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Monografia - Andrieli de Oliveira Rech

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ – CEULJI 
ANDRIELI DE OLIVEIRA RECH 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA PARA COM O IDOSO EM 
RELAÇÃO À PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS E A MORADIA E SAÚD E. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná - RO 
2010 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ – CEULJI 
ANDRIELI DE OLIVEIRA RECH 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA PARA COM O IDOSO EM 
RELAÇÃO À PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS E A MORADIA E SAÚD E. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná – 
CEULJI, para obtenção de grau acadêmico de 
Bacharel em Direito, sob orientação da 
Professora Rosicler Carminato Guedes de Paiva. 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná - RO 
2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 R 296 r Rech, Andrieli de Oliveira 
 Responsabilidade da família para com o idoso 
Ro em relação à prestação de alimentos e a moradia e 
 saúde / Andrieli de Oliveira Rech. Ji-Paraná: 
47 CEULJI, 2010. 
 75 f. 
 
 Orientadora: Rosicler Carminato G.de Paiva 
C Monografia (graduação) Direito. Centro 
 Universitário Luterano de Ji-Paraná – CEULJI . 
 
 1. Direito do idoso. 2. Família - Responsabilidade. 
 3. Estado – Responsabilidade. 4. Estatuto do idoso. 
 5. Título. 
CDD – 346.81013 
 
 
 
AUTORA 
ANDRIELI DE OLIVEIRA RECH 
 
 
TÍTULO 
RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA PARA COM O IDOSO EM REL AÇÃO A 
PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS E A MORADIA E SAÚDE 
 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná - CEULJI em 
06/12/2010, para obtenção do titulo de Bacharel em Direito, sob orientação da Professora 
Rosicler C. Guedes de Paiva. 
 
_______________________________ ______ 
Prof.ª Rosicler C. Guedes de Paiva – orientadora - CEULJI/ULBRA Nota 
 
_______________________________ ______ 
Prof.º Elói Lopes da Silva – 1º avaliador - CEULJI/ULBRA Nota 
 
_______________________________ ______ 
Prof.º Celito de Bona – 2º avaliador - CEULJI/ULBRA Nota 
 
 
 
 
 
 
_______________________ 
Média 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná – RO 
2010 
 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, 
pois sem Ele não estaríamos aqui desfrutando 
juntos, destes momentos que nos são tão 
importantes. 
 
A minha mãe Rosenilda Apª de Oliveira, por sua 
confiança e credibilidade em minha pessoa, pois 
pela educação e ensinamentos que aprendi é que 
consegui realizar todos os meus sonhos e 
objetivos, por sempre que pode me ajudou e, 
principalmente pelo incentivo que me deu no 
decorrer dessa jornada maravilhosa. Ao meu pai 
Vildomar Antônio Rech, a quem agradeço pela 
vida. 
 
A Paulo Humberto Cera Junior, namorado, 
amigo, companheiro, amor eterno, peça 
fundamental na minha vida e nos momentos 
difíceis desta longa caminhada. Hoje realizo este 
sonho graças ao seu apoio e dedicação, 
obrigada por estar sempre presente ao meu lado. 
 
A Família Cera, Paulo, Neusa, Renata, 
Juliano, Dona Carmem e Seu Martinico (in 
memorian) e Caio, por me acolher no seio de 
sua família, amigos queridos, companheiros, 
pelo apoio sempre prestado, pelas 
oportunidades, ensinamentos e por estarem 
sempre ao meu lado, me auxiliando nos 
momentos de dificuldade, e principalmente a 
grande colaboração para que este meu sonho 
torna-se realidade. 
 
 
 
São infindáveis os agradecimentos a serem 
feitos. Primeiramente a Deus que me guia e traz 
luz ao meu caminho. 
 
A minhas irmãs Vanessa Érica de Oliveira Rech 
e Taynara de Oliveira Rech, pelo carinho e o 
apoio . 
 
Também ao meu grande amigo Auri, mãos de 
ouro, pois ausentou-se todos os dias de sua 
aconchegante residência para trazer-me até a 
faculdade, dirigindo o ônibus da AARB. Seu bom 
humor, sacrifício e honestidade jamais poderão 
ser recompensados. 
 
A todos meus amigos, por sempre acreditarem 
em mim e pelos momentos maravilhosos e 
aventuras que passamos juntos. 
 
Agradeço infinitamente ao minha Professora 
Orientadora Rosicler Carminato Guedes de 
Paova, que dedicou-me toda sua atenção, nos 
momentos de dúvidas, além de todo seu empenho 
para que esse trabalho fosse realizado. 
 
A todos os professores que não medem esforços 
para transmitir seus conhecimentos, e 
colaboram para que sejamos profissionais 
exemplares. 
 
Enfim, a todos meus sinceros e eternos 
agradecimentos. 
 
 
 
Quando você era bem pequeno... 
...eles gastavam horas lhe ensinando a usar 
talheres nas refeições... 
...ensinando você a se vestir, amarrar os 
cadarços dos sapatos, fechar os botões da 
camisa... 
…limpando-o quando você sujava suas fraldas 
lhe ensinando a lavar o rosto a se banhar a 
pentear seus cabelos... 
...ensinando-lhe valores humanos. 
Por isso... 
...quando eles ficarem velhos um dia... 
…e seria bom que todos pudessem chegar até aí 
(não preciso explicar... não é?)… 
...quando eles começarem a ficar mais 
esquecidos e demorarem a responder... 
 
 ...não se chateie com eles... 
 
...quando eles começarem a esquecer de fechar 
botões da camisa, de amarrar cadarços de 
sapato... 
...quando eles começarem a se sujar nas 
refeições... 
...quando as mãos deles começarem a tremer 
enquanto penteiam o cabelo... 
...por favor, não os apresse, porque você está 
crescendo aos poucos, e eles envelhecendo... 
 
 
 ...basta sua presença, sua paciência, sua 
generosidade, sua retribuição, para que os 
corações deles fiquem aquecidos… 
...se um dia eles não conseguirem se equilibrar 
ou caminhar direito... 
...segure firme as mãos deles e os acompanhe 
bem devagar respeitando o ritmo deles durante a 
caminhada, da mesma forma como eles 
respeitaram o seu ritmo quando lhe ensinaram a 
andar... 
...fique perto deles, assim como eles 
sempre estiveram presentes em sua vida, 
sofrendo por você, torcendo por você 
e vivendo “Por Você”. 
(Autor Desconhecido) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
A pesquisa desenvolvida na elaboração e realização da presente monografia teve como foco 
principal o instituto do Direito do Idoso, abordando o papel da família para com as pessoas 
que já atingira a terceira idade, delimitando-se nas obrigações em relação a prestação de 
alimentos, moradia e saúde. A velhice é um processo biológico, conforme a idade vai 
avançando, o corpo humano exige algumas limitações, o indivíduo fica mais propenso a 
adquirir doenças, que de alguma forma vai influenciar na vida do idoso, devido a essas 
limitações é que surge a dependência destes, assim necessitando que a família lhes dê o 
auxílio necessário. Devido a essas necessidades e a população idosa estar crescendo de forma 
sinuosa, é que se fez necessário buscar a tutela jurisdicional do Estado para que os direitos e 
garantias inerentes aos idosos sejam realmente aplicados. A Constituição Federal vigente, o 
Estatuto do Idoso e outras leis esparsas vêm garantira essas pessoas o que lhe são de direito 
com absoluta prioridade. O Estatuto consagrou que idosa é a pessoa com 60 anos ou mais, 
assim tornando o direito a velhice um direito personalíssimo. O Direito do Idoso também é 
dotado de princípios norteadores do Direito, como Dignidade da Pessoa Humana, Liberdade e 
Igualdade, entre outros. Medidas de proteção também foram garantidas ao idoso e serão 
aplicadas sempre que um direito do idoso for ameaçado ou violado, seja por ação ou omissão 
do Estado e da sociedade, por falta e abuso da família, curador ou entidade de atendimento ou 
em razão de sua condição pessoal. 
 
 
Palavras chave: Idoso, Família, Responsabilidade, Estado, Estatuto do Idoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The research developed in the preparation and implementation of this monograph has focused 
primarily on the Law Institute of Aging, addressing the role of family for people who already 
reach old age, delimiting on the obligations regarding the provision of food, housing and 
health. Ageing is a biological process, depending on the age progresses, the body will require 
some limitations, the individual is more likely to get diseases that will somehow influence the 
life of the elderly, because of these limitations is that the dependence arises these, thus 
necessitating that the family gives them the needed assistance. Due to these needs and the 
elderly population is growing so twisty, it was necessary to seek judicial review of the state to 
which the rights and guarantees inherent in the elderly are actually implemented, the Federal 
Constitution in force, the Elderly Statute and other laws providing have to ensure these people 
what you are entitled to absolute priority. The statute is devoted to the elderly person aged 60 
years or more, thus making the law a right to a personal pension. The Right of the Elderly is 
also provided with the guiding principles of law, such as Human Dignity, Freedom and 
Equality among others. Protective measures have also been guaranteed to the elderly and will 
apply whenever a right of the elderly is threatened or violated, whether by action or omission 
of the state and society, abuse and lack of family, guardian or care entity or by reason of his 
personal condition. 
 
 
Keywords: Elderly, Family, Responsibility, State, Status of the Elderly. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO........................................................................................................................11 
 
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 1.1 Origens e evolução histórica...................................................................................13 
 1.2 Os Idosos nas civilizações antigas..........................................................................14 
 1.2.1 Os incas....................................................................................................14 
 1.2.2 Os balineses..............................................................................................15 
 1.2.3 Os russos...................................................................................................15 
 1.2.4 Os árabes..................................................................................................16 
 1.2.5 Os chineses...............................................................................................16
 1.3 O idoso na família...................................................................................................17 
 1.4 O idoso na sociedade...............................................................................................20 
 1.5 Panorama das legislações aplicáveis no Brasil.......................................................20 
 1.5.1 Constituição de 1824............................................................................................20 
 1.5.2 Constituição de 1891............................................................................................21 
 1.5.3 Constituição de 1934............................................................................................21 
 1.5.4 Constituição de 1937.........................................................................21 
 1.5.5 Constituição de 1946............................................................................................22 
 1.5.6 Constituição de 1967............................................................................................22 
 1.5.7 Constituição de 1988............................................................................................23 
 1.5.8 Código Civil de 1916...........................................................................................24 
 1.5.9 Código Penal de 1940..........................................................................................25 
 1.5.10 Declaração Universal dos Direitos Humanos....................................................25 
 1.5.11 Lei de Execução Penal.......................................................................................26 
 1.5.12 Código de Defesa do Consumidor.....................................................................26 
 1.5.13 Política Nacional do Idoso.................................................................................26 
 1.5.14 Código Civil de 2002.........................................................................................27 
 1.5.15 Estatuto do Idoso...............................................................................................28 
 
2 DIREITO DO IDOSO E SUA FAMÍLIA 
 2.1 Conceito de idoso...................................................................................................30 
 2.2 Conceito de família.................................................................................................31 
 2.3 Princípio Aplicáveis................................................................................................32 
 2.3.1 Da dignidade da pessoa humana..........................................................................33 
 2.3.2 Da liberdade.........................................................................................................34 
 2.3.3 Da igualdade.........................................................................................................35 
 2.3.4 Pluralismo das entidades familiares.....................................................................35 
 2.3.5 Eliminação do elemento despótico.......................................................................36 
 
3 RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA PARA COM O IDOSO 
 3.1 Da responsabilidade da família...............................................................................37 
 3.2 Do direito a saúde....................................................................................................38 
 3.2.1 Direito à vida........................................................................................................38 
 3.2.2 Direito à saúde......................................................................................................39 
 3.2.3 Direito ao lazer.....................................................................................................42 
 
 
 3.2.4 Direito ao Esporte.................................................................................................42 
 3.3 Direito à moradia.....................................................................................................43 
 3.3.1 Casa-lar.................................................................................................................44 
 3.3.2 Entidades de atendimento de longa permanência................................................44 
 3.3.3 Aplicação na lei brasileira....................................................................................45 
 3.4 Direito a alimentos..................................................................................................463.4.1 Aplicação na lei brasileira....................................................................................48 
 3.4.2 Medidas de proteção.............................................................................................50 
 3.4.3 Medidas específicas..............................................................................................52 
 
CONCLUSÃO..........................................................................................................................54 
 
REFERÊNCIAS........................................................................................................................56 
 
APÊNDICES.............................................................................................................................58 
 I – Projeto de pesquisa.................................................................................................59
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11
INTRODUÇÃO 
 
 
O tema proposto, em que pese existir vasta bibliografia nacional, terá de ser limitado à 
responsabilidade familiar, em relação à saúde, moradia e alimentos para com a pessoa da 
terceira idade, ou seja, pessoas acima dos 60 anos de idade. 
 
A abordagem do tema restringir-se-á ao exame das possibilidades de aplicação do 
Estatuto do Idoso e da Constituição Federal principalmente, e seus mais importantes aspectos, 
sem, contudo avançar profundamente em temas contíguos, ou secundários. 
 
Tais como o a responsabilidade do Estado e da Sociedade que serão provocados em 
caso de falta familiar, e em suas mais variadas formas, somente explanados para uma melhor 
compreensão da Responsabilidade Familiar para com seu ente querido, que está na melhor 
fase da vida, a fase que o mesmo volta a ser criança, necessitando novamente de cuidados 
especiais, ora objeto deste trabalho. 
 
A velocidade das mudanças sociológicas e seus reflexos no direito de família 
impuseram a intervenção da doutrina e da jurisprudência brasileira, ajustando-se a uma 
tendência mundial, e trataram de criar e ampliar hipóteses de fixação Da defesa da pessoa 
idosa. 
 
Sendo assim, no primeiro capítulo será demonstrada a evolução histórica dos direitos 
das pessoas da terceira idade. Já no segundo capítulo, asseverar-se-á sobre os direitos dos 
idosos e sua família, expondo conceitos, e princípios aplicáveis aos casos apresentados. No 
terceiro e último capítulo, o objeto será a responsabilidade da família para com o idoso, que é 
o objeto principal desta obra, dando ênfase à questão dos direitos constitucionais da saúde, 
moradia e alimentos. 
 
Pretende-se analisar as questões acima, sem a pretensão de esgotar o assunto, porém, 
acima de tudo estudar sobre uma questão importantíssima para a sociedade brasileira, pois, o 
envelhecimento da população acontece de forma crescente, entretanto a sociedade ainda não 
está preparada para dar aos idosos um tratamento digno e igualitário, logo esse 
 
 
12
“envelhecimento” se apresenta como uma drástica e efetiva mudança no seio familiar e da 
sociedade. 
 
Por final, a monografia ora apresentada, será elaborada mediante variados métodos de 
estudo e análise concernentes a dirimir dúvidas a respeito dos problemas carreados por esta 
pesquisa. Dentre os quais, histórico, conceitual, comparativo e dedutivo. De modo semelhante 
utilizaremos doutrinas e artigos técnicos, bem como será empregado o uso de textos legais 
codificados acerca da legislação vigente, que de forma sistemática auxiliarão na compreensão 
de desenvolvimento do tema proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13
I - EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
1.1 Origens e Evolução Histórica 
 
A Bíblia Sagrada, no seu livro “Gênesis”, nos traz como exemplo a evolução e 
prolongamento da vida humana: onde Adão teria vivido até 930 anos (Capitulo 5, versículo 
5) e Noé 950 (Capitulo 9, versículo 29). (SOUSA, 2004, p. 13). 
 
Diferentemente dessa situação na Antiguidade Clássica e na Idade Média, a vida 
humana, em regra não ultrapassava de cinco décadas. 
 
A condição do idoso não era muito enaltecida, não era motivo de orgulho e sim reflexo 
de uma situação financeira estável e estruturada. O que se evidenciava era o fato de os menos 
favorecidos raramente atingirem a longevidade. 
 
Como bem esclarece Ana Maria Viola de Souza (2004, p. 13): 
 
Em algumas tribos esquimós, o envelhecimento só chegava para os indivíduos no 
momento em que não mais conseguiam por si sós, prover suas próprias necessidades 
e colaborar no trabalho geral do grupo. Quando atingiam tal estágio, era da própria 
cultura, o cometimento do suicídio: as pessoas incapacitadas para a vida normal e os 
velhos deveriam desaparecer. 
 
Já no Himalaia os idosos sobreviviam do seu trabalho na lavoura, onde sabiam ler e 
eram praticantes do lamaísmo. Nessa sociedade, a família toma forma patriarcal e as gerações 
passam a ser mais respeitas e valorizadas. Fica nítido o cuidado com os idosos e quanto maior 
o número de descendentes, melhores são as condições de tratamento e cuidados aos idosos. 
 
 Mas, se a pessoa idosa não souber ler e nem tiver filhos, infelizmente é desprezado 
por toda a sociedade, e somente a sua família lhe ofertava meios dignos de vida durante a 
velhice. 
 
No Japão antigo, o que se via era uma agressão violenta quanto aos velhos já que eram 
sacrificados ou abandonados em certos locais para que morressem distantes dos outros 
indivíduos. 
 
 
14
Diferente das outras civilizações citadas acima, os Jahgares, tribo que habitava a Terra 
do Fogo na região sul da Argentina, os idosos eram extremamente respeitados e em razão da 
experiência e sabedoria, os jovens sempre se consultavam com eles. Suas idéias e seus 
conselhos tinham uma grande influência sobre os demais membros daquela comunidade. 
 
1.2 Os idosos nas civilizações antigas 
 
 Nas civilizações antigas, quanto ao tratamento prestado a pessoa idosa, cada 
civilização tinha suas regras, em algumas o idoso era tido como exemplo, era muito 
valorizado, já em outras chegavam até ser considerados imprestáveis para o grupo, devido a 
doenças e as debilitações trazidas em decorrência da idade avançada, como podemos observar 
a seguir: 
 
1.2.1 Os Incas 
 
 A civilização inca era formada por índios americanos, essa sociedade era muito bem 
organizada. 
 
A sociedade era agrupada por idades, os que tinham até 25 anos eram responsáveis por 
zelarem e obedecerem a seus pais. Os que tinham de 25 a 50 anos eram os guerreiros, por isso 
também a categoria mais respeitada, esses homens serviam ao rei, aos senhores e ainda 
exerciam serviços em minas. 
 
As famílias eram formadas quando os homens completavam 35 anos e as mulheres 33 
anos de idade, e mantinham-se no serviço, ativos mesmo após completarem 50 anos, já os 
maiores de 80 anos, exerciam tarefas de pequeno porte, levando em consideração a sua saúde, 
eram temidos e obedecidos, tinham autonomia até mesmo para castigar crianças 
desobedientes. 
 
 Nota-se a importância dos idosos incas, a eles eram atribuídos, as tarefas mais leves 
como catar lenha, ajudar na educação das crianças, e tinham o privilégio de não pagavam 
impostos, e o Estado ainda lhe fornecia alimentos, vestuário, remédios e moradias, até sua a 
morte. 
 
 
15
1.2.2 Os Balineses 
 
 Os balineses uma sociedade rural, não sabia ler nem escrever, eram governados pelos 
holandeses. Eram organizados de forma de aldeias, dirigidas por assembleias composta por 
homens casados que tinham terras, e ali elegiam seus administradores, chamados de chefe. 
 
Cada integrante da tribo tinha seu papel específico. Os idosos a não ser em caso de 
doença grave, nunca paravam de trabalhar. 
 
As mulheres idosas, a partir dos 60 anos é que aumentavam os serviços domésticos, 
tanto executando quanto administrando o crescimento dos membros da família. 
 
Oshomens idosos faziam pouco trabalho pesado, suas obrigações eram outras como 
exercer a função de médico, contador de história, papéis essenciais nos cultos religiosos, 
davam opiniões sobre os rumos a serem pela aldeia, e tinham a faculdade de atuar como 
sacerdotes honorários nos templos. 
 
1.2.3 Os Russos 
 
A população do Império Russo, no século XIX, era constituída em sua maioria por 
camponeses. 
 
Ensina Ana Maria Viola de Souza (2004, p.19): 
 
A comunidade agrária (chamava-se obschtchina ou mir) possuía uma espécie de 
governo camponês local, que reunia regularmente todos os chefes de família 
(domokhozianes). Esta assembleia onde se partilhavam as responsabilidades dos 
negócios da aldeia estava subordinada a um ancião (staroste) eleito pelos chefes de 
família. 
 
 A obediência existente ao chefe de família demonstrava o respeito pelos idosos, onde 
se seguia a risca o provérbio “onde estão os cabelos brancos está à razão”. O poder do chefe 
de família era autocrático, e mesmo assim não era absoluto, pois todos os homens casados da 
casa, em casos excepcionais, ou seja, nos casos de incompetência ou indignidade que 
poderiam destituir o chefe de família. 
 
 
 
16
 Nas casas onde várias gerações viviam juntas, a mulher que fosse mais velha tinha a 
função de dona de casa, geralmente era a esposa do domokhoziane, a qual dividia e 
organizava o trabalho interno entre todas as mulheres da família. 
 
As mulheres russas não tinham direito à herança, mas somente aos filhos homens, os 
quais também tinham como dever dar assistência aos seus pais na velhice. 
 
1.2.4 Os Árabes 
 
Na civilização árabe eram organizados em forma de guildas, nela todos que moravam 
na comunidade tinham que se dedicar às atividades de produção e na distribuição dos 
serviços, só não necessário os altos funcionários do estado, teólogos e os oficiais do exército. 
 
 Os idosos eram denominados mestres, ficavam responsáveis por transmitir habilidades 
aos demais membros da sua guilda. 
 
Como nos ensina Ana Maria Viola de Sousa (2004, p. 20): 
 
Os mestres eram considerados elos entre a guilda e o santo padroeiro, de modo que 
todas as guildas estavam ligadas entre si por uma origem comum; o Profeta. Os 
membros de uma guilda tinham, assim, poderes para conceder certificado de 
aproveitamento de aprendiz de qualquer outra guilda, demonstrando que o iniciante 
esta apto a exercer um oficio, o qual o levaria a se integrar à comunidade, podendo 
então abrir sua própria loja. 
 
 Nessa sociedade, a pessoa idosa era valorizada, eram denominados anciãos ou 
notáveis e mestres como já mencionado, ajudavam a manter a lei e a ordem nos bazares, eram 
reconhecidos por sua consciência, por seus padrões morais e pelo profundo conhecimento dos 
assuntos relacionados à sua guilda. 
 
1.2.5 Os Chineses 
 
Na China antiga, os idosos tinham uma situação privilegiada, eram fortemente 
hierarquizada, centralizada e muito autoritária, isto devido as condições financeiras e 
geográficas da época, pois a maior preocupação era a sobrevivência, e não a evolução. 
 
 
 
17
 Na família chinesa, os mais velhos eram superiores, não poderia ser contestado por 
ninguém, o pai tinha direito a vida e a morte dos filhos, as filhas mulheres eram ignoradas 
desde o seu nascimento muitas eram vendidas como escravas. O pai escolhia o marido da 
filha, e após o casamento a mulher era submissa à família do marido. 
 
 Essa valorização dada ao mais velho suprimia o direito de qualquer jovem de ambos 
os sexos. Quanto mais idosa a matriarca, seu status se elevava, sendo que esta passava a ditar 
todas as regras da casa, responsáveis pela distribuição dos serviços domésticos entre as noras, 
e tinham total influência na educação dos netos. 
 
Os idosos eram tão respeitados e valorizados que muitas vezes a pessoas tentavam 
mostrar que tinham mais idade só para usufruir desses privilégios, ao contrário dos tempos 
atuais que as mulheres tentam ficar cada vez mais jovem. 
 
Quando o homem completava 50 anos eram feitas grandes festas, já aos 70 anos eram 
afastados dos demais e das atividades ficavam se preparando pra o fim da vida. Mas mesmo 
assim mantinha sua autoridade sobre a casa, suas ordens e vontades eram respeitadas, 
delegava ao filho mais velho as suas atribuições. 
 
1.3 O idoso na família 
 
Historicamente, em sociedades como a Polinésia e alguns locais do Japão, os idosos 
eram sacrificados, os corpos submetidos a um ritual e ainda serviam de alimento aos adultos, 
havia a crença que se assim fizessem adquiririam sua sabedoria e impediriam que se 
transformassem em feiticeiros. 
 
Nas culturas primitivas, se invoca a velhice, sobretudo por sua memória, para 
manutenção da tradição e cultura coletiva, pois os idosos detêm ai um papel 
importante de continuísmo, transmitindo experiências e técnicas e novas gerações. 
(SOUSA, 2004, p. 23) 
 
 Em sociedades mais tradicionais, que a evolução é mais lenta, os idosos vão 
acumulando seus conhecimentos e têm a função passar aos mais jovens. Já nas sociedades 
modernas não se pode dizer o mesmo, pois o crescimento acelerado e as formas de 
 
 
18
conhecimentos cada vez de mais fácil de acesso, não se pode estabelecer quem ensina e quem 
aprende, ou seja, não considera o idoso com conhecimentos úteis a sociedade. 
 
A velhice apresenta três sentidos: 
• Velhice censitária ou cronológica, decorrente da idade biológica vivida, que começa 
quando se aproxima dos oitenta anos; 
• Velhice burocrática, estabelecida pela legislação em vigor; 
• Velhice psicológica ou subjetiva, determinada pelo estado de ânimo, pelas 
circunstâncias históricas e sociais. (BOBBIO apud SOUSA, 2004, p. 23). 
 
Na verdade a velhice é um processo biológico, conforme a idade vai avançando, o 
corpo humano vai exigindo algumas limitações, o indivíduo fica mais propenso a adquirir 
doenças, que de alguma forma vai influenciar na vida do idoso, devido a essas limitações é 
que surge a dependência do idoso, assim necessitando que a família lhes dê o auxilio 
necessário. 
 
Segundo Ana Maria Viola de Sousa, (2004, p. 24): 
 
A dependência caracteriza-se pela necessidade de ajuda de alguém ou de algo, 
provocada por limitações fisiológicas, psíquicas, mentais ou sociais. 
Exemplificando, se em decorrência de sua saúde, tem dificuldades e impossibilidade 
para realizar tarefas cotidianas básicas, como levantar-se da cama, vestir-se, 
cozinhar, fazer comprar, manusear dinheiro, e necessitar do auxílio de outrem para 
realizá-las, estamos diante de um caso de dependência. 
 
Os seres humanos têm a autonomia de governar suas próprias ações, sua vida, 
expressar suas vontades, sem que outros o façam. Ao idoso muitas vezes isso lhe é privado 
devido a várias circunstâncias, algumas aqui até já foram mencionadas. 
 
Porém, é importante ressaltar que essa dependência de familiares, amigos e pessoas 
que estão ao seu redor diariamente, muitas vezes faz com que a própria pessoa com a idade 
mais avançada, conclua que já não atende mais as necessidades sociais. 
 
Acabam se sentindo excluídos ou até mesmo imprestáveis, gerando assim uma tristeza 
muito grande, um sentimento de revolta onde acaba por prejudicar ainda mais a sua saúde 
muitas vezes já debilitada. 
 
 
 
19
Samuel Rodrigues de Souza explica também1: 
 
Esta etapa parece ser a mais difícil de todas, porque ela vem quando ocorre um 
distanciamento social, um sentimento de inutilidade, marca da nossa sociedade. 
Alguns se aposentam de trabalhos que tiveram durante toda a sua vida; outros 
percebem que sua tarefa como pais chegou ao fim e a maioria crê que suas 
contribuições não são mais necessárias. 
 
Devido a essas necessidades e a população idosa estar crescendo de forma sinuosa, é 
que se fez necessário buscar a tutela jurisdicional do Estado para que os direitos e garantias 
inerentes aos idosos sejam realmente aplicados. 
 
 A família éo principal ponto de apoio da pessoa idosa e todos os momentos e todas as 
circunstâncias. Pois no convívio com a família, pelo menos se espera que exista respeito, 
carinho e que melhores condições de vida seja proporcionadas ao idoso atendendo assim suas 
necessidades. 
 
A família é apontada por estudiosos do envelhecimento como o elemento mais 
freqüentemente mencionado por idosos como importante ao próprio bem-estar pelos 
idosos. Esta sofreu mudanças importantes decorrentes da maior participação da 
mulher no mercado de trabalho, da redução do tamanho da família, do surgimento 
de novos papeis de gênero e da maior longevidade2. 
 
Ocorre atualmente, que com as novas tecnologias a sociedade em si nos oferece 
formas de viver mais, aquele que ainda não envelheceram tem boa probabilidade de demorar 
um pouco mais para envelhecer. 
 
Assim, cabe aos membros da família entender essa pessoa em seu processo de vida, 
com as transformações e dificuldades advindas desta fase da vida do ser humano, conhecer 
suas fragilidades, modificando sua visão e suas atitudes sobre a velhice e colaborar para que o 
idoso mantenha sua posição junto ao grupo familiar e à sociedade. 
 
 
 
 
1
 SOUZA, Samuel Rodrigues. Idoso na família e na sociedade. Reflexões diárias, João Pessoa, n. 119. 
Disponível em: <http://www.reflexoes.diarias.nom.br/PCASAIS/IDOSONAFAMILIAENASOCIEDADE.pdf>. 
Acesso em 06/10/2010. 
2SOUZA, Samuel Rodrigues. Idoso na família e na sociedade. Reflexões diárias, João Pessoa, n. 119. 
Disponível em: <http://www.reflexoes.diarias.nom.br/PCASAIS/IDOSONAFAMILIAENASOCIEDADE.pdf>. 
Acesso em 06/10/2010. 
 
 
20
1.4 O idoso na sociedade 
 
O conceito de idoso surgiu no final do século XVIII, pois foi quando o 
envelhecimento passou ser tratado como degeneração e decadência. A velhice não se 
encontrava discriminada, pois quando se estava mais velho não significava abandono das 
atividades produtivas, muito menos eram afastados das relações sociais. 
 
A época da Revolução Industrial, dentre várias conseqüências, acarretou o início, o 
banimento e a segregação do idoso. A sociedade industrial é prejudicial aos idosos, 
uma vez que formaliza o declínio biológico do homem. (SOUSA, 2004, p. 166) 
 
 Acontece que nesta época na sociedade capitalista, o idoso era visto como uma pessoa 
não muito produtiva, jamais conseguiria trabalhar como uma pessoa mais nova devido às 
limitações da idade. 
 
Em épocas em que o índice de desemprego aumentava, os idosos eram discriminados, 
até mesmo submetidos a trabalharem por salários menores, forçados a aceitar serviços 
prejudiciais à saúde, desta forma não deixando opções para a pessoa da terceira idade, assim 
tendo que se submeterem a essas exigências, pois era a única forma de prover sua subsistência 
e de sua família. 
 
1.5 Panorama das legislações aplicadas no Brasil 
 
É importante ressaltar que a proteção constitucional ao idoso foi consagrada em 
algumas Constituições anteriores a vigente. 
 
Além da proteção constitucional, o idoso encontra-se resguardado também por leis 
esparsas, conforme será abordado nos tópicos a seguir: 
 
1.5.1 Constituição de 1824 
 
A Constituição Política do Império do Brazil de 25/03/1824, assim era chamada a 
Carta Magna, outorgada por Dom Pedro I, não se falou em direito do idoso. 
 
 
21
1.5.2 Constituição de 1891 
 
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 
1891, trouxe a ruptura entre o Estado monárquico e o republicano. No entanto, com a 
Proclamação da República em 1889, sobre o direito do idoso nada foi mencionado. 
 
1.5.3 Constituição de 1934 
 
Com a Revolução em 1930, tendo como resultado Getúlio Vargas na presidência que 
findou a República Velha, assim mudando a história do Brasil. 
 
Foi promulgada a Constituição dos Estados Unidos do Brasil, votada e aprovada em 
Assembléia Constituinte. Em seu Titulo IV, Da Ordem Econômica e Social, no seu art. 
121,§1º, letra h3, passou a prever a previdência a favor da velhice, in verbis: 
 
Art. 121. A lei proverá o amparo da produção e estabelecerá as condições de 
trabalho, na cidade e nos campos, tendo em vista a proteção social do trabalhado e 
os interesses econômicos do país. 
§1º. A legislação do trabalho observará os seguintes preceitos, além de outros que 
colimem melhorar as condições do trabalhador: 
[...] 
h) assistência médica e sanitária ao trabalhador e à gestante, assegurando a esta 
descanso antes e depois do parto, sem prejuízo do salário e do emprego, e instituição 
de previdência, mediante contribuição igual da União, do empregador e do 
empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes 
de trabalho ou de morte; 
[…] 
 
 A partir deste momento o direito do idoso começou a ser resguardado a nível 
constitucional. 
 
1.5.4 Constituição de 1937 
 
A Constituição de 1937 foi outorgada pelo Getúlio Vargas, consumando o golpe de 
Estado, fundamentando que se encontrava no preâmbulo da mesma, com palavras do tipo 
 
3
 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao34.htm> Acesso em 
13/10/2010. 
 
 
22
“tendendo às legitimas aspirações do povo brasileiro”. Sob a rubrica Da Ordem Econômica, 
no seu art. 137, letra m4, assegurou o direito de seguro ao idoso, in verbis: 
 
Art.137. A legislação do trabalho observará, além de outros, os seguintes preceitos: 
[…] 
m) a instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de 
acidentes de acidentes do trabalho. 
[…] 
 
 Vem ressaltando o já expresso na Constituição anterior, resguardo à garantia do seguro 
para trabalhadores quando na velhice. 
 
1.5.5 Constituição de 1946 
 
Promulgada em 18 de setembro de 1946, inspirou-se nos textos das Constituições de 
1934 e 1891. E em seu art. 157, inciso XVI5, in verbis: 
 
Art. 157. A legislação do trabalho e a da previdência social obedecerão nos 
seguintes preceitos, além de outros que visem a melhoria da condição dos 
trabalhadores: 
[…] 
XVI - previdência, mediante contribuição da União, do empregador e do empregado, 
em favor da maternidade e contra as consequências da doença, da velhice, da 
invalidez e da morte; 
[…] 
 
Determinando a previdência em prol dos mais velhos, nota-se que a preocupação 
girava em torno do idoso como trabalhador. 
 
1.5.6 Constituição de 1967 
 
Promulgada em 24/01/1967, quando da assunção do Marechal Arthur da Costa e Silva 
para Presidente, adotou-se as características principais da Constituição de 1937. Falou-se 
sobre idoso no Titulo III, da Ordem Econômica, no art. 158, inciso XVI6, mantendo 
estabelecida a previdência em favor da velhice, in verbis: 
 
 
4 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Constituicao/Constitui%C3%A7ao37.htm.> Acesso em 
13/10/2010. 
5
 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm> Acesso em 
13/10/2010. 
6
 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%C3%A7ao67.htm> Acesso em 
13/10/2010. 
 
 
23
Art.158. A Constituição assegura aos trabalhadores os seguintes direitos, além de 
outros que, nos termos da lei, visem à melhoria, de sua condição social: 
[…] 
XVI - previdência social, mediante contribuição da União, do empregador e do 
empregado, para seguro-desemprego, proteção da maternidade e, nos casos de 
doença, velhice, invalidez e morte; 
[…] 
 
Nada se alterou, em relação à Constituição anterior, assim prevalecendo à garantia de 
seguro para o trabalhador na velhice. 
 
1.5.7 Constituição de 1988 
 
Enquanto nas outras constituições havia no máximo um artigo falando sobre o direito 
do idoso e sempre versando sobre a questão previdenciária, a Constituição vigente traz os 
vários dispositivos dentreeles, os seguintes: 
 
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
[…] 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
[…] 
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
[…] 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
[…] 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos 
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou 
enfermidade. 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas 
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e 
bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em 
seus lares. 
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes 
coletivos urbanos. 
 
A Constituição de 1988 vem trazendo realmente a proteção que o idoso sempre 
necessitou. Nesta encontra-se referências sobre a pessoa idosa, e usando sempre a palavra 
idosa, diferentemente das outras Cartas Supremas que sempre usou o termo velhice, 
mostrando assim os direitos e deveres de cada pessoa na condição de idoso. 
 
 
24
1.5.8 Código Civil de 1916 
 
A Lei 3.071, de 1 de janeiro de 1916, no seu art. 399, parágrafo único7, redação trazida 
pela Lei 8.648/1993, in verbis: 
 
Art. 399. São devidos os alimentos quando o parente, que os pretende, não tem 
bens, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e o de quem se 
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
Parágrafo único. No caso de pais que, na velhice, carência ou enfermidade, 
ficaram sem condições de prover o próprio sustento, principalmente quando se 
despojaram de bens em favor da prole, cabe, sem perda de tempo e até em 
caráter provisional, aos filhos maiores e capazes, o dever de ajudá-los e 
ampará-los, com a obrigação irrenunciável de assisti-los e alimentá-los até o 
final de suas vidas. (Grifos Nossos) 
 
Referindo-se ao direito dos idosos, nos casos em que os pais estão carentes ou 
enfermos, assim impedidos de manter seu próprio sustento, todos seus bens já foram 
despojados em favor dos filhos, traz a garantia de poder beneficiar-se de alimentos, até 
mesmo em caráter provisional, dando aos filhos maiores e capazes o dever de alimentá-los, 
ajudá-los e também ampará-los, sendo essa obrigação irrenunciável e se estendia até o fim da 
vida dos pais. 
 
Outro preceito legal, onde mencionava os idosos era o art. 258, e seu parágrafo único8, 
in verbis: 
 
Art. 258. Não havendo convenção, ou sendo nula, vigorará, quanto aos bens 
entre os cônjuges, o regime de comunhão parcial. 
Parágrafo único. É, porém, obrigatório o da separação de bens do casamento: 
I - Das pessoas que o celebrarem com infração do estatuído no art. 183, XI a XVI 
(art. 216); 
II - do maior de 60 (sessenta) e da maior de 50 (cinqüenta) anos; 
III - do órfão de pai e mãe, ou do menor, nos termos dos arts. 394 e 395, embora 
case, no termos do art. 183, XI, com o consentimento do tutor; 
IV - de todos os que dependerem, para casar, de autorização judicial (arts. 183, XI, 
384, III, 426, I, e 453). (Grifos Nossos) 
 
 Que dispunha que o homem com mais de 60 anos e a mulher de mais de 50 anos de 
idade, para contrair casamento, deveria obedecer às regras do regime de separação de bens. 
 
 
 
7
 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L3071.htm> Acesso em 14/10/2010. 
8
 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L3071.htm> Acesso em 14/10/2010. 
 
 
25
1.5.9 Código Penal de 1940 
 
Decreto Lei 2.848 de 7 de dezembro de 1940, traz em seu bojo diversos artigos 
relacionados aos idosos, como o art. 61, alínea h, dispõe das circunstâncias agravantes de 
pena do agente que cometer crime contra o idoso; o art. 65, inciso I, trata de atenuantes de 
pena quando o agente seja maior de 70 anos, na data da sentença; art.77, § 2º, dispõe os 
requisitos para a suspensão condicional, por 4 a 6 anos, da pena que não for superior a 4 anos, 
isto se o condenado tiver mais de 70 anos. 
 
Nota-se que para o Código Penal entende-se idoso os maiores de 70 anos, outros 
dispositivos como o art. 115, que prevê a redução pela metade do prazo prescricional se o 
condenado, na data da sentença tiver idade igual ou superior a 70 anos. 
 
1.5.10 Declaração Universal dos Direitos Humanos 
 
Com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, vários países, inclusive 
o Brasil, se comprometeram a resguardar de forma absoluta o conteúdo disposto naquele 
documento internacional, importante para o tema em questão é seu artigo XXV19, in verbis: 
 
Artigo XXV 
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua 
família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados 
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de 
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios 
de subsistência fora de seu controle. 
[…] (Grifo Nosso) 
 
Tal dispositivo legal, coloca em seu rol a proteção à velhice, assim fazendo que os 
coobrigados não deixem de proteger as pessoas idosas. 
 
1.5.11 Lei de Execução Penal 
 
Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, conhecida como Lei de Execução Penal – LEP, 
também trouxe prerrogativas inerentes aos idosos, em seu art. 32, §2º, in verbis10, que dispõe 
 
9
 Disponível em <http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm> Acesso em 
16/10/2010. 
 
 
26
sobre as atribuições do trabalho interno dos condenados, assim sendo analisadas as condições 
físicas e habilidades do condenado. 
 
Art. 32 - Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, 
a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as 
oportunidades oferecidas pelo mercado. 
§ 1º - Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão 
econômica, salvo nas regiões de turismo. 
§ 2º - Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à 
sua idade. 
§ 3º - Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao 
seu estado. (Grifos Nossos) 
 
Analisando também as oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho, trazendo 
aos que tenha 60 anos ou mais a possibilidade de solicitar ocupações adequadas a sua idade. 
 
1.5.12 Código de Defesa do Consumidor 
 
O Código de Defesa do Consumidor, consagrado pela Lei 8.213/1991, em seu art. 76, 
inciso IV, alínea b, define como circunstância agravante dos crimes quando o consumidor for 
idoso com mais 60 anos de idade. 
 
1.5.13 Política Nacional do Idoso 
 
A Política Nacional do Idoso, consagrada com a Lei 8.842/94, regulamentada pelo 
Decreto federal de nº 1.948, de 3 de julho de 1996, tem como objetivo principal assegurar os 
direitos sociais, assim promovendo sua autonomia, integração e participação efetiva do idoso 
na sociedade. 
 
Delega a família, a sociedade e o Estado o dever de assegurar a pessoa idosa todos os 
direitos de cidadão, garantindo sua participação junto à comunidade, defendendo sua 
dignidade, bem-estar e o direito à vida. 
 
Esta lei também dispõe que o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer 
natureza, e deve ser também o principal agente e o destinatário das transformações e serem 
efetivadasatravés desta política. 
 
10
 Disponível em <http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/1984-007210-lep/lep031a035.htm> Acesso em 
13/10/2010 
 
 
27
1.5.14 Código Civil de 2002 
 
O Código Civil Brasileiro vigente, regulamentado pela Lei 10.406/2002 que passou a 
vigorar a partir de 11 de janeiro de 2003, traz prerrogativas inerentes ao idoso em seu art. 
1.641, inciso II, in verbis: 
 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
II - da pessoa maior de sessenta anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. (Grifos Nossos) 
 
 
 Nota-se que a lei civil continua impondo o regime de separação de bens para as 
pessoas com mais de 60 anos de idade, mas houve uma única modificação em relação ao 
código anterior, eliminou a diferença de idade entre homem e mulher, agora determinando a 
mesma idade para ambos os sexos. 
 
 Alguns doutrinadores chegaram a indagar porque o nem o Código de 2003, bem como 
o de 1916, e nem outra lei, ditou limite à capacidade civil em relação à idade. 
 
A pessoa mantém sua capacidade civil integral até o fim da vida, e, por mais idosa 
que seja não é o fator idade que irá modificar o livre gozo de seus diretos. Lógico, 
fatores de ordem psíquica ou patológica podem incapacitar qualquer pessoa para o 
desempenho da vida, porém isso independe da idade. (PEREIRA, 2004, p. 279) 
 
 Se a legislação em questão fizesse esse tipo de limitação, dando uma idade máxima 
limitando a capacidade civil, estaria em confronto com princípios constitucionais, onde veda 
qualquer tipo de discriminação em razão da idade, pois existem muitos idosos que tem suas 
faculdades físicas e mentais estáveis, não havendo esta estabilidade é que se deve invocar o 
Estado para interdição desses indivíduos. 
 
1.5.15 Estatuto do Idoso 
 
A primeira iniciativa para a criação de um Estatuto direcionado aos direitos dos idosos 
foi do então Deputado Federal Paulo Paim com o Projeto de Lei nº 3.561 de 1997, onde houve 
a mobilização de um grande número de aposentados, pensionistas e idosos todos eles 
 
 
28
vinculados à Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (COBAP), resultando 
assim umas das maiores conquista já alcançada pelos idosos e pela sociedade em geral. 
 
No ano de 2000, foi formada na Câmara Federal, uma comissão especial somente para 
tratar das prerrogativas em relação ao Estatuto do Idoso, com a idéia de regulamentar os 
direitos assegurados às pessoas idosas, escolhendo como idade cronológica igual ou superior 
a 60 anos, bem como dispor dos direitos fundamentais, de cidadania e de assistência 
judiciária. 
 
Buscando também que as entidades de atendimento promovessem a completa 
execução dos direitos, voltando-se para a vigilância e defesa com o auxilio das instituições 
públicas. 
 
E após sete anos de tramitação pelo Congresso Nacional, foi sancionado o Estatuto do 
Idoso, Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, além de ratificar os direitos já estabelecidos na 
Constituição Federal e na Política Nacional do Idoso, estabelece em seus capítulos direitos 
que a Legislação Social indica para fortalecer a inclusão social do idoso através dos direito. 
 
O Estatuto do Idoso tem como objetivo a proteção assistencial quanto às pessoas com 
idade igual ou superior a 60 anos, assegurando a essa classe, com a tutela legal ou por outros 
meios, todas as oportunidades e facilidades, para que haja a preservação de saúde física e 
mental e seu aperfeiçoamento moral, espiritual, intelectual e social, em condições de liberdade 
e principalmente dignidade. 
 
Para Samuel Rodrigues de Souza11: 
 
Trata-se de um conjunto de leis que estabelece os procedimentos legais que devem 
acontecer para melhoria da situação da população idosa do Brasil. 
 
Ao idoso são assegurados todos os direitos que são conferidos a todas as pessoas: 
direito à vida, à liberdade, à segurança, à propriedade, à saúde, à educação, ao lazer, ao 
 
11
 SOUZA, Samuel Rodrigues. Idoso na família e na sociedade. Reflexões diárias, João Pessoa, n. 119. 
Disponível em: <http://www.reflexoes.diarias.nom.br/PCASAIS/IDOSONAFAMILIAENASOCIEDADE.pdf>. 
Acesso em 06/10/2010. 
 
 
29
trabalho, entre outros. Assim, é o idoso titular de todos os direitos gerais, sem prejuízo da 
proteção integral que o estatuto confere. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30
II – DIREITO DO IDOSO E SUA FAMÍLIA 
 
2.1 Conceitos de idoso 
 
Segundo Domingo Paschoal Cegalla (2009, p. 89), o vocábulo idoso é de origem latina 
no substantivo aetas, aetatis que se deu a palavra idade. Idoso é vocábulo de duas 
componentes: idade mais o sufixo “oso” que, no léxico, denota abundância ou qualificação 
acentuada. Por isso, o vocábulo idoso pode significar: cheio de idade, abundante em idade, 
etc. 
 
Sobre o conceito de idoso, Maria Berenice Dias nos ensina (2009, p. 54): 
 
A palavra idoso parece ter conotação pejorativa, é ainda cercada de um certo 
desprestígio e dispõe de conteúdo quase ofensivo. Daí haver uma série de 
expressões para identificar as pessoas que somente deixaram de ter plena capacidade 
competitiva na sociedade: terceira idade, melhor idade, adulto maduro, adulto maior 
etc. 
 
 Abel Balbino Guimarães integra seu conceito, (2009, p. 20): 
 
(…) há várias opções, como: ancião, feliz idade, terceira idade, maturidade, melhor 
idade, idade da razão; há até neologismo: juvelhice, envelhecentes, senescentes, 
terceiristas (…) a palavra velho tem encerrado o cunho discriminatório, significando 
pessoa ultrapassada, sem ideias e despida de ideais, que apenas aguarda a morte, 
sem ambicionar mais nada, portanto, pejorativa, estando ligada à coisa inútil ou 
imprestável, assim, seu uso é politicamente incorreto. 
 
 Nota-se diversos os termos a serem usados, tomando certo cuidado para não acabar 
usando termos discriminatórios, pois qualquer tipo de discriminação a pessoa idosa é vedada 
pela Constituição e pelo Estatuto do Idoso. 
 
 Com o Estatuto do Idoso no seu art. 1º, consagrou-se que idosa é a pessoa com 60 anos 
ou mais, assim tornando o direito a velhice um direito personalíssimo, in verbis: “Art. 1º. É o 
instituto o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com 
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.”. 
 
O envelhecimento é um direito personalíssimo. Esta é a redação trazida pelo Estatuto 
no seu artigo 8º, ou seja, intransferível e inalienável, só podendo ser exercido pelo seu titular, 
 
 
31
in verbis: “Art. 8º. O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito 
social, no termos desta Lei e da legislação vigente.”. 
 
Como nos ensina Marco Antonio Vilas Boas (2009, p. 15): 
 
Entende-se por direito personalíssimo àquele que é inato da pessoa humana, na sua 
individualidade, incomunicável com outras pessoas. São as características próprias 
de cada um, ao próprio segredo de sua intimidade. 
 
Tudo que é personalíssimo é próprio somente da cada pessoa ou de um grupo cujas 
individualidades são coincidentes e o Estatuto vem assegurar a pessoa idosa essa garantia. 
 
2.2 Conceitos de família 
 
O conceito de família veio se modificando com o passar do tempo. No Direito 
Romano, significava não apenas ligações sanguíneas, mas sim ou por estarem sujeitas a uma 
só autoridade. 
 
A sociedade só entendia como família aquele constituída pelo casamento, pois a lei 
regulava somente este instituto, conjuntamente com as relações de filiação e o parentesco. 
 
Ana Maria Viola de Sousa ensina,(2004, p. 1570): 
 
Pelo Direito Romano a família apresentava uma sentido econômico no qual 
compreendia todos os agregados (personas et pecus), ou seja, aqueles que 
descendiam de uma mesma estirpe, incluindo aqueles que ingressavam no grupo 
através do casamento, denominados cognados, agregando-se também escravos e 
bens. 
 
Os vínculos afetivos sem oficialização fez com que as relações extramatrimoniais 
passassem a vigorar no mundo jurídico por intermédio das jurisprudências, forçando assim a 
Constituição Federal trazer a união estável para seu texto e o Código Civil disciplinar sobre as 
famílias monoparentais, já reconhecida pela Constituição. 
 
Alguns doutrinadores entendem que a entidade familiar, está em decadência em razão 
dessas mudanças, mas deve-se entender que são resultados das transformações sociais, houve 
 
 
32
uma grande mudança nas relações familiares, para melhor atender os interesses mais valiosos 
inerentes aos seres humanos, levando-se em consideração a solidariedade, afeto, respeito, 
confiança e o amor. 
 
Para Silvio de Salvo Venosa (2008, p. 5): 
 
(…) A família atual, contudo, difere das formas antigas no que concerne a suas 
finalidades, composição e papel de pais e mães. Atualmente, a escola e outras 
instituições de educação, esportes e recreação preenchem atividades dos filhos que 
originalmente eram de responsabilidade dos pais. (…). 
 
 Na atualidade, a educação, o trabalho não é mais transmitido pelos ensinamentos dos 
pais dentro dos lares, e sim pelo Estado e instituições privadas, a religião deixa de ser 
ministrada em casa e sim nas igrejas, bem como as funções assistenciais a crianças, 
adolescentes e idosos também assumidos pelo Estado. 
 
 A ausência dos pais, devido a seu trabalho, não só impede de assegurar tais funções, 
como faz com que os laços afetivos com os demais vão se fragilizando. Hoje a família não é 
mais vista como organizadoras de normas, mas sim como consequência de acordos firmados 
em os demais familiares. 
 
Ana Maria Viola de Souza define família, (2004, p. 160): 
 
Constitui família no Brasil a base de toda estrutura da sociedade, pois nela 
constituem raízes morais da organização social, bem como as colunas econômicas 
que a sustentam. O Estado, para sua própria perpetuação, tem legitimo interesse em 
proteger a família, através de leis que lhes assegurem o desenvolvimento estável de 
seus elementos institucionais. 
 
 A Constituição Federal em seu art. 226 dispõe que a família, base da sociedade, tem 
especial proteção. Mostrando assim, como a família realmente tem um papel importante na 
sociedade. 
 
2.3 Princípios Aplicáveis 
 
Com as novas situações criadas pelos seres humanos surge a necessidade de tentar 
encontrar soluções aos mais diversos problemas inerentes aos idosos, campo este marcado por 
 
 
33
muitas mudanças e inovações, muitas vezes provocadas pela grande inversão de valores que 
esta acontecendo na sociedade atualmente. 
 
A Carta Magna de 1988, no que tange à tutela jurisdicional do idoso, trouxe inúmeros 
princípios inerentes aos direitos e garantias dessa classe; dessa forma mostrou um grande 
progresso em relação ao tema, vejamos a seguir: 
 
2.3.1 Da dignidade da pessoa humana 
 
 Este é o maior dos princípios, a base do Estado Democrático de Direito. Sendo assim, 
já vem expresso no primeiro artigo da nossa Carta Suprema. 
 
Pode-se até ser identificado como o princípio que primeiro manifestou-se dos valores 
constitucionais, pois é carregado de emoções e sentimentos, dentre os princípios este é 
considerado o mais universal de todos. 
 
A preocupação com a promoção dos direitos humanos e da justiça social levou o 
constituinte a consagrar a dignidade da pessoa humana como valor nuclear da ordem 
constitucional. (DIAS, 2008, p. 61). 
 
Para Ana Maria Viola de Sousa este princípio, (2004, p. 175): 
 
Que tem por objetivo o desenvolvimento da pessoa, reconhecendo-lhe os direitos 
que lhe são inerentes como ser humano. 
 
 O art. 10 do Estatuto do Idoso apresenta em seu parágrafo 3º, in verbis: 
 
Art. 10. É a obrigação do Estado e da sociedade, assegurar a pessoa idosa, (…) 
dignidade, como pessoa humana (…). 
[…] 
§3º. É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer 
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. (Grifo 
Nosso) 
 
 
 
34
 O nosso ordenamento jurídico deixa expresso o valor da pessoa humana por meio do 
princípio da dignidade, dessa forma, esse princípio, direciona ao idoso essa garantia de ordem 
constitucional e o equipara a todos os outros cidadãos brasileiros. 
 
2.3.2 Da liberdade 
 
 Esse princípio traz para o Estado e a sociedade a obrigatoriedade de assegurar à pessoa 
idosa o direito à liberdade como pessoa humana e pessoa apta que está a ter direitos civis, 
políticos, individuais e sociais. 
 
 Previsto na Lei Maior, no artigo 5º, onde assegura a pessoa idosa a não violação do 
seu direito à liberdade, ou seja, poder desenvolver suas potencialidades, sem que haja 
obstáculos. 
 
Proíbe o anonimato, assegura a liberdade à crença religiosa, defende também todos os 
meios de expressão, assim proibindo qualquer tipo de censura, liberdade para exercer 
qualquer trabalho, acessibilidade à informação exceto as que devem ser mantidas em sigilo 
por motivo de ética, direito à locomoção no território nacional, associar-se com fins lícitos. 
 
 O art. 10 do Estatuto do Idoso traz uma lista com sete incisos nas mais diversas áreas 
que o direito do idoso tem que ser respeitado, repetindo até alguns direito já resguardos pela 
nossa Carta Suprema. 
 
Pelos incisos, a lei enuncia a forma de se processar o exercício da liberdade nas mais 
diversas categorias como: a possibilidade de falar, expor suas opiniões; convicção religiosa; 
esportes apropriados; diversões públicas, vida em companhia da família, da comunidade; a 
ação política; a integridade física, psíquica e moral; preservação da imagem; direito a crença 
entre outras formas. 
 
 O doutrinador Luiz Eduardo Alves de Siqueira entende que (2004, p. 118): 
 
Observamos que o rol apresentado pode ser complementado por outras faces em que 
o direito à liberdade tenha se preservado. Ainda mais em algo que é tão caro ao ser 
humano, como é a liberdade, pensamos que não poderia existir limite na capacidade 
 
 
35
criadora do legislador, que mais sensível à realidade social, não teria condições de 
supor todas as situações. 
 
 O princípio da liberdade também é reconhecido como direito fundamental do cidadão 
e vem integrar o princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
2.3.3 Da igualdade 
 
Esse princípio é caracterizado pelo tratamento isonômico do idoso, dando a ele a 
garantia de igualdade independentemente de raça, sexo, religião e etc. Assim, o Estatuto do 
Idoso vem proibindo qualquer tipo de discriminação, conforme se vê a seguir: 
 
Art. 4º. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de (…), discriminação (…), e 
todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. 
(Grifo Nosso) 
 
A norma legal acima também está inclusa na reserva constitucional de todos os 
cidadãos, a Constituição Federal também além de trazer no seu preâmbulo esse princípio, o 
reafirmou em diversos artigos no decorrer do seu texto, indicando punição a quem 
desobedecer este preceito legal. 
 
2.3.4 Pluralismo das entidades familiares 
 
 Esse princípio traz a garantia da existência de diversas formas de entidades familiares, 
não considerando o tradicionalismo do direito brasileiro, onde considerava o casamento o 
único instituto jurídico. 
 
Nesta época, os integrantes dessas famílias que não eram constituídas sob a visão de 
um legislador, eram relegados a fatos sociais e se observando os fatos jurídicos. Com a 
Constituição de 1988, foram incluídas outras modalidades de família, como exemplo a 
monoparental.E ao idoso a possibilidade de ter uma nova família, pois a Constituição assegura à 
pessoa idosa o direito a convivência familiar, podendo se dar através da adoção, guarda ou 
adoção, institutos que serão abordados posteriormente. 
 
 
36
2.3.5 Eliminação do elemento despótico 
 
 Este princípio traz uma inovação, onde o pater familiae, deixa de ter o direito sobre a 
vida e morte de seus agregados, é uma redução gradativa do poder na entidade familiar. 
 
 A Constituição Federal tutela a entidade familiar, incluindo os monoparentais. Com o 
atual processo social, com novos valores, conceitos, costumes, deixa a entidade familiar com 
a definição clássica de pater familiae, ou seja, deixando assim, de ter a autoridade de um 
titular, atualmente aplica-se a participação de todos os membros da família. 
 
 Como esse princípio trouxe essa novidade, assim adaptando-se à nova realidade, e o 
idoso deve estar incluso neste contexto, assim a legislação deve que se adequar a defesa dos 
idosos que se encontra em constante crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
III – RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA PARA COM O IDOSO 
 
3.1 Da Responsabilidade da família 
 
O Estatuto do Idoso dispõe no seu art. 3º, caput, sobre as obrigações inerentes á 
família para com o idoso, dividindo tais obrigações com a comunidade, a sociedade e com o 
Poder Público, exigindo absoluta prioridade e efetivação a esses direitos. 
 
Art. 3º. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público 
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à 
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. 
 
A nossa Carta Magna, em seu Capítulo VII, nos art. 229 e 230 versa sobre Direitos da 
Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso, dizendo claramente que os filhos maiores 
devem cuidar dos pais na velhice, carência ou enfermidade, e a família junto à sociedade e o 
Estado têm como dever amparar o idoso, assegurando sua participação na comunidade, 
defender sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. Se não vejamos: 
 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os 
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na 
velhice, carência ou enfermidade. 
 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas 
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua 
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. (Grifos Nossos) 
 
 Como nos ensina Samuel Rodrigues de Souza12: 
 
A família é apontada por estudiosos do envelhecimento como elemento mais 
frequentemente mencionado por idosos como importante ao próprio bem-estar pelos 
idosos. Esta sofreu mudanças importantes decorrentes da maior participação da 
mulher no mercado de trabalho, da redução do tamanho da família, do surgimento 
de novos papéis de gênero e da maior longevidade. 
 
 Nota-se que o idoso apesar de mais próximo do fim da vida, sempre se preocupa com 
a família, por este motivo busca sempre estar perto de seus parentes, onde procura encontrar a 
 
12
 SOUZA, Samuel Rodrigues. Idoso na família e na sociedade. Reflexões diárias, João Pessoa, n. 119. 
Disponível em: <http://www.reflexoes.diarias.nom.br/PCASAIS/IDOSONAFAMILIAENASOCIEDADE.pdf>. 
Acesso em 06/10/2010. 
 
 
38
atenção e cuidados, pois se espera que todo cuidado e atenção destinada aos filhos durante 
toda a vida seja retribuído neste momento. 
 
A presente pesquisa busca apresentar os direitos reservados ao idoso, sob a ótica da 
Constituição Federal Brasileira, o Código Civil Brasileiro e a Lei 10.741 de 01 de outubro de 
2003 – Estatuto do Idoso. 
 
Dentre todos esses direitos e garantias dos idosos brasileiros a seguinte pesquisa 
buscará dar ênfase aos deveres da família para com o idoso em relação à saúde, moradia e a 
prestação alimentícia. 
 
3.2 Direito à saúde 
 
Há que se salientar que em torno dos mais variados conceitos de saúde, existe um 
aparato estrutural diretamente ligado a este tema. Nesta oportunidade falaremos 
especificamente do direito à vida, ao lazer e ao esporte, todos garantidos pela Constituição 
Federal de 1988 e pelo Estatuto do Idoso, em seu art. 230 e art. 3º e 9º respectivamente. 
 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas 
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e 
bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
 
Art. 3º. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público 
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à 
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. 
 
Art. 9º. É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e a saúde, 
mediante efetivação de políticas sociais públicas quer permitam um envelhecimento 
saudável e em condições de dignidade. 
 
 Sob essa ótica é que vislumbramos a necessidade da presença constante da família 
para amparar o idoso na sua enfermidade, posto que a legislação pátria imputa à família e ao 
Estado a obrigação de garantir a saúde, a vida e o bem-estar da terceira idade. 
 
3.2.1 Direito à vida 
 
Entre os direitos fundamentais é o primeiro e mais importante, sendo garantido por 
meio da proteção, que ocorre por políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento 
 
 
39
saudável e principalmente em condições dignas. O direito á vida junto à liberdade e a saúde 
são garantias inerentes à natureza humana. 
 
Segundo Marco Antonio Vilas Boas (2009, p. 13): 
 
O direito à vida, antes do direito à liberdade, é o maior dos direitos, colocado como 
indisponível e oponível erga omnes, por excelência, a tal ponto que não se pode 
emitir qualquer enunciado tendente à sua supressão. Ninguém pode negociar a 
própria vida e, assim sendo, ninguém pode transferir ao Estado, o poder de dispor 
sobre sua própria liberdade, irrenunciável que é o direito à vida e à liberdade estão 
fora de qualquer pacto, são imprescritíveis, inalienáveis, insusceptíveis de qualquer 
restrição. 
 
A Carta Constituicional em seu art. 5º assegura que todos são iguais perante a lei, sem 
qualquer distinção, e trazendo no seu bojo o direito à vida, sendo esse artigo inserido no 
Capítulo Dos Direitos e Garantias Fundamentais. 
 
O Estatuto do Idoso no seu art. 3º também assegura o direito à vida, talvez nem 
houvesse a necessidade do Estatuto prever essa garantia, pois todo cidadão tem esta proteção, 
indiscriminadamente. 
 
O direito à vida e a saúde também é tratado de forma especifica no art. 9º do Estatuto, 
mas neste dispositivo a obrigação é do Estado em garantir ao idoso a proteção à vida e a 
saúde, através de politicas sociais, permitindo assim que o cidadão tenha um envelhecimento 
saudável e em condições dignas, ou seja, essas duas garantias devem ser tratadas em conjunto. 
 
3.2.2 Direito à Saúde 
 
Para a definição de saúde é necessário analisar várias implicações legais, sociais e 
financeiras dos estados de saúde e doença; sem dúvida, a definição mais difundida é a 
expressa no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde13: saúde é um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou 
enfermidade. 
 
 
13 Disponível em <http://www.direitoshumanos.usp.br/index. php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-
da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html> Acesso em 05/11/2010. 
 
 
40
Com o advento da Constituição de 1988, o direito à saúde foi elevado àcategoria de 
direito subjetivo público, assim reconhecendo que o sujeito é o detentor do direito e o Estado 
tem o dever de resguardá-lo. 
 
Mas é também da própria responsabilidade da pessoa que deve cuidar de sua saúde e 
também contribuir para a saúde coletiva. Hoje, compete ao Estado garantir a saúde do cidadão 
e da coletividade. 
 
A participação do Brasil na história da Organização Mundial da Saúde é fundamental. 
Essa organização foi criada pela ONU para que os padrões mundiais da saúde se elevassem. A 
proposta para a criação da OMS foi de autoria de delegados brasileiros, que apresentaram o 
projeto para o estabelecimento de uma organização de saúde pública internacional. Desde 
então, Brasil e a Organizaçao Mundial da Saúde desenvolvem intensa cooperação para a 
melhoria da saúde mundial14. 
 
O Estatuto do Idoso apresenta no seu art. 15 obrigações inerentes à saúde do idoso, 
assegurando atenção integral por meio do Sistema Único de Saúde viabilizado pela Lei 
8.080/90, garantindo acesso universal e igualitário. Conforme pode se ler: 
 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do 
Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, 
em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, 
promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às 
doenças que afetam preferencialmente os idosos. 
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: 
I – cadastramento da população idosa em base territorial; 
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; 
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de 
geriatria e gerontologia social; 
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele 
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados 
e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e 
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural; 
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas 
decorrentes do agravo da saúde. 
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, 
especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos 
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de 
valores diferenciados em razão da idade. 
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão 
atendimento especializado, nos termos da lei. (Grifos Nossos) 
 
14
 Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_da_Sa%C3%BAde> 
Acesso em 05/11/2010. 
 
 
41
Por conta do seu Estatuto próprio, o idoso foi inserido prioritariamente na garantia de 
segurança integral, universal e igualitária, sempre que houver a necessidade de serviços de 
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, dando atenção especial às doenças 
que afetam preferencialmente os idosos. 
 
O art. 16 do Estatuto assegura à pessoa idosa que, no caso de internação ou observação 
hospitalar, o idoso terá direito a acompanhante, devendo a entidade responsável proporcionar 
condições adequadas para a permanência do mesmo, segundo o critério médico. 
 
Dispõe ainda que é o profissional de saúde responsável pelo tratamento do idoso, que 
poderá autorizar o acompanhamento, e que nos casos em que não conceder por haver 
impossibilidade deve se justificar por escrito. 
 
 Marco Antonio Vilas Boas comenta o seguinte (2009, p. 44): 
 
A dificuldade de leitos nos hospitais e nas enfermarias pode parecer inviável o 
direito de um acompanhante. Porém, quando em cena o idoso, como paciente, o caso 
já oferece foros de obrigatoriedade e as instituições estarão mais atentas à medida 
excepcional. À primeira vista, o espírito da lei pode parecer polêmico, difícil ou 
impossível sua execução (…). 
 
 O referido autor, nada mais comenta do que um dos grandes problemas sociais, que é a 
saúde e suas precariedades, realmente o artigo citado pode até ter um espírito de polêmico, 
mas se tratando de paciente idoso, apesar das dificuldades deve se fazer o que pede a lei. 
 
 O Estatuto através do art. 17, dipõe a pessoa idosa o direito de escolher pelo seu 
tratamento de saúde desde que esteja no domínio de suas faculdades mentais, dispõe também 
de quem serão os responsáveis se o idoso não tiver condições de optar, a lei diz: 
 
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o 
direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. 
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será 
feita: 
I – pelo curador, quando o idoso for interditado; 
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser 
contactado em tempo hábil; 
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil 
para consulta a curador ou familiar; 
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso 
em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público. (Grifo Nosso) 
 
 
 
42
 Pode-se analisar que a opção pelo tratamento de saúde é uma alternativa de qualquer 
pessoa, ou seja, o idoso que faz uso de suas faculdades mentais comporta-se como um 
paciente comum, o resguardo está auferido aos idosos fora de sua normalidade. 
 
 Novamente fica explicita a importância da família para o idoso, mesmo estando em 
segundo lugar na ordem preferencial, nota-se a necessidade da família estar sempre presente 
na vida do idoso, e nos casos em que a família for omissa a lei buscará a tutela nos demais. 
 
3.2.3 Direito ao Lazer 
 
O direito ao lazer também é assegurado ao idoso, como forma de prover sua saúde, 
sendo respeitadas as condições da própria idade, limitações físicas entre outras condições, 
sendo obrigação da família conjuntamente com a comunidade e o Poder Público, com 
absoluta prioridade. 
 
O Decreto 1.948/96, que regulamentou a Política Nacional do Idoso, no seu art. 4º, I, 
que não foi revogado pela Lei 10.741/2003, versa sobre o Centro de Convivência que é o 
lugar onde durante o dia o idoso permanece para desenvolver atividades físicas, laborativas, 
recreativas, culturais, associativas e de educação. 
 
O inciso II, da Política Nacional do Idoso, que também não foi revogado, dispõe sobre 
o Centro de Cuidados Diurno: Hospital-Dia e Centro-Dia, local destinado para a permanência 
diurna da pessoa idosa que seja dependente ou que tenha deficiência temporária e que seja 
necessária a assistência médica ou multiprofissional. 
 
3.2.4 Direito ao Esporte 
 
A prática esportiva também é garantida ao idoso, na hipótese de serem respeitadas 
suas condições próprias da idade conforme preceitua o art. 20 da Lei 10.741/2003, in verbis: 
“Art. 20. O idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, 
produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.”. 
 
 
 
43
Sobre essas condições entendem-se as limitações físicas, o tempo da prática além de 
outras, a família, a comunidade, a sociedade e o Poder Público tem como obrigação 
prioritariamente assegurar a efetivação dessa garantia. O esporte e as diversões praticadas 
pelos idosos, estabelecida no inciso IV do art. 10 do Estatuto, como aspecto de direito à 
liberdade é uma das melhores formas de integração do idoso na sociedade. 
 
Não somente na prática esportiva, mas também a garantia de no mínimo 50% de 
desconto na compra de ingressos para prestigiar atividades esportivas, além do acesso 
preferencial, bastando somente apresentação de documento de identidade com fotografia no 
ato da compra do ingresso. 
 
3.3 Direito à moradia 
 
A Emenda Constitucional de n. 26/2000 elevou à categoria

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