Buscar

Antropometria de Adultos

Prévia do material em texto

Antropometria de Adultos 
 
RESERVAS PROTEICO-ENERGÉTICAS 
Avaliação da adequação de peso e estatura e investigação de desvios 
ponderais (excesso de peso ou magreza) 
1. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (SAMPAIO, 2012) 
Adequação do peso à estatura (importante marcador de morbidade) 
𝐼𝑀𝐶 (𝑘𝑔/𝑚²) = 
𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔)
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎2(𝑚)
 
Classificação (WHO, 2000) 
IMC CLASSIFICAÇÃO 
< 16,0 Magreza ou Baixo peso III 
≥ 16,0 e < 17,0 Magreza ou Baixo peso II 
≥ 17,0 e < 18,5 Magreza ou Baixo peso I 
≥ 18,5 e < 25,0 Eutrofia (normalidade) 
≥ 25,0 e < 30,0 Sobrepeso 
≥ 30,0 e < 35,0 Obesidade I 
≥ 35,0 e < 40,0 Obesidade II 
≥ 40,0 Obesidade III 
 
2. ADEQUAÇÃO DO PESO À COMPLEIÇÃO ÓSSEA 
Adequação do peso à compleição óssea a partir do diâmetro do úmero 
(NHANES III) ou perímetro do pulso 
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑖çã𝑜 ó𝑠𝑠𝑒𝑎 (𝑐𝑚) = 
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚)
𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜 (𝑐𝑚)
 (ROSSI; 
CARUSO; GALANTE, 2015) 
Classificação da compleição segundo Grant (1980) e cálculo do peso 
esperado para a compleição de acordo com Grant (1980) ou classificação 
direta do peso esperado para a compleição (GRANT, 1980) 
 
3. ADEQUAÇÃO DO PESO EM RELAÇÃO AO IDEAL 
Definido em parâmetros como: idade, sexo, estado de saúde do paciente 
e estatura. 
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 (𝑘𝑔) = 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎2(𝑐𝑚) 𝑥 𝐼𝑀𝐶 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 (𝑘𝑔/𝑚²) 
 
Calcular % do peso ideal e classificar de acordo com Blackburn e Thornton 
(1979) 
% 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 
 𝑥 100 (FAO, 2001) 
IMC ideal para homens é 22 kg/m² e para mulheres é 20,8 kg/m² 
 
4. ADEQUAÇÃO DO PESO EM RELAÇÃO AO USUAL 
Abordagem mais utilizada em ambiente hospitalar (SAMPAIO, 2015) 
% 𝑃𝑒𝑠𝑜 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑢𝑎𝑙 = 
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙
𝑝𝑒𝑠𝑜 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑢𝑎𝑙
 𝑥 100 
Classificação segundo Blackburn e Bistraian (1977) 
 
5. GRAVIDADE DE PERDA DE PESO INVOLUNTÁRIA 
Avaliação da % de perda de peso involuntária, utilizada em ambiente 
hospitalar 
% 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 = 
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑢𝑠𝑢𝑎 − 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑢𝑠𝑢𝑎𝑙
 𝑥 100 
A perda de peso é classificada segundo Blackburn e Bistraian (1977) 
 
6. PERÍMETRO DO BRAÇO 
Medida recomendada pela OMS, com verificação do valor obtido na 
tabela de percentil e classificação (FRISANCHO, 1990) 
 
RESERVAS DE MASSA MAGRA 
Massa magra é definida por tudo que não é gordura no corpo, incluindo 
pele, órgãos e massa óssea, incluindo a massa muscular 
1. PERÍMETRO MUSCULAR DO BRAÇO 
Avalia o tecido muscular sem correção da área óssea 
𝑃𝑀𝐵 = 𝑃𝐵 − (𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇) 
Classificação a partir do percentil (FRISANCHO, 1981 e 1990) 
 
2. MÚSCULO ADUTOR DO POLEGAR 
Utilizado em pacientes hospitalizados para avaliar a perda grave de massa 
muscular (MAICA, 2020; LAMEU et al., 2004) 
 
3. ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO (MENEZES; MARUCCI, 2007) 
Avalia o tecido muscular com correção da área óssea 
𝐴𝑀𝐵 (𝑐𝑚2) = 
[𝑃𝐵 − (𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇)]² 
4𝜋
 
A correção é feita a partir do sexo 
𝐴𝑀𝐵𝑐 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 (𝑐𝑚2) = 
[𝑃𝐵 − (𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇)]² 
4𝜋
− 10𝑐𝑚² 
𝐴𝑀𝐵𝑐 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 (𝑐𝑚2) = 
[𝑃𝐵 − (𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇)]² 
4𝜋
− 6,5𝑐𝑚² 
Verificação dos percentis de acordo com Frisancho (1990) e classificação 
por Frisancho (1990) ou por Blackburn e Thornton (1979) 
 
RESERVAS DE GORDURA 
Investigação do excesso de adiposidade (total ou regional), normalmente 
associado à obesidade e DCNT 
1. ÁREA GORDUROSA DO BRAÇO (FRISANCHO, 1990) 
Identifica a reserva adiposa e aponta possibilidade de excesso de gordura 
corporal 
𝐴𝐺𝐵 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 (𝑐𝑚2) = 
𝑃𝐵²
4𝜋
− 
[𝑃𝐵 − (𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇)]2
4𝜋
− 10𝑐𝑚² 
𝐴𝐺𝐵 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 (𝑐𝑚2) = 
𝑃𝐵²
4𝜋
− 
[𝑃𝐵 − (𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇)]2
4𝜋
− 6,5𝑐𝑚² 
Identificação e classificação do percentil de acordo com sexo e idade 
 
2. GORDURA CORPORAL TOTAL A PARTIR DE UMA DOBRA 
CUTÂNEA (FRISANCHO, 1990) 
Utilização das DC tricipital e subescapular, que correlacionam-se com a 
gordura corporal 
Medição, e o valor obtido é verificado na tabela de percentil e classificado 
(FRISANCHO, 1990) 
3. GORDURA CORPORAL TOTAL A PARTIR DO SOMATÓRIO DE 
DOBRAS 
3.1. Tricipital e subescapular – percentil de acordo com sexo e idade e 
classificação (FRISANCHO, 1990) 
3.2. Bicipital + tricipital + subescapular + suprailíaca – somatório de 
acordo com o sexo (FRISANCHO, 1990) 
3.3. Torácica + abdominal + coxa – somatório de acordo com o sexo 
(POLLOCK; COLS, 1980) 
Classificação da % de gordura corporal segundo Lohman (1996) 
 
4. GORDURA CORPORAL TOTAL A PARTIR DE EQUAÇÕES COM 1 OU 
MAIS DOBRAS 
Determina-se a densidade corporal (a partir de fórmulas) para 
determinar, em seguida, a % de gordura corporal 
EQUAÇÕES DE DURNIN & WOMERSLY (1974) - equação utilizada para 
determinar a densidade corporal de homens e mulheres na faixa etária de 
16 a 72 anos 
EQUAÇÕES DE JACKSON & POLLOCK (1978) / JACKSON, POLLOCK & WARD 
(1980) - utilizada para determinar a densidade corporal de homens de 18 
a 61 anos e mulheres de 18 a 55 anos 
PETROSKI (1995) - equação realizada para avaliar níveis de gordura em 
homens e mulheres do sul do Brasil de 18 a 61 anos 
POLLOCK, SCHMIDT & JACKSON (1980) - equação utilizada para 
determinar porcentagem de gordura em homens e mulheres adultas de 
18 a 60 anos 
GUEDES (1994) - equação adaptada para a população brasileira, pode ser 
utilizada para homens e mulheres com a idade de 18 a 30 anos 
% 𝐺𝑜𝑟𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑙 = 
4,95−450
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑙
 (SIRI, 1956) 
 
 
5. INDICADORES DE LOCALIZAÇÃO DA GORDURA CORPORAL 
Mensura a quantidade de gordura e a localização da mesma, 
possibilitando avaliar riscos para a saúde 
5.1. Perímetro do pescoço 
Excesso de peso e alterações metabólicas 
Adultos Masculino Feminino 
34 34 
(BEN-NOUN; SOHAR/ LAOR, 2001; NAFIU et al., 2010) 
5.2. Perímetro da cintura (WHO, 2008) 
Avalia a adiposidade central, relacionada ao risco de doenças 
cardiovasculares, diabetes e alteração no perfil lipêmico 
5.3. Relação Cintura/Quadril (WHO, 2008) 
Avalia a concentração de gordura na região central do corpo, também 
relacionada ao risco de doenças cardiovasculares, diabetes e alteração no 
perfil lipêmico 
𝑅𝐶𝑄 (𝑐𝑚)
𝑐𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚)
𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑖𝑙 (𝑐𝑚
 
5.4. Relação Cintura/Estatura (WHO, 2008) 
Desequilíbrio na relação está associado a diversos fatores de risco 
cardiovascular, utilizando-se o ponto de corte único = 0,5 (para ambos os 
sexos) 
𝑅𝐶𝐸 (𝑐𝑚) = 
𝑐𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚)
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚)
 
5.5. Diâmetro abdominal sagital 
Avalia os níveis de gordura abdominal, ligados a fatores de risco 
cardiometabólicos. A classificação é de acordo com os pontos de corte 
propostos por KAHN et al. (1996) e Roriz (2016) 
5.6. Índice de Conicidade 
Avalia a obesidade e distribuição da gordura corporal, sendo determinado 
a partir do peso, estatura e perímetro da cintura (não há ainda ponto de 
corte para risco de doenças cardiovasculares) 
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝐶 = 
𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚)
0,109 𝑥 √
𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔)
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚)
 
(VALDEZ, 1991) 
5.7. Relação entre as dobras cutâneas do tronco e extremidades 
Quando o resultado é maior que 1, há risco para a saúde do indivíduo 
Comparação com valores de referência de %GC 
 
(QUEIROGA, 1998) 
 
REFERÊNCIAS 
BEN-NOUN, L. L.; SOHAR, E.; LAOR, A. Neck circumference as a simple 
screening measure for identifying overweight and obese patients. Obes 
Res, v. 9, n. 8, p. 470-477, 2001. 
BLACKBURN, G. L. et al. Nutritional and metabolic assessment of the 
hospitalized patients. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, v. 1, n. 
1, p. 11-22, 1977. 
BLACKBURN, G. L.; THORNTON, P. A. Nutritional assessment of the 
hospitalized patient. Medical Clinics of North America, v. 14, p. 1102-
1108, 1979. 
DURNIN, J. V. G. A.; WOMERSLEY, J. Body fat assessed from total body 
density and its estimation from skinfold thickness: measurementson 481 
men and women aged from 16 to 72 years. British Journal Of Nutrition, v. 
32, n. 01, p. 77-97, 1974. 
FRISANCHO A. R. New norms of upper limb fat and muscle areas for 
assessment of nutritional status. Am J Clin. Nutr., v. 34, p. 2540-2545, 
1981. 
FRISANCHO, A. R. Anthropometric standards for the assessments of 
growth and nutritional status. University of Michigan Press, 1990. 
GUEDES, D. P. Composição Corporal: Princípios Técnicas e Aplicações. 
APEF – Londrina, 2ª ed., 1994. 
JACKSON, A. S.; POLLOCK M. L. Generalized equations for predicting body 
density of men. British Journal of Nutrition, v. 40, p. 497-504, 1978. 
JACKSON, A. S.; POLLOCK M. L.; WARD, A. N. N. Generalized equations for 
predicting body density of women. Medicine and Science in Sports and 
Exercise, 1980. 
KAHN, H. C. et al. Simple anthropometric indices associated with ischemic 
heart disease. J Clin Epidemiology, 1996. 
LAMEU, E. B. et al. Adductor policis muscle: a new anthropometric 
parameter. Revista do Hospital das Clínicas, v. 59, n. 2, p. 57–62, 2004. 
LOHMAN, T. G. Advances in body composition assessment. Current 
issues in exercise science series. Monograph (1992) in: HEYWARD, V. H.; 
STOLARCZYK, L. M. Applied body composition assessment. Champaign, IL: 
Human Kinetics, 1996. 
MAICA, A. O.; SCHWEIGERT, I. D.. Avaliação nutricional em pacientes 
graves. Rev. bras. ter. intensiva, v. 20, n. 3, p. 286-295, 2008. 
MENEZES, T. N. M.; MARUCCI, M. F. N. Perfil dos indicadores de gordura e 
massa muscular dos idosos de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad. Saúde Púbica, 
v. 23, n. 12, p. 2887-2895, 2007. 
NAFIU, O. O. et al. Neck circumference as a screening measure for 
identifying children with high body mass index. Pediatrics., v. 126, n. 2, p. 
306-310, 2010. 
NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS. Plan and Operation of Third 
National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1994. 
PETROSKI, E. L. Desenvolvimento e validação de equações generalizadas 
para a estimativa da densidade corporal em adultos. [Tese de 
Doutorado]. Santa Maria (RS), Universidade Federal de Santa Maria, 1995. 
QUEIROGA, M. Utilização de Medidas Antropométricas para a 
Determinação da Distribuição de Gordura Corporal. Revista Brasileira de 
Atividade Física e Saúde, v. 3, p 37-47, 1998. 
RORIZ, A. K. C. Anthropometric clinical indicators in the assessment of 
visceral obesity: an update. Nutr. Clín. Diet. Hosp., v. 36, n. 2, p. 168-179, 
2016. 
ROSSI, L.; CARUSO, L; GALANTE, P. A. Avaliação Nutricional: novas 
perspectivas. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. (Cap 4. 
Anamnese Nutricional e Inquéritos Alimentares) 
SAMPAIO, L. R.; SILVA, M. C. M. DA. Avaliação nutricional: conceitos e 
importância para a formação do nutricionista. p. 15-21. 2012. 
SIRI, W. E. The Gross Composition of the Body. Advances In Biological 
And Medical Physics, v. 4, p. 239-280, 1956. 
VALDEZ, R. A. Simple Model-Based Index of Abdominal Adiposity. Journal 
of Clinical Epidemiology, v. 44, n. 1, p. 955-600, 1991. 
WHO Technical Report Series 894. Obesity: preventing and managing the 
global epidemic. World Organization Health, Geneve, 2000. 
World Health Organization (WHO). Waist Circumference and Waist-Hip 
Ratio: report of a WHO expert consultation. World Organization Health, 
Geneve, 2008.

Continue navegando