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História Econômicas Geral II – crise da dívida dos países latino americanos (1980) A industrialização dos países periféricos, em especial, América Latina, ocorreu por meio da ISI – industrialização por substituição de importação – tal prática era financiada pelos Investimentos Externos Diretos (IED), ou seja, empréstimos internacionais. Cabe aqui ressaltar que a crise da dívida ocorreu em toda periferia, não só na América Latina. Quando ocorre o contrachoque de juros do Volcker, em 1979, o mundo tinha a taxa de juros norte-americana e a taxa cambial flutuante – com o fim do sistema de Bretton Woods a ideia de taxa fixa teve fim, agora o câmbio acompanhava a demanda e oferta - como referência, a elevação da taxa de juros aumentou as dívidas da periferia, o autor Wilson Cano relata que as dívidas tinham vencimento diário a altos juros na rede bancária, dessa forma a dívida se ampliava e inflacionava o gasto público. Os países periféricos, principais exportadores de commodities, tiveram queda em suas exportações – a partir de 1973, com o fim de Bretton Woods e devido aos choques de preços- o que é negativo para dadas economias, junto a isso há a elevação do preço do petróleo, o que também é um fator negativo pois tais países estavam em processo de industrialização e precisavam dessa fonte de energia para produzir. Todo esse cenário contribuiu para o aumento da demanda por empréstimo por parte da periferia, fazendo as dividas se elevarem. As economias começaram a entrar em colapso, os governos tentaram gerar moedas estrangeiras e receitas governamentais para que assim conseguissem pagar suas dívidas externas, mas tal ação não foi eficaz. Ainda assim, alguns países tentavam recorrer ao FMI – Fundo Monetário Internacional -, entretanto, para conseguir fundos de empréstimos deveriam adotar políticas recessivas, mas mesmo quem adotasse tais políticas só conseguiriam fundos em pequenas quantidades, o que era pouco potente se comparado ao tamanho das dívidas. Segundo o autor Frieden, a crise da dívida da década de 1980 se autoalimentava, visto que quanto mais os países ficavam sem dinheiro, menos os banqueiros emprestavam, e quanto menos emprestavam, mais os países ficavam sem dinheiro. Sem dinheiro os governos dos países em desenvolvimento pararam de pagar seus credores e, dessa maneira, assustaram ainda mais os banqueiros internacionais os quais entraram em pânico. Os países credores criaram formas para renegociar as dívidas com a periferia, dessa forma deveria o país devedor procurar o FMI para juntos estabelecer normas e acordos de inflação, gastos governamentais, déficits orçamentários. Caso o país convencesse o FMI, este emprestaria pequenas quantias em dinheiro. A periferia encontrava-se agora sem fontes de financiamento externo, com os juros se elevando e a demanda por exportações se retraindo, formou-se assim a crise da dívida. A década de 1980, de acordo com Frieden, foi a ‘’década perdida’’ maior parte das economias dos países devedores permaneceu enfraquecida por anos. A renda por pessoa caiu, os salários reais caíram cerca de 30% e os investimentos caíram ainda mais, enquanto a inflação ultrapassava os 1.000% em muitos países. O resultado da crise foi o abandono do processo de industrialização por substituição de importações por parte dos países mais endividados. Os empréstimos estrangeiros haviam ajudado a manter a ISI em funcionamento ao financiar bens de capital importados, matérias-primas, subsídios e investimentos públicos necessários para sustentar o desenvolvimento industrial doméstico. Os países Latino Americanos para sair da crise da dívida e recuperar a década perdida de 1980, recorrem a mudanças na estrutura econômica e política. Sendo assim, as propostas negociadas para alterar o cenário de crise da América Latina na metade da década de 1980 foram alterações políticas, como a política fiscal onde houve cortes radicais nos gastos correntes e no investimento público, seguindo isso, houve mudança na política monetária com contensão da expansão dos meios de pagamento e do crédito interno, assim como a elevação na taxa de juros reais. Outra mudança foi na política salarial com reajustes que provocaram quedas nos salários reais e problemas na distribuição de renda, por fim, mudanças na política cambial que foi a desvalorização do câmbio, incentivo às exportações e restrições às importações. Entretanto, o resultado foi uma recessão e retração do PIB (1980-1985). Com os países centrais reestruturados, restava agora reorganizar a periferia, contudo seria um trabalho difícil visto que na América Latina os Estados eram fortes intervencionistas. Assim, os países centrais sugeriram uma renegociação da dívida por meio do Consenso de Washinton - é o conjunto de dez políticas econômicas neoliberais que passaram a ser sugeridas e aplicadas para acelerar o desenvolvimento de vários países. De maneira geral, políticas do Consenso eram voltadas basicamente para diminuir a regulação e controle da economia, aproximar do livre mercado, reduzir o tamanho do estado e aumentar a abertura para o exterior por meio de privatizações.
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