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Prévia do material em texto

1 
 
FACULDADE CERS 
 
 
 
THAÍS RODRIGUES DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
A JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE: UMA ANÁLISE 
SOBRE A CRESCENTE DEMANDA JUDICIAL REFERENTE A 
MEDICAMENTOS, INTERNAÇÕES E CIRURGIAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
2 
 
THAÍS RODRIGUES DA SILVA 
 
 
A JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE: uma análise sobre a crescente 
demanda judicial referente a medicamentos, internações e cirurgias. 
 
 
Artigo científico apresentado ao curso de Pós-
Graduação em Direito Médico como parte dos 
requisitos necessários à obtenção do título de 
pós-graduação em Direito Médico, pela 
Faculdade CERS. 
 
Orientador (a): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
3 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
THAÍS RODRIGUES DA SILVA 
 
A JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE: uma análise sobre a crescente demanda 
judicial referente a medicamentos, internações e cirurgias. 
 
Artigo científico aprovado como requisito de obtenção de (grau pretendido), curso, área de 
concentração. Faculdade CERS, pela seguinte banca examinadora: 
 
 
 
Data de aprovação: ____/____/_______ 
 
_____________________________________________________ 
Orientador (a): Nome do orientador. 
Departamento de xxxxxxxx 
 
_____________________________________________________ 
Prof (a): Nome do professor(a). 
Departamento de xxxxxxxx 
 
_____________________________________________________ 
Prof (a): Nome do professor(a). 
Departamento de xxxxxxxx 
 
_____________________________________________________ 
Prof (a): Nome do professor(a). 
Departamento de xxxxxxxx 
 
 
 
 
 
4 
 
A JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE: uma análise sobre a crescente 
demanda judicial referente a medicamentos, internações e cirurgias. 
 
Thaís Rodrigues da Silva 
 
RESUMO: O presente artigo, primeiramente, apresenta uma reflexão sobre a importância de 
políticas eficazes na saúde pública e a necessidade de uma atuação diferenciada do Estado 
para a diminuição da judicialização da saúde no Brasil. Este trabalho propõe analisar as 
causas que refletem a necessidade da atuação do judiciário para suprir a ausência ou ineficácia 
de políticas públicas. Discute-se novos meios analisando o princípio da dignidade da pessoa 
humana ligadamente aos direitos fundamentais. A partir de uma breve análise da lei 8.080/90, 
mais conhecida como a lei do SUS, é possível detectar a falha na distribuição da competência 
entre os entes federativos. Tais fatos além de apresentar mais gastos para o orçamento público 
acaba levando a não aplicabilidade da Constituição Federal. Aponta, ao final, mudanças 
necessárias que fazem com que seja possível a prestabilidade da saúde pública de forma direta 
e imediata, sem que haja a necessidade da interferência do judiciário. 
PALAVRAS-CHAVE: Judicialização. Saúde. Efetividade. Direito. 
 
THE JUDICIALIZATION OF THE RIGHT TO HEALTH: an analysis of the 
growing judicial demand regarding medicines, hospitalizations and surgeries. 
 
Thaís Rodrigues da Silva 
 
ABSTRACT: This article, first, presents a reflection on the importance of effective public 
health policies and the need for differentiated action by the State to reduce the judicialization 
of health in Brazil. This work proposes to analyze the causes that reflect the need for the 
judiciary to supply the absence or ineffectiveness of public policies. New means are 
discussed, analyzing the principle of human dignity linked to fundamental rights. From a brief 
analysis of Law 8,080 / 90, better known as the SUS law, it is possible to detect the failure in 
the distribution of competence among federal entities. Such facts, besides presenting more 
expenses for the public budget, ends up leading to the non-applicability of the Federal 
Constitution. At the end, it points out necessary changes that make public health service 
directly and immediately possible, without the need for judicial interference. 
5 
 
KEYWORDS: Judicialization. Health. Effectiveness. Right. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Historicamente o Brasil têm problemas estruturais, que resultam no pouco 
investimento na área da saúde, e consequentemente gera a falha na execução e organização 
das políticas pública de saúde. O Brasil era visto como um país ‘doente’, com muitas doenças 
e epidemias, o que afastava o estrangeiro de querer vim e investir. 
O problema da saúde no país começou desde o descobrimento e, até o encerramento 
do período militar, apenas tinha acesso a saúde pública as famílias de trabalhadores com 
carteira assinada, as demais, não tinham isso como um direito, mas sim como um serviço 
voluntário prestado pela igreja católica e outros entes religiosos ou procuravam curandeiros. 
As mudanças propostas eram contrárias aos interesses políticos e econômicos, no 
entanto o crescimento do país dependia de uma população saudável e com capacidade 
produtiva. Mesmo com a criação do Ministério da Saúde, as verbas da saúde eram desviadas 
para outros setores. O SUS foi criado com a promessa de um sistema gratuito e de qualidade 
para todos os brasileiros, mas até hoje não recebe verbas o suficiente e isso tem reflexos 
diretos na qualidade do atendimento, além disso, ainda sofre com a corrupção e o gigantismo 
do Brasil. 
Este artigo propõe analisar as causas que refletem a necessidade da atuação do 
judiciário para suprir a ausência ou ineficácia de políticas públicas. Para isso buscou-se 
identificar a evolução histórica até após a constituição de 1988. Compreender o papel da 
judicialização para suprir essa necessidade que deve ser para toda a população. Identificar a 
existência da eficácia de políticas públicas para subsidiar o judiciário nesse processo. 
Há a demanda que está prevista e não é fornecida e a que não está, mas a população 
acaba reivindicando via judicial por sua necessidade. O problema não está na não existência 
da lei, porque a lei existe e na teoria é completa. A dificuldade é a aplicação no serviço básico 
de saúde que é falho. A população também é responsável em exigir e fiscalizar se o Estado 
está cumprindo com as políticas públicas relacionadas à saúde. 
Existem matérias administrativas que precisam ser constitucionalizadas, ou seja, tirar 
da política e trazer para o direito, para que assim, tenha eficácia. A falta de eficiência e de 
critérios que têm tornado o sistema disfuncional e desigual. Isto significa que os indivíduos 
estão utilizando o poder judicial para cobrar a efetividade da prestação do serviço de saúde. A 
6 
 
partir disso, a judicialização da saúde, que era para ser exceção, está se tornando cada vez 
mais frequente. 
Nos últimos 10 anos a judicialização na saúde cresceu significavelmente por diversos 
fatores, tais como a falta de investimento e infraestrutura. Por estes motivos, a judicialização 
passou a ser a solução para as pessoas que precisam de medicamentos que não estão dentro da 
política pública de saúde ou por falha da mesma. 
A judicialização transfere para o juiz o poder de deliberar sobre políticas públicas de 
saúde. O ponto negativo é que estas deliberações acontecem de forma individual, ou seja, o 
poder judiciário acaba decidindo aonde e para quem aplicar, ao invés de ser feito de modo 
harmônico para atender a todos que precisam. Isto acontece pelo motivo de que os principais 
problemas estão relacionados a desorganização do sistema de saúde. 
Há escassez de recursos em todas as áreas, então na prática o direito da saúde não é 
absoluto. Uma ferramenta eficaz para a solução dos problemas na área da saúde é a medicina 
baseada em evidência, criada no Canadá e já utilizada no Brasil e em outros países. 
O Supremo Tribunal Federal, através das jurisprudências, reconhece a solidariedade 
entre o Município, o Estado e a União, permitindo que cada ente seja demandado 
individualmente. Entretanto, a União é pouco demandada,e, desta forma, acaba 
sobrecarregando os demais. 
Toda a evolução desta matéria é resultado da chamada doutrina brasileira da 
efetividade aliada a teoria dos princípios, que tornaram as normas constitucionais aplicáveis e 
direta. 
 
2 CENTRALIDADE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DEVER DO 
ESTADO DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
A eficácia dos direitos sociais e fundamentais necessita de atividades estatais. De um 
ponto de vista, o legislativo e o executivo não estão paralisados diante da situação que se 
refere à distribuição de medicamentos. Entretanto, do outro lado, a população vê como um 
sistema falho ou sem funcionamento. 
O Brasil adota o modelo de gratuidade para os produtos que o Sistema Único de Saúde 
incorpora, mas na prática existem muitas barreiras de acesso. O que leva a população a irem a 
principio em drogarias particulares, e somente após não conseguirem custear o tratamento, 
buscarem a justiça. 
7 
 
A saúde pública no Brasil, anteriormente, atendia apenas a um grupo da população 
como dispõe Marcos Aurélio Moretto (2002, p. 47): 
[...] trabalhadores na informalidade que não tinham acesso a esses Institutos 
por não serem contribuintes. Eles eram atendidos por Unidades Sanitárias 
dos Estados em serviços de saúde com limitações nos níveis de 
complexidade. A internação hospital, para os não previdenciários, se dava 
pagando-a ou dispondo de outro tipo de convênio, ou mais comumente, 
atendido como “indigentes [...]. 
 
Todos desejam as garantias de seus direitos fundamentais que assegura a proteção da 
dignidade de cada indivíduo. Segundo Torres (2010), predominou o pensamento de que os 
direitos sociais eram fornecidos parceladamente com o tempo, influenciado pelo 
constitucionalismo alemão das décadas de 50 a 70. 
A Constituição Federal de 1988 traz no art. 196 que “A saúde é um direito de todos e 
um dever do Estado”. A partir disso, o Estado tem total responsabilidade de promover e 
garantir a todos á assistência à saúde. Tal garantia, ainda segundo a Constituição Federal de 
1988 será “mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e 
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação”. 
não era de todo estranho ao nosso Direito Constitucional anterior, que dava 
competência à União para legislar sobre defesa e proteção da saúde, mas isso 
tinha sentido de organização administrativa de combate às endemias e 
epidemias. Agora é diferente, trata-se de direito do homem. (SILVA, José 
Afonso, 2005) 
 
Ainda na concepção de Torres (2010), todos os direitos sociais são direitos 
fundamentais sociais, continua afirmando que os direitos fundamentais sociais podem ser 
executáveis judicialmente, com ou sem intermédio do legislador. Eles devem ser concebidos 
conforme os princípios de perspectiva constitucional, como por exemplo, o da máxima 
efetividade. 
 
Segundo Carlos Neto (2017) A falta de recursos financeiros não pode ser um 
obstáculo para assegurar os direitos sociais, que são eles, a condição íntegra da vida humana. 
Quando isso ocorre, existe uma violação no princípio básico da Constituição Federal que é o 
da dignidade humana. Contudo, assegurar o mínimo existencial é uma exigência básica para a 
vida digna, e quando afeta o quesito saúde, significa uma transgressão ao direito à vida, sem 
saúde não existe qualidade de vida. 
Quando é estabelecido pela Constituição um direito fundamental, para Barroso (2002) 
ele torna se obrigatório, principalmente mediante a ação judicial. Quando um direito 
8 
 
fundamental ou infraconstitucional estiver sendo descumprido é dever do judiciário intervir na 
melhoria dessa situação, tendo que defender sempre em respeito ao principio democrático. 
 
 
Figueiredo (2010, p. 222), traz que: 
Se a judicialização das demandas sociais é indicativo desse ‘ativismo’ por parte dos 
indivíduos e instituições vinculados à sua representação e defesa, o número 
massivo de ações judiciais pleiteando as mais variadas prestações em saúde, 
perante o poder público e a iniciativa privada, descrevem o fenômeno que vem 
sendo designado por ‘judicialização da saúde’ e configuram indício, outrossim, de 
que há problemas na efetivação do direito à saúde e no cumprimento, pelo SUS, 
dos objetivos para os quais foi instituído pela constituinte, em 1988 
 
Segundo Bulos (2010), O papel do Estado é assegurar as pessoas que vivam seus 
projetos existenciais e ajudar para que seja o melhor que elas podem ser. O primeiro ponto 
que o Estado falha é no compromisso que devem ter com a promoção na maior extensão 
possível do direito à saúde, mas dentro de políticas públicas que possam ser organizadas. 
Os direitos fundamentais podem ser definidos como um conjunto de normas, 
princípios, prerrogativas, deveres e institutos inerentes à soberania popular, 
que garantem a convivência pacifica, digna livre e igualitária, 
independentemente de credo, raça, origem, cor condição econômica ou 
status social, tudo isso baseado no princípio da dignidade da pessoa humana. 
(BULOS, 2010, p. 515) 
 
Neste contexto pode-se perceber que o princípio da dignidade da pessoa humana é 
basilar para todos os outros direitos e não há como dissociar o direito da política, pois é 
preciso a política para a aplicação das garantias fundamentais. Percebe-se que a dificuldade se 
encontra na eficácia dos direitos sociais. 
Afirma Barroso (2002) que o entendimento de efetividade, de acordo com é 
relacionada ao conceito de Kelsen que diz “o fato real de ela ser efetivamente aplicada e 
observada, da circunstancia de uma conduta humana conforme à norma se verificar na ordem 
dos fatos” diz diferenciando vigência da norma. Portanto, efetividade é o direito aplicado ao 
caso concreto corretamente seguindo a própria função social. É o dever-ser normativo, 
andando em conjunto com o fato social. 
Desenvolveu-se um senso comum que o judiciário pondera de um lado o direito à vida 
e a saúde de uns, e do outros princípios orçamentários. Entretanto, infelizmente esta não é a 
verdade, e por este motivo, não há solução juridicamente fácil, muito menos, moralmente 
simples. 
9 
 
A atuação do Estado deve girar em torno da centralidade dos direitos fundamentais, 
afirma Barroso (2008), juntamente com a dignidade da pessoa humana, por tais razões é dito 
que a dignidade da pessoa humana é a propagação dos direitos fundamentais, sendo eles a 
essência desses direitos que são inclusos nos direitos fundamentais: 
A liberdade, isto é, a autonomia da vontade, o direito de cada um eleger 
seus projetos existenciais; 
A igualdade, que é o direito de ser tratado com a mesma dignidade que 
todas as pessoas, sem discriminações arbitrárias e exclusões evitáveis; 
O mínimo existencial, que corresponde às condições elementares de 
educação, saúde e renda que permitam, em uma determinada sociedade, 
o acesso aos valores civilizatórios e a participação esclarecida no 
processo político e no debate público. Os três Poderes – Legislativo 
Executivo e Judiciário – têm o dever de realizar os direitos 
fundamentais, na maior extensão possível, tendo como limite mínimo o 
núcleo essencial desses direitos. (BARROSO, 2008, p.10) 
 
Verifica-se que os direitos fundamentais e a dignidade da pessoa humana precisam ser 
observados juntos, para que a criação da política pública de saúde consiga suprir a 
necessidade da população. Seguindo o pensamento de Bobbio( 1992, p. 24-25), a dificuldade 
não é explicar o direito, apontando quais os aspectos relevantes, mas sim a proteção dele para 
garantir que não seja violado. 
A Constituição Federal de 1988 no art. 4, XII traz que é competência da União, dos 
Estados e do Distrito Federal legislar acerca da proteção e da defesa da saúde. Entretanto, 
Barroso (2008), determinar quem seria o sujeito passivo nas demandas por prestações desaúde facilitaria para a eficácia do sistema. A solidariedade entre todos os entes federativos, 
do ponto de vista prático acarreta grande dificuldade administrativa e dispêndio desnecessário 
de recurso. Estabelecer que o réu da ação vai ser a entidade estatal responsável por aquela 
prestação evita-se as multiplicações de atuações administrativas. E, nos casos que houver 
dúvida sobre a responsabilidade, a jurisprudência se incline sobre a solidariedade. 
Nesse contexto, frisa Milanez (2004, p. 199): 
[…] não há dúvidas de que o Estado não pode agir além de suas possibilidades 
financeiras. Ademais, ele pode ter outras áreas prioritárias onde aplicar o dinheiro 
público, que, infelizmente, não é infinito. Os recursos financeiros, entretanto, não 
podem ser vistos como fatos decisivo em todos os casos. Há as situações em que o 
dinheiro não é o problema principal. E mesmo nas situações onde a questão da 
disponibilidade de recursos se apresenta, deve-se estar ciente de que essa 
problemática pode também aparecer nos casos que envolvem direitos civis e 
políticos. Neste momento, oportuno analisar mais a fundo a abrangência do direito 
à saúde e até que ponto vai a dependência de recursos públicos. […] Há as 
obrigações de respeitar e proteger, obrigações que contribuem para a melhoria do 
direito à saúde e, ao mesmo tempo, não dependem de quantidades significativas de 
10 
 
recursos públicos. Por exemplo, o Estado pode ser requisitado simplesmente a 
regular um setor econômico, medida esta que não é extremamente cara 
Com o objetivo de melhorar as condições de saúde e para que o “equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”, conforme a Constituição Federal de 
1988, no seu art. 23, fosse alcançado, foi criada a Lei Orgânica da Saúde 8.080/90, mais 
conhecida como a lei do SUS dividindo assim, as competências dos entes federativos. 
A lei nº 8.080/90 define não somente a estrutura do sistema, como também a forma de 
organização, funcionamento e princípios que deverão ser seguidos. Dentre os princípios, dois 
merecem destaque: o da universalidade e o da subsidiariedade. O princípio da universalidade 
dispõe sobre a proteção do acesso a saúde e serviços acessíveis a todas as pessoas. E o da 
subsidiariedade incumbe aos Municípios o dever de executar as políticas públicas de saúde e 
o de oferecer medicamentos em particular. (BARROSO, 2008, p.16). 
Na separação da competência de cada ente, os Estados e a União Federal, só deveriam 
agir para suprir a necessidade quando houvesse ausência dos Municípios. No entanto, não é o 
que ocorre na prática, pois há uma confusão no que diz respeito como e a quem pedir o 
direito. Conforme Sarlet (2007), 
 A fundamentalidade formal encontra-se ligada ao direito constitucional 
positivo e, ao menos na Constituição pátria, desdobra-se em três elementos: 
a) como parte da Constituição escrita, os direitos fundamentais (e, portanto, 
também a saúde) situam-se no ápice de todo o ordenamento jurídico, 
cuidando-se, pois, de norma de superior hierarquia; b) na condição de 
normas fundamentais insculpidas na Constituição escrita, encontram-se 
submetidos aos limites formais (procedimento agravado para modificação 
dos preceitos constitucionais) e materiais (as assim denominadas “cláusulas 
pétreas”) da reforma constitucional; c) por derradeiro, nos termos do que 
dispõe o artigo 5, parágrafo 1 (sic) da Constituição, as normas definidoras de 
direitos e garantias fundamentais são diretamente aplicáveis e vinculam 
diretamente as entidades estatais e particulares. 
 
Segundo Daniel Carlos Neto (2017), faz se necessário observar três princípios: a 
mutualidade, a reserva do possível e a proibição de excesso e proporcionalidade. O primeiro é 
referente ao dever do Estado de prestar serviço médicos a população. Já a reserva do possível 
é pelo motivo que todos os direitos sociais estão sujeitos a ela para a sua efetivação. E por 
último, proibição de excesso e proporcionalidade, que quer dizer proporcionalidade. 
A mutualidade descreve Lopes (2009, p.156), engloba toda a ideia de 
proporcionalidade “direito é proporção real e pessoal de homem para homem” e tem de haver 
limitação do juízo de extensão, medida ou força da ação do judiciário e respeito da saúde 
pública do país, em especial aos cuidados médicos, hospitalares e farmacêuticos (LOPES, 
2009). 
11 
 
 
 A eficácia dos direitos está limitada a quantidade de recursos disponíveis. De acordo 
com Sarlet (2007, p. 265) os direitos sociais têm que abranger tanto a possibilidade, bem 
como o poder de recursos por parte do Estado. Por motivos expostos, o Governo pode alegar 
que não têm recursos financeiros para o atendimento eficaz a população, porém, não é uma 
desculpa aceita. O Estado não deve, e nem pode, deixar de garantir direitos fundamentais aos 
brasileiros, oferecendo um tratamento que consiga suprir a necessidade da população. 
Barroso (2008) afirma que: 
 
 A distribuição da competência não está prevista na lei do SUS, mas sim 
esboçada em inúmeros atos administrativos federais, estaduais e municipais, 
sendo o principal deles a Portaria nº 3.916/98, do Ministério da Saúde, que 
estabelece a Política Nacional de Medicamentos31. Ao gestor federal caberá 
a formulação da Política Nacional de Medicamentos, o que envolve, além do 
auxílio aos gestores estaduais e municipais, a elaboração da Relação 
Nacional de Medicamento (RENAME). 
 
 
3 A QUESTÃO ESPECÍFICA DA DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
A expectativa de vida no Brasil aumentou bastante nos últimos anos chegando há 75,5 
anos, e com esse aumento o orçamento do governo para saúde tem que ser aumentado cada 
vez mais. Entretanto, não é o que acontece na prática. Segundo Martins (2004, p.385): 
[…] tanto a igualdade formal (legal, que garante o tratamento paritário em 
nível legislativo e na aplicação do Direito) quanto a igualdade material 
(social, que, com força propulsora mais dinâmica, irradia uma perspectiva 
utilitarista na busca da efetivação da totalidade do conteúdo da igualdade 
formal) têm como principal destinatário o Estado, cabendo-lhe a função 
equilibradora e moderadora das desigualdades sociais. Nesta esteira, a via 
pela qual a igualdade material se impõe é a afirmação dos direitos 
fundamentais sociais. 
 
Nos casos de novos medicamentos propostos, Barroso (2008), especialistas avaliam o 
novo produto em diversos aspectos como a questão financeira, a qualidade de vida e melhora. 
Dependendo do resultado desta avaliação que é decidido se vale ou não a pena que o SUS 
faça integrar, e na maioria dos casos o resultado é negativo. 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
Há diversas críticas a judicialização da saúde, entre elas a crítica técnica que se refere 
a: 
Há ainda a crítica técnica, a qual se apoia na percepção de que o Judiciário 
não domina o conhecimento específico necessário para instituir políticas de 
saúde. O Poder Judiciário não tem como avaliar se determinado 
medicamento é efetivamente necessário para se promover a saúde e a vida. 
Mesmo que instruído por laudos técnicos, seu ponto de vista nunca seria 
capaz de rivalizar com o da Administração Pública57. O juiz é um ator 
social que observa apenas os casos concretos, a micro-justiça, ao invés da 
macro-justiça, cujo gerenciamento é mais afeto à Administração Pública58. 
(BARROSO, 2008). 
 
Ainda segundo Barroso (2008) existe alguns parâmetros para uniformizar a 
judicialização no quesito medicamentos. O primeiro é na esfera individual onde, o legislativo 
e o executivo, avaliam juntamente as necessidades emergenciais, recursos disponíveis e os 
aspectos técnico-médicos. Já o segundo é no âmbito coletivo, que apesar da impossibilidade 
do judiciário de decidir em relação a concessão de medicamentos, não impede de discutir 
judicialmente as listas feitas pelos outros poderes, podendo inclusive incluir outro 
medicamento ou intervir em razãode investigação de desvio de dinheiro do poder público. 
Barroso (2008), O lado positivo desse parâmetro é que a decisão tomada em âmbito 
coletivo terá efeitos erga omnes, assegurando a igualdade e universalidade, além de baratear e 
racionalizar o uso dos recursos humanos. Ainda neste ponto dispõe ainda sobre parâmetros 
complementares para o auxílio nas decisões pertinentes ao assunto. A primeira é que o 
judiciário só pode determinar a inclusão, em lista, de medicamentos de eficácia comprovada, 
excluindo-se os experimentais e os alternativos. Ou seja, é preciso opiniões majoritárias de 
especialistas, como médicos, enfermeiros e assessoria especializada na área, para saber se o 
novo medicamento é eficaz ao substituir outro já existem. Lembrando que não podem ser 
trocados por tratamentos alternativos. 
Ainda segundo entendimento de Barroso (2008), “o judiciário deverá optar por 
substâncias disponíveis no Brasil”. Nesse contexto, a preferência deve ser dada aos 
medicamentos disponíveis no território nacional, e preferencialmente, já conveniado ao SUS. 
“O judiciário deverá optar pelo medicamento genérico, de menor custo”. Desde que seja 
comprovada a eficácia, segurança e a qualidade. O último diz que “O judiciário deverá 
considerar se o medicamento é indispensável para a manutenção da vida” (BARROSO, 2008, 
13 
 
p. 35). Os medicamentos essenciais para a sobrevivência do indivíduo deverá ter preferência a 
aqueles que apenas proporcionam uma melhoria na qualidade de vida. 
 
4 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA INTERVENÇÃO DO JUDICIÁRIO 
NA SAÚDE PÚBLICA. 
 
O Artigo 196 da Constituição Federal deixa claro o direito à saúde. Apoiado nisso, o 
SUS trabalha sob três aspectos: promover, proteger e recuperar. Por esse motivo, qualquer 
cidadão brasileiro que queira recorrer ao sistema público de saúde, deve ser atendido. 
Contudo, quando isso não acontece, o indivíduo pode entrar com uma ação no 
Tribunal de Justiça contra o Estado. Afinal, ele deixou de receber algo que a Constituição cita 
como direito. 
A pessoa pode recorrer à Justiça para solicitar tratamentos que não são 
disponibilizados pelo SUS ou que possuem um valor muito alto na rede privada. Também é 
possível requerer o acesso aos medicamentos, consultas e procedimentos. 
Além do sistema público, a judicialização da saúde também engloba processos 
movidos contra planos de saúde que se negam a cobrir tratamentos que o paciente necessita. 
Para os doutrinadores existem aspectos positivos e negativos da intervenção do 
judiciário na saúde pública. Dentre os aspectos positivos Marrara e Nunes (2010, p. 87) 
listam: 
a) Estimula a concretização do direito social: determina o respeito por todos 
os Poderes aos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição, “para 
realização de um mínimo de bem-estar individual e social”. Como já 
ponderamos, o processo “força” que uma prerrogativa não implementada ou 
implementada precariamente seja concretizada por uso do sistema de freios e 
contrapesos da tripartite, e em nome da dignidade da pessoa humana. 
b) Desestimula o mau funcionamento do Estado: seja por corrupção, lobby 
ou pura omissão, o Executivo e o Legislativo prestam atendimento à 
sociedade muito aquém do que seria o ideal. “Nesse contexto de baixa 
eficiência e eficácia de muitos setores estatais, são de extrema relevância os 
estímulos judiciais em forma de determinação de ações concretas quer para 
coibir erros e ilegalidades, quer para afastar omissões indevidas”. 
Novamente tem-se o uso do sistema de freios e contrapesos, objetivando 
corrigir um grupo específico de ineficiências que prejudica a população, no 
caso relativo a prestações em saúde. 
c) Coíbe o esvaziamento de investimentos do setor: o orçamento brasileiro é 
autorizativo; na prática, isso significa que o Executivo pode modificar ou 
mesmo cancelar qualquer dotação votada pelo Legislativo. A judicialização 
seria, em tese, uma saída para evitar que a população seja prejudicada no 
caso da diminuição de dotações voltadas para a saúde, assegurando que o 
Executivo aja quando necessário for. 
d) Dificulta o retrocesso social: “veda ao Estado a criação de situações 
fáticas em que os direitos já conquistados pela sociedade passem a ser 
14 
 
ignorados”. O processo, em tese, evitaria o esvaziamento do núcleo mínimo 
do direito à saúde, com fulcro na dignidade da pessoa humana, de modo a 
sempre ampliar (nunca reduzir) as conquistas relativas ao direito à saúde. 
 
Um dos fatos mais expressivo é o de que não são todos que possuem recurso para 
chegar até a justiça, ou até mesmo conhecem seus direitos. O fato de a decisão judicial ser 
individual e não englobar a todos fere o princípio da isonomia. Esse é apenas um dos aspectos 
negativos, como listam novamente Marrara e Nunes (2010 p. 88-89): 
 
Confusão entre microjustiça e macrojustiça: muitas vezes o Judiciário 
autoriza demandas perante o Estado sem considerar, em tese, a 
globalidade de políticas públicas. “Assim, não raro, ao buscar a Justiça 
no caso concreto (microjustiça), o Judiciário afeta o que se chama de 
macrojustiça, ou seja, os efeitos desenvolvimentistas que deveriam ser 
gerados pelo conjunto de políticas públicas praticadas [...] de modo 
coerente”. De fato, esse talvez seja o argumento mais forte daqueles que 
se contrapõem à judicialização da saúde. E na prática isso realmente 
pode ocorrer se o processo for conduzido sem razoabilidade; há 
tratamentos de uma só pessoa que podem custar mais de R$ 500.000,00 
em um ano. Esse valor pode prejudicar orçamentos naturalmente 
pequenos, como os dos municípios. 
Substituição de decisões técnicas por decisões superficiais: entende-se 
que o Judiciário estaria prejudicando a implementação de políticas em 
saúde, abalando o planejamento do Executivo ao autorizar situações não 
previstas, baseadas apenas em laudos médicos e não no planejamento 
orçamentário anual, baseado em estudos científicos estatais. Observa-se 
que esse argumento é diretamente complementar ao primeiro. Mas não 
devemos ser simplistas e nem frios, já que há vidas envolvidas. 
Obviamente, é raso falar que situações não previstas podem sempre 
prejudicar todo o orçamento da saúde, sem estudar de forma acurada os 
fatores envolvidos No entanto, sem assessoramento adequado os juízes 
podem realmente tomar decisões equivocadas, pois seu conhecimento 
não abarca a seara médica. 
 
Desrespeito à Reserva do Possível e ao orçamento: Relacionado à teoria 
alemã de que ninguém está obrigado ao impossível, mas nesse âmbito é 
aplicada ao Poder Executivo de forma que “este não teria como serem 
obrigado a concretizar direitos que, na realidade, exijam esforços 
materiais e/ou financeiros desproporcionais – o que poderia impactar 
significativa e negativamente o orçamento público, prejudicando outras 
políticas públicas”. 
 
Eventual violação da harmonia entre os poderes: ao interferir em políticas 
públicas o Judiciário estaria extrapolando suas funções e adentrando nas 
do Executivo. Esse é o único argumento contrário que não prospera de 
modo algum, pois, em matéria de Direitos Fundamentais, especialmente 
em saúde, a situação encontra-se justamente na ambiência das 
intervenções autorizadas, pois se refere a um momento de uso do próprio 
sistema de freios e contrapesos, de modo a corrigir a atuação equivocada 
do Executivo em relação às políticas públicas, no caso sua omissão. Esse 
é o entendimento do STF (Acórdão STA 175-AgR/CE[37]). 
15 
 
 
Diante das palavras de Barcellos (2002): 
 
É obvio que a limitação de recursos existe e não se pode ignorá-la, até 
mesmo para que se possa afirmar judicialmente exigível ou não, certa e 
determinada prestação do Estado que desborde dos limites do razoável, mas 
também não se pode esquecer a finalidade da arrecadação de recursos 
públicos, que outra não é senão a de realizar os objetivos fundamentais 
traçados na Constituiçãoveja-se: A promoção do bem-estar do homem, cujo 
ponto de partida está em assegurar as condições de sua própria dignidade, 
que inclui, além da proteção dos direitos individuais, condições materiais 
mínimas de existência. Ao apurar os elementos fundamentais dessa 
dignidade (o mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os 
alvos prioritários dos gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se 
poderá discutir, relativamente aos recursos remanescentes, em outros 
projetos de deverá investir. O mínimo existencial, como se vê, associado ao 
estabelecimento de prioridades orçamentárias é capaz de conviver 
produtivamente com a reserva do possível. 
 
 
 
 
5 PANDEMIA DA COVID-19 E A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE 
 
Em março de 2020 a Organização Mundial de Saúde anunciou que estávamos em uma 
pandemia. No inicio, acreditava-se que afetaria apenas a área da saúde, mas afetou todas as 
áreas. E o sistema de saúde que já estava um caos, conseguiu ficar ainda pior. São hospitais 
sem leitos apropriados para atendimento aos pacientes, insuficiência ou nenhum equipamento 
de proteção individual para uso dos profissionais de saúde, quantidade abaixo da necessária 
de médicos, enfermeiros e assistentes, enfim, precariedade da saúde. 
Para BARROSO (2020, p. 89) deve existir um equilíbrio na atuação dos juízes e 
tribunais na busca de efetivação da meta coletiva.. 
O problema ganha em complexidade quando há confronto entre o interesse 
público primário consubstanciado em uma meta coletiva e o interesse 
público primário que se realiza mediante a garantia de um direito 
fundamental … a propriedade industrial pode significar um óbice a uma 
eficiente proteção da saúde. 
 
E Além de toda problemática já conhecida, o negacionismo de governantes é um dos 
fatores que atraem consequências nefastas para toda sociedade, uma vez que àqueles preferem 
negar a existência e gravidade de tal vírus e deixar de combater a epidemia para promover 
política partidária. 
Na realidade, alguns gestores públicos vislumbraram tratar-se de um inimigo em 
comum e revelaram-se verdadeiros protagonistas no combate ao grave problema, mostrando-
16 
 
se sensíveis, prudentes e intencionados a resolver, da melhor forma, o dilema posto, evitando 
a propagação da doença, através de decretos de distanciamento e isolamento social e punindo, 
de forma mais enérgica, àqueles que se propunham a descumprir políticas públicas voltadas 
ao bem-estar da coletividade. 
A pandemia provocada pelo COVID-19, mostra que não importa a classe social, a 
idade, o sexo, quando o assunto é contaminação pelo novo coronavírus, porque as 
desigualdades sociais revelam que os mais pobres sofrem mais consequências negativas, pois 
estão intensamente mais vulneráveis ao contágio, vez que são mais expostos à agentes 
nocivos, desde àqueles resultantes da falta de acesso à saúde, saneamento básico, alimentação, 
como também à educação, moradia, emprego, renda, etc. 
 
Constata-se que em decorrência da pandemia, diminuíram as demandas individuais e 
aumentaram as demandas coletivas, na medida em que o indivíduo, por medo, por precaução, 
enfim, por qualquer outro motivo, deixou de procurar o Poder Judiciário para ver a sua 
necessidade particular ser atendida. 
Deste modo, voltaram-se as atenções das grandes maiorias das autoridades de saúde, 
dos gestores públicos, do legislativo e do judiciário resultado só, a resolução da considerada 
maior mazela atual, priorizando-se a promoção de políticas públicas para viabilizar a 
exterminação do vírus ou minimizar os seus efeitos tão negativos, mudando, embora que 
temporariamente, a mentalidade de muitos atores que compõem a saúde pública de nosso país, 
promovendo ações que garantem maior ganho para toda coletividade. 
Importa consignar que o direito à saúde não é absoluto, ao contrário, com este 
concorrem outros princípios, os quais devem ser interpretados à luz do texto Constitucional, 
de modo a garantir que a função jurisdicional seja balizada não apenas no atendimento do 
pleito individual, mas na reunião de conhecimentos dos profissionais médicos, especialistas 
da saúde, nas prioridades das filas, nas diretrizes orçamentárias e nas políticas públicas 
voltadas para o ramo. 
Neste contexto, a judicialização deve ser empreendida como meio de organizar as 
políticas básicas de saúde, pautadas em critérios de evidências científicas e não em uma 
jurisprudência sentimental, na qual o julgador toma as dores do peticionante e concede-lhe 
não o direito, mas o desejo de ver o atendimento a sua pretensão, a qualquer custo. 
Nessa toada, não tenho dúvidas de que deve haver harmonia entre os Poderes, com um 
único objetivo de promover a saúde de forma universal e igualitária para toda a população, 
17 
 
pois quando o Ente Público age, isso se dá através de critérios objetivos, não sendo os 
mesmos critérios utilizados nas decisões judiciais, que, distante do conhecimento da realidade 
orçamentária do SUS, deferem o pedido de um cidadão em detrimento do atendimento 
necessário à coletividade, regredindo, sensivelmente, na garantia plena do direito à saúde do 
povo. 
 
 
 
 
De fato, as necessidades na área de saúde são numerosas, infinitas, diferentemente dos 
recursos destinados à promoção deste direito, daí é que surge a real intenção de garantir 
elementos suficientes para proporcionar aproximação e soluções executáveis pelos três 
poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, integrando-se com um único objetivo, fortalecer 
o Sistema Único de Saúde, sobretudo, com medidas de caráter preventivo e não curativo, 
como vem sendo usado ao longo dos anos. 
É com este pensamento que a Organização Mundial da Saúde (1946), define a saúde 
como uma condição de ausência de doença: 
 
A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste 
apenas no melhor estado de saúde que é possível atingir constitui uma ausência de 
doença ou enfermidade. Gozar do melhor estado de saúde que é possível atingir 
constitui um dos direitos fundamentais de todo o ser humano, sem distinção de 
raça, de religião, de credo político, de condição econômica ou social. 
 
Importante que se registre, que o funcionamento a contento do SUS, não deve ser 
apenas uma anseio daquele que dele pretende se beneficiar, e, admitir a existência de um 
sistema paralelo de internação, consultas, compras de medicamentos e equipamentos na 
política de saúde, atraem um custo altíssimo para toda a coletividade e fulmina a autonomia 
do SUS, impedindo sua engrenagem, tão brilhantemente pensada nas legislações atinentes à 
matéria. 
 
E como deve se desenvolver os julgamentos, VIDAL (2009, p. 109) contribui 
ensinando sobre como deve se dar a interpretação do julgador: 
Se a Constituição é norma jurídica, cabe ao Poder Judiciário aplicá-la diretamente, 
assegurando a sua eficácia. No campo da hermenêutica clássica, o reconhecimento 
da Constituição como norma jurídica terá como imediata consequência à aplicação 
dos métodos tradicionais de interpretação. [...] O papel do intérprete é apenas 
18 
 
revelar a vontade do legislador expressada na norma constitucional (ato de 
conhecimento), aplicando-as, pelo mecanismo da subsunção, às situações 
concretas. 
 
Não é demais lembrar, que o objetivo maior do Sistema Único de Saúde é garantir 
uma política pública que atenda, globalmente, a massa da sociedade e, à medida que a 
judicialização da saúde avança, aceleradamente, também nesta mesma velocidade ocorre a 
quebra da padronização no atendimento idealizado, da ordem e da cronologia, das prioridades 
e, por fim, geram o esgotamento financeiro, de suporte técnico e de pessoal, todos destinados, 
em sua essência, a garantir o pleno funcionamento do SUS. 
Sob este aspecto, é de suma relevância ser dito que o Poder Público deve se sujeitar 
aos princípios norteadores para uma melhor condução na utilização da res publica,sendo, a 
partir desta ideia que os gastos com a saúde sujeitam-se à cláusula de reserva do possível. 
A seguir trazemos à baila o entendimento de RIGO (2007, p. 177) 
 
Os direitos sociais condicionados à prestação do Estado (como é o caso da 
saúde) sujeitam-se à reserva do possível, que está vinculada ao limite de 
recursos do Estado, significando, em síntese, que a pessoa somente pode 
exigir do Estado uma prestação que seja razoável para o Estado cumprir. A 
cláusula da reserva do possível abrange a possibilidade e o poder de 
disposição do Estado, colocando os direitos sociais prestacionais na 
dependência da conjuntura socioeconômica. 
 
Não é demais afirmar que existe uma diferença sutil entre igualdade e isonomia, o qual 
faz toda diferença na execução das diretrizes do SUS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, reproduzimos o entendimento de ALMEIDA (2001, p. 35): 
 
19 
 
[...] todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saúde e será atendido 
conforme as suas necessidades. Os serviços de saúde devem considerar que 
em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, ou seja, 
cada grupo ou classe social ou região tem seus problemas específicos, tem 
diferenças no modo de viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer 
suas necessidades de vida. Assim os serviços de saúde devem saber quais 
são as diferenças dos grupos da população e trabalhar para cada 
necessidade, oferecendo mais a quem mais precisa, diminuindo as 
desigualdades existentes. O SUS não pode oferecer o mesmo atendimento a 
todas as pessoas, da mesma maneira, em todos os lugares. Se isto ocorrer, 
algumas pessoas vão ter o que não necessitam e outras não serão atendidas 
naquilo que necessitam. O SUS deve tratar desigualmente os desiguais. 
 
 
Em conclusão a este pensamento, registro o que escrito por ZAFFARONI (1995, p. 
22): 
De fato, ante a necessidade de atuação do Estado e a garantia de direitos nunca 
efetivados pelas políticas públicas inexistentes, registra-se uma crescente "demanda 
de protagonismo" dirigida aos judiciários, para que estes garantam que o Estado 
providência prometeu, mas não cumpriu. 
 
A partir da ideia de uma sociedade saudável e da busca pela concretização desta 
premissa, que se perseguem meios para garantir ao cidadão a realização de seu direito. 
A aplicação da teoria da imprevisão em razão da atual pandemia se compatibiliza com 
a queda da arrecadação tributária dos entes públicos e com o dever constitucional do estado 
no tocante à proteção da vida e da saúde pública, com vistas ao bem-estar de toda a sociedade. 
Há questionamentos de médicos, juristas, economistas, dentre outros profissionais, 
acerca da obrigação constitucional do estado em promover a saúde da população como um 
todo, abarcando, além da COVID-19, outras doenças não menos importantes, como câncer, 
problemas cardíacos e até depressão. 
Nesse cenário, surge o problema da judicialização envolvendo a saúde, por meio da 
qual as pessoas visam a tutela individual dos seus direitos, ameaçando comprometer o estado 
em detrimento do coletivo, inclusive com risco de interferência do Poder Judiciário em 
matérias de políticas públicas, a cargo do Poder Executivo. 
A hipótese para essa problemática não é imediata, tampouco irrefutável, mas depende 
necessariamente de diálogos institucionais entre todos os órgãos públicos e privados, além de 
profissionais, como médicos, juristas, economistas, cientistas, dentre outros, em uma atuação 
conjunta para evitar que as decisões judiciais provoquem o colapso do sistema como um todo, 
20 
 
considerando-se que a humanidade não está livre de novas pandemias e que as demais 
doenças continuam e continuarão a afetar a grande parte da população. 
 
 
6 INTERNAÇÕES E CIRURGIAS 
 
Outro grande problema enfrentado pelo Brasil através da judicialização além da 
questão dos medicamentos é o aumento das solicitações via judicial das internações e 
cirurgias. Frequentemente a população tem que acionar o poder judiciário devido à urgência 
ou não prestação do serviço (SCHULZE; NETO 2015). 
Infelizmente o SUS não cresceu conjuntamente com a expectativa de vida no país. 
Aumentaram os números de epidemias, doenças etc., porém, em meio a esse aumento, o 
Serviço Único de Saúde estava inerte, assim como permaneceu. Não se trata apenas da falta 
de preparo, mas também a falha na estrutura dos hospitais que muitas das vezes não têm vaga, 
e até mesmo os que não possuem funcionários trabalhando devido à falta de pagamento 
(SCHULZE, NETO, 2015) 
Neste contexto, Sarlet (2010) mostra que o objetivo da judicialização está em buscar a 
solução para direitos e princípios incompatíveis. Este processo deve passar por uma análise de 
organização para suprir a necessidade de hierarquização dos princípios em conflito com as 
normas constitucionais, predominando os bens mais significativos em observância com o 
princípio da proporcionalidade. Os casos mais constantes são os de pedido de urgência e de 
não preparo do sistema de saúde a doenças raras. O serviço público brasileiro, pelo principal 
motivo da corrupção no país, tem suas verbas desviadas, e isso acarreta a falha e insuficiência 
do serviço, pois não tem estrutura e profissionais capacitados dispostos a melhorar a saúde do 
país. 
É necessário entender a diferença entre a vigência e a eficácia da norma, a vigência 
refere-se a como deveria ser, no sentido normativo. E a eficácia é a norma aplicada ao fato 
gerador do problema. Ou seja, a eficácia para Silva (2005, p. 64) nada mais é do que o “fato 
de que a norma é efetivamente aplicada e seguida; a circunstância de que uma conduta 
humana conforme a norma se verifica na ordem dos fatos”. 
 
 
 
 
21 
 
Liliane Coelho da Silva (2013) mostra que apesar de na teoria as normas garantirem 
tratamentos aos que dependem do serviço de saúde publica, na prática eles são tratados com 
medidas paliativas apenas para não agravar a situação e dependem do governo para uma 
melhoria no estado de saúde. 
O problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é 
tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los [...]. Não se tratam de saber 
quais e quantos são esses direitos, qual a sua natureza e seu fundamento, se 
são direitos naturais ou históricos, absolutos ou relativos, mas sim qual é o 
modo mais seguro de garanti-los, para impedir que, apesar das solenes 
declarações eles sejam continuamente violados (BOBBIO, 1992, p. 24-25). 
 
 
22 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Mesmo ainda tendo muito a evoluir, o Brasil com a constituição de 1988 tem um 
grande avanço. Um país onde só tinha direito a saúde aqueles trabalhadores de carteira 
assinada, passa a estender o direito a toda a população. 
A judicialização deve ser aceita como um fato, e partir disso, pensar em quais 
situações o judiciário devem ser ativistas ou deve se mover com autocontenção. Devem ser 
estabelecidos parâmetros para que a atuação do judiciário possa se pautar por critérios de 
racionalidade e de eficiência, pois a falta de critérios universais que têm tornado o sistema 
disfuncional e desigual. 
Uma possível solução para diminuição da judicialização da saúde é a união entre os 
entes federativos. Pois, dessa forma, é possível a criação de políticas publicas e leis que 
atendam a necessidade da população de forma mais rápida e eficaz. De forma que, busquem 
as ações mais frequentes, de alta demanda, e haja um entendimento pacifico em busca de uma 
resolução do problema. 
Não cabe ao judiciário intervir quando há atos administrativos eficazes, pois o artigo 
196 da Constituição Federal deve ser respeitado. Há uma concepção de que o Poder executivo 
que deveria legislar sobre a saúde, tendo em visa a “reserva do possível”, por possuir uma 
visão do quanto o país tem de recursos e as necessidades que precisam ser atendidas. Além 
disso, não temos recursos o suficiente para suprir todasas necessidades da população, e assim, 
caberia ao Estado, diretamente, tomar as decisões mais favoráveis. O Juiz precisa ser 
assessorado para tomar decisões pertinentes a área da saúde, por não ser capacitado para o 
mesmo. Ideal seria que houvesse uma parceria entre assessorias especializadas na área da 
saúde com o poder judiciário, para que as decisões fossem justas. Dessa forma, até o custo 
para o Estado diminuiria. O Brasil está vivenciando um momento de certa fragilidade do 
legislativo e uma vertiginosa ascensão do poder judiciário. Por consequência disso, houve 
certo descrédito da política representativa. A Constituição Brasileira é bastante abrangente e o 
judiciário está à esquerda do legislativo, contribuindo para o avanço social diante de um 
imobilismo do legislativo, e se tornou mais representativo do que o próprio poder legislativo. 
23 
 
Não há democracia sem Poder Legislativo com credibilidade, atuante e com 
funcionalidade. O Estado deverá promover a igualdade seja por lei, políticas públicas ou 
outros meios eficazes, mesmo que invista menos em medicamentos e mais em políticas de 
saneamento básico. De maneira que tal investimento produza mais efeitos que toquem à 
promoção a saúde mesmo que em longo prazo, em todo o tempo analisando custos e 
benefícios. 
Muitas das vezes as políticas públicas podem não atender as necessidades individuais, 
ou algum grupo de um determinado seguimento. Decisão individual para coletiva A ideia de 
universalização e igualdade Permitir que o juiz transforme aquela ação individual em uma 
ação coletiva intimando as partes que ele reputa interessadas. Porque é adequada e justa 
Uma solução trazida por Luís Roberto Barroso seria no segundo semestre de cada ano, 
as pessoas envolvidas no sistema, participarem de um debate público e transparente para 
definir quais as políticas públicas de saúde serão prestigiadas e quais os recursos alocados a 
elas. Quando a política pública não atender as necessidades individuais ou de um determinado 
grupo, a decisão não deve ser exclusiva e sim para todos aqueles que estão naquela situação. 
Por fim, a população menos favorecida, que não conhece os seus direitos, ou por falta 
de acesso à justiça que mais sofre com o Sistema Único de Saúde Brasileiro. As políticas 
públicas falham desde não alcançar seu principal objetivo que é a redução da desigualdade no 
país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
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