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RESUMO - TEORIA GERAL DO PROCESSO

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Teoria Geral do Processo 
PROFESSOR MÁRCIO VIDAL - SL IDES 
RESUMO FEITO POR LARISSA MAGALHÃES @MILDLINERZERA (SIGA ON INSTAGRAM) 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TGP 
DIREITO E PROCESSO 
 
DIREITO MATERIAL OU SUBSTANCIAL o corpo de princípios 
e regras referentes a fenômenos da vida ordinária de todo dia 
união de duas pessoas para a vida em comum e constituição de 
família, os atos ilícitos causadores de dano a outrem, as 
prestações de serviços, as sociedades em geral, a relação do ser 
humano com o meio ambiente, as relações econômicas de 
consumo, diversos atos de relacionarem etc.. 
 
O DIREITO PROCESSUAL entra em cena quando algum sujeito, 
tendo necessidades das mais diversas, tem que ir ao Juiz Estado 
solicitar uma tutela, alicerçada no direito material, dando início a 
um processo. 
 
O PROCESSO É uma técnica para a solução de conflitos, criada 
a partir da experiência dos que operam nos juízos e tribunais. 
 
Seus institutos são modelados segundo conveniências do exercício 
de funções e atividades muito específicas e reservadas a 
profissionais especializados – e que são a: 
 
A JURISDIÇÃO exercida pelos juízes togados. 
 
A AÇÃO que é instrumento de iniciativa do jurisdicionado, dos 
personagens envolvidos num conflito 
 
A DEFESA princípio do contraditório, praticadas pelas pessoas 
em conflito através de seus advogados bem como pelo Ministério 
Público nos casos em que a lei lhe dá legitimidade para atuar. 
→ atua ou como titular de uma ação, seja penal ou cível, ou ele 
atua como custus legis, apenas como um fiscal da lei (fornece 
apenas pareceres). 
PLANOS DISTINTOS DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
NORMAS PRIMÁRIAS e NORMAS SECUNDÁRIAS, interagentes, 
mas autônomos e cada qual com sua função específica. 
A norma primária é a que impõe uma sanção para a conduta 
ilícita e secundária aquela que, por derivação, explicita o conteúdo 
da primeira. 
NORMAS SUBSTANCIAIS compete definir modelos de fatos 
capazes de criar direitos, obrigações ou situações jurídicas novas 
na vida comum de pessoas, além de estabelecer as 
consequências específicas da ocorrência desses fatos. 
NORMAS PROCESSUAIS ditam critérios para a revelação da 
norma substancial concreta emergente deles, com vista à 
efetivação prática das soluções ditadas pelo direito material. 
AÇÃO, COMPETÊNCIA, FONTES E ÔNUS DA PROVA, 
COISA JULGADA E RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL, 
São institutos processuais que guardam uma proximidade muito 
significativa com a situação de direito substancial em relação à 
qual o processo atuou ou deve atuar. 
E só em um segundo momento eles são objeto das técnicas do 
processo a saber, quando um processo se instaura e então se 
pensa nas atividades a serem desenvolvidas para a sua atuação. 
Essas verdadeiras pontes de passagem entre o direito e o 
processo compõem o que se denomina de direito processual 
material. 
A TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL 
 
A CIÊNCIA DO PROCESSO É o ramo mais moderno da CIÊNCIA 
DO DIREITO. Durante muito tempo, a Ciência do processo se 
contentou em descobrir os fenômenos processuais. 
OSCAR BULLOW – ‘’A TEORIA DAS EXCEÇÕES 
DILATÓRIAS E OS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS’’ -1868 
• O primeiro que abriu caminho para criar uma CIÊNCIA 
CONSTRUTIVA DO PROCESSO 
• Bulow estabeleceu a teoria de que o processo tem o 
caráter de uma relação jurídica pública existente entre o 
Estado e as partes. 
• A base deste princípio, Bulow chegou ao conceito dos 
pressupostos processuais. 
• Competência de jurisdição, a personalidade das partes, que 
se precisam para surja uma relação processual válida. 
• Com isso, a base de todos os sistemas do processo, a partir 
dessa obra, começa a formar-se uma Ciência própria do 
Direito Processual. 
EXCEÇÕES DILATÓRIAS 
• A teoria do Direito comum se baseava no fato empírico de 
que, regularmente, o demandado denuncia a existência de 
defeitos processuais, e, consequentemente, considerava a 
alegação destes defeitos como exceções que o demandado 
teria que propor para que se pudesse analisá-la. 
• O fato de que estas exceções haviam de propor-se antes 
da litis contestatio (compromisso das partes em aceitar a 
vontade do pretor - juiz), e de que conduziam a um absoluto 
instante, levava consigo a consequência de subsumir (Incluir, 
colocar alguma coisa em um contexto mais amplo) inferior a 
elas as exceções processuais. 
• Mais tarde se reconheceu que no conceito das exceções 
dilatórias do Direito romano se encontrem, também, 
exceções de direito material. 
• Bulow demonstrou mais adiante que as exceções 
processuais não têm nada a ver com as exceções dilatórias, 
→ e sobretudo de que a maior parte dos defeitos 
processuais que o demandado faz valer, o juiz deve 
conhecer de ofício. 
• Bulow levou a substituir o conceito das “exceções dilatórias” 
pelo dos “pressupostos processuais”. 
• Este foi o principal mérito inovado pelo jurista alemão. 
• Mas essa ideia não triunfou imediatamente, seja na 
dogmática espanhola, como da própria Alemanha não 
conhecia o conceito dos pressupostos processuais. 
• O conceito da relação jurídica processual ajudou a isolar os 
conceitos dos pressupostos processuais frente as exceções 
dilatórias materiais. 
• Os pressupostos processuais são os requisitos atinentes a 
relação jurídica processual, sua formação e movimentos. 
TEORIA GERAL DO PROCESSO 
• Tudo que se diz a respeito do processo comporta distinções 
e especificações conforme a análise se dirija ao processo 
civil, trabalhista, eleitoral, administrativo, penal, legislativos ou 
mesmo não estatal. 
• Apesar dessas distinções, há pontos em comum que 
permitem integrar todos eles em um só quadro e inseri-los 
em um único universo do direito. 
• Como resultado tem-se a FORMAÇÃO DA TEORIA 
GERAL DO PROCESSO, definida como um sistema de 
conceitos e princípios elevados ao grau máximo de 
generalização útil e condensados indutivamente a partir do 
confronto dos diversos ramos do direito processual. 
• A teoria geral do processo permite identificar a essência 
dogmática do direito processual, em seus quatro institutos 
fundamentais (jurisdição, ação, defesa e processo). 
• Ela é responsável pelo estabelecimento de cada um e, acima 
disso, determina as funções que desempenham no sistema; 
o direito processual como um todo e cada um de seus ramos 
em particular compõem-se em torno da estrutura 
representada pelo poder a ser exercido, pelas posições das 
pessoas interessadas e pelas formas como esses complexos 
de situações jurídicas subjetivas se exteriorizam em atos 
coordenados aos objetivos preestabelecidos, sempre 
relacionados com a oferta de uma tutela jurisdicional àquele 
que tiver razão. 
• Além disso, a teoria geral do processo também identifica e 
define os grandes princípios e garantias que coordenam e 
tutelam as posições dos sujeitos do processo e o modo de 
ser dos atos que legitimamente realizam ou podem realizar. 
• Por fim, ela reúne e harmoniza os institutos, os princípios e 
as garantias, compondo assim o sistema processual. 
SOCIEDADE 
• O estudo da história das civilizações tem demonstrado que a 
sociedade, em seus vários graus de desenvolvimento, 
inclusive os mais primitivos, sempre esteve erigida segundo 
regras de convivência. 
• O ser humano possui vocação, que lhe é inato, de viver em 
grupo, associado a outros seres da mesma espécie. 
ARISTÓTELES: “O HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO, QUE 
NASCE COM A TENDÊNCIA DE VIVER EM SOCIEDADE”. 
• Não há sociedade sem direito: ubi societas ibi jus (onde está 
a sociedade, está o direito). 
• Autores que sustentam ter homem vivido uma fase 
evolutiva pré-jurídica. 
• Mas, sem divergência, os historiadores reconhecem que a 
sociedade e o direito nasceram e caminham lado a lado. 
SOCIEDADE E DIREITO 
• A razão dessa correlação entre a sociedade e o direito está 
na função ordenadora que este exerce naquela 
representando o canal de compatibilização entre os 
interessesque se manifestam na vida social, de modo a 
traçar as diretrizes, visando prevenir e compor os conflitos 
que brotam entre seus membros. 
ORDEM JURÍD ICA 
• A tarefa da ordem jurídica é, pois, a de harmonizar as 
relações sociais intersubjetivas. 
→ A fim de ensejar a realização do máximo de satisfação 
na usufruição dos bens da vida com o mínimo de sacrifício e 
desgastes aos usufrutuários desses bens-interesses. 
• E o critério que deve nortear essa coordenação ou 
harmonização na busca incessante do bem-comum é o do 
“justo e o equitativo”, vigente em determinado tempo e 
lugar. 
PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES 
TEORIA: 
De origem do grego ‘TEOROS” que significa contemplar. (verbo 
transitivo direto – significa olhar, observar, atenta ou 
embevecidamente, considerar com admiração ou com amor). 
MÉTODO DE DEDUÇÃO 
• DEDUÇÃO: Parte de princípios, de postulados, dogmática. E 
posteriormente, os fatos. 
• TODA CIENCIA É NATURAL: FRUTOS DO 
PENSAMENTO 
• DECARTES criou o método da dedução. 
• Usa-se na forma de elaborar uma PETIÇÃO INICIAL: 
requerimento endereçado a uma autoridade judicial, 
materialização da ação. 
• Os requisitos da petição inicial nem sempre são os mesmos, 
depende do remédio jurídico, a receita vai sofrer mutações. 
• Aplica-se em: Petição ao STF e STJ, quando em grau de 
recurso, ou ADIN. 
MÉTODO DA INDUÇÃO 
• NEWTON, em 1642 criou o método da indução. 
• Parte dos fatos, depois faz menção aos princípios e regras 
jurídicas. (Inverso do método da dedução). 
• A instancia ordinária, 1º grau e 2º grau. 
• Poder Judiciário Estadual ou Federal. 
CONHECIMENTO ESPECULATIVO: 
Meramente racional e conjunto de princípios fundamentais de 
uma arte ou de uma ciência, noções, princípios. 
TEORIA JURÍDICA: 
 Realizabilidade – o direito só existe quando for realizado. 
 CONCEITO: 
• Pensamento, ideias, opinião, noção de forma ampla. É a 
representação das propriedades essenciais e comuns a um 
grupo de objetos. 
• O conceito nos dá o que é peculiar a um grupo de objetos. É 
a expressão do que é geral e inerente a um grande número 
de objetos. 
• São os instrumentos do conhecimento, no sentido de que é 
através deles que chegamos ao conhecimento da realidade 
concreta. 
• Se não fora o conceito, o homem teria de conhecer cada 
coisa, separadamente, o cérebro humano teria de acumular 
milhões de imagens concretas de cada fenômeno, o que 
impossibilitaria o conhecimento. 
• O conceito dispensa o cérebro humano dessa acumulação de 
imagens concretas de objetos isolados. 
DEFINIÇÃO: 
• Do latim definitore. Ato ou efeito de definir (se). 
• Explicação precisa, significação, exposição, descrição, 
enunciação, decisão, resolução. 
COGNITIVO: 
Do latim COGNITUS, português passado de COGNOSCERE conhecer 
+ ívo. Relativo à cognição, ou ao conhecimento. 
CIÊNCIA ESPECULATIVA: 
• Investigação teórica de natureza exploratória, sem apoio de 
evidência sólida. Nenhuma evidência, abstrata. 
• As leis são abstratas, porque é uma ciência especulativa 
OPERAÇÃO HUMANA: 
A) AÇÃO IMANENTE – Actio, ação do verbo agir. Realizar uma 
operação (ato) o qual não passa do próprio agente e consiste no 
próprio ato: por exemplo, pensar, raciocinar, calcular, estudar, 
imaginar etc. 
B) AÇÃO TRANSITIVA – Factio, ação do verbo fazer. É 
realizar uma operação que passa do agente para a matéria 
externa, operação cujo efeito se distingue do próprio ato: por 
exemplo, falar, escrever, requerer etc. 
C) PRÁTICA: Deriva do verbo grego prattein que significa 
FAZER (Ação transitiva). As operações tendentes a realizar e 
assegurar o direito – são transitivas, isto é, passando para a 
matéria externa, geram um produto distinto da própria operação, 
resultam, em suma, do movimento dos órgãos no tempo e 
espaço. Ora, operações de tal natureza não dependem somente 
da ciência, dependem também da prudência e da arte. 
A prudência é uma virtualidade intelectual prática e ao mesmo 
tempo uma virtude moral; a arte simplesmente uma virtualidade 
intelectual prática. 
FACULDADE DE CONHECER 
• A faculdade de conhecer tem duas modalidades: ou se limita 
à contemplação da verdade, sem destinar a qualquer fim 
imediato o objeto do conhecimento; ou raciocina com o fim 
de proceder a uma operação. 
• A primeira modalidade toma o nome de intelecto 
simplesmente especulativo; a segunda toma o nome de 
intelecto prático. 
• KANT chegou a afirmar que estas duas manifestações – 
não são modalidades de uma mesma potência, mas 
faculdades ou potências especificamente diferentes, às 
quais deu os nomes de RAZÃO PURA e RAZÃO PRÁTICA. 
• ARISTÓTELES, a exemplo da maioria dos filósofos, tinham 
em mente que o intelecto prático é uma extensão do 
intelecto especulativo, isto é – “a mesma faculdade de 
conhecer aplicando os princípios gerais a cada operação, 
formando juízos sobre fatos particulares e futuros 
contingentes, decidindo se convém fazer tal coisa e se tal 
coisa deve ser feita deste ou daquele modo e nesta ou 
naquela forma”. 
 
A) INTELECTO ESPECULATIVO (RAZÃO PURA) 
• Contemplação da verdade, sem destinar a qualquer fim 
imediato o objeto do conhecimento. a) – a inteligências dos 
primeiros princípios; b) – a ciência; d) a sabedoria. 
• Exemplo: Rábula, pessoa sem conhecimento do direito, mas 
com conhecimento prático. 
 
B) INTELECTO PRÁTICO (RAZÃO PRÁTICA) 
• Raciocina com o fim de proceder a uma operação. Produz a 
retidão, isto é, a verdade aplicada ao ato e ao fato, por meio 
de duas virtudes: 
a) – a prudência – para acautelar o modo; 
b) – a arte – para prescrever e executar a forma. 
INTRODUÇÃO A TGP 
 Quando estamos manuseando um processo, seja físico ou 
eletrônico, ou estudando o Direito Processual, que neste caso, 
constitui simples parte do Direito, na acepção de disciplina, não se 
dá conta que atrás estão o direito objetivo, a prática, abrangente 
da vivência forense e da jurisprudência, a história, o direito 
comparado, a doutrina e a TEORIA GERAL. 
QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA O SISTEMA JURÍDICO? 
• A teoria consiste no conhecimento racional dos institutos 
processuais, baseado em princípios, conceitos e noções 
gerais extraídos da própria realidade processual. 
• Mostra-se tanto mais valiosa quanto mais unificar o saber 
positivo, servindo de esteio, alavanca e estímulo para o 
desenvolvimento científico do direito processual. Embora de 
caráter especulativo, baseia-se na realidade e destina-se ao 
seu aprimoramento e otimização. 
• Para o mestre italiano CARNELUTTI, “a ciência do direito 
processual não alcançará seu ápice enquanto não se haja, 
solidamente, construído uma parte geral, em que os 
elementos comuns a todas as formas de processo 
encontrem a sua elaboração”. 
• O autor mexicano NICETO ALCALÁ – ZAMORA Y 
CASTILLO, salienta que: “por teoria geral do processo há 
de se entender o estudo e exposição de conceito, isto é, os 
componentes do tronco de que partem, todos elos ( Estúdios 
de Teoria Geral e História Del Parocus, 1924, vol.I, pág. 594). 
DEFINIÇÃO DA TEORIA GERAL DO PROCESSO 
TEORIA é um corpo de conceitos sistematizados que nos 
permite conhecer determinado domínio da realidade. A teoria não 
nos dá um conhecimento direto e imediato de uma realidade 
concreta, mas nos proporciona os meios (os conceitos) que nos 
permitem conhecê-la. E os meios ou instrumentos que nos 
permitem conhecer determinado domínio da realidade são 
justamente os CONCEITOS que, sistematizados, formam a teoria. 
Daí a definição como um corpo de conceitos sistematizados que 
nos permite conhecer determinado domínio da realidade. 
 SURGE, ENTÃO, A PERGUNTA: O QUE SE DEVE ENTENDER 
POR SISTEMATIZADO? 
• A palavra SISTEMATIZADO deriva de sistema e este 
vocábulo pode ser entendido de diferentes maneiras, de 
acordo com as visões filosóficas de cada um. 
• No entanto, SISTEMATIZAR significa imprimir uma ordem 
na exposição de um conjunto de conhecimentos, de forma a 
torná-locoerente. Assim, de acordo com essa noção, um 
corpo de conceitos só forma uma teoria quando esses 
conceitos estão dispostos em uma ordem, ou seja, 
articulados de maneira a construir um todo unitário e 
coerente. 
• Analisando, agora, a TEORIA GERAL DO PROCESSO à luz 
dessas ideias, podemos afirmar ser ela um conjunto de 
conceitos sistematizados (organizados) que serve aos 
juristas como instrumento para conhecer ramos do direito 
processual. 
• A TGP não nos dá o conhecimento imediato e direto de 
determinado ramo do direito processual, mas nos fornece o 
instrumental necessário para conhecermos qualquer 
disciplina particular do direito processual. 
• Então, quando falamos de TGP, já sabemos que estamos 
referindo-nos a esse corpo de conceitos sistematizados que 
vai servir-nos como instrumento através do qual podemos 
analisar, com certo rigor, os diferentes ramos do direito 
processual. 
• O estudo dos problemas concretos de cada direito 
processual é tarefa própria das disciplinas que lhe dizem 
respeito. 
OBJETO DE ESTUDO DA TEORIA GERAL DO PROCESSO 
O objeto de estudo da Teoria Geral do Processo são os conceitos 
que a compõem. 
Por outras palavras, o objeto de estudo da disciplina que recebe o 
nome de Teoria Geral do Processo são os conceitos mais gerais 
do direito processual. 
FUNÇAO DA TGP NOS CURSOS JURÍDICOS 
Serve para preparar os alunos para o estudo dos diversos ramos 
do direito processual mediante o estudo de seus conceitos mais 
gerais, colocando-se , assim, como uma disciplina propedêutica 
destinada a introduzir o estudante nos cursos que se seguirão 
sobre os diferentes direitos processuais. 
DIREITOS PROCESSUAIS : (DIREITO PÚBLICO INTERNO) 
A – CIVEIS a) processo civil b) processo do trabalho c) 
processo eleitoral d) processo administrativo (sindicância, 
disciplinar, tributário etc.) 
B) CRIMINAIS a) processo penal b) processo militar c) 
processo eleitoral. 
 
 
MÉTODO DE ELABORAÇÃO DA TGP 
Se o TGP é um corpo de conceitos sistematizados que nos vai 
permitir o estudo dos diversos ramos do direito processual, como 
saber como se realiza o processo de conhecimento? 
 De modo muito geral, podemos afirmar existirem três correntes 
de opinião que tentam explicar o processo de elaboração do 
conhecimento. São: a) Empirica; b) Racionalismo; c) paradigma 
linguístico-pragmático ( Habermas). 
EMPÍRICA 
Sustenta a tese de que os conceitos são elaborados a partir da 
própria realidade. É a corrente chamada de EMPIRISMO já que 
baseada na experiência. No caso da TGP, isso significa que seus 
conceitos são elaborados a partir da observação dos diferentes 
direitos processuais. 
Estudamos conteúdo das normas dos diferentes direitos 
processuais e, a partir deste conteúdo, com base na semelhança, 
formamos conceitos sempre mais gerais, até chegarmos aos 
conceitos generalíssimos que permitem unificar todo o material 
jurídico-processual. 
Podemos chamar a TGP elaborada por esse método de TEORIA 
EMPÍRICA, justamente por basear-se na experiência jurídica 
(direito positivo). O fundamento do conhecimento é a experiência. 
RACIONALISMO 
Defende o ponto de vista de que a fonte do conhecimento é a 
RAZÃO. É o pensamento ou razão. Com isso, os conceitos da TGP 
seriam elaborados a partir de ideias ou princípios fundamentais, 
que são os instrumentos teóricos que utilizamos para ler e 
interpretar a realidade, a experiência. 
Desse modo, a distinção entre as duas correntes está em que o 
EMPIRISTA entende alcançar o conhecimento da realidade pela 
observação da própria realidade, que seria, por isso, seu 
fundamento; 
enquanto a outra entende que a fonte do conhecimento é a 
RAZÃO, a partir da qual analisamos a realidade. Em suma, para a 
concepção racionalista, o conhecimento vai do abstrato (teoria) 
para o concreto (realidade). 
C) PARADIGMA LINGUÍSTICO-PRAGMÁTICO 
Habermas, filósofo alemão, um de seus expoentes desta 
corrente, diz que a empirista e racionalistas caracterizam-se por 
entender o conhecimento como produto de relação entre um 
SUJEITO e um OBJETO. Esse entendimento não estaria totalmente 
errado. Seria inaceitável se tentasse explicar o conhecimento 
como uma relação objeto x objeto é só parcialmente correta. 
A atividade cognitiva engloba também relação entre sujeitos 
mediada pela linguagem, que pressupõe uma comunidade de 
sujeitos (seres humanos) em interação comunicativa. Essa nova 
forma de conceber a produção do conhecimento é o que se 
chama de paradigma linguístico-pragmático, porque põe em 
evidência o fato de que o conhecimento da realidade é 
linguisticamente mediado, já que a linguagem é o único canal de 
acesso do ser humano à realidade. 
Dai, só através do diálogo chegamos à verdade. Ninguém, 
isoladamente, é depositário da verdade. O que há são pretensões 
de verdade, sujeitas, como qualquer pretensão, a contestações – 
o que suscita o diálogo tendente a um consenso. Não é dialogar 
pura e simplesmente, mas debater de forma livre e em igualdade 
sobre uma realidade objetiva podemos chegar ao consenso sobre 
a verdade – o que é diferente de dizer que a verdade é fruto do 
esforço intelectual de um sujeito isolado sobre um objeto. Ou seja, 
o consenso não é um acordo arbitrário. Necessita de um 
fundamento, ou substrato objetivo, empírico, sobre o qual se 
erige. Do contrário, descambaria no mais abstrato formalismo. 
Então, a construção da TGP é o resultado de um diálogo entre a 
comunidade jurídica sobre realidades processuais empíricas 
(normas, valores, práticas judiciais, interpretações, doutrinas, 
contexto social, econômico e político). 
Enfim, diálogo e realidade são complementares: a ancoragem no 
mundo empírico evita que o diálogo caia no formalismo abstrato, 
sem nenhum apoio no mundo objetivo; por outro lado, só 
submetendo a realidade às regras da argumentação racional e o 
debate livre e igual, evita-se o risco de que o conhecimento 
deslize para o subjetivismo decisionista, (decisivo, adjetivo que 
significa que decide; resolutivo; deliberativo) para o dogmatismo, 
como infelizmente na maioria das vezes acontece no BRASIL, 
onde a doutrina processual é ditada por pequeno grupo e aceita 
pelos “discípulos” sem questionamentos. 
O PARADIGMA COMUNICATIVO TEM O GRANDE MÉRITO DE 
INTRODUZIR O PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO NO DOMÍNIO DA 
CIÊNCIA, SOBRETUDO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS, ENTRE AS QUAIS O 
“DIREITO”. 
Evolução histórica do direito 
processual brasileiro 
BRASIL COLÔNIA 
Herdou de Portugal as normas processuais das: 
• Ordenações Afonsinas (1456); 
• Ordenações Manuelinas (1521); 
• Ordenações Filipinas (1603). 
• Anoto que as fontes principais das três ordenações, foram: 
direito romano; direito canônico; leis gerais elaboradas desde 
o reinado de Afonso II; antigos costumes nacionais e dos 
foros locais. 
• Nesta havia predominância do princípio dispositivo (o 
processo somente se movimenta mediante o impulso das 
partes), com fases rigidamente distintas. 
• Direito penal e processual penal admitia o tormento, a 
tortura, as mutilações, degredo (ser mandado para fora do 
país). 
BRASIL IMPÉRIO 
• Sobre a égide das Ordenações Filipinas e com a Constituição 
de 1824, estabeleceu que na matéria penal proibiu tortura e 
penas cruéis, determinando a criação urgente de um CÓDIGO 
CRIMINAL baseado na justiça e equidade (adaptação da 
regra existente à situação concreta, observando-se os 
critérios de justiça e igualdade). 
• Surge a Lei de 29 de novembro de 1832, Código de 
Processo Criminal, com a consagração do princípio básico da 
reserva legal (legalidade). 
→ No seu anexo, havia 27 artigos sobre o Processo Civil). 
Inspirado nos modelos inglês (acusatório) e francês 
(inquisitório), portanto, um sistema misto ou eclético. 
• No ano de 1841 via da Lei 261, o Código de Processo Criminal 
foi alterado com o objetivo de aumentar os poderes de 
polícia. 
• 1850 aprova o CódigoComercial, editando o Regulamento 
número 737, matéria processual, que se destinava a regular 
o processamento das causas comerciais. Portanto, somente 
relações comerciais. 
• As Civis eram aplicadas ao do anexo com as Ordenações 
Filipinas. Registro que o regulamento mencionado é notável do 
ponto-de-vista da técnica processual, especialmente no que 
toca à economia e simplicidade do procedimento. 
• No ano de 1871, o Governo incumbiu Joaquim Ribas de reunir 
as alterações das Ordenações criando um conjunto com toda 
a legislação relativa ao processo civil. 
• Com isso, em 1876, passou a ter força de lei a Consolidação 
das Leis do Processo Civil criada por Ribas, que não se limitou 
a compilar as disposições processuais então vigentes, indo 
além, reescrevendo-as muitas vezes tal como as 
interpretava; e como fonte de várias disposições de sua 
Consolidação, invocava a autoridade não só de textos 
romanos, como de autores de renome a época, em lugar de 
regras legais constantes das Ordenações ou de Leis 
Extravagantes. 
BRASIL REPÚBLICA 
• Prevalência do Decreto número 735 de 1850. Constituição 
Republicana de 1891, que criou a dualidade de Justiça Comum: 
Estadual e Federal, com a divisão do poder de legislar sobre 
direito processual entre a União Federal e os Estados. 
(artigos 34, número 23 e artigo 65, número 02). 
• Elaborou-se, portanto de um lado, a legislação federal de 
processo, de autoria de José Higino Duarte Pereira, 
transmudada em Decreto número 3084, de 05 de 
novembro de 1898. 
• E no âmbito Estadual, iniciam os Estados a elaborarem o 
Código de Processo Civil e Códigos de Processo Criminal, na 
maioria inspirando no figurino federal. 
• O primeiro Código de Processo Civil, surgi no Estado do Pará. 
Mato Grosso não chegou a elaborar. 
• Com o fracasso daquele sistema, a Constituição de 1934 
instituiu o processo unitário, atribuindo à União a 
competência para legislar a matéria. O que perdura até os 
nossos dias. 
GERAÇOES DOS CÓDIGOS BRASILEIROS DE PROCESSOS 
Primeiramente, código no latim primitivo CAUDEX ou CODEX queria 
dizer tábua, prancha de madeira. As leis eram escritas sobre 
madeira. Complexo sistemático de normas de conduta integrantes 
do direito positivo e que dizem respeito a determinada matéria. 
Pretende representar um sistema homogêneo, racional, lógico, 
unitário, baseando-se em princípios aplicáveis ao Direito como um 
todo. 
Surgiu na França e em seguida na Alemanha, o movimento 
codificador ganhando lastro, com isso expandiu por todos os 
continentes. Exceto no sistema do Comon Law. 
 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
• DECRETO-LEI Número 1.608, de 18 de setembro de 1939 – 
projeto elaborado pelo Dr. Pedro Batista Martins. 
• Lei 5.869 de 11 de janeiro de 1973 - projeto do Prof. 
Alfredo Buzaid. 
• Lei número 13.105 de 16 de março de 2015, elaborado por 
uma comissão de juristas sob a presidência do Ministro do 
STF Luiz Fux. 
 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Em 29 de novembro de 1832 foi aprovado o Código de Processo 
Criminal. 
Atual Código de Processo Penal foi instituído pelo Decreto número 
3.869, de 03 de outubro de 1941. 
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO DE 1943 – CLT. 
• Código Eleitoral Decreto número 21.076 de 24 de fevereiro 
de 1932 
• Código Eleitoral Lei número 4.737 de 15 de julho de 1965 
• Código de Processo Militar – Decreto-lei número 1.002 de 
21 de outubro de 1969. 
DO CONFLITO E INSATISFAÇÃO 
• O direito tem a função ordenadora dos interesses 
(necessidades humanas) que se manifestam em um social, de 
modo a organizar a cooperação entre pessoas e compor os 
conflitos que se verificarem entre os seus membros. 
• A tarefa da ordem jurídica é exatamente a de harmonizar 
as relações sociais intersubjetiva, a fim de ensejar a máxima 
realização dos valores humanos com o mínimo de sacrifício e 
desgosto. 
• A sociedade não é constituída como um organismo biológico, 
mas sim formada de indivíduos não programados 
previamente torna o conflito inseparável da vida social. 
→ Daí essencialidade da função de tratamento dos conflitos, no 
sentido de que o direito não só dirige as condutas, mas também 
edita regras para administrar os conflitos inerentes à vida 
gregária (que faz parte do grei, bando). 
• A experiência mostra que a história humana não é retilínea, 
mas contraditória dita não por algum misterioso “espírito de 
justiça” senão por condições materiais (interesses 
sobretudo). Ou seja, há avanços e retrocessos determinados 
por concretas condições materiais de vida. 
• MESMO com a existência do Direito, não é suficiente para 
eliminar os conflitos que surgi a todo instante de formas 
diversas, conforme as necessidades humanas. 
• UMA pessoa, seja física ou jurídica, tem uma necessidade de 
suprir, via de um determinado bem, não podendo obtê-lo 
porque (A) aquele que poderia fazê-lo a sua pretensão se 
recusa a atender espontaneamente. 
• COM isso, a situação caracteriza-se como insatisfação de 
uma pessoa. 
• A INSATISFAÇÃO: É um fator antissocial, 
independentemente de a pessoa ter ou não ter direito ao 
bem pretendido 
TRATAMENTO DOS CONFLITOS SOCIAIS 
PONTO incontroverso que necessitamos viver em sociedade, por 
isso nos força agir no sentido de que devemos servir à realização 
de um processo social determinado. 
No entanto, no seio da sociedade os fatores de união não são os 
únicos a agir, havendo, igualmente, os fatores de desunião. 
O TRATAMENTO DOS CONFLITOS SOCIAIS caracteriza-se 
por consistir em uma intervenção do direito posterior ao conflito, 
enquanto na função de direção das condutas sua intervenção é 
anterior ao conflito (DIREITO). 
Isso mostra que o conflito nasce da inefetividade das normas de 
direção das condutas, ou seja, o conflito nasce quando falha a 
função de direção das condutas ( os destinatários das regras 
deixam de observa-las). 
NO TRATAMENTO TERAPEUTICO DOS CONFLITOS , o 
direito oferece não só as regras que servem de critérios para 
dirimir o conflito, como também as chamadas regras processuais. 
Com isso, o sistema contempla: normas substanciais (Direito 
Material) e normas secundárias ou instrumentais (Direito 
Processual). 
MODOS DE TRATAMENTO DOS CONFLITOS 
SEGUNDO A HISTÓRIA, o primeiro modo de tratar os conflitos 
sociais nasce com a autotutela (fase da barbárie), na qual os 
indivíduos realizavam sua própria justiça, impondo-a mediante a 
força. A AUTOTUTELA pode ser assim explicada: 
“Assim, quem pretendesse alguma coisa que outrem o 
impedisse de obter haveria de, com sua própria força e 
na medida dela, tratar de conseguir, por si mesmo, a 
satisfação de sua pretensão. A própria repressão aos 
atos criminosos se fazia em regime de vingança privada 
e, quando o ESTADO chamou para si o jus punitionis, ele 
o exerceu, inicialmente mediante seus próprios critérios 
e decisões, sem a interposição de órgãos ou pessoas 
imparciais independentes e desinteressadas” – TGP 
Cândido Dinamarco e outros. 
LEI DE TALIÃO 
Séculos e séculos, chegamos Á JURISDIÇÃO (ESTADO), como o 
modo correspondente ao estágio mais civilizado. 
Não há nenhuma garantia da própria história, que a evolução 
tenha sido alçada por razão moral ou princípio de justiça. Foram 
várias razões. 
O fato é que a JURISDIÇÃO ESTATAL desponta como um dos 
principais métodos de solução de conflito. 
O Estado se fez substituir ao indivíduo na tutela de seus 
interesses, VEDANDO A JUSTIÇA PRIVADA, retira do indivíduo a 
possibilidade de buscar por suas próprias forças a resolução dos 
conflitos. 
Com isso o ESTADO/JURISDIÇÃO assume, o poder-dever de 
solucionar os conflitos sociais, mantendo a paz social. E o passo 
importante foi a garantia do DUE PROCESS OF LAW, cuja origem 
remonta à MAGNA CARTA (1215), pois esta impedia que qualquer 
pessoa fosse privada de seus bens ou de sua liberdade sem que 
fosse observado o devido processo legal, ficando proibida, 
portanto, aAUTOTUTELA. 
A garantia mencionada, está prevista na Carta Política Brasileira, 
no artigo 5º , inciso LIV, temos também a regra do artigo 345 do 
Código Penal, que caracteriza a autotutela como ilícito penal, ao 
tipificar o crime de exercício arbitrário das próprias razões. 
 SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS: A) – artigo 25 do CP – legítima 
defesa; B) – artigo 1210, parágrafo 1º , Código Civil, no desforço 
possessório conferido ao possuidor turbado; C) – artigo 578, 
Código Civil, no direito de retenção do locatário; D) – artigo 644, 
Código Civil, o depositário etc. 
DIVISÃO OU CLASSIFICAÇÃO 
A característica que serve de base a sua divisão é a 
TITULARIDADE DO PODER DE DECIDIR O CONFLITO. 
 DIVISÃO 1 Se o titular do poder de decidir são os próprios 
sujeitos, individual ou conjuntamente, temos a AUTONOMIA. 
(FORMA CIDADÃ DE MANTER A PAZ SOCIAL) 
 DIVISÃO 2 Se o titular desse poder é um terceiro, temos a 
HETERENOMIA. 
AUTONOMIA 
Reporto a AUTOCOMPOSIÇÃO, cuja decisão resulta dos próprios 
sujeitos envolvidos no conflito, obtida através de meios 
persuasivos e consensuais, residindo nisso sua diferença da 
autotutela, em que a decisão é imposta por uma das partes. 
A AUTOCOMPOSIÇÃO pode ser unilateral ou bilateral, conforme 
provenha de uma das partes ou de ambas. 
São exemplos de autocomposição unilateral a renúncia a direito, o 
reconhecimento jurídico do pedido etc. 
São exemplos de autocomposição bilateral: a conciliação, a 
mediação. 
A autocomposição pode ser alcançada com a participação de 
terceiros através das figuras do mediador e do conciliador. 
NA CONCILIAÇÃO (terceiro) manifesta sua opinião sobre a 
solução justa para o conflito e propõe os termos do acordo. (há 
participação dos advogados). 
MEDIAÇÃO o mediador atua com um método estruturado em 
etapas sequenciais, conduzindo a negociação entre as partes, 
dirigindo o procedimento, mas abstendo-se de assessorar, 
aconselhar, emitir opinião e de propor fórmulas de acordo. 
O CPC 2015, criou a audiência prévia de conciliação ou mediação. (artigo 
334) 
A HETERONOMIA 
É o modo de tratamento dos conflitos em que a decisão é 
produto de um TERCEIRO, que não auxilia nem representa as 
partes em conflito. Embora a heteronomia apresente inúmeras 
subespécies, interessam-nos, aqui, apenas duas: a arbitragem e a 
jurisdição dos juízes estatais. 
A ARBITRAGEM 
É o modo de tratamento dos conflitos em que a decisão é tomada 
por um terceiro designado pelas partes em conflito. (Lei número 
9307 de 23.09.1996) 
Nas relações de importação e exportação geralmente é usado o 
juízo arbitral: pode ser um advogado, um contador, um 
economista. 
NA JURISDIÇÃO DOS JUÍZES ESTATAIS, a decisão é 
também tomada por terceiro, mas designado pelo Estado. Esse 
tema será objeto de estudo futuro. (CPC;CPP;CLT; Código Eleitoral 
e Código de Processo Militar) 
• O direito como ciência especulativa, embora conclua os 
fatos, mas o importante na implementação do direito, é 
verificar e expressar as causas que produziram os fatos. 
• Daí, quem quiser compreender e praticar o exercício no 
sistema judicial, deve estudar primeiramente os princípios e 
as causas do fato jurídico; 
• depois, de o classificar o título de direito a que ele 
corresponde, procurará a norma de agir definida na lei, a 
fim de que o ato seja praticado ou julgado com as 
necessárias cautelas e fórmulas. 
FONTES DO DIRE ITO PROCESSUAL 
• SÃO FONTES: Constituição Federal, Tratados Internacionais, 
Lei Complementar, Lei Ordinária, Leis de Organização 
Judiciária, Convenções Processuais, Equidade e Precedentes. 
• As fontes são meios de produção, interpretação ou 
expressão da norma jurídica. A CRF dá origem, 
principalmente, aos princípios que regem a relação 
processual. 
• Os tratados Internacionais, para serem incorporados ao 
direito interno, devem ser aprovados por decreto legislativo 
do Congresso Nacional e promulgados por decreto do Poder 
Executivo, adquirindo força de Lei Ordinária. 
• As Leis Ordinárias são fonte relevante principalmente por 
ser o próprio Código de Processo Civil uma Lei Ordinária. 
• As Leis de Organização Judiciária não versam 
especificamente sobre o Direito Processual, mas 
especificam, principalmente, normas de competência no 
âmbito do Poder Judiciário, influindo diretamente naquele. 
• As convenções processuais constituem meios de gestão do 
processo ao estabelecerem a forma como será resolvido 
conflito que possa, eventualmente, surgir entre as partes 
• Á Equidade, o juiz poderá decidir segundo essa fonte nos 
casos previstos em lei e sem que seja caracterizado juízo 
arbitrário. 
• Os precedentes são decisão judicial tomada que poderá 
servir como diretriz para o julgamento de casos concretos 
posteriores. 
 
Os Princípios Do Direito 
Processual 
SISTEMA JURÍDICO BRASILE IRO 
SISTEMA – Do grego SYSTEMA, e trazendo o sentido de 
reunião, método, juntura, exprime o conjunto de regras e 
princípios sobre uma matéria, tendo relação entre si, formando 
um corpo de doutrinas e contribuindo para a realização de um 
fim. E o regime, a que se subordinam as coisas. 
Assim, todo conjunto de regras, que se devem aplicar na 
ordenação de certos fatos, integrantes de certa matéria, 
constitui um SISTEMA. 
O alemão CLAUS CANARIS, define o sistema jurídico como 
“ordem axiológica ou teleológica de princípios jurídicos gerais” 
 CARACTERÍSTICAS: Ordem, harmonia, segurança, logicidade e 
UNIDADE. 
PRINCÍPIOS 
 I – Noções Gerais 
 I I – PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO: 
 Princípio do devido processo legal; (principal) art.5º, inciso LIV 
CRF e artigo 37, caput – Eficiência no sentido de produzir 
resultado aos jurisdicionados. 
 Princípios inquisitivo e dispositivo;(art.2º e 312) art.370 CPC 
 Princípio do contraditório; (art. 5º, LV, CRF; 
arts.9º,10,238,772, II, CPC 
 Princípio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdição. Atua 
sem provocação da parte, como nas seguintes hipóteses: 
art. 496 do CPC; Artigos 574, I, II c/c artigo 411 e 746 CPP; 
Exceção: artigo 102, I CRF; 
 Princípio da boa-fé e da lealdade processual; 
↳ Consiste em que a parte sustentar suas razões dentro 
da ética e da moral, não utilizando mecanismo de gana e 
fralde processual. (art.77 CPC) 
 Princípio da verdade real; (artigo 370 CPC). 
 ↳ Caberá ao juiz determinar as provas necessárias. 
 Direitos Indisponíveis: atividade probatória do juiz é plena. 
I I I – DOS PRINCÍPIOS INFORMATIVO AO PROCEDIMENTO: 
 Princípio da oralidade; 
↳ Audiências, Alegações Finais Orais, Tribunal do Júri 
 Princípio da publicidade; (art.5º, LX, CRF; art.189, CPC) 
 Princípio da economia processual; (arts. 58,318 e 929 CPC) 
↳ Tentativa de que a atividade jurisdicional deva ser 
prestada sempre com vistas a produzir o máximo de 
resultados com o mínimo de esforços, evitando-se, assim, 
gasto de tempo e dinheiro inutilmente. 
 Princípio da eventualidade ou da preclusão. 
↳ Toda alegação deve ser refutada na petição inicial. Pois 
não poderá ser alegada posteriormente. 
 Princípio da Motivação das Decisões (art.93, inc. CRF-art. 
489 parágrafo 1º, incisos I a IV do CPC 
IV – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAL DO PROCESSO 
(GARANTIAS)-CRF 
1º) – Princípio do Devido Processo Legal – artigo 5º , inciso LIV, 
BASE DE TODOS OS OUTROS; 
2º) – Princípio da igualdade; (art. 5º CRF e 139 CPC) 
3º) – Princípio do Juiz e do Promotor Natural – artigo 5º , inciso 
XXXVII; 
4º ) – Princípio da inafastabilidade do Controle Jurisdicional – 
Direito de ação – artigo 5º , inciso XXXV; 
5º ) – Princípio do contraditório; (art.5º, LV, CRF) 
6º ) – Princípio da proibição de prova ilícita – artigo 5º , inciso 
LVI; 
7º ) – Princípio da Publicidade dos atos processuais – artigo 5º , 
inciso XXXV; 
8º ) – Princípio da motivação das decisões judiciais – artigo 93, 
inciso IX; 
9º ) – Princípio da razoabilidade da duraçãodo processo – artigo 
5º , inciso LXXVIII. Há três requisitos que foram firmados pela 
Corte Europeia dos Direitos do Homem e que são necessários 
para saber se um processo chega ao fim em prazo razoável. É 
relevante também a Convenção Americana de Direitos Humanos, 
pelo Pacto de São José da Costa Rica, no seu artigo 8º , I (18 de 
julho de 1978). 
Tudo isso, se faz necessário para que tenhamos um processo 
que constitua instrumento eficiente de realização do direito 
material, célere, mais justo, rente as necessidades sociais. 
NICOLÒ TROCKER, em Processo Civile e Constituzione, pág. 
276, disse: 
 “A Justiça realizada morosamente é sobretudo um grave 
mal social; provoca danos econômicos (imobilizando bens e 
capitais), favorece a especulação e a insolvência, acentua a 
discriminação entre os que tem a possibilidade de esperar e 
aqueles que, esperando, tudo têm a perder. Um processo 
que perdura por longo tempo transforma-se também em 
um cômodo instrumento de ameaça e pressão, em uma 
arma formidável nas mãos dos mais fortes para ditar ao 
adversário as condições da rendição”. 
Princípio da imparcialidade do Juiz e do Juiz Natural (art. 5, XXXVII, 
CF) ↳ Artigos 37, 93, incisos I, II e III; Arts. 144 e 145 CPC). 
 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA: 
“O homem necessita de segurança para conduzir, planificar e 
conformar autônoma e confortavelmente a sua vida. Por isso, 
desde cedo se consideravam os princípios da segurança jurídica e 
a da proteção à confiança – andam estreitamente associados, a 
ponto de alguns autores considerarem o princípio da confiança 
como um subprincípio ou como uma dimensão específica da 
segurança jurídica...” ( José Joaquim Gomes Canotilho – Direito 
Constitucional e Teoria da Constituição – Editora Almedina 
Coimbra, 2000, página 256). 
Trilogia do Processo 
DIREITO MATERIAL E DIRE ITO PROCESSUAL – AULA 05 
 Normas Jurídicas Primárias e Normas Jurídicas Secundárias; 
 Relação Jurídica Material e Relação Jurídica Processual; 
 Pressupostos do Ato Jurídico e do Processo; 
 O primeiro no plano da existência: Agente, vontade, objeto e 
forma. 
ELEMENTOS DO PLANO DA VALIDADE: Agente capaz, 
Liberdade da vontade ou do consentimento, objeto lícito, possível 
e determinável ou determinado e forma prescrita ou na defesa 
em lei. 
ELEMENTOS DO PLANO DA EFICÁCIA: Condição, Termo e 
Encargo. 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: 
São os requisitos que um processo precisa atender para ser 
considerado válido e existente. 
CLASSIFICAÇÃO: Subjetivo ou objetivo; De existência ou de 
validade. 
PRESSUPOSTOS SUBJET IVOS 
 (Juiz – investidura (pressuposto de existência) - Imparcialidade 
(pressuposto de validade) 
 (Partes – capacidade de ser parte (pressuposto de existência) 
- capacidade de estar em juízo (pressuposto de validade) - 
capacidade postulatória (pressuposto de validade) 
 
 
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: 
EXTRÍNSECOS (NEGATIVOS ) 
 coisa julgada material (pressuposto de validade) 
 litispendência (pressuposto de validade) 
 Perempção (pressuposto de validade) 
 Convenção de arbitragem (pressuposto de validade) 
INTR ÍNSECOS 
 Demanda (pressuposto de existência) 
 Petição inicial apta (pressuposto de validade) 
 Citação válida (pressuposto de validade) 
 Regularidade formal (pressuposto de validade) 
DA TRILOGIA DO PROCESSO: 
► AÇÃO ► JURISDIÇÃO ► PROCESSO 
A AÇÃO 
O vocábulo ação tem várias acepções, variando de um sistema 
para outro ou continente. Evoluiu com o tempo. Mas isso não será 
objeto do nosso estudo. 
 Contudo vejamos três acepções principais: 
 como sinônimo de direito. É esse o sentido que tem, na 
linguagem forense, a expressão “carecer de ação”, a qual 
não significa mais que a ausência de um direito legitimo que 
justifique uma sentença favorável ao autor. 
 como sinônimo de demanda em sentido formal. Fala-se, 
nesse sentido, de admitir ou rejeitar a ação, de interpor ou 
adiar a ação, etc. 
 como sinônimo de faculdade de provocar a atuação do Poder 
Judiciário. Trata-se, neste caso, de um poder jurídico, diverso 
do direito e a demanda em sentido formal, destinado a 
provocar a atividade estatal, por meio de seus órgãos 
competentes, no sentido da declaração coativa de um direito. 
 
 É este sentido que temos de estudar, porquanto é o que 
corresponde ao conceito de ação no sentido estritamente 
processual. 
 
 
 
Ação 
CONCEITO 
O Estado moderno reservou para si o exercício da função 
jurisdicional, como uma de suas tarefas fundamentais. Cabe-lhe, 
pois, solucionar os conflitos e controvérsias surgidos na 
sociedade, de acordo com a norma jurídica reguladora do convívio 
entre os membros desta. 
Mas a jurisdição é inerte e não pode ativar-se sem provocação, 
de modo que cabe ao titular da pretensão resistida invocar a 
função jurisdicional, a fim de que esta atue diante de um caso 
concreto. 
Assim fazendo, o sujeito do interesse estará exercendo um 
direito (ou, segundo parte da doutrina, um poder), que é a ação, 
para cuja satisfação o Estado deve dar a prestação jurisdicional. 
Ação, portanto, é o direito ao exercício da atividade jurisdicional 
(ou o poder de exigir esse exercício). 
Mediante o exercício da ação provoca-se a jurisdição, que por 
sua vez se exerce através daquele complexo de atos que é o 
processo. 
NATUREZA JURÍDICA 
Caracteriza-se a ação, pois, como uma situação jurídica de que 
desfruta o autor perante o Estado, seja ela um direito (direito 
público subjetivo) ou um poder. 
Entre os direitos públicos subjetivos, caracteriza-se mais 
especificamente como direito cívico, por ter como objeto uma 
prestação positiva por parte do Estado (obrigação de 
dare,facere, praestare): a facultas agendi do indivíduo é 
substituída pela facultas exigendi. 
Nessa concepção, que é da doutrina dominante, a ação é dirigida 
apenas ao Estado (embora, uma vez apreciada pelo juiz, vá ter 
efeitos na esfera jurídica de outra pessoa: o réu, ou executado). 
Nega-se, portanto, ser ela exercida contra o adversário 
isoladamente, contra este e o Estado ao mesmo tempo, ou 
contra a pessoa física do juiz. 
Diversa não é a opinião da maioria dos processualistas brasileiros 
contemporâneos. 
 
Sendo um direito (ou poder) de natureza pública, que tem por 
conteúdo o exercício da jurisdição (existindo, portanto, antes do 
processo), a ação tem inegável natureza constitucional (Const., 
art. 5-, inc. xxxv). 
A garantia constitucional da ação tem como objeto o direito ao 
processo, assegurando às partes não somente a resposta do 
Estado, mas ainda o direito de sustentar as suas razões, o direito 
ao contraditório, o direito de influir sobre a formação do 
convencimento do juiz “tudo através daquilo que se denomina 
tradicionalmente devido processo legal (art. 5-, inc. l i v ) . Daí 
resulta que o direito de ação não é extremamente genérico, 
como muitos o configuram. 
Trata-se de direito ao provimento jurisdicional, qualquer que seja 
a natureza deste — favorável ou desfavorável, justo ou injusto 
e portanto, direito de natureza abstrata. É, ainda, um direito 
autônomo (que independe da existência do direito subjetivo 
material) e instrumental, porque sua finalidade é dar solução a 
uma pretensão de direito material. Nesse sentido, é conexo a 
uma situação jurídica concreta

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