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SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GRAVIDEZ Classificação ● Hipertensão crônica Antes da gravidez ou antes de 20 semanas Não se resolve após o parto ● Pré eclâmpsia / eclâmpsia Hipertensão que ocorre após 20 semanas acompanhada de: proteinúria (mais que 0,3g de proteína em urina de 24 horas), cefaléia, distúrbios visuais, dor abdominal, plaquetopenia (< 100.000), elevação de enzimas hepáticas ● Pré eclâmpsia sobreposta à hipertensão Agravamento da hipertensão e proteinúria após 20 semanas em pacientes já hipertensas ● Hipertensão gestacional sem proteinúria Transitória: normaliza em até 12 semanas após o parto Hipertensão crônica: persiste por mais de 12 semanas após o parto Avaliação laboratorial inicial Hemoglobina e hematócrito Hemoconcentração é um indicador de gravidade Plaquetas Trombocitopenia contribui com o diagnóstico de pré-eclâmpsia e é indicador de gravidade Urina 24h Proteinúria contribui com o diagnóstico de pré-eclâmpsia Creatinina Elevação sugere pré-eclâmpsia grave, principalmente se oligúria Ácido úrico > 6mg/dL contribui com o diagnóstico de pré-eclâmpsia e correlaciona com restrição de crescimento uterino Transaminases Elevação sugere pré-eclâmpsia grave Albumina, DHL, coagulograma Indicam a extensão da lesão endotelial, a presença de hemólise e coagulopatia Pré eclâmpsia É a maior causa de óbito materno, morbidade materna grave, indicação de CTI e importante causa de prematuridade Apresenta repercussões na saúde materna a curto, médio e longo prazo 12 e 25% CIUR 15 e 20% partos prematuros Fisiopatologia Placentação deficiente, predisposição genética, má adaptação imune, baixa tolerância a alterações inflamatórias, desequilíbrio angiogênico e deficiência do estado nutricional ● Estágio pré clínico Precariedade do desenvolvimento da placenta e do seu suporte sanguíneo materno é responsável pela hipóxia placentária, pelo estresse oxidativo e pelo estresse sistêmico inflamatório materno Hipóxia placentária determina os sintomas maternos da doença: hipertensão e proteinúria, bem como as complicações associadas Depende da resposta materna - imune / adaptativa ● Diagnóstico clínico Apesar da evolução recente, os métodos de predição ainda carecem de maior validação para uso na prática clínica Sinais sugestivos: - Elevação dos níveis pressóricos - Ganho de peso excesivo - Redução do crescimento uterino - Sintomas de lesão de órgão alvo (diagnóstico agudo de complicação): cefaleia, alterações visuais, dor epigástrica ● Critérios de gravidade Pressão arterial diastólica > 110 mmHg; Proteinúria Oligúria (menor que 500 ml/dia, ou 25 ml/hora); Níveis de creatinina maiores que 1,2 mg/dl; Sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaléia e distúrbios visuais); Sinais de insuficiência cardíaca; Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito; Plaquetopenia (< 100.000/mm3); Aumento de enzimas hepáticas (AST ou TGO, ALT ou TGP, DHL desidrogenase láctica) e de bilirrubinas; Presença de esquizócitos em esfregaço de sangue periférico; Presença de RCIU (restrição de crescimento intra-uterino) e/ou oligohidrâmnio; Evidência clínica e/ou laboratorial de coagulopatia ● Complicações Hipertensão arterial crônica Acidente vascular cerebral Tromboembolismo venoso Mortalidade ● Repercussões clínicas RIM Vasoespasmo das artérias aferente e eferente Endoteliose glomerular (principal) - Proliferação do citoplasma mesangial - Espessamento da membrana basal por deposição de substância fibrinóide - Aumento dos gaps → mais perda de conteúdo → proteinúria Lesões tubulares - Acúmulo intracelular de proteínas - Cilindros hialinos com eritrócitos Recuperação completa 6 semanas após o parto FÍGADO Hemorragia na periferia dos espaços portas → Isquemia do fígado → aumento das transaminases Redução da síntese proteica Hemorragia subcapsular (dor em barra epigástrica por distensão da cápsula do fígado) - Rotura hepática - Síndrome HELLP ● Condutas Pré eclâmpsia leve Hospitalizar a gestante inicialmente para acompanhamento da PA, peso, cefaleia, distúrbios visuais, proteinúria, hematócrito e condições fetais Se comprovação de estabilidade, o controle pode ser realizado semanalmente em ambulatório com acompanhamento diário do peso e da pressão, assim como repouso relativo Sinais de alarme: - PA > 150/100 - Aumento exagerado de peso - Cefaleia persistente - Dor abdominal - Sangramento vaginal - Alterações visuais - Náuseas e vômitos persistentes - Redução da movimentação fetal Pré eclâmpsia grave Se 34 semanas ou mais, as gestantes com pré eclâmpsia grave devem ser internadas e preparadas para interrupção da gravidez Em gestantes entre 33-34 semanas, deve ser utilizado betametasona 12mg IM a cada 24 horas (2 ciclos). Realizar o parto 24 horas após a última dose. É necessário a estabilização da gestante com anti-hipertensivos e uso de sulfato de magnésio Em gestantes com 24-33 semanas, é necessário internação com monitorização rigorosa. Nas primeiras 24 horas de internação é recomendado: uso de sulfato de magnésio, betametasona 12mg IM, anti-hipertensivos, Ringer lactato 100-125 ml/h e suspensão da dieta Tratamento definitivo PARTO! Contudo a interrupção precoce da gravidez pode acarretar a danos para o feto devido à prematuridade Indicações para antecipação do parto Maternas Fetais Aumento persistente da pressão arterial Restrição grave do crescimento Plaquetopenia grave Testes fetais anormais Deterioração progressiva da função hepática Oligohidrâmnio Deterioração progressiva da função renal Idade gestacional igual ou > 38 Descolamento de placenta Desacelerações tardias repetitivas Cefaleia grave e distúrbios visuais persistente PBF < 4 em duas ocasiões com 4 horas de intervalo Eclâmpsia Ausência ou reversão de fluxo diastólico na artéria umbilical Edema pulmonar Eclâmpsia Ocorrência de convulsões em mulheres com pré-eclâmpsia ● Condutas Medidas gerais Decúbito a 30º Cateter nasal com oxigênio 5L/min Punção de veia central Cateter vesical contínuo Terapia anticonvulsivante Objetivo: - Prevenir convulsões recorrentes em mulheres com eclâmpsia - Prevenir convulsões nas gestantes com pré eclâmpsia grave com indicação de interrupção da gravidez - Prevenir convulsões nas gestantes com pré eclâmpsia grave em conduta expectante nas primeiras 24 horas Medicação: sulfato de magnésio - Dose de ataque: 4g IV infusão em 15 min - Dose de manutenção: 5g IM a cada 4 horas - Se recorrência da convulsão: 2g IV aumentando a velocidade de infusão. Trocar pela fenilhidantoína se manutenção da convulsão Antecipação do parto A antecipação do parto é indicado em qualquer idade gestacional Hipertensão aguda Sistólica 160 mmHg e/ou diastólica 105 mmHg persistente ● Conduta Nifedipina: 10 mg oral, repetir em 30 minutos se necessário Hidralazina: 5 mg IV ou 10 mg IM, repetir em intervalos de 20 minutos até controle. Repetir após 3 horas se necessário. Trocar a droga após 20mg IV ou 30mg IM Nitroprussiato de sódio: usado se hipertensão resistente e sinais de encefalopatia hipertensiva. 0.25mcg/kg/min até no máximo 5 mcg/kg/min Via de parto Parto vaginal é preferível pelo risco de hemorragia na cesariana Em gestações > 34 semanas com colo imaturo, realizar amadurecimento cervical com misoprostol sob monitoração intensiva Síndrome Hellp ● Incidência 10-20% das pré eclâmpsia grave ● Classificação e diagnóstico COMPLETA < 100.000 plaquetas DHL > 600 UI/L TGO > 70 UI/L INCOMPLETA Presença de até 2 critérios acima ● Conduta Hipertensão crônica Exercícios ● Questão 1 Paciente com PA 110x70mmHg na primeira consulta com 8 semanas de gestação. Desenvolveu ao fim do terceiro trimestre PA 148 x 94 mmHg. A proteinúria de fita 1+, creatinina 0.76mg/dL e a hipertensão melhorou a alta hospitalar. Qual o diagnóstico da paciente: a. Pré eclâmpsia b. Hipertensão Arterial Crônica c. Hipertensão gestacional d. Hipertensão crônica com pré eclâmpsia associada ● Questão 2 Paciente com pressão basal de 90x65 mmHg tem aferição de 130-140x80-86 mmHg no parto. Qual das complicações obstétricas têm risco aumentadonesta paciente? a. Eclampsia b. Sofrimento fetal c. Placenta prévia d. Nenhuma das anteriores ● Questão 3 Assinale abaixo qual das afirmativas melhor explicaria a etiologia da proteinúria vista na pré eclâmpsia a. Aumento da resistência da artéria renal b. Aumento da taxa de filtração
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