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ACESSO VENOSO CENTRAL · A cateterização venosa central proporciona acesso mais seguro à circulação sistêmica · Permite a administração de medicamentos que podem lesar tecidos quando ocorre extravasamento a partir de um acesso venoso periférico, como vasopressores e soluções hipertônicas de bicarbonato de sódio e cálcio. · Possibilita a monitorização da pressão venosa central e a coleta de amostras de sangue. CONTAINDICAÇÕES · Infecção da área subjacente ao local de inserção · Trombose da veia em questão. · Marcapassos ou stent endovascular. · Coagulopatia constitui contraindicação relativa. · Evitada em locais com distorções anatômicas · Uma lesão cutânea proximal ao local de inserção representa outra contra-indicação relativa. · A abordagem da veia subclávia geralmente é evitada em: · Pacientes heparinizados ou coagulopatas, porque o sangramento pode passar despercebido e não é possível tratar com compressão direta · Pacientes com doença unilateral ou bilateral pulmonar grave, que pode ser descompensada na sequência de um pneumotórax iatrogênico ESCOLHA DO LOCAL · Os cateteres venosos centrais podem ser inseridos nas veias jugular interna, subclávia ou femoral. · O local adequado para punção é determinado pela: · Experiência do operador · Pela anatomia do paciente · Pelas as circunstâncias clínicas. · Dá-se preferência pela veia jugular direita. · Em crianças, as veias jugulares internas e as femorais são as mais frequentemente cateterizadas · Durante a RCP, prefere-se as veias femorais, pois sua obtenção não interfere com as manobras de ressuscitação. · Além dos equipamentos de proteção individual, o material necessário para a inserção de cateteres venosos centrais inclui: · Bolsa e equipo de soro · Anestésico local · Campo estéril · Gaze estéril · Bisturi · Kit de cateter central (contendo agulha, fio guia, dilatador e cateter intravenoso) · Agulha e fio para fixação do cateter à pele · Curativo transparente estéril. · Os cateteres mais comumente utilizados são os de calibre 5 French para recém-nascidos, 7 French para lactentes e 8 a 11 French para crianças maiores e adultos. COMPLICAÇÃO · As complicações relacionadas à cateterização venosa central podem ser mecânicas, infecciosas e tromboembólicas. · As complicações mecânicas incluem: · Punção arterial, hematoma, pneumotórax e hemotórax (associados à cateterização de veia jugular interna e subclávia), arritmia e colocação imprópria do cateter. · O uso do ultrassom para guiar a cateterização venosa central reduz o número de tentativas e o risco de complicações. · As complicações infecciosas podem ser prevenidas: · Lavagem das mãos, campo estéril durante a inserção do cateter, antissepsia da pele com clorexidina, revisão diária da necessidade do cateter e sua remoção imediata, quando ele não for mais necessário. VEIA JUGULAR INTERNA · Paciente em decúbito dorsal, em posição de Trendelemburg – cabeceira abaixada a 15° -, com a cabeça rotada para o lado oposto ao da punção. · Deve-se identificar o ápice do triângulo de Sedillot · Base pela clavícula · Lateralmente: porções esternal e clavicular do esternocleidomastoideo · Marca o local de inserção da agulha. · Antes de iniciar o procedimento, ausculta-se o tórax para verificar se o murmúrio vesicular é simétrico bilateralmente. · Após o posicionamento do paciente, faz-se: · Degermação da pele com clorexidina degermante · Seguida de antissepsia com clorexidina alcoólica · Coloca-se um campo estéril. · Administra-se anestésico local (1 a 2 ml de lidocaína 1%) com agulha 25 gauge · Utiliza-se a técnica de Seldinger para a obtenção do acesso venoso central. · Introduzir a agulha lateral à pulsação da carótida a um ângulo de 30° a 45° com a pele. · Dirigir a agulha lateralmente ao plano sagital para o mamilo ipsilateral. · Se o sangue não for aspirado dentro de 2,5 cm, retirar a agulha lentamente, mantendo a pressão negativa contínua e olhando para o retorno do sangue. · Ao atingir a veia, desconecta-se a seringa, ocluindo a extremidade proximal da agulha com o dedo · Introduz-se o fio guia por dentro da agulha, avançando-o bem além da ponta da agulha. · Caso haja batimentos cardíacos ectópicos no monitor, traciona-se o fio guia até que os batimentos ectópicos desapareçam. · Remove-se, então, a agulha, mantendo o fio guia inserido. · Faz-se uma incisão de 1 a 2 mm no local da punção na pele · Introduz-se o dilatador sobre o fio guia. · Após a dilatação do trajeto, remove-se o dilatador · Introduz-se o cateter sobre o guia na veia. · Remove-se o fio guia · Após visualizar o retorno de sangue, conecta-se o cateter ao equipo com soro fisiológico 0,9%. · O retorno de sangue deve ser verificado pela aspiração de cada via do cateter. · A punção da veia pela via anterior: · É feita na borda anterior do músculo esternocleidomastoideo em direção à base do triângulo, com angulação de 30 graus. · Pela via posterior: · A punção é feita na borda posterior do esternocleidomastoideo, ao nível da união de seu terço médio com o inferior, em direção à fúrcula esternal, com angulação de 30 graus em relação à pele. · Recentemente, a ultrassonografia tem sido utilizada para guiar a inserção do cateter e diminuir o risco de complicações. · Dá-se preferência ao lado direito, pois as complicações como pneumotórax, hemotórax e quilotórax são mais frequentes após tentativas de punção do lado esquerdo. · O ápice do pulmão é mais alto à esquerda do que à direita · O ducto torácico se localiza à esquerda (risco de quilotórax) · Além disso, o caminho entre a veia jugular interna direita e o átrio direito é mais direto. VEIA SUBCLÁVIA · Paciente em decúbito dorsal, em posição de Trendelemburg · Cabeça rotada para o lado oposto ao da punção · Braços estendindos ao longo do corpo · Colocar um coxim ao longo da colona torácica – entre as escápulas – a fim de retrair os ombros e reduzir a proeminência do deltóide. · O ponto de inserção do cateter é na junção do terço médio com o terço medial da clavícula, aproximadamente 1cm abaixo do seu bordo inferior. · Após anestesia local, insere-se a agulha com ângulo de 30 graus em relação à pele até a passagem sob a clavícula (a agulha deve passar tangenciando a clavícula) · Mantenha a agulha na direção da fúrcula no plano coronal para facilitar o deslizamento abaixo do osso e para minimizar o risco de punção pleural. · O cateter é inserido utilizando a técnica de Seldinger · As complicações trombóticas podem ocorrer desde o primeiro dia após a inserção do cateter, com risco potencial de tromboembolismo venoso. · O local com o maior risco de trombose é a veia femoral. · O tempo de permanência do cateter deve ser limitado ao mínimo necessário para diminuir o risco de trombose VEIA FEMORAL · Paciente em decúbito dorsal e cabeceira elevada a 15° · A perna rotada lateralmente · A elevação da nádega com um coxim pode facilitar a exposição do local. · O procedimento é geralmente realizado de frente para o paciente no mesmo lado do acesso. · A artéria femoral fornece um marco importante para orientar o acesso. · O sitio de punção é inferior ao ligamento inguinal, onde a veia femoral comum fica superficial e medial à artéria. · Orientar a agulha com o bisel voltado para cima e introduzi-la em ângulo de 20° a 30° com a pele. · Insira a agulha de 1 a 2 cm abaixo do ligamento inguinal e medial à artéria femoral. · O vaso normalmente é atingido dentro de 2 a 4 cm, mas pode ser mais profundo em pacientes obesos ou edematosos. · Se não obter êxito, direcione a agulha sistematicamente para medial e para lateral até a veia femoral comum ser localizada.
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