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Fundamentos de Química CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Departamento Nacional José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações Confederação Nacional da Indústria Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Fundamentos de Química Brasília 2010 Mauro Arantes Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Luciano Mattiazzi Baumgartner - Departamento Regional do SENAI/SC Coordenador de EaD – SENAI/MS Maise Rodrigues Sá Giacomeli – DITEC/COED Coordenador de EaD – SENAI/SC em Florianópolis Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em Florianópolis Design Gráfico e Diagramação Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis © 2010. SENAI – Departamento Nacional Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 http://www.senai.br Design Educacional, Ilustrações e Revisão Textual FabriCO Fotografias Banco de Imagens SENAI/SC http://www.sxc.hu/ http://office.microsoft.com/en-us/images/ http://www.morguefile.com/ http://www.photoxpress.com/ http://www.everystockphoto.com/ Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis F363f Fernandes, Ricardo Fundamentos de química: para operadores de estação de tratamento de água e efluentes / Ricardo Fernandes, Mauro Arantes. Brasília: SENAI/DN, 2010. Inclui bibliografias. 1. Química. 2. Água - Purificação. I. Arantes, Mauro. II. SENAI. Departamento Nacional. III. Título. CDU 54 109 p. : il. color ; 30 cm. Sumário Apresentação do curso .................................................................................07 Plano de estudos ............................................................................................09 Unidade 1: Estrutura Atômica .....................................................................11 Unidade 2: Propriedades Gerais da Matéria ..........................................29 Unidade 3: Funções Inorgânicas ................................................................45 Unidade 4: Soluções ......................................................................................69 Unidade 5: Produtos Químicos Utilizados nas ETAs ...........................87 Palavaras do autor .........................................................................................105 Conhecendo o autor .....................................................................................107 Referências .......................................................................................................109 7 Fundamentos de Química Apresentação do Curso A química, assim como as outras ciências, tem papel muito importante no desenvolvimen- to das sociedades, contribuindo de modo significativo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Um exemplo disso são as Estações de Tratamento de Água e Efluentes (ETAs), onde a química tem papel de destaque nas etapas de obtenção da água para consumo humano. Entre os assuntos abordados no curso, destacam-se: modelos atômicos; misturas; separação de mistu- ras; conceito de ácidos, bases e óxidos, e dureza da água. Há também uma breve descrição dos prin- cipais produtos químicos utilizados nas ETAs. Este material didático apresenta os princípios teóricos de modo que possam dar suporte para o entendi- mento básico de química, associado às operações realizadas nas estações de tratamento. O conteúdo deste curso foi dividido em cinco uni- dades, com assuntos fundamentais para o entendi- mento dos processos físicos e químicos envolvidos no tratamento de água e efluentes. A Unidade 1 tem como objetivo apresentar a evo- lução das teorias atômicas ao longo do tempo. Na Unidade 2, serão apresentadas as propriedades ge- rais da matéria. É nessa unidade que você estudará alguns processos de separação de misturas, por exemplo. Na Unidade 3, serão abordados os con- ceitos de ácidos, bases, sais e óxidos. Você apren- derá a reconhecer esses compostos inorgânicos e a nomeá-los. Na Unidade 4, estudará um pouco sobre o conceito de água dura e os problemas causados por ela. E, finalmente, na Unidade 5, você verá uma breve descrição das etapas do processo de trata- mento de água e os principais produtos químicos utilizados. É importante destacar que algumas aulas deste cur- so são cópias na íntegra do conteúdo de referência: LEVORATO, A. et al. Química: Ensino Médio. Curiti- ba: SEED-PR, 2006. 9 Fundamentos de Química Plano de Estudos Carga horária: 30 horas Ementa Matéria; as teorias atômicas; os novos modelos atômicos; os estados físicos da matéria; sistemas homogêneos e heterogêneos; processos de separa- ção de misturas; funções Inorgânicas; conhecendo o “dragão”; experiências de Arrhenius sobre condução de eletricidade; ácidos segundo Arrhenius; bases segundo Arrhenius; sais segundo Arrhenius; óxidos; água dura; água dura e os problemas renais; água dura e a remoção de sujeira; o fenômeno da dissolu- ção; produtos químicos utilizados nas ETAs;as etapas do processo de tratamento de água e os produtos químicos utilizados; sulfato de alumínio; cloro. Objetivos Objetivo Geral � promover o conhecimento e o desenvolvimento das competências necessárias ao entendimento dos processos físicos e químicos que ocorrem em uma Estação de Tratamento de Água e Efluentes. Objetivos Específicos � tornar o aluno apto a compreender e utilizar os conceitos químicos, bem como as relações pro- porcionais presentes na química e no cotidiano das operações realizadas em uma ETA. 11 Fundamentos de Química 1Estrutura Atômica Objetivos do Curso Ao final desta unidade, você terá subsídios para: � conhecer o conceito de átomo; � entender a evolução das teorias atômicas ao longo do tempo; � estabelecer relações entre a observação dos fatos e a proposição de teorias para explicá- los. Aulas Aula 1: Matéria Aula 2: As teorias atômicas Aula 3: Os novos modelos atômicos: parte 1 Aula 4: Os novos modelos atômicos: parte 2 12 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Aula 1: A matéria Provavelmente, você já deve ter vivido situações curiosas como estas: ao pen- tear os cabelos, os fios são atraídos pelo pente e o cabelo fica todo “espetado”; ao tocar na porta de um automóvel, você, às vezes, leva um choque. Reflita Por que essas coisas acontecem? Do que são feitas todas as coisas que conhecemos? Nos séculos V e IV a.C., os filósofos buscavam respostas para suas dúvidas, querendo saber sobre a origem do Universo e de si próprios, sobre o porquê do sofrimento e da morte, sobre a geração e a corrupção da vida e, além disso, queriam desvendar os mistérios da matéria. O que havia, naquela época, era a observação dos fenômenos e a busca do homem por uma explicação a respeito desses fenômenos. A partir dos dois, havia a busca de uma explicação para o que acontecia. Uma das maneiras que os gregos utilizavam para explicar a origem do Universo, para justificar compor- tamentos ou para compreender o motivo dos sentimentos e das paixões era a mitologia. Para Iniciar Os questionamentosacerca da constituição da matéria vêm de épocas remotas. De acordo com a concepção filosófica dos atomistas, o átomo era a menor partícula da matéria e indivisível. Quase 2 mil anos depois, o assunto foi retomado por Dalton e, a partir daí, surgiram novos mo- delos para explicar do que a matéria é constituída. A discussão desta primeira unidade vai girar em torno desse assunto. 13Unidade 1 Fundamentos de Química Reflita Mas o que é um mito? O texto a seguir apresenta uma explicação mitológica entre os gregos: o mito de Prometeu e Pandora. Prometeu era um dos titãs, uma raça gigantesca que habitou a Terra antes do homem. Ele e seu irmão Epimeteu foram incumbidos de fazer o homem e assegurar a ele e aos outros animais todas as faculdades necessárias para sua preservação. Epimeteu tratou de atribuir a cada animal seus dons variados – coragem, força, rapidez – e deu asas a um, garras a outro etc. Porém, quando chegou a vez do homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu gastara seus recursos com tanta prodigalidade que nada mais restava. Perplexo, recorreu a seu irmão Prometeu que, com a ajuda de Minerva, subiu ao céu, trazendo o fogo para o homem. Com esse dom, o homem assegurou sua superioridade sobre todos os outros animais. O fogo lhe forneceu o meio de construir armas, aquecer sua morada, cozinhar alimentos, cunhar moedas etc. A mulher não fora ainda criada. A versão diz que Júpiter a fez e a enviou a Prometeu e a seu irmão para puni-los pela ousadia de furtar o fogo do céu, e ao homem, por tê-lo aceito. A primeira mulher ser chamava Pandora. Foi feita no céu e cada um dos deuses contribuiu com alguma coisa para aperfeiçoá-la. Assim dotada, a mulher foi mandada à Terra e oferecida a Epimeteu, que, de boa vontade, aceitou-a, embora advertido pelo irmão para ter cuidado com Júpiter e seus presentes. Epimeteu tinha em sua casa uma caixa, na qual guardava certos artigos malignos. Pandora foi tomada por intensa curiosidade de saber o que ela continha. Certo dia, destampou-a para olhar. Assim, espalhou por toda a parte uma multidão de pragas para o corpo e para o espírito, que atingiram o desgraçado homem. Pandora apressou-se em colocar a tampa na caixa. Infelizmente, escapara todo o conteúdo da mesma, com exceção de uma única coisa que ficara no fundo: a esperança. Assim, sejam quais forem os males que nos ameacem, a esperança não nos deixa só e, enquanto a tivermos, nenhum mal nos torna inteiramente desgraçados. Fonte: Adaptado de Bulfinch (1999, p. 19-26). 14 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Após a leitura do texto sobre esse mito, leia o texto de uma lenda e diferencie lenda de mito. Com o desenvolvimento da filosofia, a explicação sobre a origem do mundo passou a ser racional. Assim nasceu a cosmologia. Neste momento, vamos nos ater à filosofia na Grécia durante o Período Pré- Socrático, ou Cosmológico, que vai do final do século VII ao início do século V a.C., quando a preocupação era com a origem do mundo e sua ordem. Você sabia que os fenômenos elétricos e luminosos exerceram enorme fascínio nos estudiosos daquela época e que, por esse motivo, eles começaram a inves- tigá-los? Tales de Mileto (640-548 a.C.), astrônomo, filósofo e matemático, conhecido como “o pai da filosofia”, procurava fugir das explicações mitológicas sobre a criação do mundo (cosmogonia), tentando descobrir algo que fosse constante em todas as coisas e que seria o princípio unificador de todos os seres (cosmo- logia). Foi ele o primeiro filósofo grego a observar que um pedaço de âmbar, depois de ser passado várias vezes sobre um pedaço de pele de animal, adquiria a pro- priedade de atrair corpos leves, como pedaços de palha e sementes. Porém, Leucipo de Mileto (500-430 a.C.) e seu discípulo Demócrito de Abdera (460-370 a.C.), também filósofos da Grécia Antiga, propuseram outra explicação (teoria). Segundo eles, a matéria poderia ser dividida até chegar a um ponto onde não existiria mais a possibilidade de dividi-la. Essa partícula indivisível seria a uni- dade fundamental, o princípio primordial da matéria, e recebeu dos gregos o nome de átomo. ÁTOMO: a = não tomo = divisível Demócrito também propôs uma teoria, conhecida como Atomismo. Para ele, além dos átomos, também deveria existir o vazio, o vácuo. No pensamento de Demócrito, a atração e a repulsão de certos átomos eram atribuídas ao acaso. E esse agrupamento imprevisível de átomos seria a explica- ção para os diversos materiais conhecidos. 15Unidade 1 Fundamentos de Química Reflita Afinal, o que tudo isso tem a ver com o cabelo arrepiado, citado no começo desta aula? Aula 2: As teorias atômicas Tudo que existe no Universo, desde um grão de milho até o próprio Universo, é formado por minúsculas partículas chamadas átomos. Pergunta Mas qual é a aparência de um átomo e do que ele é constituído? Para responder a essa pergunta, surgiram algumas teorias. Veja algumas delas agora. O modelo atômico de Dalton Em 1808, o cientista inglês John Dalton apresentou sua teoria, seu modelo de átomo. Segundo ele, o átomo é uma partícula indivisível e indestrutível. Para Dalton, os materiais são formados pela combinação de diferentes átomos. Figura 1 – Modelo atômico de Dalton: esfera maciça. 16 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes O modelo atômico de Thomson Outro cientista inglês, Willian Crookes, ao usar ampolas (tubos) contendo gás, observou que descargas elétricas saíam da extremidade negativa e “caminha- vam” para a extremidade positiva da ampola. Esses raios luminosos (descargas elétricas) foram denominados raios catódicos. Em 1898, Joseph John Thomson, também cientista da Inglaterra, fez importan- tes descobertas ao realizar experiências com as ampolas de Crookes. Ele obser- vou que os raios catódicos eram constituídos de partículas negativas menores que o átomo, que foram denominadas elétrons. Essas e outras observações feitas por Thomson, como a eletrização por atrito, permitiram que elaborasse um modelo para o átomo, pois estava comprovado que o átomo não era indivisível como Leucipo, Demócrito e Dalton pensavam. Thomson sugeriu que os elétrons – cargas negativas – estariam incrustados na superfície de uma esfera de carga positiva, como ameixas em um pudim. E tam- bém que a carga elétrica total de um átomo seria nula, pois o número de cargas positivas seria igual ao de cargas negativas. Esse modelo, que ficou consagrado como o modelo atômico de Thomson, representou um grande avanço, pois identificou o elétron como partícula cons- tituinte do átomo. Figura 2 – Modelo atômico de Thomson. Fonte: Levorato et al. (2006). O modelo atômico de Rutherford Modificações feitas no tubo de raios catódicos por Goldstein levaram à desco- berta de outra partícula subatômica: o próton. 17Unidade 1 Fundamentos de Química Com a descoberta do próton e do elétron, um novo modelo atômico se fez necessário, já que estava comprovado que o átomo não era indivisível e que o modelo de Thomson era incompleto, pois não levava em conta a existência dos prótons. O físico Ernest Rutherford, alguns anos mais tarde, ao trabalhar com a radiati- vidade (fenômeno descoberto por Henry Becquerel e desenvolvido pelo casal Marie e Pierre Curie), fez sua maior descoberta. Rutherford realizou experimentos com uma pequena amostra do elemento químico polônio (material radioativo emissor de partículas alfa). Esse material foi colocado dentro de uma caixa de chumbo com um pequeno orifício, tendo à sua frente uma finíssima folha de ouro, envolvida por uma placa de material fluorescente (material com capacidade de brilhar quando exposto a raios lumi- nosos), como mostra a figura a seguir. Figura 3 – Experimento de Rutherford. Fonte: Adaptado de Levorato et al. (2006). Pergunta O que Rutherford desejava alcançar com esse experimento? 18 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Ao colocar a folha de ouro entrea placa de mate- rial fluorescente e a caixa com o material radioati- vo, Rutherford esperava que a folha de ouro blo- queasse a passagem da radiação (luz) de partícula alfa, positiva. Porém, para sua surpresa, a luz (que era de partículas do átomo de hélio duplamente ionizado) apareceu do outro lado da folha de ouro. Isto é, a partícula alfa, “luz”, atravessou a folha de ouro como se ela não existisse. Ele também observou que outras partículas, em menor número, não passavam pela folha de ouro e então voltavam e, outras, ainda, passavam e so- friam desvio. As conclusões de Rutherford, a partir dessas observações, sugeriam que as partículas alfa que conseguiam atravessar a folha de ouro e não so- friam desvio provavelmente passavam por algum lugar vazio. Já as partículas que sofriam desvio, depois de atravessarem a placa, batiam em “algo” que estaria bloqueando sua passagem. E sugeriu ainda que a carga elétrica desse “algo” deveria ser positiva, tal como a carga da partícula alfa. O modelo atômico de Rutherford seria formado por uma região central denominada núcleo, contendo prótons com carga positiva e partículas sem carga – os nêutrons –, que dariam estabilida- de ao núcleo, e por uma região ao redor do centro, a eletrosfera, formada por partículas de cargas negativas, denominadas elétrons. O modelo atômico de Rutherford ficou famoso com o nome de Modelo Planetário, uma vez que nele o átomo se assemelha ao Sistema Solar: os elétrons giram ao redor do núcleo como os plane- tas giram ao redor do Sol, em órbitas fixas. NêuTRONS: partícula sem carga presente no núcleo do átomo. ElETROSFERA: região ao redor do nú- cleo dos átomos onde se encontram os elétrons. 19Unidade 1 Fundamentos de Química Figura 4 – Modelo atômico planetário. Reflita E aí, você já descobriu por que seu cabelo fica elétrico? E sabe como colar um canudinho de plástico na parede sem usar cola? Aula 3: Os novos modelos atômicos: parte 1 Para começar esta aula, responda à pergunta a seguir. Pergunta Você já derrubou sal de cozinha na chama do fogão? O que aconteceu? 20 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Provavelmente, além de ouvir uma crepitação, isto é, um barulhinho de estalo, ocorreu tam- bém uma mudança na cor da chama do fogão, que de azul passou para amarela. Para dar início a esta aula, que tal realizar um experimento bastante fácil e interessante? Para isso, siga as instruções a seguir: Experimento Você vai precisar de: � Um grampo de roupa de madeira ou uma pinça de madeira � Um clipe metálico � Um bico de gás ou uma lamparina � Solução de ácido clorídrico � Sais de cloreto de bário, cloreto de cálcio e cloreto de estrôncio � Um copo de vidro (ou béquer) Modo de preparo Abra o clipe metálico e forme com uma de suas extremidades um anel, enquanto a outra ponta deve ficar fixada em um grampo de roupa de madeira ou em uma pinça de madeira. Coloque no copo a solução de ácido clorídrico; molhe a haste que você confeccionou nesse ácido e, com ela, encoste um pouquinho de um dos sais e leve à chama do bico de gás ou lamparina. Repita esse procedimento para as outras duas substâncias, sempre anotando o que você ob- serva. ÁCIDO: segundo Arrhenius, ácido é uma substância que, em água, pode doar prótons. 21Unidade 1 Fundamentos de Química Anote suas observações na tabela a seguir: tabela 1: Exemplo de experimento Experimento Substância Cor inicial Cor da chama Elemento químico Cloreto de bário Cloreto de cálcio Cloreto de estrôncio Resultado esperado do experimento Cada substância, quando aquecida, emite luz de cor diferente. Essa cor é carac- terística para cada substância, o que torna esse teste bastante útil no reconheci- mento de substâncias desconhecidas. Reflita Você sabia que os fogos de artifício são misturas de explosivos com certos sais, que produzem luzes de cores características? A emissão de luz na queima de sais metálicos pode ser explicada pela emissão de fótons quando os elétrons excitados do metal (isto é, que ganharam ener- gia e que, portanto, passaram para um nível de energia maior do que o funda- mental) retornam ao seu estado fundamental (nesse retorno, emitem fótons de energia correspondente àquela que ganharam para passar ao estado excitado). E, no caso do modelo de Rutherford, será que os elétrons girando ao redor do núcleo cairiam nele ao perderem energia? O que você acha? Por que os átomos emitem luzes de cores diferentes? A resposta a essas perguntas fez com que o modelo atômico de Rutherford fosse superado. Quanto à natureza da luz, até o começo do século XIX prevalecia a teoria cor- puscular da luz, proposta pelo físico inglês Isaac Newton, que considerava a luz como um feixe de pequenas partículas emitidas por uma fonte de luz que atingia o olho, estimulando a visão. 22 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Entretanto, em meados do século XIX, James Clerck Maxwell propôs uma teoria que unificou a compreensão dos fenômenos elétricos e mag- néticos (teoria do eletromagnetismo). Uma das consequências dessa teoria é que a luz passou a ser considerada uma onda eletromagnética, cuja velocidade não depende do observador. No início do século XX, com os trabalhos de Max Planck e Albert Einstein, a luz também passou a ser interpretada de forma corpuscular (como pacotes de energia). A energia desses “pacotes de energia” (fótons) é diretamente proporcional à sua frequência de oscilação. Em meados de 1920, Louis Victor de Broglie, com base nos trabalhos de Einstein, propôs que elé- trons (com massa muito pequena) apresentam propriedades tanto ondulatórias como corpuscula- res (dependendo do fenômeno, se comportam como onda ou como partícula). Isso é conhecido como dualidade onda-partícula, ou dualidade matéria-energia, e, naturalmente, aplica-se ao fóton (considerada uma partícula sem massa) e à base da mecânica quântica e do modelo quântico do átomo, que é bem aceito na atualidade. Pergunta Mas o que é onda? Para responder a essa pergunta, realize o experi- mento a seguir. Experimento 1 Encha uma assadeira com água e corante pre- to. Deixe em repouso. 2 Pingue algumas gotas de água bem perto do centro da assadeira. O que acontece? BASE: segundo Arrhenius, é uma substância que, em água, pode doar hidroxila. MATéRIA: tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. 23Unidade 1 Fundamentos de Química 3 Agora, coloque uma bolinha de isopor pequena na assadeira já com água. Bata na água da assadeira com um lápis. O que acontece? Uma onda pode ser representada pelo esquema: Figura 5 – Esquema de representação de uma onda. Fonte: Levorato et al. (2006). A distância entre duas cristas ou dois vales é denominada comprimento de onda e representada pela letra grega lambda (λ). Pergunta O que é frequência de onda? Quando você sintoniza um rádio ou televisor, está procurando a frequência da onda eletromagnética de uma rádio ou estação de televisão. Pode-se dizer que frequência é o número de vezes que uma crista ou um vale passa por determinado ponto ou o quanto o sistema está oscilando. A cor da luz emitida corresponde a uma frequência de onda específica. Nossos olhos percebem apenas uma determinada gama de cores, que são fai- xas de frequência de ondas específicas. O ser humano percebe apenas a região visível do espectro eletromagnético, que apresenta as sete cores do arco-íris, sendo que cada cor possui um comprimento de onda determinado. Ondas de rádio, micro-ondas e infravermelho possuem frequência menor do que as da região visível e, consequentemente, suas energias são menores; já as frequências de onda menores correspondem a raios ultravioleta, raios X e raios gama, cuja energia é maior e que também conseguimos enxergar. 24 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Figura 6 – Espectro da luz visível. Fonte: Levorato et al. (2006). Que tal um experimento simples? Pegue um CDou CD-ROM e olhe-o na dire- ção de uma lâmpada incandescente, inclinando-o de várias maneiras. Descreva o que é observado. Aula 4: Os novos modelos atômicos: parte 2 Até agora, você já percorreu parte da história dos modelos atômicos. Como esse é um assunto extenso e importante, esta aula também será dedicada a ele. Atenção É importante destacar que, de acordo com alguns cientistas da época, é possível apontar um grande problema no modelo atômico proposto por Rutherford (modelo planetário), que estabelecia que os átomos eram compostos de um núcleo denso e carregado positivamente, cir- cundado por elétrons carregados negativamente. Fundamentos de Química 25Unidade 1 O problema de um modelo do tipo planetário (elétrons em órbita do núcleo tal como planetas em órbita do sol) é que ele não leva em conta a perda de energia dos elétrons nessa situação. Uma partícula carregada eletricamente e acelera- da emite radiação eletromagnética e, portanto, perde energia nesse processo. Em consequência, os elétrons não poderiam manter uma “órbita estável” e deveriam gradativamente se aproximar do núcleo, em uma “órbita em espiral” até, no final, se chocarem com ele. Como o “colapso atômico” descrito anteriormen- te não se verifica no mundo real, Niels Henry David Bohr, em 1913, propôs um novo modelo que, além de resolver essa dificuldade básica do modelo de Rutherford, permitiu explicar teorica- mente o espectro eletromagnético emitido pelo elemento químico hidrogênio, determinado experimentalmente. Um modelo teórico permite explicar ou prever uma observação experimental de forma consistente e de grande valor e, em vista disso, a proposta de Bohr teve um grande impacto na época. O modelo de Bohr é constituído pelas seguintes ideias básicas, que se fundamentam em ideias já trabalhadas por Planck e Einstein em outros contextos: 1 Os elétrons ao redor do núcleo atômico se situam em níveis quantizados de energia. 2 As leis da mecânica clássica (leis de Newton) não são válidas para a passagem do elétron de um nível para o outro. 3 Quando ocorre a passagem (ou o salto) de um elétron entre níveis diferentes de energia, o elétron deve absorver ou emitir energia (o elétron absorve energia se ele passa de um nível mais baixo de energia para um mais alto e emite energia no caso contrário), como um fóton, que deve ter energia exatamente igual à diferença de energia entre os respectivos níveis. NúClEO: região central do átomo onde se encontram pró- tons e nêutrons. ElEMENTO QuíMICO: tipo de átomo caracte- rizado por um número atômico. 26 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes 4 Os níveis permitidos de energia dependem de valores inteiros para o chama- do número quântico principal n (n = 1, 2, 3, 4...). Segundo a equação l = n.(h/2π), em que l é chamado de momento angular orbital, n é o numero quântico principal, h é a constante de Planck e π é o nu- mero pi. O modelo de Bohr explica de maneira razoável o sistema contendo um elétron (o átomo de hidrogênio), mas não permite explicar átomos com mais de um elétron. Ele agrega ideias de quantização a princípios da mecânica clássica. Apesar de representar um grande avanço em relação aos modelos anteriores, possui pro- blemas evidentes, como: � ao assumir que a mecânica clássica não é válida no caso de transição eletrô- nica, não propõe outras leis para explicar o processo; � não explica o porquê da quantização estabelecida no item 4. Esses problemas do modelo de Bohr serão superados a partir dos anos de 1920, por meio dos trabalhos de Erwin Schroedinger, louis de Broglie e Werner Heisenberg, entre outros, que resultam no aparecimento da mecânica quântica e de modelos de estrutura do átomo baseados em seus princípios. O modelo quântico (modelo atômico atual) é um modelo matemático probabi- lístico que, em linhas gerais, tem por base: � o princípio da incerteza de Heisenberg: não é possível determinar com precisão a posição e a velocidade de um elétron em um mesmo instante; � o principio da dualidade de louis de Broglie: o elétron apresenta caracte- rística dual, ou seja, comporta-se como partícula-onda. Reflita Você sabia que no átomo não há somente prótons, nêutrons e elé- trons? Há outras partículas já identificadas como os neutrinos, o pósi- tron e o méson π (pi). Você sabia que a partícula méson π foi descober- ta em 1947, pelo brasileiro, curitibano, Cesar Lattes, hoje reconhecido internacionalmente? 27Unidade 1 Fundamentos de Química O modelo quântico permite, por exemplo, explicar o funcionamento dos raios laser utilizados em cirurgias, em indústrias e em leitura óptica. Estamos tão acostumados a conviver com uma série de aparelhos que nos aju- dam a ter conforto que raramente paramos para nos perguntar: como será que o televisor funciona? E o forno de micro-ondas? E o rádio? Será que esses equipamentos possuem algo em comum? Em nosso dia a dia, estamos interagindo o tempo todo com diferentes tipos de radiação. Quando ficamos expostos ao sol, estamos recebendo radiação ultravioleta, uma forma de radiação eletromagnética que não é visível. Se você quebrar um dedo e precisar de uma radiografia para verificar a gravidade do caso, estará se expondo a outro tipo de radiação eletromagnética (os raios X). Ao assistir a um programa de televisão ou ao usar o celular, as radiações eletro- magnéticas continuarão a acompanhá-lo. Reflita E agora, já descobriu por que seu cabelo fica elétrico? Conseguiu grudar o canudinho de plástico na parede sem usar cola? Por que o “choque” ao tocar no automóvel? Um corpo, em seu estado normal, isto é, não eletrizado, estará neutro, ou seja, terá o mesmo número de cargas positivas (prótons) e cargas negativas (elé- trons). Se esse corpo perder elétrons, ficará com excesso de prótons (cargas positivas) e ficará eletrizado positivamente. Se ele receber elétrons, ficará com excesso de elétrons (cargas negativas) e ficará eletrizado negativamente. Atenção Agora, é só lembrar: cargas opostas se atraem, enquanto cargas iguais se repelem. É isso o que acontece com o cabelo “elétrico” e com o au- tomóvel que dá choque. Se você ainda não conseguiu grudar um canudinho de plástico em uma parede sem usar cola, basta atritá-lo em seu cabelo, por exemplo. Colocando em Prática Você chegou ao final da primeira unidade! Agora, acesse o AVA e reali- ze as atividades propostas. Caso tenha dúvidas, não hesite em retornar ao conteúdo! Relembrando Evolução dos modelos atômicos: � Leucipo e Demócrito (400 a.C.): o átomo como uma partícula indivisível constituinte da matéria. � Dalton (1808): o átomo como uma partícula maciça e indivisível (mode- lo da bola de bilhar). � Thomson (1897): o átomo seria uma partícula maciça, mas não indivisí- vel. Seria formada por uma geleia com carga positiva, na qual estariam incrustados os elétrons (modelo do pudim de passas). � Rutherford (1911): o átomo não é maciço nem indivisível. O átomo seria formado por um núcleo muito pequeno, com carga positiva; ao redor do núcleo ficariam os elétrons, neutralizando sua carga. Esse mo- delo foi comparado ao sistema planetário, em que o Sol seria o núcleo e os planetas seriam os elétrons. � Bohr (1913): com base no espectro dos elementos, concluiu-se que os elétrons giravam em torno do núcleo em determinados níveis de ener- gia, constituindo camadas eletrônicas. Quando um elétron recebe ener- gia, ele salta para outro nível mais energético, portanto, mais distante do núcleo. Quando o elétron volta para o seu nível de energia primiti- vo, ele cede a energia, anteriormente recebida, sob forma de luz. Alongue-se Antes de prosseguir com seus estudos, que tal relaxar? Leia um livro, dê um passeio ou até mesmo aproveite para não fazer nada. Quando se sentir disposto, retome os estudos com a leitura da Unidade 2. Bom descanso! 29 Fundamentos de Química 2Propriedades Gerais da Matéria Objetivos do Curso Ao final desta unidade, você terá subsídiospara: � conhecer, do ponto de vista macroscópico, a matéria, que é o objeto de estudo da Química. � identificar as várias formas de separar as mis- turas. � compreender como as propriedades das subs- tâncias permitem fazer inferências sobre sua pureza e utilização. Aulas Aula 1 – Os estados físicos da matéria Aula 2 – Sistemas homogêneos e heterogêneos Aula 3 – Processos de separação de misturas 30 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Para Iniciar Nas etapas do processo de tratamento de água e efluentes, são utiliza- dos processos físicos e processos químicos. Os processos físicos envol- vidos têm a finalidade de separar a água de impurezas, e isso é feito por meio de algumas técnicas de separação de misturas – assunto que será tratado nesta unidade. Aula1: Os estados físicos da matéria A matéria é constituída de pequenas partículas e, dependendo do grau de agre- gação entre elas, pode ser encontrada em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Cada estado físico apresenta características próprias – como volume, densidade e forma, que podem sofrer alteração, por exemplo, pela variação de temperatu- ra. Quando uma substância muda de estado físico, ela sofre alterações nas suas características macroscópicas (como volume e forma) e nas suas características microscópicas (como no arranjo das partículas), sem haver, contudo, alteração em sua composição. Quadro 1: Características macroscópicas e microscópicas da matéria nos seus três estados físicos. Sólido Líquido Gasoso Características macroscópicas 31Unidade 2 Fundamentos de Química Características microscópicas Mudança de estado físico Reflita Você sabia que a temperatura e a pressão são fatores importan- tes nas mudanças de estado das substâncias? O diagrama a seguir mostra as mudanças de estado físico com os nomes que cada uma delas recebe. Figura 7: Mudança de estado físico. 32 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Diagrama de mudança de estado físico Gráfico da variação de temperatura para uma substância pura Observe o gráfico que representa o aquecimento de uma porção de gelo. Figura 8 – Gráfico da variação de temperatura para a substância pura água. O gelo, que é água no estado sólido, em uma temperatura abaixo de zero, apre- senta ponto de fusão de 0oC. A partir do momento em que a temperatura co- meça a subir e chega a 0oC, o gelo começa a mudar de fase e continua a 0oC até derreter totalmente, transformando-se em água líquida a 0oC. Se mantivermos a pressão de 1 atm e aumentarmos a temperatura, a água continuará no estado líquido até atingir 100oC, temperatura chamada ponto de ebulição. Após os 100oC, a água líquida passa por outra mudança de fase, chegando, assim, à fase gasosa (vapor). 33Unidade 2 Fundamentos de Química Atenção Durante as mudanças de estado físico de uma substância pura, a tem- peratura permanece constante. O calor recebido pela substância du- rante a mudança de estado físico é usado para romper as ligações que unem uma molécula a outra, assim, a temperatura não aumenta. Gráfico da variação de temperatura para uma mistura Ao aquecer uma mistura, as temperaturas de fusão e ebulição não são constan- tes, como mostra o gráfico a seguir. Figura 9 – Gráfico da variação de temperatura de mistura. Aula 2: Sistemas homogêneos e heterogêneos Para compreender esses sistemas, observe com atenção os seguintes experi- mentos e responda mentalmente às perguntas que estão na sequência: 34 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Figura 10 – Sistemas homogêneos e heterogêneos. Que diferenças você percebe entre os sistemas formados nos experimentos 1 e 2, quando comparados ao sistema formado no experimento 3? Você percebe que, nos dois primeiros experimentos, não se percebe onde ter- mina uma substância e começa a outra? E que no sistema formado no terceiro experimento é possível determinar, com exatidão, duas fases? 35Unidade 2 Fundamentos de Química Pois bem, com base nessas observações, é possível formular os conceitos de sistema homogêneo e sistema heterogêneo, que são: � Sistema homogêneo: apresenta as mesmas propriedades em toda sua ex- tensão, havendo uma só fase. Exemplos: Mistura entre água e sal, mistura entre água e álcool. � Sistema heterogêneo: apresenta diferentes propriedades em sua extensão, havendo mais de uma fase. Exemplo: Mistura entre água e óleo. Dessa maneira, as misturas são classificadas em função de seu número de fases: � Mistura homogênea: é toda mistura que apresenta uma única fase. Recebe a denominação de solução. Então: Soluções são misturas homogêneas de duas ou mais substâncias. São exemplos de soluções: água de torneira, ar, álcool hidratado, soro caseiro, bronze (mistura de cobre e estanho) etc. � Mistura heterogênea: toda mistura que apresenta pelo menos duas fases. São exemplos de misturas heterogêneas: água + óleo, granito, madeira, sangue, leite, água com gás, água + gelo etc. Resumindo Sistema homogêneo (uma fase) Sistema heterogêneo (mais de uma fase) É importante saber que nem sempre é fácil classificar certas misturas em homogêneas ou heterogêneas. O sangue, por exemplo, aparentemente, é uma mistura homogênea. Mas, ao ser levado a um microscópio óptico, observam-se partículas sólidas disseminadas em um líquido (plasma). Substância pura: um componente. Mistura homogênea: mais de um componente. Substância pura: um componente em diferentes estados físicos. Mistura heterogênea: mais de um componente. 36 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes O leite é outro exemplo de mistura que, a olho nu, parece ser uma mistura homogênea, mas ao ser observado com a ajuda de um microscópio, apre- senta partículas. A gelatina é uma mistura que, mesmo observada por meio de um microscó- pio, parece ser homogênea. Porém, é uma mistura heterogênea. Nesse caso, para classificá-la, faz-se um raio de luz atravessar a gelatina solidificada e verifica-se que a luz sofre desvios. Esse é o efeito tyndall, que mostra haver partículas pequenas demais para serem visualizadas ao microscópio, mas grandes o suficiente para dispersar a luz. Aula 3: Processos de separação de misturas Você sabia que raramente são encontradas substâncias puras na natureza? Qua- se toda a matéria presente nela está na forma de misturas. Assim, para obter determinada substância, é necessário usar métodos de separação. A técnica de separação física dos componentes de misturas chama-se análise imediata. É importante destacar que para cada tipo de mistura – heterogênea ou homo- gênea – são usados métodos diferentes. A seguir, você vai encontrar alguns desses métodos. Decantação Processo utilizado na separação de dois tipos de misturas heterogêneas. 37Unidade 2 Fundamentos de Química a líquido e sólido Figura 11 – Separação de uma mistura heterogênea sólido-líquido. Dica O barro, por ser mais denso, sedimenta-se, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente, e a fase líquida é transferida para outro frasco com a ajuda de um bastão de vidro. Você sabia que: � a decantação é um dos métodos de separação usados nas Estações de Tra- tamento de Água? Nessa etapa do tratamento de água, os flocos de sujeira formados são separados pela ação da gravidade, depositando-se no fundo do tanque. � as caixas de água de residências e edifícios devem ser lavadas periodica- mente para eliminar o barro depositado no fundo? 38 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes b líquido e líquido Figura 12 – Separação de uma mistura heterogênea líquido-líquido. Dica O líquido menos denso fica na parte superior do funil, enquanto o mais denso permanece na parte inferior e é escoado controlando-se a aber- tura da torneira. Centrifugação Centrífuga é um aparelho que acelera o processo de decantação envolvendo sólidos e líquidos. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, as partículas de maior densidade são arremessadaspara o fundo do tubo. 39Unidade 2 Fundamentos de Química A mistura é colocada dentro desses tubos, que são submetidos a um movi- mento circular fazendo com que o material mais denso se deposite no fundo do tubo. Figura 13 – Centrífuga. Fonte: fanem 2010 Filtração No processo de filtração, o sólido é retido no papel de filtro, enquanto o líquido é recolhido em outro frasco. 40 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Filtração simples Figura 14 – Filtração simples. Filtração a vácuo Figura 15 – Filtração a vácuo. Fundamentos de Química 41Unidade 2 O vácuo no interior do kitassato diminui a pressão no seu interior, tornando a filtração mais rápida. Destilação Destilação simples Figura 16 – Destilação simples. Fonte: Usberco e Salvador (2002, p. 45). DESTIlAçãO: processo físico de separa- ção de materiais baseado na diferença de tempera- tura de ebulição de seus componentes. 42 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Destilação fracionada Figura 17 – Destilação fracionada. Fonte: Usberco e Salvador (2002, p. 45). Além dos métodos de separação de misturas vistos anteriormente, há também os procedimentos de: � Ventilação: processo que utiliza o ar para separação de sólidos. � Exemplo: Separação de cereais de suas cascas. � Peneiração: processo que utiliza peneiras para a separação de sólidos gran- des de menores. � Exemplo: Peneiração da areia para a argamassa das construções. � Catação: uso de mãos ou pinças na separação de sólidos. � Exemplo: Separar plásticos de metais. � Separação magnética: processo que utiliza ímã para separar o ferro de ou- tras substâncias. Exemplo: Separar o ferro de uma mistura de ferro + enxofre. 43Unidade 2 Fundamentos de Química Que tal fazer o seu próprio filtro de água? Para isso, realize o experimento que segue: Materiais: � Garrafa plástica de dois litros, transparente. � Um punhado de algodão (ou um filtro de café). � 1 copo de areia limpa. � 1 copo de pedras pequenas. � 1 copo de carvão em pó (envolva as pedrinhas de carvão em um pano, e quebre-as usando um batedor de carne). � Tesoura sem ponta. � Água suja (misture água limpa com terra preta, um pouquinho de tinta, folhas secas e papel picado). Procedimento: Divida a garrafa plástica em dois pedaços, dando um corte um pouco acima da sua metade. Na parte de cima da garrafa, onde fica o bico, coloque uma cama- da de algodão (ou o filtro de café) e, sobre ela, uma camada do carvão em pó, depois uma de areia e, por fim, as pedras. Em seguida, arrume a parte de cima da garrafa dentro da outra metade, como se fosse um funil. Pronto! Agora é só derramar a água suja dentro do filtro. E aí? Ela ficou mais clara, certo? Pode até ser usada na limpeza da casa, mas não deve ser bebida! Não se trata de água potável. Que tal fazer uma pequena modificação na sua experiência? Pegue um copo de água potável, coloque um pouco de sal e despeje-a no seu filtro. Esta, sim, você pode provar. Ficou doce ou salgada? O que aconteceu? Cada camada do filtro que você acabou de fazer é responsável por retirar um dos elementos que estão poluindo a água. As pedras e a areia servem de bar- reira física às partículas de terra misturadas na água e aos pequenos objetos – como as folhas secas e o papel picado. Já o carvão filtra os poluentes químicos (invisíveis a olho nu), como metais dissolvidos na água, pesticidas e outros. O algodão também serve para reter partículas maiores. Quanto maiores forem as camadas do seu filtro, mais transparente a água sairá pela parte de baixo. Já o sal, embora seja uma partícula muito pequena, não consegue ser filtrado por nenhuma das camadas do nosso filtro caseiro. É muito difícil separá-lo da água. Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para simplificar a dessalini- zação, para que, no futuro, por exemplo, possamos converter a água dos ocea- nos em água potável sem gastar muito dinheiro. 44 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Colocando em Prática Você chegou ao final de mais uma unidade! Agora, acesse o AVA e rea- lize as atividades propostas. Caso tenha dúvidas, reveja o conteúdo! Relembrando � Matéria é tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço. � A matéria pode ser encontrada em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. � A matéria é encontrada na natureza como substância pura ou como mistura. � Mistura é qualquer sistema formado por duas ou mais substâncias puras, denominadas componentes. Pode ser homogênea ou heterogê- nea, conforme apresente ou não as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão que seja examinada. � Existem vários processos de separação de misturas. O processo mais adequado depende do tipo de mistura: sólido-sólido, sólido-líquido, líquido-líquido etc. � Exemplos de processos de separação de misturas: decantação, centrifu- gação, filtração, destilação, ventilação, peneiração, catação e separação magnética. Saiba Mais Navegue pelo site a seguir e obtenha mais informações sobre sistemas químicos e misturas. � <http://www.mundodakeka.com.br/Experimentos/1.htm> Alongue-se Agora que você chegou ao final da Unidade 2, que tal relaxar um pouco? Ligue para um amigo, brinque com o cachorro, encontre a sua melhor maneira de descansar. Quando se sentir preparado, volte aos seus estudos. 45 Fundamentos de Química 3Funções Inorgânicas Objetivos do Curso Ao final desta unidade, você terá subsídios para: � reconhecer e classificar algumas substâncias como ácidos, bases, sais ou óxidos, segundo a teoria de Arrhenius. Aulas Aula 1 – Funções inorgânicas: ácidos e bases Aula 2 – Conhecendo o “dragão” Aula 3 – As experiências de Arrhenius sobre con- dução de eletricidade Aula 4 – Ácidos segundo Arrhenius Aula 5 – Bases segundo Arrhenius Aula 6 – Sais segundo Arrhenius Aula 7 – Óxidos 46 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Para Iniciar Nas etapas do processo de tratamento de água, podem ser utilizados os seguintes compostos químicos: ácido hipocloroso (como desinfe- tante), hidróxido de cálcio (para correção de pH), sulfato de alumínio (como coagulante) e óxido de cálcio (para correção de pH). Esses com- postos pertencem às funções inorgânicas chamadas ácidos, bases, sais e óxidos, respectivamente. Nesta unidade, você estudará os conceito de ácidos, bases, sais e óxidos segundo a teoria de Arrhenius. Aula 1: Funções inorgânicas: ácidos e bases Nesta aula, você vai saber como os ácidos e as bases agem em seu organismo. Reflita Você, provavelmente, já sentiu como se um “dragão” cuspisse fogo em seu estômago. Mas você sabe como dominar esse “dragão”? 47Unidade 3 Fundamentos de Química Como você já deve saber, o corpo funciona graças a uma série de reações quí- micas. Na digestão, os alimentos sofrem ação de enzimas, como a pepsina, que quebram as moléculas de proteínas, muito grandes, em moléculas menores, os aminoácidos. As células que revestem internamente a parede do estômago humano produ- zem constantemente o suco gástrico, que também contém ácido clorídrico, com a finalidade de facilitar a ação das enzimas na digestão e eliminar o crescimento de bactérias. Porém, para evitar que a própria parede do estômago seja destruí- da, as células também produzem um muco protetor. A produção de ácido clorídrico (HCℓ) aumenta quando ingerimos alimentos como café, refrigerantes, frutas cítricas (laranja, abacaxi), frituras etc. e até mes- mo quando sentimos o cheiro de algumas comidas ou, ainda, quando mastiga- mos chicletes. Você sabe por quê? Quando mastigamos chicletes, o organismo entende que deve dar início ao processo de digestão. Então, as células estomacais se preparam, aumentando a quantidade de suco gástrico, mas sem que haja alimentos para a digestão. Esse aumento na acidez produz uma sensação de “queimação” causada pela ação do suco gástrico no estômago. É a azia. Reflita Você sabe por que as frutas cítricas aumentam a sensaçãode queima- ção no estômago? O que você sente quando come em excesso, quando fica horas sem comer ou quando não mastiga corretamente? Humm... Pode ser o “dragão”! Atualmente, sabe-se que alterações na produção de ácido clorídrico e nas enzi- mas digestivas são extremamente importantes, pois podem favorecer a infecção pela ação da bactéria Helicobacter pylori, considerada a principal responsável pela ocorrência de úlceras. Para combater o “dragão” em seu estômago, você precisa conhecê-lo, saber como ele funciona. Para auxiliar você a conhecer esse “dragão”, propomos a realização do experimento descrito na próxima aula. 48 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Aula 2: Conhecendo o “dragão” Conheça melhor o “dragão” realizando o experimento a seguir: � Triture algumas folhas de repolho roxo em um recipiente com água. Filtre e coloque em um béquer com uma pequena quantidade de sagu, deixando em repouso por cerca de dez minutos. � Adicione um pouco mais de água e leve ao fogo para cozinhar, sem mexer. � Separe quatro béqueres. � No primeiro béquer, coloque 50 ml de solução de cloreto de cálcio CaCℓ2 a 1%. � No segundo béquer, coloque 20 ml de solução ácido clorídrico HCℓ a 0,10 mol/L. � No terceiro béquer, coloque 30 ml de solução de hidróxido de sódio NaOH a 0,10 mol/L. � E, no quarto béquer, coloque 20 ml de solução ácido clorídrico e acrescente 30 mL de solução hidróxido de sódio. Observe os desenhos: (Não coloque o sagu em todos os béqueres ao mesmo tempo). 49Unidade 3 Fundamentos de Química � O que aconteceu com as bolinhas de sagu em cada solução? Por quê? � O que aconteceu quando você colocou HCℓ e NaOH no mesmo béquer? � Como funcionam os indicadores? Como o nome diz, eles indicam o meio em que se encontram, adquirindo uma coloração diferente em função de estarem em presença de substância com característica ácida ou básica. Por exemplo, a fenolftaleína, um indicador muito utilizado, fica incolor em meio ácido e vermelho em meio básico. Reflita Afinal, como é o comportamento de substâncias que agem como ácido ou base? E o que tudo isso tem a ver com o “dragão” em seu estôma- go? Algumas substâncias nos dão a sensação de “amarrar” a boca, como as encon- tradas em um pedaço de banana verde, por exemplo. Isso se deve à característi- ca adstringente da substância, que inibe a produção de líquidos (saliva), provo- cando tal sensação. Substâncias que apresentam característica adstringente se comportam como base. Outras substâncias que têm gosto azedo se comportam como ácido. Por meio de observações experimentais, baseadas no comportamento seme- lhante entre as substâncias, como gosto azedo (ácido) ou amargo (adstringen- te), condução da corrente elétrica etc., os cientistas procuraram explicar quimi- camente esse comportamento, ou seja, procuraram responder a questões como: “Por que um grupo de substâncias apresentava certas características, e outro, características diferentes?”. Pergunta Você sabia que a primeira teoria sobre ácidos e bases foi proposta em 1884 pelo químico sueco Svante Arrhenius? Arrhenius, antes de elaborar sua teoria sobre ácidos e bases, realizou numero- sas experiências relacionadas com a passagem da corrente elétrica por meio de soluções aquosas de várias substâncias. Ficou curioso sobre as experiências de Arrhenius? Veja mais na próxima aula. 50 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Aula 3: As experiências de Arrhenius sobre condução de eletricidade Arrhenius formulou a hipótese de que determina- das substâncias, quando dissolvidas em água, são capazes de dar origem a íons positivos, os cátions, e a íons negativos, os ânions. Inicialmente, Arrhenius testou a condutividade elétrica dos compostos iônicos, utilizando uma solução aquosa de sal de cozinha (NaCℓ) e outra de soda cáustica (NaOH). Experimento 1: Figura 18 – Esquema das experiências de Arrhenius sobre condu- tividade de soluções. âNIONS: íon carregado negativa- mente. SAl: substância iônica que possui, pelo menos, um cátion diferente de H+ e, pelo menos, um ânion diferente de OH-. Fundamentos de Química 51Unidade 3 Com o experimento ao lado, Arrhenius constatou que ocorre a passagem da corrente elétrica pela solução aquosa de NaCℓ e que isso ocorre porque existem íons livres na solução. Esses íons são origi- nados pela dissociação iônica do NaCℓ. NaCℓ (s) H2O Na + + Cℓ - Experimento 2: A solução de NaOH também conduz a corrente elétrica, e isso ocorre devido à formação de íons pela dissociação iônica do NaOH. NaOH (s) H2O Na + + OH - Agora, observe o resultado dos testes com subs- tâncias moleculares, como o ácido clorídrico (HCℓ) e o açúcar (C12H22O11). Experimento 3: Arrhenius constatou que a solução aquosa de HCℓ conduz a corrente elétrica, e que isso ocorre por- que existem íons livres em solução. Como o HCℓ é um composto formado por moléculas, os íons de- vem ter sido formados mediante a quebra dessas moléculas pela água. Esse fenômeno é denominado ionização e é representado pela seguinte equação: HCℓ (g) H2O H + + Cℓ - EQuAçãO QuíMICA: representação gráfica de uma reação química. 52 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Experimento 4: Figura 19 – Esquema das experiências de Arrhenius sobre condu- tividade de soluções. Ao testar a condutividade elétrica de uma solução aquosa de açúcar, Arrhenius constatou que essa solução não conduz a corrente elétrica. Ele con- cluiu, então, que não existem íons nessa solução. Nesse caso, o açúcar somente se dissolveu na água. Atenção A função da água na solução iônica con- siste na separação dos íons já existentes no aglomerado iônico. Já na ionização, a água atua como reagente, “quebrando” as ligações covalentes e originando os íons. REAGENTE: substância consumida em uma reação química 53Unidade 3 Fundamentos de Química Resumindo 9 Composto Iônico Composto Molecular + água dissociação Solução Iônica eletrolítica (conduz corrente) Solução molecular não eletrolítica (não conduz corrente) Solução Iônica eletrolítica (conduz corrente) + água ionização Aula 4: Ácido segundo Arrhenius Agora que você conhece os conceitos de ionização e dissociação iônica, você vai estudar o conceito de ácido segundo Arrhenius. Pergunta Você sabe a definição de ácido? Ácidos são compostos moleculares que, em meio aquoso, sofrem ionização, liberando como cátion somente o H+. 54 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Exemplos: HCℓ água H+ + Cℓ - H2SO4 água 2 H+ + SO4 -2 HNO3 água H+ + NO3 - Nomenclatura dos ácidos Para efeito de nomenclatura, os ácidos são divididos em dois grupos: � ácidos sem oxigênio: hidrácidos; � ácidos com oxigênio: oxiácidos. Nomenclatura dos hidrácidos Os nomes dos hidrácidos são dados da seguinte maneira: ácido ..................................... ídrico Nome do elemento Veja alguns exemplos: HF: ácido fluorídrico HCℓ: ácido clorídrico HBr: ácido bromídrico H2S: ácido sulfídrico HCN: ácido cianídrico Nomenclatura dos oxiácidos Uma das maneiras mais simples de nomear os oxiácidos é a partir do nome e da fórmula do ácido-padrão de cada família, veja! Tabela 2: Fómula do ácido-padrão VII A (Cℓ, Br, I) VI A (S, Se) V A (N, P, As) IV A (C) HCℓO3 ácido clórico H2SO4 ácido sulfúrico HNO3 ácido nítrico H3PO4 ácido fosfórico H2CO3 ácido carbônico 55Unidade 3 Fundamentos de Química A partir dessas fórmulas, e de acordo com a variação do número de oxigênio, determinam-se as fórmulas e os nomes de outros ácidos, com o uso de prefixos e sufixos. 11 Nomenclatura dos oxiácidos Uma das maneiras mais simples de nomear os oxiácidos é a partir do nome e da fórmula do ácido-padrão de cada família. VII A (Cℓ, Br, I) VI A (S, Se) V A (N, P,As) IV A (C) HCℓO3 ácido clórico H2SO4 ácido sulfúrico HNO3 ácido nítrico H3PO4 ácido fosfórico H2CO3 ácido carbônico A partir dessas fórmulas, e de acordo com a variação do número de oxigênio, determinam-se as fórmulas e os nomes de outros ácidos, com o uso de prefixos e sufixos. Veja alguns exemplos: Família VII A (Cℓ, Br, I) HCℓO4: ácido perclórico HCℓO3: ácido clórico HCℓO2: ácido cloroso HCℓO: ácido hipocloroso Família VI A (S, Se) H2SO4: ácido sulfúrico H2SO3: ácido sulfuroso Família V A (N, P, As) HNO3: ácido nítrico H3PO4: ácido fosfórico HNO2: ácido nitroso H3PO3: ácido fosforoso H3PO2: ácido hipofosforoso Ácido per...................................ico Ácido..........................................ico Ácido..........................................oso Ácido hipo ..................................oso nome do elemento nome do elemento nome do elemento nome do elemento + 1 átomo de oxigênio - 1 átomo de oxigênio - 1 átomo de oxigênio ácido-padrão Veja alguns exemplos: Família VII A (Cℓ, Br, I) � HCℓO4: ácido perclórico � HCℓO3: ácido clórico � HCℓO2: ácido cloroso � HCℓO: ácido hipocloroso Família VI A (S, Se) � H2SO4: ácido sulfúrico � H2SO3: ácido sulfuroso Família V A (N, P, As) � HNO3: ácido nítrico � HNO2: ácido nitroso � H3PO4: ácido fosfórico � H3PO3: ácido fosforoso � H3PO2: ácido hipofosforoso 56 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Família IV A (C) � H2CO3: ácido carbônico De acordo com a hidratação, alguns ácidos podem apresentar os prefixos orto, meta ou piro: 12 Família IV A (C) H2CO3: ácido carbônico De acordo com a hidratação, alguns ácidos podem apresentar os prefixos orto, meta ou piro: 2 moléculas do orto menos uma molécula de H2O piro Orto (padrão) 1 moléculas do orto menos uma molécula de H2O meta O exemplo mais importante desse caso é o ácido fosfórico (H3PO4): H3PO4 2 H3PO4 – 1 H2O = H4P2O7 ácido pirofosfórico ácido fosfórico (o prefixo orto é dispensável) 1 H3PO4 – 1 H2O = HPO3 ácido metafosfórico <dica> O ácido clorídrico (HCℓ) é o ácido presente no estômago e tem a função de auxiliar na digestão dos alimentos que ingerimos. A queimação é causada quando um excesso desse ácido é produzido pela parede interna do estômago. O exemplo mais importante desse caso é o ácido fosfórico (H3PO4): 12 Família IV A (C) H2CO3: ácido carbônico De acordo com a hidratação, alguns ácidos podem apresentar os prefixos orto, meta ou piro: 2 moléculas do orto menos uma molécula de H2O piro Orto (padrão) 1 moléculas do orto menos uma molécula de H2O meta O exemplo mais importante desse caso é o ácido fosfórico (H3PO4): H3PO4 2 H3PO4 – 1 H2O = H4P2O7 ácido pirofosfórico ácido fosfórico (o prefixo orto é dispensável) 1 H3PO4 – 1 H2O = HPO3 ácido metafosfórico <dica> O ácido clorídrico (HCℓ) é o ácido presente no estômago e tem a função de auxiliar na digestão dos alimentos que ingerimos. A queimação é causada quando um excesso desse ácido é produzido pela parede interna do estômago. Dica O ácido clorídrico (HCℓ) é o ácido presente no estômago e tem a fun- ção de auxiliar na digestão dos alimentos que ingerimos. A queimação é causada quando um excesso desse ácido é produzido pela parede interna do estômago. 57Unidade 3 Fundamentos de Química Aula 5: Bases segundo Arrhenius Nesta aula, você vai estudar as bases, que são uma classe de substâncias capa- zes de neutralizar os ácidos. Em uma definição mais detalhada, bases são compostos iônicos que, em meio aquoso, sofrem dissociação, liberando como ânion somente o OH-. Exemplos: 13 Aula 5 – Bases segundo Arrhenius Nesta aula, você vai estudar as bases, que são uma classe de substâncias capazes de neutralizar os ácidos. Em uma definição mais detalhada, bases são compostos iônicos que, em meio aquoso, sofrem dissociação, liberando como ânion somente o OH-. Exemplos: NaOH água Na+ + OH- Mg(OH)2 água Mg+2 + 2 OH - KOH água K+ + OH- Fe(OH)3 água Fe+3 + 3 OH - Nomenclatura das bases A nomenclatura das bases é dada da seguinte forma: Hidróxido de................................................................. Nome do cátion ligado ao OH- Veja alguns exemplos: NaOH: hidróxido de sódio Mg(OH)2: hidróxido de magnésio KOH: hidróxido de potássio NH4OH: hidróxido de amônio Quando um elemento forma cátions com diferentes cargas, acrescenta-se, ao final do nome, o número da carga do íon. Lembre-se de que esse número deve ser em algarismos romanos. Outra maneira de dar nome às bases é acrescentar o sufixo oso ao íon de menor carga e ico ao íon de maior carga. Veja os exemplos a seguir: Fe(OH)2: hidróxido de ferro II ou hidróxido ferroso Fe(OH)3: hidróxido de ferro III ou hidróxido férrico CuOH: hidróxido de cobre I ou hidróxido cuproso Nomenclatura das bases A nomenclatura das bases é dada da seguinte forma: Hidróxido de ............................................................... Nome do cátion ligado ao OH- Veja alguns exemplos: � NaOH: hidróxido de sódio � Mg(OH)2: hidróxido de magnésio � KOH: hidróxido de potássio � NH4OH: hidróxido de amônio 58 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Quando um elemento forma cátions com diferentes cargas, acrescenta-se, ao final do nome, o número da carga do íon. Lembre-se de que esse número deve ser em algarismos romanos. Outra maneira de dar nome às bases é acrescentar o sufixo oso ao íon de menor carga e ico ao íon de maior carga. Veja os exem- plos a seguir: � Fe(OH)2: hidróxido de ferro II ou hidróxido ferroso � Fe(OH)3: hidróxido de ferro III ou hidróxido férrico � CuOH: hidróxido de cobre I ou hidróxido cuproso � Cu(OH)2: hidróxido de cobre II ou hidróxido cúprico A tabela seguinte mostra os principais cátions com suas respectivas cargas: Tabela 3: Cátions e suas respectivas cargas. Principais cátions Monovalentes Bivalentes Trivalentes Tetravalentes Pentavalentes H+ Li+ Na+ K+ Rb+ Cs+ Ag+ Cu+ Au+ NH4+ Hg2+2 Mg+2 Ca+2 Sr+2 Ba+2 Ra+2 Mn+2 Pb+2 Sn+2 Pt+2 Co+2 Cu+2 Fe+2 Ni+2 Hg+2 Zn+2 Cd+2 Aℓ+3 Bi+3 Co+3 Cr+3 Ni+3 Au+3 Fe+3 Sb+3 As+3 Pb+4 Sn+4 Mn+4 Pt+4 As+5 Sb+5 59Unidade 3 Fundamentos de Química Atenção A única base que não apresenta metal em sua fórmula é o hidróxido de amônio, NH4OH, que existe apenas em solução aquosa. O hidróxido de amônio pode ser obtido borbulhando o gás amônia, NH3, em água. NH3(g) + H2O(ℓ) NH4OH(aq) Agora, você vai ver uma importante característica das bases, que é a de reagir com ácidos, produzindo sal + água. Essa reação é denominada neutralização. base + ácido sal + água Pergunta Chegou a hora de “matar” o dragão! Sabendo que a queimação no estômago é causada pelo excesso de ácido clorídrico, HCℓ, basta ingerir uma base para neutralizar esse excesso de ácido. Certo? Existem, nas farmácias, várias bases que são comercializadas com a finalidade de neutralizar o excesso de ácido clorídrico no estômago, combatendo, assim, a queimação (azia). A principal delas é o hidróxido de magnésio Mg(OH)2 que é comercializado com o nome de leite de magnésia. 60 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes O hidróxido de magnésio Mg(OH)2 é usado em medicamentos que visam a di- minuir a acidez estomacal. O hidróxido de magnésio reage com o ácido clorídrico da seguinte maneira: 15 base + ácido sal + água <pergunta> Chegou a hora de “matar” o dragão! Sabendo que a queimação no estômago é causada pelo excesso de ácido clorídrico, HCℓ, basta ingerir umabase para neutralizar esse excesso de ácido. Certo? Existem, nas farmácias, várias bases que são comercializadas com a finalidade de neutralizar o excesso de ácido clorídrico no estômago, combatendo, assim, a queimação (azia). A principal delas é o hidróxido de magnésio Mg(OH)2 que é comercializado com o nome de leite de magnésia. O hidróxido de magnésio Mg(OH)2 é usado em medicamentos que visam a diminuir a acidez estomacal. O hidróxido de magnésio reage com o ácido clorídrico da seguinte maneira: Mg(OH)2 + HCℓ MgCℓ2 + H2O É dessa maneira, então, que neutralizamos o excesso de ácido clorídrico no estômago, matando o “dragão” que causa a queimação. Você sabia que apenas 10% do tratamento para azia precisa de medicamentos e que os outros 90% consistem em mudança nos hábitos alimentares? Os remédios usados no tratamento estimulam a contração estomacal, fazendo com que os alimentos “saiam” mais rápido do estômago, evitando, dessa forma, a azia. Os antiácidos produzem apenas um alívio temporário em vez de tratar a causa do problema. hidróxido de magnésio ácido clorídrico cloreto de magnésio água [F5] Comentário: DG: O texto deve ficar ao lado da imagem. É dessa maneira, então, que neutralizamos o excesso de ácido clorídrico no estômago, matando o “dragão” que causa a queimação. Você sabia que apenas 10% do tratamento para azia precisa de medicamentos e que os outros 90% consistem em mudança nos hábitos alimentares? Os remé- dios usados no tratamento estimulam a contração estomacal, fazendo com que os alimentos “saiam” mais rápido do estômago, evitando, dessa forma, a azia. Os antiácidos produzem apenas um alívio temporário em vez de tratar a causa do problema. Aula 6: Sais segundo Arrhenius Na aula passada, você viu que um dos produtos da reação entre o hidróxido de magnésio e o ácido clorídrico é o cloreto de magnésio. Pergunta Você sabia que o cloreto de magnésio também é denominado sal? Sal é todo composto iônico que, em meio aquoso, sofre dissociação, liberando, pelo menos, um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-. 61Unidade 3 Fundamentos de Química Exemplos: 16 Aula 6 – Sais segundo Arrhenius Na aula passada, você viu que um dos produtos da reação entre o hidróxido de magnésio e o ácido clorídrico é o cloreto de magnésio. <pergunta> Você sabia que o cloreto de magnésio também é denominado sal? Sal é todo composto iônico que, em meio aquoso, sofre dissociação, liberando, pelo menos, um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-. Exemplos: Mg(Cℓ)2 água Mg+2 + 2 Cℓ - NaCℓ água Na+ + Cℓ - CaSO4 água Ca+2 + SO4-2 Aℓ2(SO4)3 água 2 Aℓ+3 + 3 SO4-2 Nomenclatura dos sais A nomenclatura dos sais é feita da seguinte maneira: de A nomenclatura dos ânions é feita trocando-se a terminação do nome do ácido: Terminação do ácido Terminação do ânion ÍDRICO ETO OSO ITO ICO ATO nome do ânion nome do cátion Nomenclatura dos sais A nomenclatura dos sais é feita da seguinte maneira: __________________ de ____________________ nome do ânion nome do cátion A nomenclatura dos ânions é feita trocando-se a terminação do nome do ácido: Tabela 4: Nomenclatura dos ânions Terminação do ácido Terminação do ânion ÍDRICO ETO OSO ITO ICO ATO Veja alguns exemplos: Tabela 5: Nomenclatura dos ânions Ácido de origem ânion Cátion Sal HBr ácido bromídrico Br – brometo K+ KBr brometo de potássio HNO3 ácido nítrico NO3 - nitrato Ca+2 Ca(NO3)2 nitrato de cálcio H2SO3 ácido sulfuroso SO3 -2 sulfito Aℓ+3 Aℓ2(SO3)3 sulfito de alumí- nio 62 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Pode-se também formular nomes e dá-los aos sais com o uso de tabelas de cátions e ânions. Tabela 6: Cátions Cátions +1 Li+, Na+, K+, Ag+, NH4 +, Cu+ +V2 Mg+2, Ca+2, Ba+2, Zn+2, Cu+2, Fe+2 +3 Aℓ+3, Fe+3 Tabela 7: Ânions ânions fluoreto: F- acetato: H3CCOO - cianeto: CN- cloreto: Cℓ - hipoclorito: CℓO- fosfato: PO4 -3 brometo: Br - clorato: CℓO3 - cromato: CrO4 -2 iodeto: I - carbonato: CO3 -2 dicromato: Cr2O7 -2 sulfato: SO4 -2 bicarbonato HCO3 - nitrato: NO3 - bissulfato: HSO4 - sulfeto: S-2 nitrito: NO2 - permanganato: MnO4 - pirofosfato: P2O7 -4 Veja alguns exemplos de como utilizar as tabelas: 1 Determinação da fórmula a partir do nome do sal. Exemplo: Carbonato de sódio. 17 Veja alguns exemplos: Ácido de origem Ânion Cátion Sal HBr ácido bromídrico Br – brometo K+ KBr brometo de potássio HNO3 ácido nítrico NO3- nitrato Ca+2 Ca(NO3)2 nitrato de cálcio H2SO3 ácido sulfuroso SO3-2 sulfito Aℓ+3 Aℓ2(SO3)3 sulfito de alumínio Pode-se também formular nomes e dá-los aos sais com o uso de tabelas de cátions e ânions. Cátions +1 Li+, Na+, K+, Ag+, NH4+, Cu+ +2 Mg+2, Ca+2, Ba+2, Zn+2, Cu+2, Fe+2 +3 Aℓ+3, Fe+3 Ânions fluoreto: F- acetato: H3CCOO - cianeto: CN- cloreto: Cℓ - hipoclorito: CℓO- fosfato: PO4 -3 brometo: Br - clorato: CℓO3 - cromato: CrO4 -2 iodeto: I - carbonato: CO3-2 dicromato: Cr2O7 -2 sulfato: SO4 -2 bicarbonato HCO3 - nitrato: NO3 - bissulfato: HSO4 - sulfeto: S-2 nitrito: NO2 - permanganato: MnO4 - pirofosfato: P2O7 -4 Veja alguns exemplos de como utilizar as tabelas: 1) Determinação da fórmula a partir do nome do sal. Exemplo: Carbonato de sódio. ânion: carbonato – CO3 -2 Na+1 CO3 -2 ► Na2CO3 cátion: sódio – Na+ Fundamentos de Química 63Unidade 3 2 Determinação do nome a partir da fórmula do sal. Exemplo: Aℓ2(SO4)3 18 2) Determinação do nome a partir da fórmula do sal. Exemplo: Aℓ2(SO4)3 Aℓ 2(SO4) 3 Então, Cátion: Aℓ+3 Ânion: SO4-2 Consultando a tabela, é possível concluir que o nome do sal é sulfato de alumínio. Na próxima aula, você vai conhecer uma importante classe de substâncias químicas chamadas óxidos. carga do ânion carga do cátion Então, Cátion: Aℓ+3 Ânion: SO4 -2 Consultando a tabela, é possível concluir que o nome do sal é sulfato de alumínio. Na próxima aula, você vai conhecer uma impor- tante classe de substâncias químicas chamadas óxidos. Aula 7: Óxidos Entenda o que são óxidos. Óxidos são compostos formados por apenas dois elementos, sendo o oxigênio o mais eletronegativo entre eles. Exemplos: � Na2O: óxido de sódio � CaO: óxido de cálcio ÓxIDOS: substância formada por apenas dois elementos, sendo um deles o oxigê- nio. 64 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes � Fe2O3: óxido de ferro III � CO2: dióxido de carbono � CO: monóxido de carbono Nomenclatura dos óxidos Óxidos moleculares: são óxidos formados por oxigênio ligado a um ametal. Sua nomenclatura é dada da seguinte forma: 19 Aula 7 – Óxidos Entenda o que são óxidos. Óxidos são compostos formados por apenas dois elementos, sendo o oxigênio o mais eletronegativo entre eles. Exemplos: Na2O: óxido de sódio CaO: óxido de cálcio Fe2O3: óxido de ferro III CO2: dióxido de carbono CO: monóxido de carbono Nomenclatura dos óxidos Óxidos moleculares: são óxidos formados por oxigênio ligado a um ametal. Sua nomenclatura é dada da seguinte forma: Veja alguns exemplos: NO: monóxido de nitrogênio NO2: dióxido de nitrogênio Cℓ2O6: hexóxido de dicloro CO2: dióxido de carbono mon di tri ... + óxido de nome do elemento di tri .... +............................................ Veja alguns exemplos: NO: monóxido de nitrogênio NO2: dióxido de nitrogênio Cℓ2O6: hexóxido de dicloro CO2: dióxido de carbono Óxidos iônicos: são óxidos que apresentam oxigênio combinado com um me- tal. Sua nomenclatura é dada da seguinte maneira: � Para óxidos de metais com carga fixa: Óxido de ..................................... nome do metal Exemplos: � Na2O: óxido de sódio � CaO: óxido de cálcio � K2O: óxido de potássio 65Unidade 3 Fundamentos de Química� MgO: óxido de magnésio � Aℓ2O3: óxido de alumínio Para óxidos de metais com carga variável: 20 Óxidos iônicos: são óxidos que apresentam oxigênio combinado com um metal. Sua nomenclatura é dada da seguinte maneira: • Para óxidos de metais com carga fixa: Exemplos: Na2O: óxido de sódio CaO: óxido de cálcio K2O: óxido de potássio MgO: óxido de magnésio Aℓ2O3: óxido de alumínio • Para óxidos de metais com carga variável: Exemplos: Cu2O: óxido de cobre I CuO: óxido de cobre II FeO: óxido de ferro II Fe2O3: óxido de ferro III <pergunta> Existe apenas uma forma de nomear os óxidos com esse tipo de carga? Outra maneira de dar nomes para óxidos de metais com carga variável é a seguinte: Óxido de ..................................... nome do metal Óxido de .............................. + nome do metal carga do cátion (em algarismos romanos) carga menor óxido ............................. + oso carga maior óxido .......................... + ico nome do metal nome do metal Exemplos: � Cu2O: óxido de cobre I � CuO: óxido de cobre II � FeO: óxido de ferro II � Fe2O3: óxido de ferro III Pergunta Existe apenas uma forma de nomear os óxidos com esse tipo de carga? Outra maneira de dar nomes para óxidos de metais com carga variável é a se- guinte: 20 Óxidos iônicos: são óxidos que apresentam oxigênio combinado com um metal. Sua nomenclatura é dada da seguinte maneira: • Para óxidos de metais com carga fixa: Exemplos: Na2O: óxido de sódio CaO: óxido de cálcio K2O: óxido de potássio MgO: óxido de magnésio Aℓ2O3: óxido de alumínio • Para óxidos de metais com carga variável: Exemplos: Cu2O: óxido de cobre I CuO: óxido de cobre II FeO: óxido de ferro II Fe2O3: óxido de ferro III <pergunta> Existe apenas uma forma de nomear os óxidos com esse tipo de carga? Outra maneira de dar nomes para óxidos de metais com carga variável é a seguinte: Óxido de ..................................... nome do metal Óxido de .............................. + nome do metal carga do cátion (em algarismos romanos) carga menor óxido ............................. + oso carga maior óxido .......................... + ico nome do metal nome do metal Exemplos: � Cu2O: óxido cuproso � CuO: óxido cúprico � FeO: óxido ferroso � Fe2O3: óxido férrico 66 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Pergunta Você sabia que alguns óxidos são muito utilizados em nosso cotidiano? Veja alguns exemplos: Óxido de cálcio (CaO) � Tem larga aplicação na construção civil, na purificação de açúcares e na agri- cultura, sendo usado como fungicida e corretivo de pH do solo. Dióxido de carbono (CO2) � Utilizado em água mineral e refrigerantes gaseificados. � O CO2 sólido é conhecido como gelo-seco e apresenta a propriedade da sublimação, sendo usado como recurso cênico em filmes de terror e shows de rock. Para finalizar esta unidade, realize o seguinte experimento: utilizando o extrato de repolho roxo como indicador universal de pH Objetivos: identificar substâncias ácidas e básicas por meio de medições de pH com o indicador natural de repolho roxo. Preparo do extrato de repolho roxo: � Triture algumas folhas de repolho roxo em um recipiente com água. Filtre e coloque em um copo com uma pequena quantidade de sagu, deixando em repouso por cerca de dez minutos. � Adicione um pouco mais de água e leve ao fogo para cozinhar, sem mexer. Tabela 8: escala de pH com indicador de repolho roxo Escala de pH com indicador de repolho roxo pH (aproximado) 2 4 6 8 10 12 Cor do extrato vermelho púrpura violeta azul azul/verde verde Materiais e reagentes: � 8 frascos de ensaio (pequenos copos) � 1 conta-gotas � 2 copos de 100 ml 67Unidade 3 Fundamentos de Química � 1 comprimido efervescente � frasco com indicador de repolho roxo � materiais para teste: refrigerante, clara de ovo, detergente, vinagre, “Veja”, água destilada, água da torneira, leite de magnésia. Procedimento: Identificando o pH com o indicador de repolho roxo: 1 Colocar 3 ml de cada solução para teste nos frascos de ensaio. 2 Adicionar a cada frasco cinco gotas do indicador de repolho roxo. 3 Observar as cores e preencher a tabela a seguir. Tabela 9: Exemplo de identificação do pH Material Cor observada pH Soda limonada Clara de ovo Detergente Vinagre Veja Água da torneira Leite de magnésia Colocando em Prática Para testar o seu conhecimento sobre a aula 3, acesse o AVA e realize as atividades propostas. Lembre-se de consultar o material, caso tenha alguma dúvida! Relembrando Quando dissolvemos um composto iônico em água, ocorre a separação dos íons do composto pela água. Esse fenômeno é denominado disso- ciação iônica. Quando dissolvemos um composto molecular em água, pode ocorrer ou não a formação de íons. Se ocorrer, o fenômeno é denominado de ionização. Condutividade elétrica em solução aquosa 68 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes � Composto iônico: conduz. � Composto molecular: conduz ou não, depende de haver ou não rea- ção de ionização entre o composto dissolvido e a água. Conceito de ácidos de Arrhenius: são compostos moleculares que, em meio aquoso, sofrem ionização, liberando como cátion somente o H+. Conceito de bases de Arrhenius: são compostos iônicos que, em meio aquoso, sofrem dissociação, liberando como ânion somente o OH-. Conceito de sais de Arrhenius: são compostos iônicos que, em meio aquoso, sofrem dissociação, liberando, pelo menos, um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-. Conceito de óxidos: são compostos formados por apenas dois elementos, sen- do o oxigênio o mais eletronegativo entre eles. Saiba Mais Navegue pelos sites a seguir para obter mais informações sobre ácidos, bases, sais e óxidos. � <http://www.cdcc.sc.usp.br/quimica/experimentos/separac.html>. � <http://www.unb.br/iq/lpeq/>. Alongue-se Você já está na metade do seu curso, que tal comemorar esse fato dan- do uma caminhada no parque? Volte aos seus estudos quando se sentir relaxado! 69 Fundamentos de Química 4Soluções Objetivos do Curso Ao final desta unidade, você terá subsídios para: � conceituar e classificar soluções, suspensões e coloides. � entender o fenômeno da dissolução. Aulas Aula 1 – Água dura Aula 2 – Retomando o problema Aula 3 – Água dura e os problemas renais Aula 4 – Água dura e a remoção de sujeira Aula 5 – O fenômeno da dissolução 70 Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes Para Iniciar Na natureza, dificilmente encontramos substâncias puras. O mundo que nos rodeia é constituído por misturas de substâncias. As misturas homogêneas são denominadas soluções, que é o assunto que será tratado nesta unidade. Aula 1: Água dura Comece essa aula refletindo. Reflita Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura? Água mole você já conhece. E água dura, conhece? Se você pensou em responder “gelo”, está enganado! Entenda por quê. Quando nos referimos à água dura em Química, não estamos indicando seu estado físico: sólido, líquido ou vapor. O gelo que você certamente pensou em usar como resposta terá outra finali- dade: esfriar um “suco” qualquer feito a partir de um sólido para refresco. Claro que você conhece “aqueles” pacotinhos, que na verdade contêm apenas 1% de polpa de fruta. Ao ler sobre o conteúdo, no verso da embalagem, nos depara- mos com algumas substâncias: açúcar, polpa de fruta desidratada, ferro, vitami- nas A e C. Veja, a seguir, substâncias encontradas em rótulos de alguns produtos: � acidulante (aumenta a acidez ou confere sabor ácido aos alimentos); � aromatizante (confere ou reforça o aroma e/ou sabor dos alimentos); Fundamentos de Química 71Unidade 4 � espessante (aumenta a viscosidade dos ali- mentos, goma arábica, por exemplo); � corante (intensifica a cor do alimento, por exemplo: dióxido de titânio e caramelo); � edulcorante (confere o
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