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Abordagem da Sepse - Disciplina de Urgência

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Centro Universitário de Adamantina
Curso de Medicina
Disciplina de Introdução a medicina de Urgência 
Bianca Corsato Volpe, Diego José Ferreira, Fabiane Bereza, Felipe 
Tazinazzio, Flavia de Souza, Gabriela Brilhante, Gabriela Guedes, Gabriel 
Candelaria Abreu, Gustavo Katayama, Larissa Thamy, Leilane Junqueira, 
Izabela Brilhante, Stefanye Catezani e Vanessa Milani P. das Chagas . 
Abordagem na
 Sepse
❏ Sepse é uma disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta 
desregulada frente a uma infecção, ocasionando uma disfunção orgânica no paciente.
❏ As principais disfunções orgânicas são:
❏ Hipotensão
❏ Oligúria ou elevação da Creatinina ( > 2mg/dL).
❏ Relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter saturação > 90%.
❏ Plaquetas < 100.000 mm³ ou redução de 50% no número de plaquetas em relação a 
observada anteriormente.
❏ Lactato acima do valor de referência.
❏ Rebaixamento do nível de consciência.
❏ Agitação.
❏ Delirium.
❏ Aumento significativo de bilirrubinas (> 2x o valor de referência).
Definição
A sepse pode ser causadas por diversos agentes etiológicos como:
Bactéria gram-positiva (principalmente)
Bactéria gram-negativa 
Fungos 
Vírus 
Parasitas 
Protozoários 
Etiologia
A resposta de cada paciente dependerá do patógeno (carga e virulência) e do hospedeiro (genética e comorbidades).
Ocorrerão dois tipos de dano: Dano direto aos órgãos pelo patógeno e dano aos órgãos oriundo da resposta imune do hospedeiro. 
Inicialmente na inflamação: Interação do patógeno com células imunes por meio de receptores (PAMPs) do agente agressor e 
receptores Toll, RIG-1, lectina tipo C e NOD das células humanas.
Como resultado:
→ Transcrição de genes inflamatórios e a iniciação da resposta imune inata.
→ Células liberarão mediadores inflamatórios e citocinas → desencadeando inflamação e o favorecem o recrutamento de mais 
células de defesa.
→ Ocorrerão múltiplos mecanismos que diminuirão p transporte de oxigênio em nível tecidual. 
Fisiopatologia
→ Anormalidades na coagulação (podendo levar à coagulação intravascular disseminada)
- Deposição excessiva de fibrina;
- Comprometimento de mecanismos anticoagulantes;
- Comprometimento da remoção da fibrina por depressão do sistema fagocítico.
→ Disfunção orgânica
- Inflamação → disfunção do epitélio vascular, morte celular e perda da integridade da barreira → 
edema → dificulta a captação de O2;
- Liberação não controlada de óxido nítrico → shunts arteriovenosos → desvio do sangue oxigenado 
para longe dos tecidos;
- Lesão mitocondrial → como consequência a utilização de vias como glicólise e fermentação → 
formação de H+ e lactato.
→ Mecanismos anti-inflamatórios
- Reflexo neuroinflamatório → deixa os sistemas mais vulneráveis a choque por endotoxinas e atenua a 
inflamação sistêmica.
→ Supressão imune
- Evidenciada nos pulmões e no baço principalmente. 
Em casos de Sepse em seu estágio inicial os principais sintomas são:
 - Temperatura corporal maior que 38°C e menor que 35°C.
 - Frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto.
 - Frequência respiratória maior que 20 incursões por minutos.
Achados Clínicos
Um quadro de Sepse onde o paciente apresenta: febre alta e calafrios, 
prostração, perda do apetite e indisposição. É um quadro clínico que está se 
agravando e há a necessidade de uma maior cautela em seu tratamento.
Achados Clínicos
Em casos graves de Sepse os sintomas mais característicos são:
- Hipotensão ou choque circulatório.
- Piora da função dos rins.
- Queda do número de plaquetas.
- Alteração do estado de consciência.
- Dificuldade respiratória.
- Alterações da coagulação.
- Diminuição da função do cardíaca.
Achados Clínicos
Critérios Diagnósticos na Sepse 
Critérios Diagnósticos
Sepse Infecção suspeita ou confirmada + aumento de 2 
ou mais pontos no escore SOFA
Choque Séptico Necessidade de vasopressor para PAM ≥ 65 
mmHg + lactato > 2 mmol/L (18 mg/dL) na 
ausência de hipovolemia
● Critérios diagnósticos de sepse para populações específicas estão sendo propostos, como 
para obstetrícia e pacientes cirróticos. 
● Em pacientes com suspeita de infecção, ferramentas têm sido estudadas para triagem de 
pacientes com sepse possível: 
➔ SIRS ≥ 2 pontos: alta sensibilidade, baixa especificidade para o diagnóstico de sepse no 
departamento de emergência (DE); 
➔ qSOFA ≥ 2: baixa sensibilidade, alta especificidade para o diagnóstico de sepse. Pela baixa 
sensibilidade, esse critério não é recomendado para a triagem de sepse no DE; 
➔ NEWS ≥ 4: apresenta melhor acurácia para sepse no DE. É mais usado para a triagem de 
pacientes com suspeita de sepse no DE. 
● Os achados laboratoriais são pouco específicos, e geralmente estão associados a etiologia 
da sepse, resposta inflamatória sistêmica ou disfunção orgânica. 
● Os exames laboratoriais e radiológicos são importantes para determinar o foco infeccioso e 
para diagnóstico da síndrome de sepse a partir da comprovação de disfunção orgânica. 
● Dois pares de hemoculturas (meios de cultura para anaeróbio e aeróbio) colhidos de dois 
sítios diferentes devem ser solicitados para TODOS os pacientes com suspeita de sepse, 
preferencialmente antes da administração de antibióticos. 
● Ultrassonografia point-of-care (USPOC) tem ganhado importância na sepse, pois pode 
indicar o diagnóstico etiológico (pneumonia, pielonefrite, apendicite, etc), presença de 
complicações (disfunção miocárdica) e orientar o tratamento (reposição volêmica). 
Exames Complementares
Exames Diagnósticos para Elucidação de Foco Infeccioso de acordo com a Suspeita Clínica 
Todos Hemocultura 
Pneumonia Radiografia de Tórax PA e perfil, 
tomografia de tórax sem contraste 
Abdome Agudo Inflamatório Ultrassonografia abdome, tomografia de 
abdome (preferencialmente com contraste) 
e pelve 
Infecção de trato urinário Urina 1 e urinocultura
Infecção de Cateteres Cultura de ponta de cateter 
Meningite Celularidade e cultura de líquor 
Artrite Séptica Celularidade e cultura de material de 
artrocentese 
Endocardite 3 pares de hemocultura/ecocardiograma 
(critérios de Duke modificados)
Exames Laboratoriais para Avaliação de Disfunções Orgânicas 
Respiratória Gasometria Arterial 
Hepática Bilirrubinas Totais e frações 
Renal Creatinina 
Hematológica Contagem de plaquetas 
Metabólica Lactato 
Primeiros tratamentos devem ser feitos na PRIMEIRA HORA como:
● Coleta de exames para ver se há alguma disfunção orgânica. 
● Coleta de hemocultura (preferencialmente duas e de sítios diferentes).
● Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro. 
● Ressuscitação volêmica. 
● Utilização de vasopressores (para pacientes com PAM abaixo de 65 mmHg).
● Clareamento do lactato (quando ele está aumentado 2X do valor de referência).
Tratamento
Tratamento
Tratamento
Em pacientes que apresentam choque séptico, hiperlactatemia ou sinais clínicos de hipoperfusão 
tecidual devem ser reavaliados após 6 horas. 
Essa reavaliação contém:
● Mensuração de pressão venosa central.
● Variação de pressão de pulso.
● Variação de distensibilidade de veia cava.
● Elevação passiva de membros inferiores. 
● Qualquer outra forma de avaliação de responsividade a fluídos (melhora da pressão arterial 
após infusão de fluidos).
● Mensuração de saturação venosa central.
● Tempo de enchimento capilar.
● Presença de livedo.
● Sinais indiretos. 
Tratamento
Outras recomendações no tratamento:
● Uso de corticóides.
● Ventilação mecânica - em pacientes sépticos, com insuficiência respiratória aguda e 
evidências de hipoperfusão tecidual. 
● Bicarbonato.
● Controle glicêmico. 
Tratamento
❏ Implementação de Protocolo gerenciado de sepse - Protocolo clínico. INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE (ISLA). 2018. 
❏ PINHEIRO DA SILVA, Fabiano; TADEU VELASCO, Irineu. Sepse. São Paulo 1 ed. Manole. 2007 
❏ MAGGIO, Paul. Sepse e choque Séptico. Manual MSD. Fev de 2020 Disponivel em: 
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%C3%A9ptico/sepse-e-choque-s%C3%A9ptico#:~:text=Na%20maioria%20das%20vezes%2C%20a,pulm%C3%B5es%2C%20abd%C3%B4men%20ou%20trato%20urin%C3%A1r
> Acesso em 17 de maio de 2021
❏ Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. - Barueri [SP] : Manole, 
2020. 
❏ Rhodes A, Phillips G, Beale R, et al. The Surviving Sepsis Campaign bundles and outcome: results from the International Multicentre 
Prevalence Study on Sepsis (the IMPreSS study). Intensive Care Med. 2015;41(9):1620-1628. 
❏ Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). 
JAMA. 2016;315(8):801-810. 
❏ Seymour CW, Liu VX, Iwashyna TJ, et al. Assessment of Clinical Criteria for Sepsis: For the Third International Consensus Definitions for 
Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016;315(8):762-774.
❏ MAGGIO, Paul. Sepse e choque Séptico. Manual MSD. Fev de 2020 Disponivel em: 
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%C3%A9ptico/sepse-e-choque-s%C3%
A9ptico#:~:text=Na%20maioria%20das%20vezes%2C%20a,pulm%C3%B5es%2C%20abd%C3%B4men%20ou%20trato%20urin%C3%A1r
Referências
https://www.google.com/url?q=https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%25C3%25A7%25C3%25B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%25C3%25A9ptico/sepse-e-choque-s%25C3%25A9ptico%23:~:text%3DNa%2520maioria%2520das%2520vezes%252C%2520a,pulm%25C3%25B5es%252C%2520abd%25C3%25B4men%2520ou%2520trato%2520urin%25C3%25A1r&sa=D&source=editors&ust=1621972005094000&usg=AOvVaw0Ocf0Jp9n3xtKDU1hbee3z
https://www.google.com/url?q=https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%25C3%25A7%25C3%25B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%25C3%25A9ptico/sepse-e-choque-s%25C3%25A9ptico%23:~:text%3DNa%2520maioria%2520das%2520vezes%252C%2520a,pulm%25C3%25B5es%252C%2520abd%25C3%25B4men%2520ou%2520trato%2520urin%25C3%25A1r&sa=D&source=editors&ust=1621972005095000&usg=AOvVaw2YQvGdF8PGJu8NhWp4h_h2
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