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22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/32 COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS AULA 6 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/32 Prof. Flávio Rodrigues CONVERSA INICIAL ETANOL, GÁS NATURAL E OUTROS LUBRIFICANTES AUTOMOTIVOS Nesta aula vamos abordar sobre outros combustíveis automotivos que são utilizados no Brasil, como o etanol (álcool) e o gás natural veicular (GNV). Vamos concluir a aula tratando sobre outros lubrificantes de uso nos automóveis, como as graxas e os óleos para transmissão e hidráulicos. TEMA 1 – ETANOL 1.1 INTRODUÇÃO Na década de 1970 o Brasil ainda era dependente do petróleo vindo de outros países, grande parte do óleo de pedra era importada. Assim, quando subiam os preços no mercado internacional, em nosso país a gasolina acompanhava a tendência, ficando com valor alto. Nessa mesma época iniciaram-se estudos visando à produção de um combustível alternativo que substituísse a gasolina de forma parcial. Como nosso país tem um clima tropical e produção de cana-de-açúcar, a solução foi produzir o 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/32 álcool (etanol) em grande escala. Essa escolha ocorreu pelo fato de que os motores de combustão interna, quando devidamente regulados, podem utilizar esse combustível. 1.2 ÁLCOOL No final dos anos 1970, após muita pesquisa e desenvolvimento, se iniciou a comercialização de álcool hidratado como alternativa à gasolina. Paralelamente se incentivou a indústria automobilística a produzir veículos adaptados para esse combustível. Depois de se conseguir sucesso na utilização desse combustível com grande consumo, as vendas de veículos a etanol se reduziram significativamente com a queda dos preços do petróleo em 1985 e a oferta de gasolina mais barata no mercado. Assim, durante muitos anos houve uma sucessão de preços variando, ou seja, o álcool sempre teve um valor mais baixo que a gasolina, mas às vezes a diferença de preços era tão pequena, que compensava utilizar o combustível destilado de petróleo. Uma vez que o veículo quando movido a gasolina é mais econômico que o movido a etanol, em função do poder calorífico e da mistura estequiométrica. Somente em 2003, após muito desenvolvimento dos motores e dos sistemas de injeção eletrônica automotiva, foram lançados os veículos “flexíveis”, adaptados à utilização dos dois combustíveis, em qualquer proporção. Inicialmente, os veículos “flex” apresentavam um reservatório de gasolina, para a partida do motor em dias muitos frios, quando se estivesse utilizando o álcool. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/32 Atualmente, com novos sistemas de gerenciamento eletrônico do motor, esse pequeno reservatório foi substituído por um sistema de aquecimento de bicos injetores. 1.3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA O etanol (CH3CH2OH), também conhecido como álcool etílico ou simplesmente álcool combustível, é o composto mais conhecido do grupo orgânico dos álcoois. Ele é caracterizado pela presença de uma hidroxila (OH) diretamente ligada a um carbono. O álcool é um biocombustível de origem vegetal, sendo uma fonte renovável de energia. No Brasil, o etanol é produzido nas usinas e feito a partir da cana-de- açúcar, por meio da fermentação dos açúcares, hidratação do etileno ou redução a acetaldeído 12. Esse último processo é utilizado para a fabricação do álcool utilizado na indústria de bebidas. O álcool (etanol) é produzido em duas composições, que são o anidro ou hidratado. O etanol anidro possui teor alcoólico na proporção de 99,3% (massa) e é composto apenas de álcool etílico, e é utilizado como combustível para veículos (acrescentado a gasolina em proporções) e matéria-prima para indústria de tintas. O etanol hidratado é uma mistura de água e álcool, com uma proporção de álcool de 94,5% (massa) e no máximo 4,9% de água, utilizado como combustível para os automóveis e as motos e na indústria farmacêutica, de bebidas, química, bem como na fabricação de produtos de limpeza. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/32 Figura 1 – Tampa do bocal de abastecimento dos dois combustíveis que o automóvel pode utilizar Crédito: Leonidas Santana/Shutterstock. 1.4 CLASSIFICAÇÃO ANP Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o etanol (CH3CH2OH), ou álcool etílico, pode ser obtido a partir do processamento e da fermentação de cana-de-açúcar, milho, beterraba e batata, entre outros. Na indústria sucroalcooleira brasileira, a cana é a matéria-prima mais utilizada e pode ter dois destinos: produção de açúcar ou etanol. O álcool hidratado é utilizado diretamente nos motores “flex” e o anidro é misturado à gasolina em proporções que variam entre 15% a 25% (tendo a função de aditivo antidetonante). 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/32 Classificação da ANP: Etanol anidro combustível (EAC): álcool etílico anidro combustível ou etanol anidro combustível destinado ao distribuidor para compor mistura com gasolina A na formulação da gasolina C, em proporção definida por legislação aplicável, sendo comercializado posteriormente. Etanol hidratado combustível (EHC): álcool etílico hidratado combustível ou etanol hidratado combustível destinado à venda no posto revendedor para o consumidor final. Corante: produto registrado na ANP e fornecido por fornecedor de corante, que confere coloração laranja ao etanol anidro combustível com intuito de diferenciá-lo do etanol hidratado combustível. 1.5 UTILIZAÇÃO Existem algumas situações em que comparamos o etanol à gasolina, que são: O etanol proporciona mais potência ao motor, em função de ter ótimo poder antidetonante, podendo ser usado com taxas de compressão maiores. Citando como exemplo, uma taxa de compressão ideal para usar o etanol é entre 12:01 e 13:01. No entanto, apresenta consumo maior, pois trabalha com mistura mais rica. A mistura estequiométrica do etanol é de nove partes de ar para uma de combustível, enquanto a gasolina é de 15 partes de ar para uma de 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/32 combustível. A gasolina tem o poder calorífico de 9.600 kcal/kg e o etanol de 6.800 kcal/kg. O etanol é menos poluente do que a gasolina, pois emite e menos CO2 e hidrocarbonetos. TEMA 2 – GÁS NATURAL VEICULAR 2.1 INTRODUÇÃO O gás natural veicular (GNV) começou a ser utilizado no Brasil, inicialmente em São Paulo, em meados da década de 1990. Posteriormente passou a ser oferecido ao resto do país. A demora na oferta do produto está relacionada diretamente à construção de “gasodutos”, que trazem o GNV para as grandes cidades. 2.2 GNV E GLP O GNV (gás natural) é formado pela molécula de metano (CH4), encontrado juntamente com o petróleo nas regiões mais profundas da terra em rochas porosas. O GNV não passa por processo de destilação, ele é retirado e filtrado para a retirada de impurezas apenas. O metano é incolor e inodoro. O gás natural é sempre comparado com o gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular “gás de cozinha”. Porém, são totalmente diferentes em relação ao comportamento e à segurança. Algumas diferenças são: 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/32 A molécula do gás natural é o metano CH4, mais leve do que o ar, quando vaza sobe rapidamente e se dissipa na atmosfera, não provocando assim risco de explosão por concentração no ambiente. O gás de cozinha é composto por propano C3H8 e butano C4H10, são moléculas mais pesadas do que o ar, e quando há vazamento, ficamconcentradas nos ambientes. Se a concentração for elevada, basta uma centelha para que o GLP entre em ignição, provocando explosão. O gás natural não é tóxico, já o gás de cozinha pode provocar asfixia, pois ocupa o espaço do oxigênio no ar. O gás de cozinha também não tem odor, por esse motivo é colocado no GLP um derivado do petróleo que tem odor forte (mercaptana), assim os vazamentos são detectados mais rapidamente. O GNV recebe o mesmo aditivo, porém em uma proporção menor, emitindo um odor mais suave em caso de vazamento. O GNV é liberado para uso nos automóveis em nosso país, já o GLP é proibido. O GNV provoca uma queima mais limpa que a gasolina nos motores dos automóveis. O cilindro de armazenamento de GLP deve sempre ser instalado em local aberto e arejado, pois em caso de vazamento o gás vai dissipar mais rápido. 2.3 CARACTERÍSTICAS O GNV tem muitas características que o tornam útil para ser utilizado nos motores dos automóveis, que têm combustão por centelha, podendo também ser utilizado também em motores Diesel. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/32 As principais características são: O gás metano (CH4) sob a pressão atmosférica e temperatura ambiente permanece no estado gasoso. A queima do GNV é limpa, praticamente sem emissão de monóxido de carbono. Não possui enxofre em sua composição, portanto, a queima do gás natural não lança compostos que produzam chuva ácida quando em contato com a umidade atmosférica. O GNV é vendido e armazenado em metros cúbicos (m³), já a gasolina e o etanol são armazenados em litros. Então, quando se faz a adaptação de um reservatório de GNV em um automóvel, o que vai determinar a autonomia é o tamanho do cilindro. Citando como exemplo, um cilindro pequeno de 9,5 m³ proporciona uma autonomia do automóvel de aproximadamente 90 quilômetros. Enquanto que um cilindro grande de 21 m³ pode fazer o automóvel rodar mais de 270 quilômetros de autonomia. Figura 2 – Veículo foi convertido para GNV, pois o cilindro está instalado dentro do porta-malas 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/32 Crédito: PrinceOfLove/Shutterstock. Para que um automóvel a gasolina venha utilizar o GNV é necessária a adaptação de um kit, que contém um cilindro de gás, tubulações, módulo eletrônico (emuladores), redutor de pressão e injetores ou um distribuidor para o motor. O custo do kit é alto, portanto, o veículo convertido preferencialmente deve ser utilizado para fins comerciais. Um dos itens de segurança mais importantes sobre o GNV é o cilindro de armazenamento. A pressão de abastecimento e armazenamento do GNV é de 220 Bar, muito alta. O cilindro de GNV é fabricado a partir de um tubo de aço- liga cromo molibdênio, sem costura (solda) e de espessura de parede entre 8 e 10 mm. O tubo passa por um processo de conformação das extremidades. Alguns acidentes ocorreram, pois outros cilindros foram utilizados, inclusive alguns de GLP. Porém, o cilindro de gás de cozinha é feito para suportar uma pressão de 6 Bar. Logo, quando é injetado GNV a 220 Bar de pressão em um cilindro feito para suportar 6 Bar, a explosão é inevitável. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/32 O GNV é mais econômico que a gasolina e o álcool. Por exemplo, um veículo popular que em determinado percurso tem um consumo de 8 km/l no álcool, fará 10 km/l na gasolina, provavelmente no GNV terá um consumo de 12 km/m³. A economia com o uso do GNV é em torno de 50% a 60% comparado com os outros combustíveis. Uma situação que deve ser avaliada antes de se converter um veículo é que o cilindro de armazenamento ocupa muito espaço do porta-malas. Por isso, em algumas camionetes o cilindro é adaptado na parte de baixo junto ao escapamento, mas nem todo veículo permite isso. A vida útil do motor que usa GNV é maior, pois o gás é um combustível limpo e seco, possui uma queima mais completa e pouco carbono é gerado da combustão. O motor se mantém mais limpo, havendo pouco desgaste se comparado com os motores que usam combustíveis líquidos. O poder calorífico do GNV é alto, em torno de 12.474 kcal/kg, similar ao da gasolina e bem superior ao do álcool. Para funcionar bem com o GNV, o motor precisa estar com as velas reguladas (eletrodo) e funcionando perfeitamente. O filtro de ar deve estar limpo, permitindo o fluxo para o motor. Ao contrário de outros combustíveis, não é possível adulterar o GNV, colocar algum produto misturado. TEMA 3 – GRAXAS 3.1 INTRODUÇÃO 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/32 Graxas são compostos lubrificantes pastosos, derivados do petróleo, dos constituídos por uma mistura de óleo, aditivos e agentes espessantes chamados sabões metálicos, à base de alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário. Elas são utilizadas onde o uso de óleos não é recomendado. A graxa é composta, em média, de óleo (70%), espessante (20%) e aditivos (10%). A maior vantagem na utilização é de não escorrer e se fixar no local da aplicação. Por exemplo, podem vedar rolamentos contra a entrada de poeira e água, além de proteção contra corrosão. 3.2 APLICAÇÃO Chassi de camionetes e caminhões: para a lubrificação geral do chassi se utiliza uma graxa de sabão de cálcio. É uma graxa com custo mais baixo e hidrorrepelente. Rolamentos de rodas e outras aplicações: os rolamentos são lubrificados com graxa de sabão de lítio. A mesma graxa pode ser utilizada na suspensão, em bomba d’agua, molas, cubos de roda e juntas universais. Se for uma lubrificação mais específica a graxa de lítio pode ter o aditivo de extrema pressão (EP). Figura 3 – Rolamento de caminhão sendo lubrificado com graxa de sabão de lítio 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/32 Crédito: Pongchart B/Shutterstock. Feixes de mola (suspensão de caminhões e camionetes): nesse caso utilizam-se graxas à base do sabão de cálcio, aditivadas com grafite. Pinça de freio (caliper): a lubrificação de algumas partes que integram o sistema de freio pode ser lubrificada com graxa à base de lítio, aditivada com cobre, pois esse componente químico resiste a temperaturas mais altas. Componentes eletroeletrônicos: as graxas protetivas hidrorrepelentes são utilizadas em pontos de contato elétrico, para proteger contra a corrosão. São graxas condutoras de eletricidade, com base de cobre. Juntas homocinéticas: a graxa de sabão de lítio utilizada nesse tipo de junta normalmente é composta de bissulfeto de molibdênio, composto que faz com que a graxa mantenha as propriedades lubrificantes a altas temperaturas e cargas elevadas. Figura 4 – Polos das baterias com graxa para evitar corrosão 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/32 Crédito: Pataporn Kuanui/Shutterstock. Veículos de carga e automóveis mais antigos necessitam que a lubrificação do chassi seja feita a cada 1.500 quilômetros. Já os rolamentos dos cubos de rodas, podem ser lubrificados em até 50 mil quilômetros. Porém, em toda a revisão deve-se examinar os rolamentos do veículo e o estado da graxa. 3.3 ADITIVOS As propriedades das graxas podem ser melhoradas com a incorporação de um ou mais aditivos, sendo que os mais usados são: 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/32 Anticorrosivos em antiferrugem: graxas para mancais de rolamentos. Têm a função de neutralizar o efeito corrosivo dos ácidos gerados pela oxidação do material ou a ação da água. Antioxidante: também utilizada em mancais de rolamentos. São formuladas para permanecer longos períodos em serviço suportando altas temperaturas. Agentes de coloração: utilizado em todos os tiposde graxas. Têm objetivo de identificar o produto de alguns fabricantes, por exemplo, graxas na cor azul são comuns no mercado. Agentes de extrema pressão (EP): graxas para mancais de equipamentos que trabalham com carga elevada (máquinas de mineração/laminadores/britadores). Têm o objetivo de evitar que o excesso de pressão exceda a película da graxa. São aditivos à base de enxofre e fósforo ou naftenato de chumbo. Agentes de adesividade: empregadas em graxas de chassis, onde as vibrações possam expelir o lubrificante. Aditivos como látex ou polímeros orgânicos aumentam o poder de adesividade da graxa. Agentes antidesgaste: graxas para todos os tipos de mancais. Usados aditivos para evitar o contato metal com metal (sólidos). Agentes de oleosidade: graxas para mancais, que necessitem de maior adesividade do lubrificante. 3.3 CARACTERÍSTICAS 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/32 Para se definir a utilização de uma determinada graxa é preciso observar algumas propriedades: Consistência: a consistência da graxa é determinada por uma escala desenvolvida pelo NLGI (National Lubricating Grease Institute). Quanto mais macia a graxa, menor o número. Geralmente, as graxas para rolamentos são NLGI 1, 2 ou 3. No Brasil, a graxa mais empregada é a NLGI 2. Em locais onde a temperatura é mais elevada utiliza-se NLGI 3 e onde a temperatura é mais baixa, a NLGI 1. Ponto de gota: é o ponto de gotejamento da graxa, há uma determinada temperatura, geralmente alta. De forma que a graxa passa do estado sólido para o líquido. Uma graxa deve trabalhar em temperaturas abaixo do seu ponto de gota (de 20°C a 30°C). As graxas de cálcio têm o seu ponto de gota em torno de 65°C a 105°C, já as de sódio de 150°C a 260°C e as de lítio de 175°C a 220°C. 3.4 CLASSIFICAÇÃO Classificação das graxas em relação à natureza do sabão: Cálcio: as graxas de sabão de cálcio são resistentes à ação da água e têm custo baixo. Têm aplicação limitada em função da temperatura. Indicadas para 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/32 mancais de rolamentos. Sódio: a grande vantagem das graxas de sódio é a boa resistência ao calor seco, podendo ser usada em altas temperaturas. Mas não são resistentes à água. Muito utilizadas em mancais de rolamentos. Alumínio: são graxas transparentes, resistentes à água, aderem bem aos metais e possuem boa resistência à oxidação. Apresentam certa limitação a temperaturas elevadas, sendo que o ponto de gota ocorre em trono dos 100°C. Utilizadas em chassis de veículos. Lítio: são muito utilizadas na lubrificação industrial e de veículos, pois apresentam propriedades excepcionais. Substituem as graxas de alumínio em muitas aplicações. É considerada uma graxa de aplicação múltipla, pois pode substituir em as graxas de sódio e cálcio. 3.5 GRAUS NLGI Tabela 1 – Graus NLGI GRAUS NLGI PENETRAÇÃO APLICAÇÃO 000 Lubrificação centralizada e 00 Graxas fluidas caixa de engrenagem 0 1 Mancais de rolamento 2 Graxas médias deslizamento 3 bombas d'água 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/32 4 Graxas de vedação e 5 Graxas duras bloqueio 6 Fonte: Silva, 2020. TEMA 4 – LUBRIFICANTES PARA SISTEMAS DE TRANSMISSÃO 4.1 INTRODUÇÃO Engrenagens são conjuntos de rodas dentadas, destinados à transmissão de movimento e potência. No caso de um par de engrenagens a de menor número de dentes é chamada de pinhão e a de maior coroa. A função de um conjunto de engrenagens é transmitir o movimento de rotação de um eixo para o outro, modificando assim a velocidade e permitindo a transmissão de torque e potência. As caixas de câmbio manuais dos automóveis são constituídas por dois eixos (árvores) que tem engrenagens. Por meio do contato entre elas, em diferentes combinações (relações de transmissão), há a composição das marchas. Na transmissão manual que determina a mudança é o motorista. O contato entre as engrenagens da caixa de câmbio gera atrito, desgaste e calor, então precisamos de um lubrificante que atenda a essas necessidades. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/32 4.2 REQUISITOS DO LUBRIFICANTE O funcionamento das engrenagens em altas rotações elevam a temperatura, portanto, deve-se escolher o lubrificante ideal para cada condição. Existem duas situações a serem consideradas: Temperatura de trabalho alta e velocidade de funcionamento baixa: deve- se optar por um óleo de alta viscosidade. Temperatura de trabalho baixa e a velocidade de funcionamento é alta: nesse caso o lubrificante ideal é de baixa viscosidade. Existem outras condições operacionais às quais as engrenagens estão sujeitas, então os lubrificantes precisam ter alguns aditivos para: Proteger o equipamento contra ferrugem (presença de umidade). Suportar cargas mecânicas sem que ocorra desgaste em condições de extrema pressão. Não haver rompimento da película de óleo. Reduzir a formação da espuma no óleo durante o trabalho das engrenagens. Onde há bolhas de ar, não tem película de lubrificação. Não oxidar rapidamente devido às temperaturas elevadas. Ter boa durabilidade, não se degradar em função das altas temperaturas e pressões geradas nas altas rotações. As caixas de câmbio manuais têm intervalos de troca de óleo muito grandes, acima dos 40 mil quilômetros. Figura 5 – Engrenagens em contato lubrificadas pelo óleo 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/32 Crédito: Jeab05/Shutterstock. 4.3 CLASSIFICAÇÃO DE ADITIVOS A classificação API para engrenagens utiliza as letras GL (gear lubricant). Atualmente estão sendo utilizadas três categorias, que são GL-4, GL-5 e MT-1. À medida que há a evolução do 1 ao 5, haverá maior concentração do aditivo EP (extrema pressão). Quadro 1 – Classificação de transmissões manuais API – desempenho API DESCRIÇÃO DO ÓLEO GL-1 Serviços leves, transmissões manuais GL-2 Serviços com carga, substitui GL-1, diferenciais GL-3 Condições severas de carga com aditivo EP GL-4 Maior aditivação EP que a GL-3 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/32 GL-5 Engrenagens hipoides alto grau EP, servic. severo MT-1 Caixas manuais não sincronizadas, caminhões Fonte: Silva, 2020. O óleo API GL-4 determina que o lubrificante deverá oferecer proteção a conjuntos de engrenagens helicoidais operando sob condições de média para severa carga ou eixos com engrenagens hipoides. Já o API GL-5 estabelece que o lubrificante deverá oferecer proteção a conjuntos de engrenagens operando sob as mais variadas condições de carga, choques e esforços, em especial para as engrenagens hipoides. Os API MT-1 são especialmente planejados para caixas manuais não sincronizadas de caminhões e ônibus, suportando choques e calor. Em muitas aplicações os MT-1 podem substituir os API GL-4/GL-5. 4.4 CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE SAE A classificação SAE dos óleos lubrificantes para engrenagens automotivas é diferente dos graus de viscosidade SAE dos lubrificantes para o motor. Um lubrificante para engrenagens e outro para motores que possuam a mesma viscosidade terão graus SAE diferentes, de acordo com suas respectivas tabelas. Por exemplo, um óleo lubrificante com viscosidade igual a 14,0 cSt a 100°C poderá ser um óleo lubrificantes para engrenagens SAE 90 ou um óleo para motor SAE 40, conforme a sua formulação e finalidade. Tabela 2 – Classificação de viscosidade – transmissões SAE 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/32 GRAU SAE VISCOSIDADE A 100°C (cSt) MÍNIMA MÁXIMA 70 W 4,1 75 W 4,1 80 W 7,0 85 W 11,0 90 13,5 140 24,0 24,0 250 41,0 41,0 Fonte: Silva, 2020. Um dosóleos mais usados em transmissões manuais é o SAE 90. Hoje em dia já se usa lubrificantes minerais e sintéticos “multiviscosos” nas caixas de transmissão. Citando como exemplo, há um veículo muito usado no Brasil de um fabricante japonês, que usa o óleo para transmissão manual SAE 80W90 API GL-5. 4.5 CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE ISO A ISO (International Organization for Standardization) estabeleceu um sistema de classificação de viscosidade aplicável a óleos lubrificantes industriais, similar a 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/32 SAE, pois trata especificamente da viscosidade. Na classificação ISO a viscosidade é determinada na temperatura de 40°C. Essa classificação é usada pela maioria das companhias de petróleo para identificação dos graus de viscosidade de seus óleos industriais, isso permitiu que os fornecedores e os usuários de lubrificantes, assim como fabricantes de equipamentos, utilizassem um sistema comum e uniforme na recomendação e na seleção de óleos lubrificantes industriais para qualquer aplicação. No caso da Isso, o que avalia é apenas a viscosidade (cSt) a 40°C. Tabela 3 – Graus de viscosidade ISO em cSt, a temperatura de 40°C. GRAU VISCOSID. VISCOSIDADE A 40°C cSt ISO MÍN. MÁX. MÉDIO 2 1.98 2.42 2.2 3 2.88 3.52 3.2 5 4.14 5.06 4.6 7 6.12 7.48 6.8 10 9.00 11.00 10.0 15 13.5 16.5 15.0 22 19.8 24.2 22.0 32 28.8 35.2 32.0 46 41.4 50.6 46.0 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/32 68 61.2 74.8 68.0 100 90.0 110.0 100.0 150 135.0 165.0 150.0 220 198.0 242.0 220.0 320 288.0 352.0 320.0 460 414.0 506.0 460.0 680 612.0 748.0 680.0 1000 900.0 1100.0 1000.0 1500 1350.0 1650.0 1500.0 Fonte: Silva, 2020. TEMA 5 – ÓLEOS HIDRÁULICOS 5.1 INTRODUÇÃO No estudo da hidráulica temos dois tipos de sistemas que são os hidrostáticos e os hidrodinâmicos. A função dos sistemas hidrostáticos é transmitir força e energia de pressão. Já os sistemas hidrodinâmicos utilizam o fluido hidráulico como veículo de energia cinética. Citando como exemplo: 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/32 Hidrostático: empurrão de energia contida no líquido. Por exemplo, podemos citar os elevadores hidráulicos, macacos e prensa hidráulica. Hidrodinâmico: o golpe da energia de impacto de um fluido em movimento. Nesse caso podemos citar como exemplos o conversor de torque (caixas automáticas) e a bomba de óleo do sistema de direção hidráulica. 5.2 FLUIDO HIDRÁULICO O fluido hidráulico é o elemento principal de um sistema hidráulico industrial ou automotivo. Ele é um meio de transmissão de energia, um lubrificante, um vedador e um meio de transferência de calor. Os óleos hidráulicos são formados por meio da combinação de um óleo de base e de demais aditivos (aditivos antidesgaste, detergentes, antioxidantes, antiespuma, inibidores de corrosão, entre outros). Os principais tipos de fluidos hidráulicos são: Fluido mineral à base de petróleo: os óleos minerais apresentam custo mais baixo e cumprem a função que um óleo hidráulico deve desempenhar. Como desvantagens do fluido mineral, podemos citar a sua baixa resistência ao fogo (ponto baixo) e toxicidade. É o fluido mais utilizado nos automóveis. Fluido hidráulico sintético com base em éster de fosfato: esses fluidos são produzidos por meio da reação entre ácido fosfórico com álcoois aromáticos. São muito resistentes ao fogo, porém incompatíveis com tintas, polímeros e alguns adesivos. São fluidos tóxicos. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/32 Fluido hidráulico à base de poliéster sintético: o poliéster é produzido pela reação de ácidos graxos com álcoois sintetizados. Apresenta ótima resistência a combustão (fogo), mas tem um custo muito elevado. Fluido hidráulico à base de água e glicol sintético: esses fluidos têm de 35% a 60% de água na emulsão, além de aditivos como antiespumante, anticongelante, inibidores de corrosão e ferrugem e antidesgaste. Possuem ótima resistência ao fogo e não são tóxicos. Mas têm uma temperatura limitada de trabalho, entre 0°C a 49°C. Óleos hidráulicos vegetais: produzidos a partir de óleo de canola. Possuem boa capacidade de lubrificação, porém baixa resistência à oxidação, se degradam mais rápido. Observações: ésteres são compostos orgânicos produzidos por meio da reação química denominada de esterificação: ácido carboxílico e álcool reagem entre si e os produtos da reação são éster e água. Os compostos orgânicos são moléculas formadas por átomos de carbono ligados por meio de ligações covalentes entre si e com outros elementos, como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e halogênios. Figura 6 – Os óleos hidráulicos automotivos (transmissão automática e direção hidráulica) geralmente recebem um corante vermelho, assim, quando houver um vazamento no chão, é possível detectar se é do motor ou hidráulico 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/32 Crédito: Chatchai Kritsetsakul/Shutterstock. 5.3 CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE Os óleos hidráulicos são classificados por meio da norma ISO VG. Essa norma define a viscosidade para os lubrificantes industriais. A classificação conta com a sigla VG, de Viscosity Grade ou grau de viscosidade, além de um número, que varia de 2 a 1.500 centistokes (cSt) e representa a média de viscosidade a 40 ºC. Tabela 4 – Classificação de viscosidade IDENTIFICAÇÃO PONTO MÉDIO DE VISC. VISC. CINEMAT. cSt ISO cSt MIN MÁX ISO VG 2 2,2 1,98 2,42 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/32 ISO VG 3 3,3 2,88 3,52 ISO VG 5 4,6 4,14 5,06 ISO VG 7 6,8 6,12 7,48 ISO VG 10 10 9,0 11,0 ISO VG 15 15 13,5 16,5 ISO VG 22 22 19,8 24,2 ISO VG 32 32 28,8 35,2 ISO VG 46 46 41,4 50,6 ISO VG 68 68 61,2 74,8 ISO VG 100 100 90,0 110 ISO VG 150 150 135 165 ISO VG 220 220 198 242 ISO VG 320 320 288 352 ISO VG 460 460 414 506 ISO VG 680 680 612 748 ISO VG 1000 1000 900 1100 ISO VG 1500 1500 1350 1650 Fonte: Silva, 2020. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/32 Os óleos hidráulicos mais utilizados têm as seguintes viscosidades: ISO VG 32, ISO VG 46 e ISO VG 68 e além dessas viscosidades é possível encontrá-los como ISO VG 10, ISO VG 22, ISO VG 100 e ISO VG 150. 5.4 FLUIDO ATF Os fluidos de transmissão automática, conhecidos por ATF (automatic fluid transmission), além da viscosidade definida e o pacote de aditivos, precisam cumprir padrões de qualidade determinados pelos fabricantes das caixas automáticas e de automóveis. O fluido ATF dura mais que o óleo de motor, pois não tem contato com o calor gerado pela combustão. O óleo ATF é obtido pela mistura de óleos básicos, destilados do petróleo, mais um pacote de aditivos. Os principais requisitos que o fluido ATF precisa ter, para ser utilizado em caixas automáticas são: Absorver o calor gerado na caixa de transmissão, resfriando-a; manter as peças internas da transmissão sempre limpas; lubrificar o sistema; transmitir força e torque; manter o sistema pressurizado; evitar a formação de impurezas (vernizes); 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/32 proteger os componentes internos da transmissão contra oxidação e corrosão. O fluido ATF deve conter, em sua formulação, aditivos que melhorem sua resistência à oxidação, além de conter inibidores de corrosão e espuma. Com o tempo de trabalho, os aditivos vão se deteriorando, causando a diminuição da capacidade de lubrificação do óleo. Dessa forma, a transmissão passa a funcionar com fluido deficiente, o que vai provocar a quebra do componente. Normalmenteo intervalo de troca do fluido ATF, da transmissão automática, ocorre entre 40 mil e 60 mil quilômetros, dependendo da recomendação de cada fabricante. Os óleos ATF mais modernos são mais estáveis e resistentes, pois são de base sintética, assim duram mais, com maiores intervalos de troca. 5.5 REQUISITOS DOS FABRICANTES Essa história começa com a GM (General Motors) que criou uma série de especificações técnicas para o seu fluido de transmissão automática (ATF); o nome desse conjunto de normas passou a ser chamado, a partir de 1967, de DEXRON. Essas normas foram evoluindo, com DEXRON I, II, III até o VI. Então os fabricantes de óleos hidráulicos tipo ATF começaram a colocar nas suas embalagens a norma DEXRON que seu produto cumpria. Posteriormente, a Ford seguiu o mesmo caminho com as normas MERCON, também relacionada ao seu fluido ATF. 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/32 Atualmente existe uma série de exigências dos fabricantes então nas embalagens dos fluidos para transmissão automática podemos observar uma série de requisitos que devem ser cumpridos por meio das normas DEXRON, MERCON, CATERPILLAR, CHRYSLER, HONDA, BMW e outras. O mais importante é que se use na caixa automática o fluido recomendado pelo fabricante, afinal, ele determina qual é os requisitos que seu produto precisa. Figura 7 – Óleo ATF com especificação MERCON Crédito: Aaron of L.A. Photography/Shutterstock. FINALIZANDO 22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 32/32 Nesta aula conhecemos sobre outros combustíveis automotivos que são utilizados no Brasil, como o etanol (álcool) e o gás natural veicular (GNV). Aprendemos também sobre outros lubrificantes de uso nos automóveis, como as graxas, os óleos para transmissão e hidráulicos.
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