Buscar

Teoria e História da Restauração e Conservação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
TÉCNICAS RETROSPECTIVAS
Aula 03: Teoria e história da restauração e conservação
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração
A noção de historicidade evoluiu lentamente com base no Renascimento, 
quando despertou-se o interesse pelas construções da antiguidade.
A partir do séc. XVIII, com o despontar do Iluminismo, a noção de história 
como entendida hoje, começou a se formar. 
No final do séc. XVIII e início do XIX, a desolação com a situação do 
patrimônio artístico pós-revolução, contribuiu para o amadurecimento da 
consciência histórica na França.
Na Grã-Bretanha, as modificações geradas pela industrialização somaram-
se ao sentimento de proteção ao passado arquitetônico, à preservação de 
edifícios notáveis e do meio urbano, despontando movimentos de 
preservação e restauração de monumentos.
(KÜHL, 1998)
Figura: Restauração
Fonte: defender.org.br
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração - Conceito de restauração
O restauro constitui o momento metodológico do reconhecimento 
da obra de arte, na sua consistência física e na sua dupla polaridade 
estética e histórica, com vistas a sua transmissão ao futuro.
(BRANDI apud KÜHL, 1998).
Figura: File gourmet
Fonte: defender.org.br
A conservação-restauro deve ser definida como qualquer 
intervenção direta ou indireta efetuada sobre um objeto ou 
monumento, para salvaguardar a sua integridade física e garantir o 
respeito pelo seu significado cultural, histórico, estético e artístico.
(BRAGA, Márcia, [s./d.])
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814-1879) 
A introdução do método do restauro 
• Arquiteto francês, um dos primeiros teóricos do restauro;
• Revivalista do séc. XIX;
• Profundo conhecedor da arquitetura medieval; 
• Trabalhou restaurações do estilo Gótico;
• Defendia que o restauro deveria respeitar o estilo que lhe fosse próprio, 
assim como sua estrutura;
• Viollet-le-Duc foi um dos primeiros estudiosos a pensar no conceito 
moderno de restauração;
• Opunha-se ao ornamento, buscava a pureza estilística e defendeu a 
vinculação da forma à função e à estrutura;
• Defendia que a restauração refizesse uma obra incompleta, a fim de 
conferir coerência e lógica ao organismo;
• Restaurar um monumento significa dar um valor histórico ao edifício.
Figura: Desenho Violet le Duc
Fonte: Dictionnaire Raisonne-VioletLeDuc
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814-1879) 
“Restaurar um edifício não significa conservá-lo, repará-lo ou refazê-lo, mas sim 
repor na totalidade a sua forma antiga, mesmo que nunca tenha existido assim. 
(…) é necessário situarmo-nos no lugar do arquiteto primitivo e supor o que ele 
faria se voltasse ao mundo e tivesse diante de si o mesmo problema.”
Figura: Capa Dictionnaire Raisonne-VioletLeDuc
Fonte: archive.org
Restauro Estilístico
Principais obras de restauro:
• Basílica de Santa Maria Madalena Vezelay (1840), 
• Notre Dame de Paris (1845); 
• Basílica Saint-Denis (1846) e 
• Castelo de Pierrefonds (1858).
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
John Ruskin (1819-1900) 
O antirrestauro / ruinismo
• Artista e crítico de arte, o inglês foi considerado o principal teórico da 
preservação na Inglaterra no séc. XIX;
• Viveu em uma época de dicotomia entre os antigos costumes sociais e os 
emergentes decorrentes da Revolução Industrial que revelou sua forte 
ligação com a cultura tradicional;
• Combateu o pensamento revivalista de Viollet le Duc;
• Defendeu a arquitetura como ligação ao passado, capaz de assegurar a 
identidade de um povo;
• Acreditava que para manter a história devia-se preservar sua fonte 
intocada, eliminado o risco de ser corrompida; 
• Monumentos são tidos como parte integrante da natureza, defendendo 
que o homem apenas poderia admirar o conjunto sem intervir; 
• Restauro romântico ou antirrestauro.
Figura: Retrato de John Ruskin (1863)
Fonte: Spartacus-educational.com
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
John Ruskin (1819-1900) 
O antirrestauro / ruinismo
• Sua visão fatalista admitia restauro com pouquíssima intervenção, desde 
que invisível;
• Acreditava que não se deveria fazer nada nos edifícios, pois o restauro 
traria a destruição da originalidade e que se deveria respeitar o tempo de 
sua existência sem intervir na obra — a edificação deixada a sua própria 
sorte —, caindo em ruínas;
• Sua abordagem em relação ao patrimônio é romântica, pois vê a 
arquitetura como um acidente na paisagem, sendo o edifício um 
testemunho da passagem do tempo;
• Ao contrário de Violet-le-Duc, via o ornamento como de grande 
importância, imprescindível na beleza arquitetônica, pois dava sentido ao 
que o trabalho artístico humano podia revelar;
• Restauro visão romântica.
Figura: Casa d’Oro, Venice, 1845, , por John Ruskin
Fonte: http://www.thebookoflife.org/
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Camilo Boito (1836-1914) 
O restauro científico 
• Arquiteto italiano, foi restaurador, crítico, historiador, professor, teórico e literato;
• Consagrado pela historiografia da restauração, manteve posição moderada e 
intermediária entre Viollet-le-Duc e Ruskin;
• Elaborou conceitos da teoria contemporânea de restauração, desenvolvendo o 
princípio da conservação com base em diversos instrumentos técnicos e 
modernas tecnologias construtivas — pioneiro do “restauro científico”;
• Defendia a perspectiva da anterioridade e propunha intervenção mínima na 
restauração, admitindo novas adições, como medida extrema, exigindo que essas 
novas intervenções permanecessem diferenciadas da obra antiga, de forma que 
se reconhecessem os acréscimos modernos; 
• Ênfase ao valor documental dos monumentos históricos, procurando preservar a 
validade das diversas fases em seus aspectos originais, conferindo 
distinguibilidade da intervenção.
Figura: Camilo Boito
Fonte: portal-restauracion-upv
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Camilo Boito (1836-1914) 
O restauro científico 
• Três tipos de intervenção: o restauro arqueológico (conservação de monumentos 
da antiguidade), o restauro pictórico (edifícios medievais mantido como aspecto) 
e o restauro arquitetônico (de obras a partir do renascimento); 
• Princípios:
• Diferença de estilos entre o novo e o velho;
• Diferença de materiais de construção;
• Supressão de linhas ou de ornatos;
• Exposição das velhas partes removidas na vizinhança do monumento;
• Incisão de cada uma das partes renovadas, da data da restauração ou de 
um sinal convencionado; 
• Epígrafe descritiva gravada sobre o monumento;
• Descrição e fotografia dos diversos períodos das obras, expostos no 
edifício ou em local próximo a ele, ou ainda descrições em publicações;
• Notoriedade.
Figura: Basílica de Santo Antônio de Pádua, por Tango
Fonte: commons.wikimedia.org
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Alois Riegl (1858-1905) 
O culto moderno dos monumentos 
• Historiador da arte austríaco.
• Contribuiu para a definição e distinção entre monumento e monumento histórico;
• Procurou analisar monumentos atribuindo-os valores históricos, considerando sua 
rememoração e contemporaneidade:
Figura: Basílica deSanto Antônio de Pádua, por Tango
Fonte: commons.wikimedia.org
Rememoração (passado)
• valor da antiguidade: defendendo a continuidade ordenada, onde os aspectos 
antigos se mantenham (em uma visão menos fatalista que Ruskin); 
• valor histórico: representando a fase de criação humana e se manifesta enquanto 
documento relacionado a sua originalidade, respeitando a pátina do tempo; 
• valor evocativo intencionado: tem como propósito a manutenção do monumento 
presente e vivo na consciência para a posteridade. Preconiza a prática da 
intervenção no monumento, ainda que minimamente.
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Alois Riegl (1858-1905) 
Figura: Basílica de Santo Antônio de Pádua, por Tango
Fonte: commons.wikimedia.org
Rememoração (passado)
• valor da antiguidade: defendendo a continuidade ordenada, onde os aspectos 
antigos se mantenham (em uma visão menos fatalista que Ruskin); 
• valor histórico: representando a fase de criação humana e se manifesta enquanto 
documento relacionado a sua originalidade, respeitando a pátina do tempo; 
• valor evocativo intencionado: tem como propósito a manutenção do monumento 
presente e vivo na consciência para a posteridade. Preconiza a prática da 
intervenção no monumento, ainda que minimamente.
Contemporaneidade (presente)
• valor de uso prático: o monumento deve atender às necessidades materiais do homem;
• valor de arte: atende às necessidades do espírito.
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Alois Riegl (1858-1905) 
Figura: Basílica de Santo Antônio de Pádua, por Tango
Fonte: commons.wikimedia.org
O culto moderno dos monumentos
“A natureza afetiva do seu propósito é essencial: não se trata de apresentar, de 
dar uma informação neutra, mas de tocar, pela emoção, uma memória viva. [...] 
A especificidade do monumento deve-se precisamente ao seu modo de atuação 
sobre a memória. Não apenas ele a trabalha e a mobiliza pela mediação da 
afetividade, de forma que lembre o passado fazendo-o vibrar como se fosse 
presente. Mas esse passado invocado, convocado, de certa forma encantado, 
não é um passado qualquer: ele é localizado e selecionado para fins vitais, à 
medida que pode, de forma direta, contribuir para manter e preservar a 
identidade de uma comunidade étnica ou religiosa, nacional, tribal ou familiar”
(CHOAY, 2001, p. 18.)
Restauro moderno.
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Luca Beltrami (1854-1933) 
A evolução do restauro histórico 
• Arquiteto italiano e historiador da Arte; 
• Reabilitação de monumentos de outras épocas (exceto os medievais); 
• Contestação da utilização de critérios gerais, reivindicando a individualidade de cada intervenção; 
• Contraposição da busca de modelos ideais a um rigoroso conhecimento documental, a par de uma 
análise profunda da obra a intervir; 
• Subjetividade presente nas suas intervenções, feita com base em más interpretações críticas das 
fontes consultadas;
• Restauro histórico.
Figura: Luca Beltrami
Fonte: milanoartexpo.com
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Luca Beltrami (1854-1933) 
A evolução do restauro histórico 
• O restauro histórico representou um importante salto qualitativo, face à reintegração 
estilística e à procura de um modelo medieval ideal e utópico, prefigurado na 
individualidade de cada obra a restaurar, exigindo a compilação de documentos para 
o total conhecimento da história e da vivência dos monumentos.
• Em Varsóvia, a reconstrução da cidade, após a invasão nazi, inicia-se com o fim da 
guerra. O significado da cidade, dos seus bairros e dos seus monumentos não podia 
ser abalado. Os fragmentos das casas de habitação da Praça do Castelo foram 
consolidados e reconstruídas tal como eram antes com materiais modernos.
• Restauro histórico. Figura: Praça do castelo - Varsóvia
Fonte: repositorium.sdum.uminho.pt
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A evolução do monumento histórico 
• Engenheiro e arquiteto e historiador da arte italiano; 
• Entendia a cidade como um organismo complexo a ser trabalhado na integra, abordando 
a relação cidade existente com sua expansão e zonas de interesse de preservação;
• Estabelece fundamentação para ações de preservação baseadas no pensamento de 
cunho cultural;
• Reconhece conflitos contemporâneos em relação à preservação dos centros urbanos e 
opõe-se à especulação;
• Publicou centenas de textos abordando temas como a transformação urbana, 
ampliação, adensamento, circulação, coordenação entre a cidade velha e a cidade nova, 
trabalhando as exigências da modernização a expansão e a necessidade de preservar;
• Fundamentou a teoria do restauro e estabeleceu métodos para restauro de obras 
arquitetônicas que tiveram repercussão internacional.
Figura: Retrato de Gustavo Giovannoni
Fonte: tecniarte.wordpress.com
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A evolução do monumento histórico 
• Seus textos deram origem à carta de Atenas, em 1931, um dos mais 
importantes documentos que teoriza os princípios da restauração científica;
• Considerava a formação do arquiteto insuficiente para trabalhar com 
restauração, pois lhes faltava uma formação mais humanista;
• Discutiu o ensino e a formação profissional, pensando um arquiteto integral, 
com domínio da técnica, histórica e artística, com abordagem dos aspectos 
econômicos e jurídicos.
Figura: Gustavo Giovannoni
Fonte: Accademia Nazionale Di San Luca.
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A evolução do monumento histórico 
Figura: Gustavo Giovannoni
Fonte: Accademia Nazionale Di San Luca.
“Giovannoni desempenhou papel fundamental para as teorias 
urbanísticas, em especial para relações entre urbanismos, arquitetura e 
preservação do patrimônio, mostrando sua contribuição para 
estabelecer a fundamentação teórico-metodológica da atuação prática, 
para estruturação da profissão do arquiteto e do urbanista, e para 
questões legislativas.” 
(KÜHL , 2013)
Restauro científico.
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Cesare Brandi (1906-1988) 
Restauro criativo 
• Italiano, crítico de Arte e professor de História da Arte Medieval e Moderna na 
Universidade de Roma, na de Palermo, na de Sapienza em Roma;
• Fundador do Instituto Central de Restauração;
• Considerado pai do restauro contemporâneo;
• Chama atenção de dois momentos do restauro: o do reconhecimento da obra de arte e a 
prática do restauro propriamente dita; 
• Objetos manufaturados devem ser reparados, restituídos ao seu aspecto original; 
• Estética e a história, devem ser consideradas igualmente;
• Só se restaura matéria;
• Tudo deve pertencer a um contexto;
• As reintegrações devem ser reconhecíveis;
• As lacunas devem ser tratadas caso a caso, para atuarem como fundo da obra que é figura; 
• Os acréscimos e as reconstruções devem ser respeitadas, respeitando também a unidade 
da obra de arte.
Figura: Cesare Brandi
Fonte: cesarebrandi.org
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Cesare Brandi (1906-1988) 
Figura: Restauração – La anunciación
Fonte: Atelier des Arts
1º. axioma:“restaura-se somente a matéria daobra de arte”
Estabelece limites para intervenção restauradora, levando em conta que 
apenas a matéria, utilizada com criatividade, que resulta na obra de arte, 
deve ser restaurada. Ou seja, a restauração deve ser realizada sobre a 
matéria degradada, sem interferir ou deturpar o resultado da obra.
2º. axioma: “A restauração deve visar ao restabelecimento da unidade 
potencial da obra de arte, desde que isso seja possível sem cometer um 
falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da 
passagem da obra de arte no tempo”. 
(KÜHL , 2004)
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Cesare Brandi (1906-1988) 
Figura: Cartaz Convenção – Gustavo Giovannoni
Fonte: Accademia Nazionale Di San Luca
Dois aspectos fundamentais para intervenção 
restauradora:
1º. “A integração deverá ser sempre e facilmente 
reconhecível; mas sem que por isto se venha a 
infringir a própria unidade que se visa a reconstruir”.
2º. “Que qualquer intervenção de restauro não torne 
impossível mas, antes, facilite as eventuais 
intervenções futuras” 
(KÜHL , 2004 p.47)
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Salvador Muñoz Viñas (1963 -) 
Restauro criativo 
• Professor titular e atual diretor do Departamento de Conservação e 
Restauração da Universidade Politécnica de Valência, na Espanha;
• Realizou análise das teorias da restauração denominando-as “clássicas”; 
• Atualizou à contemporaneidade o que os teóricos preconizaram e 
consolidaram como regras e verdades ao longo dos dois últimos séculos;
• Identificou os fundamentos da restauração, contextualizando-a do ponto 
de vista cultural. 
• Acredita que as teorias clássicas são limitadas para o escopo atual da 
cultura, considera que nem todos os objetos sujeitos ao restauro são obras 
de arte, a restauração desses bens podem relacionar-se a outros valores 
além do histórico e do artístico – sejam estes ideológicos, afetivos, 
religiosos etc. – não sendo, portanto, inerentes ao próprio objeto ;
Figura: Salvador Munõz Viñas
Fonte: es.academia.edu
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Salvador Muñoz Viñas (1963 -) 
Restauro criativo 
• Crítica aos conceitos da atualidade: princípios como autenticidade, 
objetividade, reversibilidade e ciência aplicada, assim como os critérios da 
mínima intervenção, distinguibilidade e reversibilidade;
• Restauração deve contemplar o maior número possível de formas de 
entender o objeto e atender equilibradamente as suas funções e usuários;
• Coloca o diálogo, a interdisciplinaridade e a sustentabilidade como caminhos 
fundamentais.
Figura: Salvador Munõz Viñas
Fonte: es.academia.edu
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Teoria da restauração e seus principais protagonistas
Outros Teóricos 
Ambrogio Annoni (Milão, 1882-1954) — Aluno de Camillo Boito e Luca Beltrami. Politécnico de Milão;
Paolo Marconi, Roma (1933-2013) — Filho do arquiteto-urbanista Plinio Marconi, colaborador de Giovannoni. 
Professor de Restauração Arquitetônica na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma;
Marco Dezzi Bardeschi (1934-) — Engenheiro e arquiteto;
Paolo B. Torsello (1934-) — Professor de restauração arquitetônica nas universidades de Gênova, Veneza, Ancara 
e Istambul;
Giovanni Carbonara (Roma, 1942) — Arquiteto italiano, historiador e teórico da restauracão.
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Indicação de leitura específica
BRAGA, Márcia. Conservação e restauro. [s./l.], [s./n.],[s./d.]
CHOAY, A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade / Ed. Unesp, 2001.
KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo: 
reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998.
_______________. Cesare Brandi e a teoria da restauração. In: Pós. Revista do 
programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da FAUUSP, 2007, n. 21, p. 
198-211.
_______________. Teoria da restauração/Cesare Brandi. Cotia (SP): Ateliê, 2004.
_______________ . Gustavo Giovanonni – textos escolhidos. São Paulo: Ateliê, 2013.
MUÑOZ VIÑAS, S. (2003) Teoría Contemporánea de la Restauración. 1.ed. Madrid: 
Sintesis. 2004.
Figura: Montagem de Referências Bibliográficas
Fonte: imagens de diversas editoras
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
Indicação de leitura específica
RIEGL, Alöis. O culto moderno dos monumentos [Der moderne Denkmalkultus]. 
Lisboa, Edições 70, 2013.
RUSKIN, John. A lâmpada da memória. Cotia (SP): Ateliê, 2008.
VELLEDA CALDAS, Karen. A restauração em foco: entre mitos e realidades. In: 
Resenhas Online, São Paulo, ano 12, n. 138. 01, Vitruvius, jun. 2013. Disponível em: 
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/12.138/4765>. Acesso 
em 02 jun. 2017.
VIÑAS, Salvador Muñoz. Teoría contemporánea de la restauración. [s./l.], Sintesis, 
2014.
VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. São Paulo, Ateliê, 2001.
Figura: Montagem de Referências Bibliográficas
Fonte: imagens de diversas editoras
AULA 03: TEORIA E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Técnicas retrospectivas
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
Cartas Patrimoniais
• Carta de Atenas: 1933; 
• Documento de Nova Delhi, 1956; 
• Carta de Veneza: 1964; 
• Norma de Quito. Quito: 1967;
• Conferência Geral. Paris: 1968; 
• Compromisso de Brasília (1970); 
• Compromisso de Salvador (1971); 
• Carta de Restauro. Roma: 1972;
• Resolução de São Domingos: 1974; 
• Conferência Geral. Paris: 1976; 
• Carta de Machu Picchu: 1977; 
• Carta de Burra Austrália: 1980; 
• Declaração do México (1985); 
• Carta de Washington (1986); 
• Carta de Mar del Plata: 1997; 
• Carta de Fortaleza: 1997; 
• Carta de Brasília: 2010; 
• Carta de Juiz de Fora: 2010...
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.

Continue navegando