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Transtorno de borderline

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1 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE MENTAL 
JULIANA OLIVEIRA 
TRANSTORNO DE 
PERSONALIDADE DE 
BORDERLINE 
CONCEITO DOS TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 
Segundo a classificação atual de transtornos mentais da 
OMS, a CID-10, os transtornos da personalidade são 
definidos pelas seguintes características: 
▪ Surgem na infância ou adolescência e tendem a se 
manter relativamente estáveis ao longo da vida. 
▪ Manifestam um conjunto de comportamentos e 
reações afetivas desarmônicas que envolve vários 
aspectos da vida do indivíduo, como p.ex. afetividade, 
controle de impulsos, modo e estilo dos 
relacionamentos interpessoais. 
▪ Padrão anormal de comportamento e das respostas 
afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e 
não limitado ao episódio de doença mental. 
▪ O padrão comportamental é mal adaptativo, ou seja, 
produz várias dificuldades para o indivíduo e para quem 
convive com ele. 
▪ São condições não relacionadas diretamente à lesão 
cerebral evidente ou a outro transtorno psiquiátrico. 
▪ Leva a algum grau de sofrimento como angústia, 
solidão, sensação de fracasso pessoal, dificuldades nas 
relações, entretanto, esse sofrimento pode se tornar 
aparente para o indivíduo mais tardiamente. 
▪ Contribui para o mau desempenho ocupacional e 
social, no entanto, não é uma regra. 
CLASSIF ICAÇÕES 
Os transtornos da personalidade podem ser agrupados em 
três grandes subgrupos que são: 
TRANSTORNO DE BORDERLINE 
Consiste em um padrão difuso de instabilidade das relações 
interpessoais, da autoimagem e dos afetos, impulsividade 
acentuada que surge no início da vida adulta e está presente 
em vários contextos, sendo indicado por 5 ou mais dos 
critérios abaixo. 
➔ Critérios diagnósticos: 
▪ Esforços excessivos para evitar abandono real ou 
imaginado. 
▪ Relacionamentos pessoais intensos, mas muito 
instáveis, oscilando em curtos períodos. 
P.ex. de uma grande paixão ou amizade → ódio e 
rancor profundo. (da ideação para a desvalorização). 
▪ Perturbação de identidade: Instabilidade acentuada e 
persistente da autoimagem ou da percepção de si 
mesmo. 
▪ Impulsividade em pelo menos duas áreas 
potencialmente autodestrutivas p.ex. gastos, sexo, 
abuso de substâncias, direção irresponsável, compulsão 
alimentar. 
▪ Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças 
suicidas ou de comportamento auto mutilante. 
▪ Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade 
de humor p.ex. disforia episódica, irritabilidade ou 
ansiedade intensa. 
▪ Sentimentos crônicos de vazio. 
▪ Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em 
controlá-la. 
▪ Ideação paranoide transitória associada a estresse ou 
sintomas dissociativos intensos. 
SEMIOTÉCNICA DA PERSONALIDADE 
Verifica-se por meio da observação cuidadosa e prolongada 
do paciente e pelo relato de familiares e conhecidos, quais 
dos traços a seguir são mais claramente presentes no 
paciente. Deve-se pedir aos familiares para descrever 
como o paciente é no dia-a-dia, como é seu jeito de ser, 
estilo pessoal, modo de reagir, de sentir e de atuar ao 
longo dos anos nas mais diversas situações. 
 Para personalidade boderline: 
▪ As pessoas decepcionam você com certa frequência? 
▪ Quando algo deu ou dá errado na sua vida, como você 
fica? 
▪ Você já fez coisas para se ferir ou que puseram em 
risco a sua vida (como se cortar ou tomar uma 
overdose, dirigir embriagado)? Você se machuca ou se 
ataca com frequência? Já tentou suicídio? 
▪ Você é uma pessoa mal-humorada? Tem sentimentos 
de vazio? Se sim, com que frequência? 
▪ Quando alguém o abandona ou rejeita, como você se 
sente e como reage? 
 
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4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE MENTAL 
JULIANA OLIVEIRA 
▪ O que você faz quando fica bravo? É uma pessoa 
explosiva, impulsiva? 
▪ Seus relacionamentos tendem a ser calmos e estáveis 
ou tempestuosos e instáveis, com muitos altos e 
baixos? Tente descrever os seus relacionamentos no 
passado e nos últimos tempos. 
 
➔ Contextualizando os critérios diagnósticas: 
▪ Critério I: 
Indivíduos com o transtorno da personalidade borderline 
tentam de tudo para evitar abandono real ou imaginado. A 
percepção de uma separação ou rejeição iminente podem 
levar a mudanças profundas na autoimagem, afeto, cognição 
e no comportamento. Esses indivíduos são muito sensíveis 
às circunstâncias ambientais. 
Podem achar que esse “abandono” implica que eles são 
“maus”. Os esforços desesperados para evitar o abandono 
podem incluir ações impulsivas como automutilação ou 
comportamento suicida. 
 
▪ Critério 2: 
Esses indivíduos apresentam um padrão de relacionamento 
instável e intenso. Podem mudar rapidamente da idealização 
à desvalorização, sentindo que a outra pessoa não se 
importa o suficiente, não dá o suficiente e não está 
presente o suficiente. 
Estão propensos a mudanças dramáticas e repentinas na sua 
forma de enxergar os outros. 
 
▪ Critério 3: 
Apresentam perturbação da identidade, caracterizada por 
instabilidade acentuada e persistente da imagem ou da 
percepção de si. Pode-se ter mudança súbita em relação a 
opiniões e planos sobre carreira profissional, identidade 
sexual, valores, etc. 
 
▪ Critério 4: 
Apresentam impulsividade em, pelo menos, duas áreas 
potencialmente autodestrutivas. Podem apostar, gastar 
dinheiro de forma irresponsável, comer compulsivamente, 
abusar de substâncias, envolver-se em sexo desprotegido 
ou dirigir de forma imprudente. 
 
▪ Critério 5: 
Apresentam recorrência de comportamento, gestos ou 
ameaças suicidas ou de comportamento de automutilação. 
A ideação suicida recorrente é a maior razão pela qual 
essas pessoas buscam ajudam. 
 
▪ Critério 6: 
Podem demonstrar instabilidade afetiva devido a acentuada 
reatividade do humor p.ex. disforia episódica, irritabilidade 
ou ansiedade intensa. O humor disfórico basal das pessoas 
que possuem esse transtorno é interrompido por períodos 
de raiva, pânico ou desespero. 
 
▪ Critério 7: 
Apresentam perturbações por sentimentos crônicos de 
vazio. 
 
▪ Critério 8: 
Apresentam facilmente a sensação de tédio e com 
frequência expressam raiva inadequada e intensa ou têm 
dificuldade em controlá-la. Tais expressões de raiva 
costumam ser seguidas de vergonha e culpa, contribuindo 
para o sentimento de ter sido mau. 
 
▪ Critério 9: 
Apresentam, durante o período de estresse extremo, 
ideação paranoide ou sintomas dissociativos transitórios, 
como despersonalização. 
DESENVOLVIMENTO E CURSO 
Dos 30 aos 50 anos, a maioria dos indivíduos com o 
transtorno alcança estabilidade maior nos seus 
relacionamentos e no seu funcionamento profissional. 
Estudos comprovam que após cerca de 10 anos, até metade 
deles não mais apresenta um padrão de comportamento 
que atenda aos critérios para o transtorno da personalidade 
borderline. 
FATORES DE R ISCO 
O transtorno de borderline é cerca de 5x mais comum em 
parentes biológicos de primeiro grau de pessoas com o 
transtorno do que na população geral. 
EM RELAÇÃO AO GÊNERO 
É mais comumente diagnosticado em indivíduos do sexo 
feminino. 
TRATAMENTO 
O tratamento medicamentoso não resolve o transtorno, 
trata apenas os sintomas. Pode-se usar: 
▪ Antidepressivos serotoninérgicos → Impulsividade. 
▪ Estabilizadores de humor → Instabilidade emocional. 
▪ Antipsicóticos → Ideaçãoparanoide. 
 
ATENÇÃO! 
É importante não ser invalidade com o paciente que 
tem o transtorno de borderline, é necessário 
acolhimento e paciência.

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