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Meningite na pediatria

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Anna Beatriz Carvalho Araújo UNICAP/Medicina - Pediatria 
 
Meningite 
 Definição e Fisiopatologia: 
- Inflamação das Meninges: 
É um processo infeccioso que acomete as 
leptomeninges (pia-máter e aracnóide) que 
envolvem o cérebro e a medula espinhal. 
Não costumam acometer o espaço subdural. 
Porém, podem causar cerebrites ou 
meningoencefalites, por contiguidade. 
- Podem ser causados por vírus (maioria dos 
casos), bactérias, fungos e os parasitas. 
- Todos os casos de meningite devem sem 
notificados e investigados. Notificação 
compulsória. 
- Para definir que é uma meningite, tem que 
ter uma leucocitose no LCR (líquido 
cefalorraquidiano). 
- Meningite asséptica: é classificada quando 
não houver a presença de bactéria no LCR. 
Ou seja, as meningites não infecciosas e as 
infecciosas não bacterianas. 
 
Etiologia: 
- Vírus: 
• Principais: Enterovírus (Coxsackie e 
Echovirus). 
• Outros: Herpes simples tipo 2; 
Caxumba e HIV. 
• Meningite viral é chamada de 
asséptica → geralmente é um 
processo autolimitado. 
- Bactérias: 
• Neisseria meningitidis 
(meningococo). A partir dos 10 anos, 
essa passa a ser a mais comum. 
• Streptococcus pneumoniae 
(pneumococo). Dos 3 meses aos 10 
anos, essa é a bactéria que mais 
infecta. 
• Haemophilus influenzae. 
Qual agente infeccioso mais comum, causador 
de meningite, na pediatria? pneumococo. 
- Fungos: 
• Cryptococcus e o coccidioides 
(imunossuprimidos). 
- Parasitas: 
• Meningite eosinofílica é causada pelo 
Angiostrongylus cantonesis. 
Meningococo: 
- Letalidade de 20% dos casos. 
- Diplococo gram negativo. 
- No Brasil: sorotipos B e C são as mais 
frequentes. 
- Transmissão: secreções nasofaríngeas, 
havendo uma incubação em média de 2-4 
dias (até 10). 
- Após 24 horas com antibioticoterapia 
adequada, passa a ser não transmissível. 
- Vacina contra a sorotipo C, realizada no 3º 
mês e 5º mês. 
Pneumococo: 
- Gram positivo; 
- Segunda maior prevalência no Brasil. 
- Está presente em todas as faixas etárias, 
apresentando alta letalidade e morbidade. 
- Vacina na antipneumocócica 10/13. 
** O foco desse resumo é a meningite 
bacteriana ** 
Anna Beatriz Carvalho Araújo UNICAP/Medicina - Pediatria 
Meningite Bacteriana: 
- Deve ser diagnosticada precocemente por 
ser aguda e de pior prognóstico. 
Colonização: 
- Do trato respiratório, gastrointestinal e 
geniturinário. 
- Essa infecção invade a corrente sanguínea, 
com isso, terá a evasão do sistema imune. 
- Porém a maioria das bactérias são 
encapsuladas e conseguem resistir a essa 
evasão, permanecendo na corrente 
sanguínea. 
- Posteriormente, vão conseguir invadir o 
espaço subaracnóideo e realizar o processo 
inflamatório nas meninges. 
Por isso que haverá um aumento do número 
de leucócitos nos LCR (IL-1, IL-6, TNF-alfa). 
Patogênese: 
- Como dito acima, os organismos penetram 
o organismo pelo trato gastrointestinal, 
respiratório ou geniturinário e alcançam o 
SNC via: hematogênica, nervos periféricos e 
por contiguidade (por uma infecção prévia, 
como otite). 
- Mecanismos de proteção do SNC: 
* Sistema reticulo endotelial; 
*Reações imunológicas celulares e 
humorais; 
* Barreira hematoencefálica. 
- Fatores que podem ser predisponentes: 
* Esplenectomia/asplenia; 
* Uso de corticosteroides; 
* HIV; 
* Deficiência de complemento; 
Manifestações Clínicas: por faixa etária: 
- Recém-Nascidos e Lactentes Jovens: 
* Inespecífico; 
* Febre (60%); 
* Vômitos; 
* Baixa aceitação oral; 
* Irritabilidade; 
* Letargia, sonolência; 
* Ausência da rigidez nucal (bem raro 
aparecer); 
* Abaulamento da fontanela, pelo 
aumento da pressão intracraniana; 
* Convulsões (20-50%); 
- Crianças e Adolescentes: 
* Sintomas mais “clássicos”; 
* Febre, cefaléia, rigidez nucal. 
* Letargia, irritabilidade. 
* Vômitos, náuseas, fotofobia, 
confusão. 
* Convulsões – menos comum (20-
25%) 
* Com/sem sinais de choque. 
* Pode haver púrpura (hematomas e 
petéquias) e icterícia 
** A ausência de rigidez nucal NÃO exclui o 
diagnóstico de meningite** 
** A tríade de Cushing (hipertensão + 
bradicardia + bradipneia) constitui um sinal 
tardio de hipertensão intracraniana ** 
O quadro pode chegar a sugerir a etiologia: 
* Viral: evolução superaguda (sinais e 
sintomas em poucas horas) 
* Bacteriana: evolução aguda – até 7 dias 
(evolução em horas a dias) com tríade 
clássica: febre, cefaléia e vômitos em 
jatos. 
Como investigar? 
Anamnese + exame físico + exames 
complementares. 
Exame físico: 
* Rigidez de nuca: o examinador flexiona 
a cabeça tentando encostar o mento em 
Anna Beatriz Carvalho Araújo UNICAP/Medicina - Pediatria 
região de fúrcula. O paciente com esse 
sintoma presente, sentira muita dor no 
pescoço ao movimento e haverá uma 
resistência invencível. 
* Sinal de Kernig: nos casos das 
meningites agudas e raízes nervosas, 
observa-se resistência e limitação do 
movimento, pois o paciente queixa-se de 
muita dor. 
* Sinal de Brudzinski: flexão involuntária 
da perna sobre a coxa e desta sobre a 
bacia ao se tentar antefletir a cabeça. 
 
* Sinal de lasègue: Dor lombar irradiada 
para região posterior do MI, quando esse 
é elevado passivamente pelo 
examinador, que com a outra mão 
impede a flexão do joelho 
 
Exames complementares: 
* Exames séricos gerais: Hemograma; 
Provas inflamatórias; eletrólitos; 
glicemia; coagulograma; hemocultura. 
O hemograma NÃO é exame de triagem 
pra meningite, então, se vier normal, não 
descartar meningite. 
* Análise do LCR: bioquímica/citologia; 
pesquisa direta de cultura; testes 
moleculares. Esse é o exame de escolha 
para um quadro de suspeita de 
meningite. 
Contraindicações clínicas à coleta do 
LCR: Coagulopatia; instabilidade 
hemodinâmica ou respiratória; infecção 
cutânea próxima à inserção da punção. 
A punção lombar é feita, geralmente, 
entre a L3 e L4, ou na região cervical. 
 
* TC de crânio: faz parte da triagem 
devido a possibilidade de achar 
complicações, como abcesso cerebral ... Já 
que nem todas as meningites vão ser 
possíveis de ver na TC, logo, a TC não é 
método diagnóstico de meningite, mas 
de complicações ou de diagnósticos 
diferenciais. 
* RX: é feito em caso de traumatismo 
crânio-encefálico. 
O liquor de uma meningite bacteriana 
costuma ter: 
* glicose bem consumida (<1/2 da 
glicose sérica). 
* proteína alta. 
* leucócitos altos, com predomínio de 
neutrófilos. 
* exame direto +: 60% 
Meningococcemia: 
- É a septicemia causada pela Neisseria 
meningitidis, sendo uma infecção 
generalizada com febre alta, com 
comprometimento do estado geral e 
exantema purpúrico ou hemorrágico 
localizado principalmente nas extremidades 
e regiões submetidas a pressões. 
Tratamento: 
1. Internamento. 
2. Suporte: 
Anna Beatriz Carvalho Araújo UNICAP/Medicina - Pediatria 
a. Jejum; 
b. Manutenção das vias aéreas 
pérvias; 
c. Oxigenoterapia; 
d. Estabilização hemodinâmica e 
eletrolítica; 
e. Reposição hídrica; 
f. Controle de Hipertensão 
intracraniana: decúbito em 30º, 
com o corpo alinhado; 
hiperventilação; Sedação e 
analgesia. 
3. Monitorização: 
a. Sinais vitais; 
b. Nível de consciência; 
c. Diurese; 
d. Avaliação neurológica 
sequencial. 
4. Sintomático. 
- Viral: Tratamento sintomático. Caso a 
infecção for herpética: utilizar aciclovir EV 
30 mg/kg/dia de 8/8 h por 14-21 dias. 
- Fungos: Anfotericina B: 1 a 2 mg/kg/dia, 
dose única, em 6 horas + Flucitosina 
150mg/kg/dia, 6/6 h VO. 
- Bacteriano: iniciar o tratamento com 
antibiótico empírico após coleta de material 
para cultura.* Associado ao antibiótico, deve 
administrar corticoide para evitar 
resposta inflamatória disseminada 
mediante a liberação de toxinas 
bacterianas pelas mortes dessas. 
Corticoide de escolha: dexametasona de 
0,4 a 0,6 mg/kg EV de 6/6 h, por 4 dias. 
 
Quimioprofilaxia: 
Nas primeiras 24h do caso inicial, todos os 
comunicantes íntimos, expostos de 7 a 10 
dias do início dos sintomas, devem ser 
tratados. 
* N. meningitidis (meningococo): 
rifampicina – iniciar em até 48 horas 
por 2 dias. 
* S. pneumoniae (pneumococo): não é 
necessário a quimioprofilaxia, apenas 
orientar os familiares quanto aos sinais 
e sintomas da doença. 
* H. influenzae: Rifampicina por 4 dias. 
Rifampicina: 
* Para > 1 mês de vida: 20 mg/kg/dia, 
divididos de 12/12 h 
* Para < 1 mês de vida: 10 mg/kg/dia, 
dividido de 12/12 h. 
* Para adultos: 600 mg de 12/12 h 
Para gravidas: ceftriaxona 250mg IM em 
dose única. 
Alternativas: Ciprofloxacina ou 
azitromicina, são outras opções para 
adultos, uso em 500 mg VO, dose única. 
Complicações: 
CIVD (coagulação intravascular 
disseminada): sangramento, púrpura, 
plaquetopenia e aumento do tempo de 
protrombina. 
Choque endotóxico: há hipotensão arterial, 
choque, CIVD, púrpura rapidamente 
progressiva e insuficiência adrenal aguda. 
Acontece pela liberação de toxinas pelas 
bactérias no sangue. 
* conduta: hidratação + corticoterapia . 
Anna Beatriz Carvalho Araújo UNICAP/Medicina - Pediatria 
Edema cerebral (intoxicação hídrica): 
* conduta: restrição hídrica, 
hiperventilação, manitol, dexametasona 
e elevação da cabeceira. 
Convulsões: desencadeado por edema 
cerebral, hiponatremia, empiema subdural. 
* conduta: correção dos fatores 
desencadeantes e instituir diazepínicos. 
Empiema/abscessos: febre persistente, má 
evolução clínica, HIC, convulsões 
focais/persistentes, alterações neurológicas, 
abaulamentos da fontanela. É resolvido por 
uma drenagem cirúrgica. 
Referências: 
Tratado de pediatria - volume 1 – Sociedade 
Brasileira de Pediatria. 
https://www.sanarmed.com/resumo-de-
meningite-epidemiologia-etiologia-
fisiopatologia-transmissao-diagnostico-
tratamento-e-quimioprofilaxia

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