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Modelos Tridimensionais aplicados ao Design de Interiores Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vanderlei Rotelli Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Brites Modelos Volumétricos de Estudo • Modelos Volumétricos de Estudo. • Conhecer as aplicações das técnicas de corte e montagem de maquetes; • Visualizar de forma tridimensional os espaços de circulação e vivência. OBJETIVO DE APRENDIZADO Modelos Volumétricos de Estudo Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Modelos Volumétricos de Estudo Olá, caro estudante! Vamos, nesta Unidade, colocar em prática as técnicas e as dicas que vimos ante- riormente na execução de uma maquete. Você tem treinado todos aqueles métodos construtivos, agora vamos utilizá-los para a construção de um modelo de estudo! Modelos de estudo são modelos rápidos, sem muitos detalhes, que você utilizará para fazer estudos e testes, analisando as opções de circulação e as relações de ergo- nomia, entendendo de maneira tridimensional as suas opções projetuais. Nesses mo- delos, representamos o espaço construído, e o mobiliário que você imaginou, sem, no entanto, indicar cores, acabamentos, texturas e outros detalhes de seu projeto. Como o próprio nome indica, essa maquete é executada nas fases iniciais do projeto, como uma ferramenta que vai lhe auxiliar nas primeiras decisões a respeito do espaço, antes das decisões mais detalhadas. Para fazer essas maquetes de estudo, a primeira coisa a ser feita é a construção da edificação na qual você está fazendo seu projeto, definindo os espaços e a circu- lação existente. Para que nosso exercício funcione, utilizaremos a planta que está indicada na Figura 1. Todas as nossas paredes internas terão 10 cm de espessura; as paredes externas possuem 15 cm. Figura 1 – Planta do apartamento Fonte: Acervo do conteudista Como você pode identificar, essa é a planta de um apartamento de um dor- mitório, com aproximadamente 40 m². Esse é um tipo de apartamento bastante comum no mercado imobiliário e representa, de certa forma, um padrão que você atenderá com seus clientes. 8 9 A primeira coisa a fazer é a definição da escala da maquete. Geralmente, esse tipo de maquete é executado em escala 1:50, pois essa escala facilita a abertura dos vãos e a execução do mobiliário; uma escala menor que essa, como 1:100 ou 1:125, pode dificultar a abertura dos espaços de portas e janelas, além de complicar a manipulação dos móveis dentro dos ambientes. Uma escala maior, como 1:25 ou 1:20, vai deixar a maquete muito grande e difícil de transportar. Por esses motivos, as nossas primeiras maquetes serão construídas nessa escala, mas, com o tempo e a prática, fique à vontade para tentar todas as variações possíveis e descobrir o que lhe deixa mais confortável para trabalhar! Não existe uma regra para a escolha da escala de trabalho, mas sim algumas opções técnicas, como as que vimos. Depois de definida a escala, começaremos a construção dos espaços, ou seja, a execução das paredes e dos vãos, para que você consiga entender os ambientes e a circulação nos lugares. A primeira coisa a fazer é escolher o material a ser utilizado. Essa escolha é técnica, ou seja, você vai escolher esse material em função de medidas de paredes, mobiliário etc. Nesse caso, como a maior parte das paredes mede 0,10 m (outra coisa que está sendo padronizada no mercado imobiliário), devemos escolher algum material que tenha 2 mm de espessura, isso é, 10 cm em escala 1:50. No caso das paredes externas, como elas não fazem diferença no espaço interno, utilizaremos o mesmo papel que utilizamos nas paredes internas – caso você queria ser mais fiel a essas espessuras, pode colar uma chapa de papel Paraná de 1 mm de espessura a uma outra chapa de 2 mm, para obter os 15 cm em escala 1:50. Como já vimos, o material que atende a essa necessidade é o papel Paraná com espessura de 2 mm. Com o tempo, você conhecerá outros materiais e pode- rá escolher alguma outra opção, mas, por agora, trabalharemos com esse nosso velho conhecido. Importante! Se você estiver em dúvida sobre como escolher o material, trabalhe com seu escalí- metro, procurando o material que mais se aproxime da medida que você precisa (em alguns casos, você não encontrará a medida exata e trabalhará com aproximações). Importante! Como você se lembra, na caixa que construímos com o papel Paraná, é preciso pensar na forma como os encaixes serão executados. Quando formos executar as paredes internas de uma edificação, isso é ainda mais importante, para que não acabemos com vários pedaços difíceis de serem montados, com espaços vazios que não existem e uma maquete com um acabamento muito irregular. Na Figura 2, é demonstrada uma opção de sequência de cortes. Neste exercício, usaremos a sequência apresentada, contudo, em seus próximos modelos, sinta-se livre para imaginar a forma que achar mais conveniente, sempre tendo em mente que o ideal é pensar na forma mais simples e rápida de cortar e montar as paredes – essa prática vai facilitar e agilizar seu trabalho com os modelos. 9 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Figura 2 – Indicação de corte das paredes Fonte: Acervo do conteudista Importante! Dependendo da complexidade da maquete que você estiver construindo, pode ser interes- sante até mesmo numerar as paredes, para não se confundir no momento da montagem! Importante! Com essas definições estabelecidas, vamos agora cortar o que vai ser o “piso” da maquete. Sobre essa base que você vai cortar, serão coladas as paredes. É útil, também, desenhar a posição das pare- des, isso é, desenhar a planta do modelo, pois esse desenho vai servir de guia no momento de colar as paredes. A Figura 3 mostra como fica o desenho dessa base. Certifique-se de utilizar uma placa pla- na de Papel Paraná para esse trabalho, já que, se o papel não for guardado de maneira correta, ele poderá empenar e atrapalhar seu trabalho. Figura 3 – “Piso” do modelo Fonte: Acervo do conteudista 10 11 Importante! Note que nesse “piso” estão desenhadas apenas algumas linhas. Lembre-se que essas linhas são apenas guias, coloque somente as linhas que acharnecessárias para a monta- gem das paredes; não é preciso desenhar a planta inteira! Importante! O próximo passo é o desenho das paredes no papel Paraná. Como você já sabe, essa é uma fase muito importante, já que um bom desenho é o começo de um bom modelo. Utilizaremos os comprimentos de parede que temos na planta e usaremos uma altura padrão de 2,60 m. Depois de desenhar as paredes, pode ser mais simples cortar primeiro as portas e janelas, já que você tem mais apoio para segurar tanto a régua quanto o próprio papel; depois de abertos os vãos, aí sim você irá separar as paredes. Você pode perceber que esses movimentos estão bem mais fáceis, certo? A prá- tica dos cortes vai deixando suas mãos mais firmes, o corte mais simples e com um acabamento melhor! Vamos agora fazer uma pré-montagem para verificar se todas as paredes estão com a mesma altura, se todas as medidas estão batendo, se os encaixes estão cor- retos etc. É sempre interessante que você execute essa etapa antes da colagem fi- nal, pois ainda há tempo de cortar novamente uma peça que saiu errada por algum motivo ou tirar o excesso de material que possa existir em alguma outra peça – é bem mais difícil trabalhar com as peças já com cola, ou mesmo já fixadas em suas posições. Caso você ache necessário, pode usar fita crepe, ou algo semelhante, para ajudar a segurar as peças no lugar enquanto faz essa verificação. Com tudo certo, vamos começar a colagem do nosso modelo! Você já sabe que deve passar cola na espessura do material e que deve utilizar pouca cola. Como também já vimos, você deve fazer uma sequência de montagem na sua cabeça e colocar as peças nessa ordem, evitando terminar com peças que precisem de um encaixe difícil ou que descolem ou rasguem outras no momento de serem fixadas. Depois de tudo colado, você deve ter um modelo semelhante ao que vemos na Figura 4. 11 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Figura 4 – Paredes da edificação prontas Fonte: Acervo do conteudista Com os espaços prontos, vamos construir os móveis de acordo com o projeto indicado na Figura 5. Lembre-se que, para esse trabalho, estamos usando um pro- jeto único, mas que, na sua vida profissional, você usará o layout que projetou para a execução do modelo, ou mesmo poderá definir a disposição do mobiliário a partir da maquete. Você perceberá, ao final desta disciplina, como os modelos tridimen- sionais fornecem um ponto de vista bem diferente dos desenhos bidimensionais, e podem melhorar bastante suas escolhas de projeto. Figura 5 – Layout do projeto Fonte: Acervo do conteudista Vamos, agora, começar a construção dos móveis para esse modelo. Como já foi dito, nesse tipo de maquete, usamos volumes simples – ou alguns volumes simples colados – para fazer a representação do mobiliário, isso é, esse tipo maquete não tem muitos detalhes. Comecemos pelos móveis do dormitório. Uma das coisas mais simples de ser executada é a cama. O tamanho padrão de uma cama de casal é 1,40 m x 1,90 m; 12 13 a altura é de 0,45m. Como estamos trabalhando com volumes, como você acha que faremos o volume da cama? Isso mesmo! Da mesma maneira que constru- ímos nossa caixa, e a maneira mais simples de construir esse móvel é com o papel Triplex. Da mesma maneira que executamos aquela caixa, a primeira coisa a ser feita é o desenho da peça no papel Triplex. A Figura 6 mostra esse desenho com as dimen- sões; você se lembra que as linhas cheias significam o corte do papel? Enquanto que as linhas tracejadas representam as dobras, ou seja, nas linhas tracejadas você passará o estilete com menos força, não para cortar, mas apenas para marcar o papel e facilitar a dobra. Figura 6 – Desenho planifi cado da cama Fonte: Acervo do conteudista Depois de cortar a peça, como sempre, você fará a dobradura antes da monta- gem, confirmando os tamanhos e os encaixes. Se estiver tudo certo, é só passar o adesivo e fazer a colagem. Caso alguma coisa não dê certo, você pode tentar acertar a peça, mas geralmente é mais rápido redesenhar e cortar novamente. Muitas vezes, perdemos mais tempo tentando consertar alguma coisa errada do que perderíamos se fizéssemos a peça novamente. Como você pode ver, essa é uma peça simples e rápida. Repetiremos o mes- mo método para a execução do guarda-roupa. Como estamos representando um armário embutido, ele terá a largura da parede onde está encaixado, de 1,60 m (peças que vão de parede a parede devem sempre ser medidas no local onde serão encaixadas, pois pode ter acontecido alguma diferença na montagem). A largura padrão de um armário é de 0,60 m e, nesse caso, faremos a altura total da parede de 2,60 m. Agora que você já sabe como fazer, não faremos o desenho dessa peça, mas você deve começar desenhando a peça planificada no papel Triplex. Não se esque- ça de fazer as linhas internas tracejadas, já que aqui trabalharemos com dobras e as linhas externas cheias, pois essas devem ser cortadas. Depois de desenhar e cortar, seguindo os tipos de linhas, você fará a pré-montagem para verificar se a peça está fechando de forma correta; caso esteja tudo certo, você pode fazer a colagem final. 13 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Vamos utilizar a mesma metodologia para a execução dos criados-mudos. Este modelo que está em nosso desenho tem 0,40 m de profundidade, por 0,50 m de largura e 0,55 m de altura. Novamente você vai fazer a planificação dessa peça no papel Triplex, respeitando a tipologia das linhas (cheias e tracejadas), e executar o corte. Depois do corte, é a vez da pré-montagem e, caso esteja tudo certo, prosse- guir para a colagem e montagem final. Um último detalhe no dormitório é a televisão que foi projetada para ser coloca- da suspensa na parede. Esse objeto pode ser representado como um retângulo de papel Triplex, mas ficará mais fino do que a peça real. O que podemos fazer? Isso mesmo! Colamos o retângulo de Papel Triplex sobre uma chapa de Papel Paraná com 1 mm de espessura, essa colagem nos dará a espessura necessária para a representação da televisão. O nosso problema agora será a colagem desse elemento na parede, já que o apartamento está montado. Para a execução desta colagem, usaremos um recurso bastante simples, mas que vai nos ajudar em vários momentos. Prepararemos um instrumento, um “gabarito”, que nos ajudará a localizar a peça na parede. Como você acha que isso pode ser feito? Exatamente! Cortaremos uma peça de papel com a altura em que será colocada na parede e também com a distância a partir de uma das paredes laterais; vamos considerar a altura de fixação do televisor como 1,40 m de altura e 0,75 m de distância a partir do canto da porta. Nosso gabarito terá essas medidas, ou seja, de uma forma rápida e simples conseguimos marcar exatamente a posição da peça. A Figura 7 mostra como é utilizado esse gabarito. Figura 7 – Marcação da posição da TV Fonte: Acervo do conteudista Importante! Para a confecção desse tipo de “gabarito”, você pode utilizar as sobras de papel que vão se acumulando e seriam descartadas. Trocando ideias... 14 15 Preste atenção como não é necessário desenhar todo o espaço que será ocupa- do pela TV. A marcação de um dos cantos já define os outros três. Isso também facilita e diminui seu trabalho! Depois de colocar essa peça, é possível montar o resto do ambiente; a Figura 8 apresen- ta esse ambiente com todo o mobiliário posicionado, de acordo com o layout escolhido. Figura 8 – Dormitório mobiliado Fonte: Acervo do conteudista Preste atenção na alteração que a colocação dos móveis provoca no ambiente. É claro que é possível perceber essas mudanças também na planta, mas, quando utilizamos um modelo físico tridimensional, tanto a visualização como a sensação provocada pelos volumes dos móveis é outra, muito mais próxima da impressão que seu cliente terá ao entrar no ambiente. Esse é um dos principais motivos pelos quais usamos modelos em Design de Interiores. Vamos, em seguida, executar o mobiliárioda cozinha. Novamente usaremos bastante o papel Triplex e o método de dobra para a construção dos volumes. Móveis que estão dentro de padrões comerciais, como a geladeira, por exem- plo, devem ser feitos seguindo as medidas dos fabricantes e dos modelos que você escolheu. A nossa geladeira, por exemplo, é um modelo pequeno, de 0,70 m x 0,70 m, e com 1,80 m de altura; essa peça já está mais fácil de ser executada, certo? Ela deve ser feita da mesma forma, isto é, a planificação, o corte e a dobra e, se estiver tudo certo, a colagem final. Simples, certo? Depois disso, faremos os móveis que são projetados especificamente para os espaços desse apartamento. Como você sabe, na maior parte dos projetos que fazemos, vários móveis são planejados para espaços e usos específicos – aliás, veremos como fazer esses móveis de forma bem mais detalhadas mais à frente. Por enquanto, continuaremos trabalhando com volumes e formas mais simples, 15 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo mas que representem nosso desenho, permitindo a análise e a percepção do projeto, como foi possível perceber com a construção das peças do dormitório. Nesse projeto, isso significa a mesa e o gabinete da cozinha, o rack na sala e a mesa na varanda. Vamos começar pela cozinha. A primeira peça que construiremos é o gabine- te. Esse tem 0,60 m de largura por 1,05 m de altura e 1,20 m de comprimento. Como é um volume, ele também será representado através de dobras no papel Triplex, depois de ser planificado e dobrado. É possível perceber como isso ficará mais simples, certo? Aqui já começamos a entrar na área de estudo de projeto, isto é, podemos fazer algumas alterações, variando o desenho desse móvel. O que é possível fazer? Exa- tamente! Podemos diminuir a altura e deixar essa peça suspensa na parede, como faríamos com o mobiliário real. Para isso, basta montar esse objeto com a altura de 85 cm e fixá-lo a 20 cm de altura na parede, por exemplo – ou ainda alguma variação sobre isso. Você consegue perceber como essa ferramenta vai lhe ajudar em várias fases dos seus projetos? Você pode fazer várias mudanças, estudando as diferenças que essas alterações fazem. Nosso próximo trabalho será a mesa da cozinha. Essa é uma mesa vasada, para refeições rápidas, que tem 0,55 m de largura por 1,15 m de comprimento e 0,85 m de altura; como você imagina que podemos executá-la? Exatamente! Como esse não é um móvel fechado, trabalharemos com apenas a dobra do papel Triplex, seguindo as medidas que estão na Figura 9. Figura 9 – Planificação da mesa Fonte: Acervo do conteudista Cortaremos uma tira de papel Triplex com a largura da mesa, isso é, 0,55 m. Marcaremos as demais medidas para as dobras, ou seja, vamos fazer uma peça semelhante a um “U”, mas invertido, desenhando uma vez a altura, despois o comprimento e novamente a altura. Essa peça será usada desta forma, como mostra a Figura 10. 16 17 Figura 10 – A mesa pronta para ser fi xada no lugar Fonte: Acervo do conteudista Vamos agora pensar no mobiliário da sala. O rack da TV tem 2,70 m de comprimento, 0,45 m de largura e 0,30 m de altura. Vamos fazer esse móvel suspenso, o que você acha? Como já falamos sobre a bancada da cozinha, vamos colocar esse móvel preso à parede. Vamos colocá-lo a 0,30 m de altura a partir do chão, que tal? Como você acha que podemos fazer isso? Isso mesmo! Vamos fazer um gabari- to, de forma semelhante ao que fizemos para a fixação do televisor no dormitório, com a vantagem dessa peça estar encostada em uma das paredes, e por isso esse gabarito será apenas uma tira de papel Paraná com a altura necessária. Basta fazer a marcação, conforme a Figura 11, e depois fixar as peças prontas com cola – cui- dado para que a peça não se mova durante a secagem da cola! Lembre-se que a cola demora alguns minutos para secar totalmente. Figura 11 – Gabarito para marcação da altura Fonte: Acervo do conteudista 17 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Vamos agora passar para o sofá. Esse sofá de três lugares tem 0,85 m de pro- fundidade, sendo que, desse total, devemos descontar 0,15 m relativos ao encosto. Ele tem 2,15 m de largura e, desse total, devemos descontar 0,30 m relativos aos braços dessa peça (0,15 m para cada um dos braços). A altura do assento é 0,45 m, a altura dos braços é de 0,60 m e a altura do encosto é de 0,90 m. Faremos quatro volumes de papel Triplex, da mesma forma que temos trabalha- do. Nesse caso, você precisa prestar bastante atenção nas medidas dessas peças, pois, como elas devem se encaixar, a precisão nessa execução é fundamental. Existe ainda uma ordem de execução aqui, visando evitar diferenças. Você executará primeiro o assento do sofá, de acordo com as medidas acima. Em seguida, você executará os braços do sofá, que, em uma maquete, são peças separadas. depois que todas as peças estiverem secas, você vai montar as três peças e conferir a medida final para o corte e para a montagem do encosto. Caso tenha ocorrido alguma diferença na medida, não se preocupe, pois, às vezes, essas diferen- ças acontecem. De qualquer modo, você planificará o encosto do sofá com a largura e a altura dada no projeto, mas com o comprimento que você mediu na peça que acabou de montar. A Figura 12 indica como o sofá ficará depois de montado. Figura 12 – Sofá montado Fonte: Acervo do conteudista Lembre-se sempre que a miniatura vai depender do modelo de sofá que você escolheu em projeto, ou seja, o desenho desse sofá poderá variar, mas essa forma de montagem vai funcionar para a maioria dos modelos. Vamos agora para a mesa de centro. Como você já imagina, usaremos o mesmo método para a construção da mesa. Esse móvel tem 0,50 m de largura por 0,50 m de comprimento e 0,30 m de altura. Como nas peças anteriores, você fará a planifi- cação da peça, com os cortes e vincos, e depois disso a dobra e a colagem. A mesa lateral tem 0,25 m de largura, 0,50 m de comprimento e 0,60 m de al- tura. Vamos executar essa peça de maneira semelhante à mesa da cozinha, ou seja, uma peça que tem apenas duas dobras e que é semelhante a um “U” invertido. 18 19 Finalmente, o último móvel da sala a ser executado é a poltrona. Para manter- mos o padrão dos outros móveis, representaremos essa poltrona de forma volumé- trica. Para isso, faremos o assento separado do encosto. O assento tem 0,50m de largura, 0,50 m de comprimento e 0,45 m de altura. Vamos fazer a planificação, os cortes e as dobras dessa peça como se essa fosse um pequeno cubo. Enquanto a cola dessa peça seca, você cortará uma tira de papel Triplex com 0,50 m de largura e 0,80 m de comprimento. Quando o cubo estiver seco, você fixará essa tira em uma das laterais, simbolizando o encosto da poltrona. A Figura 13 apresenta a poltrona pronta. Figura 13 – Poltrona Fonte: Acervo do conteudista Agora precisamos colar os móveis no ambiente. Com o rack já fixado, você co- lará o sofá, pois você já tem a referência da parede lateral. Depois da secagem da cola, você vai colar a mesa de centro e a mesa lateral. Pela planta, é possível per- ceber que o sofá serve como referência para a colagem desses móveis. Finalmente, você vai fixar a poltrona. Sua maquete agora deve estar semelhante à da Figura 14. Figura 14 – Mobiliário montado nos ambientes Fonte: Acervo do conteudista 19 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Como você está se saindo? As peças vão ficando mais fáceis de serem enten- didas e construídas, certo? O começo deste trabalho parece bastante complicado, mas, à medida que você vai construindo os móveis e desenvolvendo sua visão tri- dimensional, vai ficando mais simples e rápido. O treino e a persistência que você tiver se refletirão no seu trabalho! Finalmente, vamos fazer os móveis da varanda. Podemos perceber, pela planta, que esse ambiente do apartamento é pequeno e possui poucas peças. Começare- mos pela mesa de trabalho, que está na mesma parede do rack da sala. Faremos essa peça semelhante à cozinha da sala, ou seja,apenas uma tira de papel Triplex com 0,35 m de largura. Você deverá marcar a altura da mesa com 0,90 m e o comprimento será o da varanda (em planta, esse comprimento é de 1,20m, mas, como já foi apontado, você deve sempre conferir essa medida com a maquete, já que pode haver alguma diferença). Depois dessa peça, você fará mais duas poltronas, da mesma maneira que fize- mos a peça da sala. Com essas três peças prontas, falta apenas fixá-las na maquete, de acordo com o layout que foi apresentado. Seu modelo está terminado e deve ter ficado seme- lhante ao da Figura 15. Figura 15 – Modelo finalizado Fonte: Acervo do conteudista Como você pode ver, é um trabalho complexo, mas apresenta um resultado extremamente compensador. Com a prática, seu trabalho ficará cada vez melhor e mais rápido! 20 21 Importante! Você pode deixar prontos os móveis que são planejados para algum ambiente específi - co, isto é, camas, geladeiras, fogões etc., vinculados a alguma medida padrão. Ou seja, você pode executar várias geladeiras de uma vez e deixar essas peças prontas para o momento em que elas forem necessárias. Trocando ideias... Tenho certeza que você percebeu que não executamos as peças do banheiro, certo? Isso acontece porque mudanças na disposição das louças sanitárias são mui- to complexas de serem feitas e, geralmente, executamos apenas alterações estéti- cas, ou seja, as opções por determinada linha de louças de algum fabricante, mas não alteramos a disposição dessas no ambiente. Você notou, também, que não executamos as cadeiras desse apartamento. Como esses móveis podem ser colocados em qualquer posição no ambiente de forma muito rápida, ou seja, eles podem ser colocados embaixo da mesa, na sala ou em qualquer outro ambiente, geralmente não são utilizados em maquetes de estudo, como a que acabamos de executar. 21 UNIDADE Modelos Volumétricos de Estudo Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Artesão cearense fatura até R$ 210 mil com produção de Maquete Reportagem sobre o mercado profissional de maquetes. https://goo.gl/hllYtt Vídeos Top 7 Maquetes mais Incríveis do Mundo Este vídeo mostra alguns dos vários tipos de maquetes produzidos. https://youtu.be/mazqLxZyo-E Leitura Maquetes: o Estado da Arte Esta tese disserta sobre a história das maquetes e qual pode ser o futuro desse tipo de representação: https://goo.gl/3hgdm8 22 23 Referências CONSALEZ, L.; BERTAZZONI, L. Maquetes. A Representação do Espaço no Projeto Arquitetônico. 2. ed. São Paulo: Ed. Gustavo Gilli, 2015. KNOLL, W. Maquetes Arquitetônicas. São Paulo: Martins Fontes, 2003. MILLS, C. Projetando com Maquetes. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. 23
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