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10- Tripanossoma

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Tripanossoma
Transmissão
Todas as tripanossomíases são transmitidas por artrópodes, a maioria delas são transmitidas por insetos hematófagos ou por morcego hematófago e também por fômites contaminados. A contaminação ocorre também por transfusão sanguínea.
As tripanossomíases que são transmitidas por vetores são chamadas de sazonais, porque em determinadas épocas do ano tem o aumento dos vetores que as transmitem, então como já foi dito pela querida prof. anteriormente, toda doença que depende da transmissão por vetor tem a época do ano em que elas vão acontecer em forma de surto, e as tripanossomíases tem essa característica. Depois das chuvas o número de artrópodes no ambiente se multiplica, e só basta ter um animal infectado e esses artrópodes se alimentarem que em menos de um mês já vai ocorrer um surto, como é o caso das moscas hematófagas que transmitem as duas tripanossomíases bovina e equina. No caso de morcegos, se a região que for de migração desses animais em determinadas épocas do ano estiverem com animais contaminados, quando em que eles migrarem podem adquirir a doença em uma propriedade, e no momento em que eles chegarem ao seu destino podem ainda estar infectados pelas tripanossomas, infectando os animais daquela região.
Nos equinos, os tripanossomas também podem ser transmitidos por via sexual ou manejo reprodutivo, como por exemplo em coleta de sêmen, onde o parasita fica na mucosa tanto do aparelho masculino quanto feminino.
Etiologia
T. vivax- mais patogênica, ocorre em bovinos
T. cruzi- doença de chagas
T. evanzi ou T. equinum- causa o mal das cadeiras
T. equiperdum- transmitido sexualmente
Patogenia das tripanossomíases
A patogenia das tripanossomíases tem muito haver com a multiplicação do agente, todos os tripanossomas se multiplicam por todas as células do hospedeiro, só que de acordo com a espécie vai haver uma preferência por um determinado tipo de celula, diferenciando um pouco a evolução da doença. Os tripanossomas circulam tanto em células fagocíticas quanto em não fagocíticas entrando em qualquer celula do hospedeiro, tendo preferência pelo endotélio vascular, então todo tripanossoma vai infectar a celula do endotélio vascular dos animais, só que o vivax tem a maior predileção e é o que vai permanecer mais tempo dentro do vaso sanguíneo causando destruição dos vasos e levando a hemorragia, os demais (cruzi, evanzi, equiperdum) também fazem multiplicação na celula do endotélio vascular mas isso no momento em que eles estão se encaminhando para as células de predileção. O local da lesão bem como os sinais clínicos estão relacionados com o local em que o parasita está causando danos, ou seja, aonde o parasita está destruindo as células. Então todos os tripanossomas passam pelo epitélio vascular causando ruptura de vasos, só que o vivax tem uma preferência por ficar nesse local o tempo todo causando anemia do animal por conta da hemorragia decorrente dessa ruptura.
· Tripanossoma vivax - Tripanossomose bovina 
A doença é chamada também de tristeza porque o sinal clinico em bovinos é muito parecido com a tristeza parasitaria bovina. A preferência do vivax nessa doença, é pela celula endotelial, causando anemia por hemorragia.
A doença tem caráter agudo, na Paraíba ocorrem surtos no momento em que terminam as chuvas e começa a ficar quente, tem o aumento dos vetores hematófagos e há casos de surtos em várias propriedades. Os sinais da tripanossomose bovina são muito parecidos com os da babesiose, sendo um grande problema na clínica de bovinos, só que a evolução da tripanossomose bovina é mais grave.
Os animais mais afetados pela doença são os bovinos e bubalinos, mas pequenos ruminantes, suínos e equinos também podem ser infectados. Cães e suínos são refratários, ou seja, se a mosca transmitir para esses animais a imunidade consegue debelar a infecção do tripanossoma vivax. O único reservatório silvestre que foi identificado e comprovado da doença é a capivara, só que como na Paraíba tem surto e no sertão não tem capivara, provavelmente exista outro reservatório.
A transmissão da doença é mecânica, obrigatoriamente tem que ter um inseto hematófago para transmitir a infecção, como a mosca hematófaga (mutuca), mosca do chifre e mosca do estabulo, a mosca do chifre não tem importância na disseminação da doença porque ela raramente abandona o bovino que está infestando para parasitar outro animal, a importância dela é em relação ao bezerro que fica sempre próximo a mãe, o bezerro enquanto está mamando não é parasitado, ele só se contrai a doença quando é desmamado, essa questão da disseminação já é diferente na mosca do estabulo e na mutuca que se alimentam do animal abandonam ele e ficam na instalação ou próximo a instalação (mutuca fica onde é próximo a rio), e qd voltam pra se alimentar, pousam aleatoriamente em outro animal.
A doença é de caráter agudo mas sempre evolui para uma fase crônica, o animal então precisa estar sempre em observação porque raramente existe a cura parasitológica, basta a imunidade baixar e o animal tem a clínica de anemia severa.
- Sinais clínicos:
Fase aguda: febre, fraqueza, perda de peso, diarreia, aborto, morte (5 sem)
Fase crônica: perda de peso, fraqueza, tristeza, anemia, o vivax fica preferencialmente em grande qtd nos vasos sanguíneos e o animal sempre progride para uma fase febril e apresenta anemia por conta da hemorragia em pequenos vasos (a anemia acontece por conta da hemorragia nos vasos, no caso da babesia acontece por hemólise). Nessa fase se a carga parasitaria for muito alta, os bovinos podem morrer porque tem uma intensa hemorragia, fraqueza, destruição de musculatura. A evolução final da doença é um quadro neurológico, cegueira, incoordenação motora, movimentos de pedalagem e morte.
- diagnostico diferencial: babesiose
· T. evanzi ou T. equinum
O tripanossoma nesse caso causa paralisia do trem posterior com evolução para morte. A doença é chamada de mal das cadeiras ou surra.
Ocorre em equídeos e carnívoros de áreas rurais, esses carnívoros contraem a doença porque se alimentam da carcaça contaminada dos equídeos, se essa carcaça não for incinerada casos neurológico e de incoordenação motora começam a surgir em cães que tiveram acesso a ela.
Os ruminantes podem apresentar a doença, mas são raros os casos porque a imunidade consegue controlar a infecção.
Ocorre também em búfalos, caprinos e suínos
- reservatórios: capivaras e morcegos
No equino, o parasita tem preferência por células da musculatura esquelética e de SNC, o animal então tem perda de massa muscular e problemas neurológico, principalmente de trem posterior
- vetores: mosca hematófaga, mosca do chifre e morcegos hematófagos
- transmissão: ingestão de carcaça fresca ou órgão de animais mortos, o parasita penetra pelas feridas existentes na cavidade oral.
- diagnostico diferencial: MIELOENCEFALITE PROTUSORIA EQUINA (EPM)
- sinais clínicos
Fase aguda: febre, edema de membros, anemia progressiva, conjuntivite, letargia. Tem muitos casos de paralisia em cães pelo evansi, o animal fica bastante emaciado, tem perda brusca de musculatura, ocorre também evolução neurológica com paralisia.
Evolução da doença: febre, os animais com tripanossomíase sempre vão ter anemia (destruição de células endoteliais causando hemorragia), no começo da infestação pode ser imperceptível, mas com o aumento da carga parasitaria se torna perceptível
Fase crônica: aumento do volume do baço e fígado, atrofia de musculatura e distúrbios neurológicos (parasita infecta e destrói as células nervosas). Tanto a musculatura quanto a células nervosa da placa motora são destruídas, por conta disso, o animal progride para uma paralisia que normalmente é fatal. O início da fase neurológica lembra muito a EPM porque tem a perda da propriocepção e do equilíbrio, quedas espontâneas, atrofia de musculatura.
Sinais neurológicos, fase final: membros torácicos afastados, cruzamento dos membros pélvicos, andar em círculo, déficit de propriocepção, decúbito sobre membros.
· T. equiperdum
É chamado de durinaou metrite contagiosa equina, o animal primeiramente apresenta quadro inflamatório do aparelho geniturinário e depois um quadro de paresia.
Doença transmitida sexualmente, onde a porta de entrada é o aparelho geniturinário, então essa doença não tem relação com aumento de vetores, podendo acontecer em qualquer época do ano principalmente na época em que se estabelece estação de monta e onde tem a monta natural. A doença geralmente surge após o coito e com pouco mais de duas semanas o animal começa a apresentar sinal clinico inflamatório na genitália que depois progride pra um quadro neurológico.
Na fêmea após a estação de monta, um pouco mais de duas semanas é visto um processo inflamatório na vulva, onde tem aumento de volume, de temperatura, vermelhidão. O parasita entra na mucosa do canal vaginal e se multiplica dentro desse canal que também tem inflamação, depois o parasita segue para a circulação causando anemia podendo ter hemorragia, segue para a musculatura e depois SNC. Então o animal tem uma fase inflamatória na genitália que depois progride pra um quadro neurológico igual ao do mal das cadeiras e da surra. A diferença no histórico é a monta natural.
Então nas fêmeas:
- fase aguda: edema na genitália, febre, corrimento, prurido (11-20 dias após o coito), ulcerações na mucosa da vagina, despigmentação do local.
- após uma semana: urticaria, placas cutâneas, metrite-aborto.
No macho 
- fase aguda: Edema na genitália, febre, paralisia peniana, descarga uretral mucopurulenta
- fase crônica: emagrecimento, anemia, paralisia dos músculos faciais e oculares, músculos esqueléticos-incoordenação e morte. Igual ao mal das cadeiras, só que uma é transmitida por vetor e a outra sexualmente transmissível.
· T. cruzi - doença de chagas
A doença acomete todos os mamíferos, só que o animal que aparece na clínica com a doença são os cães.
A transmissão da doença é através do barbeiro, o barbeiro contrai a infecção ingerindo sangue e transmite pelas fezes
- reservatórios: gamba, tatu, ratos, cobaias, gatos, cães, primatas
As galinhas são um grande problema porque atraem barbeiros. 
O tripanossoma tem predileção por celula cardíaca, porém também fica em endotélio vascular, células do intestino. Na maioria dos cães o primeiro sinal clinico é diarreia, decorrente da inflamação causada pelo tripanossoma.
O cruzi é uma das doenças testadas na sorologia para doadores. É a única tripanossomíase que foi provada que tem transmissão transplacentaria, quando a parasitemia está elevada na gestação, se a parasitemia estiver baixa diminui as chances de transmissão.
- ciclo
Todos os barbeiros quando saem dos ovos são hematófagos, então ele adquire a infecção ingerindo sangue, e com dois dias que ele se alimentou vai ter tripomastigotas em seu intestino e qd ele vai se alimentar novamente de sangue eles defecam, no caso do homem quando o barbeiro vai se alimentar causa prurido no local da picada, e esse prurido abre uma porta de entrada levando as fezes para dentro da ferida. No caso do cão, quando a picada causa o prurido, ele vai coçar normalmente com a boca e através da mucosa oral ele acaba adquirindo a infecção, se não for por via oral, no momento da picada ele também coça com as patas, levando assim a infecção para dentro da ferida.
- transmissão
Mucosa oral, nasal e conjuntival: contato das fezes com as mãos e depois nas mucosas
Fricção das fezes infectadas na pele lesada
Transplacentaria: mulheres e cadelas
Transfusão de sangue
Fomites
- fase aguda 
Os sinais clínicos na fase aguda são muito variáveis, a maioria dos animais nessa fase são muitas vezes assintomáticos. Os poucos casos que são sintomáticos, causam febre com aumento de linfonodo, com a progressão da doença podem apresentar linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, conjuntivite bilateral (sinal de romanã)
- fase crônica
Quando o parasita cai na circulação, segue para seu local de predileção que são as células cardíacas levando a uma miocardite, em cães jovens alemde apresentarem miocardite apresentam também meningoencefalite. O parasita causa também uma cardiomegalia e aneurisma de ponta no lado esquerdo, causando um aumento do volume, isso ocorre tanto no homem quanto no cão (sinal patognomonico), esse aneurisma de ponta também ocorre em casos de infecção por dirofilaria só que no lado direito. 
Essa afecção no coração dos animais acaba levando a um quadro de insuficiência cardíaca grave terminando em morte.
O cão pode ter o evanzi e o cruzi
Diagnostico das tripanossomíases
Tanto pode ser direto como por sorologia
*diagnostico direto: é mais fácil. 
- Método da gota espessa: para fazer o diagnóstico parasitológico precisa-se de amostras de sangue. Esfrega uma gota de sangue na lamina, e se observa no microscópio os tripanossomas indo para as bordas da gota do esfregaço.
- aspirado em linfonodo: em cães pode-se fazer aspiração de linfonodo (principalmente poplíteo), em cavalos a aspiração de linfonodos não é tão fácil.
- estiraço sanguíneo: coleta o sangue de ponta de orelha, ou no caso da amostra do sangue total se faz a técnica de woo. É interessante fazer esse diagnostico na fase aguda da doença, isso ocorre porque nessa fase os tripanossomas estão em pequenos capilares sanguíneos (como os da ponta da orelha).
Se o animal passar da fase aguda e entrar na crônica, o tripanossoma já está em outros tecidos, como musculatura e tecido nervoso, então se fizer o esfregaço de orelha ou a técnica de woo o resultado vai ser negativo.
*diagnostico por sorologia
- sorologia: elisa, immunoblotting, RIFI-reatividade cruzada, fixação de complemento. 
- xenodiagnóstico: método em que se coloca os barbeiros diretamente em contato com a pele do animal suspeito de ter a doença, deixa 30 min, retira, congela e depois maçera, após isso se faz o esfregaço.
- molecular: sondas de DNA, PCR
*necropsia
- carcaça emaciada e pálida
- atrofia muscular
- ulcerações generalizadas: causadas principalmente pelo vivax
- fígado e baço aumentados de volume
*imprint de órgão
*ECG: sem padrão especifico
*radiografia de tórax: com aumento do ventrículo
*ecocardiograma: aumento da câmara ventricular
Tratamento 
Quanto mais precoce se instituir o diagnóstico e o tratamento mais o animal responde bem.
A melhor droga para se tratar principalmente equinos é a quinacrina, principalmente quando o animal tem um quadro neurológico. Se por acaso o animal estiver na fase aguda com anemia perda de peso, edema de genitália pode-se usar os derivados da diamidina.
Nos bovinos a melhor escolha são os derivados da diamidina.
Nos cães a droga utilizada é a quinacrina
Controle 
É preciso controlar os vetores. A quimioprofilaxia não é indicada porque pode levar a resistência, mas se por acaso o profissional estiver lidando com uma área endêmica, a droga utilizada como quimioprofilaxia é a quinacrina.
Então para se controlar os vetores:
- drogas pour-on, soluções repelentes
- remoção dos resíduos: a mosca do chifre gosta de pôr as larvas em resíduos industriais como cana de açúcar poupa de fruta, então é interessante remover esse material.
- armadilhas: armadilha luminosa que atraem as moscas e causam choques
- pulverização de inseticida nas instalações
- uso de plantas repelentes
- captura de morcegos hematófagos (pomadas vampiricidas): essa captura só pode ser feita por veterinários do MAPA, onde há a captura dos morcegos e aplicação da pomada vampiricida e quando os morcegos vão para os ninhos, o seu habito de lamber uns aos outros acaba levando a morte de vários animais
- uso de telas e redes: tanto para moscas quanto para mutucas
- uso de machos estéreis: está sendo testada com as moscas do chifre e do estabulo. Os machos são soltos no ambiente e ao copular com a fêmea ela não irá produzir ovos e com o passar dos anos haverá uma diminuição desses vetores.
- no caso do controle da durina é preciso ter o manejo reprodutivo controlado, com inspeção de reprodutores, animais com edema ou secreção não podem entrar na monta natural nem na coleta de sêmen
- controle de animais reservatórios: capivaras,timbu, ratos
- incineração das carcaças dos animais mortos: evitar a infecção de cães que se alimentam dessas carcaças.
- cuidado no transporte de animais susceptíveis para áreas endêmicas
- evitar pastoreio em áreas favoráveis ao desenvolvimento dos vetores
- controlar o barbeiro: evitar o acumulo de objetos no chão ao redor das casas, como lixo.
Infecção local: invasão de células: inicialmente macrofagos
nodulos linfáticos
sistema vascular e depois varios orgãos : SNC, coração, sist. digestório
(amastigota)

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