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Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 Infecções bacterianas da pele PELE E DEFESA o Camada córnea – barreira mecânica o pH cutâneo – 5,5 – bactérias se proliferam em pH mais alto (alcalino) – não devamos o Secreções sebáceas (ácidos graxos livres insaturados) ação antibacteriana o Xerose cutânea (maior disposição a infecção) – OBS: contudo excesso de umidade também pode favorecer o Flora bacteriana na pele staphylococcus epidermidis, malassezia, - competem com as patogênicas CONCEITO o Infecções cutâneas primarias o Staphylococcus aureus e Streptococcus beta-hemolítico do grupo A o Atingem as diversas camadas da pele e seus anexos o Infecções bacterianas: ● Impetigo ● Ectima ● Foliculites ● Furúnculo ● Antraz ● Erisipela Tanto o S. aureus quanto o estreptococo podem colonizar o corpo sem causar doenças. O estafilococo pode estar presente na mucosa nasal e dali pode vir a contaminar outras regiões da pele produzindo essas infecções. Já o estreptococo pode estar presente em grandes dobras cutâneas/ áreas úmidas da pele (de forma que quando há a formação de soluções de continuidade esse microorganismo penetre na pele causando lesões) IMPETIGO o Acomete epiderme (não compromete camada basal) – normalmente evolui sem sequelas o Agentes: Staphylococcus aureus ou estreptococo hemolítico (solução de continuidade - microtraumas) PATOGENIA o Comum em crianças ● SI em desenvolvimento ● Brincam, caem se machucam ● Higiene corporal precária ● Desnutrição (alimentação inadequada/ pobre) ● Autoinoculável – manipulação das lesões, arrancam as “casquinhas” ● Altamente transmissível entre as crianças CLÍNICA o Lesão superficial o Face ou extremidades o Lesões únicas ou múltiplas (+ comum) o Vesícula purulenta – rompe com facilidade (liberação de secreção purulenta com posterior formação de crostas ● Staphylococcus aureus – maior exsudato purulento (pústula) bolhoso ● Streptococo – mais crostosa crostoso (não bolhoso) #OBS: pode ocorrer prevalência da co-infecção por estafilo + estrepto o Lesões superficiais de base eritematosa que se rompem com facilidade, formando crostas o Evolução – cura sem sequelas ● Complicação – Estreptococo beta-hemolítico do grupo A: glomerulonefrite Esta criança com impetigo apresenta conglomerados de vesículas e pústulas com cor de mel. DR P. MARAZZI/SCIENCE PHOTO LIBRARY DIAGNÓSTICO: clinico e/ ou bacterioscopia e cultura DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: herpes simples; dermatofitoses (lembra lesão circinada) TRATAMENTO: o Limpeza e remoção de crostas – sabonete antisséptico – cricosan o Água boricada 3% Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 o POUCAS LESÕES – antibióticos tópicos ● Ácido fusidico 2% creme (verutex creme -2x dia/ 7 dia) ● Mupirocina (pomada – 2 a 3x/dia por 7 dias) ● neomicina + bacitracina o MÚLTIPLAS LESÕES – ATB sistêmicos ● Penicilina ● cefalexina 30mg/kg de peso/dia ● azitromicina 30mg/kg peso/ ECTIMA o Acomete epiderme e Derme superficial (papilar) o Pode desencadear cicatriz o Imunossupressão – principal fator envolvido o Picadas de inseto e escabiose podem representar “porta de entrada” para esta infecção o Pequenas úlceras, purulentas e rasas, recobertas por crostas espessas de cor marrom-enegrecida com eritema ao redor. o Agentes: estreptococo e estafilococo – sendo o estreptoco beta-hemolítico grupo A mais frequente CLÍNICA: Eritema � pústula � forma exulceração � recoberta por crosta seca, endurecida e aderente o Localização – pernas (principalmente) o Evolução com ou sem cicatriz o TT igual ao impetigo – o ideal é o TT sistêmico em predileção pelo tópico – ampicilina Esta fotografia mostra pequenas feridas (úlceras) superficiais e purulentas que se parecem com perfurações, com crostas espessas de coloração marrom-escura, quase preta. A área ao redor das úlceras é inchada e sua cor é roxo-avermelhada. (Springer Science+Business Media) FOLICULITES o Acometem folículos pilosos – ostio do folículo (ostiofoliculite – foliculite superficial) ou a foliculite profunda (hordéolo – terçol). Quando há o comprometimento do folículo piloso e glândula sebácea anexa temos o o É conhecida por Osteofoliculite ou impetigo de Bockhart o Agente: estafilococos destruição dos ceratinócitos com formação de pústulas que se rompem com facilidade podendo haver formação de crostas 2ª o Locais mais comuns: axilas, virilhas, o TRATAMENTO: sabonete antisséptico FOLICULITE PROFUNDA o Hordéolo ou terçol – infecção do folículo piloso da pálpebra – formação de pústula em pálpebra (mais profunda acompanhada por dor, calor, edema local) o Quando se torna recorrente – procurar outras causas – ex: dermatite seborreica, problemas oftalmológicos o TRATAMENTO: ● limpeza com soluções antissépticas (2x ao dia 7 dias) ● ATB tópico – ex: bupirocina pomada; acido fudisico ● Casos crônicos: cultura + antibiograma PSEUDOFOLICULITES o Pelo ulotríquio (“encaracolado”) – negros, indivíduos de pele mais escura o Depilação frequente com lamina – pelo acaba “crescendo e se voltando para a pele (não emerge) provocando uma inflamação (pápulas eritematosas) secundariamente infectadas por estafilococus o Comum em barba, axilas, virilhas o TRATAMENTO: ● depilação a laser ● depilação a favor do crescimento do pelo ● sabonetes antissépticos Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 ● aparelhos de barbear elétricos ● infecção bacteriana ATB tópico ou sistêmico FURÚNCULOS o Agentes: estafilococos (aureus mais comum) o Acomete folículo piloso e glândula sebácea anexa inflamação importante com destruição das estruturas que são eliminadas o Nódulo eritematoso, profundo (doloroso, quente, endurecido) formação de pústula em 2-4 dias (carnicão/ carnegão) depois da cura do processo normalmente há formação de cicatriz na pele o Mais comum no verão o Áreas de fricção – nadegas, axilas, pescoço, face o Fatores predisponentes: diabetes, desnutrição, obesidade, pele úmida, temperaturas altas, queda de resistência, desnutrição #OBS: não devemos NUNCA espremer o furúnculo isso porque com isso estaremos favorecendo que a infecção ganhe a circulação sanguínea podendo atingir outros locais e até mesmo desencadear um quadro sistêmico (septicemia)!. o ANTRAZ x FURUNCULOSE ● Antraz agrupamento de vários folículos pilosebáceos localizados mais frequente em nuca, dorso, coxa – mais comum em indivíduos de maior idade e com condições crônicas associadas (DIABETES!!) ✧ Internar o paciente, ATB sistêmica (risco de septicemia) ● FURUNCULOSE – múltiplos isolados TRATAMENTO o Clínico o Bacteriológico + Antibiograma – quando de repetição (no geral não é necessário) o Cuidados higiênicos – tomar banho com higiene adequada de regiões mais quentes e úmidas da pele o Corrigir fatores predisponentes – furunculose/ DM, CA, imunossupressão, anemia ferropriva o ATB tópicos (ácido fusidico, bupirocina, ...) o ATB sistêmicos ● cefalexina 500mg; azitromicina 500mg ● Sulfametoxazol + Trimetoprim ● Caso necessário internar o paciente e fazer ATB sistêmica ERISIPELA o Acomete: derme profunda (com comprometimento de panículo adiposo e vasos linfáticos) o Agente: Estreptococos Beta-hemolítico do grupo A - mas pode também ser causada por Haemophilus influenzae tipo B, o Penetração solução de continuidade (traumas) – está relacionada a uma “porta de entrada” que pode ser por exemplo: ● úlcera venosa em MMII, “pé de atleta”, picada de insetos, ferimento cutâneo traumático e manipulação inadequada com as unhas. ● Bactérias penetram a pele atingindo camadas inferiores e se espalhando de forma rápida com bastante facilidade ● Pessoas com má condição imune o Bastante frequente em idosos (circulação venosa e linfática debilitadas) o Contudo, podem afetar indivíduos de qualquer idade e outras regiões da pele o Frequente em pernas (85%) e face ● Tinha do pé – coceira microtraumas ● Ecazemas de estase, ulceras varicosas (MMII) – porta de entrada para os estreptococos o CLÍNICA ● Quadro inicial: Pode manifestar-se com mal-estar geral, fadiga, febre e calafrios – podem precedero surgimento de sinais na pele infectada ● Pele: Inflamação aguda de rápida evolução que se manifesta na forma de lesão eritematosa (bem delimitado) acompanhada normalmente por dor, calor e edema locais (sinais fogísticos) Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 ● OBS: o surgimento de adenomegalias inflamatórias é comum. Em casos mais graves pode haver formação de bolhas na lesão, enegrecimento do segmento acometido e evolução para quadros de septicemia (risco de óbito) Observe a nítida linha de demarcação e a cor vermelho vivo, características que distinguem a erisipela da celulite. © Springer Science+Business Media ● Evolui com substituição para tecido conjuntivo (fibrose) – OBS: erisipela de repetição levam a deformações podendo cursar com uma “elefantíase local” ● Pode ser bolhoso, hemorrágico, necrótico ✧ DD: com celulite (S. aureus) – infecção do tecido celular subcutâneo (comprometimento não visível dos vasos linfáticos, sem delimitação adequada) evolui com fibrose o TRATAMENTO ● Deve ser realizado o mais brevemente possível! ● Orienta-se repouso com elevação do membro acometido ● O tratamento do (s) fatores desencadeantes é essencial. ● Tratamento medicamentoso: ✧ Penicilina procaína ✧ Penicilina cristalina ✧ Ceftriaxona ou cefalotina ● ATB sistêmicos – penicilina (Benzatina – 1.200.000 U Benzetacil – 1 frasco de 3 em 3 dias 4 frascos) ● Cefalexina – 500mg de 6 em 6 horas + Benzetacil ● De repetição – manter a penicilina benzatina – 1 frasco IM de 21 em 21 dias (evitar novos quadros e melhorar condição do paciente)