Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Esquema do processo de cura / cicatrização · Agressão ao tecido, seja de natureza física, química ou biológica · Causa um dano tecidual · Que demanda uma resposta inflamatória Dependendo do estado de destruição do tecido e dos graus de transformação sofridos por este durante a flogose (inflamação, resposta do organismo), a cura pode acontecer de duas formas: · REGENERAÇÃO: reposição do tecido danificado por outro idêntico, havendo a reconstituição morfofuncional (da forma e da função). · CICATRIZAÇÃO: Substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo fibroso. Pode ocorrer a recomposição morfológica, porem também há grande possibilidade de haver dano funcional no órgão. REGENERAÇÃO Ocorre quando há: · Pequena perda tecidual. · Manutenção de um número significativo de células parenquimatosas viáveis, ou seja, células responsáveis pela função do órgão em que apresentem capacidade proliferativa mitótica. · Preservação do tecido conjuntivo adjacente, porque é ele que dá suporte ao tecido e fornece aporte de nutrientes para que o tecido passe pelo processo de regeneração. Mecanismos da regeneração: · Resposta inflamatória aguda inicial, responsável por combater o agente agressor que causou o dano tecidual e faz a liquefação enzimática das células necróticas e remove os restos dos tecidos por fagocitose. · Posteriormente, há a proliferação mitótica das células parenquimatosas, que são responsáveis pelas funções do órgão, e, então, tem-se a reconstituição da área tecidual perdida, mantendo-se as características morfofuncionais do órgão. Exemplos de órgãos com capacidade regenerativa: · Pulmão após pneumonia; · Epitélios de revestimento que sofrem ulcerações com preservação da lâmina própria, exemplo: afta. · Linfonodos acometidos por processos inflamatórios, especialmente os agudos. · Endométrio após curetagem uterina. · Rim e fígado após procedimentos cirúrgicos. REPARO/CICATRIZAÇÃO Ocorre quando: · Há grande perda tecidual; · Órgão não possui células com capacidade mitótica, como os tecidos musculares (estriado cardíaco e liso) e tecido nervoso; · O processo inflamatório não assume grandes proporções ou durabilidade (evolui para processo inflamatório crônico); · O tecido conjuntivo de suporte é amplamente lesado. Mecanismos: · Resposta inflamatória aguda inicial, que visa defender o organismo do agente agressor e remover os restos necróticos teciduais; · Ocorre a formação de coágulo fibrinoso/fibrinosanguinolento, para proteger a área danificada; · Liquefação enzimática das células necróticas e do coágulo; · Remoção dos restos necróticos e do coágulo. EXEMPLO: FASES DA CICATRIZAÇÃO/PROCESSO DE CURA 1ª FASE: INFLAMATÓRIA VÍDEO 1ª FASE: www.youtube.com/watch?v=qv6ko8a2HYY Nessa fase ocorre vasodilatação: visa aumentar a migração de células de defesa (ex. leucócitos) para a área lesionada. 2ª FASE: PROLIFERATIVA · Ocorre ressecamento do coágulo e a camada se torna mais escura e rígida formando a crosta que protege a superfície do ferimento · Nesse estágio uma das alterações que ocorrem é a proliferação das células epiteliais da epiderme para repor a camada perdida (reepitelização) · Infiltrado inflamatório mononuclear, rico em monócitos e linfócitos. · Ocorre a formação do tecido de granulação cicatricial rico em células e vasos Apresenta coloração rósea, consistência mole e granular, sendo constituída principalmente por: - Fibroblastos (produção das fibras colágenas), células endoteliais (vão formar novos vasos sanguíneos para transportar oxigênio e nutrientes) e macrófagos (inicialmente realizam a fagocitose e nessa fase produzem fatores de crescimento) A formação do tecido de granulação depende de angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), proliferação fibroblástica e síntese de colágeno. · À medida que os fibroblastos vão proliferando, eles vão migrando pra área lesionada. Eles se apresentam como células grandes, com núcleo grande e fusiforme e citoplasma alongado. · Posteriormente, ocorre a deposição de matriz extracelular rica em colágeno. · Maturação do colágeno cicatricial · Contração da área em cicatrização · Fatores estimuladores da angiogênese: FGF Fator de crescimento de fibroblastos VEGF Fator de crescimento do endotélio vascular VPF Fator de permeabilidade vascular otimiza as trocas entre o meio intravascular e extravascular, fazendo com que os tecidos recebam mais oxigênio e mais nutrientes. 3ª FASE: REMODELAÇÃO – começa em torno dos 14 dias · Proliferação fibroblástica e síntese de colágeno: Ocorre síntese de colágeno, primeiramente predomina o colágeno do tipo III, que é mais delgado e, posteriormente, do tipo I que é mais rígido e denso. Remodelação de colágeno pelas enzimas metaloproteinases Em torno de 28 dias, ocorre a transformação fenotípica de fibroblastos em miofibroblastos que possui actina e miosina que promovem a contração da área cicatricial. Ex.: Atletas quando sofrem lesão osteomuscular e precisam passar por cirurgia podem ficar 6 meses ou mais em recuperação, isso mostra que o processo de remodelação é contínuo e mais longo. · Fatores reguladores da proliferação fibroblástica e síntese de colágeno PDGF Fator de crescimento derivado de plaqueta (estimula a função plaquetária e a proliferação fibroblástica); EGF Fator de crescimento epidérmico (é produzido por qualquer epitélio e estimula a proliferação epitelial e também a proliferação fibroblástica); FGF Fator de crescimento de fibroblastos; TGF-Beta Fator de crescimento transformante beta (estimula a produção do colágeno). FIG. ESQUEMÁTICA DAS FASES: Imagem de tecido cicatricial maduro no coração: : O órgão fica com sua função prejudicada na área de cicatrização, já que o tecido fibroso não tem a mesma elasticidade da musculatura cardíaca. CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO Quando há uma união das bordas da ferida e ocorre formação de pequeno coágulo fibrinoso. Cicatriz menor e com menor probabilidade de defeito estético e funcional. CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO Ocorre quando há ruptura da sutura ou as margens da ferida se encontram distanciadas. Isso ocorre quando há: - Grande perda tecidual em extensão e/ou profundidade; - Acometimento dos órgãos por infarto; - Ulcerações inflamatórias profundas; - Infecções secundárias do ferimento. Fatores que modificam o processo de cura de forma prejudicial · Fatores gerais: 1. Falhas na síntese de colágeno Síndromes com formação de colágeno deficiente; Deficiência de vitamina C (é cofator da hidroxilação do colágeno); Desnutrição proteica grave (indivíduos nessa condição não possuem os aminoácidos necessários para formar a cadeira polipeptídica do colágeno). 2. Produção excessiva de colágeno (relacionado à queloide): Normalmente, ocorre quando o individuo apresenta produção insuficiente de enzimas líticas como as metaloproteinases. Pessoas negras tem tendência.
Compartilhar