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DIREITO PÚBLICO INTERNACIONAL - Prof. Marcelo José Grimone
Marcelo.grimone@docente.unip.br
11/02/2021
→ Conteúdo programático 
18/02/2021
HISTÓRICO
Na primeira fase, temos o Direito Internacional Antigo, também chamado de “Direito das Gentes”, essencialmente composto por normas que regulavam as relações entre comunidades, desde a antiguidade oriental até a Idade Moderna.
Não se pode dizer que havia um Direito Internacional propriamente dito, como hoje o concebemos, principalmente pela inexistência da concepção de Estado nacional neste período.
Na segunda fase, encontramos o chamado Direito Internacional Clássico. É nela que ocorre a afirmação histórica do Direito Internacional.
Há dois acontecimentos paradigmáticos que marcam esta fase, um de caráter doutrinário e outro histórico:
1. Hugo Grócio, conhecido como o pai do Direito Internacional, escreve o famoso O Direito da Guerra e da Paz, publicado em 1625 e
2. Em 1648, ocorre a chamada Paz de Vestfália, que consistiu na assinatura dos tratados de Munster e Osnabruck, que marcaram o fim da Guerra dos 30 anos.
É nessa fase que há o efetivo surgimento do Direito Internacional como ciência autônoma e sistematizada voltada a regular as relações entre os Estados.
A terceira fase teve início com o fim da Primeira Guerra Mundial, após a assinatura do Tratado de Versalhes, em 1919.
Esta fase inicia-se pela necessidade de cooperação para o enfrentamento de fenômenos fronteiriços.
Com o fim da Primeira Grande Guerra, os Estados passaram a perceber a necessidade de cooperação e, com isso, começaram a surgir as primeiras organizações internacionais.
A quarta e atual fase é denominada por alguns doutrinadores como Humanização do Direito Internacional, ou Direito Internacional da Humanidade. Essa nova fase tem início com a intensificação do processo de globalização, quando os Estados começam a ter dificuldades de, isoladamente, assegurarem o desenvolvimento das suas próprias sociedades, bem como de garantir a sobrevivência da própria humanidade.
Começam a sentir, portanto, a necessidade de reconhecerem determinados valores comuns, havendo a criação de normas que não regem mais somente as relações entre os Estados, ou que visam apenas a cooperação entre eles, mas também buscam regulamentar a conduta dos indivíduos e a proteção deles.
É nesta fase que surgem o jus cogens (direito cogente), as obrigações internacionais de caráter erga omnes, ou seja, aqui é que os Estados se obrigam à observância dessas obrigações, mesmo sem terem dado expressamente a sua anuência, conforme veremos mais detalhadamente adiante.
O Direito Internacional Público pode ser definido como o conjunto de normas e princípios que regulam as relações entre Estados, organizações internacionais e outros entes no seio da comunidade internacional.
Por sua vez, o Direito Internacional Privado também é um conjunto de princípios e regras, porém que visa tutelar as relações jurídico-privadas a nível internacional, resolvendo, por exemplo, conflitos de jurisdição e objetivando definir qual o direito aplicável em situações que envolvam mais de um Estado, ou mais de um ordenamento. 
Conclusão
Diante disso, podemos concluir que o Direito Internacional é o conjunto de princípios e normas que regulam as relações a nível internacional entre os entes públicos, como, por exemplo, entre Estados; bem como relações entre privados, ou seja, indivíduos que transcendem as fronteiras nacionais e que definem as regras de aplicação do Direito no caso de conflito de jurisdição.
O Direito Internacional destina-se, portanto, a regular a sociedade internacional e as relações estabelecidas em seu seio, ou que nela tenham algum impacto.
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→ E o que se entende por sociedade internacional?
É um termo utilizado para referir-se à sociedade composta pelos sujeitos de Direito Internacional, os Estados soberanos, as organizações internacionais e os indivíduos que integram os Estados. E, como toda sociedade, precisa de normas jurídicas para regular a sua convivência harmônica; e é este o objeto das normas de Direito Internacional.
Objetivo das normas do Direito Internacional: 
Convivência Harmônica
→ Fundamento de validade das normas de Direito Internacional
Diversas teses surgiram para tentar explicar o fundamento do Direito Internacional.
As duas que mais se difundiram foram agrupadas e divididas em duas correntes: a voluntarista e a objetivista.
	→ Teoria Voluntarista
Defende a tese que a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre da vontade, do consentimento dos Estados.
A principal crítica direcionada a ela é a insegurança jurídica que existiria, pois a adoção dessa ideia, pautada unicamente na vontade dos Estados, possibilita que estes, ao mudarem de opinião, de uma hora para a outra, resolvem deixar de cumprir determinada norma, gerando grande instabilidade.
	→ Teoria Objetivista
A corrente objetivista surgiu justamente para contrapor o argumento da vontade, fundada na ideia de superioridade das normas internacionais frente às normas estatais e na sua autonomia e independência da vontade dos Estados.
A teoria que ganhou destaque dentro da corrente objetivista e teve mais adeptos, permanecendo viva até os dias atuais, é a que fundamenta a obrigatoriedade das normas internacionais na regra do pacta sunt servanda, extraído do direito contratual.
Pacta sunt servanda: princípio segundo o qual o que foi pactuado deve ser cumprido. É defendido dentre aqueles que acreditam que o Direito Internacional se baseia em princípios superiores, acima da vontade dos Estados. Dionísio Anzilotti afirma que a norma tem “valor jurídico absoluto, indemonstrável e que serve de critério formal para diferençar as normas internacionais das demais”. Ainda neste sentido, o artigo 26 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 estabelece: Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.
Desta forma, funda-se em algo superior à vontade dos Estados, entretanto, sem deixá-la completamente de lado, eis que um Estado assina ou adere a um tratado por meio dela (da vontade), mas, uma vez celebrado o tratado, obriga-se ao seu cumprimento pelo princípio da boa-fé.
A Teoria Objetivista foi consolidada como fundamento do Direito Internacional com a adoção da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, em 1969, a qual positivou em seu texto a regra, aduzindo expressamente no seu artigo 26 que “Todo tratado em vigor obriga as partes e deve por elas ser cumprido de boa-fé”.
O abandono da Teoria Voluntarista representa a consolidação da existência de um direito cogente, o qual nada mais é do que o conjunto de normas imperativas de Direito Internacional, ou seja, normas que se sobrepõe à vontade dos Estados.
O seu conteúdo não é expressamente definido, são normas gerais de valores universais.
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→ E como as normas de Direito Internacional se relacionam com o Direito Interno dos Estados?
Existem duas principais teorias que pretendem explicar a relação do Direito Internacional com o Direito interno: a Teoria Monista e a Teoria Dualista.
Para Flavia Piovesan → acima das constituições federais está a ONU e a Declaração dos Direitos dos Homens → há uma ética universal acima das leis → dignidade da pessoa humana.
→Teoria Dualista
A Teoria Dualista ganha esse nome porque defende que o Direito Interno e o Direito Internacional são sistemas jurídicos distintos e independentes, que não se confundem.
Para os defensores desta teoria, o Direito Internacional trata das relações entre Estados, enquanto que o Direito Interno regula a relação entre indivíduo/indivíduo e indivíduo/Estado.
Logo, de acordo com as concepções dessa teoria, o Direito Internacional é um mundo completamente separado do Direito Interno; seriam dois sistemas com fundamentos e limites distintos, não havendo nenhuma comunicação dieta e imediata entre eles. Assim, a norma jurídica de um sistema não pode valer, como tal, no seio do outro.
Para os adeptosda teoria dualista, direito interno e internacional representariam sistemas distintos e independentes entre si. Para eles, cada qual ver-se-ia aplicável a relações independentes; o direito interno aplicável às relações públicas ou privadas ocorrentes no âmbito interno do Estado; o direito internacional aplicável às relações públicas externas, ou seja, às relações entre os sujeitos de direito internacional. Quando muito, regra internacional, quando aplicável na seara interna de um Estado, assim ocorreria apNozesenas após a incorporação da regra internacional, ou seja, após tornar-se norma interna (teoria da incorporação da norma), fator que atribuiria à regra a força obrigatória para a exigência de seu respeito. (ED – Módulo 2)
→Teoria Monista
Para os defensores desta teoria, o Direito é um só, e em oposição ao entendimento dualista, não aceita a existência de dois sistemas jurídicos distintos e independentes. O Direito Internacional e o Direito Interno são dois elementos de um só conceito que se dirige ao indivíduo.
Sendo assim, o Direito Internacional é adotado por meio de uma recepção automática no ordenamento interno, e aplica-se como tal caso a norma possua autoaplicabilidade e, caso não seja uma norma autoaplicável, a mesma deve ser transformada em direito doméstico.
Portanto, o Monismo parte do pressuposto da existência de uma hierarquia entre as normas internacionais e as normas do ordenamento interno, e no caso de dúvida sobre a posição hierárquica de cada qual, os defensores dessa teoria divergem por dois caminhos: um entende que as normas de direito internacional são hierarquicamente superiores, ao que se denomina de “primado do direito internacional”, enquanto o outro entende que as normas de direito interno são superiores, denominado, logicamente, de "primado do direito interno”.
Para os adeptos da teoria monista, diferentemente daqueles que sustentam a tese proposta pela teoria dualista, o direito internacional e o direito interno representariam uma mesma ordem jurídica. Tal teoria, todavia, dividir-se-ia em dois subgrupos, quais sejam, internacionalista e nacionalista. Para aqueles, diante da unidade de sistema, prevaleceria a norma internacional sobre a interna, já que no topo das normas se encontraria a norma hipotética fundamental, qual seja, o princípio da “pacta sunt servanda”, fundamento e princípio do direito internacional; para os últimos (monistas nacionalistas), diante da unidade de sistema, a prevalência seria da norma interna sobre a internacional, com força na soberania estatal que impediria a submissão da norma constitucional (norma Maior do Estado) às normas internacionais(teoria defendida pelos adeptos de formação no constitucionalismo). (ED – Módulo 2)
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→Convenção de Viena
A teoria a ser adotada no que tange a relação do Direito Interno com o Direito Internacional fica a cargo de cada Estado, entretanto, devemos lembrar que ambos estão cada vez mais interligados e possuem inúmeros pontos de convergência.
Nesse sentido, a jurisprudência internacional tem sido invariável ao reconhecer a primazia do direito internacional. A propósito, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados adota, em seu art. 27, a seguinte regra:
“Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado”.
Obs. no Brasil há uma morosidade na internacionalização dos tratados no Brasil, pois depende de um ato complexo, isto é, passa pelo Poder Executivo e depois por duas casas legislativas – CN.
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→ E como as normas internacionais adentram no ordenamento jurídico brasileiro?
A Constituição Federal Brasileira determina, em seu art. 84, VIII, como competência privativa do Presidente da República a celebração de tratados, convenções e atos internacionais, estando todos sujeitos ao referente do Congresso Nacional.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Já o art. 49 prevê que compete ao Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos para o patrimônio nacional.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Logo, as normas jurídicas oriundas de tratados internacionais, para serem reconhecidas no Brasil, demandam um ato completo, no qual se integram a vontade do Presidente da República (Poder Executivo), que o celebra, e a do Congresso Nacional (Poder Legislativo), que o aprova mediante decreto legislativo. Feito isso, passa o tratado a produzir efeitos jurídicos no ordenamento brasileiro, e as suas normas, a serem parte integrante dele.
(...) princípios de Direito Internacional Público que fundamentam as relações entre os sujeitos de Direito Internacional. São eles:
• Consentimento: segundo Francisco Rezek, os Estados não se subordinam senão ao direito que livremente reconheceram ou construíram (...)
→ Hierarquia das normas de Direito Internacional no Brasil
· Agora, uma vez inseridas no ordenamento pátrio, é necessário saber a hierarquia que lhes será atribuída.
· O Brasil adota um sistema misto; em sua essência, possui elementos do primado do direito internacional e do primado do direito interno, uma vez que o tratamento dado aos tratados internacionais que versam sobre direitos humanos difere dos dispensado aos demais tratados internacionais.
→ Normas Internacionais
As normas internacionais, em regra, por força do art. 102, III, b da CF possuem status de lei federal dentro do ordenamento jurídico brasileiro, não havendo grandes controvérsias ou dificuldades em sua aplicação, desde que obedecido o processo regular para a sua internalização.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
→Hierarquia das normas de direito internacional no Brasil
Agora, uma vez inseridas no ordenamento pátrio, é necessário saber a hierarquia que lhes será atribuída.
O Brasil adota um sistema misto; em sua essência, possui elementos do primado do direito internacional e do primado do direito interno uma vez que o tratamento dado aos tratados internacionais que versam sobre direitos humanos difere do dispensado aos demais tratados internacionais.
Outros tratados tem status de lei federal.
→Tratados de Direitos Humanos
Em síntese, destacam-se quatro correntes a respeito do assunto:
1. Da hierarquia supraconstitucional;
2. Da hierarquia constitucional;
3. Da hierarquia infraconstitucional, mas supralegal; e
4. Da paridade hierárquica entre tratado e lei federal.
Tratados que versam sobre direitos humanos → se passarem pelo processo complexo de aprovação → tem força de emenda constitucional
O entendimento que predominava dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro era o de que os tratados internacionais de direitos humanos eram equivalentes à lei ordinária, sustentando a inexistência de previsão legal que atribuísse o mesmo status constitucional a quaisquer tratados. Ou seja, as normas internacionais, uma vez recepcionadas pelo ordenamento brasileiro, equiparavam-se às demais leis. Esse entendimento jurisprudencial consolidou-se a partir do julgamento do Recurso Extraordinário 80.004/SE, em 1977.
Esse entendimento foi superado pela emenda n° 45.
Entretanto, com a edição da Emenda Constitucional n° 45/2004, foi acrescentado novo parágrafo (3º) ao art. 5º da Constituição Federal Brasileira, com a seguinte redação: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintosdos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais". (Brasil” 1988).
CF. Art. 5º - § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)  
Com isso, passou a ser expressamente reconhecido o status constitucional dos tratados internacionais de direitos humanos recepcionados internamente pelo rito especial previsto no referido dispositivo acima.
Contudo, permaneceu o debate em torno da hierarquia a ser atribuída aos tratados de direitos humanos anteriores à emenda, bem como aos que não forem recepcionados por meio do rito especial.
Para resolver o impasse, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 466.343/SP, passou a atribuir aos tratados internacionais de direitos humanos, anteriores ou posteriores à EC/45 não recepcionados pelo rito especial (art. 5º, § 3º da CF), caráter supralegal, posicionando-os abaixo das normas constitucionais, mas acima das demais leis ordinárias.
Desta forma, hoje temos no Brasil a denominada Teoria do Duplo Estatuto dos Tratados de Direitos Humanos, pois é atribuído caráter supralegal àqueles que forem recepcionados no ordenamento interno mediante o rito comum, e status constitucional àqueles recepcionados pelo rito especial.
→Os sujeitos de Direito Internacional Público
Personalidade jurídico-internacional: é a capacidade para ser destinatário das normas e princípios de Direto Internacional, ou seja, para ser titular de direitos e deveres internacionais.
Capacidade jurídico-internacional: é o resultado da análise de uma gama de direitos e deveres que podem se verificar no alcance jurídico-internacional da entidade, sendo ainda necessário proceder à diferenciação do domínio da titularidade e do domínio do exercício destes direitos e deveres.
Desta forma, em resumo, pode-se dizer que para ser sujeito de Direito Internacional é preciso gozar de direitos e deveres no plano internacional, bem como ter capacidade para exercê-los.
O Estado é tido como o sujeito originário deste ramo do Direito.
Além dele, temos as organizações internacionais e os indivíduos.
Ex. OMC, OMS, etc.
Diversas outras coletividades poderão, eventualmente, surgir no cenário internacional e se enquadrar na classificação de sujeitos internacionais, mesmo porque estes variam através dos tempos, em virtude das necessidades que a comunidade impõe.
Vale ainda ressaltar que as empresas transnacionais e multinacionais têm sido apontadas como entes dotados de personalidade jurídica internacional, considerando a área do Direito Internacional do Comércio; contudo, ainda é tema bastante controverso.
→Estado: sujeito de direito internacional
Em sua acepção clássica, a soberania era vista como um poder absoluto do Estado, que não podia ser relativizado.
Desta forma, a partir do momento em que os Estados passam a se relacionar internacionalmente e, sobretudo a precisarem uns dos outros, surge uma necessidade social: conseguir um relacionamento pacífico mínimo entre os Estados.
Logo, a necessidade que se tinha era de limitar o uso do poder de guerra, evitar grandes destruições e criar mecanismos pacíficos de relação entre os Estados soberanos. Este era o maior objetivo do direito Internacional, razão pela qual o seu desenvolvimento está intrinsicamente ligado ao desenvolvimento do Estado nacional.
Desta forma, o Estado foi o primeiro sujeito de Direito Internacional, e durante algum tempo permaneceu sendo o único.
→ Organizações internacionais
As organizações internacionais, ao contrário dos Estados, são uma criação recente do Direito Internacional Público, não estando presentes desde o seu início, sendo, na realidade, uma consequência de seu desenvolvimento.
A doutrina aponta o seu surgimento em 1919, tendo como marco inicial a criação da Liga das Nações ou Sociedade das Nações (SDN).
O que é uma organização internacional?
Nada mais é do que uma associação formal e permanente de Estados, a qual possui personalidade e capacidade jurídica internacional, e é assim considerada como um sujeito de Direito Internacional. A personalidade jurídica das organizações internacionais é distinta da dos Estados fundadores. Elas possuem seus próprios órgãos, estatuto e sede.
Diz-se que os Estados possuem a personalidade jurídica-internacional originária, e as organizações possuem uma personalidade decorrente, visto que são criadas por eles, adquirindo, portanto, a personalidade no ato da sua criação.
Podem ser criadas com uma finalidade específica, ou para fins gerais; podem ser duradouras ou temporárias, universais ou regionais.
Tudo isso é especificado no estatuto da Organização Internacional, quando da sua criação.
Exemplos de Organizações Internacionais:
· Fundo Monetário Internacional (FMI): é uma organização internacional, criada com a finalidade específica de garantir a estabilidade econômica mundial.
· Organização Internacional do Trabalho (OIT): também tem finalidade específica, qual seja, é responsável pela fiscalização e regulamentação das relações de trabalho.
· Organização Mundial do Comércio (OMC): foi criada com o objetivo de promover a liberalização do comércio mundial; acompanha as transações econômicas travadas entre diversos países.
→ Organizações Internacionais: ONU
Foi criada no final da Segunda Guerra Mundial, por meio da Carta de São Francisco, mais precisamente no ano de 1945.
Não foi necessariamente original, pois sucedeu à antiga Liga das Nações.
O que motivou sua criação foi a constatação da necessidade de criação de uma nova Ordem Internacional, mais pacífica. Foi criada com fins gerais, ou seja, não persegue um objetivo específico; possui diversas atribuições, das mais variadas.
Dentre seus principais objetivos, pode-se destacar a busca pela paz e segurança internacional, a proteção dos Direitos Humanos e a prossecução do desenvolvimento social e econômico dos Estados. Sua sede, atualmente, é nos Estados Unidos, na cidade de Nova York, mas também possui escritórios em outros países.
→ Membros da ONU
A ONU é composta por 193 países-membros, e o seu texto fundamental é a Carta das Nações Unidas.
As suas principais atribuições são: função normativa, de prevenção e solução de conflitos, funções jurisdicionais e administrativas, bem como de manutenção da paz e controle dos territórios que estão sob a sua tutela.
→ Órgãos da ONU
· Assembleia Geral: é composta por representantes de todos os Estados-membros e possui competência para discutir e emitir recomendações acerca de qualquer assunto insculpido na Carta.
· Conselho de Segurança: possui apenas quinze membros, sendo cinco deles designados pela própria Carta, que define quem são os Estados-membros permanentes, e os demais são escolhidos pela Assembleia Geral.
· Sua principal atribuição é trabalhar pela manutenção da segurança e da paz internacionais, possui competência para aplicar sanções aos Estados e também atua diretamente em questões de procedimentos relativos à admissão de novos membros e revisão da Carta.
· Corte Internacional de Justiça:
→ Corte Internacional de Justiça
Sua sede fica em Haia, na Holanda.
É composta por quinze juízes, os quais são eleitos por ato conjunto da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança. 
A sua competência é tanto contenciosa como consultiva, porém somente os Estados componentes da ONU podem ser partes nas demandas. 
A jurisdição da corte é facultativa, ou seja, os Estados decidem se a reconhecem ou não, só podendo atuar em litígios que envolvam Estados que a reconheceram.
→ Proteção aos Direitos Humanos
A ONU também possui um sistema de proteção desses direitos, o qual é um sistema universal, que visa a proteção dos Direitos Humanos no âmbito de toda a sociedade internacional.
A organização possui um órgão específico para tratar do assunto, a Comissão de Direitos Humanos, que acompanha a produção de relatórios anuais sobre a violação deDiretos Humanos pelos Estados, bem como recebe petições contendo denúncias de cidadãos que entendam ter seus direitos violados.
A ONU também tem firmado diversas declarações e convenções específicas para a proteção desses Diretos como, por exemplo, a recente Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em 2007; e outras mais antigas, como a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965 e a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, de 1980.
→ Indivíduo: sujeito do Direito Internacional?
Com o crescente desenvolvimento do Direito Internacional, muito tem sido discutido sobre o reconhecimento do indivíduo como um sujeito de Direito Internacional. 
Parcela da doutrina entende que o indivíduo não possui personalidade jurídica internacional, logo não pode ser considerado como um sujeito, mas tão somente como um destinatário das normas internacionais.
Por outro lado, há quem entenda que eles não só podem como dever ser reconhecidos como sujeitos de Direito Internacional, pois é indiscutível, nos dias atuais, a crescente preocupação com a proteção da pessoa humana, o que faz com o indivíduo seja portador de direitos e obrigações internacionais e, em alguns casos, possua até mesmo a capacidade de fazer valer tais direitos perante algumas entidades internacionais.
O renomado doutrinador Jorge Miranda defende que o indivíduo se torna um sujeito de Direito Internacional, como pessoa singular, ao ultrapassar o “quadro do Direito Interno e a projetar-se ora em direitos, ora em deveres e outras adstrições efetiváveis perante instâncias internacionais” (2009, p. 150)
No mesmo sentido, o ilustre internacionalista Celso D. de Albuquerque Mello aduz que negar a personalidade jurídica do indivíduo no plano internacional seria desumanizar o Direito Internacional, o que estaria na contramão do atual desenvolvimento deste ramo jurídico.
→ Direitos Humanos
Ainda que o tema não seja pacífico, não podemos ignorar o novo rumo que o Direito Internacional vem tomando no sentido da proteção dos Direitos Humanos, ou na disseminação de proteção dos Direitos Humanos, e que está cada vez mais solidificado com a criação dos diversos sistemas regionais de proteção dos Direitos Humanos, como o Sistema Interamericano e o Europeu. 
→ Sujeitos do Direito Internacional
Além dos Estados, das organizações internacionais intergovernamentais e dos indivíduos, outras figuras peculiares são apontadas como sujeitos de Direito Internacional.
→ Santa Sé
A Santa Sé não é nem Estado nem Organização Internacional, mas possui personalidade e capacidade jurídica de Direito Internacional de igual forma, inclusive celebrando tratados com diversos Estados e integrando muitas organizações internacionais.
Alguns autores designam-na como uma coletividade não estadual. Está sediada no Estado da Cidade do Vaticano, em Roma, e possui governo próprio instituído pela Igreja Católica. A Santa Sé, ao contrário dos Estados, não possui um povo, e a sua finalidade é administrar a Igreja Católica no mundo, ou seja, é a cúpula da Igreja Católica no mundo.
→ Microestados
Os microestados, assim como os demais sujeitos, também possuem personalidade jurídica de Direito Internacional; entretanto, algumas de suas competências, por exemplo, a emissão de moedas e a segurança do território nacional, são transferidas para outros Estados com os quais possuem uma relação mais próxima ou são seus vizinhos.
São Estados dotados de soberania assim como os demais, porém têm hipossuficiência em alguns aspectos, por isso recorrem a países vizinhos para supri-la. Alguns importantes exemplos desse tipo de Estado são Mônaco, Andorra, Liechtenstein e Singapura.
→ Entidades Internacionais
Além dessas figuras que conhecemos até aqui, temos ainda algumas entidades que, apesar de não possuírem personalidade jurídica de Direito Internacional e não serem, desta forma, consideradas como verdadeiros sujeitos deste direito, são hoje importantes atores, com uma presença expressiva no cenário internacional, e que, inclusive, contribuem para o cumprimento das normas internacionais pelos diversos países do globo.
→ Cruz Vermelha Internacional
A Crua Vermelha Internacional foi fundada em 1863 e possui a missão de promover assistência humanitária a todos os feridos de guerra e vítimas de conflitos armados ou violentos.
É uma organização independente, seu mandato e poder decorrem da Convenção de Genebra, que lhe atribui um estatuto específico, conferindo-lhe, inclusive, poder de intervenção no âmbito internacional.
→ Organizações Não Governamentais - ONGs
As ONGs são pessoas jurídicas não governamentais de âmbito internacional, ou seja, são criadas por particulares, não possuindo qualquer relação com o Estado ou Governo.
Em regra, criadas para algum fim específico como a proteção dos direitos humanos, proteção e defesa do meio ambiente, entre outros. Alguns exemplos bastante conhecidos são Greenpeace a Anistia Internacional.
Essas entidades não possuem personalidade jurídica internacional, logo não podem assinar tratados.
São entidades totalmente desvinculadas do Estado, formadas por particulares e sem fins lucrativos.
Porém, não podemos deixar de considerar que, nessa condição, tendo em vista os fins específicos a que se destinam, as ONGs internacionais acabam sendo verdadeiros representantes da sociedade e exercendo alguma pressão sobre os entes estatais.
Elas se destinam a suprir as lacunas deixadas pela atuação estatal no que toca à resolução de conflitos sociais, ambientais, econômicos etc.
Assim, ainda que não possam efetivamente atuar como sujeitos no cenário internacional, nem celebrar tratados, algumas organizações internacionais, em razão da sua importância mundial, exercem forte influência sobre os entes estatais, auxiliando na tomada de decisões e até mesmo na celebração de tratados.
É o caso, por exemplo, do Greenpeace, que auxiliou diretamente, por meio da aliança com Estados como França e Austrália, na redação do Protocolo de Madri, de 1991, tratado internacional celebrado para proteção do meio ambiente da Antártica (SOARES, 2003).
→ Fontes do Direito Internacional Público
A jurisprudência e a doutrina internacionalista apontam o artigo 38 do Estatuto da Corte internacional de Justiça como principal documento no tocante à matéria fontes do Direito Internacional Público, eis que contém um rol NÃO taxativo sobre as fontes do Direito Internacional.
→ Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional
Artigo 38
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
Ao contrário do que ocorre no âmbito interno dos Estados, não existe um poder constitucional do qual se possa extrair as fontes, logo, a validade de uma norma como fonte do direito dependerá da forma com que é elaborada e de como se torna obrigatória no plano internacional.
"ex aequo et bono" = Segundo a equidade natural.
→ Princípios Gerais do Direito
Os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas não são tão facilmente identificáveis, mas a maioria da doutrina ensina que são aqueles princípios aceitos por todos os ordenamentos jurídicos sem grandes dificuldades, como o princípio da boa-fé, da proteção, da confiança, da coisa julgada, entre outros.
Assim, se são princípios reconhecidos pela maioria dos Estados, passam também a fazer parte do DireitoInternacional, já que este rege as relações entre os Estados.
São, ainda, uma importante ferramenta que auxilia na atividade interpretativa do juiz, o qual não está adstrito à letra da lei, mas deve buscar o sentido da lei. A classificação dos princípios como uma fonte do Direito demonstra que o juiz não é um mero aplicador da lei.
Alguns exemplos de Princípios Gerais de Direito Internacional são o princípio da autodeterminação dos povos, princípio da não intervenção e princípio da cooperação internacional.
→ Costume Internacional
É considerado uma das mais importantes fontes do Direito Internacional, tendo em vista que a maioria das normas internacionais são de origem consuetudinária, ou seja, derivam do costume internacional, já que não existe um órgão responsável pela produção de normas jurídicas, e são criados pela manifestação de vontade dos Estados.
Por costume internacional, como o próprio nome já sugere, entende-se a prática reiterada de determinada conduta pelos sujeitos de Direito Internacional.
Para ser considerado costume, há a necessidade da constatação de dois elementos: (1) o elemento material, que diz respeito à repetição da conduta reiteradas vezes e (2) o elemento subjetivo, que diz respeito à aceitação pelos sujeitos internacionais desta conduta como necessária e justa, logo, o entendimento de que é uma prática jurídica.
É justamente a existência do elemento subjetivo, ou seja, do sentimento de obrigatoriedade, que se diferencia o costume de uma simples prática rotineira, de um hábito ou de uma mera cortesia.
Para se configurar como costume, o uso deverá estar em conformidade com a moral e com a ordem pública, confundindo-se mesmo com a própria ideia de justiça.
Nas relações internacionais, o costume é muito mais amplo, sendo capaz, inclusive, de vincular partes não copactuantes, desde que internacionalmente reconhecido.
→ Costume e Tratado: a questão hierárquica
Não há desnível hierárquico entre normas costumeiras e normas convencionais. O Estatuto da Corte de Haia não tencionou ser hierarquizante ao mencionar os tratados antes dos costumes.
→ Tratados e Convenções Internacionais
São apontados pela doutrina internacionalista como a principal fonte, porquanto regulam as matérias mais importantes no âmbito internacional.
Em sua essência, nada mais são do que acordos internacionais resultantes da convergência de vontade de dois ou mais sujeitos internacionais, diferenciando-se tratados e convenções apenas pela extensão da sua abrangência.
→ Fontes
Não há uma hierarquia entre as fontes primárias do Direito Internacional elencadas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
Desta forma, todas elas merecem igual atenção e respeito, podendo, por exemplo, um tratado internacional revogar uma norma consuetudinária, ou vice-versa.
No entanto, tem sido mais comum que os Tribunais Internacionais deixem prevalecer o conteúdo das normas constantes dos Tratados, tendo em vista que estes são uma expressão da vontade dos Estados.
→ Jurisprudência e Doutrina
A jurisprudência e a doutrina, no âmbito do Direito Internacional, não são consideradas como verdadeiras fontes do Direito, mas apenas como meios auxiliares para a determinação das normas.
Há também quem as denomine de fontes auxiliares, mas ainda assim, a jurisprudência não dá origem ao Direito, pelo contrário, ela advém de um ponto controvertido.
Todavia, ainda que não consideradas tecnicamente fontes, pois delas não emana o Direito, cumprem um papel muito importante no que toca a definição do conteúdo das normas, por essa razão são mencionadas no Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
→ Jurisprudência
Por jurisprudência entende-se o conjunto de decisões em um mesmo sentido, proferidas reiteradas vezes por um determinado Tribunal.
→ Atos Unilaterais
Atos unilaterais dos Estados. Os Estados são sujeitos originários do Direito Internacional Público, logo seus atos influenciam sobremaneira na formação deste Direito, gerando consequências jurídicas internacionais.
Por atos unilaterais, entende-se todo aquele que é cometido apenas por um Estado, sem a necessidade do consentimento dos demais.
Exemplos:
i. Protesto: quando um Estado manifesta expressamente a sua discordância com determinada prática que viole normas internacionais, objetivando resguardar seus direitos.
ii. Renúncia: quando um Estado desiste expressamente de um direito que lhe assiste.
iii. Denúncia: quando um Estado rescinde um Tratado Internacional, deixando de ser signatário do mesmo.
iv. Ruptura das relações diplomáticas: quando um Estado declaradamente suspende as relações internacionais com outro Estado.
→ Resoluções/decisões das Organizações Internacionais
As Organizações Internacionais são os sujeitos derivados do Direito Internacional Público, assim, da mesma forma que os atos praticados pelos Estados, seus atos também impactam no Direito Internacional Público, gerando consequências jurídicas internacionais e, por isso, são considerados como fontes desse ramo jurídico.
Em regra, as organizações internacionais possuem personalidade jurídica internacional derivada, eis que são uma criação dos Estados
A sua capacidade vem estipulada no seu Estatuto, no qual são previstos todos os atos que a organização poderá praticar, como editar Resoluções.
É importante observarmos que as decisões das organizações internacionais podem ser de caráter vinculante ou não, o que será estipulado pelo respectivo estatuto de cada organização.
Uma parcela da doutrina aduz que somente quando forem atos vinculantes dos Estados membros as decisões das organizações internacionais serão consideradas como fonte do Direito Internacional Público. Quando forem atos de mera orientação, apesar de sua importância, não devem ser considerados como fonte do Direito, uma vez que não criam uma norma.
Por exemplo, a Carta da ONU refere-se aos atos da Assembleia Geral como recomendações, da mesma forma que se refere às decisões do Conselho de Segurança; todavia, o art. 25 da Carta das nações torna as recomendações do Conselho de Segurança obrigatórias, enquanto que não há igual previsão para as emitidas pela Assembleia Geral.
Artigo 25.
Os Membros das Nações Unidas concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança, de acordo com a presente Carta.
Diante disso, as recomendações da Assembleia Geral da ONU seriam vinculantes ou facultativas? Para que sejam vinculantes é preciso que esteja expresso no Estatuto? Ainda que não esteja expresso, podem existir exceções?
Existe uma interessante discussão sobre o tema.
→ Meios de Solução Pacífica das Controvérsias
· Meios diplomáticos;
a. Negociação: pode ser manifestada por via oral ou escrita. É o meio mais comum de resolução diplomática e, geralmente, o mais informal. Ocorre quando os Estados dialogam e fazer concessões mútuas chegando ao consenso de forma amigável.
b. Bons ofícios: ocorre quando um terceiro, que pode ser representante de um Estado ou de uma organização internacional, age de forma a aproximar as partes, proporcionando um campo neutro para negociação.
c. Mediação: também ocorre quando um terceiro atua na resolução do conflito, porém, ao contrário do que ocorre nos bons ofícios, a atuação deste terceiro é ativa, propondo soluções.
d. Conciliação: é uma espécie de mediação, porém, ao invés de ter apenas um mediador, há uma comissão de conciliação, composta tanto por pessoas neutras ao conflito como por representantes dos Estados envolvidos.
· Meios políticos
Ocorrem no seio das organizações internacionais e são utilizados para a resolução de conflitos mais graves, que geralmente representam uma ameaça à paz. A ONU tem papel de destaque, principalmente pela atuação do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral.
Podem atuar emitindo resoluções e recomendações, bem como utilizando a força militar que tem em seu favor.
· Meios jurídicos:
Diferenciam-se dos demais pelo seu caráter obrigatório entre as partes.
→ Arbitragem
A arbitragem é um meio de jurisdição provisória, pois o Tribunal arbitral é instituído para um fim específico,para a resolução de um questionamento de uma das partes. A outra parte discorda da interpretação dada à questão, e assim se instaura um conflito entre os Estados para saber qual a correta interpretação da cláusula. Isto é mais corriqueiro do que se imagina, e também é considerado como uma controvérsia internacional passível de aplicação dos mecanismos que veremos a seguir.
A decisão emanada por este Tribunal tem a mesma força que a dos Tribunais Internacionais. Quando as partes optam por esse meio de resolução de conflitos, elas celebram um pacto de compromisso arbitral, no qual se comprometem a cumprir a decisão, sob pena de incorrerem em ilícito internacional e por ele serem responsabilizados.
→ Solução Judicial
Submeter-se à jurisdição das Cortes Internacionais é uma faculdade das partes. Porém, a partir do momento em que elas as reconhecem, sujeitam-se às decisões proferidas, as quais se tornam obrigatórias, como a de qualquer outro Tribunal.
→ O Estado em face do Direito Internacional Público
O Estado é conceituado pela doutrina como uma entidade com poder soberano para governar um povo em um território determinado.
→ CONCEITOS GERAIS. O direito internacional e o Direito nacional. O direito internacional público. O direito internacional privado.
→ Introdução
O direito internacional é também denominado “direito das gentes”, denominação que advém da designação do direito francês droit des gens, ou também conhecido no direito anglo-saxão como Law of nations.
→ Conceito de Direito Internacional Público
É a especialidade do direito que estabelece regras e promove o estudo das normas – consuetudinárias e convencionais -, que administram vínculos de direitos e deveres coletivos, mediante tratados, convenções, acordos entre as nações e cuida das relações existentes entre Estados soberanos, Organizações Internacionais Intergovernamentais, pessoas e os demais entes de Direito Internacional. É um ramo que disciplina relações de coordenação e não de subordinação, pois os Estados são igualmente soberanos.
→ Fundamento do Direito Internacional Público
Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as relações entre Estados soberanos. O direito internacional público repousa sobre o consentimento. Os povos – assim compreendidas as comunidades nacionais, e acaso, ao sabor da história, conjunto ou frações de tais comunidades – propendem, naturalmente, à autodeterminação. Os Estados não se subordinam senão ao direito que livremente reconhecem ou construíram.
→ Direito Internacional Privado
É a especialidade do direito que regula e promove o estudo de um conjunto de regras que determinam qual o direito material aplicável às relações jurídicas particulares, sejam elas entre pessoas físicas (exemplo: divórcio) e/ou jurídicas (exemplo: comércio) de direito privado, ou ainda estabelecem qual a jurisdição competente, em todos os casos, para dirimir qualquer conflito que tenha conexão internacional.
→ TEMAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL INTERNACIONAL
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - Independência nacional;
II - Prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - Não-intervenção;
V - Igualdade entre os Estados;
VI - Defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo (vide art. 5º, XLII);
IX - Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
Pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, o Brasil impõe uma restrição à sua própria soberania, pois não se pode falar em colaboração sem uma limitação. A tão comentada participação do Brasil no comando de uma força militar na missão de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti, desde junho de 2004, leva em consideração a sujeição a este princípio.
X - Concessão de asilo político.
O direito de asilo é um direito do Estado, e não um direito subjetivo do refugiado. Assim, apesar da previsão constitucional, o Brasil pode não o conceder, se o considerar inconveniente diante do caso concreto. É uma forma de manifestação da soberania.
Deve-se lembrar, no entanto, que a concessão de asilo político está em consonância com a proteção dos Direitos Humanos, pois cuida da defesa de uma pessoa em face da tirania e arbitrariedade de um Estado.
→ Globalização e o sistema normativo internacional
Definimos a globalização como um processo de progressivo aprofundamento da integração entre as várias partes do mundo, especialmente nos campos político, econômico, social e cultural, com vistas a formar um espaço internacional comum, dentro do qual bens, serviços e pessoas circulem da maneira mais desimpedida possível.
A rigor, a globalização é um fenômeno recorrente na história da humanidade, experimentando momentos de maior intensidade, como nas Grandes Navegações, na Revolução Industrial e na década de noventa do final do século passado, após a Guerra Fria.
Na acepção mais comum na contemporaneidade, refere-se ao forte incremento no ritmo da integração da economia mundial nos últimos anos.
A globalização na atualidade sustenta-se em fenômenos como o vigoroso desenvolvimento ocorrido no campo da tecnologia da informação e comunicação (TIC), que inclui franca difusão de suas ferramentas, disponibilizadas para um número cada vez maior de pessoas.
Fundamenta-se também na ampla propagação e adoção de valores comuns nos campos político e econômicos em vários Estados, como o Estado Democrático de Direito e a economia de mercado.
Características:
· Aumento nos fluxos de comércio internacional;
· Investimento estrangeiro direito;
· Acirramento da concorrência no mercado internacional;
· Maior interdependência entre os países;
· Redefinição do papel do Estado;
· Soberania.
No entanto, após os atentados de 11 de setembro de 2001 e a crise econômica vivida nas primeiras décadas do século XXI, observa-se relativo arrefecimento nas ações voltadas a promover a formação de um grande mercado mundial, afetando iniciativas ligadas ao livre comércio e à integração regional. Com redução, inclusive, do emprego da palavra “globalização”.
→ SISTEMA CONSTITUCIONAL INTERNACIONAL:
· Objetivo: proteção internacional dos direitos humanos
· Primeiros precedentes históricos do processo de internacionalização dos direitos humanos:
· O Direito Humanitário
· A Liga das Nações
· Organização Internacional do Trabalho
→ Direito Humanitário
É o direito que se aplica na hipótese de guerra, com o objetivo de fixar limites à atuação do Estado e assegurar a observância de direitos fundamentais.
· Objetivo: proteger, em caso de guerra, militares postos fora de combate (feridos, náufragos, prisioneiros) e a população civil.
· O Direito Humanitário está associado, sobretudo, à ação da Cruz Vermelha
· Convenção de Genebra de 1864.
· Fonte: quatro Convenções de Genebra de 1949.
→ Liga das Nações
· Convenção da Liga das Nações de 1920
· Criada após a Primeira Guerra Mundial
· Necessidade de relativização da soberania dos Estados
· Finalidade: promover a cooperação, paz e segurança internacional, condenando agressões externas contra a integridade territorial e independência de seus membros.
· Continha previsões genéricas relativas aos direitos humanos;
· Dispositivos que estabeleciam sanções econômicas e militares a serem impostas pela comunidade internacional contra Estados que violassem suas obrigações.
→ Organização Internacional do Trabalho
· Criada após a Primeira Guerra Mundial;
· Finalidade: promover padrões internacionais de condições de trabalho e bem estar.
· Fundada em 1919 para promover a justiça social.
· A OIT é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.
· A missão da OIT é promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. 
· Para a OIT,o trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.
· As normas internacionais do trabalho são apoiadas por um sistema de controle que é único no nível internacional e que ajuda a assegurar que os países implementem as convenções que ratificam. A OIT examina regularmente a aplicação de normas nos Estados membros e aponta as áreas onde elas poderiam ser melhor aplicadas. Se houver algum problema na aplicação das normas, a OIT procura ajuda os países através do diálogo social e da assistência técnica.
· A OIT desenvolveu diversos meios para supervisionar a aplicação das convenções e recomendações na lei e na prática, a partir de sua aprovação pela Conferência Internacional do trabalho e ratificação pelos países.
→ A INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS → O PÓS GUERRA
· A consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos surge em meados do século XX;
· Decorrência da Segunda Guerra Mundial;
· É resposta às violações de direitos humanos da era Hitler
· O processo de internacionalização dos Direitos Humanos pressupõe a delimitação da soberania estatal.
· É a reconstrução de um novo paradigma, diante do repúdio internacional às atrocidades cometidas no Holocausto.
· Os Direitos Humanos tornam-se uma legítima preocupação internacional com o fim da Segunda Guerra Mundial.
· Tribunal de Nuremberg → 1945 a 1946.
· O Tribunal de Nuremberg aplicou fundamentalmente o costume internacional para a condenação criminal de indivíduos envolvidos na prática de crime contra a paz, crime de guerra e crime contra a humanidade.
→ Tribunal de Nuremberg 
· Ao aplicar o costume internacional, argumentou o Tribunal de Nuremberg:
“O Direito de guerra deve ser encontrado não apenas nos Tratados, mas nos costumes e nas práticas dos Estados”.
→ A Carta das Nações Unidas de 1945
· Finalidade das Nações Unidas: manutenção da paz, cooperação internacional no plano econômico, social e cultural; o alcance de um padrão internacional de saúde, a proteção ao meio ambiente, a criação de uma nova ordem econômica internacional e a proteção internacional dos direitos humanos.
· Órgãos das Nações Unidas:
1. Assembleia Geral;
2. Conselho de Segurança;
3. Corte Internacional de Justiça, composta por 15 juízes;
4. Conselho de Tutela e o Secretariado;
5. Conselho Econômico e Social.
Artigo 55:
“As Nações Unidas favorecerão:
c) o respeito universal e efetivo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.”
· A Carta consolida o movimento de internacionalização dos direitos humanos.
· A relação de um Estado (país) com seus nacionais passa a ser uma problemática internacional, objeto de instituições internacionais e do direito internacional.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Em 1948, a DECLARAÇÃO UNIVERSAL vem a definir e fixar o elenco dos direitos e liberdades. 
→ A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada em 10 de dezembro de 1948, aprovada pela Resolução n. 217 A (III), pela aprovação unânime de 48 Estados, com 8 abstenções.
→ A Declaração Universal de 1948 objetiva delinear uma ordem pública fundada no respeito à DIGNIDADE HUMANA.
→ Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948:
· Consagra valores básicos universais,
· Ideia da universalidade dos direitos humanos
· Indivisibilidade destes direitos.
→ A concepção universal dos direitos humanos sofre resistência dos adeptos do movimento do relativismo cultural. 
Para os relativistas, a noção de direitos está estritamente relacionada ao sistema político, econômico, cultural, social e moral vigente em determinada sociedade.
→ Qual o valor jurídico da Declaração Universal de 1948?
· A Declaração não é um tratado;
· Foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas sob a forma de resolução que, por sua vez, não apresenta força de lei;
· O propósito da Declaração é promover o reconhecimento universal dos direitos humanos e das liberdades fundamentais;
→ A Corte Internacional de Justiça (CIJ)
A Corte Internacional de Justiça, como órgão judicial da Organização das Nações Unidas que o é, tem obtido o reconhecimento de ser o mais importante tribunal judiciário perante a sociedade internacional.
A qualidade de Estado-membro das Nações Unidas faz com que este mesmo Estado seja parte aderente ao Estatuto da CIJ.
A CIJ mantém sua sede em Haia, Holanda, tendo como línguas oficiais o inglês e o francês
A Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), em seu art. 7º, classifica a CIJ como órgão da organização internacional, descrevendo-a em seu artigo 92 como principal órgão judiciário das Nações Unidas.
O Estatuto da Corte Internacional de Justiça, nos dizeres da Carta da ONU, é parte integrante deste Instrumento Internacional, razão pela qual os Estados-membros da ONU ao Estatuto da Corte encontram-se submetidos.
A Corte Internacional de Justiça não representa o único tribunal a que podem se submeter os estados parte da ONU, posto que sua citação, pela Carta da organização, é feita como sendo o “principal” órgão judicial das Nações Unidas, não o único.
Como decorrência da colocação da Corte Internacional de Justiça como órgão da ONU, não poderá ela (CIJ) vir a decidir com base em tratados não registrados perante o Secretariado da ONU.
Composição da CIJ:
· 15 juízes, não podendo 2 deles serem do mesmo país;
· Mandatos de 9 anos, renováveis.
· São beneficiários de imunidades idênticas às asseguradas aos representantes diplomáticos dos Estados
· Cabível suas demissões por deliberação unânime da Corte.
A Assembleia Geral e o Conselho de Segurança, por deliberação de maioria absoluta, elegem os juízes da Corte, dentre os nomes constantes das listas formuladas pelos países integrantes da Corte Permanente de Arbitragem da ONU. Não sendo o país parte da corte permanente de arbitragem, poderá indicar nomes para a composição da CIJ.
A decisão dada pela corte será prolatada não por um juiz relator, mas sim a partir do projeto de julgamento de cada juiz que tenha dele participado.
Elege-se, em seguida, uma comissão, composta de 2 juízes, incumbida de elaborar a redação final, tendo, também, a participação do Presidente da CIJ.
A sentença é definitiva e inapelável, passível de execução pelo Conselho de Segurança da ONU.
A Corte possui competência contenciosa e consultiva em que somente os Estados podem ser parte em questões levadas a ela.
O Estado autor de uma demanda submete-se à jurisdição da Corte pelo fato de ajuizar o pedido inicial, mas o Estado réu não está obrigado a aceitar a jurisdição da CIJ, a não ser que tenha aceitado a “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória”.
Alguns países estabeleceram limites ratione materiae.
Os Estados podem celebrar um tratado bilateral, submetendo certo litígio à Corte.
Os acórdãos da CIJ são definitivos e obrigatórios com base no princípio pacta sunt servanda.
→ Processo de transformação da Declaração de 1948 em tratados (slide 47)
Prevalece, então, o entendimento de que a Declaração deveria ser transformada em tratado internacional, para que fosse juridicamente obrigatória e vinculante no âmbito do Direito Internacional. 
→ Estrutura normativa do sistema global de proteção internacional dos Direitos Humanos
Começou em 1949 e foi concluído apenas em 1966, com a elaboração de dois tratados internacionais distintos: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
→ CARTA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
A partir da elaboração desses Pactos forma-se a Carta Internacional dos Direitos Humanos, integrada pela Declaração Universal de 1948 e pelos dois Pactos Internacionais de 1966.
→ Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
· Aprovado em 1966 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos;
· Resolução 220-A (XXI) da Assembleia geral das nações Unidas de 16/12/1966;
· Entrou em vigor em 1976
→ Pacto Internacionaldos Direitos Civis e Políticos:
· Direito à vida;
· O direito de não ser submetido à tortura ou a tratamentos cruéis;
· O direito à liberdade;
· Estabelece um sistema de monitoramento e implementação desses direitos;
· Direitos tem autoaplicabilidade
→ Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos:
· Adotado em 16 de dezembro;
· Petições individuais a serem apreciadas pelo Comitê de Direitos Humanos;
· Permite ao indivíduo apresentar petições denunciando violações de direitos enunciados no Pacto
→ Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais:
· Aprovado em 1966 pela Assembleia Geral das nações Unidas;
· Entrou em vigor em 1976;
· Direitos sociais, econômicos e culturais;
· Direitos condicionados a atuação do Estado;
· Normas programáticas.
→ Demais convenções de Direitos Humanos
· Convenção internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial;
· Adotada pela ONU em 21 de dezembro de 1965;
· Ratificada pelo Brasil em 27/03/1968
· Precedentes históricos: ressurgimento de atividades nazifascistas na Europa.
· Convenção sobre eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher:
· Objetivo: eliminar a discriminação e assegurar a igualdade;
· Adotada pela Resolução 34/180 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 18/12/1979;
· Ratificada pelo Brasil em 01/02/1984.
· Convenção contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes:
· Adotada pela ONU em 28 de setembro de 1984;
· Em novembro de 2004, contava com 139 Estados-partes;
· Ratificada pelo Brasil em 28/09/1989.
· Convenção sobre os direitos da criança
· Adotada pela Resolução L 44(XLIV) da Assembleia geral das Nações Unidas em 20/11/1989.
· Ratificada pelo Brasil em 24/09/1990.
· Convenção para prevenção e repressão ao crime de genocídio
· Adotada pela Resolução 260-A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 09/12/1948;
· Ratificada pelo Brasil em 04/09/1951.
· Tribunal Penal Internacional
· Em 17 de julho de 1998, na Conferência de Roma, foi aprovado o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, por 120 votos favoráveis e 7 contrários (China, Estados Unidos, Filipinas, Índia, Israel, Sri Lanka e Turquia).
· O Brasil ratificou em 20 de julho de 2002.
· Objetivo de assegurar o fim da impunidade para os mais graves crimes internacionais;
· A jurisdição do Tribunal Internacional é adicional e complementar à do Estado;
· Composto de 18 juízes.
· Em 2004 houve a instauração de duas investigações na África: Uganda e Congo.
→Sistema regional
→Convenção americana de direitos humanos ou Pacto de San José da Costa Rica.
· Foi assinada em San José, Costa Rica, em 22/11/1969, entrando em vigor em 1978.
· Apenas Estados-membros da Organização dos Estados Americanos têm o direito de aderir à Convenção americana.
· Ratificada pelo Brasil em 25/09/1992.
→CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
→05 DE OUTUBRO DE 1988
Art. 1º: Fundamentos da República Federativa do Brasil:
III – dignidade da pessoa humana.
Art. 4º: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
II – Prevalência dos direitos humanos.
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos:
Direitos Fundamentais e Tratados Internacionais
Parágrafo 2º do Artigo 5º da Constituição Federal:
Prevê que os direitos e garantias expressos no texto constitucional não excluem outros decorrentes dos tratados de que seja parte a República Federativa do Brasil.
Emenda Constitucional 45/04
Artigo 5º, parágrafo 3º:
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do congresso nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes a emendas constitucionais.
Artigo 5º, parágrafo 4º:
O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Competência da Justiça Federal
Art. 109, parágrafo 5º:
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
→ Tratados e atos internacionais e incorporação com status ordinário ou constitucional
→ Tratado de Direitos Humanos: atos normativos infraconstitucionais
A emenda n. 45/2004 concedeu ao Congresso Nacional, somente na hipótese de tratados e convenções internacionais que versem sobre Direitos Humanos, a possibilidade de incorporação com status ordinário – Constituição Federal – art. 49, I.
→ Tratamento de Direitos Humanos: equivalentes a emendas constitucionais.
Artigo 5º, parágrafo 3º.
→ Tratados Internacionais e controle de constitucionalidade
Na hipótese do parágrafo 3º, do artigo 5º, pelo qual a Emenda Constitucional n. 45/2004, 
i. Tratados de Direitos Humanos serão equivalentes às emendas constitucionais.
ii. Plenamente possível ao STF a análise de constitucionalidade.
→ Observações:
É salutar deixar consignado que o sistema internacional de proteção aos direitos humanos não visa substituir o sistema nacional de cada país, mas sim apenas complementá-lo, apresentando parâmetros mínimos a serem observados, de acordo com as normas internacionais.
O Estado continua a ser o responsável pela proteção aos direitos humanos, porém se encontra vinculado a preceitos mínimos do sistema internacional de proteção aos direitos humanos, aos quais livremente aderiu. Fica cristalino, portanto, o caráter subsidiário dos pactos internacionais, que podem (e devem) ser complementados e efetivados pela legislação nacional.
BIBLIOGRAFIA
Grimone, Marcelo José. Os movimentos sociais e os Direitos Humanos. Dissertação apresentada na Faculdade de Direito da USP para obtenção do Título de Mestre.
Moraes, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 23ª edição, 2018.
Piovesan, Flávia. Direitos Humanos e do Direito Constitucional Internacional. São Paulo: Max Limonad, 2019.
Rangel, Vicente Marotta. Direito e Relações Internacionais. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 
ELEMENTOS DO CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
ATORES PARA OS CLÁSSICOS → Estados e Organizações Internacionais
ATORES (ENTENDIMENTO MODERNO) 
· Estados;
· Organizações Internacionais;
· Indivíduos;
· Organizações não-governamentais
MATÉRIA A REGULAR → Relações Interinstitucionais, envolvendo Estados e Organizações Internacionais
OBJETO
· Reduzir a anarquia na sociedade internacional e delimitar as competências de seus membros;
· Regular a cooperação internacional;
· Conferir tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir importância;
· Satisfazer interesses comuns dos Estados;
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Uma das mais evidentes vertentes do Direito Internacional na atualidade é a da regulamentação da cooperação Internacional
Exemplo do funcionamento da cooperação internacional refere-se à energia atômica, cujo uso para fins não pacíficos pode provocar problemas em escala global. 
A JURISDIÇÃO INTERNACIONAL 
A Regra é a que os Estados não são automaticamente jurisdicionáveis perante as cortes e tribunais internacionais
Em princípio, os mecanismos de jurisdição internacional vinculam apenas os Estados que celebram os tratados que os criaram ou que aceitaram se submeter às suas expectativas.
Por fim, a maioria dos órgãos internacionais ainda não permite que sujeitos que não sejam Estados ou organizações internacionais participem de seus procedimentos. Entretanto, há exceções, como a Corte Europeia de Direitos Humanos, que abre a possibilidade de que um indivíduo processe umEstado europeu pela violação de seus direitos fundamentais, ou o Tribunal Penal Internacional, que julga pessoas naturais acusadas de crimes contra a humanidade.
Nas Américas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos pode receber reclamações diretas de indivíduos (“petições individuais”) contra violações de seus direitos.
A SANÇÃO NO DIREITO INTERNACIONAL 
O Direito Internacional também inclui a possibilidade de imposição de sanções contra aqueles que violem as normas internacionais.
Parte das críticas ao Direito Internacional refere-se à relativa dificuldade de aplicar sanções aos Estados que descumpram as normas internacionais. Principalmente à ausência de órgãos internacionais centrais encarregados da tarefa, assim como o fato de que a aplicação dessas sanções normalmente depende da articulação entre os Estados.
Instrumentos de Sanção: envio de tropas pela ONU, expulsão de diplomatas, reparações financeiras e retaliações comerciais.
 Fundamentos do Direito Internacional 
· I Teoria voluntarista 
Fundamenta a existência do Direito Internacional na vontade dos Estados. 
· II Teoria objetivista 
O Direito Internacional tem suas próprias regras, princípios e costumes que são independentes da vontade dos Estados.
Direito Internacional e direito interno: teorias em confronto.
Para os dualistas o direito internacional e o direito nacional são sistemas rigorosamente independentes e distintos, de tal modo que a validade jurídica de uma norma interna não se condiciona à sua sintonia com a ordem internacional.
Já os Monistas internacionalistas sustentam a unicidade da ordem jurídica sob o primado do direito internacional, a que se ajustariam todas as ordens internas.
Para os Monistas de vertente nacionalista defende o primado do direito nacional de cada Estado soberano e a adoção dos preceitos do direito internacional aparece como faculdade discricionária.
→Princípios do direito internacional público
Introdução.
Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as relações entre Estados soberanos, do direito internacional público – ou direito das gentes, no sentido de direito das nações – repousa sobre o consentimento. Os povos – assim compreendidas as comunidades nacionais, e acaso, ao sabor da história, conjunto ou frações de tais comunidades – propendem, naturalmente, à autoderminação. Organizam-se, tão cedo quanto podem, sob a forma de Estados, e ingressam numa comunidade internacional carente de estrutura centralizada.
A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (23/05/1969) aponta a importância cada vez maior dos tratados como fonte do direito internacional e como meio de desenvolver a cooperação pacífica entre as nações, reconhece os princípios do livre consentimento e da boa-fé e a regra pacta sunt servanda.
Soberania. A vontade singular de um Estado soberano somente sucumbe para dar lugar ao primado de outras vontades reunidas quando aquele mesmo Estado tenha, antes, abonado a adoção de semelhante regra, qual sucede no quando das organizações internacionais, a propósito de questões de importância secundária.
Igualdade soberana dos Estados é um postulado jurídico. 
Boa-fé no cumprimento das obrigações internacionais.
Princípio do pacta sunt servanda
O tratado encontra seu fundamento no princípio pacta sunt servanda, ou seja, o que foi pactuado deve ser cumprido.
→Fontes do direito internacional. O sentido de fontes do Direito. Os tratados internacionais. O costume. Os princípios gerais do direito. A doutrina. A jurisprudência.
Noções Gerais e rol das Fontes de Direito Internacional Público.
Fonte, tecnicamente, é a origem primária do direito, são elementos reais que determinam o surgimento das regras jurídicas. 
Há uma diferença entre fontes formais e materiais. As primeiras (formais) são imediatas, mais próximas, enquanto que as demais são mediatas e, portanto, mais distantes, condicionadas pelos chamados fatores do direito, referindo-se a componentes éticos, sociológicos, históricos que servem de substrato para a criação do conteúdo da norma do direito.
O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO não se ocupa das fontes materiais, que serão objeto de estudo da filosofia do direito, mas das fontes formais, que estão escritas como um referencial no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (também conhecida como Corte de Haia).
São fontes primárias as convenções internacionais, o costume internacional e os princípios gerais do direito. 
São fonte secundárias, ou meio auxiliares, a jurisprudência, a doutrina e a equidade, sob certas condições.
Esse rol não é taxativo, pois existem outras que não estão ali relacionados, como os atos unilaterais de natureza normativa e as decisões proferidas na esfera das Organizações Internacionais Intergovernamentais.
1 – Costume Internacional.
É um conjunto de regras que são criadas espontaneamente pelos sujeitos de direito internacional público, convalidadas pelo uso repetido e uniforme nas relações internacionais, que constituem obrigação entre as partes, como uma norma não escrita e, se internacionalmente admitidas, têm eficácia erga omnes, atingindo, inclusive, Estados e Organizações Internacionais não-participantes.
O Costume advém da prática reiterada de um determinado ato com plena convicção de sua necessidade.
No conceito de costume, nota-se a presença de dois elementos para sua consideração: um elemento objetivo, caracterizado pelo uso repetido, constante e uniforme de tais regras nas relações exteriores; e um elemento subjetivo, evidenciado pela convicção das partes de que a conduta realizada é a mais adequada no plano internacional.
Para se configurar como costume, o uso deverá estar em conformidade com a moral e com a ordem pública, confundindo-se mesmo com a própria ideia de justiça.
Nas relações internacionais, o costume é muito mais amplo, sendo capaz, inclusive, de vincular partes não copactuantes, desde que internacionalmente reconhecido.
Prova do Costume: atos estatais. A parte que alega em seu prol certa regra costumeira deve provar sua existência e sua oponibilidade à parte adversa. Busca-se ainda a prova do costume na jurisprudência internacional e, observa-se a metodologia própria, até mesmo no teor dos tratados e na crônica dos respectivos trabalhos preparatórios.
Fundamento do costume: a doutrina e a Corte
2 – Princípios Gerais do Direito
São proposições que determinam regras de utilidade genérica e indicam a direção a ser seguida, mediante preceitos públicos e notórios sobre o direito, que servem de sustentação na formação das decisões internacionais.
São regras que se impõe a todos os Estados, qualquer que seja o seu grau de civilização e por eles obedecido.Princípios gerais do direito → indicam a direção a ser seguida
3 – Jurisprudência Internacional
É a coletânea de decisões uniformes e reiteradas dos tribunais internacionais, sobre um determinado assunto, num dado sentido, resultantes do emprego de normas a casos que sejam semelhantes. Como exemplo podemos citar as deliberações da Corte Internacional de Justiça, do Tribunal Penal Internacional, dos Tribunais Especiais da ONU etc.
4 – Doutrina Internacional
É formada por um conjunto de estudos, pareceres, consignados em obras, tais como livros, artigos, e que estabelecem teorias ou interpretações acerca do direito internacional.
5 – Equidade e Analogia
Uma decisão proferida com justiça, com equilíbrio entre as partes.
Parece generalizada a convicção de que a equidade pode operar tanto na hipótese de insuficiência da norma de direito positivo aplicável quanto naquela em que a norma, embora bastante, traz ao caso concreto uma solução inaceitável pelo senso de justiça do intérprete.
6 – Atos unilaterais de natureza normativa.
O artigo 38 do Estatuto da Corte não menciona os atos unilaterais entre as fontes possíveis do direito internacional público.
Todo Estado, entretanto, pode eventualmente produzir ato unilateral de irrecusável natureza normativa, cuja abstração e generalidade sirvam para distingui-lo do ato jurídico simples e avulso. Nesta categoria, de resto, inscrevem-seas centenas de diplomas legais que se promulgam, a cada dia, no interior das diversas ordens jurídicas nacionais, e que, na sua quase-totalidade, não interessam ao direito internacional. No entanto, o ato normativo unilateral – assim chamado por promanar da vontade de uma única soberania – pode causalmente voltar-se para o exterior, em seu objeto, habilitando-se à qualidade de fonte do direito internacional na medida que possa ser invocado por outros Estados em abono de um vindicação qualquer, ou como esteio da licitude de certo procedimento.
Por exemplo, no caso de definição da dimensão do mar territorial por um Estado. Para ser considerado fonte é essencial que o ato unilateral seja de conhecimento da sociedade internacional e que exista a intenção do Estado que praticou em se obrigar.
Exemplo. Com o Decreto imperial n. 3749, de 07 de dezembro de 1866, o Brasil fraqueou as águas do Amazonas à navegação comercial de todas as bandeiras, instaurando um regime até hoje subsistente em suas linhas gerais.
7 - Tratado.
· Conceito. Tratado é todo acordo formal concluído entre pessoas jurídicas de direito internacional público, e destinado a produzir efeitos jurídicos.
Terminologia. A análise da experiência convencional brasileira ilustra, quase que à exaustão, as variantes terminológicas de tratado cabíveis em português: acordo, ajuste, arranjo, ata, ato, carta, código, compromisso, constituição, contrato, convenção, convênio.
→ Formalidade. O tratado é um acordo formal: ele se exprime, com precisão, em determinado momento histórico, e seu teor tem contornos bem definidos. Essa formalidade implica, por outro lado, a escritura.
→Atores: As partes, em todo tratado, são necessariamente pessoas jurídicas de direito internacional público: tanto significa dizer os Estados soberanos – aos quais se equipara, como visto, a Santa Sé – e as organizações internacionais. 
Não têm personalidade jurídica de direito das gentes, e carecem, assim, por inteiro, de capacidade para celebrar tratados, as empresas privadas, pouco importando sua dimensão econômica e sua eventual multinacionalidade.
→Efeitos jurídicos dos tratados. A produção de efeitos de direito é essencial ao tratado, que não pode ser visto senão na sua dupla qualidade de ato jurídico e de norma.
· O acordo formal entre Estados é o ato jurídico que produz a norma, e que, justamente por produzi-la, desencadeia efeitos de direito, gera obrigações e prerrogativas, caracteriza enfim, na plenitude de seus dois elementos, o tratado internacional.
· É conhecida em direito das gentes a figura do gentlemen´s agreement, que a doutrina uniformemente distingue do tratado, sob o argumento de não haver ali um compromisso entre Estados, à base do direito, mas um pacto pessoal entre estadistas, fundado sobre a honra, e condicionada, no tempo, à permanência de seus atores no poder.
· O gentlemen´s agreement não é um tratado pela razão elementar de que os contratantes não são pessoas jurídicas de direito internacional. Não são Estados soberanos.
· Regência do direito Internacional. O tratado é um compromisso celebrado por escrito entre Estados e regido pelo direito internacional
· Base Instrumental. O tratado internacional pode materializar-se em duas ou mais peças documentais distintas: 
a) Troca de notas: meio de comunicação
b) Troca de notas: um método negocial.
BIBLIOGRAFIA
Rezek, Francisco. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva,2018
1) Representação das partes nos Tratados.
1.1 – Estados.
Competência Negocial: Todo Estado Soberano tem capacidade para celebrar tratados, e igual capacidade costumam ter as organizações internacionais.
Chefe de Estado/Governo: é o representante originário do Estado. A Convenção de Viena sobre Tratados (1969) não estabelece nenhuma distinção entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo na celebração do instrumento.
No Brasil, o artigo 84 atribui ao Presidente da República competência privativa, tanto de natureza de Chefe de Estado (representante da República Federativa do Brasil nas relações internacionais), como Chefe de Governo (prática de atos políticos)
Plenipotenciário: é o representante derivado do Estado. Possui qualidades representativas amplas e deve ser portador de “carta de plenos poderes”. No Brasil, tal mandato dever ser assinado pelo Presidente da República e chancelado pelo Ministro das Relações Exteriores.
Delegações Nacionais: são representantes derivados do Estado. Formada por um grupo de negociação em missão especial, composto, geralmente, de diplomatas, mas não necessariamente. Há um chefe, que possui a “carta de plenos poderes” com exclusividade.
Ministro das relações exteriores. É o representante intermediário do Estado. Suas prerrogativas são presumidas desde o momento em que foi investido na função pelo Chefe de Estado/Governo.
1.2 - Organizações internacionais intergovernamentais.
A representação originária é do Secretário Geral. E os altos funcionários constituem a representação derivada, com poderes que foram delegados pelo Secretário Geral.
2) Negociação nos Tratados
2.1 – Iniciativa: quem demonstra interesse, mediante a comunicação através de ofício ou nota.
2.2 – Idioma: pode ser escolhido pelas partes, havendo a possibilidade até de existir mais de um. 
Ex. Tratado Brasil e Polônia, sobre Transportes Marítimos foi celebrado em Português, Inglês e Polonês, e o artigo 10 estabelece que se houver divergência, deverá prevalecer o inglês.
No que tange ao idioma dos tratados, é possível analisar a existência de duas versões: uma autêntica, que é elaborada no decorrer das negociações e outra oficial. Ex. A Carta de São Francisco, que criou a ONU possui cinco versões autênticas (chinês, russo, inglês, francês e espanhol). E versões oficiais como o português, de responsabilidade do Brasil. 
2.3 – A regra é o local do proponente, quem avocou a iniciativa.
3) Expressão do Consentimento nos Tratados.
3.1 – Assinatura. Manifestação da faculdade que tem o pactuante de livremente atribuir um vínculo. É pela assinatura que se pressupõe a autenticidade do texto e é ela que indica o termo das negociações, pois sua aposição significa que todas as fases antecedentes para sua constituição foram cumpridas, esgotando-se os entendimentos sobre o objeto do tratado. No entanto, o vínculo entre as partes ainda não existe, pois está configurada apenas uma debilitada e temporária aceitação das cláusulas pactuais textualmente consignadas.
3.2 – Adesão – procedimento em que há uma aceitação a um tratado que já se encontra em vigor. 
3.3 - A definição se caracteriza por ser uma conduta por meio da qual um Estado transmite às demais partes que, uma vez tendo sido cumpridos todos os seus procedimentos internos, o tratado já se encontra em vigor no seu território.
3.4 – A denúncia é a determinação unilateral de um pactuante de que o compromisso não vale mais para si.
3.5 – As reservas nada mais são do que ressalvas, restrições que são registradas quando da manifestação do consentimento do pactuante do tratado.
4 – Registro dos Tratados.
 O registro de um tratado serve para dar conhecimento de seu conteúdo e dos integrantes que o celebraram a terceiros, que dele não fizeram parte.
5 – Extinção dos Tratados
Poderá extinguir por condição resolutiva, por distrato, expiração do termo, perda do objeto, por tratado posterior.
→Processo de elaboração dos Tratados
→Condições de Validade
Para que possa efetivamente existir e vincular condutas na sociedade internacional, o tratado requer a observância de certas condições:
· Capacidade das partes;
· Habilitação de seus agentes;
· Objeto lícito;
· Consentimento regular
→PROCEDIMENTO BÁSICO DE RATIFICAÇÃO DOS TRATADOS NO BRASIL
· Presidente da República, após assinatura do tratado por ele ou por qualquer representante legitimado, envia ao Congresso Nacional uma cópia do instrumento, em versão oficial, acompanhada de uma mensagem, requerendo sua aprovação;
· A seguir, o Congresso Nacional recebe. Tanto a Câmara quanto o Senado possuem comissões especializadas cujos pareceres precedem a votação

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