante metabolismo anaeróbico que ocorre em tecidos hipóxicos A hipóxia tecidual por inadequada perfusão aumenta os níveis de lactato por aumentar a glicólise anaeróbia, para manter a produção energética celular mais próxima do normal Valores de referência: No sangue venoso: 0,5-2,2 mmol/l No sangue arterial: 0,5-1,6 mmol/l Fonte : Fischbach,F. Manual de enfermagem . Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2005. Classificação do Choque - Causas HIPOVOLÊMICO Hemorragia Desidratação CARDIOGÊNICO Falência de VD, IAM Miocardiopatia Distúrbios de condução Disfunção miocárdica sepse OBSTRUTIVO Embolia pulmonar Tamponamento cardíaco Pneumotórax hipertensivo DISTRIBUTIVO Séptico Anafilatico - liberação de histamina e bradicinina → vasodilatação maciça Causas: trauma - perda de sangue interno ou externo, desidratação severa, queimaduras, diurese excessiva O volume pode reduzir 10-15% (750 ml) antes do início dos sintomas → reconhecimento → estágio compensatório Se a perda continua → taquicardia com pulso filiforme → resultado da liberação catecolaminas para aumentar o débito cardíaco Liberação catecolaminas → vasoconstricção → suprimento órgãos vitais → pele úmida e fria → oligúria Choque Hipovolêmico Hipotensão → sinal tardio e aparece somente depois que o paciente perdeu 30% ou mais de seu volume Respiração → ↑ frequência e profundidade em resposta a hipóxia celular Consciência → confuso ou não responsivo: diminuição perfusão cerebral e oxigenação Choque Hipovolêmico A produção de urina é uma medida direta do fluxo de sangue e a perfusão dos rins TRATAMENTO CHOQUE HIPOVOLÊMICO Administrar O2: máscara, intubação endotraqueal Repor volume: Cristalóides (SF ou Ringer)→ perda de volume menor que 1,5l Sangue → perda maior ou se a causa é perda de sangue Colóide → menos utilizado por se tratar de solução hipertônica Atentar → infundir volume com falência cardíaca → risco EAP Verificar níveis de Hb, Ht e eletrólitos Induzir vasoconstricção com droga vasoativa para elevar PA: noradrenalina, dobutamina → iniciadas após corrigir a volemia Finalidade restaurar o volume e pressão arterial Resulta de ↓ no DC → hipóxia tecidual Uma séria complicação do IAM Outras causas: cardiomiopatia, miocardite Sinais e sintomas: ↓DC menor que 2,2L/min por falência ventricular esquerda → taquicardia, congestão pulmonar - EAP, dor no peito por ↓ perfusão coronariana e oligúria Choque Cardiogênico Estabelecer gravidade do Choque Cardiogênico Classificação Clínica de Killip KILLIP I Pacientes sem evidências clínicas de insuficiência cardíaca no exame físicoe RX de tórax KILLIP II Pacientes com evidências clínicas de insuficiência cardíaca (B3e estertores crepitantes em bases), congestão pulmonar no RX de tórax KILLIP III Pacientes com quadro de EAP KILLIP IV Pacientes em choque cardiogênico, com ou sem edema agudo de pulmão TRATAMENTO CHOQUE CARDIOGÊNICO O2 → diminuir Isquemia Cardíaca Morfina → Diminuir a ansiedade Avaliar ausculta pulmonar e padrão respiratório → detectar EAP Monitorizar o paciente → detectar arritmias Colher gasometria arterial → avaliar a oxigenação Agentes inotrópicos → dobutamina, nitroprussiato de sódio, nitroglicerina, milrinona, noradrenalina Finalidade restaurar o Débito Cardíaco Choque Séptico INCIDÊNCIA Estima-se 200mil casos no Brasil com 50% de mortalidade Microorganismos mais comuns: Bactérias Gram- → Escherichia coli, klebsiella, pseudomonas Bactérias Gram+ → Staphylococus, Streptococus e Pneumococos A bactéria invade o fagócito causando dano e até morte da célula → a invasão da célula libera histamina e enzimas proteolíticas → vasodilatação e ↑permeabilidade capilar → alteração na distribuição do fluxo sanguíneo e erro entre oferta e demanda de O2 na micro circulação Infecção → invasão de um tecido por microorganismo, determinando lesão localizada por ação direta e pela reação inflamatória → SIRS - Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica Sepse → é SIRS com infecção SEPSE = SIRS + INFECÇÃO SEPSE GRAVE OU CHOQUE SÉPTICO - sepse associada a hipotensão e hipoperfusão não responsivo a volume com necessidade de agentes vasopressores Choque Séptico - CONCEITOS Vasodilatação inicial induzida pela bactéria causa → rubor e calor → mais sangue na periferia → hipotensão com redução da filtração glomerular → IRA e oligúria SINTOMAS febre, taquicardia, taquipnéia, hipotensão arterial, diminuição da diurese. leucocitose, alteração da glicemia, confusão mental Choque Séptico – Manifestações Clínicas PROTOCOLO DE SEPSE Admissão no PS com encaminhamento imediato para AVALIAÇÃO DE RISCO → 3min CRITÉRIOS PARA SUSPEITA DE INFECÇÃO T> 38 ou < 36, FC > 90, FR > 20, calafrios com tremores → sem sinais de gravidade → consulta médica SINAIS DE GRAVIDADE → PAS<90, alteração de nível de consciência, ↓perfusão periférica - >3seg, cianose → SEPSE GRAVE → Sala de EMERGENCIA Avaliação rápida do Enfermeiro para início do tratamento > ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA HEMOGRAMA Leucocitose >12.000 ou leucopenia<4.000 Plaquetopenia <100.000 GLICEMIA → >120mg/dl em não diabéticos Na / K LACTATO → >18 (nl - 0,7 a 2,1 mmol/l) → acidose CREATININA >1,5/ URÉIA GASOMETRIA ARTERIAL CULTURAS e RX TÓRAX → foco infeccioso PROTOCOLO DE SEPSE EXAMES LABORATORIAIS ↑ o volume circulante → SF ou Ringer → PVC entre 8 e 12mmHg → atentar para congestão pulmonar ATB precoce → combater a infecção → após coletas de cultura O2 → cateter nasal, máscara, ventilação mecânica Drogas Inotrópicas → noradrenalina → vasoconstricção → >65mmHg → se a reposição volêmica não for suficiente Controle Glicemia Capilar de 1/1h→ 70 110mg/dl → insulina IV contínua em BI Aporte calórico → SG10%, dieta enteral ou parenteral Choque Séptico – TRATAMENTO - UTI Diagnóstico de Enfermagem: PERFUSÃO TISSULAR INEFICAZ- Cuidados de enfermagem ao paciente em choque Objetivo: reestabelecer a perfusão dos órgãos vitais para prevenir sua evolução Oxigenação e função respiratória são sempre prioridades Verificar queda na PA, alterações de pulso(fraco, filiforme, arrítmico)- monitorizar e oximetria de pulso Verificar respiração: padrão e profundidade - (taquipnéia ou cansaço respiratório- usar oxigênio(cn, ventilação , máscara) Avaliar o nível de consciência do paciente (ansiedade, confusão, dor)- detectar deterioração Manter jejum se detectar piora da consciência- risco de broncoaspiração 6.Manter paciente aquecido devido a vasoconstricção- não aquecer rápido que leva a vasodilatação e hipotensão 7.Preparar material para passagem de catéter venoso central para medir a pressão do átrio direito que avalia a volemia 8.Realizar balanço hídrico rigoroso 9.Fazer controle do débito urinário- passagem de sonda vesical de demora – volumes < 0.5ml/Kg/hora deve ser relatado e indica hipoperfusão renal 10. Colher tipagem sanguínea, HB, HT para avaliar perda sanguínea e necessidade de receber sangue 11.Se não foi passado catéter central ainda, puncionar 2 acessos venosos calibrosos 12.Administrar drogas endovenosas em bombas de infusão para evitar gotejamentos errados e sequelas ao paciente 13. nutrição- pacientes em choque tem aumentos das necessidades metabólicas – avaliar necessidade de sonda nasoentérica 14. Cuidado com a pele: sobrecarga de líquido no terceiro espaço coloca o paciente em risco de lesões: avaliar a pele, mantê-la hidratada, colchão casca de ovo 15. Orientar familiares e pacientes durante todo o cuidado BIBLIOGRAFIA HUDAK, Carolyn M; GALLO, B. M. Cuidados Intensivos de Enfermagem. 8ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. B.M.M 52 anos de idade retornava da praia a noite e o tempo estava com uma neblina muito forte sendo necessário diminuir a velocidade do carro mas mesmo assim os eu carro derrapou capotou lançando-o para o alto caindo a 110 metros de distância do carro. Foi chamado o serviço de emergência que no momento do atendimento ele conversava e tinha os sinais vitais estáveis queixando-se apenas de dor abdominal. Ao ser levado ao hospital o enfermeiro percebeu que BMM tinha a pele fria e cianótica, rebaixamento do nível de consciência. A o medir os sinais vitais detectou FC: 140 bat/min FR de 36 bat/min, PA: 90X50 mmHg Enumere o tipo de choque os sinais e sintomas que o indivíduo apresentou que classificam este tipo de choque que você escolheu Volume sangüíneo diminuído Volume sangüíneo diminuído Retorno venoso diminuído Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Volume sistólico diminuído Débito cardíaco diminuído Débito cardíaco diminuído Perfusão tecidual diminuída Perfusão tecidual diminuída Choque Hipovolêmico Choque Hipovolêmico Volume sangüíneo diminuído Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Débito cardíaco diminuído Perfusão tecidual diminuída Choque Hipovolêmico
Compartilhar