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Resumo - Meningite - Pediatria

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1 
Meningite 
I N TRO DU ÇÃ O 
A meningite bacteriana aguda (MBA) é uma 
emergência infecciosa com alta incidência em crianças. 
Necessidade de diagnóstico precoce e instituição 
imediata do tratamento para ser o melhor prognóstico. 
É uma inflamação das meninges que pode cursar de 
forma aguda (horas a dias) – quadro clássico – ou 
crônica (>4 semanas). 
Toda criança que apresente febre com sinais e sintomas 
de doença do sistema nervoso central (SNC), como 
alteração do estado mental ou qualquer evidência de 
disfunção neurológica, deve obrigatoriamente ser 
investigada quanto a infecção do SNC como diagnóstico 
inicial → pode ser difusa nos casos de meningite 
A NA TO M IA 
► Dura-máter: membrana externa, dura, resistente e 
fibrosa 
► Pia-máter: interna, recobre o SNC, fina, delicada e 
vascularizada 
► Aracnoide: 2 folhetos, parietal-paquimeninge e o 
visceral-leptomeninge 
▪ O intervalo entre os folhetos é o espaço sub-
aracnoide – aonde circula o Líquido 
Cefalorraquidiano (LCR) 
− Liquor: secreção e filtração do plasma arterial 
formado nos ventrículos encefálicos por uma 
rede de capilares com finas células endoteliais 
 
LCR 
► O líquor é produzido e absorvido continuamente 
► Quantidade de 125 a 200ml 
► Punção na região lombar 
▪ Pressão de 18 a 25 cm/H2O no paciente sentado 
▪ P de 5 a 18 cm/H2O em: Recém-nascidos 
▪ P de 4 a 15 cm/H2O: lactentes e crianças 
► Características 
▪ Translúcido 
▪ Incolor (como água de rocha) 
▪ Sem hemácias 
▪ Normal é estéril 
► Punção Lombar 
▪ Decúbito lateral direito entre L4 e L5 
▪ Assepsia 
▪ Criança: 5 ml 
▪ Recém-nascido: 3ml 
▪ Lembrar de quando solicitar especificar a 
justificativa 
 
= Bacteriana 
 
 2 
M EN ING OEN CE FA L IT E 
► Repercussão encefálica (parênquima), causando 
edema cerebral 
► Causas 
▪ Bacteriana: Neisseria meningitidis e o 
Streptococcus pneumoniae são os mais frequentes 
▪ Viral: são os agentes infecciosos mais implicados 
na etiologia das ME infecciosas 
− Enterovírus, vírus herpes simpes, varicela zoster, 
CMV, vírus do sarampo, arbovírus, etc 
Tempo de evolução x Etiologia 
 
Patogenia 
Via direta Traumatismo cranioencefálico ou 
raquimedulares 
Sanguínea Foco infeccioso primário 
Contiguidade Processo infeccioso próximo ao 
encéfalo 
M EN ING I TE B ACT ER I ANA 
► Suspeita = emergência médica 
▪ Taxa de mortalidade próxima a 100% se não 
tratada 
▪ Crianças de 1 mês a 5 anos → 90% dos casos 
Etiologia 
► Varia com a idade 
FAIXA ETÁRIA AGENTE ETIOLÓGICO 
RN e lactente até 3 
meses 
Streptococcus agalactiae, 
Gram negativos entéricos 
e Listeria monocytogenes 
3 meses a 18 anos 
Neisseria meningites, 
Streptococcus pneumoniae 
e Haemophilus influenzae 
18 anos a 50 anos 
Streptococcus pneumoniae 
Neisseria meningites e 
Haemophilus influenzae 
>50 anos 
Pneumococo, Listeria e 
Gram negativos entéricos 
► Streptocuccus pneumoniae 
▪ + Grave + Sequelas 
▪ Diplococos gram-positivos → mais de 90 sorotipos 
capsulares 
▪ Fatores de risco: 
− Pneumonia (25%) 
− Sinusite 
− Otite 
► Neisseria meningitidis 
▪ Raramente deixa sequelas neurológicas 
▪ Diplococo gram-negativo → 12 sorogrupos sendo 
A, B, C, Y, W e X os principais responsáveis pela 
ocorrência da doença 
► Haemophilus influenziae tipo B 
▪ Causa sequelas como surdez neurossensorial 
▪ Cocobacilo gram-negativo, pleomórfico → pode 
ser classificado em seis sorotipos (A, B, C , D, E e 
F) 
Fisiopatogenia 
a) Tem início após a colonização nasofaríngea → 
invasão local → bacteremia com invasão meníngea 
b) Replicação bacteriana no espaço subaracnoide + 
liberação de componentes bacterianos atingem o 
endotélio 
c) Aumento da permeabilidade vascular → edema 
vasogênico + inflamação do espaço subaracnóideo 
+ ↑ da resistência ao fluxo liquórico com edema 
intersticial e hidrocefalia 
▪ Edema citotóxico decorre da liberação de 
produtos tóxicos de neutrófilos e bactérias 
d) Eventos causam: 
▪ ↑ da pressão intracraniana 
▪ ↓ do fluxo cerebral 
▪ Perda da autorregulação cerebrovascular 
Quadro Clínico 
► Apresenta espectro variado, dependendo da idade 
e duração da doença 
▪ Pode apresentar sintomas inespecíficos como: 
− Manifestações respiratórias, mialgia, artralgia, 
taquicardia, hipotensão 
− Manifestações cutâneas comuns são petéquias, 
púrpura e exantema maculopapular 
► Síndrome infecciosa 
▪ Febre alta 
▪ Palidez 
▪ Mal-estar 
▪ Astenia 
▪ Anorexia 
► Síndrome de irritação meníngea 
▪ Resulta da inflamação das raízes nervosas 
AGUDAS
BACTERIANAS/VIRAIS
SUBAGUDAS OU 
CRÔNICAS
FÚNGICAS/TUBERCULOSE
 
 3 
▪ Rigidez de nuca 
▪ Sinal de Kernig, Brudzinski e Lásegue 
 
 
► Síndrome de hipertensão intracraniana 
▪ Cadeia holocraniana intensa 
▪ Náuseas 
▪ Vômitos “em jato” 
▪ Fotofobia 
▪ Bradicardia 
▪ Abaulamento da fontanela em lactentes e 
neonatos 
► Síndrome encefálica 
▪ Sonolência 
▪ Estupor 
▪ Convulsão 
▪ Estado confusional 
▪ Se acometimento da via piramidal: 
− Paresias 
− Paralisias 
− Hiporreflexia 
− Sinal de Babinski 
 
Diagnóstico diferencial 
Encefalites virais, meningismo, hemorragia 
subaracnóidea, processos expansivos intracranianos, 
abscessos cerebrais, tromboses de seios venosos da 
dura-máter. 
Outros: Síndrome de Reye-Johnson, tétano, otites médias 
agudas, adenites agudas de pescoço, abscessos 
retrofaríngeo e afecções de coluna cervical que possam 
simular rigidez de nuca. 
 
QC em lactentes 
► Suspeitar em quadro inespecífico, como febre e 
irritabilidade 
► Choros persistentes, agitação, irritabilidade e 
recusa alimentar 
► Manifestações como hipotermia, letargia ou 
hipoatividade, recusa alimentar, vômitos, diarreia, 
dificuldade respiratória, convulsões e alterações do 
nível de consciência fazem parte do diagnóstico 
clínico → na falta de sinais meníngeos 
► Sinal tardio: abaulamento de fontanela 
 
D I AG NÓS T I CO LA BOR A TOR IA L 
► Exame do liquor – fundamental 
▪ Análise é realizada para celularidade (citometria 
e citologia) + bioquímica (proteína, glicose) + 
Gram e cultura + pesquisa de antígenos + reação 
de cadeia de polimerase (PCR) 
▪ Alterações liquóricas com pleocitose + proteína 
elevada = suficientes para o diagnóstico 
− A pleocitose com predomínio de linfócitos pode 
ocorrer na fase inicial de MBA, assim com a 
pleocitose com predomínio de neutrófilos na fase 
inicial de meningite viral, com “viragem” 
linfomonocitária 8 a 24 h após punção inicial. 
Sinais de Irritação Meníngea: 
Kernig + Lasegue + Brudizinski 
 
 4 
Exames complementares 
► Neuroimagem (TC computadorizada de crânio) 
▪ Indicados como abordagem inicial quando houver 
contraindicações de punção lombar, que são: 
− Evidências de hipertensão intracraniana (coma, 
hipertensão, bradicardia, edema de papila ou 
sinais focais como paralisia do 3º ou 6º pares) 
− Comprometimento cardiopulmonar e/ou choque 
− Infecção de pele no local da punção 
− Trombocitopenia (relativa) 
► Hemocultura 
▪ Positivas em 80 a 90% dos casos 
▪ Após coleta → iniciar tratamento empírico 
T RA T AME NT O 
► Deve ser instituído prontamente após a coleta de 
exames 
► Corticoide + antibioticoterapia 
 
▪ Glicocorticoides: objetivam reduzir o processo 
inflamatório → prevenção de complicações 
neurológicas 
− Evidências nos casos por H. influenzae (↓ surdez 
neurossensorial) e pneumococo (↓ óbitos) 
− Deve ser feito 15-30 minutos antes do ATB ou 
no máximo com a 1ª dose 
− Dexametasona 0,15mg/kg IV 
✓ 6/6h por 4 dias 
► Isolamento respiratório por 24h (se meningococo) 
► OBS: se não for possível realizar punção lombar 
▪ Início imediato do antibiótico de acordo com a 
faixa etária e demais dados clínicos / 
epidemiológicos 
► Criança deve receber também: Tratamento de 
suporte com monitorização + ressuscitação volêmica 
+ demais cuidados intensivos 
P RE VENÇ ÃO 
► Com a imunização de rotina com vacina contra H.influenzae tipo b, praticamente houve erradicação da 
meningite por esse agente 
► A introdução das vacinas PCV7 e PCV10 reduziu a 
incidência de meningite por penumococo em menores 
de 5 anos e entre não vacinados pelo efeito rebanho 
► Para a imunização de meningococo, existem as vacinas 
C, A-C e A, C, W135, Y

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