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Modelos Tridimensionais Aplicados ao Design de Interiores Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vanderlei Rotelli Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Modelos Detalhados • Modelos Detalhados. • Compreender o emprego de técnicas de corte e montagem de modelos, com apli- cação de acabamento; desenvolver a construção de mobiliário detalhado. OBJETIVO DE APRENDIZADO Modelos Detalhados Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Modelos Detalhados Modelos Detalhados Nesta unidade, vamos estudar a construção de modelos detalhados. Neles, além de compreender a circulação e a ergonomia, conseguiremos estudar os esquemas cromáticos, as combinações de texturas e até mesmo o desenho de mobiliário. A figura a seguir mostra um modelo de um dormitório, com cores e acabamentos, destacando uma das possibilidades de uso de uma maquete. Modelo de apartamento, disponípivel em: https://goo.gl/UGBKfF Ex pl or Para a execução desse modelo, usaremos a mesma planta com a qual trabalha- mos no modelo de estudo. Essa planta, de um apartamento de 40 m², representa um modelo de produto bem comum no mercado imobiliário, e nos permite estudar a maior parte das técnicas que serão usadas com maior frequência na elaboração de nossas maquetes. A figura 1 apresenta a planta desse apartamento. Construiremos nosso modelo em escala 1:50, já que é uma escala que permite um nível de detalhamento suficiente para o entendimento das relações que acaba- mos de comentar. Caso você ache necessário, é possível executar a maquete em uma escala maior (1:20 ou 1:25), ou mesmo apenas um dos ambientes, como a sala ou o dormitório. No caso, como já temos um projeto pronto, isto é, já passamos da fase de es- tudo para a fase de definições, vamos começar a representar os acabamentos que foram escolhidos para pisos e paredes. Você vai começar cortando o piso, ou a base da sua maquete, e fazendo a mar- cação das paredes na base. Depois da marcação das paredes, e antes de começar a colá-las, você vai fazer a representação dos pisos que foram definidos para os ambientes do apartamento. Figura 1 – Planta do apartamento Fonte: Acervo do Conteudista 8 9 A figura 2 apresenta os pisos que foram escolhidos para o apartamento. Nas áreas molhadas, utilizaremos um porcelanato, e madeira nas áreas íntimas e sociais. A representação desses materiais pode ser feita de várias maneiras; você pode trabalhar com colagem, com pintura, com aplicações etc. Vamos utilizar várias ma- neiras de representação. Então, para que você as conheça, treine, e escolha aquela que achar mais conveniente. A primeira representação que faremos é a da madeira. Representaremos esse material com o uso de um verniz tingidor. Esse tipo de verniz é utilizado em ma- deiras para mudar a sua tonalidade. No caso do papel Paraná, esse verniz deixa o papel com uma aparência muito próxima à madeira, de uma forma simples e rápida. A figura 3 apresenta a base já com o tratamento desse verniz. Além disso, você ainda pode utilizar lápis de cor ou giz pastel para fazer algumas diferenças de tom no verniz, deixando seu piso com uma aparência mais realista de madeira. Figura 2 – Pisos utilizados no projeto Fonte: Acervo do Conteudista Figura 3 – Piso de madeira Fonte: Acervo do Conteudista Você deve ter notado que a pintura que foi feita com o verniz ultrapassou os limites das áreas que foram definidas com esse acabamento, certo? Isso acontece porque é muito difícil de controlar a aplicação da tinta, isto é, quando você está trabalhando com o pincel, é muito difícil de parar a pintura em determinado ponto para evitar que uma cor “invada” o espaço de outra; se tivéssemos optado por trabalhar apenas com pintura para a representação de todos os nossos materiais, seria necessário fazer uma limitação das áreas que receberiam cada cor, ou cada tipo de tinta com fita adesiva, limitando as áreas onde as cores ou tipos de tinta seriam aplicados. Outro acabamento que pode ser feito, é a marcação das tábuas do piso, ou seja, a divisão do piso em suas partes, fazendo uma composição, e combinando as tábu- as com o acabamento do lápis de cor ou do giz pastel. No caso desse apartamento, no entanto, vamos optar por fazer o piso cerâmi- co com uma aplicação. Quando vamos fazer esse trabalho, temos a opção, por 9 UNIDADE Modelos Detalhados exemplo, de imprimir o piso e colá-lo no lugar, ou de desenhar o piso em um pa- pel, e então fazer a colagem. No caso, vamos fazer o desenho do nosso piso em um papel Canson, que tem uma textura bastante interessante, e que representa muito bem um porcelanato texturizado. Depois de pronto, vamos aplicá-lo no es- paço determinado. Uma das vantagens desse método, é que é possível controlar de forma muito precisa a área de aplicação do piso; a aplicação, inclusive, serve como guia para o momento de montagem das paredes, pois sabemos a posição exata delas a partir do piso. A figura 4 mostra a base com a madeira e o piso cerâmico aplicado. Figura 4 – Base com pisos Fonte: Acervo do Conteudista A base já começa a ter uma aparência mais realista, certo? Você já começa a perceber como o acabamento vai encantar seus clientes, e vai facilitar a percepção que eles terão do espaço. Com a base pronta, vamos começar a trabalhar as paredes. Para nossa maque- te, trabalharemos com uma pintura branca simples, mas você também pode traba- lhar com aplicação de papel, caso tenha optado por um papel de parede, ou um acabamento semelhante. Lembre-se sempre de trabalhar com a figura em escala reduzida, isto é, você vai precisar de uma imagem do papel de parede que esco- lheu, mas precisará trabalhar essa imagem em um programa de edição de imagens, para deixá-la proporcional à maquete. Vamos trabalhar com uma pintura branca nas paredes das áreas íntimas e so- ciais, e com a aplicação de revestimento cerâmico nas áreas molhadas. No caso das paredes com pintura, podemos também trabalhar com cores, fa- zendo o preparo nas máquinas da Suvinil SelfColor, ou qualquer outra marca, o que facilita bastante no caso de retoques. Um detalhe a ser levado em conta é, novamente, a escala da maquete. Em função do tamanho,a tinta escolhida pode ter uma aparência um pouco mais escura do que o real, e, por esse motivo, muitas vezes, escolhemos um tom mais claro, levando em conta esse detalhe. 10 11 No nosso caso, no entanto, como estamos trabalhando com pintura branca, essa não é uma preocupação. Faremos primeiro o corte das paredes, e depois a pintura, antes da montagem na base. A pintura deve ser feita em várias demãos, sem a aplicação de muita tinta em cada uma delas, evitando que o papel fique envergado, pois a tinta é à base de água, o que pode amolecer e até mesmo des- montar o papel, caso seja aplicada uma demão muito grossa. A figura 5 mostra algumas paredes já pintadas e coladas. Note que nem todas as paredes foram colocadas, pois ainda precisamos fazer o revestimento cerâmico em algumas delas, e para que tenhamos a precisão necessária, é preciso fazer esse trabalho em etapas. Figura 5 – Primeiras paredes montadas Fonte: Acervo do Conteudista Nas paredes onde se localizam o banheiro e a cozinha, é possível ver o revesti- mento aplicado; precisamos delas para ter as referências necessárias para a mon- tagem das paredes que faltam. É possível fazer a montagem de todas as paredes, e depois a aplicação do revestimento, mas, muitas vezes, o espaço de trabalho fica muito reduzido, dificultando a colocação desse revestimento. A partir dessas paredes, vamos fechar os próximos ambientes, colocando as pare- des que os completam, e finalizando a aplicação de revestimento onde for necessário. Com todas as paredes montadas, vamos colocar as portas, dando uma aparên- cia mais realista ao modelo. Como utilizamos o papel com 2 mm de espessura para a execução das paredes, vamos utilizar o papel com 1 mm de espessura para as portas. Como já sabemos quais são os acabamentos possíveis, podemos esco- lher como fazer as portas de acordo com seu projeto. No caso da nossa maquete, vamos fazer as portas em madeira, ou seja, vamos aplicar o mesmo verniz que foi aplicado no piso e trabalhar com os detalhes com lápis de cor ou giz pastel. Você pode optar por colocar as portas fechadas ou abertas. Portas fechadas tendem a diminuir o ambiente, o que pode causar uma impressão errada em um apartamen- 11 UNIDADE Modelos Detalhados to pequeno, por esse motivo, deixaremos as portas abertas. A figura 6 mostra o apartamento neste estágio. Figura 6 – Término da parte construtiva Fonte: Acervo do Conteudista Vamos agora começar a confecção dos móveis, de acordo com o projeto visto na unidade 2. De maneira semelhante ao que fizemos, vamos começar pelo dormi- tório, fabricando os móveis desse espaço. Vamos começar construindo a cama. Desta vez, como precisamos de mais deta- lhes, a cama será feita em Papel Métier, seguindo as medidas usadas anteriormen- te, de 1,40m de largura, por 1,90m de comprimento e 0,50m de altura. Vamos cortar uma peça de papel Métier com 5mm de espessura para a construção do corpo da cama. Depois de executar essa parte, vamos colocar os pés, de forma a que a peça fique sobre o piso, e não colada no piso; esses pés podem ser feitos com pedaços de palitos de fósforo de forma simples e rápida. Para que a cama não fique parecendo uma caixa, vamos pegar uma lixa e arre- dondar os cantos da peça, deixando uma aparência mais real, como se tivéssemos um lençol ou uma colcha sobre o colchão. Depois disso, vamos trabalhar com pin- tura, dando o acabamento que desejar na peça. Em seguida, vamos fazer a cabeceira da cama. Como sempre, essa execução vai depender do seu projeto e do mobiliário que você escolheu, mas, neste caso, vamos executar a cabeceira da cama em papel Paraná com 2 mm de espessura, representando uma cabeceira com acabamento em capitonê. Vamos desenhar o acabamento desejado no papel Paraná, e depois aplicar uma tinta na cor que você especificou em seu projeto. Você consegue perceber que, com materiais bastante simples e prosaicos, conseguimos deixar a maquete com uma aparência bastante 12 13 próxima ao real, e fazer com que seu cliente entenda de maneira integral o projeto? A figura 7 mostra a cama pronta. Figura 7 – Cama Fonte: Acervo do Conteudista Vamos optar por trabalhar todos os móveis do dormitório em branco, pois, assim, todos os móveis do dormitório se complementarão, dando uma unidade às peças. O armário, nas medidas de 1,60m de largura, 0,60m de profundidade e 2,60m de altura, será feito em papel Tríplex. Como estamos detalhando mais as peças, você vai fazer uma divisão nas portas com o grafite, representando as folhas e a altura das portas. Também é possível representar os puxadores, com linhas feitas com grafite. Os criados-mudos serão feitos com a mesma técnica. Além do volume, no en- tanto, desenharemos as gavetas na peça. A figura 8 apresenta as peças antes de serem colocadas em seus lugares. Figura 8 – Armário e criados-mudos Fonte: Acervo do Conteudista 13 UNIDADE Modelos Detalhados Com essas peças prontas, faremos a montagem do dormitório. A figura 9 mos- tra esse cômodo finalizado. A impressão que é passada pela imagem é muito mais próxima do real, certo? Esta é a ideia de uma maquete: que você e seu cliente consigam enxergar como será a aparência do projeto pronto, evitando discussões e mal-entendidos que podem comprometer a eficácia do trabalho. Figura 9 – Dormitório finalizado Fonte: Acervo do Conteudista As coisas vão ficando mais claras conforme vão sendo executadas, certo? Vamos fazer as peças da cozinha? Ok, vamos lá! Você verá que executaremos esta etapa de forma simples. Vamos começar pela geladeira. Essa peça é bastante fácil, já que utilizaremos a mesma técnica que já usamos para a construção dela como volumetria! Uma caixa de papel Tríplex, nas medidas de 0,70m de largura, por 0,70m de comprimento, por 1,80m de altura, vai resolver nosso problema. Caso você queira um acabamen- to diferente, pode trabalhar com pintura, ou mesmo revestir a peça com algum ma- terial que simule o acabamento que você escolheu. Neste projeto, trabalharemos com uma geladeira branca, logo, não será necessário fazer nenhum ajuste na peça; faremos apenas, com grafite, a representação da divisão das portas da geladeira e do freezer, trazendo, dessa forma, mais detalhes para o modelo. Depois da geladeira, faremos a bancada da cozinha, que mede 1,20m de com- primento, 0,60m de largura e 1,05m de altura. Utilizaremos a mesma técnica do papel Tríplex, fazendo uma caixa que represente essa peça, de acordo com as suas medidas. Com a caixa pronta, começaremos a trabalhar os acabamentos, de acor- do com o que foi definido em projeto. Para essa peça, foi escolhido um acabamento em fórmica azul e branca, com as cores se alternando nas portas do gabinete. Como esse é um acabamento mui- to exato, seria muito trabalhoso executá-lo com uma pintura, por isso decidimos 14 15 fazer uma aplicação de um papel na cor escolhida. Neste tipo de trabalho, tenha sempre o cuidado de escolher para a aplicação papéis com uma gramatura baixa, isto é, papéis finos, que não demonstrem uma saliência em relação à superfície do papel Tríplex. Depois de aplicadas as portas, faremos o tampo do gabinete. Neste projeto, usa- remos um tampo de granito Siena, que é um tom claro de pedra. Para isso, vamos cortar uma peça de papel Tríplex, que esteja saltada 1 mm em relação à frente e as laterais do gabinete. Nesse tampo, também faremos o buraco da cuba da pia, para determinar o local e a posição onde ela será colocada. Como estamos detalhando mais o projeto, você pode pensar que seria interes- sante criar também um armário suspenso sobre o gabinete. Afinal, em um aparta- mento pequeno, não podemos perder nenhum espaço. A construção desse armário seguirá a mesma técnica do gabinete, com as medidas de 1,20m de comprimento, 0,40m de largura e 0,90m de altura, ou seja, a peça irá até o teto da cozinha; daremos até o mesmo acabamento do gabinete, alternando as portas em branco e em azul, criando, dessa forma, um diálogo com o gabinete, e trazendoum pouco mais de cor para o ambiente. A figura 10 apresenta esses móveis. Figura 10 – Armários da cozinha Fonte: Acervo do Conteudista Na cozinha, ainda precisaremos fazer a mesa de refeições. Mantendo a paleta de cores que foi definida para o ambiente, faremos a mesa no mesmo azul que foi usado para os armários. Essa mesa será feita com uma tira de papel na cor que utilizamos para fazer as portas dos armários, com a medida de 0,55m de largura, 1,15m de comprimento e 0,85m de altura. Cortaremos uma tira de papel com essa largura, e o comprimento total da mesa mais as alturas, passando o estilete nas duas pontas, nas distâncias que marcam as alturas, e fazendo a dobra, de tal maneira que a peças pareça um “U” invertido. Essa peça será colada na posição em que foi determinada no pro- jeto (próximo à porta de entrada). A figura 11 mostra a cozinha montada. Preste 15 UNIDADE Modelos Detalhados atenção como é possível entender a paleta de cores, e a disposição dos móveis de uma maneira mais real com um modelo como este. Figura 11 – Cozinha montada Fonte: Acervo do Conteudista Para a montagem da sala, o que você acha de começarmos pelo sofá? Para a execução desse móvel, usaremos as mesmas medidas do sofá que construímos anteriormente, ou seja, o assento tem 0,70m de profundidade, 1,85m de largura e 0,45m de altura; o encosto tem 0,15m de profundidade, 2,15m de comprimento e 0,90m de altura; os braços têm 0,15m de espessura, 0,70m de profundidade e 0,60m de altura. A forma mais simples de execução é a construção de cada uma das partes. A ordem de execução de cada parte não é importante, isto é, você pode optar por começar pelo assento ou pelo encosto, mas é importante que você faça medi- ções constantes, pré-montando as peças, com a finalidade de verificar se todas se encaixam, caso contrário, você pode acabar, por exemplo, com um braço que fique para fora do encosto, apresentando um erro muito grave nesse tipo de modelo. Vamos começar pelo encosto. A largura de 15 cm equivale a 3 mm, o que quer dizer que iremos trabalhar com uma colagem de uma folha de papel Paraná com 1 mm de espessura, e uma folha de papel Paraná de 2 mm. Vamos cortar a peça no tamanho correto, antes de executar a montagem. Vamos cortar a peça com as mesmas medidas nas duas espessuras de papel, e fazer a colagem. Enquanto a peça está colando, sob um livro, como você lembra que deve ser feito, vamos cor- tar as peças que farão os braços do nosso sofá. Os braços do nosso sofá, em função de sua espessura, também serão feitos com uma colagem de papel Paraná de 1mm e 2 mm de espessura. Da mesma maneira que procedemos com o encosto, faremos com os braços, ou seja, devemos cortar as peças no tamanho, colá-las e arrumá-las sob um peso, para que não enverguem enquanto a cola seca. 16 17 Vamos, agora, fazer a parte que está faltando para finalizar nosso trabalho: o as- sento do nosso sofá. Aqui, nós vamos criar um modelo específico de sofá, em que o assento não vá até o piso, isto é, o assento será sustentado pelos braços do sofá. Para isso, nosso assento será feito com duas peças de papel Paraná com 2 mm de espessura, o que nos daria uma espessura real de 20 cm; vamos cortar e colar as duas partes, deixando que a cola seque junto com as outras partes do sofá. Agora, vamos fazer a montagem do móvel. Você vai marcar a altura do assento nos braços e no encosto, para ter uma guia quando for montar todas as peças, ou seja, você vai fazer a marcação de 0,45m de altura com a lapiseira. Antes de colar todas essas peças, com uma lixa, vamos arredondar os cantos, deixando-as com uma aparência mais próxima de uma peça real. Depois disso, faremos a pintura, de acordo com o que foi escolhido para o projeto. No nosso caso, vamos aplicar uma cor próxima ao cinza, imitando um tecido com essa cor. Em seguida, vamos colar os braços do sofá no encosto, alinhando as mar- cações da altura do assento. Quando essas três peças estiverem fixadas, vamos colar o assento, de acordo com a marcação que foi feita; dessa forma, estamos fazendo a representação do modelo de um sofá contemporâneo, que foi definido para o projeto. Nesse tipo de maquete, é bastante interessante que você repre- sente o mais fielmente possível o modelo e o acabamento dos móveis que você definiu, de acordo com seu Memorial Descritivo, representando os ambientes da forma mais próxima ao real que você conseguir. Isso fará com que seu cliente en- tenda melhor o projeto e possa fazer as mudanças e alterações que desejar antes da execução da obra. A figura 12 representa o sofá montado. Figura 12 – Sofá Fonte: Acervo do Conteudista Você está conseguindo entender qual é a ideia desse tipo de maquete? É mais simples do que parece, certo? 17 UNIDADE Modelos Detalhados Vamos, agora, executar as poltronas, a que está localizada na sala e as duas que estão na varanda. Essas peças, como você sabe, possuem as costas arredondadas. Temos certeza de que você notou que todas as peças que fizemos até agora têm apenas linhas retas. Isso porque a maior parte dos móveis que fazemos ou com- pramos possuem linhas retas. Acreditamos que você já tinha percebido isso. Por que você acha que isso acontece? Exatamente! A grande maioria dos projetos de arquitetura é feita com linhas retas, já que isso propicia um melhor aproveitamento dos espaços. Portanto, em nossos projetos de interiores, trabalharemos, de forma geral, com móveis construídos com linhas retas. Neste caso, no entanto, como optamos por um móvel com linhas curvas, vamos estudar como vamos construí-lo. Para começar, precisamos de um molde com a curva que executaremos para a peça. A peça que utilizaremos como molde será o assento da poltrona. Esse molde será cortado em papel Paraná de 1mm de espes- sura. O molde pode ser desenhado no papel Paraná, ou mesmo decalcado, isto é, pode ser transferido a partir de um desenho impresso. Para executar o decalque de um desenho, você deve ter uma impressão do ob- jeto que deseja transferir para o papel Paraná; é nesse ponto que muitas pessoas erram, pois pensam em usar o papel carbono para transferir o desenho, e isso é um problema devido ao tipo de tinta utilizada na fabricação do papel carbono, que é uma tinta permanente, e que atrapalha qualquer acabamento que tentemos dar na peça. Para que essa transferência seja feita, portanto, usamos outra maneira. Você vai pegar a impressão com o desenho que deseja transferir, e passar grafite na parte de trás da folha, cobrindo todo o desenho a ser transferido. A figura 13 demonstra esse conceito. Figura 13 – Grafite sobre o desenho Fonte: Acervo do Conteudista Com o desenho pronto para ser transferido, basta somente posicionar o dese- nho impresso sobre o papel Paraná, e decalcar o desenho. A grande vantagem 18 19 desse método é que, como estamos trabalhando com grafite, basta utilizar a bor- racha para apagar qualquer excesso que tenha ficado sobre o papel Paraná para deixá-lo pronto para receber o acabamento que escolhermos. Depois de passar o desenho para o papel Paraná, falta apenas cortá-lo. Tenha muito cuidado e atenção com o corte, pois a precisão dele é fundamental para a confecção do móvel, como veremos a seguir. Não tente cortar o papel na primeira passada de estilete! Esse corte deve ser feito de forma muito delicada. Depois de cortar o assento, vamos cortar uma tira de papel Paraná com a altura total do móvel, e vamos começar, lentamente, a curvar a tira com os dedos, con- forme indicado na figura 14. Observe, na figura, que essa curva não é feita de forma brusca, mas lentamente, curvando a tira aos poucos, de forma a não marcar o papel, nem deixar que apa- reçam as quebras nas fibras. Note, também, que é mais fácil curvar a tira como um todo, ao invés de curvar apenas o pedaço que será usado para a poltrona, pois ele é muito pequeno e, cer- tamente, ficará com as marcas por forçar demais a curva. Figura 14 – Curvando a peça Fonte: Acervo do Conteudista Depoisda tira curvada, basta colocá-la em volta do molde do assento, medir o comprimento correto e cortar a peça. Em seguida, é preciso fazer a colagem das peças, finalizando o sofá. 19 UNIDADE Modelos Detalhados Depois de a cola secar, podemos dar o acabamento desejado, como, por exem- plo, a pintura da peça na mesma cor da pintura do sofá. A figura 15 apresenta a poltrona finalizada. Figura 15 – Poltrona Fonte: Acervo do Conteudista Vamos, para finalizar a sala, construir o rack. Esse é outro móvel projetado sob medida para atender às necessidades de nosso cliente. Vamos fazer duas prateleiras de madeira, sobre um fundo também de madeira. Para fazer essa peça, qual material devemos utilizar? Isso mesmo! Utilizaremos o papel Paraná de 1 mm, que fica semelhante à madeira. Basta cortar as peças na medida correta (o comprimento das peças será de 2,70m, por 0,45m de largura, e 0,30m de altura). Começamos cortando a parte do fundo do rack, 2,70m por 0,30m de altura. Sobre esse fundo, iremos colar as prateleiras, com 2,70 de largura por 0,45 de profundidade. Não se esqueça de que é necessário um gabarito para a colagem da peça, pois ela está fixa na parede, mas solta em relação ao piso da sala. A figura 16 mostra o rack colado na sua posição. Figura 16 – Rack Fonte: Acervo do Conteudista 20 21 Nossa mesa de centro será feita em papel azul (o mesmo que usamos na co- zinha, criando uma unidade no projeto). Essa peça é quadrada, com 0,50m por 0,50m e 0,30m de altura. Usaremos o mesmo método construtivo que utilizamos na mesa da cozinha, ou seja, a peça será como um “U” invertido, feita com vinco e dobra. Neste ponto da maquete, o modo de trabalho já está mais simples, certo? Vamos aproveitar e utilizar essa metodologia para a execução da mesa lateral, que tem 0,25m por 0,50m e 0,60m de altura. Vamos utilizar o mesmo material, o papel azul nessa peça também. Simples, certo? Finalmente, vamos executar a mesa de trabalho que se localiza na varanda. Ela será feita também em azul, dialogando com o restante dos móveis que criamos para o apartamento. Construiremos esse móvel usando a mesma metodologia de antes, com cortes e vincos, respeitando estas medidas, que são de 0,35m de largura, 1,20m de com- primento e 0,90m de altura. Com a peça pronta, basta fixá-la no lugar. A figura 17 mostra a maquete pronta. É importante que você perceba como essa ferramenta vai ajudar seu cliente a entender as cores e texturas que você imaginou para o projeto dele, bem como o desenho e o acabamento da mobília que você escolheu. Muitos clientes não conseguem ter uma visão exata do projeto apenas com desenhos e perspectivas, e a maquete, como uma ferramenta tridimensional pode ajudá-los a enxergar o projeto como um todo. Figura 17 – Maquete fi nalizada Fonte: Acervo do Conteudista Como você percebeu, basta treino e perseverança para que a maquete seja feita de forma simples e rápida. Continue a praticar e superar seus limites, e, em breve, você estará fazendo projetos mais complexos de maneira simples e ágil. 21 UNIDADE Modelos Detalhados Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Maquetes – A representação do espaço no Projeto Arquitetônico Esse livro apresenta várias técnicas interessantes para a construção de maquetes. CONSALEZ, L.; BERTAZZONI, L. Maquetes – A representação do espaço no Projeto Arquitetônico. 2. ed. São Paulo: Gustavo Gilli, 2015. Vídeos Alunos de escola fazem maquete de Mariana, cidade de MG coberta pela lama https://goo.gl/NDEPFe Leitura O uso da maquete como prática pedagógica no curso de design de interiores Artigo sobre a produção acadêmica de maquetes, bastante interessante e esclarecedor. https://goo.gl/W5KWCP Acadêmicos de Design de Interiores produzem maquetes para feira livre Mais um uso inusitado para maquetes. https://goo.gl/k4rc8r 22 23 Referências CONSALEZ, L.; BERTAZZONI, L. Maquetes – A representação do espaço no Projeto Arquitetônico. 2. ed. São Paulo: Gustavo Gilli, 2015. KNOLL, W. Maquetes Arquitetônicas. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 23