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atividade processo penal

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Atividade extra 2ª unidade Processo Penal II – turma: N09 
Docente: Vilobaldo Cardoso Neto 
Dicente: Catharina Bitencourt Coelho da Silva 
 
 
CASO 1 - Grávida de nove meses, Etiene entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um 
menino saudável, o qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido 
em suas mãos, Etiene é tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era 
um “monstro horrível que não saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança 
na parede do quarto do hospital, vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos 
funcionários do hospital, Etiene é presa em flagrante delito. Durante a fase de inquérito 
policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou que Etiene agira sob influência 
de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas colhidas na 
fase inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal do 
Júri pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, haja vista ter sustentado 
o Parquet que Etiene fora movida por motivo fútil, empregara meio cruel para a 
consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou impossível a 
defesa da vítima. Em sede de Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça reiterou os 
argumentos da denúncia, sustentando que Etiene teria agido impelida por motivo fútil ao 
decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado feio e teria empregado meio cruel ao 
bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede, além de impossibilitar a defesa da 
vítima, incapaz, em razão da idade, de defender-se. A Defensoria Pública, por sua vez, 
alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente, se o tivesse feito, não 
possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao proferir a 
sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em 
razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se 
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. 
QUESTÃO: Diante do caso narrado, é possível afirmar que o juiz agiu corretamente ao 
absolver sumariamente Etiene? Justifique. Na oportunidade comente a atuação do MP e 
da Defensoria no presente caso. 
O juiz agiu de maneira equivocada ao absolver sumariamente Etilene, uma vez que o CPP, 
em seu artigo 415, prevê as situações que possam desencadear a absolvição sumaria, e no 
parágrafo único do artigo em questão menciona não ser possível aplicar a absolvição 
quando for demonstrada causa de isenção de pena ou exclusão do crime no que tange a 
imputabilidade prevista no caput do artigo 26 do CP, salvo quando esta for a única tese 
defensiva. Assim, o artigo 415 trouxe uma vedação expressa, o que não se aplica ao caso 
em questão, uma vez que a defesa também apresentou outra tese: a de negativa de autoria. 
Vale ressaltar que o estado puerperal, não é considerado como causa de excludente de 
ilicitude/culpabilidade fundada na ausência e capacidade de autodeterminação e sim, vai 
configurar o crime de infanticídio, devendo a denúncia deste, ser oferecida pelo 
Ministério Público, e na omissão deste, dar-se-á por meio de queixa crime. Deverá ocorrer 
a desclassificação da Etilene, onde “trocará” o crime de homicídio pelo de infanticídio, 
onde será pronunciada neste ultimo a ir ao julgamento do júri, pois ainda será um crime 
doloso contra a vida, cabendo o procedimento especial. 
CASO 2 - O Ministério Público ofereceu denúncia contra Lucile, imputando-lhe a prática 
da conduta descrita no Art. 155, caput, do CP. Narrou, a inicial acusatória, que no dia 
18/10/2012 Lucile subtraiu, sem violência ou grave ameaça, de um grande 
estabelecimento comercial do ramo de venda de alimentos, dois litros de leite e uma 
sacola de verduras, o que totalizou a quantia de R$10,00 (dez reais). Todas as exigências 
legais foram satisfeitas: a denúncia foi recebida, foi oferecida suspensão condicional do 
processo e foi apresentada resposta à acusação. O magistrado, entretanto, após convencer-
se pelas razões invocadas na referida resposta à acusação, entende que o fato é atípico. 
QUESTÃO: Nesse sentido, tendo como base apenas as informações contidas no 
enunciado, responda, justificadamente, aos itens a seguir: 
a) Qual o procedimento penal aplicável ao caso? Justifique. 
O procedimento aplicável à esse caso será o ordinário, já que utilizou-se o artigo 155 do 
CP para enquadrar esse caso, e a pena prevista no mesmo é de um a quatro anos, o que 
justifica assim a aplicação do rito, que é usado para crimes com pena igual ou superior a 
4 anos, 
b) Com base nas informações do caso narrado, caberá absolvição sumária? Justifique 
É possível a absolvição sumária, com base no que dispõe o artigo 397 que apresenta as 
situações de possibilidade para a absolvição sumária no inciso III que é a hipótese de o 
fato narrado não constituir crime. Observamos, o furto simples, onde incidirá o princípio 
da insignificância. Pela bagatela do crime, valor irrisório furtado, nota-se uma conduta 
que não apresenta um risco social relevante. Assim, não há crime me virtude do fato ser 
atípico da conduta, seja pela falta de dolo, como pela falta de objeto jurídico tutelado pela 
norma penal.

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