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Imunologia Autoimunidade e doenças autoimunes • Em um individuo normal, o sistema imunológico está apto a reagir contra Ag’s estranhos; • Quando se tem uma resposta anormal, há o surgimento de doenças autoimunes. • Sistema imune inato – conjunto de receptores geneticamente constituídos para distinguir o próprio do não-próprio. Não participa das doenças autoimunes e reage apenas ao que é estranho. Suas células possuem na membrana TLR que são capazes de reconhecer padrões moleculares associados à patogenias. • Sistema imune adaptativo – pode ter receptores que reconhecem o próprio, além do não próprio (linfócitos auto – reativos: quando um linfócito B ou T reconhece Ag’s próprios). Não conseguem fazer essa distinção. PRINCIPAL NAS DOENÇAS AUTOIMUNES. Entendendo o normal! O nosso sistema imunológico possui uma capacidade de não reconhecer antígenos próprios, em indivíduos normais, que é chamada de Tolerância Imunológica. Ela garante que os linfócitos auto – reativos não ataquem nossos Ag’s próprios. Tolerância imunológica • É um estado de não-responsividade imune a determinados antígenos. Conceitos: • Seleção negativa: para linfócitos auto reativos; para que não cheguem ao final de seu desenvolvimento. • Seleção positiva: para linfócitos que reconhecem antígenos estranhos. • Fazem parte do SISTEMA DE CONTROLE DE QUALIDADE – ao longo dos desenvolvimentos dos linfócitos, eles irão passando por sistemas de controle de qualidade, e aqueles linfócitos auto-reativos vão sendo selecionados de forma negativa. Mecanismos de tolerância imunológica: • Quando um organismo consegue impedir que um linfócito auto reativo se desenvolva. • Se da por meio de dois processos: - Inativação/anergia - Apoptose Durante o processo de desenvolvimento, o linfócito passa por processos de controle de qualidade; desde a maturação até o compartimento periférico. Depois de passarem pelo compartimento central, os linfócitos serão testados novamente no compartimento periférico. Compartimento central: Durante a maturação, os linfócitos serão testados a auto antígenos e, caso os reconheçam, serão inativados. A apoptose é o principal mecanismo de seleção negativa nesse compartimento. Alguns LB, ao invés de sofrerem apoptose, serão capazes de fazer a edição de seus receptores, alguns LT também conseguem fazer mudança de classe: efetor→ regulador. Compartimento periférico: Local onde ocorrem os processos de anergia, apoptose e supressão. Alguns LT do grupo CD4 e CD25, podem se transformar em células regulatórias que terão a função, na periferia, de fazer a supressão de linfócitos auto reativos. Anergia: • Os LT necessitam da apresentação antigênica para serem ativados via MHC → 1° sinal → apresentação do Ag via MHC pela APC ao LT; • Liberação de citocinas pelas células apresentadoras de Ag; essas citocinas levarão à ativação de 2 receptores: B7(CD80+CD86) e CD28 ao linfócito T na membrana → 2° sinal. • A partir do 1° e 2° sinal, tem a ativação do LT. • Lembrando que as células T são MHC restritos. • O 2° sinal pode ser: - excitatório: (B7+CD28 → ativação de LT); - inibitório: (B7+CTLA4 → não estimula o LT). Supressão: • Alguns LT CD4 reativos podem se alterar em células regulatórias, regulando o sistema imunológico; • Células T regulatórias; • Exemplos: - TCD4 + CD25 reduzem a atividade das células T nas doenças inflamatórias intestinais. - TCD8 + inibem a ativação de TCD4+ nas reações de hipersensibilidade IV; - Subpopulações de TCD4+ e TCD8+ inibem a produção de anticorpos. Apoptose: • Quando uma APC apresenta um Ag próprio ao linfócito, ele pode sofrer anergia, supressão ou apoptose. A apoptose pode ocorrer por dois mecanismos: - Expressão de receptores de morte FAZ/FASL - Ativação de mecanismos intracelulares da cascata das caspazes. E se os linfócitos auto reativos escaparem? • Linfócitos T e B auto reativos podem ser encontrados na circulação sanguínea de todos os indivíduos; • Autoanticorpos em indivíduos normais (sem doença autoimune); - Pequena quantidade - Baixa afinidade por Ag’s próprios. Pode-se encontrar autoanticorpos em indivíduos normais!!! Ex: FAN ou ANA: exame com função de identificar autoanticorpos na corrente sanguínea de pacientes com suspeita de doenças autoimunes. E se tudo isso falhar??? • Perda da auto tolerância! • Autoimunidade Autoimunidade: • Resposta imune contra antígenos próprios, que são causadas por AC auto-reativos + fatores ambientais. Como ocorrem? • Susceptibilidade genética - Doenças autoimunes - Maior prevalência em gêmeos monozigóticos - Doenças poligênicas (genes HLA e genes não-HLA) - Artrite Reumatóide • Fatores ambientais - infecções - tabagismo - etilismo - RUV - hormonais - Lúpus • Perda da auto-tolerancia Cada doença tem suas características especificas; são doenças poligênicas. Mecanismos de autoimunidade: Formas de escape da tolerância imunológica. Imitação molecular/ mimetismo molecular: O Ag estranho se parece ao Ag próprio, imitando-o e levando à lesão e ativação de Ag’s próprios, pois o SI não consegue distinguir o Ag estranho do Ag próprio. É um processo de reação cruzada. - Febre Reumática - Diabetes Melittus → pode ser desencadeada por alguns vírus que possuem semelhança com as células β-pancreáticas que são produtoras de insulina - Klebisiela → artrite reativa Outra hipótese seria a infecção → ativação do sistema imune → produção exacerbada de citocinas inflamatórias → ativação de LTs virgens na ausência de APCs. Espalhamento de epítopos: Quando se tem uma infecção, processo inflamatório, ocorrerá uma lesão tecidual, que pode levar ao surgimento de Ag’s que estavam escondidos. A lesão tecidual expõe Ag’s que antes estavam escondidos nos tecidos próprios. - Esclerose Múltipla → os quadros infecciosos levam à uma lesão da mielina e exposição de Ag’s axonais, que ativam o SI e atacam esses axônios. Perda da Supressão: Diminuição da ativação células t regulatórias. Importância das células reguladoras. Ex: envelhecimento → redução na quantidade de células reguladoras. Formação de neoantígenos: Capacidade de alguns fatores ambientais de pegar Ag’s próprios e transformar em Ag’s alterados, por meio da mudança de sua conformação estrutural. • Artrite reumatoide: os linfócitos auto- reativos, na artrite reumatoide, são ativados pela presença de fatores ambientais. Esses fatores ambientais tem a capacidade de pegar Ag’s próprios e alterarem sua conformação, transformando-os em Ag’s estranhos. • Troca a arginina pela citrulina. • Resposta celular - LT ou macrófagos levam a lesão tecidual - hipersensibilidade tipo IV - ex: DM tipo 1, Esclerose Múltipla, Artrite Reativa, Artrite Reumatoide • Resposta humoral. - anticorpos levam à lesão tecidual - hipersensibilidade II e III Do ponto de vista de distribuição tecidual do auto-antigeno, podem ser: • Órgão especifica ( tireoidite de Hashimoto) • Órgão inespecífica (lúpus eritematoso sistêmico) Superposição de doenças autoimunes: • Presença de doença autoimune aumenta risco de outras doenças autoimunes.
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