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UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV DISCENTE ..: JÚLIO CÉSAR REIS E ROCHA MATRÍCULA: 201703492498 CASO CONCRETO 9 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – ESTADO DO RIO DE JANEIRO. PAULO CASTRO nacionalidade, solteiro, profissão, portador do RG nº…, inscrito no CPF nº…, endereço eletrônico…, residente e domiciliado…, por meio do seu advogado OAB/UF, legalmente qualificado, com endereço eletrônico, e endereço profissional…, que indica para os fins do artigo 77, V do CPC, vem respeitosamente diante de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 560 do Código Processo Civil e artigo 1.210 do Código Civil ajuizar: AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE em face de SILVIA BRANDÃO, nacionalidade, solteiro, profissão, portador do RG nº…, inscrito no CPF nº…, endereço eletrônico…, residente e domiciliado… I - DOS FATOS O autor manteve união estável entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014 com a ré, sem convenção sobre o regime de bens e decidiram se separar. Como a Sra Silvia estava, à época, desempregada, o Sr Paulo permitiu a sua permanência no imóvel em que eles moravam durante sua convivência , embora tenha sido adquirido exclusivamente pelo autor em 1997, indo este morar em outro imóvel locado. Ocorre que após dois anos do final da união estável, o reclamante promoveu a notificação extrajudicial de sua ex-companheira, exigindo-lhe a desocupação, no prazo de quinze dias, do imóvel situado no Rio de Janeiro, mas a mesma continuou no imóvel mesmo depois de receber tal notificação e após o prazo pré-estabelecido para sua saída, se recusando em sair daquele imóvel, não restando outra alternativa para o autor senão da tutela judicial, utilizando-se da presente ação. II – DOS FUNDAMENTOS a) DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE Veja Excelência, o reclamante está sofrendo agressão da sua posse, pois o mesmo apenas realizou gentilmente o empréstimo do imóvel à sua ex- companheira, pelo fato da mesma encontrar-se desempregada no momento da separação, agindo de boa fé, sem que, com isso, caracterize qualquer tipo de abandonando o lar. Esse bem foi adquirido antes da união estável (em 1997) e como o casal não estabeleceu qualquer convenção sobre o regime de bens durante sua convivência na união estável, regula-se o regime parcial de bens. Portanto, a propriedade deste bem é exclusivamente do autor e não do casal. Neste sentido, o seu direito de ser mantido na posse tem amparo nos artigos 560 do Código Processo Civil e artigo 1.210 do Código Civil. Art. 560 CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. Art. 1.210 CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Nas palavras de Maria Helena Diniz (2015, p.104), “A ação de reintegração de posse é a movida pelo esbulhado, a fim de recuperar posse perdida em razão da violência, clandestinidade, ou precariedade e ainda pleitear indenização por perdas e danos”. No entendimento de Sílvio Salvo Venosa (2015, p. 158), “Ocorrendo esbulho, a ação é de reintegração de posse”. Portanto, ao se recusar a desocupar o imóvel mesmo após a notificação do autor, a esbulhadora privou totalmente o bem do autor, logo, sendo justa e cabível a presente ação com o fim de ter a posse do imóvel reintegrada. Veja o que traz a Jurisprudência: UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV b) DA TUTELA ANTECIPADA Estão presentes os requisitos autorizadores para concessão da tutela antecipada, quais sejam, verossimilhança das alegações através do registro da notificação extrajudicial feita à Sr Silvia e que, após o período estabelecido na notificação, a mesma ainda continua, perdendo-se a posse da mesma (Fumus bonis iuris) , assim como dano de difícil reparação consistente no esbulho praticado pela ré (periculum in mora), em conformidade com o exposto no artigo 300 do Código Processo Civil. Art. 300 CPC. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. III - DOS PEDIDOS 1) Que seja concedida liminar de reintegração de posse , caso contrário, determinar que o autor justifique o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada, conforme artigo 562, do Código Processo Civil; 2) Citação da ré para contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias, conforme artigo 564 do CPC; 3) Julgar procedente o pedido para reintegrar em definitivo o autor na posse do bem. 4) A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e aos ônus de sucumbência IV - DAS PROVAS Requer a produção de provas, especialmente documentada. V - VALOR DA CAUSA Dar-se-á o valor da causa de R$ ... Espera deferimento. (espaço de uma linha) Local e data. Advogado OAB/UF Nº... UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV Observações: Aqui não é considerado Usucapião Familiar previsto no art 1.240-A, pois a usucapião familiar, ao contrário do que sucede na usucapião especial urbana, exige-se, além dos requisitos mencionados, que o usucapiente seja coproprietário do imóvel, em comunhão ou condomínio com seu ex-cônjuge ou excompanheiro; Além disso, exige-se, também, que estes tenham abandonado o lar de forma voluntária e injustificada; O tempo necessário para usucapir é flagrantemente inferior às demais espécies de usucapião, consumando-se a prescrição aquisitiva no prazo de dois anos. Verifica-se no caso em tela que o imóvel foi adquirido por Paulo em 1997 (antes do casamento) e como no período de convivência da União estável não foi antecedido de qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros, prevalesce a separação parcial de bens. Ou seja, Silvia não era coproprietária do imóvel. Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) A questão desse caso concreto trata-se de Esbulho, pois o possuidor perdeu a posse e quer reintegrá- la. Vejamos: Art. 560, NCPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. a) A posse b) Turbação ou Esbulho Turbação – possuidor tem direito a manutenção da posse Esbulho - possuidor tem direito a reintegração da posse http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12424.htm#art9
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