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Prévia do material em texto

2013
Cartografia
Prof. Arildo João de Souza
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de Siqueira Meurer 
Prof.ª Débora Mabel Cristiano
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Arildo João de Souza
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de Siqueira Meurer 
Prof.ª Débora Mabel Cristiano
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 526
S729c Souza, Arildo João de
Cartografia / Arildo João de Souza; Catarina Cristina 
Barbara de Siqueira Meurer; Débora Mabel Cristiano; Wanderlei 
Machado dos Santos. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 210 p. : il 
 ISBN 978-85-7830-723-3
 1. Cartografia.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
III
apresentação
Um dos mais importantes instrumentos de trabalho de um 
geógrafo ou professor de Geografia é, sem dúvida, o mapa, uma vez que 
não há como estudar, interpretar e localizar-se no espaço geográfico sem 
o seu apoio. No entanto, não são todos os profissionais desta área que 
atribuem a devida importância a este instrumento cartográfico.
A disciplina que estamos iniciando, Cartografia, tem por objetivo 
levá-lo(a) a compreender, analisar, interpretar e fazer a correta interpretação 
dos mapas. Trata-se de um importante instrumento que auxilia na formação 
da cidadania, uma vez que permite ao educando entender a noção da 
dimensão de seu município, estado, país e até do planeta inteiro, bem como 
adquirir conhecimento sobre os mais variados temas, desde a localização 
de cidades, rodovias, ferrovias, sobre a economia, os aspectos físicos e 
humanos. Enfim, o mapa nos coloca em contato com o mundo e traz o 
mundo até nós, sem necessidade de nos movimentarmos. 
Além disso, o mapa estimula a aventura, a traçar novas rotas, a 
embrenhar-se por caminhos desconhecidos, conhecendo novos lugares. 
É com este espírito de aventura que convidamos você a estudar 
neste Caderno de Estudos e a aprender tudo o que ele tem a oferecer sobre 
a cartografia e o mundo dos mapas. 
Bom estudo!
Prof. Arildo João de Souza
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de Siqueira Meurer 
Prof.ª Débora Mabel Cristiano
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA ...................................................... 1
TÓPICO 1 – A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS ATRAVÉS DA HISTÓRIA ............................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 O CONCEITO DE CARTOGRAFIA ............................................................................................... 3
3 O QUE SIGNIFICA UM MAPA ....................................................................................................... 4
4 A HISTÓRIA DOS MAPAS .............................................................................................................. 4
4.1 QUEM FORAM OS SUMÉRIOS ........................................................................................... 5
4.2 A CARTOGRAFIA ENTRE OS HABITANTES DAS ILHAS MARSHALL ......... 6
4.3 CARTOGRAFIA CHINESA .................................................................................................. 7
4.4 A INFLUÊNCIA GREGA NA CARTOGRAFIA ............................................................ 8
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 10
RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 14
TÓPICO 2 – OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS .............................................. 15
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 15
2 A CARTOGRAFIA NA IDADE MÉDIA ........................................................................................ 15
3 A INFLUÊNCIA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES NA CARTOGRAFIA ............................. 16
4 GERHARDT MERCATOR – UM NOVO MARCO NA CARTOGRAFIA .............................. 17
5 CARTOGRAFIA PORTUGUESA E SUA INFLUÊNCIA NO BRASIL .................................... 19
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 21
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 22
TÓPICO 3 – ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, COORDENADAS 
 GEOGRÁFICAS .............................................................................................................. 23
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 23
2 ORIENTAÇÃO .................................................................................................................................... 23
3 REDE GEOGRÁFICA ........................................................................................................................ 25
3.1 PARALELOS ............................................................................................................................... 25
3.2 OS MERIDIANOS ..................................................................................................................... 27
4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ............................................................................................... 30
4.1 Latitude .......................................................................................................................................... 30
4.2 Longitude ........................................................................................................................................ 30
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ...........................................................................................................32 
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ........................................................................................................... 34
LEITURA COMPLEMENTAR 3 .......................................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 47
UNIDADE 2 – CARTOGRAFIA BÁSICA .......................................................................................... 49
TÓPICO 1 – REPRESENTAÇÃO DA TERRA .................................................................................. 51 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 51 
sumário
VIII
2 BREVE HISTÓRIA DA REPRESENTAÇÃO TERRESTRE ........................................................ 51
3 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ................................................................................................... 52
3.1 PROPRIEDADE DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ......................................................... 53
3.2 SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO .............................................................................................. 54
3.3 PROJEÇÕES MAIS USADAS E SUAS CARACTERÍSTICAS ................................................... 56
3.3.1 Projeção policônica ................................................................................................................ 56
3.3.2 Projeção cônica normal de Lambert ................................................................................... 57
3.3.3 Projeção cilíndrica transversa de Mercator ....................................................................... 58
3.3.4 Projeção cilíndrica equivalente de Peters ........................................................................... 59
3.3.5 Projeção cônica ....................................................................................................................... 60
3.3.6 Projeção de Mollwiede .......................................................................................................... 61
3.3.7 Projeção azimutal ................................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 64
TÓPICO 2 – CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA ................................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 65
2 CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA ................................................................................................... 66
2.1 SÉRIES CARTOGRÁFICAS ........................................................................................................... 68 
2.1.1 Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo - CIM .................................................... 68 
3 CARTOGRAFIA TEMÁTICA .......................................................................................................... 70
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 73
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 74
TÓPICO 3 – PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE 
 SÍMBOLOS E LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS ...................................................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 75 
2 MAPA, CARTA, PLANTA .................................................................................................................. 75 
2.1 MAPA .............................................................................................................................................. 76
2.2 CARTA ............................................................................................................................................. 77
2.3 PLANTA .......................................................................................................................................... 78
3 ESCALAS .............................................................................................................................................. 79
3.1 ESCALA NUMÉRICA ................................................................................................................... 80 
3.2 ESCALA GRÁFICA ....................................................................................................................... 81
4 A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOS E LEGENDAS ...................................................................... 82
4.1 ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO ........................................................................................ 84
4.1.1 Planimetria ............................................................................................................................. 85
4.1.2 Hidrografia ............................................................................................................................. 85 
4.1.3 Vegetação ............................................................................................................................... 86
4.1.4 Unidades político-administrativas ..................................................................................... 86
4.1.5 Sistema viário ........................................................................................................................ 89
4.1.6 Linhas de limite ..................................................................................................................... 89
4.1.7 Aspectos do relevo ................................................................................................................ 90
 4.1.7.1 Principais características (IBGE) ............................................................................... 91
4.1.8 Curvas de nível ..................................................................................................................... 92
 4.1.8.1 Formas topográficas ................................................................................................. 92
 4.1.8.2 Cores hipsométricas ................................................................................................. 93
 4.1.8.3 Relevo sombreado .................................................................................................... 93
5 FUSOS HORÁRIOS ........................................................................................................................... 94
5.1 LINHA INTERNACIONAL DE DATA ...................................................................................... 96
5.2 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS ............................................................................................ 97
IX
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 101
TÓPICO 4 – ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DACARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA ........................................................................... 103
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 103
2 ATIVIDADES DIDÁTICAS DE CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ........... 104
2.1 CONSTRUÇÃO DE UMA MAQUETE DO QUARTO ............................................................ 104
2.2 JOGO BATALHA NAVAL .......................................................................................................... 105
2.3 A NOÇÃO DE ESCALA ............................................................................................................. 106
2.4 NOÇÃO DE ESCALA: PLANTA BAIXA DA SALA DE AULA ............................................ 107
2.4.1 Distância entre os pontos .................................................................................................... 108
2.5 DA MAQUETE À PLANTA DA SALA DE AULA .................................................................. 109
2.6 PLANTA DA SALA DE AULA ................................................................................................... 110
2.7 ATIVIDADES COM VARETAS ................................................................................................... 112
2.8 REPRESENTAÇÃO DE TRAJETOS ........................................................................................... 112
2.9 TRABALHO COM BÚSSOLA .................................................................................................... 113
2.10 CONSTRUINDO UMA BÚSSOLA SIMPLES ........................................................................ 113
2.11 DETERMINAR OS PONTOS CARDEAIS OBSERVANDO AS ESTRELAS ...................... 115
2.12 O JOGO DE FUTEBOL .............................................................................................................. 117
2.13 TRABALHO COM A POSIÇÃO DO SOL .............................................................................. 118
2.14 ATIVIDADES COM GLOBOS .................................................................................................. 118
2.15 ATIVIDADES COM FOTOS OU IMAGENS .......................................................................... 119
2.16 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ........................................................................................ 119
2.17 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ............................................................................................. 119
2.17.1 Utilizando a laranja para a compreensão das projeções ............................................ 120
2.17.2 Projeções cilíndricas, cônicas e planas ......................................................................... 120
2.18 BINGO DAS COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................................. 121
2.19 ATIVIDADES DE FUSO HORÁRIO ....................................................................................... 122
2.20 ROSA DOS VENTOS OU ROSA NAÚTICA ........................................................................ 125
3 CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO ................................. 128
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 130
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 134
UNIDADE 3 – AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS ................................ 135
TÓPICO 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA .......................................................... 137
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 137
2 NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA ............................................................................. 137
2.1 APLICABILIDADE DA FOTOGRAMETRIA ......................................................................... 138
2.2 OBTENÇÃO DE UMA FOTOGRAFIA AÉREA ......................................................... ............ 138
2.2.1 Fotografias aéreas ............................................................................................................... 139
2.2.2 Interpretação de fotografia aérea ...................................................................................... 141
2.2.3 Escala de uma fotografia aérea ......................................................................................... 142
3 SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS) .............................................................. 144
3.1 PRINCÍPIO BÁSICO DE FUNCIONAMENTO ....................................................................... 147
3.2 GPS Diferencial ou DGPS ............................................................................................................ 149
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 151
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 155
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 156
X
TÓPICO 2 – SENSORIAMENTO REMOTO .................................................................................. 157
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 157
2 GEOPROCESSAMENTO ................................................................................................................. 166
2.1 APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO EM IMAGENS DO SATÉLITE 
 LANDSAT ..................................................................................................................................... 167
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 168
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 172
TÓPICO 3 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) .......................................... 173
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 173
2 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA SIG ......................................................... 174
3 UTILIZAÇÃO DO SIG ..................................................................................................................... 176
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 179
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 183
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 184
TÓPICO 4 – O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA 
 CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA ............................................................................... 187
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 187
2 GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA ESCOLAR E GEOGRAFIA .... 188
LEITURA COMPLEMENTAR ...........................................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 194
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 195
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 197
APÊNDICE A .................................................................................................................................... 203
1
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• compreender a história da Cartografia; 
• conhecer os primeiros mapas e sua importância histórica; 
• saber como os diferentes povos representavam seus mapas; 
• compreender o que significa rede geográfica e coordenadas geográficas.
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles, você 
encontrará atividades para uma maior compreensão das informações 
apresentadas.
TÓPICO 1 – A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS ATRAVÉS DA HISTÓRIA
TÓPICO 2 – OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS
TÓPICO 3 – ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, COORDENA-
 DAS GEOGRÁFICAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
ATRAVÉS DA HISTÓRIA
1 INTRODUÇÃO
Desde os tempos pré-históricos, antes mesmo da invenção da escrita, o 
homem vem registrando e armazenando os conhecimentos sobre a superfície da 
Terra na forma de mapas, confeccionados com técnicas rudimentares e valendo-se 
dos materiais disponíveis, como placas de argilas (babilônios), papiros (egípcios), 
além dos maias, esquimós, chineses, astecas, entre outros, cada qual refletindo a 
cultura própria de sua sociedade, tendo como objetivo conhecer e administrar o 
uso do espaço geográfico que ocupavam. 
2 O CONCEITO DE CARTOGRAFIA
O conceito de CARTOGRAFIA foi estabelecido em 1966 pela Associação 
Cartográfica Internacional (ACI) e, posteriormente, ratificado pela UNESCO, no 
mesmo ano. 
Apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, 
técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações 
diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração 
de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de 
objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, 
bem como a sua utilização. (UNESCO apud IBGE, 2007). 
 Este termo foi apresentado pela primeira vez pelo historiador português 
Manuel Francisco Carvalhosa, Visconde de Santarém, em carta datada de 8 de 
dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco 
Adolfo de Varnhagen, tornando-se internacionalmente consagrado pelo uso. 
“CARTOGRAFIA - no sentido lato da palavra não é apenas uma das 
ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta 
a ser usada antes que outras ferramentas possam ser postas em trabalho” (ONU 
apud IBGE, 2007). 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
4
3 O QUE SIGNIFICA UM MAPA
O termo “mapa” e “mapeamento” também é comum a outras áreas 
da ciência, entre elas, economia, medicina etc. Contudo, enquanto produto é 
diferente do conceito utilizado pela Cartografia. 
Para Loch (2006, p. 33), “Os mapas da Cartografia têm características 
típicas que os classificam e representam elementos selecionados em um 
determinado espaço geográfico, de forma reduzida, utilizando simbologia e 
projeção cartográfica [...]”.
Para os cartógrafos, os mapas são veículos de transmissão do conhecimento. 
Eles são representações gráficas de determinado espaço geográfico, concebidos para 
transmitir a visão subjetiva ou o conhecimento de alguém ou de poucos para muitos.
Segundo MacEacheren (1994 apud LOCH, 2006, p. 33), “o mapa é 
principalmente um dispositivo de apresentação. Ele apresenta uma vista abstrata 
de uma porção do mundo com ênfase em algumas feições selecionadas”.
Desta forma, como adverte Loch (2006, p. 34), 
[...] se os mapas são modelos da realidade e a realidade é vista de 
maneira individual, então eles são subjetivos e não podem ser 
considerados como fotografias da realidade ou a própria realidade 
reduzida. Veja, um bichinho de pelúcia é um modelo de algum animal, 
mas não é o animal reduzido, por mais que lhe sejam dados atributos 
característicos daquilo que está representado. 
Um mapa, portanto, pode ajudar a conhecer e a interpretar uma parcela 
da realidade, seja esta física, política, econômica, populacional, entre outras, mas 
jamais este instrumento lhe dará uma visão total da realidade estudada. 
4 A HISTÓRIA DOS MAPAS
O mapa mais antigo registrado é o mapa de Ga-Sur (Figura 1 e 2) que foi 
confeccionado pelos sumérios, povo que habitou a Mesopotâmia, entre 3.800 
a 2.500 anos a.C. Este mapa mostra o Rio Eufrates, os acidentes geográficos 
circunvizinhos e os pontos cardeais.
TÓPICO 1 | A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
5
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
museudetopografia/museu/ his_topo.html>. Acesso em: 10 mar. 
2007.
FIGURA 1 – MAPA DE GA-SUR
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
museudetopografia/museu/his_topo.html>. Disponível em: 10 mar. 
2007.
FIGURA 2 – INTERPRETAÇÃO DO MAPA ANTERIOR 
4.1 QUEM FORAM OS SUMÉRIOS 
A origem deste povo permanece desconhecida até os dias atuais, porém os 
primeiros registros desta civilização datam de mais de 2.300 anos antes de Cristo. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
6
A astronomia suméria, avançada para a época, permitia obter cálculos 
do ciclo lunar que diferiam somente 0.4 segundos dos cálculos atuais. Foi 
encontrado também, na colina de Kuyundjick (a antiga Nínive), um cálculo 
com 15 casas, com resultado final igual a 195.955.200.000.000. Os gregos, no 
auge de sua civilização, não ultrapassaram o número 10.000, considerando 
tudo o que passasse deste valor como infinito.
Na cidade de Nipur, a 150 quilômetros de Bagdá, foi encontrada uma 
biblioteca sumeriana inteira, contendo cerca de 60.000 placas de barro com 
inscrições cuneiformes como na figura a seguir. 
FONTE: ACASICOS. O mistério dos sumérios. Disponível em: <http://www.acasicos.com.br/ html/
sumer.htm>. Acesso em: 12 mar. 2007. 
FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Imagem:Cuneiform_script2.jpg>. Acesso em: 15 mar. 
2007.
FIGURA 3 – PLACA DE ARGILA COM ESCRITA CUNEIFORME
4.2 A CARTOGRAFIA ENTRE OS HABITANTES DAS ILHAS 
MARSHALL 
Um mapa confeccionado com tiras de palha e conchas na figura a seguir 
representando as ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, nordeste da Austrália, é 
atribuído aos nativos habitantes destas ilhas. 
TÓPICO 1 | A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
7
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
museudetopografia/museu/his_topo.html>. Acesso em: 
16 mar. 2007.
FIGURA 4 – MAPA DAS ILHAS MARSHALL
4.3 CARTOGRAFIA CHINESA
A Cartografia chinesa já era desenvolvida antes que os europeus 
começassem a apresentar os primeiros trabalhos de destaque neste campo de 
conhecimento. Em várias regiões da China foram encontrados documentos 
antigos bastante valiosos que comprovam o cuidado dos governantes em registrar 
em mapas as riquezas naturais daquele país.
Pei Hsiu (224-273 d. C.) é, possivelmente, um dos nomes mais respeitados 
da Cartografia chinesa antiga, cujos trabalhos cartográficos eram acompanhados 
por textos explicativos. Embora os mapas confeccionados por ele não tenham sido 
encontrados, os textos escritos foram reconstituídos por estudiosos que chegaram 
à conclusão de que muitos princípios cartográficos conhecidos atualmente já 
eram empregados por este cartógrafo. 
Outro trabalho cartográfico chinês conhecido é o do Almirante Zheng 
He (1371-1433), XV daera atual, tratando-se de um mapa náutico, na figura a 
seguir, manuscrito, com 5,60m de comprimento e 20,5 cm de largura, mostra o 
itinerário desde o porto de Nanquim, na China, passando pelo estreito de Ortnuz 
e os portos da costa oriental da África, num percurso de aproximadamente 12 
mil km. O mapa mostra as rotas marítimas através de linhas pontilhadas com 
diversas instruções de navegação, mostrando ainda outras informações através 
de símbolos que representam os acidentes geográficos. (DUARTE, 2002).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
8
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
museudetopografia/museu/ his_topo.htm>. Acesso em: 11 mar. 2007.
FIGURA 5 – MAPA DE ZHENG HE
4.4 A INFLUÊNCIA GREGA NA CARTOGRAFIA 
Eratóstones (276-196 a.C.), na figura a seguir, calculou as medidas para a 
determinação do círculo máximo do Globo terrestre, chegando ao valor de 46.250 
km. Este pesquisador foi o primeiro a tentar medir o raio da Terra.
Eratóstenes comprovou, pela trigonometria, a esfericidade da Terra e 
mediu com engenhosidade e relativa precisão o perímetro de sua circunferência.
Num dos rolos de papiro da Biblioteca de Alexandria, encontrou a 
informação de que na cidade de Siena (hoje Assuã), ao meio-dia do solstício 
de verão (o dia mais longo do ano, 21 de junho, no Hemisfério Norte), o Sol se 
situava a prumo, pois iluminava as águas profundas de um poço. Entretanto, o 
geômetra observou que, no mesmo horário e dia, as colunas verticais da cidade 
de Alexandria projetavam uma sombra perfeitamente mensurável. Conforme 
concluiu, este fato só poderia ser possível se a Terra fosse esférica.
Aguardou o dia 21 de junho do ano seguinte e determinou que se instalasse 
uma grande estaca em Alexandria. Ao meio-dia, enquanto o Sol iluminava as 
profundezas do poço em Siena (fazia ângulo de 90º com a superfície da Terra), 
Eratóstenes mediu, em Alexandria, o ângulo de inclinação dos raios solares, 
7º12’, ou seja, aproximadamente 1/50 dos 360º de uma circunferência. Portanto, 
o comprimento do meridiano terrestre deveria ser 50 vezes a distância entre 
Alexandria e Siena.
TÓPICO 1 | A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
9
Alexandria e Siena situavam-se a uma distância desconhecida. Para 
medi-la, Eratóstenes determinou que uma equipe de instrutores com seus 
camelos e escravos a pé seguissem em linha reta, percorrendo desertos, aclives, 
declives e tendo que, inclusive, atravessar o rio Nilo. A distância mensurada 
foi de 5.000 estádios ou cerca de 925 km. Assim, multiplicando 925 km por 
50, conjecturou que o perímetro da Terra seria de 46.250 km, razoavelmente 
próximo do valor correto (40.076 km). 
FONTE: WIKIPEDIA. Esfericidade da Terra. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/ _
Esfericidade_da_Terra>. Acesso em: 16 fev. 2007.
FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Imagem: Portrait_of_Eratosthenes.png>. Acesso em: 10 fev. 2007.
FIGURA 6 – ERATÓSTENES
No século II a. C., Hiparco de Nicea (160-120 a. C.) leva para a Grécia os 
conhecimentos dos babilônios a respeito da graduação sexagesimal do círculo e, 
a partir disto, define a rede de paralelos e meridianos do globo terrestre. 
 Marino de Tiro (século I) define os princípios da Geografia Matemática 
e estabelece, pela primeira vez, a posição astronômica de numerosos lugares e 
cidades, especialmente na zona mediterrânea. 
Claudio Ptolomeu (90-168 d.C.) nasceu no início do século II da era 
cristã em Ptololemaida, Hérmia. Realiza observações astronômicas na cidade de 
Alexandria e escreve sua principal obra denominada Megalé Sintaxis ou Grande 
Construção que trata da Terra, do Sol, da Lua, do Astrolábio e de seus cálculos, das 
Elipses, um catálogo de estrelas e, finalmente, os cinco planetas e suas diversas 
teorias. Esta obra recebeu o título de El Almagesto na língua árabe (UFRGS, 2007).
Nesta obra, Ptolomeu aceita as medidas do grau e estabelece, através de 
cálculos, o comprimento do círculo máximo, para o qual obteve o valor de 30.000 
km. O erro associado a esta medida cria a falsa impressão de que a Europa e 
a Ásia se estendiam por mais da metade de toda a longitude terrestre, quando 
realmente cobre apenas 130°.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
10
Não se conhece nenhum exemplar do mapa de Ptolomeu, entretanto, 
foram realizadas numerosas cartas com esta denominação até a entrada do século 
XVII. Entre estas, as mais conhecidas são os Atlas publicados em 1477 em Bolonha, 
o de 1478 em Roma e o de 1482 em Ulm. 
O resultado da pesquisa sobre astronomia, realizada por Claudio 
Ptolomeu no século II, sustentando a tese de que a Terra ocupava o centro do 
universo, foi adotado pela Igreja durante toda a Idade Média, por 14 séculos, até 
ser derrubada pelas teorias de Copérnico e Galileu.
Segundo Ptolomeu, os planetas, o Sol e a Lua giravam em torno da Terra 
na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Com a 
ajuda da trigonometria, Ptolomeu estudou o movimento desses astros propondo 
uma explicação bastante simplista para o problema do movimento aparente 
dos planetas, pois eles parecem deter-se em determinados pontos de suas 
órbitas, inverter seu movimento, deter-se novamente e, finalmente, mover-se na 
direção inicial. Esses fenômenos devem-se, na realidade, ao fato de a Terra e os 
planetas moverem-se com velocidades diferentes em órbitas aproximadamente 
concêntricas e circulares. Ptolomeu, porém, para procurar explicar esse fenômeno 
aparentemente tão estranho, elaborou um sistema bastante complicado, 
embora geometricamente plausível. Os planetas estariam fixados sobre esferas 
concêntricas de cristal, presididas pela esfera das estrelas. Todas essas esferas 
girariam com velocidades diferentes, o que, julgava Ptolomeu, explicava as 
diferentes velocidades médias com que se moviam os diversos planetas. 
Personalidade das mais célebres da época do imperador Marco Aurélio, 
Ptolomeu foi o último dos grandes sábios gregos e procurou sintetizar o trabalho 
de seus predecessores. Por meio de suas obras de Astronomia, Matemática, 
Geometria, Física e Geografia, a civilização medieval teve seu primeiro contato 
com a ciência grega. (GEOCITIES, 2007).
 A ORIGEM DA CARTOGRAFIA
A cartografia surgiu por volta do ano de 2500 a.C., quando foi confeccionado 
pelos sumérios o que é considerado o primeiro mapa da história: uma placa de 
barro cozido com inscrições em caracteres cuneiformes (escrita suméria) onde foi 
representado o lado setentrional da região mesopotâmica.
Mas bem antes disso, o homem já havia se utilizado de pinturas (inclusive 
pinturas rupestres feitas com a intenção de representar o caminho dos locais 
onde havia caça) e até mesmo de entalhes e verdadeiras maquetes de pedra 
confeccionadas por esquimós e pelos astecas, respectivamente, como uma 
tentativa de representar pequenas localidades.
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
11
A “Pedra de Saihuite”, por exemplo, representa, junto com os entalhes 
esquimós, um dos primeiros trabalhos realizados com a técnica do que é chamado 
de “cartografia em relevo”, e foi feita para representar um bairro de uma cidade 
asteca. De fato, os astecas eram hábeis na confecção de representações geográficas, 
como o “Mapa de Tecciztlán”, que contém dados como a fauna da região retratada, 
e o “Códice Tepetlaoztoc”, todo colorido e que traz rotas terrestres e fluviais.
Os egípcios e chineses também dominaram a técnica da cartografia há 
muito tempo. Estima-se que os chineses usam a representação gráfica de regiões 
desde o século IV a.C. Para eles, os mapas serviam não só para se orientar, mas 
também para fins bélicos e para demarcar regiões, garantindo, assim, que os 
impostos fossem pagos.
Os egípcios também os usavam como ferramenta administrativa, para cobrar 
impostos e demarcar a terra. Mas, mais doque isso, foram eles que desenvolveram 
o método da triangulação para determinar distâncias baseados na matemática, e o 
“nível”, instrumento em forma de “A” com um pêndulo no meio, usado para medir 
áreas. Os egípcios faziam, ainda, registros cadastrais das terras em documentos 
considerados cartas geográficas. Seus túmulos e alguns papiros representavam o 
mundo dos mortos. Como se fossem um mapa do outro mundo, eles serviam para 
guiar as almas e, frequentemente, representavam o rio Nilo e planícies férteis.
Mas, destacaram-se mesmo na cartografia os gregos. O sistema cartográfico 
contemporâneo nasceu nas escolas de Alexandria e Atenas. A primeira tentativa 
de representar o mundo foi babilônica, mas sua concepção de mundo era limitada 
à região entre os rios Eufrates e Tigre, o que não diminui a importância do feito. 
Entretanto, os gregos se destacam porque foram os primeiros a usar uma base 
científica e a observação.
Usando a trigonometria, Eratóstenes (276-194 a.C.) mediu a circunferência 
da Terra, chegando bem perto dos 40.076 km reais (segundo ele, eram 45.000 km). 
Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.) representava o mundo como um círculo 
achatado, onde estavam Europa, Ásia e África circundadas por um oceano. Foi 
ele quem primeiro sugeriu que a Terra, por estar a igual distância dos demais 
astros, flutuava no espaço sem nenhum tipo de suporte ou apoio.
Mais tarde, Pitágoras defendeu que a Terra era esférica, de acordo com 
suas observações práticas e filosóficas (para ele, a forma esférica era a mais 
perfeita), que só seriam aceitas no meio científico anos depois, pela influência 
de Aristóteles. Hiparco (190 a.C. a 120 a.C.), astrônomo grego, foi quem criou 
o sistema de coordenadas geográficas de latitude e longitude, utilizando-se da 
matemática e da observação dos astros celestes.
Mas o trabalho mais importante da cartografia na época clássica foi, 
sem dúvida, a obra em oito volumes escrita por Claudius Ptolomeu. Sua obra, 
“Geographia”, contém as coordenadas de oito mil lugares, a maioria calculada 
por ele próprio, e, no último volume, ele dá dicas para a elaboração de mapas-
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
12
múndi e discute alguns pontos fundamentais da cartografia. Foi Ptolomeu 
também quem primeiro defendeu a teoria geocêntrica, ao afirmar que a Terra era 
um corpo fixo em torno do qual giravam os outros planetas.
Os romanos também se utilizavam de mapas, embora se preocupassem 
mais com seu caráter prático e, por isso, preferiam mapas que representavam 
áreas menores, rotas comerciais e territórios, como, por exemplo, a “Tábua de 
Peutinger”, que em seus mais de seis metros de comprimento por 30 centímetros 
de largura, representava diversos itinerários do Império Romano. Para isso, 
eles usavam o astrolábio, ou dioptra – como era chamado pelos gregos – um 
instrumento usado para se determinar a localização de pontos na Terra por meio 
da observação dos fenômenos celestes.
Findo o período clássico, a cartografia passou por um período de pouco 
desenvolvimento durante o início da Idade Média, quando a Igreja teve forte 
influência sobre a confecção dos mapas, que eram feitos de tal forma a perderem 
a exatidão. Nessa época, os árabes foram os principais responsáveis por qualquer 
desenvolvimento na área e foram, inclusive, responsáveis por trazer a bússola 
para o Ocidente, propiciando os mecanismos para o desenvolvimento de mais um 
tipo de carta pelos genoveses, as Cartas Portulanas, utilizadas para navegação.
Logo em seguida a esse período, no final da Idade Média, todo o 
conhecimento em torno da cartografia que estava esquecido no Ocidente, mas 
que vinha sendo preservado pelos árabes, voltou à tona, atingindo seu apogeu 
na época das Grandes Navegações, quando se inicia a Idade Moderna. Com a 
descoberta do Continente Americano, a cartografia toma mais um fôlego e iniciam 
os trabalhos para mapear o novo continente. Juan de La Cosa faz, então, o primeiro 
mapa-múndi a conter o novo mundo, em 1500. Foi nessa época (século XVI), após 
o descobrimento da América, que o holandês Gerhard Mercator, utilizando-se de 
todo o conhecimento produzido até a época, confeccionou o mapa-múndi que 
levaria seu nome e que representava grandes rotas em linhas retas.
Mas foi só a partir do século XVII que os países começam a se preocupar 
mais com o rigor científico dos mapas. É realizado então o primeiro levantamento 
topográfico oficial na França, em 1744, chefiado por César-François Cassini 
(1744-1784), que seriam os precursores dos mapas modernos. Do século XX em 
diante, com o desenvolvimento das técnicas cartográficas e o aperfeiçoamento da 
fotografia, a aviação e a informática, a cartografia dá um salto.
Atualmente são utilizadas fotos áreas e de satélites para a realização de 
mapas e cartas, que cada vez mais são utilizados eletronicamente, descartando a 
necessidade de impressão e tornando-os interativos.
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/museudetopografia/Artigos/História_da_
Cartografia.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2013.
13
Neste tópico você viu que:
• Dito de forma mais simples, podemos dizer que Cartografia é a arte de fazer 
mapas.
• O mapa com registro mais antigo é o mapa de Ga-Sur, confeccionado pelos 
sumérios, povo que habitou a Mesopotâmia entre 3.800 a 2.500 anos a.C. Este 
mapa mostra o Rio Eufrates e os acidentes geográficos circunvizinhos.
• Os habitantes das Ilhas Marshall confeccionaram um mapa usando tiras e 
conchas, para representar a localização das Ilhas. 
• A Cartografia chinesa já era desenvolvida antes que os europeus começassem a 
apresentar os primeiros trabalhos de destaque neste campo de conhecimento.
• Eratóstones (276-196 a.C.) calculou as medidas para a determinação do círculo 
máximo do Globo terrestre, chegando ao valor de 46.250 km. 
• Claudio Ptolomeu, no século II, sustentou a tese de que a Terra ocupava o centro 
do universo, tese adotada pela Igreja durante toda a Idade Média, por 14 séculos, 
até ser derrubada pelas teorias de Copérnico e Galileu.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
No decorrer do texto, abordamos a forma como os diferentes povos 
elaboravam seus mapas para representar o lugar onde viviam. Desenhe em 
uma cartolina um mapa, mesmo que seja rudimentar, representando o trajeto 
de sua casa até o local de reuniões para estudar esta disciplina. Procure 
representar não apenas o trajeto, mas a geografia da sua região, como relevo, 
rios, área agrícola, pastagem, mata nativa, reflorestamento, área urbana, 
localização de alguma indústria; enfim, referências que ajudem a registrar, de 
forma cartográfica, a paisagem relativa ao seu cotidiano. Guarde este mapa, 
pois você vai utilizá-lo em atividades futuras. 
AUTOATIVIDADE
15
TÓPICO 2
OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, a Cartografia nasceu antes mesmo do 
aparecimento da escrita. Cada povo deu sua contribuição, que, acrescentada por 
outras civilizações, deram origem aos mapas como conhecemos. Porém, foi o 
geógrafo flamengo Gerardo Mercator, na Europa do século XVI, quem forneceu 
as bases para a cartografia atual, como a projeção cilíndrica e UTM (Universal 
Transversa de Mercator).
A respeito de UTM – Universal Transversa de Mercator, você estudará na Unidade 3.
ESTUDOS FU
TUROS
2 A CARTOGRAFIA NA IDADE MÉDIA 
A Idade Média foi marcada por um período de decadência também da 
Cartografia: 
A cultura dos começos da Idade Média representou, sem dúvida, 
em certos aspectos, uma volta ao barbarismo. O intelecto não só 
estagnou, mas até mergulhou em abismos profundos de ignorância e 
credulidade. (GURNS apud DUARTE, 2002, p. 256). 
Segundo Duarte (2002, p. 33), a Cartografia da baixa Idade Média foi das 
mais pobres, tendo-se um exemplo na obra denominada Topografia Cristã, de 
autoria do frade Cosmas Indiocopleustes,editada pelos idos do ano 535, em 
que este nega a existência de antípodas (lugar que seria diametralmente oposto 
a outro no globo terrestre); nega também a ideia da esfericidade dos céus e da 
Terra. Para ele, a Bíblia não podia admitir um mundo de face para baixo. Como 
poderia haver tamanha insensatez, acreditando-se que houvesse homens com os 
pés para cima, lugares com tudo dependurado ao contrário, árvores crescendo às 
avessas, ou então a chuva caindo de baixo para cima? Tais ideias seriam contrárias 
aos ensinamentos cristãos, pois a Teologia era a rainha das ciências e tudo que 
houvesse para ser dito já estaria contemplado nas Sagradas Escrituras. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
16
3 A INFLUÊNCIA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES NA
CARTOGRAFIA 
Dom Henrique, Infante de Portugal, funda em 1420 a Escola de Navegadores 
em Sagres, promovendo a partir daí uma autêntica revolução na produção de cartas 
e mapas motivada pela divulgação e ressurgimento das teorias de Ptolomeu e pela 
invenção da imprensa, possibilitando estampar os mapas sobre pranchas de bronze. 
A Cartografia passou a ter, portanto, grande impulso na Europa a partir das 
viagens de exploração de novas terras, o que fez com que os navegadores sentissem 
a necessidade de poder contar com mapas cada vez mais atualizados e perfeitos. 
Os relatos das viagens dos navegadores, por outro lado, foram fundamentais para 
atualizá-los. Gradativamente foram surgindo especialistas na arte de confeccionar 
mapas, bem como, fábricas de mapas, onde as cópias eram obtidas manualmente 
por meio de desenhista, isto até o surgimento da imprensa. 
 Juan de la Cosa participou, em 1492, da expedição de Cristóvão Colombo, 
sendo proprietário da “Santa Maria”, principal navio da expedição. 
 
As relações de Juan de la Cosa com o Almirante não foram boas. Este chega 
até a acusá-lo de ser o responsável pelo naufrágio da “Santa Maria”, na noite de 
Natal de 1492.
Quando regressou, construiu sua famosa “Carta mapa-múndi” (na figura 
a seguir) no qual reúne e representa todas as terras descobertas por portugueses 
e espanhóis, compreendidas as descobertas por Caboto. O mapa é desenhado no 
porto de Santa Maria em 1500, sendo depois solicitado por reis católicos. Atualmente, 
este mapa encontra-se no Museu Naval de Madri (UFRGS, 2007).
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/ 
museudetopografia/museu/ his_topo.html>. Acesso em: 11 mar. 2007.
FIGURA 7 – CARTA DO MUNDO - 1500
TÓPICO 2 | OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS
17
Pedro e Jorge Reinel constroem, em Sevilha, em 1519, um planisfério com 
o equador graduado e destinado à expedição de Magalhães.
4 GERHARDT MERCATOR – UM NOVO MARCO NA 
CARTOGRAFIA
Gerhardt Kremer (1512-1594), geógrafo flamengo, que adota o nome 
de Mercator (Figura 8), desenvolveu, matematicamente, a famosa projeção de 
Mercator(*), (Figura 9), também conhecida como projeção cilíndrica, cujos meridianos 
são retos e equidistantes e paralelos também retos. Esta projeção cartográfica(*) 
possibilita introduzir outro tipo de projeção(*) muito utilizada em cartografia; a 
UTM (Universal Transversa de Mercator(*) tratando-se de uma projeção cilíndrica 
transversa secante(*), ou seja, os paralelos(*) e meridianos(*) formam igualmente 
linhas retas, porém mais espaçados entre si na direção dos polos. (UFRGS, 2007).
 Mercator nasceu na Flandres em Rupelmonte, hoje uma cidade belga. 
Estudou primeiramente na Holanda, transferindo-se e fixando-se depois para 
Lovania, onde se dedicou à construção de globos e mapas. Apesar de não ter 
viajado muito, desenvolveu durante a juventude o interesse pela Geografia e 
matemática como forma de ganhar a vida.
Desenvolveu vários estudos, que fizeram com que muitos o comparassem 
a um Ptolomeu de sua época. Muitos de seus trabalhos reformularam concepções 
estabelecidas por Claudio Ptolomeu, como o mapa da Europa, feito em 1554, 
reduzindo o Mar Mediterrâneo para 53 graus de comprimento.
Caro(a) adacêmico(a), os termos assinalados com asterisco(*) como projeção 
cilíndrica ou de Mercator, paralelos e meridianos, serão tratados com detalhes na Unidade 2.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
18
FIGURA 8 – GERARDUS MERCATOR
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
museudetopografia/museu/ his_topo.html>. Acesso em: 11 mar. 
2007.
FONTE: OBJETIVO. Disponível em: <www2.curso-objetivo.br/.../re_projecoes_1.
gif>. Acesso em: 14 fev. 2007.
FIGURA 9 – PROJEÇÃO DE MERCATOR OU CILÍNDRICA EQUATORIAL
A origem da palavra “atlas”, atualmente utilizada para designar 
publicações que reúnem um conjunto de mapas, foi igualmente um legado 
de Mercator, como consequência de seu trabalho de muitos anos, onde foram 
reunidos vários mapas que resultaram numa publicação que Mercator chamou 
de Atlas. Sua edição, entretanto, só ocorreu quatro meses após o falecimento de 
Mercator, em 1595, por iniciativa de seu filho Rumold. 
TÓPICO 2 | OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS
19
Para compreender a razão de Mercator ter utilizado esta palavra para 
designar uma publicação contendo os mapas que formam a Terra, temos que buscar 
sua origem na história.
Segundo Oliveira (1988, p. 37), Mercator criou este termo na segunda 
metade do século XVI, na extraordinária obra Atlas sive Cosmographicae Meditatione 
de Fabrica Mundi et Fabricati (Atlas ou medições cosmográficas sobre a construção 
do mundo e a figura do construído). Para Duarte (2002, p. 24):
 A palavra atlas, usada por Mercator para dar título à sua coletânea de 
mapas, ainda gera discussões. Para alguns, foi escolhida como uma 
homenagem ao rei Atlas (da Mauritânia), conhecido na Antiguidade 
por sua vocação humanitária e seus conhecimentos da natureza, sendo 
esta a versão que pode ser deduzida da folha de rosto da primeira 
edição. Para outros, teria sido a referência à divindade grega filho de 
Jápeto e de Cimene, irmão de Prometeu, que tendo tomado o partido 
dos gigantes contra os deuses e pretendendo derrubar o céu, fora 
condenado por Zeus a sustentá-lo nos próprios ombros. Esta versão 
foi adotada na segunda edição, em 1602, sob a orientação de Johannes, 
neto de Mercator.
5 CARTOGRAFIA PORTUGUESA E SUA INFLUÊNCIA NO
BRASIL 
A cartografia portuguesa dos séculos XV e XVI revela um mundo até 
então desconhecido. Ao navegar ao longo do litoral de quase todos os continentes 
e ilhas da Terra, os portugueses compreenderam pela primeira vez na história da 
humanidade os contornos dos continentes de um modo muito correto. É na escola 
cartográfica catalã que podemos encontrar a origem da cartografia portuguesa.
Em 1443, cartógrafos portugueses iam completando as anteriores cartas 
de marear para sul do cabo Bojador, situado na costa do Saara Ocidental, perto 
da latitude 27º Norte. 
Um dos mais notáveis mapas da História da cartografia é o planisfério 
anônimo português (dito de Cantino, na figura a seguir), que consiste num 
pergaminho medindo 105 x 220 cm, e se encontra atualmente na Biblioteca 
Estense de Modena, na Itália. Ele foi concluído em outubro de 1502 e 
adquirido por Alberto Cantino para Hércules de Este, duque de Ferrara, que 
pagou por ele a elevada quantia de 12 ducados. Não se conhece o seu autor, 
porém, supõe-se que foi realizado secretamente a partir da carta padrão que 
se encontrava no armazém real.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
20
Este planisfério constitui a primeira visão moderna do Mundo, pois foi 
executado imediatamente após as grandes viagens dos descobrimentos, realizadas 
até ao fim do Século XV. Além de representar a Europa e o Mediterrâneo, já 
conhecidos, observa-se o perfil da África traçado com uma correção que até 
então nunca foi possível alcançar e que é a forma conhecida hoje. Representa 
também para oriente, o oceano Índico, a Índia, representada pela primeiravez 
de uma forma bastante correta, apesar de que outras terras asiáticas, que ainda 
não tinham sido conhecidas pelos portugueses, apresentem certas deformações, 
pois baseavam-se, ainda, em dados recolhidos por Ptolomeu ou fornecidos aos 
portugueses por muçulmanos. É possível ainda salientar a primeira representação 
cartográfica do Brasil e de outras terras americanas.
FONTE: ENCICLOPÉDIA GRANDES PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA. São Paulo: 
Abril Cultural, 1969. 
FIGURA 10 – MAPA DITO DE CANTINO
Portanto, desde a época colonial, a Cartografia portuguesa influenciou de 
forma marcante o desenvolvimento desta atividade no Brasil. A vinda da família 
real para o Brasil foi responsável pelo surgimento de uma Cartografia nacional, 
embora com influência europeia. 
Com a implantação da Imprensa Régia, começam os trabalhos de 
edição de mapas nacionais, enquanto que o Real Arquivo Militar estaria 
responsável pela preservação de nosso acervo, com isso, apoiando a 
impressão de novos mapas, como foi o caso da planta da cidade de São 
Sebastião do Rio de Janeiro em 1812 (DUARTE, 2002, p. 3). 
Por enquanto, vamos ficar com estas informações. Na Unidade 2, aprofundaremos 
este estudo.
ESTUDOS FU
TUROS
21
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
• A Idade Média foi marcada por um período de decadência também da 
Cartografia.
• Dom Henrique, Infante de Portugal, funda, em 1420, a Escola de Navegadores 
em Sagres, promovendo, a partir daí, uma autêntica revolução na produção de 
cartas e mapas.
• A Cartografia passou a ter grande impulso na Europa, a partir das viagens 
de exploração de novas terras, o que fez com que os navegadores sentissem a 
necessidade de poder contar com mapas cada vez mais atualizados e perfeitos.
• Juan de La Cosa participou, em 1492, da segunda expedição de Cristóvão 
Colombo. Quando regressou, construiu sua famosa “Carta mapa-múndi”, 
na qual reúne e representa todas as terras descobertas por portugueses e 
espanhóis, compreendidas através das descobertas de Caboto. 
• Gerhardt Mercator (1512-1594), geógrafo flamengo, desenvolveu, 
matematicamente, a famosa projeção de Mercator, também conhecida como 
projeção cilíndrica, cujos meridianos são retos e os paralelos também são retos. 
• Mercator desenvolveu vários estudos que fizeram com que muitos o 
comparassem a um Ptolomeu de sua época.
• A origem da palavra atlas, atualmente utilizada para designar publicações que 
reúnem um conjunto de mapas, foi igualmente um legado de Mercator. 
• Um dos mais notáveis mapas da história da Cartografia é o planisfério anônimo 
português (dito de Cantino), a mais antiga carta conhecida, no qual aparece o 
Brasil e a Linha do Tratado de Tordesilhas.
22
Após estudar este tópico:
1 Relacione as principais contribuições de Gerhardt Mercator que influenciaram 
a Cartografia atual. 
2 De que forma os portugueses contribuíram para a expansão da Cartografia?
AUTOATIVIDADE
23
TÓPICO 3
ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para podermos fazer a correta interpretação de um mapa e dar a localização 
da área representada, é necessário compreender o que significa rede geográfica, 
que possibilitará fornecer as coordenadas geográficas do lugar ou da cidade que 
residimos.
Caro(a) acadêmico(a), a partir de agora você verá as verdadeiras bases da 
Cartografia, pois para compreender mapas e saber localizar um ponto qualquer na superfície 
da Terra é necessário entender o significado do conteúdo deste tópico.
ATENCAO
2 ORIENTAÇÃO
Durante muito tempo, as formas de orientação no espaço geográfico foram 
baseadas nas constelações, na Lua e, principalmente, no movimento aparente do Sol. 
Aos quatro pontos principais de orientação, ou seja, Norte, Sul, Leste e 
Oeste, convencionou-se chamar de Pontos Cardeais (a palavra cardeal significa 
principal). 
• Norte – Também conhecido como Setentrional ou boreal, corresponde à 
extremidade superior do eixo terrestre, cuja abreviatura é N.
• Sul – Também conhecido como Meridional ou austral, corresponde à 
extremidade inferior do eixo da Terra. Sua abreviatura é S.
• Leste – Conhecido também como Oriente ou levante, corresponde ao local 
onde o Sol nasce. Tem como abreviaturas L ou E.
• Oeste – Conhecido também como Ocidente ou poente, corresponde ao local 
onde o Sol se põe. Tem como abreviaturas O ou W. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
24
Existem, entre os pontos cardeais, os chamados pontos colaterais, sendo 
eles:
• Nordeste – Localiza-se entre o Norte e o Leste, tem como abreviatura NE.
• Sudeste – Situa-se entre o Sul e o Leste, tem como abreviatura SE.
• Noroeste – Situa-se entre o Norte e o Oeste, tem como abreviatura NO.
• Sudoeste – Situa-se entre o Sul e o Oeste, tendo como abreviatura SO.
Entre os pontos cardeais e colaterais, localizam-se ainda os seguintes 
pontos subcolaterais:
• Norte-nordeste
• Leste-nordeste 
• Leste-sudeste 
• Sul-sudeste
• Sul-sudoeste 
• Oeste-sudoeste 
• Oeste-noroeste 
• Norte-noroeste
A representação gráfica dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais 
denomina-se Rosa Náutica ou ainda Rosa dos Ventos. Veja nas figuras a seguir:
FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Pontos_cardeais>. Acesso em: 16 fev. 2007. 
FIGURA 11 – ROSA DOS VENTOS COM PONTOS CARDEAIS E 
COLATERAIS 
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
25
 FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Pontos_cardeais>. Acesso em: 16 fev. 2007.
FIGURA 12 – ROSA DOS VENTOS COM PONTOS CARDEAIS, 
COLATERAIS E SUBCOLATERAIS 
3 REDE GEOGRÁFICA
O movimento de rotação da Terra ao redor de seu eixo proporciona dois 
pontos naturais - os polos geográficos - nos quais está baseada a chamada rede 
geográfica. A rede geográfica consta de um conjunto de linhas traçadas de 
norte a sul unindo os polos, constituindo estas os meridianos, e um conjunto 
de linhas traçadas de leste a oeste paralelas ao equador, os paralelos. Expressa 
dentro do conceito oficial, rede geográfica é o conjunto formado por paralelos 
e meridianos, ou seja, pelas linhas de referência que cobrem o globo terrestre 
com a finalidade de permitir a localização precisa de qualquer ponto sobre sua 
superfície, bem como orientar a confecção de mapas (FRIGOLETTO, 2007).
3.1 PARALELOS
Os paralelos são círculos menores completos que têm seus planos 
em toda a extensão do globo terrestre, paralelos ao plano do equador, sendo 
perpendiculares ao eixo da terra.
Alguns paralelos recebem nomes especiais, pois cumprem funções 
especiais, sendo definidos a partir de situações relacionadas com o movimento 
de rotação da Terra, que define a posição do eixo.
Equador é o círculo máximo, constituindo, portanto, o paralelo que 
está equidistante dos polos geográficos, e por esta razão divide a Terra em dois 
hemisférios, norte e sul. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
26
Outros paralelos que cumprem funções geograficamente estratégicas, e 
que por esta razão recebem nomes especiais, são: Trópico de Câncer, Trópico 
de Capricórnio, Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico (Figuras 13 e 14).
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/
cartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 13 – DESENHO ESQUEMÁTICO DO GLOBO COM PARALELOS 
ESPECIAIS 
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br. 
cartografia/ index.php>Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 14 – PARALELOS
De acordo com Frigoletto (2007), os paralelos possuem as seguintes 
características:
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
27
•	Os paralelos seguem sempre em direçãoleste-oeste.
 
• Os paralelos cortam os meridianos formando ângulos retos, sendo isto correto 
para qualquer lugar do globo, exceto para os polos, tendo em vista que neles a 
curvatura dos paralelos é muito acentuada.
• O Equador é o círculo máximo completo, os demais paralelos são círculos 
menores.
 
• É infinito o número de paralelos possíveis de serem traçados sobre o globo. 
Consequentemente, qualquer ponto do globo, com exceção do polo norte e do 
polo sul, está situado sobre um paralelo.
3.2 OS MERIDIANOS
Os meridianos são semicírculos máximos, cujas extremidades estão nos polos 
norte e sul geográfico da Terra. É bom recordar que o conjunto de dois meridianos 
opostos constitui um círculo máximo completo; um meridiano é, portanto, só um 
semicírculo máximo, formando um arco de 180º (FRIGOLETTO, 2007).
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/
cartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 15 – MERIDIANOS
Desta forma, podemos dividir os meridianos em:
• Meridiano superior – refere-se à linha norte-sul da rede geográfica, que passa 
pelo local que estamos fazendo referência, ou aquele que contém o zênite de 
um lugar, tratando-se na realidade da linha que chamamos de meridiano. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
28
•	Meridiano inferior – atualmente mais conhecido como antimeridiano, uma vez 
que se localiza no hemisfério contrário ao meridiano superior. É, portanto, o 
meridiano diametralmente oposto ao meridiano superior e aquele que contém 
o nadir.
•	Meridiano inicial ou Meridiano de Greenwich – serve de base para a determinação 
dos hemisférios oriental e ocidental da Terra. A partir do Meridiano inicial, temos 
180 graus para leste, igualmente 180º para oeste. O seu antimeridiano serve de 
base para traçar a linha internacional de data.*
Prezado(a) acadêmico(a), sobre a função da linha internacional de data, você 
estudará de forma mais aprofundada na Unidade 2.
ESTUDOS FU
TUROS
Zênite: significa o ponto da esfera celeste na vertical da nossa cabeça. 
Nadir: ponto da esfera terrestre diretamente abaixo do observador e diretamente oposto 
ao zênite. 
NOTA
Os meridianos possuem ainda outras características, que são:
• Todos os meridianos estão traçados na direção norte-sul.
 
• Os meridianos têm sua máxima separação no Equador e convergem em direção 
aos dois pontos comuns nos polos.
 
• O número de meridianos a ser traçado sobre o globo é infinito. Sendo assim, existe 
um meridiano para qualquer ponto do globo. Para sua representação em mapas, 
os meridianos utilizados estão separados por distâncias iguais, no caso do mapa 
abaixo, a cada 20º (vinte graus) (FRIGOLETTO, 2007). Veja na figura a seguir: 
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
29
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/cartografia
index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 16 – PLANISFÉRIO COM AS LINHAS DA REDE GEOGRÁFICA SEPARADAS 
A CADA 20º
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.
brcartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 17 – MERIDIANO, ANTIMERIDIANO E OS HEMISFÉRIOS ORIENTAL E
OCIDENTAL DO GLOBO TERRESTRE
Caro(a) acadêmico(a), ao estudar este tópico, tenha em mente que ao alfabetizar-
se na linguagem cartográfica, você terá um instrumento visual poderoso para compreender o 
mundo em que vivemos: o mapa. Bons estudos!
ATENCAO
30
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
As coordenadas geográficas (na figura a seguir), ou seja, a latitude e a 
longitude de qualquer ponto da superfície terrestre, são determinadas com base 
na rede geográfica. Para determinar a latitude são considerados os paralelos, já 
para a determinação da longitude consideramos os meridianos.
4.1 LATITUDE 
Por convenção, a Terra foi dividida em dois hemisférios a partir da Linha 
do Equador: Norte ou Setentrional e Sul ou Meridional.
A latitude de um lugar é definida como o arco de meridiano, medido em 
graus, entre o lugar considerado e o Equador. Portanto, a latitude pode oscilar 
entre zero grau no Equador até 90 graus nos polos geográficos norte ou sul. Por 
exemplo: a latitude de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, é 27º 
35’49’’ S (Sul), onde se lê da seguinte forma: Latitude 27º Graus, 35 minutos e 
49 segundos Sul (minutos e segundos aqui refere-se à fração de graus de uma 
circunferência) (FRIGOLETTO, 2007).
4.2 LONGITUDE
A Terra foi igualmente dividida em dois hemisférios a partir do Meridiano de 
Greenwich, ou seja, Hemisfério Leste ou Oriental e Hemisfério Oeste ou Ocidental.
O sistema empregado para localizar pontos sobre a superfície terrestre 
consiste em medir as longitudes de arco ao longo dos meridianos e paralelos. 
A longitude de um lugar pode definir-se como a medida angular, 
medido em graus, entre o meridiano principal ou Meridiano de 
Greenwich e qualquer ponto na superfície terrestre, no sentido leste 
ou oeste. É universalmente aceito como meridiano principal o que 
passa pelo Observatório de Greenwich, perto de Londres, a que 
frequentemente se designa como meridiano de Greenwich. A este 
meridiano corresponde a longitude 0º. A longitude de qualquer ponto 
dado sobre o globo é medida na direção leste ou oeste a partir deste 
meridiano, pelo caminho mais curto. Portanto, a longitude deve oscilar 
entre zero e 180º graus, tanto a leste quanto a oeste de Greenwich. 
Por exemplo, a longitude de Florianópolis é de 48º32’56’’ onde se lê 
da seguinte forma: Longitude 48 graus, 32 minutos e 56 segundos 
(FRIGOLETTO, 2007).
 
Com o objetivo de facilitar a localização de qualquer longitude, os mapas 
e globos são confeccionados cujos meridianos possuem longitudes estabelecidas. 
Os principais meridianos são aqueles traçados a cada 15º, o que correspondem 
aos fusos horários*. Um grau de longitude na linha do Equador corresponde a 
111 km aproximadamente.
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
31
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.
br/cartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 18 – AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS: LATITUDE E LONGITUDE 
A respeito de fusos horários, você estudará com maior profundidade na Unidade 
2, o Tópico 3.
ATENCAO
É muito importante que você não confunda rede geográfica com coordenadas 
geográficas. A rede geográfica é o conjunto das linhas paralelas e meridionais, já as 
coordenadas geográficas consistem na localização de um ponto qualquer na superfície da 
Terra, ou seja, a latitude e longitude, utilizando-se para isso rede geográfica.
IMPORTANT
E
32
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
USOS DA CARTOGRAFIA
Historicamente, o uso da Cartografia esteve restrito às questões de 
segurança e integração nacional. Todavia, com o reconhecimento da necessidade 
da componente geográfica do desenvolvimento, há uma demanda crescente de 
informações precisas e articuladas acerca dos diferentes territórios que compõem 
o espaço geográfico brasileiro, de modo que se tenha um diagnóstico permanente 
de suas necessidades e potencialidades. Esse conhecimento aprofundado acerca 
do território nacional é fundamental para nortear a atuação governamental. 
Revela-se aí, portanto, a importância da Cartografia como instrumento de 
planejamento e gestão pública.
A seguir são citados alguns exemplos de setores que utilizam a Cartografia 
para o desenvolvimento de suas diversas atividades. 
• Agronegócios 
Identificação de culturas, bacias hidrográficas, zoneamento rural e florestal, 
cadastro técnico rural, barreiras sanitárias e desenvolvimento rural. 
• Petróleo e gás 
Controle de exploração de bacias petrolíferas, oleodutos e análise de projetos. 
• Energia elétrica 
Identificação de pontos estratégicos para geração de energia elétrica,projetos de usinas hidrelétricas, controle das linhas de transmissão e das 
redes de distribuição. Controle, fiscalização e projetos de subestação e 
linhas de transmissão. 
• Telecomunicações 
Identificação de posicionamento estratégico para instalação de antenas 
captadoras e/ou repetidoras, estudos para cumprimento de metas 
reguladoras da concessão, para atendimento a novos clientes e áreas 
geográficas diversas. 
• Monitoramento e abastecimento de água 
Identificação e representação das bacias hidrográficas, propiciando estudos 
para seu gerenciamento (governamental e por comitês), bem como do 
potencial hídrico, da potabilidade das águas, de projetos que possam 
produzir poluição. Subsídio a ações reguladoras e de provimento de água. 
LEITURA COMPLEMENTAR 1
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
33
• Saneamento 
Estudos, identificação e representação das formas de esgotamento 
sanitário, objetivando sua detecção, avaliação de impactos ao meio 
ambiente e melhoria/adequações para preservar principalmente a saúde 
das comunidades. 
• Mineração 
Estudo, controle, fiscalização, licenciamento de áreas para exploração de 
minerais, de garimpos e monitoramento de resíduos. 
• Transporte 
Elaboração de projetos, fiscalização e manutenção de rodovias, ferrovias, 
pistas de aeroportos, portos e obras. 
• Área indígena 
Identificação, demarcação e controle das áreas indígenas. Monitoramento 
do uso e exploração de terras indígenas. 
• Meio ambiente 
Controle e fiscalização de parques, reservas, recursos naturais e áreas 
degradadas. Identificação de fontes poluidoras. Zoneamento ecológico 
econômico. Planos de gestão ambiental. Controle e fiscalização de áreas 
com reflorestamento. Acompanhamento de desmatamentos e queimadas. 
• Administração pública 
Planejamento e desenvolvimento territorial, ambiental, social e econômico 
de regiões, estados e municípios. Elaboração de bases cartográficas plano-
altimétricas estruturadas, mapas regionais, estaduais e municipais. 
• Reforma agrária 
Elaboração de Cadastro Técnico Rural, identificação de áreas não 
aproveitadas para manejo agrícola, avaliação e identificação de áreas 
propícias para reforma agrária e tributação e avaliação de imóveis rurais. 
34
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
• Base territorial (Geoestatística) 
Elaboração de mapas territoriais de unidades político-administrativas 
(municípios, distritos, cidades, bairros, vilas e povoados) e operacionais 
(setores censitários), que retratam a visão municipal e viabilizam o 
planejamento da logística e o controle das operações censitárias, como 
também a espacialização (referenciamento geográfico) de informações 
estatísticas (demográficas, econômicas, ambientais e outras de cunho social). 
• Outros 
Outros campos de utilização da Cartografia incluem: segurança 
institucional, setor náutico, aeronáutico, defesa militar. 
FONTE: IBGE. Usos da cartografia. Disponível em: <www.concar.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 
fev. 2007.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NO ENSINO 
FUNDAMENTAL: DILEMAS ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA
Deuzimar da Conceição Souza/UEB deuzimar8@hotmail.com
Ricardo Bahia Rios/UEB brios@uneb.br
INTRODUÇÃO
O presente trabalho contempla uma discussão acerca da construção 
de saberes cartográficos no Ensino Fundamental. Trata-se de análises de uma 
pesquisa realizada com professores do 5° ano do Ensino Fundamental I, que 
exercem a docência no Centro Integrado de Educação Professor Joselito Amorim, 
escola da rede pública municipal de ensino, que está localizada na região central 
da cidade de Feira de Santana1, no semiárido baiano. O objetivo principal dessa 
pesquisa foi aferir como vem sendo construído o processo de alfabetização 
cartográfica destes estudantes da rede da referida instituição.
1 A cidade de Feira de Santana-Bahia, também conhecida como Princesa do Sertão, desenvolveu-se graças à 
sua posição geográfica, no limite do Recôncavo com os tabuleiros semiáridos e partindo na confluência das 
zonas da mata e do litoral, distante 109 km da capital Salvador. A nova aglomeração tornou-se pouso de tropas 
e dos viajantes provenientes do alto sertão. Feira de Santana se destaca por ser a segunda maior cidade da 
Bahia, com uma população de 579.997 habitantes, segundo o IBGE (2007), sendo sua economia diversificada nos 
três setores: primário, secundário e terciário. Mas o grande comércio predomina na cidade, com mais (13.207) 
estabelecimentos, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI-BA, 2005).
 
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
35
O desejo de investigar tal questão foi consequência das situações formativas 
vivenciadas durante o terceiro semestre nos componentes curriculares Cartografia 
Temática e Prática de Ensino em Geografia, do curso de Licenciatura em Geografia 
da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XI, situada no Território de 
Identidade do Sisal2, articuladas às minhas aprendizagens na educação básica. 
O CONCEITO:
A cartografia como meio de comunicação já aparece antes mesmo da 
invenção da escrita. Observa-se que as informações cartográficas constituem as 
bases sobre as quais se tomam decisões e encontram soluções para os problemas 
políticos, econômicos e sociais. A cartografia constitui-se numa das principais 
ferramentas usadas pela humanidade para ampliar os espaços territoriais e 
organizar sua ocupação, desta forma podemos afirmar que:
A cartografia é o conjunto de estudos e operações lógico-matemáticas, técnicas 
e artísticas que, a partir de observações diretas e da investigação de documentos 
e dados, intervém na construção de mapas, cartas, plantas e outras formas de 
representação, bem como no seu emprego pelo homem. Assim, a cartografia é uma 
ciência, uma arte e uma técnica (CASTROGIOVANNI, 2000, p. 39). 
Já no mundo contemporâneo, a importância da cartografia é fundamental 
para o ensino da geografia, sendo que a cartografia tornou-se relevante para 
a educação contemporânea, tanto para o aluno atender às necessidades do 
seu cotidiano, quanto para estudar o ambiente em que vive. Aprendendo as 
características físicas, econômicas, sociais e humanas do ambiente, ele pode 
entender as transformações causadas pela ação do homem e dos fenômenos 
naturais ao longo do tempo. Segundo Castrogiovanni (2000, p. 39), “A figura 
cartográfica (mapa, carta ou planta) é uma representação que, no uso cotidiano, é 
utilizada desde a localização de cursos d’ água, de caças, de grutas pelo homem 
das cavernas a turistas em viagens e compradores/vendedores de imóveis”. 
A importância da cartografia, a cada dia, vem tendo uma contribuição, 
também em outras ciências, pois serve de domínio e controle do território. Os 
Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia (1998) definem Cartografia como 
um conhecimento que vem se desenvolvendo desde a Pré-História até os dias de 
hoje e que, por intermédio da linguagem cartográfica, se torna possível sintetizar 
informações, expressar conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas – 
2 O Território de Identidade do Sisal, mais conhecido como Região Sisaleira, está localizado no semiárido da 
mesorregião do Nordeste Baiano, distante da capital baiana aproximadamente 180 km, envolvendo cerca de 
20 municípios, entre os quais merecem destaque Santa Luz, Conceição do Coité, Queimadas, São Domingos e 
Valente, conhecida como a capital do sisal e sede do Território de Identidade do Sisal, pois estes municípios são 
os que mais se destacam na produção por hectare do sisal entre os anos de 1990 e 2006 (IBGE-SIDRA, 2008) e se 
tornaram referências nessa área, embora o cultivo do sisal tenha sofrido uma queda na produção. Os municípios 
que formam este território são: Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité, Ichu,Itiúba, 
Lamarão, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quinjingue, Retirolândia, Santa Luz, São Domingos, Serrinha, 
Teofilândia, Tucano e Valente.
36
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
sempre envolvendo a ideia de produção do espaço, sua organização e distribuição. 
São ainda os Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia que reafirmam a 
importância da Cartografia, ao colocarem como um dos objetivos do estudo de 
Geografia no Ensino Fundamental a utilização da linguagem cartográfica para obter 
informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos, sugerindo 
blocos temáticos, onde se elencam conteúdos, como a leitura e a compreensão das 
informações que são expressas em linguagem cartográfica. 
A cartografia sempre esteve ligada aos conhecimentos geográficos, pois 
desde o seu surgimento tem contribuído para descobertas e conquistas do espaço 
pelo homem, quanto para compreensão, representação do conhecimento do 
objeto de estudo da geografia, que é o espaço geográfico. Ainda a cartografia 
tem como papel integrar o conhecimento geográfico, pois a mesma contribui 
para a construção e a representação das relações sociais, com o espaço habitado 
pelo homem. Segundo Joly (2004, p. 9), “Dentro dos limites das restrições 
de um contexto, o mapa descreve uma porção do espaço geográfico com suas 
características qualitativas e/ou quantitativas”. 
 O ensino nos níveis de Ensino Fundamental e Médio é sumariamente 
importante para despertar a percepção espacial, proporcionando à criança 
o entendimento sobre o espaço físico que habita, sendo papel do professor de 
Geografia criar situações que estimulem a criança a compreender o contexto em 
que vive. Para isso, é fundamental trabalhar na perspectiva do próprio aluno, 
sendo que os livros didáticos de Geografia são insuficientes para a compreensão 
e interpretação do espaço em que se vive, pois construir um mapa para ilustrar 
ruas para traçar melhor o caminho é ação que faz parte do cotidiano de grande 
parte da sociedade. 
Porém, muitas vezes estas tarefas se tornam árduas, exigindo uma maior 
desenvoltura, que envolve uma série de conhecimentos que só são adquiridos num 
processo de alfabetização cartográfica, que começa no ambiente escolar, onde a 
compreensão do mapa permite ao aluno atingir uma nova organização estrutural de 
sua atividade prática e de concepção do espaço. Segundo Almeida (2001, p. 13), “[...] 
os mapas expressam ideias sobre o mundo”. Já de acordo com Passini (2002, p. 15), 
“[...] o mapa é uma representação codificada de um determinado espaço real”.
Para ensinar os conceitos cartográficos na sala de aula, nessa modalidade 
de ensino, deve-se primeiro trabalhar o espaço concreto do aluno, onde: 
Os espaços não devem ser vistos de forma estanque, quer em nível do 
município, bairro, estado ou país, pois são espaços que dependem entre si e 
interagem. A interligação e a integração surgem quando se realiza a leitura do 
espaço humanizado e organizado pelo homem. (PASSINI, 2002, p. 46).
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
37
Nas séries iniciais, os professores devem iniciar o trabalho com o estudo 
do espaço concreto do aluno, o mais próximo dele, ou seja, o espaço da sala de 
aula, o espaço da escola, o espaço do bairro, para somente nos dois últimos anos 
desse ciclo falar em espaço maior, como o município, o estado e o planisfério, 
sendo o mais importante, para depois desenvolver a capacidade de leitura 
e de comunicação oral e escrita por fotos, desenhos, maquetes e mapas, assim 
permitindo ao aluno a percepção e o domínio do espaço à sua volta. Através 
desse trabalho o educando consegue atribuir algumas funções, que são a de ter 
visão oblíqua e vertical, noção de construção de legenda, referência e orientação, 
pois a criança precisa ter a noção do espaço vivido para depois partir para estudar 
os limites do bairro, município, e por último, o planisfério. 
Conforme Passini (2002, p. 25), “[...] para chegar a um nível de interpretação 
mais profundo é necessário passar por experiências para a construção das noções 
espaciais, partindo das relações elementares no espaço cotidiano”. A cartografia 
hoje está voltada para além de uma técnica de representação destinada à 
leitura e à explicação do espaço geográfico, onde o aluno passa a ser orientado 
a desenvolver uma consciência crítica em relação ao mapeamento que estará 
realizando em sala de aula. O discente deixou de ser visto como um mapeador 
mecânico para ser um mapeador consciente, de um leitor passivo para um leitor 
crítico dos mapas. A sua função terá que possuir habilidades e sensibilidade no 
despertar das percepções para o trabalho dos conceitos cartográficos. Segundo 
Castrogiovanni (2000, p. 39), “[...] a cartografia oferece a compreensão espacial do 
fenômeno, tanto para o uso cotidiano como para o científico; a figura cartográfica 
tem, a princípio, uma função prática”. 
 A prática cartográfica deve estar em sintonia com os avanços tecnológicos, 
em que o uso da multimídia pela cartografia possibilitou uma maior interatividade 
pelo usuário, com sua pesquisa e um novo olhar sobre a ciência cartográfica como 
um todo. “Atualmente, a cartografia entra na era da informática.” (MARTINELLI, 
2005, p. 10).
 Na atualidade, a informática faz parte do cotidiano das pessoas, sendo 
comum encontrar computadores na maior parte das atividades cotidianas. E a 
informatização atingiu recentemente as escolas. A cartografia também passa por 
um processo de transformação, com os recursos da cartografia digital juntamente 
com os Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
A cartografia não permaneceu alheia a esse processo de expansão da 
internet. Hoje, ela é um importante meio de disseminação de conhecimento 
geográfico e de material cartográfico, além de constituir importante fonte de 
pesquisa, pois disponibiliza informações quantitativas, imagens de satélite, 
mapas, além de extenso material bibliográfico. (RAMOS, 2005, p. 132).
38
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
O CONTEXTO DA PESQUISA 
A centralidade dessa pesquisa se delimitou no Centro Integrado de Educação 
Prof. Joselito Amorim, que se localiza na Rua Coronel Álvaro Simões, sem número, 
na cidade de Feira de Santana-Bahia3. Trata-se de um colégio de grande porte, com 
atendimento a 1.900 alunos do Ensino Fundamental I e II e EJA, possuindo uma 
grande estrutura física, com uma quadra de esporte. São seis turmas do 5° ano do 
Fundamental, sendo três ofertadas no turno matutino e três no turno vespertino, 
com as aulas sendo ministradas por três professoras em ambos os turnos. 
A metodologia utilizada no desenvolvimento desse trabalho baseou-
se em diagnóstico da real situação dos professores, pertinentes aos conteúdos 
cartográficos, bem como as dificuldades encontradas para o aprendizado e 
transmissão dos conteúdos.
Como instrumento para coleta de dados foi aplicado questionário elaborado 
com quatro perguntas às professoras das turmas do 5° ano do Fundamental. A 
demanda de tempo para atividade foi de aproximadamente sete dias. 
Linguagem cartográfica na escola:
A) Em relação ao tempo de serviço na área, todas responderam ter mais de 10 anos 
de docência e todas as professoras tendo graduação em Geografia. 
 A questão da alfabetização cartográfica, muitas vezes, não é compreendida 
pelos professores do 5° ano, dentre outros motivos porque a formação acadêmica 
foi ineficiente nesta área, ou inexistente.
FIGURA 4 - CICLO DA MÁ ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA
FONTE: Pesquisa de campo (2009)
Escola
Professor/Aluno
Universidade
Professor/Aluno Universidade
Aluno/Professor
Escola
Aluno/Professor
3 O estado da Bahia, com 564.692,7 km2 e uma população de 13.070.250 habitantes, em 2000, é o maior estado do 
Nordeste do Brasil em tamanho e em população (SILVA. S, 2006, p. 117). 
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO,REDE GEOGRÁFICA, 
39
A figura resume o processo da má alfabetização cartográfica, com 
surgimento de um ciclo, sendo que o primeiro passo está na função aluno na 
escola/professor, na qual o aluno não aprende conteúdos cartográficos, por conta 
de algumas fragilidades na formação do professor. Logo depois esse aluno entra 
na universidade, no curso de formação de professores de Geografia, e novamente 
esses conteúdos não são repassados de forma que possam transpor a realidade 
do aluno. Então, futuramente, ele, após licenciado, vai lecionar em uma escola, 
ou em uma universidade, após um curso de pós-graduação, disseminando a má 
alfabetização cartográfica. Diante disso, foi perguntado às professoras: 
B) O que é alfabetização cartográfica? Uma professora se destacou dizendo que: 
“Ler mapas significa trabalhar a espacialidade do indivíduo e sua percepção”. 
C) Foi perguntado se são utilizadas algumas práticas pedagógicas voltadas à 
alfabetização cartográfica, e todas as professoras responderam que utilizam 
apenas a confecção de mapas e leituras através de imagens de livros. 
D) Todas responderam que seus alunos têm dificuldades de entender os 
conceitos cartográficos, sendo que um dos motivos é a falta de recurso, que a 
escola não dispõe.
Sobre a importância da cartografia, percebe-se que os docentes aferidos 
não têm bem definida a verdadeira função do mapa, sendo ele identificado pela 
descrição de um espaço considerado externo, fora do contexto do mundo social 
(CARLOS, 2003, p. 76). “A cartografia pode apreender e representar o objeto da 
geografia, que é o espaço produzido, essencialmente humano.” 
Conforme esse questionário, os professores aferidos não utilizam de muitos 
recursos para que os discentes possam compreender e entender, ler um mapa. Para 
tanto, o professor deve estimular o aluno a desenvolver a lateralidade, a orientação, 
o sentido de referência em relação a si próprio e em relação aos outros, o significado 
de tamanho e de distâncias. O professor deve solicitar que o aluno desenhe trajetos 
que são percorridos no dia a dia, construir legendas e confrontá-las com as legendas 
formais, estimulando o raciocínio cognitivo do aluno:
 
Muitas dessas habilidades podem ser desencadeadas nas séries iniciais 
do Ensino Fundamental. No entanto, é muito comum que, a partir da 5ª 
série, os professores reclamem que os alunos não têm o conhecimento 
e nem as habilidades necessárias para trabalhar com mapas. Não resta 
dúvida de que, se os alunos não apresentam ainda o domínio dessas 
habilidades básicas, o professor terá que desenvolver, mesmo nas 
séries mais avançadas, atividades nesse sentido (CASTROGIOVANNI, 
2000, p. 106). 
40
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Rosângela, Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na 
escola. São Paulo: Contexto, 2001. 
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de geografia: práticas e 
textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. 
CARLOS, Ana Fani, Alessandri. A geografia na sala de aula. 5. ed. São Paulo: 
Contexto, 2003. 
CASTELLAR, Sonia. Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo: 
Contexto, 2005. v. 5. 
DUARTE, Paulo, Araújo: Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, 2008. 
JOLY, Fernand. A cartografia. Campinas: Papirus,1990. 
MARTINELLI, Marcelo. Mapas de geografia e cartografia temática. 2. ed. São 
Paulo: Contexto, 2005. 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. 2. GEOGRAFIA/MEC/SEF, 
1998. 
PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 12. ed. São 
Paulo: Contexto, 2002. 
______ (Org.). Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado. São 
Paulo: Contexto, 2007. 
CONCLUSÃO:
O objetivo desse trabalho de campo não é de trazer conclusões fechadas 
a respeito da educação cartográfica e sim uma pequena contribuição da real 
situação da má alfabetização cartográfica, tão comum em nossas escolas. Mediante 
essa realidade, essa proposta de aprendizagem traz algumas sugestões que 
envolvem o domínio cognitivo da representação do espaço, que possam ampliar 
os conhecimentos cartográficos dos professores das séries iniciais, com intenção 
de que eles possam oferecer aulas de geografia voltadas para a cartografia 
mais interessante, dando um enfoque construtivista de ensino. A alfabetização 
cartográfica é tão importante quanto a aprendizagem da escrita e da matemática, 
pois a mesma se constitui em subsídios básicos para que os alunos possam ter 
definida e fundamentada a representação de espaço em que vivem, pois é através 
do espaço cotidiano e da reflexão que a criança poderá entender um pouco da 
dinâmica que é o espaço organizado fora do ambiente escolar.
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
41
RAMOS, Cristhiane da Silva. Visualização cartográfica e cartografiamultimídia:
conceitos e tecnologias. São Paulo: UNESP, 2005.
 
SILVA, S. B. de M.; SILVA, B. C. N. Estudos sobre globalização, território e Bahia. 
2. ed. Salvador: UFBA, 2006. 
FONTE: Disponível em: <http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT5/
tc5%20(52).pdf>.Acesso em: 27 jul. 2013.
LEITURA COMPLEMENTAR 3
ENSINO-APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA: OS CONTEÚDOS COM 
BASES MATEMÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL1
Priscilla Régia de Castro PEREIRA2
Ivanilton José de OLIVEIRA3
Introdução
Dentre as pesquisas existentes sobre o ensino-aprendizagem de Geografia é 
frequente a constatação de que os conteúdos de Cartografia, especialmente aqueles 
que têm uma ligação com a matemática, são de difícil aprendizagem pelos alunos. 
Esse problema vem ocorrendo tanto no âmbito acadêmico como no Ensino Básico, 
o que torna de fundamental importância sua investigação e resolução.
Dessa forma, o presente projeto propõe uma pesquisa na área de ensino 
de Cartografia, no âmbito da Geografia, com o objetivo de propor metodologias 
para que isso ocorra. Os objetivos traçados para o presente trabalho envolvem 
a investigação das causas da dificuldade de aprendizagem, na disciplina de 
Geografia, dos conteúdos de cartografia cujas bases são fundamentalmente 
ligadas à Matemática, como escala, fusos horários e coordenadas geográficas. 
Essa dificuldade com o ensino-aprendizagem, dos alunos e professores, 
de conteúdos da Cartografia (presentes na Geografia), que possuem uma base 
matemática, é uma realidade nas escolas e na universidade. É correto pensarmos 
1 O presente trabalho é realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
– CNPq –Brasil.
2 Licenciada em Geografia, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia – IESA – UFG, Bolsista 
CNPq. <prireg8@gmail.com>
3 Professor-Adjunto da Universidade Federal de Goiás, Coordenador Institucional na UFG do Programa 
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da CAPES, editor-chefe da revista Ateliê Geográfico e 
membro da comissão editorial do Boletim Goiano de Geografia. <oliveira@iesa.ufg.br>
42
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
que esse problema se tornou um ciclo vicioso, pois os alunos chegam à universidade 
para fazer um curso de Geografia com essa defasagem e dificuldade com esses 
conteúdos, saem de lá da mesma forma ou com pouca coisa alterada/melhorada, 
e vão para a sala de aula e continuam a ensinar de forma errônea e despreparada. 
A Geografia vem enfrentando vários problemas no seu processo de 
ensino-aprendizagem, dentro das escolas. O problema aqui detectado é somente 
um dos muitos que norteiam essa realidade, e muito tem que ser feito para que 
haja uma mudança significativa nesse aspecto. Sabemos que esses conteúdos da 
Cartografia com bases matemáticas são de suma importância para o aprendizado 
da Geografia, pois eles contribuem sobremaneira para uma aprendizagem real e 
satisfatória dessa Cartografia e sua aplicabilidade na Geografia. Identificar o que 
tem ocasionadoesse problema na aprendizagem desses conteúdos e, dessa forma, 
iniciar um processo de mudança dentro do ensino-aprendizagem de Geografia, é 
a ambição desse projeto.
Materiais e Métodos
O trabalho proposto se baseará em uma pesquisa de base quali-
quantitativa, que pretende verificar o nível de ensino-aprendizagem dos 
conteúdos de cartografia relacionados à matemática – especificamente, escala, 
fuso horário e coordenadas geográficas –, que são abordados na disciplina de 
Geografia na segunda fase do Ensino Fundamental, mais especificamente no 6º 
ano. O trabalho está apoiado em atividades de diagnóstico, a serem realizadas 
com professores de escolas públicas da cidade de Anápolis. Para tanto, serão 
selecionadas duas escolas em região periférica e duas escolas em regiões centrais 
da cidade de Anápolis, escolhidas aleatoriamente, nas quais serão eleitas turmas 
de 6º ano, sendo uma turma em cada escola. Pretende-se aplicar questionários aos 
professores dessas turmas e realizar o acompanhamento de suas aulas durante 
certo período de um ano letivo, a fim de analisar e avaliar o processo de ensino 
desses conteúdos da cartografia, identificar as principais dificuldades que os 
docentes possam vir a apresentar, além de seus procedimentos didáticos (forma 
de aula, metodologia de ensino, recurso pedagógicos e instrumentos avaliativos). 
Também será realizada uma análise documental, nos livros didáticos 
utilizados nas escolas participantes da pesquisa e nos referenciais curriculares 
adotados, visando identificar e avaliar os conteúdos de Cartografia que são objeto 
da presente pesquisa. Será aplicado também um questionário aos professores de 
Geografia da rede municipal de ensino de Anápolis, com o intuito de aferir as 
possíveis dificuldades que eles possam apresentar com o ensino de Cartografia, 
no que diz respeito aos conteúdos ligados à matemática, citados acima. Com base 
nessas informações, será realizado o cotejo entre o processo de ensino e o processo 
de aprendizagem desses conteúdos, a fim de obter uma análise integrada das 
possíveis causas relacionadas aos problemas existentes.
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
43
Resultados e Discussões
A Cartografia de hoje é um reflexo de sua história nos cursos de Geografia, 
com profissionais despreparados para relacionar os conhecimentos de Cartografia 
com as necessidades de formação do geógrafo e, em especial, da formação do 
professor de Geografia. Isto porque, nos cursos de formação de professores, é 
frequente colocar-se o foco quase que exclusivamente nos conteúdos específicos 
das áreas, em detrimento de um trabalho mais aprofundado sobre os conteúdos 
que serão desenvolvidos no Ensino Fundamental e Médio. 
Dentro da realidade da Cartografia, com todas as dificuldades existentes 
nesse ensino-aprendizagem, queremos aqui chamar a atenção para uma que 
muito tem aparecido em vários estudos realizados sobre este tema, que é a 
dificuldade enfrentada pelos alunos e professores em trabalhar com conteúdos 
ligados à matemática. Sampaio (2006, p. 201) destacou em sua pesquisa que o 
medo que os alunos possuem da matemática foi um dos fatores negativos no 
ensino-aprendizagem da Cartografia. E dessa forma, Rocha também reafirma a 
importância da matemática para o ensino da Cartografia:
Desde a origem da Cartografia, a Matemática sempre constituiu a 
base para a formulação e construção do conteúdo desse campo de 
conhecimento científico e de representação gráfica da superfície 
terrestre e dos objetos geográficos construídos pelo homem ao longo 
de sua história. (2004, p. 72).
Em sua pesquisa, Rocha visava definir a aplicabilidade da Cartografia no 
ensino de matemática e identificou o conhecimento matemático como instrumento 
para a construção do conhecimento cartográfico, a partir de entrevistas com 
profissionais da área de Cartografia (2004, p. 96). O que vem, mais uma vez, 
ressaltar a importância da aprendizagem da matemática para o desenvolvimento 
dos principais conteúdos da Cartografia. Muitos são os conteúdos de Cartografia 
nos quais se faz necessário o conhecimento de noções básicas de matemática, 
como a escala, fuso horário, coordenadas geográficas, e podemos afirmar que 
esses conteúdos são primordiais para se obter uma base nessa ciência. 
Como ressalta Oliveira (2009, p. 6) em sua pesquisa realizada com 
professores de Geografia da rede municipal de Goiânia, as maiores dificuldades 
dos professores em ensinar a Cartografia se destacam nos seguintes conteúdos: 
projeções, imagens de satélites, escalas, fusos horários e coordenadas geográficas 
(os cinco que mais foram citados). Pode-se constatar que todos esses conteúdos, 
que foram apontados, necessitam da utilização da matemática em seu ensino, 
demonstrando uma vez mais a necessidade de se pesquisar esse problema no 
ensino desses conteúdos, que é a proposta desse projeto. Os conhecimentos dessa 
ciência (a Cartografia) são essenciais para a formação da visão do aluno quanto 
às relações existentes no espaço em que vive. E para que o aluno possa adquirir 
essas habilidades de interpretar um mapa, são necessários vários requisitos, como 
destacam Costa et al. (2008, p. 2):
44
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA
Para desenvolver o ensino-aprendizagem do mapa são fundamentais 
dois requisitos: primeiro, as relações do espaço representativo e, 
segundo, a assimilação de noções de escala, orientação geográfica, uso 
de símbolos e cores e representação gráfica; todo esse processo deve 
transcorrer de forma gradual em sala de aula.
Com o que foi mencionado é possível detectar a presença de alguns dos 
conteúdos da Cartografia que são ligados à matemática, e isto só vem reforçar 
ainda mais a importância do aprendizado dos mesmos pelos alunos. Porém, 
é de conhecimento que esses conteúdos não são de fácil aprendizado, o que 
ocasiona uma deficiência no ensino-aprendizagem da Cartografia. Melo et al. 
(2005) confirmam que essa dificuldade com a matemática está presente tanto na 
universidade como também com os alunos desde a sua formação básica:
Matemática é uma área do ensino que traz certos traumas para alguns 
alunos desde os tempos de criança, na formação básica, quando o 
jovem se via obrigado a decorar fórmulas sem entender seu significado, 
sua utilização e aplicação. Observou-se que alunos de graduação em 
Geografia pensavam que estavam "livres" da matemática em sua 
formação, quando se deparam com os tópicos da Cartografia onde a 
matemática é companheira constante. Isto fazia com que não gostassem 
dos assuntos de Cartografia, por causa da matemática, e procuravam 
cumprir o programa de ensino da Cartografia sem se preocuparem 
com o aprendizado (MELO et al., 2005, p. 13).
Como o referido autor concluiu em sua pesquisa, podemos observar que 
a matemática é um problema que os alunos de graduação enfrentam, mas que os 
professores de Geografia também, pois os alunos apresentam dificuldades com a 
matemática e, por assim dizer, com os conteúdos de Cartografia que necessitam 
de uma base da mesma. E é dessa forma que muitos problemas são gerados no 
ensino-aprendizagem da Cartografia em cursos de Geografia, já que vimos que 
os conteúdos dessa ciência, que envolvem matemática, são os que proporcionam 
a base para o entendimento e aprendizagem de parte substancial dos conteúdos 
que deverão ser ensinados no ensino básico.
REFERÊNCIAS
CESÁRIO, L. P.; COSTA, A. A.; LIMA, J. A. E. A cartografia no ensino: análise 
preliminar dos conteúdos abordados na 5ª série do Ensino Fundamental das redes 
municipal e estadual de ensino da cidade de Goiás (GO). In: EREGEO SIMPÓSIO 
REGIONAL DE GEOGRAFIA, 10., 2007, Catalão. Disponível em: <http://www.
observatoriogeogoias.com.br/observatoriogeogoias/artigos_pdf/Auristela %20
Afonso%20da%20Costa.pdf >. Acesso em: 27 jan. 2009.
MELO, I. B. N. de. Proposição de uma cartografia escolarno ensino superior. 2007. 
Tese (Doutorado em Geografia) - Instituto de Geociências e Exatas, Universidade 
de São Paulo, São Paulo, 2007.
TÓPICO 3 | ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
45
MELO, A. A.; MENEZES, P. M. L. de.; SAMPAIO, A. C. F. O ensino de cartografia 
no curso de licenciatura em geografia: uma discussão para a formação do 
professor. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 3, n. 16, p. 14-22, out. 2005. 
Disponível em: <ttp://www.ig.ufu.br/revista/volume16/artigo3_vol16.pdf >. 
Acesso em: 29 jan.2009.
OLIVEIRA, I. J. de. A cartografia na formação do professor de Geografia: análise 
da rede pública municipal de Goiânia. In: CAVALCANTI, L. de S.; MORAES, L. 
B. de. Formação de professores: conteúdos e metodologias no processo ensino-
aprendizagem de geografia. Goiânia: [s.n.], 2009. No prelo.
ROCHA, L. P. C. Matemática e cartografia: como a cartografia pode contribuir 
no processo ensino-aprendizagem da matemática? 2004. 129 f. Dissertação 
(Mestrado em Ciências Matemáticas) - Programa de Pós-Graduação em Educação 
em Ciências Matemáticas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
SAMPAIO, A. C. F. A cartografia no ensino de licenciatura em geografia: análise da 
estrutura curricular vigente no país, propostas na formação, perspectivas e desafios 
para o futuro professor. 2006. 637 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Instituto de 
Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
FONTE: Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/mestrado/trabalhos-
mestrado/mestrado-priscilla-regia.pdf>. Consulta em: 7 mar. 2012.
46
Neste tópico você viu que:
• Os quatro pontos principais de orientação, ou seja, Norte, Sul, Leste e Oeste, 
são chamados pontos cardeais. A palavra cardeal significa principal. 
• A representação gráfica dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, 
denomina-se Rosa Náutica ou ainda Rosa dos Ventos. 
• A rede geográfica consta de um conjunto de linhas traçadas de norte a sul, 
unindo os polos, constituindo os meridianos, e um conjunto de linhas traçadas 
de leste a oeste paralelas ao Equador, os paralelos.
• As coordenadas geográficas, ou seja, a latitude e a longitude de qualquer ponto 
da superfície terrestre, são determinadas com base na rede geográfica.
• Os paralelos seguem sempre em direção leste-oeste.
• Todos os meridianos estão traçados na direção norte-sul.
• Para determinar a latitude são considerados os paralelos, já para a determinação 
da longitude, consideramos os meridianos. 
RESUMO DO TÓPICO 3
47
Prezado(a) acadêmico(a)! Após ter lido e estudado este tópico, 
desenvolva a seguinte atividade:
1 Adquira um atlas geográfico e identifique num dos mapas, de preferência 
um mapa-múndi, as linhas paralelas e as meridionais. 
2 Utilize o mapa-múndi da Figura 16 e marque a lápis, de forma aleatória, 
no cruzamento das linhas paralelas e meridionais, 20 pontos enumerando-
os de 1 a 20. Depois disso, estabeleça as coordenadas geográficas de cada 
ponto, dando a latitude e a longitude. Não esqueça que as longitudes 
são estabelecidas pelas linhas verticais do mapa que correspondem aos 
meridianos. Os graus das longitudes já estão estabelecidos na parte superior 
do mapa. As latitudes serão estabelecidas pelas linhas horizontais, paralelas 
à linha do Equador. A leitura dos graus correspondentes às latitudes está 
estabelecida na lateral esquerda do mapa (Figura 16). Exemplo: Ponto 1 Lat. 
30º N (Norte) e Long. 40º O (Oeste).
3 Utilizando a quadrícula a seguir, marque novamente 30 pontos, usando, 
desta vez, letras. Em seguida, dê as coordenadas geográficas de cada letra. 
Não se esqueça de definir se a latitude é Norte ou Sul e a longitude é Leste 
ou Oeste. Observe o exemplo.
AUTOATIVIDADE
NORTE
LESTEOESTE
SUL
• Ponto A: Latitude 30º Norte
 Longitude 60º Oeste
• Ponto B: Latitude 40º Sul
 Longitude 105º Leste
48
49
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• compreender as diferentes projeções cartográficas e técnicas usadas na 
arte de confeccionar mapas;
• aprender sobre os diferentes usos da Cartografia;
• saber ler corretamente um mapa e diferenciá-lo de uma carta topográfica; 
• compreender a origem do mecanismo dos fusos horários; 
• conhecer as diferentes projeções cartográficas utilizadas para confeccionar 
mapas;
• utilizar diferentes técnicas didáticas que visem a um melhor aprendizado 
da Cartografia em sala de aula; 
• relacionar e conhecer as diferentes atividades práticas como instrumento 
didático pedagógico da Cartografia no ensino da Geografia;
• compreender a Cartografia como aliada ao ensino de Geografia.
UNIDADE 2
CARTOGRAFIA BÁSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Em cada um deles você encon-
trará atividades para uma maior compreensão das informações apresentadas.
TÓPICO 1 – REPRESENTAÇÃO DA TERRA
TÓPICO 2 – CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA
TÓPICO 3 – PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO 
DE SÍMBOLOS E LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS 
TÓPICO 4 – ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZA-
GEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
50
51
TÓPICO 1
REPRESENTAÇÃO DA TERRA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Desde as mais antigas civilizações, tem-se sentido a necessidade de 
representar o espaço em que viviam. Representavam as cidades mais próximas, 
os rios e as montanhas de sua região. 
Atualmente, o estudo da Terra e das diferentes regiões pode ser 
representado por meio de esferas terrestres, cartas geográficas, mapas e 
maquetes. Portanto, o objetivo deste tópico é apresentar um breve histórico da 
representação do globo terrestre e as formas de projeções desenvolvidas pelo 
homem para representá-lo.
2 BREVE HISTÓRIA DA REPRESENTAÇÃO TERRESTRE
A seguir será apresentado um breve histórico da representação do globo 
terreste. Esta apresentação está baseada nas anotações de Ary Johansson (2007), 
adaptadas para esta disciplina.
Na Antiguidade, alguns filósofos, como Anaxímenes de Mileto (585-528 
a.C.), entre outros, representavam o mundo na forma de um plano quadrado, 
apoiado no espaço. Foram os filósofos gregos, a partir do século V a.C., que 
começaram a duvidar desta teoria, àquele tempo em voga, sobre a forma 
achatada da Terra. 
No entanto, Pitágoras e seus seguidores (séc. VI a.C.) admitiam que 
a Terra era uma esfera, possuindo órbita circular, por considerarem que os 
círculos formados por essa órbita eram “perfeitos”. Foi Aristóteles, cujo 
senso era mais observador que teórico, quem percebeu que a Terra era 
“naturalmente esférica”. Concluindo que “Cada eclipse da Lua mostra a 
sombra da forma circular da Terra”.
Foi Martinho Bahaim (1459-1507), cosmógrafo e navegador alemão, 
quem representou a Terra pela primeira vez num globo, no ano de 1491. 
Utilizando-se dos mais recentes planisférios de então, o de Henrique Martellos, 
atualizando-o com as últimas informações das viagens na África, utilizados 
como base para a confecção de seu Globo.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
52
Os globos passaram a ser conhecidos desde esta época, e os mais 
importantes cartógrafos da época construíram diversos deles, não apenas 
geográficos, como celestes. Gerardo Mercator construiu o seu, em 1541, para 
aplicação náutica. 
O globo é a melhor forma de representar a Terra, pois reproduz sua 
forma esférica, proporcionalmente, sem distorção do formato ou da área dos 
continentes.
No entanto, esta forma de representar a Terra possui alguns 
inconvenientes, tais como: custo elevado para produção de globos, 
impossibilidade para identificação de pequenas áreas com precisão; o 
manuseio dos globos é muito incômodo, como exemplo: obter medidas com 
instrumentos, transporte dos mesmos; os globos não permitem que tenhamos 
uma visão total da superfície da Terra,pois em razão de sua esfericidade ele 
nos mostra apenas um lado de cada vez. 
Por tais motivos, a cartografia utiliza-se das projeções cartográficas 
para transformar a superfície curva da Terra em superfícies planas, que são 
denominadas de mapas.
Importante ressaltar que todas as projeções cartográficas tendem a 
apresentar deformações, considerando a transformação de um corpo esférico 
num plano. 
Devido a estas dificuldades, existem várias projeções cartográficas, 
desenvolvidas para determinadas áreas, ou seja, desde porções menores até 
continentes ou o globo inteiro, bem como para a forma de representação, como 
física, política, econômica, populacional, recursos hídricos, entre outros. No 
entanto, ao se representar o globo por inteiro na forma de um mapa-múndi, 
sempre ocorrem deformações, seja na área ou na forma. 
3 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
As projeções cartográficas consistem, portanto, de métodos que transformam 
as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica ou elipsoidal, em 
coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. O uso desta técnica de 
projeções consegue amenizar as deformações, mas nunca eliminá-las.
Faça uma experiência e tente cortar uma laranja ao meio e depois procure 
achatar uma dessas partes sobre uma superfície plana.
Significa que todas as projeções apresentam deformações, que podem ser 
em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Cabendo ao cartógrafo escolher 
o tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos do mapa.
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA TERRA
53
As projeções cartográficas consistem, portanto, de técnicas para projetar 
a superfície curva ou elipsoidal da Terra num plano, ou seja, na forma de mapas. Tenha 
em mente também que estas projeções sempre apresentarão distorções, seja no formato 
dos continentes ou na área representada, ou nos ângulos. Nesta Unidade você estudará os 
diferentes tipos de projeções cartográficas e sua utilidade. 
ATENCAO
Para Loch (2006, p. 39): 
[...] os primeiros sistemas de projeção remontam à Antiguidade; nos 
dias atuais existem mais de uma centena de projeções as quais são 
resultados do trabalho e de muita imaginação de famosos matemáticos, 
cartógrafos e astrônomos. Quando alguém estuda projeções 
cartográficas, é preciso muita imaginação para tal compreensão.
Para sua melhor compreensão, apresentamos a seguir outro conceito de 
projeções cartográficas:
Traçado sistemático de linhas numa superfície plana, destinado à 
representação de paralelos de latitude e meridianos de longitude da 
Terra ou de parte dela. Pode ser construído mediante cálculo analítico, 
ou traçado geometricamente. Frequentemente referido como projeção, 
o termo completo é aconselhado, a não ser que o contexto indique 
claramente o significado. (OLIVEIRA, 1983, p. 539).
Segundo Duarte (2002, p. 85), “uma projeção cartográfica é base para 
construção dos mapas, pois ela se constitui numa rede de paralelos e meridianos, 
sobre a qual os mapas poderão ser desenhados”. 
3.1 PROPRIEDADE DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
As projeções são usadas para construir as quadrículas que servem para 
encontrar os pontos a representar, ou seja, as latitudes e longitudes. Nesse tipo 
de transformação, a superfície acaba sempre sendo desfigurada ou alterada, pela 
dificuldade de transformar a superfície curva da Terra em um plano.
As projeções, segundo o site do IBGE (2007), quanto às suas propriedades 
podem ser classificadas de quatro maneiras: 
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
54
a) Equidistantes: as que não apresentam deformações lineares para algumas 
linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados em escala 
uniforme. Porém, apresentam distorções nas áreas e nas formas.
b) Conformes: representam, sem deformação, todos os ângulos em torno 
de quaisquer pontos, e decorrentes dessa propriedade, não deformam 
pequenas regiões. Ou seja, a forma dos elementos desenhados no mapa 
mantém-se igual à superfície terrestre representada, onde para manter a 
semelhança das formas, altera-se as áreas. O melhor exemplo é a projeção de 
Mercator, onde a Groenlândia, representada num mapa-múndi desenhado 
neste tipo de projeção, aparece com superfície superior à América do Sul. 
 
c) Equivalentes: têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando 
assim uma relação constante com as suas correspondentes na superfície da 
Terra. Seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a mesma 
relação com a área de todo o mapa. Porém altera as formas, distorcendo-
as. Um exemplo deste tipo de projeção e que tem sido bastante utilizado 
nos livros didáticos é a projeção de Peters, também chamada de Projeção 
para um mundo solidário, pois aparece para fazer oposição à projeção 
de Mercator. Ela representa de maneira proporcional as áreas dos países, 
alterando as formas. 
d) Afiláticas: não possuem nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto 
é, equivalência, conformidade e equidistância, ou seja, as projeções em que 
as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.
3.2 SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO 
 Em função da impossibilidade de transformar a superfície esférica ou 
elipsoide da Terra sobre um plano, sem deformações, foi desenvolvido um artifício, 
ou seja, a criação de superfícies intermediárias ou auxiliares. Tais superfícies são 
chamadas de superfícies de projeção, podendo ser um plano, ou uma superfície 
auxiliar que pode ser desenvolvida em um cilindro ou cone. 
Quando a superfície a ser projetada tem como centro o pólo ou paralela 
ao plano do Equador, dizemos que é uma projeção polar ou equatorial; se ela 
está centrada num ponto do Equador ou é paralela a um plano meridiano, ela 
é tranversa ou meridiana; se está centrada num ponto ou círculo qualquer da 
esfera, ela é oblíqua.
Atualmente, a maioria das projeções existentes origina-se dos três tipos ou 
métodos originais, a saber: planas, cônicas e cilíndricas. Observe a figura a seguir.
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA TERRA
55
FONTE: IBGE (2007)
POLAR - plano tangente 
no polo.
NORMAL - eixo do cone 
paralelo no eixo da Terra.
EQUATORIAL - eixo do
cilindro paralelo ao eixo 
da Terra.
EQUATORIAL - plano 
tangente do equador.
TRANSVERSA - eixo do 
cone perpendicular ao 
eixo da Terra.
TRANSVERSA - eixo do 
cilindro perpendicular ao 
eixo da Terra.
HORIZONTAL - plano
tangente em um ponto
qualquer.
HORIZONTAL - eixo 
do cone inclinado em 
relação ao eixo da Terra.
HORIZONTAL - eixo do 
cilindro inclinado em 
relação ao eixo da Terra.
FIGURA 19 – SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO VISTAS EM DIFERENTES ÂNGULOS
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
56
Prezado(a) acadêmico(a)! A escolha do tipo de projeção cartográfica pelo 
cartógrafo ocorre conforme a área a ser mapeada. 
ATENCAO
3.3 PROJEÇÕES MAIS USADAS E SUAS CARACTERÍSTICAS 
3.3.1 Projeção policônica 
Características:
• Diversos cones constituem sua superfície de representação.
• Possui a característica de ser conforme ou equivalente (ver propriedade das 
projeções) apenas próximo ao Meridiano Central.
• O Meridiano Central e o Equador são as únicas retas da projeção. O Meridiano 
Central é dividido em partes iguais pelos paralelos e não apresenta deformações.
• Os paralelos formam círculos não concêntricos e não apresentam deformações.
• Os meridianos formam curvas que cortam os paralelos em partes iguais.
• Pequena deformação próxima ao centro do sistema, mas aumenta rapidamente 
para a periferia.
Aplicações:
• Esta projeção é adequada para projetar países ou regiões de extensão 
predominantemente Norte-Sul e reduzida extensão Leste-Oeste.
• Em função da simplicidade de seu cálculo, uma vez que existem tabelas 
completas para a sua construção, é muito utilizada, principalmente nos EUA. 
No Brasil, é utilizado no mapa da série Brasil,os mapas regionais, estaduais e 
temáticos. 
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA TERRA
57
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 20 – PROJEÇÃO POLICÔNICA
3.3.2 Projeção cônica normal de Lambert 
Características: 
• Sua superfície de projeção é cônica.
• Quanto à propriedade de projeção, é conforme.
• Os meridianos constituem linhas retas convergentes, enquanto os paralelos são 
círculos concêntricos com centro no ponto de interseção dos meridianos.
 
Aplicações:
 
• O fato de existirem duas linhas de contato com a superfície (dois paralelos 
padrão) fornece uma área maior com menor deformação. Isto faz com que esta 
projeção seja bastante útil para regiões que se estendam na direção Leste-Oeste, 
podendo ser utilizada em quaisquer latitudes.
• Foi adotada para a elaboração da Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo, 
a partir de 1962.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
58
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 21 – PROJEÇÃO CÔNICA NORMAL DE LAMBERT (COM DOIS PARALELOS
PADRÃO) 
3.3.3 Projeção cilíndrica transversa de Mercator 
Características conforme o IBGE (2007):
• Foi idealizada no século XVI, tornando-se a preferida dos navegantes por ser a 
única em que as direções podiam ser traçadas em linha reta sobre o mapa.
• Como o próprio nome diz, é projetada sobre um cilindro.
• Quanto à propriedade de projeção, é conforme, porque não deforma os ângulos.
• Nesta projeção os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam 
em ângulos retos. Nela as regiões polares aparecem muito exageradas, ou 
ampliadas.
Aplicações:
• Projeção utilizada no SISTEMA UTM - Universal Transversa de Mercator, 
desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial. Este sistema é, em essência, uma 
modificação da Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator.
• Utilizado na produção das cartas topográficas do Sistema Cartográfico Nacional, 
produzidas pelo IBGE e DSG.
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA TERRA
59
FONTE: OBJETIVO. Disponível em: <www2.curso-objetivo.br/.../re_projecoes_1.gif>. 
Acesso em: 24 jan. 2007.
FIGURA 22 – PROJEÇÃO DE MERCATOR OU CILÍNDRICA EQUATORIAL 
Conformes: representam, sem deformação, todos os ângulos em torno de 
quaisquer pontos e, decorrentes dessa propriedade, não deformam pequenas regiões.
NOTA
3.3.4 Projeção cilíndrica equivalente de Peters
Características:
•	Esta projeção, também muito utilizada para construção de planisférios, foi 
desenvolvida por Arno Peters, em 1973. Possui base cilíndrica equivalente e 
determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o 
Equador até os polos. Observe no mapa a seguir.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
60
FONTE: OBJETIVO. Disponível em: <www2.curso-objetivo.br/.../re_projecoes_1.gif>. 
Acesso em: 24 jan. 2007.
•	Possui retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos 
menores, o que provoca um achatamento significativo das massas continentais 
no sentido Leste-Oeste, apresentando deformação no sentido Norte-Sul, na 
faixa compreendida entre os paralelos 60o Norte e 60o Sul, bem como acima 
destes até os polos, dando a impressão de que a Terra foi alongada. 
•	Esta projeção foi desenvolvida com o objetivo de reduzir as distorções na 
representação das áreas entre os países, porém, para atingir este objetivo, 
acabou projetando os continentes com sua forma original deformada, ou seja, 
mais alongados.
FIGURA 23 – PROJEÇÃO CILÍNDRICA EQUIVALENTE DE PETERS
3.3.5 Projeção cônica
• Os paralelos, nesta projeção, são arcos concêntricos situados à igual distância 
um do outro, enquanto os meridianos convergem para os polos.
• São utilizados para mapas de países de latitudes médias.
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA TERRA
61
FONTE: OBJETIVO. Disponível em: <www2.curso-objetivo.br/.../re_
projecoes_1.gif>. Acesso em: 24 jan. 2007.
FIGURA 24 – PROJEÇÃO CÔNICA
3.3.6 Projeção de Mollwiede
•	Os meridianos formam linhas curvas nesta projeção, enquanto os paralelos são 
linhas retas.
•	Possui forma elíptica, sendo que sua área é proporcional à da esfera terrestre, 
em detrimento da forma.
•	Apresenta maior exatidão nas zonas centrais, tanto no formato quanto em área, 
porém o mesmo não acontece com as extremidades que apresentam grandes 
distorções.
•	Esta projeção é bastante utilizada para a confecção de mapa-múndi.
FONTE: OBJETIVO. Disponível em: <www2.curso-objetivo.br/.../re_projecoes_1.gif>. 
Acesso em: 24 jan. 2007.
FIGURA 25 – PROJEÇÃO CÔNICA POR MOLLWIEDE
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
62
3.3.7 Projeção azimutal
•	Nesta projeção, a superfície terrestre é projetada sobre um plano, a partir de um 
determinado ponto (ponto de vista). 
•	São utilizadas para confeccionar mapas especiais, como os náuticos e 
aeronáuticos.
•	As projeções azimutais são de três tipos: polar, equatorial e oblíqua.
FONTE: FRIGOLETTO. Disponível em: <www.frigoletto.com.br>. Acesso em:
23 fev. 2007.
FIGURA 26 – PROJEÇÃO AZIMUTAL 
63
RESUMO DO TÓPICO 1
 Neste tópico você estudou que:
• O globo é a melhor forma de representar a Terra, pois reproduz sua forma 
esférica. No entanto, esta forma de representar a Terra possui alguns 
inconvenientes, como: custo elevado para produção de globos, impossibilidade 
para identificação de pequenas áreas com precisão; o manuseio dos globos.
• Todas as projeções apresentam deformações, que podem ser em relação às 
distâncias, às áreas ou aos ângulos. 
• Quanto à propriedade das projeções, elas podem ser: equidistantes, conformes, 
equivalentes e afiláticas.
• Atualmente, a maioria das projeções existentes origina-se dos três tipos ou 
métodos originais, a saber: planas, cônicas e cilíndricas (Figura 19).
64
AUTOATIVIDADE
1 Por que o globo é a melhor forma de representar a Terra?
2 Aponte as dificuldades de trabalhar com globos.
3 Por que motivo os mapas não representam com fidelidade a superfície da 
Terra, reproduzindo-a com distorção de área ou de forma?
4 Relacione os diferentes tipos de projeções cartográficas e faça um resumo de 
suas características principais. 
65
TÓPICO 2
CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A Cartografia topográfica é possivelmente a mais usada e conhecida 
Cartografia do mundo, pela necessidade do homem de compreender 
detalhadamente o terreno onde pisa. Seja este local, estadual, regional, nacional ou 
mundial, é necessário representar graficamente a topografia ou relevo, tais como: 
planícies, montanhas, vales, hidrografia, rodovias, ferrovias, etc., tudo de forma 
detalhada, com os nomes corretos e com padrão que permita a continuidade de 
uma folha para outra, bem como que tenha beleza artística e precisão científica.
Pertencem ao campo da Cartografia topográfica as denominadas plantas 
topográficas. Exemplos: a planta de uma propriedade, um latifúndio, uma vila, 
uma área urbana, etc., uma vez que estas áreas são imperceptíveis se comparadas 
à imensidão da superfície terrestre.
A Cartografia temática corresponde ao campo da Cartografia empregado 
pelas demais ciências que utilizam de mapas temáticos, tais como: geológicos, 
estatísticos, panorâmicos, oceanográficos, celestes, populacional, agrícolas, 
econômicos, urbanização, entre uma variedade enorme de temas que podem ser 
representados cartograficamente.
Segundo Fernando Joly (2001), houve, ao longo da história da Cartografia, 
divergência caracterizada por dois pontos de vista, o da Cartografia topográfica 
e o da temática. Para Joly (2001), Cartografia topográfica tem o objetivo de 
representar de forma exata e detalhada um lugar, enquanto a Cartografia temática, 
de uso recente, tem um sentido impreciso controvertido, pois todo mapa, mesmo 
topográfico, ilustra um tema. Mas os outros vocábulos apresentados, como 
Cartografia aplicada, especial ou especializada, são piores ainda que temática,diz o citado autor.
Existe uma tendência em atribuir à Cartografia temática um significado 
de algo especial. Porém acaba contrastando com o que seja de uso geral, levando-
nos a considerar que existem, pelo menos, dois grandes ramos nesta disciplina, ou 
seja: Cartografia geral e temática. No primeiro, incluem-se os mapas de uso geral; 
no segundo, os mapas destinados a um público específico. No entanto, em dada 
situação não é possível traçar uma linha divisória e afirmar com absoluta certeza se 
determinado trabalho constitui preocupação da Cartografia geral ou da temática. 
Na prática, o que poderá acontecer é que um mapa poderá ser classificado como de 
referência geral ou temático, conforme a situação do momento.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
66
Ao longo deste tópico você irá adquirir informações que lhe permitirão 
diferenciar uma planta de uma carta topográfica e esta de um mapa.
2 CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA
A Cartografia Topográfica tem como objetivo transformar dados e 
fotografias, obtidas pelos levantamentos de campo, bem como fotografias aéreas, 
em cartas topográficas, ou seja, cartas com detalhamento do relevo terrestre. São 
quase exclusivamente elaboradas em instituições governamentais que se dedicam 
à execução da carta de um país.
Consiste de um trabalho permanente, de contínuo aperfeiçoamento e 
pormenorização, que passou a ser indispensável tanto na tomada de decisões 
da administração pública como da defesa do território nacional. Com o emprego 
de escalas grandes, produzem-se cartas e mapas detalhados, matematicamente 
corretos e que servem de base para outros menos detalhados.
Os levantamentos aerofotogramétricos, através de imagens estereoscópicas 
(técnica que permite observar fotografia aérea em 3 dimensões, através de 
um aparelho chamado estereoscópio), simplificou o desenho cartográfico, 
possibilitando sua execução mais rápida e com menor dependência do esforço 
individual. Ocorrem deformações ópticas nesse tipo de foto, porém elas são 
corrigidas no momento da fotografia ou em laboratório. Apesar da grande 
facilidade que trouxe a aerofotogrametria, esta não reduziu os levantamentos de 
campo, necessitando ainda de apoio terrestre, plenimétrico e altimétrico.
As cartas topográficas (na figura a seguir) reproduzem, de forma gráfica, 
os acidentes naturais e artificiais, em que os elementos planimétricos (sistema 
viário, obras etc.) e altimétricos (relevo através de curvas de nível etc.) são 
geometricamente bem representados.
Prezado(a) acadêmico(a), o conceito de escala grande, escala pequena, será 
estudado no Tópico 3 desta UNIDADE. A aero-fotogrametria e o estereoscópio serão estudados 
na Unidade 3.
NOTA
TÓPICO 2 | CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA
67
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 27 – PARTE DE UMA CARTA TOPOGRÁFICA COM DETALHES DO
RELEVO
Prezado(a) acadêmico(a), curvas de nível significa linha que une pontos de 
mesma altitude. Para sua melhor compreensão e formação, sugerimos que você adquira, no 
escritório do IBGE de sua cidade, uma carta topográfica de sua região. O custo não é elevado.
UNI
Segundo o site do IBGE, as aplicações das cartas topográficas variam de 
acordo com sua escala:
1:25.000: representa cartograficamente áreas específicas, com forte 
densidade demográfica, fornecendo elementos para o planejamento 
socioeconômico e bases para anteprojetos de engenharia. Esse mapeamento, 
pelas características da escala, está dirigido para as áreas das regiões 
metropolitanas e outras que se definem pelo atendimento a projetos específicos. 
Cobertura Nacional: 1,01%.
1:50.000: retrata cartograficamente zonas densamente povoadas, sendo 
adequada ao planejamento socioeconômico e à formulação de anteprojetos de 
engenharia.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
68
A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até agora 13,9% do 
território nacional, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste e Sul 
do país.
1:100.000: objetiva representar as áreas com notável ocupação, priorizadas 
para os investimentos governamentais, em todos os níveis de governo - federal, 
estadual e municipal.
A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até agora 75,39% do 
território nacional.
1:250.000: subsidia o planejamento regional, além da elaboração de 
estudos e projetos que envolvam ou modifiquem o meio ambiente.
A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até o momento 80,72% 
do território nacional.
Mapa municipal: entre os principais produtos cartográficos produzidos 
pelo IBGE encontra-se o mapa municipal, que é a representação cartográfica 
da área de um município, contendo os limites estabelecidos pela Divisão 
Político-Administrativa, acidentes naturais e artificiais, toponímia, rede de 
coordenadas geográficas e UTM etc.
Esta representação é elaborada a partir de bases cartográficas mais recentes 
e de documentos cartográficos auxiliares, na escala das referidas bases.
O mapeamento dos municípios brasileiros é para fins de planejamento 
e gestão territorial e em especial para dar suporte às atividades de coleta e 
disseminação de pesquisas do IBGE.
2.1 SÉRIES CARTOGRÁFICAS
2.1.1 Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo - CIM
Quando é realizado o mapeamento de um estado, país ou o mundo 
inteiro, e a escala adotada não permite cobrir toda a região em um único mapa, 
faz-se então a cobertura em diversas folhas, de forma sistematizada, seguindo 
uma padronização que permita a continuidade e a leitura. 
A CIM, ou Carta do Mundo ao Milionésimo, consiste numa série cartográfica 
muito utilizada pelos geógrafos, da qual se originou a Carta do Brasil ao Milionésimo, 
que surgiu em 1909, em Londres, Inglaterra, época em que foram estabelecidos os 
padrões técnicos para a produção de folhas na escala de 1/1000.000 (um por um 
milhão, motivo da origem do termo milionésimo), cobrindo quase toda a superfície 
terrestre. Cada folha deve possuir 6 graus de longitude por 4 graus de latitude. 
TÓPICO 2 | CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA
69
Caro(a) acadêmico(a), para que você compreenda melhor este tema, 
transcrevemos abaixo o detalhamento deste assunto feito pelo órgão oficial do 
governo federal, responsável pela elaboração destas cartas, ou seja, o IBGE (2007):
Fornece subsídios para a execução de estudos e análises de aspectos gerais 
e estratégicos, no nível continental. Sua abrangência é nacional, contemplando 
um conjunto de 46 cartas.
É uma representação de toda a superfície terrestre, na projeção cônica 
conforme de LAMBERT (com 2 paralelos padrão) na escala de 1:1.000.000. 
A distribuição geográfica das folhas ao milionésimo foi obtida com a divisão 
do planeta (representado aqui por um modelo esférico) em 60 fusos de amplitude 
6º, numerados a partir do fuso 180º W - 174º W no sentido Oeste-Leste (Figura 28). 
Cada um destes fusos, por sua vez, está dividido, a partir da linha do Equador, em 
21 zonas de 4º de amplitude para o Norte e com o mesmo número para o Sul.
Como o leitor já deve ter observado, a divisão em fusos aqui apresentada 
é a mesma adotada nas especificações do sistema UTM. Na verdade, o 
estabelecimento daquelas especificações é pautado nas características da CIM.
Cada uma das folhas ao milionésimo pode ser acessada por um conjunto 
de três caracteres:
1º) letra N ou S - indica se a folha está localizada ao Norte ou ao Sul do 
Equador.
2º) letras A até U - cada uma destas letras se associa a um intervalo de 4º 
de latitude se desenvolvendo a Norte e a Sul do Equador e se prestam à indicação 
da latitude limite da folha (3).
3º) números de 1 a 60 - indicam o número de cada fuso que contém a folha (3). 
Além das zonas de A a U, temos mais duas que abrangem os paralelos de 
84º a 90º. A saber: a zona V que é limitada pelos paralelos 84º e 88º e a zona Z, ou 
polar, que vai deste último até 90º. Nesteintervalo, que corresponde às regiões 
polares, a Projeção de Lambert não atende convenientemente a sua representação. 
Utiliza-se então a Projeção Estereográfica Polar.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
70
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 28 – CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO 
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 29 – O BRASIL DIVIDIDO EM FUSOS DE 6º (SEIS GRAUS) 
3 CARTOGRAFIA TEMÁTICA
A Cartografia temática consiste de cartas, mapas ou plantas em qualquer 
escala, direcionados a um tema específico, que serve de base a pesquisas de temas 
socioeconômicos, recursos naturais e estudos ambientais. A representação temática 
expressa conhecimentos particulares para uso geral; diferente da cartografia geral, 
que não tem o objetivo de transmitir um tema em particular, mas informações gerais. 
TÓPICO 2 | CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA
71
Através da elaboração de cartogramas, que são mapas esquemáticos com 
nível de abstração elevado, as formas ou localizações reais são estilizadas 
com fins conceituais e informativos. Os elementos cartográficos, reunidos numa 
só folha, através de representações gráficas de fenômenos espaciais e temporais, 
fornecem informações sobre numerosos assuntos, muitos em mutação contínua, 
tais como: migrações, fluxos de veículos, desmatamento, expansão agrícola, 
crescimento urbano, reflorestamento, entre outros.
A partir de um mapa esquemático, construído com dados extraídos de 
mapas topográficos e geográficos, são construídos os cartogramas, expostos 
mediante diversos recursos gráficos, como pontos e figuras, quando são chamados 
de pictóricos. Além de pontos, usam-se barras e faixas que indicam extensões 
lineares ou, pela espessura, a importância do fenômeno. São usadas também nos 
cartogramas de mapas temáticos as isocurvas (como as curvas de nível, usadas 
para representar pontos de mesma altitude, isóbaras, que no mapa climático 
indicam pontos de mesma pressão atmosférica etc.), em que as curvas ou linhas 
representam, pela posição, valores equivalentes em toda a sua extensão.
Há ainda os cartogramas de superfície bidimensionais, recomendados 
para indicar as variações de determinados fenômenos por meio do uso de áreas 
sombreadas ou coloridas; cartogramas de aparência tridimensional, também 
denominados blocos-diagramas, em que os fatos são expostos em perspectiva, 
exibindo-se o mapa esquemático.
O mapa temático é elaborado, segundo o IBGE, com base no mapeamento 
topográfico ou de unidades territoriais, pelos Departamentos da Diretoria de 
Geociências do IBGE, associando elementos relacionados às estruturas territoriais, 
à geografia, à estatística, aos recursos naturais e estudos ambientais.
Entre os principais produtos elaborados estão:
•	Cartogramas temáticos das áreas social, econômica, territorial etc.
•	Cartas do levantamento de recursos naturais (volumes RADAM).
•	Mapas da série Brasil 1:5.000.000 (escolar, geomorfológico, climático (Figura 
30), vegetação (Figura 31), unidades de relevo, unidades de conservação 
federais, além de muitos outros temas). 
•	Atlas nacional, regional e estadual.
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
72
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 30 – MAPA CLIMÁTICO DO BRASIL
FONTE: IBGE (2007)
FIGURA 31 – MAPA DA VEGETAÇÃO DO BRASIL
73
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
• A Cartografia topográfica é, possivelmente, a mais usada e conhecida cartografia 
do mundo, pela necessidade do homem de compreender detalhadamente o 
terreno onde pisa.
• A Cartografia temática corresponde ao campo da Cartografia empregado pelas 
demais ciências que utilizam mapas temáticos, tais como: geológicos, estatísticos, 
panorâmicos, oceanográficos, celestes, populacional, agrícolas, econômicos, 
urbanização, entre uma variedade enorme de temas que podem ser representados 
cartograficamente.
• A Cartografia topográfica tem como objetivo transformar dados em fotografias, 
obtidos pelos levantamentos de campo, bem como fotografias aéreas em cartas 
topográficas, ou seja, cartas com detalhamento do relevo terrestre.
74
Prezado(a) acadêmico(a)! Após ter lido e estudado este tópico, 
responda às questões que seguem.
1 Faça uma síntese do que você compreendeu sobre a Cartografia 
topográfica.
2 Por que é difícil traçar uma linha divisória bem definida entre a 
Cartografia topográfica e a Cartografia temática? 
3 Onde, quando e por que foram criadas as regras internacionais para a 
confecção das cartas do mundo ao milionésimo?
4 Qual é o principal objetivo da Cartografia temática?
AUTOATIVIDADE
75
TÓPICO 3
PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO 
DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O desconhecimento dos símbolos utilizados em mapas geográficos 
impossibilita a sua correta interpretação, limitando a pessoa que desconhece 
esta linguagem a uma leitura superficial, sem entendimento cartográfico. 
Boa parte de nossos alunos passa pelas escolas sem ter sido devidamente 
alfabetizada na interpretação e uso correto de mapas, seguindo pela vida desta 
forma, com dificuldades até para ler um mapa rodoviário, quando realizam 
uma viagem de férias. 
É de responsabilidade do professor de Geografia instruir seus alunos a ler 
e interpretar corretamente os mapas, não apenas como curiosidade, mas como 
instrumento para compreender a realidade e os diversos temas que a compõem, 
seja ela populacional, econômica, social, ambiental, física, urbana e uma infinidade 
de outros temas que podem ser abordados na forma de mapas cartográficos.
Segundo Loch (2006, p. 33), “Os mapas da Cartografia têm características 
típicas que os classificam e representam elementos selecionados em um determinado 
espaço geográfico, de forma reduzida, utilizando simbologia e projeções 
cartográficas”. Neste tópico você compreenderá a diferença entre plantas, cartas e 
mapas e a importância de compreendê-los, fazendo a correta leitura e interpretação 
da escala, bem como dos símbolos utilizados em sua legenda.
2 MAPA, CARTA, PLANTA
Segundo Bakker (1965 apud LOCH, 2006), a palavra mapa teve origem 
na Idade Média, sendo empregada apenas para designar as representações 
terrestres. Somente depois do século XIV, os mapas marítimos passaram a ser 
designados como cartas. Em outros idiomas, como inglês e alemão, não existe 
confusão entre estes termos. 
A confusa relação entre as palavras mapa, carta e planta tem origem no 
uso popular de documentos cartográficos utilizados pelos brasileiros, ou seja, as 
pessoas que usavam mapas foram cristalizando ideias que acabaram por criar a 
presente situação. 
76
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Os mapas e/ou cartas, plantas podem ser classificados de várias maneiras, 
depende de suas características. Em geral, as classificações usuais apresentam 
determinadas características específicas de um mapa ou carta, eles devem ser 
utilizados para indicações de aplicabilidade. 
Para Fitz (2010), os mapas são classificados conforme seus objetivos:
• Mapas genéricos ou gerais – são aqueles que não possuem uma finalidade 
específica, servindo basicamente como ilustração. Geralmente são desprovidos 
de precisão, apresentando aspectos físicos e obras humanas resumidamente, 
seus usuários normalmente são pessoas leigas. Ex.: divisão política de um país.
• Mapas especiais ou técnicos – criados para fins específicos, com uma 
precisão variável, conforme sua aplicação. Ex.: mapa zoogeográfico, turístico, 
meteorológico e astronômico.
• Mapas temáticos – reprodução de outros mapas já existentes, são denominados 
mapas de base. Utilizam-se das diversas simbologias pararepresentar os 
fenômenos espacialmente distribuídos na superfície. Qualquer mapa que 
apresente representação diferente do terreno pode ser classificado como temático. 
Ex.: mapas de solo, geológico e geomorfológico.
• Mapa ou carta – são imagens representadas de um mapa base, pode abranger 
objetivos diversos. É muito utilizado para complementar uma informação de 
maneira mais ilustrada, facilitando o entendimento. 
 
Atualmente, estes termos estão ligados à ESCALA de representação, 
gerando os seguintes conceitos (LOCH, 2006): 
2.1 MAPA
 A Cartografia é utilizada em muitos ramos do conhecimento, assim 
como em outras ciências. Diversos profissionais, como arquitetos, geólogos, 
meteorologistas e militares, fazem uso desse recurso. Entretanto, este misto de 
linguagem, técnica e ciência está perfeitamente adequado àquilo que constitui 
o objeto de estudo da Geografia, ou seja, as organizações espaciais. Em linhas 
gerais, um mapa descreve os aspectos qualitativos e quantitativos de uma dada 
porção do espaço ou da realidade. “A Geografia tem a finalidade de facilitar a 
comunicação, ou seja, tornar instantânea a decodificação da mensagem contida 
nessas representações” (SAMPAIO; SUCENA, 2010, p. 208). 
O mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, 
dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma 
área tomada na superfície de uma figura planetária, delimitada 
por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais 
variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos (IBGE, 2007).
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
77
 De modo simplificado, um mapa representa um conjunto de símbolos 
que têm uma relação única inequívoca entre: entidades, objetos e fenômenos 
existentes no mundo real. O mundo real é por demais complexo para ser 
representado fielmente em sua totalidade. A produção de um mapa é uma 
atividade de engenharia e, portanto, exige projeto. Este projeto chama-se: projeto 
cartográfico.
Com o projeto cartográfico estabelecemos quais métodos e quais passos 
devemos seguir, que finalidades serão alcançadas a partir do uso do mapa. 
Os processos de abstração cartográfica e de generalização cartográfica são 
aplicados, em primeiro lugar, na produção de um mapa, e, como resultado das 
ações da Cartografia, tem-se uma representação simplificada e/ou aproximada 
do mundo. Ocorre, portanto, a simbolização e a seleção das entidades, objetos e 
fenômenos representados. A eficiência da representação cartográfica depende do 
conhecimento de quem interpreta e também da representação em si. 
As principais características são:
• representação plana;
• geralmente em escala pequena;
• área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas etc.), político-
administrativos;
• destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos. 
Importante lembrar que um mapa nada mais é do que uma representação 
de uma área qualquer ou toda a superfície terrestre, como se estivesse observando 
de cima para baixo, que é a forma correta de examinar um mapa.
2.2 CARTA
Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos 
artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida 
em folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos –, com 
a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão 
compatível com a escala (IBGE, 2007).
Em países de língua portuguesa os vocábulos carta e mapa coexistem 
e têm praticamente tudo em comum. Em decorrência da navegação aérea, por 
analogia, temos a carta aeronáutica ao lado da carta náutica. O Glossary of 
Mapping, Charting and Geodetic Terms (Termos do Glossário de Mapeamento, 
Gráficos e Geodésicos) (IBGE, 2007), define mapa como: “Representação gráfica, 
geralmente numa superfície plana e numa determinada escala, das características 
naturais e humanas, acima ou abaixo da superfície da Terra ou de outro planeta”. 
78
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
E a definição de carta: “Mapa de finalidade especial, destinado, em geral, à 
navegação ou a outros fins particulares, em que a informação cartográfica 
essencial se combina com diversos elementos decisivos ao uso proposto”. (SENE; 
MOREIRA, 2011, p. 13).
As principais características são:
• representação plana;
• escala média ou grande;
• desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática;
• limites das folhas constituídos por linhas convencionais, destinadas à avaliação 
precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes.
2.3 PLANTA
No conceito do IBGE, “Carta representa uma área de extensão 
suficientemente restrita para que a sua curvatura não precise ser levada em 
consideração, e que, em consequência, a escala possa ser considerada constante” 
(2007). Consiste num caso particular de carta, pois utiliza escala grande, o 
que permite representar um número de detalhes bem maior, o que restringe a 
representação a uma pequena área.
Em geral, as plantas são mapas com uma escala que varia de 1: 10 até 1: 20 
000, representam uma área restrita (pequena), um quarteirão ou um bairro, uma 
fazenda, um terreno ou um condomínio, com isso a escala tende a representar 
com maior riqueza de detalhes. A principal característica da planta é a exiguidade 
das dimensões da área representada. 
Caro(a) acadêmico(a)! Fique atento(a) às diferenças entre mapa, carta e planta, pois 
isto será determinante para uma boa leitura e interpretação do assunto.
ATENCAO
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
79
Sugerimos que visite o site do IBGE <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/
recursosnaturais/mapas_doc6.shtm>. Este site contém importantes reflexões e comparações 
sobre os diferentes tipos de mapas (cartas, mapa, planta).
IMPORTANT
E
3 ESCALAS
As escalas podem ser representadas de duas maneiras: de forma gráfica 
ou através da representação numérica.
Um mapa ou uma carta são representações esquemáticas reduzidas da 
superfície topográfica da Terra, com os detalhes nela existentes, sobre um plano 
ou arquivo digital. Esta redução se faz seguindo determinada proporção entre o 
desenho e a superfície terrestre, proporção esta mostrada de forma numérica ou 
gráfica, chamada de escala.
Uma carta ou mapa, dependendo dos seus objetivos, só estará completa(o) 
se trouxer determinados elementos devidamente representados, tais como:
- naturais: são os elementos existentes na natureza, como os rios, mares, lagos, 
montanhas, serras etc.;
- artificiais: são os elementos criados pelo homem, como: represas, estradas, 
pontes, edificações etc.
Esta representação, segundo o IBGE (2007), gera dois problemas:
1º) A necessidade de reduzir as proporções dos acidentes a representar, a fim de 
tornar possível a sua representação em um espaço limitado.
Essa proporção é chamada de ESCALA.
2º) Determinados acidentes, dependendo da escala, não permitem uma redução 
acentuada, pois tornar-se-iam imperceptíveis, no entanto são acidentes que, 
por sua importância, devem ser representados nos documentos cartográficos.
ESCALA é a relação existente entre as distâncias medidas do objeto ou lugar 
representado no mapa e sua medida real.
80
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
3.1 ESCALA NUMÉRICA
A escala mostra a quantidade de redução do mundo real, quando 
representada de forma gráfica, ou dita em linguagem técnica, é a razão entre a 
distância gráfica (d) e a distância real (D), onde cada distância é expressa na mesma 
unidade de medida e reduzida de forma que o numerador seja representado 
pela unidade. Indica a relação entre o comprimento de uma linha na carta e o 
correspondente comprimento no terreno, em forma de fração com a unidade para 
numerador.Observe atentamente as fórmulas apresentadas pelo site do IBGE, sendo:
E = escala
N = denominador da escala
d = distância medida na carta
D = distância no terreno (real)
Temos:
D = dxN para obtenção da distância no terreno
d = d/N para obtenção da distância no mapa
N = D/d para obtenção do denominador da escala 
As escalas mais comuns têm para numerador a unidade e, para 
denominador, um múltiplo de 10. Isto significa que 1 cm na carta corresponde a 
25.000 cm ou 250 m, no terreno.
Em outro exemplo: escala 1:5.000.000. Neste caso, 1 cm no mapa 
corresponde a 5 milhões de cm da realidade. Cortando cinco casas, vamos obter 
a distância em km, ou seja, 1 cm num mapa na escala de 1:5.000.000 corresponde 
a 50 quilômetros da realidade.
Exemplo de aplicação prática:
Qual o valor da distância real entre duas cidades, no mapa distantes entre 
si 8,5 cm e representadas num mapa cuja escala é de 1: 5.000.000?
D = d x N (d vezes N)
D = 8,5 cm x 5.000.000
D = 42.500.000 cm
Levando em consideração que as distâncias entre as cidades no Brasil são 
dadas em quilômetros, transformam-se os 42.500.000 cm em quilômetros, ou seja:
D = 42.500.000 cm = 425 km
Portanto, a distância entre as duas cidades será de 425 km.
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
81
Cabe ressaltar que quanto menor for a escala, maior será a generalização 
e a simbolização no mapa. Por esta razão, a escolha da escala será determinante 
para a aparência do mapa e seu potencial de comunicar informações.
Desta forma, a escala será menor quanto maior for o denominador, 
portanto, será maior quanto menor for o denominador. 
• Escala grande: denominador pequeno – abrange pequenas áreas com 
representação detalhada de dados.
• Escala pequena: denominador grande – abrange grandes áreas onde os dados 
são representados de forma geral, sem detalhamento. 
É importante saber diferenciar uma escala grande de uma escala pequena. Assim, 
escala grande, numeral pequeno; escala pequena, numeral grande, ou seja, uma escala de1/50.000 
é maior que uma escala de 1/500.000, que, por sua vez é maior que uma escala de 1/5.000.000. 
Portanto, a escala de 1/50.000 apresenta muito mais detalhes do terreno do que a escala de 
1/5.000.000.
ATENCAO
3.2 ESCALA GRÁFICA
 É a representação gráfica, através de uma linha reta graduada em partes 
iguais, de várias distâncias do terreno.
 A escala gráfica é representada por um segmento de reta graduado, sobre 
onde é estabelecida diretamente a relação entre as distâncias no mapa, indicadas 
a cada trecho do segmento da reta, e a distância real de um território. Observe: 
Caro(a) acadêmico(a), acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem para visualizar 
os mapas, gráficos, cartas etc. do caderno de Cartografia em cores!
ATENCAO
82
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
FIGURA 32 – ESCALA GRÁFICA
FONTE: Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/
geografia/escala-cartografica-como-interpretar-reducoes-em-
mapas.htm>. Acesso em: 9 out. 2012.
Conforme o exemplo anterior, cada segmento de 1 cm é equivalente a 3 
km no terreno, 2 cm a 6 km. Caso a distância no mapa entre duas localidades seja 
de 3,5 cm, a distância real entre elas será de 3,5 X 3, ou 10,5 km (dez quilômetros 
e meio). A escala gráfica estabelece direta e visualmente a relação de proporção 
existente entre as distâncias do mapa e do território, desta forma a sua utilização 
torna-se de fácil entendimento.
Segundo o IBGE (2007), a Escala Gráfica nos permite realizar as 
transformações de dimensões gráficas em dimensões reais sem efetuarmos cálculos. 
Para sua construção, entretanto, torna-se necessário o emprego da escala numérica.
O seu emprego consiste nas seguintes operações:
1º) Tomamos na carta a distância que pretendemos medir (pode-se usar um compasso, 
 uma régua).
2º) Transportamos essa distância para a Escala Gráfica.
3º) Analisamos os resultados obtidos.
4 A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOS E LEGENDAS
A Cartografia tem sua linguagem própria, e compreender esta linguagem 
é fundamental para a interpretação de mapas, cartas e plantas. A simbologia ou 
legenda apresentada constitui o elemento central da linguagem, diz respeito ao 
modo como o tema do mapa é apresentado, revelando as intenções do autor. 
Passa pela escolha e utilização de cores, linhas, pontos e símbolos, por exemplo. 
Ao iniciar um trabalho com mapa, o professor deve levar os alunos a 
debater e construir legendas, a representação simbólica dos objetos de modo 
individual e coletivo (neste último, aproveita-se a oportunidade para estabelecer 
a negociação de sentidos e escolhas). A construção da legenda pode ressaltar ou 
“ocultar” questões. 
Ao debater sobre quais símbolos pretendem utilizar numa legenda, os 
alunos podem identificar que o uso de um símbolo representa com maior clareza 
o objeto em estudo, ou outro é também uma questão de poder, de quem consegue 
convencer os demais de que seu símbolo diz melhor o que se quer expressar. 
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
83
Um mapa é um meio de informação, feito a partir de figuras e palavras, como 
um livro que podemos "ler", interpretando sua legenda. E, a partir das informações 
que ele nos fornece, conseguimos descobrir alguns fatos da área mapeada.
Um mapa é, definitivamente, um conjunto de informações de sinais e cores, 
que expressam as informações do autor. Os objetos registrados cartograficamente 
são materiais e conceitos, transcritos por meio de símbolos ou grafismos, que 
resultam de uma convenção entre o leitor e o redator, lembrado num quadro de 
legenda do mapa (JOLY, 2011). 
Os mapas fornecem uma visão gráfica da distribuição e das relações 
espaciais. Mais precisa do que um relato verbal, a linguagem dos mapas baseia-
se no uso de símbolos. Cada símbolo precisa satisfazer a quatro requisitos 
fundamentais:
• ser uniforme em um ou mais mapas;
• ser compreensível, sem dar margens a suposições;
• ser legível;
• ser claro e preciso. 
Com esses requisitos preenchidos, os símbolos possibilitam o estudo 
adequado da localização e da distribuição dos eventos representados nos mapas, 
permitindo sua identificação imediata e a classificação. Como, por exemplo, 
os aspectos hidrográficos, os símbolos devem permitir ao leitor distinguir as 
diferentes formas e tamanho dos rios, sua correnteza ou não, se sofreu alteração 
em função de canalização e diferenciá-los dos naturais. Da mesma forma se 
procede com os transportes, devem-se observar os diferentes tipos de obras, se 
existem obras arquitetônicas, os tipos de estradas e o tipo de piso.
É importante verificar a forma como estão escritas as palavras e os nomes 
das localidades no mapa. O tamanho das letras empregadas (maiúsculas ou 
minúsculas) indica, muitas vezes, diferença em uma mesma forma de fenômenos, 
como vilas, cidades e capitais. A clareza das informações representadas no mapa 
deve ter localização em relação às coordenadas geográficas, escala, título, entre 
outros elementos.
Outro aspecto importante é que, se o símbolo é indispensável em qualquer 
tipo de representação cartográfica, a sua variedade ou a sua quantidade acham-
se, sempre, em função da escala do mapa.
É necessário observar, com o máximo rigor, as dimensões e a forma 
característica de cada símbolo, a fim de se manter, sobretudo, a homogeneidade 
que deve predominar em todos os trabalhos da mesma categoria.
84
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Quando a escala da carta permitir, os acidentes topográficos são 
representados de acordo com a grandeza real e as particularidades de suas 
naturezas. O símbolo é, ordinariamente, a representação mínima desses acidentes.
A não ser o caso das plantas em escala muito grande, em que suas dimensões 
reaissão reduzidas à escala (diminuindo e tornando mais simples a simbologia), 
à proporção que a escala diminui, aumenta a quantidade de símbolos.
Então, se uma carta ou mapa é a representação dos aspectos naturais e 
artificiais da superfície da Terra, toda essa representação só pode ser convencional, 
isto é, através de pontos, círculos, traços, polígonos, cores etc.
Deve-se considerar também outro fator, de caráter associativo, ou seja, 
relacionar os elementos a símbolos que sugiram a aparência do assunto como este 
é visto pelo observador, no terreno (IBGE, 2007). 
4.1 ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO
Uma carta ou um mapa consiste na representação, em folha de papel, 
da superfície terrestre, cujas dimensões são reduzidas, o que torna necessário 
associar os elementos expostos através de símbolos e convenções. Dependendo 
da escala, garante maior ou menor riqueza de detalhes (quanto maior a escala, 
menor será o detalhamento).
Os mapas apresentam mais do que a localização de um fenômeno no 
espaço geográfico e sua proporção (o tamanho relativo), eles mostram a ordem 
dos arranjos, a dinâmica espacial e suas movimentações no espaço geográfico e as 
variações que ocorrem ao longo do tempo.
 
Atendendo às exigências da técnica, as convenções cartográficas abrangem 
símbolos do desenho e da reprodução fotográfica, representando, de modo 
expressivo, os diversos acidentes do terreno e objetos topográficos em geral, 
permitindo ressaltar esses acidentes do terreno de maneira proporcional à sua 
importância, principalmente sob o ponto de vista das aplicações da carta. 
A variedade ou a quantidade dos símbolos utilizados na representação 
cartográfica deve ser de acordo com a função da escala do mapa. É importante 
manter a homogeneidade das dimensões e da forma característica de cada símbolo.
Uma carta ou mapa é a representação dos aspectos naturais e artificiais da 
superfície da Terra, o que faz com que essa representação seja convencional, ou 
seja, através de pontos, círculos, traços, polígonos, cores etc. Muito importante 
também é relacionar os elementos a símbolos representados com a aparência do 
assunto, ou seja, como este é visto no terreno pelo observador.
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
85
A escolha da posição de uma legenda deve ser feita de modo a não causar 
dúvidas quanto ao objeto a que se refere. Tratando-se de localidades, regiões, 
construções, obras públicas e objetos congêneres, bem como acidentes orográficos 
isolados, o nome deve ser lançado sem cobrir outros detalhes importantes. 
Segundo o IBGE, a carta ou mapa tem por objetivo a representação de duas 
dimensões, a primeira referente ao plano e a segunda à altitude. Desta forma, os 
símbolos e cores convencionais são de duas ordens: planimétricos e altimétricos 
(IBGE, 2011). 
4.1.1 Planimetria 
Segundo o (IBGE):
Os primeiros levantamentos geodésicos no Brasil foram realizados em 
outubro de 1939 pelo então Conselho Nacional de Geografia (CNG), 
com o objetivo de determinar coordenadas astronômicas em cidades 
e vilas para a atualização da Carta do Brasil ao Milionésimo de 1922. 
Em 1944 foi medida a primeira base geodésica nas proximidades 
de Goiânia, iniciava-se o estabelecimento sistemático do Sistema 
Geodésico Brasileiro (SGB) em sua componente planimétrica, através 
das medições de latitudes e longitudes, materializado por um conjunto 
de pontos (pilares, marcos ou chapas) situados sobre a superfície 
terrestre pelo método da triangulação e densificado pelo método 
de poligonação. Tais métodos, denominados de "clássicos", foram 
aplicados até meados da década de 90 e os equipamentos utilizados 
eram os teodolitos e medidores eletrônicos de distâncias. (IBGE, 2011).
A representação planimétrica pode ser dividida em duas partes, de 
acordo com os elementos que cobrem a superfície do solo, ou seja, físico-naturais 
ou cultural-artificiais. Os primeiros correspondem principalmente à hidrografia 
e vegetação, os segundos têm origem em decorrência da ocupação humana, 
entre os quais destacamos o sistema viário, construções, limites políticos ou 
administrativos etc. (IBGE, 2007).
4.1.2 Hidrografia
“A representação dos elementos hidrográficos é feita, sempre que possível, 
associando-se esses elementos a símbolos que caracterizem a água, tendo sido o 
azul a cor escolhida para representar a hidrografia, alagados (mangue, brejo e 
área sujeita à inundação) etc.” (IBGE, 2007).
86
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FIGURA 33 – ELEMENTOS HIDROGRÁFICOS (CARTA TOPOGRÁFICA ESC. 1:100.000)
FONTE: IBGE (2007)
4.1.3 Vegetação
Como não poderia deixar de ser, a cor verde é universalmente usada para 
representar a cobertura vegetal do solo. Na folha 1:50.000, por exemplo, as 
matas e florestas são representadas pelo verde claro. O cerrado e caatinga, 
o verde reticulado, e as culturas permanentes e temporárias, outro tipo de 
simbologia, com toque figurativo. (IBGE, 2007). 
FONTE: IBGE (2007) 
FIGURA 34 – ELEMENTOS DE VEGETAÇÃO (CARTA TOPOGRÁFICA ESC. 1:100.000)
4.1.4 Unidades político-administrativas
O território brasileiro é subdividido em unidades político-administrativas, 
abrangendo os diversos níveis de administração: federal, estadual e municipal. A 
esta divisão denomina-se: Divisão Político-Administrativa – DPA.
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
87
Essas unidades são criadas através de legislação própria (leis federais, 
estaduais e municipais), na qual estão discriminadas sua denominação e informações 
que definem o perímetro da unidade. A Divisão Político-Administrativa é 
representada nas cartas e mapas por meio de linhas convencionais (limites), 
correspondente à situação das unidades da Federação e municípios no ano da 
edição do documento cartográfico. Consta no rodapé das cartas topográficas a 
referida divisão, em representação esquemática (IBGE, 2007).
FIGURA 35 – GRANDES REGIÕES DO BRASIL
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilchannel.com.br/regioes/>. Acesso 
em: 18 abr. 2013.
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FIGURA 36 – DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
FONTE: Disponível em: <http://okylocyclo.blogspot.com.br/2010/04/brasil-nao-sera-
potencia-com-cultura.html>. Acesso em: 18 abr. 2013. 
Localidade, segundo o IBGE (2007), “é conceituada como sendo todo lugar 
do território nacional onde exista um aglomerado permanente de habitantes”. 
Pode ser em local urbanizado ou em regiões ou em vilas, áreas rurais. 
FIGURA 37 – LOCALIDADES (CARTA TOPOGRÁFICA ESC. 1:250.000)
FONTE: IBGE (2007) 
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
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4.1.5 Sistema viário
No caso particular das rodovias, sua representação em carta não traduz 
sua largura real, uma vez que a mesma rodovia deverá ser representada em todas 
as cartas topográficas desde a escala 1:250.000 até 1:25.000 com a utilização de uma 
convenção. Assim sendo, a rodovia será representada por símbolos que traduzem 
o seu tipo, independente de sua largura física. As rodovias são representadas por 
traços e/ou cores e são classificadas de acordo com o tráfego e a pavimentação. 
Essa classificação é fornecida pelo DNER e DERs, seguindo o Plano Nacional de 
Viação (PNV).
Uma ferrovia é definida como sendo qualquer tipo de estrada permanente, 
provida de trilhos, destinada ao transporte de passageiros ou carga. Devem ser 
representadas tantas informações ferroviárias quantas permita a escala do mapa, 
devendo ser classificadas todas as linhas férreas principais. São representadas na 
cor preta, e a distinção entre elas é feita quanto à bitola. São representados, ainda, 
os caminhos e trilhas (IBGE, 2007).
FIGURA 38 – VIAS DE CIRCULAÇÃO (CARTA TOPOGRÁFICA ESC.1:100.000)
FONTE: IBGE (2007) 
4.1.6 Linhas de limite
Embora saibamos que a natureza não reconheça fronteiras, os mapas 
necessitam evidenciar as linhas divisórias entre municípios e estados ou, conforme 
o IBGE, “[...] em uma carta topográfica é de grande necessidade a representação 
das divisas interestaduais e intermunicipais, uma vez que são cartas de grande 
utilidade, principalmente para uso rural” (IBGE, 2007). 
“Conforme as áreas, são representadas certas unidades de expressão 
administrativa, cultural etc., como reservas indígenas, parques nacionais e 
outros” (IBGE, 2007).
90
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
FIGURA 39 – LINHAS DE LIMITES (CARTA TOPOGRÁFICA ESC. 1:250.000)
FONTE: IBGE (2007) 
4.1.7 Aspectos do relevo
À medida que a escala diminui, acontece o mesmo com os detalhes, mas 
a correspondente simbologia tende a se tornar mais complexa. Por exemplo, 
na Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo (CIM), o relevo, além das 
curvas de nível, é representado por cores hipsométricas, as quais caracterizam 
as diversas faixas de altitudes (IBGE, 2007). Também os oceanos, além das cotas 
e curvas batimétricas, têm a sua profundidade representada por faixas de cores 
batimétricas (IBGE, 2007).
FIGURA 40 – ESCALA DE CORES HIPSOMÉTRICA E BATIMÉTRICA 
(CIM)
FONTE: IBGE (2007)
O método por excelência para representar o relevo terrestre é o das curvas 
de nível, permitindo ao usuário ter um valor aproximado da altitude em qualquer 
parte da carta (IBGE, 2007).
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
91
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com/IBGE>. Acesso em: 13 out. 
2012.
FIGURA 41 – CURVAS DE NÍVEL 
4.1.7.1 Principais características (IBGE)
a) As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas entre si.
b) Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma elevação.
c) Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma.
d) As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos d’água ou 
despenhadeiros.
e) Em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos d’água em forma de “V”, 
com o vértice apontando para a nascente.
A curva de nível constitui uma linha imaginária do terreno, em que todos os 
pontos de referida linha têm a mesma altitude, acima ou abaixo de uma determinada 
superfície da referência, geralmente o nível médio do mar (IBGE, 2007).
Com a finalidade de ter a leitura facilitada, adota-se o sistema de apresentar, 
dentro de um mesmo intervalo altimétrico, determinadas curvas, mediante um 
traço mais grosso.
Tais curvas são chamadas “mestras” (Figura 43), assim como as outras se 
denominam “intermediárias”. Existem ainda as curvas “auxiliares” (IBGE, 2007). 
 
As curvas de níveis (ou isoípsas) são linhas que unem os pontos 
do relevo que têm a mesma altitude, permitindo a visualização 
tridimensional do relevo. Quanto maior a declividade (inclinação) 
do relevo, mais próximas as curvas de nível se apresentam no mapa; 
quanto menor a declividade, maior é o afastamento entre elas. (SENE; 
MOREIRA, 2011, p. 30). 
92
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
4.1.8 Curvas de nível
4.1.8.1 Formas topográficas
A natureza da topografia do terreno determina as formas das curvas de 
nível. Assim, estas devem expressar com toda fidelidade o tipo do terreno a ser 
representado. 
 
Uma consideração fundamental está relacionada com a altimetria a ser 
representada em um mapa o uso de curvas de nível ou de cores hipsométricas 
para identificar altitudes. 
 As curvas de níveis ou isoípsas podem ser conceituadas como linhas 
imaginárias de uma área determinada, as quais unem pontos da mesma altitude, 
destinadas a retratar no mapa, de forma gráfica e matemática, o comportamento 
do terreno. Simplificadamente, pode-se imaginar o traçado das curvas de nível 
como as seções (fatias) retiradas de um relevo mantendo-se um espaçamento 
constante entre elas (FITZ, 2010).
As curvas de nível vão indicar se o terreno é “plano, ondulado, montanhoso 
ou se o mesmo é liso, íngreme ou de declive suave” (IBGE, 2007).
FIGURA 42 – FORMAÇÃO DE ESCARPA SUAVE
FONTE: Disponível em: <http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0100-929X2004000100001&nrm=iso>. Acesso em: 18 abr. 2013.
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
93
FIGURA 43 – IDENTIFICAÇÃO DAS CURVAS MESTRAS
FONTE: IBGE (2007)
4.1.8.2 Cores hipsométricas
Nos mapas em escalas pequenas, além das curvas de nível, adotam-se 
para facilitar o conhecimento geral do relevo faixas de determinadas altitudes em 
diferentes cores, como o verde, amarelo, laranja, sépia, rosa e branco. Para as cores 
batimétricas usa-se o azul, cujas tonalidades crescem no sentido da profundidade 
(IBGE, 2007).
4.1.8.3 Relevo sombreado
O sombreado executado diretamente em função das curvas de nível é 
uma modalidade de representação do relevo. É executada, geralmente, à pistola 
e nanquim e é constituída de sombras contínuas sobre certas vertentes, dando a 
impressão de saliências iluminadas e reentrâncias não iluminadas. 
Para se executar o relevo sombreado, imagina-se uma fonte luminosa 
a noroeste, fazendo um ângulo de 45º com o plano da carta, de forma que as 
sombras sobre as vertentes fiquem voltadas para sudeste (IBGE, 2007).
94
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
FIGURA 44 – REPRESENTAÇÃO DO RELEVO SOMBREADO
FONTE: IBGE, (2007)
5 FUSOS HORÁRIOS
Devido ao movimento de rotação e à forma arredondada da Terra, é 
possível afirmar que o Sol não ilumina de maneira igual e simultaneamente o 
planeta. Desta forma, quando em determinada região começa a anoitecer, em 
outra é meio-dia, em outro local meia-noite, ou está amanhecendo em algum 
lugar da Terra.
O Sol nasce no Leste e se põe no Oeste. Por esta razão, para Leste as horas 
estão sempre adiantadas em relação a quem está a Oeste; portanto, a Oeste as 
horas estão sempre atrasadas em relação ao Leste. 
Até 1884, cada comunidade tinha sua hora local, ajustada por algum 
símbolo, que poderia ser a torre de uma igreja, palácio do governo etc. Quando 
o Sol incidia sobre este ponto de referência eram 12 horas, desta forma todos 
podiam ajustar seus relógios através deste relógio padrão. 
Com o avanço das comunicações mais rápidas, como o telégrafo, surge a 
necessidade de se estabelecer um padrão mundial de horas.
A medição do tempo pelos fusos horários foi estabelecida através de uma 
conferência realizada em 1884 na Inglaterra. 
Para tal definição dos fusos estabeleceu-se um ponto de partida, uma 
referência. O fuso de referência estende-se de 7º30’ para leste a 7º30’ para oeste 
do Meridiano de Greenwich, o que totaliza uma faixa de 15 graus. “Portanto, 
a longitude na qual termina o fuso seguinte é 22º30’ para leste e para oeste. 
Somando continuamente 15º a essas longitudes, obtemos os limites teóricos dos 
demais fusos”. (FITZ, 2010, p. 80).
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
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FIGURA 45 – DIVISÃO DOS FUSOS
FONTE: Disponível em: <http://geografiapro-universidade.blogspot.com.
br>. Acesso em: 24 mar. 2013.
A figura anterior mostra o limite teórico entre os fusos: 45º - 7,5º temos 37,5º 
para oeste. Aumentando: 45º+7,5º temos 52,5º (equivale a meia hora ou meio fuso).
A Terra forma uma circunferência, portanto, tem 360º. O dia tem 24 horas. 
Como a Terra dá uma volta completa em torno do próprio eixo, podemos calcular 
quantos graus da circunferência terrestre equivalem a uma hora, dividimos 360º 
por 24h. Ou seja:
360º = 24h.
360º: 24 = 15º de longitude.
Desta forma, a cada 15 graus de longitude aumentará 1 hora para leste, e 
para oeste diminuirá1 hora. 
Como todos os meridianos dividem a Terra em duas partes iguais, 
através de convenção ficou estabelecido que o meridiano que passa pela cidade 
de Londres (local da conferência que tomou esta decisão), mais precisamente no 
Observatório de Greenwich, seria o meridiano Zero Grau (0o). 
Portanto, a cada 15º a leste de Greenwich aumenta uma hora e a cada 15º 
a oeste de Greenwich diminui uma hora. Desta forma, temos 12 fusos horários a 
leste de Greenwich e 12 fusos a oeste de Greenwich. 
96
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Lembre-se: para um bom entendimento com relação aos fusos horários, você 
precisa ter claro que para Leste as horas aumentam e para Oeste as horas diminuem, sempre em 
relação ao observador.
Em relação ao horário brasileiro, as horas na Inglaterra (a Leste do Brasil) estão mais adiantadas. 
No Peru, a Oeste do Brasil, as horas estão atrasadas.
ATENCAO
Para fazer a identificação das horas, podem-se dispensar os cálculos e 
fazê-la de forma gráfica, ou seja, criando seu planisfério: construa você mesmo 
o planisfério apenas com as linhas meridionais. Faça primeiro a linha central ou 
Meridiano de Greenwich, também conhecido como meridiano inicial. Esta linha 
será o meridiano zero grau. Depois, faça 12 linhas à esquerda e 12 à direita, com 
intervalo de 1 cm cada, colocando em cima de cada linha os valores em graus, ou 
seja, de 15 em 15 graus para a direita e para a esquerda. Observe o planisfério a 
seguir onde as linhas meridionais possuem intervalos de 15 graus cada (utilize a 
Figura 46 como exemplo). 
5.1 LINHA INTERNACIONAL DE DATA
O meridiano situado a 180º do Meridiano de Greenwich é chamado Linha 
Internacional de Data, correspondendo ao fuso onde é feita a mudança de data, 
ou seja, quando alguém se desloca no sentido oeste para leste as horas aumentam, 
porém, ao atravessar esta linha no sentido oeste para leste, terá que diminuir 24 
horas, ou seja, um dia. Quando o deslocamento é realizado no sentido de leste para 
oeste, as horas diminuem. Porém, ao se atravessar neste mesmo sentido a Linha 
Internacional de Data, aumentam-se 24 horas.
Observe no mapa-múndi a seguir, no canto direito e esquerdo do mapa, 
uma linha pontilhada. Trata-se da Linha Internacional de Data. Faça um exercício 
utilizando esta figura. Partindo do meridiano 0o (zero grau), vá somando as horas para 
leste e você terá 12 horas a mais; faça o mesmo para oeste, porém agora diminuindo 
as horas, então você terá 12 horas a menos, em relação ao meridiano zero. Somando 
os dois lados dá 24 horas, o que justifica que ao cruzar a Linha Internacional de Datas 
teremos que aumentar ou diminuir em um dia o seu calendário.
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
97
FIGURA 46 – MAPA-MÚNDI COM DIVISÃO DOS FUSOS HORÁRIOS
FONTE: GEOGRAFIA GERAL. Disponível em: <www.geografiaparatodos.com.br/img/
Divisao%2N>. Acesso em: 11 fev. 2007.
5.2 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS
Até meados de 2008, o Brasil apresentava quatro fusos horários diferentes 
em seu território, divididos da seguinte forma:
a) 1º Fuso brasileiro
Está a 30º de longitude a oeste do Meridiano de Greenwich, portanto, 
corresponde ao segundo fuso a partir de Greenwich. Podemos então dizer que 
o primeiro fuso brasileiro corresponde ao segundo fuso a partir de Greenwich. 
Abrange as ilhas oceânicas brasileiras, como o arquipélago de Fernando de 
Noronha, Abrolhos e todas as demais.
b) 2º Fuso brasileiro
Estando a 45º de longitude oeste, corresponde ao terceiro fuso a oeste de 
Greenwich, portanto, tem três horas a menos em relação a Greenwich. Localiza-
se neste fuso o Distrito Federal, por esta razão é a hora oficial do Brasil. Fazem 
parte também os estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais e todos os estados 
litorâneos, com exceção do Pará, que tem apenas a porção a leste de Xingu 
incluída neste fuso.
98
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
c) 3º Fuso brasileiro
Possui quatro horas a menos em relação a Greenwich, portanto é o quarto 
fuso horário a oeste de Greenwich. Abrange os estados de Mato Grosso, Rondônia, 
Mato Grosso do Sul, Roraima, Pará (parte situada a oeste do Xingu e rio Jari), o 
estado do Amazonas (exceto uma pequena porção a oeste, próximo ao Acre).
d) 4º Fuso brasileiro
Este fuso está a cinco horas atrasado em relação ao Meridiano de 
Greenwich, portanto corresponde ao quinto fuso a oeste de Greenwich. Abrange 
o estado do Acre e uma pequena porção a oeste do estado do Amazonas. A partir 
da Lei nº 11.662, de 24 de abril de 2008, o Brasil passa a ter três fusos horários. A 
alteração ocorreu no fuso do Acre, da Amazônia Ocidental e do Pará, excluindo o 
quarto fuso horário, no Brasil.
Segundo o texto aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, 
Comunicação e Informática, os fusos horários do Acre e parte do Amazonas 
passaram do fuso horário Greenwich “menos cinco horas” para “menos quatro 
horas”, ou seja, uma hora adiantada.
Sendo assim, a diferença em relação ao horário de Brasília caiu de duas 
para uma hora. A porção ocidental do Pará passa de “menos quatro horas” para 
“menos três horas” em relação a Greenwich, ficando com o mesmo horário de 
Brasília. Observe o mapa a seguir: 
Acesse o seguinte site e confira a Lei nº 11.662/2008 em <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11662.htm>. Acesso em: 24 mar. 2013.
DICAS
TÓPICO 3 | PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOSE LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS
99
FIGURA 47 – FUSOS HORÁRIOS ADOTADOS NA HORA LEGAL BRASILEIR A EM REFERÊNCIA AO 
TEMPO UNIVERSAL COORDENADO (UTC), DE ACORDO COM A LEI Nº 11.662/2008
FONTE: Disponível em: <http://www.horadebrasilia.com/fuso-horario.php>. Acesso em: 19 nov. 
2012.
100
Neste tópico você viu que:
• A diferença entre mapa, carta e planta está associada ao uso da escala.
• Escala é a relação existente entre as distâncias medidas no mapa e as distâncias 
lineares correspondentes ao terreno.
• Escala numérica é a representação feita por uma fração, na qual o numerador 
representa a distância no mapa e o denominador, a distância correspondente no 
terreno.
• A simbologia ou legenda apresentada constitui o elemento central da linguagem, 
diz respeito ao modo como o tema do mapa é apresentado.
• A variedade ou a quantidade dos símbolos utilizados na representação 
cartográfica deve ser de acordo com a função da escala do mapa.
• É importante manter a homogeneidade das dimensões e da forma característica 
de cada símbolo.
• Uma carta ou mapa é a representação dos aspectos naturais e artificiais da 
superfície da Terra, o que faz com que essa representação seja convencional, seja 
através de pontos, círculos, traços, polígonos, cores etc.
• A Terra possui 24 fusos horários, cada fuso horário possui 15 graus.
• Até meados de 2008, o Brasil apresentava quatro fusos horários, sendo que o 2º 
fuso é o horário oficial, por ser o que abrange a capital federal.
• A partir de 2008, através da Lei nº 11.662, o Brasil passa a ter três fusos horários 
oficiais em relação a Greenwich. 
RESUMO DO TÓPICO 3
101
1 Estabeleça as principais diferenças entre mapa, carta e planta.
2 Explique o que você compreendeu sobre escala. 
3 Resolva o seguinte exercício sobre escalas:
a) Num mapa, cuja escala é de 1/750.000, a distância entre duas determinadas 
cidades é de 6,5 cm. Pergunta-se: qual a distância real em quilômetros entre 
estas duas cidades?
Para resolver este e outros exercícios sobre escalas, siga os seguintes passos:
- Identifique a escala: 1/750.000, o que significa que cada centímetro deste 
mapa corresponde a 750.000 cm do terreno representado. Transforme 
este último valor em km, cortando cinco casas. Assim, obtemos o 
seguinte resultado: 1 cm = 7,5 km.
- Você deve estar se perguntando por que 1 cm é igual a 7,5 kme não 
7 km, uma vez que o 5 foi cortado quando eliminei cinco casas. Neste 
caso, sempre que você cortar cinco casas e tiver um número que não 
seja zero, este valor deve ser acrescentado depois da vírgula.
- Desta forma, caso a escala do mapa fosse 1/755.000, o resultado seria: 1 
cm do mapa corresponde a 7,55 km da realidade. 
- Voltemos ao exercício original. Se 1 cm do mapa corresponde a 7,5 cm 
da realidade, 6,5 cm correspondem a quantos quilômetros?
- Basta fazer uma multiplicação, ou seja, 6,5 cm x 7,5 km = 48,75 km.
4 Agora que você compreendeu como se calcula a distância entre cidades 
sobre um mapa, resolva sozinho(a) os seguintes exercícios: 
a) Num mapa, cuja escala é de 1/450.000, duas cidades estão distantes entre si 
9,5 cm. Qual a distância real em quilômetros entre estas duas cidades?
b) A distância real em quilômetros entre duas cidades representadas num 
mapa, na escala de 1/370.000 e que no mapa estão distantes entre si 11,5 cm?
c) Agora use o atlas que você adquiriu, escolha um mapa, identifique a escala 
e escolha cidades a seu critério, para medir a distância entre elas. Use uma 
régua e faça as medidas entre as distâncias das cidades que você escolheu. 
Anote o valor e faça o mesmo procedimento dos exercícios anteriores, 
usando a escala dos mapas que você está utilizando. Faça tantos exercícios 
quantos você achar necessários para aprender. 
AUTOATIVIDADE
102
5 Resolva os seguintes exercícios sobre fusos horários:
a) A cidade de São Paulo está situada no fuso horário 45º a oeste de Greenwich. 
Quando em São Paulo forem 13 horas, que horas serão numa cidade localizada 
no fuso 75º leste?
b) Quando numa cidade localizada a 15º de longitude leste forem 21 horas, 
que horas serão na cidade localizada a 90º de longitude oeste? 
c) Quantos fusos são adotados no Brasil e quais são eles?
Ao resolver os exercícios sobre fusos horários, construa seu planisfério de 
forma que cada meridiano esteja distante 15º um do outro ou utilize o planisfério abaixo 
para fazer seus exercícios. Lembre-se também de que para leste as horas aumentam e 
para oeste as horas diminuem.
IMPORTANT
E
103
TÓPICO 4
ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM 
DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A Cartografia, na sua trajetória histórica, tem uma grande contribuição no 
desenvolvimento da comunicação, mesmo antes da escrita, pois, através de uma 
linguagem própria, sintética, apresenta conhecimentos. Na escola, a disseminação 
deste conhecimento permite ao aluno ancorar ideias através das cores, signos, 
formas, proporções, entre outros. No fazer pedagógico, a Cartografia tem um papel 
fundamental quando o professor sabe das potencialidades que os mapas, maquetes, 
globos e outros materiais oferecem. 
A Cartografia está presente no cotidiano das pessoas. Desta forma, basta 
um olhar atencioso à nossa volta para que se note sua presença. Quando se trata 
da aplicação da Cartografia no ensino de Geografia, esta deve ser trabalhada de 
forma tal que facilite e estimule a aprendizagem dos alunos de uma maneira 
prática e de fácil compreensão.
Nesse tópico buscamos apresentar sugestões didáticas cujo objetivo é 
propiciar a realização de atividades pedagógicas na Cartografia, de modo que as 
atividades auxiliem o seu aprendizado. Apresentamos métodos para que você, 
futuro(a) professor(a), possa desenvolver o conteúdo cartográfico de maneira 
divertida e estimule os educandos a ter reciprocidade nos conteúdos no que tange à 
Cartografia na Geografia. 
A Geografia é uma ciência que ajuda a ler o mundo, como caracteriza Callai: 
Ler o mundo da vida, ler o espaço e compreender que as paisagens 
que podemos ver são resultados da vida em sociedade, dos homens na 
busca da sua sobrevivência e da satisfação das suas necessidades. Em 
linhas gerais, esse é o papel da Geografia na escola (2005, p. 228-229). 
A Cartografia e a Geografia devem caminhar juntas nessa trajetória de 
conhecimentos. Pontos da Cartografia como orientação e localização podem ajudar a 
entender os conteúdos da Geografia. 
104
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
A Cartografia deve ser ensinada usando materiais que estão ao alcance dos 
alunos, que eles possam visualizar e presenciar no seu dia a dia. Ao contrário do que 
muitos afirmam, a Cartografia pode e deve ser ensinada desde as séries iniciais ao 
Ensino Médio, para que os alunos possam aprender a fazer a correta leitura de um 
mapa e aproveitar todos os recursos que ela oferece.
Como ocorre com a apropriação da escrita alfabética, onde se aprende a ler e 
escrever, há também a alfabetização cartográfica, para que os alunos aprendam a ler 
e interpretar um mapa.
2 ATIVIDADES DIDÁTICAS DE CARTOGRAFIA NO ENSINO 
FUNDAMENTAL
Segue uma lista de atividades que podem ser realizadas em sala de aula 
ou adaptadas ao perfil da turma em que estão sendo aplicadas. Lembre-se de 
que entre as várias formas de representar o espaço geográfico, temos, além dos 
mapas, plantas, croquis, globos, perfis topográficos, maquetes e outros meios que 
utilizam a linguagem cartográfica. Essas são algumas das atividades sugeridas 
que poderão ser adaptadas conforme a criatividade e necessidade do professor 
em relação ao perfil da turma na qual está sendo aplicado o conteúdo. 
2.1 CONSTRUÇÃO DE UMA MAQUETE DO QUARTO 
Objetivo: trabalhar a escala cartográfica e a construção de legenda. 
Materiais usados: folha A4, papel kraft, cartolina, caixa de sapato, caixinhas 
de remédio, caixinha de fósforo, cola bastão ou líquida, tesoura, palitos de dentes 
ou de churrasco, tampinhas de garrafa, papel de presente, canetinhas e canetões. 
Duração da atividade: duas aulas ou mais, se necessário.
Esta atividade será desenvolvida da seguinte forma: Em casa o aluno fará 
o mapa mental de seu quarto, destacando o posicionamento dos móveis (Figura 
48). Desta forma, a criança participa do processo de mapeamento ao fazer a 
transposição da imagem do real para o plano bidimensional, além de demonstrar 
a compreensão do espaço em sua volta. Como afirma Nogueira (2005): “Os mapas 
mentais nos revelam como os lugares estão sendo compreendidos”. 
Na aula seguinte o aluno trará uma caixa de sapato e algumas caixas, como 
de remédio, fósforo, tampinhas, entre outros materiais. Dentro da caixa de sapato 
irá confeccionar uma maquete do quarto a partir do mapa mental, passando da 
representação bidimensional para a tridimensional (Figura 49).
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
105
FIGURA 48 – REPRESENTAÇÃO BIDIMENSIONAL DO QUARTO
FONTE: Almeida e Passini (2010)
FIGURA 49 – REPRESENTAÇÃO TRIDIMENSIONAL DO QUARTO
FONTE: Disponível em: <copi.com.br>. Acesso em: 30 out. 2012.
2.2 JOGO BATALHA NAVAL
Objetivo: trabalhar as noções de coordenadas geográficas. 
Materiais usados: dois tabuleiros para cada aluno.
Duração da atividade: uma hora/aula.
As regras deste jogo funcionam assim: cada aluno terá dois tabuleiros, 
em um será marcada a sua jogada (marcada a disposição das armas) e em outro 
será marcada a jogada realizada no tabuleiro do adversário. Duas armas não 
podem se tocar, cada jogador tem direito a três tiros, sendo esses indicados 
pelas coordenadas geográficas (Figura 50). A cada tiro o adversário deve avisar 
se foi acertada ou não uma arma dele. Uma arma é afundada quando todas as 
106
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
casas correspondentes forem acertadas. O jogo termina quando todas as armas 
de seu oponente forem afundadas. Armas disponíveis: cinco hidraviões, quatro 
submarinos, três cruzadores, dois encouraçados e um porta-aviões (Figura 
51). Assim o aluno aprenderá a dinâmica das coordenadas a cada jogada feita.
FIGURA 51 – TABULEIRO 2
FIGURA 50 – TABULEIRO 1
FONTE: Disponível em: <http://ensinodegeografiauenp.blogspot.com.br/2012/06/alfabetizacao-cartografica-atividades.html>. Acesso em: 31 out. 2012.
FONTE: Disponível em: <http://ensinodegeografiauenp.blogspot.com.br/2012/06/alfabetizacao-
cartografica-atividades.html>. Acesso em: 31 out. 2012.
2.3 A NOÇÃO DE ESCALA
Objetivo: construir o conceito de escala.
O conceito de escala introduz a noção de relação entre um fenômeno 
real na superfície terrestre, ou o todo, e representação no papel. Como exemplo, 
quando representamos todo o globo terrestre, temos o planisfério, sua escala é 
pequena. Quando a escala é média, o mapa representa um continente, um país 
ou um estado. Quando a escala é grande, a planta pode representar uma cidade, 
um prédio, uma propriedade rural e outros elementos com muitos detalhes. 
E, conforme a escala, encontraremos uma quantidade maior ou menor de 
informações que podemos ler nos mapas. (CASTROGIOVANNI, 2009).
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
107
Nesta atividade será abordada a redução feita do tamanho real – altura 
do aluno para o desenho – fotografia do aluno. Inicialmente, o aluno deverá se 
posicionar em frente a um papel kraft que tenha seu tamanho e, com a ajuda 
dos colegas da sala, pedir a estes que façam um contorno de seu corpo na folha 
(Figura 52). Posteriormente, o aluno deverá posicionar uma foto de corpo inteiro 
no canto inferior da folha que tem o seu desenho em tamanho real, a fim de 
verificar quantas vezes o real foi reduzido para caber na foto. Desta forma o aluno 
consegue construir o conceito de escala, vendo a questão da redução da escala de 
perto, e assim compreender como essa é feita. 
Materiais usados: foto 10 x 15 de corpo inteiro; canetinhas; papel kraft
Duração da atividade: duas aulas.
FIGURA 52 – REAL X REPRESENTAÇÃO
FONTE: Os autores
2.4 NOÇÃO DE ESCALA: PLANTA BAIXA DA SALA DE AULA
Objetivo: construir uma planta da sala de aula e compreender noções de 
escala.
O professor poderá construir com os alunos uma planta da sala de 
aula, utilizando as medidas reais (ex.: comprimento = 10 m e largura = 8 m), e 
representá-la numa folha de papel utilizando a proporção):
8 m de sala equivale a 8 cm do papel, ou seja,
800 cm de sala = 8 cm do papel,
1000 cm de sala = 10 cm do papel,
108
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Então a indicação numérica da escala será 1:100.
Não esqueça que a planta deve ser orientada com o auxílio da rosa dos 
ventos.
Caso o professor e os alunos não tiverem noção do sistema métrico decimal, 
poderão pedir auxílios referenciais ao professor de Matemática da escola, para 
entender as bases conceituais. 
2.4.1 Distância entre os pontos
Para trabalhar noção de escala com os alunos, você poderá trabalhar 
distâncias entre as cidades, utilizando a unidade de medida em cm (centímetros) 
com uma régua. Empregue o mapa de seu município, estado e país. Escolha um 
itinerário de partida e siga os passos.
 
Objetivos: entender o conceito de escala; trabalhar com escalas, interpretar 
escalas encontradas em mapas e plantas de casa, desenhar mapas utilizando e 
aplicando os conceitos sobre escala desenvolvidos em sala, construir maquetes 
trabalhando com os conceitos de razão e proporção.
Materiais necessários: mapas, régua, lápis, borracha e caderno.
FIGURA 53 – TRABALHAR DISTÂNCIAS
FONTE: Os autores
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
109
Procedimentos: verificar que tipo de escala está representado no mapa: é 
numérico ou gráfico? Qual o valor da escala apresentada no mapa? No caso do 
mapa acima foi utilizada a escala gráfica. Lê-se 1 cm = 220 km. Então, com o uso 
da régua o professor solicita aos alunos que apresentem a distância real em linha 
reta entre duas cidades, por exemplo: de Florianópolis a São Paulo, quantos km 
dá em linha reta? 
O aluno fará o seguinte: meça com a régua a distância gráfica, ou seja, em 
cm (centímetros) e multiplique pela escala. 
Exemplo: distância em cm de Florianópolis a São Paulo X escala
1,5 cm x 220 =
 Distância real em linha reta = 330 km
2.5 DA MAQUETE À PLANTA DA SALA DE AULA
Baseados na ideia de que o aluno deve construir noções espaciais através 
de ações em um espaço conhecido e efetivamente significativo, parte-se do 
princípio de que a maquete servirá de base para explorar a projeção de elementos 
do espaço vivido para o espaço representado (planta). As relações espaciais 
topológicas desses objetos em função de um ponto de referência desses objetos 
entre si e dos mesmos em relação aos alunos.
Objetivo: explorar a projeção de elementos do espaço vivido para o 
espaço representado (planta).
Materiais: sucata – caixa de papelão do formato que se aproxime da forma 
da sala de aula, caixas de fósforos vazias, cones, retalhos, copos de iogurte, caixas 
de remédios, régua, lápis de cor, canetões e canetinhas, cordão ou barbante, tesoura.
Procedimento: em grupos, confeccionar a maquete com os objetos em seu 
interior, conservando os mesmos elementos do espaço solicitado. Estando pronta 
a maquete, o professor pode explorar os elementos de localização, a projeção, 
deslocamento em relação aos colegas, referências de posições, que servirão de 
referência das linhas da maquete, ou seja, identificação da posição em relação 
aos quadrantes, inicialmente usando como referencial mais abstrato, exemplo: 
esquerdo e direito, e depois usando os pontos cardeais. Localização de objetos 
utilizando as linhas coordenadas, exemplo: tal objeto fica localizado na primeira 
fila e segunda coluna.
110
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
2.6 PLANTA DA SALA DE AULA
A partir da observação da maquete, os alunos deverão desenhar a 
planta da mesma, com detalhes encontrados e nas suas devidas posições. Neste 
momento, serão trabalhadas as noções de projeções e representação simbólica. 
A planta da sala terá uma característica simbólica e pictórica, servindo de ponte 
entre o espaço real e a sua representação gráfica.
Objetivo: desenvolver noções de projeções e representação simbólica 
cartográfica.
Materiais: papel sulfite ou A4, lápis de cor, grafite, materiais de pinturas, 
régua, barbante, papel colorido, varetas de vários tamanhos.
Procedimento: cada equipe colocará a maquete construída no chão e, 
observando de cima para baixo, irá projetá-la na folha de papel. Fica a critério dos 
alunos como representar as carteiras. O professor deverá destacar a importância 
de representar a legenda, as cores ou formas utilizadas na planta. Para introduzir 
noção de escala, faça um segundo desenho de planta. Para tanto, os alunos 
medirão as paredes com barbante ou corda, depois dobrarão quantas vezes for 
necessário até que caiba no papel. Um pedaço do barbante deverá constar na 
legenda. E para constar a escala, o aluno deverá colocar o número de vezes que o 
barbante foi cortado. 
Se o aluno não compreender a noção de escala, o professor poderá pedir 
ao aluno para medir a carteira utilizando a régua, ou medir a parede utilizando 
a carteira, livros, apagadores, ripas de madeiras cortadas para este fim de 1 cm 
ou 1m. O aluno chegará à conclusão de que um lugar de 10 cm pode utilizar 
um 1 metro. Após a conclusão dessa atividade, o professor poderá sair ao pátio 
da escola e medir distâncias entre duas árvores, portas de acesso etc. Os alunos 
compreenderão a equivalência e proporcionalidade entre os padrões de medição, 
redução de tamanhos sem deformar o real (original).
Essa atividade poderá ser integrada com as disciplinas de Educação Física, 
Matemática, Língua Portuguesa e Arte. 
A Geografia trabalha com a espacialidade dos fenômenos em sua 
temporalidade, porém é importante estudar a extensão de uma paisagem 
e o papel histórico de sua posição geográfica, não apenas sua localização. 
Tais noções – espacialidade e temporalidade –, passíveisde serem 
ampliadas a partir do conhecimento geográfico, podem ser trabalhadas 
mediante interface com outras áreas, tais como a Matemática, a Arte e a 
Educação Física, entre outras (BRASIL, 1997, p. 124). 
Na seleção e organização dos conteúdos de Geografia relacionados à 
Cartografia são também destacados procedimentos de análise do próprio saber 
geográfico, tais como: a observação, a descrição, o registro e a documentação, 
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
111
a representação, a analogia, a explicação e síntese. Esses procedimentos devem 
ser trabalhados ao longo de toda a escolaridade, isso porque podem auxiliar 
os alunos na leitura e interpretação das informações que recebem e também na 
compreensão do ponto de vista geográfico (BRASIL, 1997).
Antunes (2010) mostra alguns procedimentos de análise e interpretação 
de cartas geográficas: 
QUADRO 1 – PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE CARTAS GEOGRÁFICAS
Verifique se você sabe interpretar todos os 
signos da legenda do mapa.
Na legenda existem vários símbolos e suas 
convenções. Esses símbolos são internacionais, 
procure decodificá-los.
Experimente sua capacidade em transferir 
os signos para o espaço.
Saiba que o mapa é o “retrato” simplificado do 
espaço. Transfira os signos para o espaço real, 
idealizado.
Observe a rosa dos ventos e descubra os 
pontos cardeais no espaço.
A rosa dos ventos é elemento essencial em todo 
mapa. Aprenda a transferir as direções do mapa 
para o espaço idealizado.
Caso o mapa não apresente a rosa dos ventos, 
saiba buscar elementos para construí-la.
Preocupação excessiva com a simplificação pode 
omitir a rosa dos ventos. Não aceite essa omissão, 
procure construí-la.
Tenha sempre uma bússola em mãos e saiba 
usá-la em todo o mapa consultado.
As direções expressas na rosa dos ventos se 
especializam com o uso da bússola. Ao estudar o 
mapa, idealize as direções reais.
A escala é um elemento essencial em 
todo mapa. Saiba decifrar seu conteúdo e 
transformar as distâncias.
Uma foto de uma pessoa é sua representação 
em escala. Ao ver a foto você deve perceber a 
dimensão real da pessoa. O mapa exige igual 
procedimento.
Saiba identificar os signos do mapa em sua 
dimensão real usando a escala.
A A escala não deve ser usada apenas para avaliar 
distância, mas também para a compreensão dos 
tamanhos dos símbolos.
Saiba interpretar a projeção cartográfica 
utilizada e adapte a interpretação do espaço 
aos limites impostos por essas projeções.
Como toda carta geográfica representa uma 
superfície esférica – o globo terrestre – em um 
espaço plano, as deformações são inevitáveis. 
Saiba compensá-las.
FONTE: Antunes (2010)
Os procedimentos de análise e interpretação de cartas geográficas facilitam 
a leitura, a interpretação e compreensão das informações contidas no mapa. 
É possível ensinar Geografia de maneira mais dinâmica e interessante, 
que desperte a atenção dos alunos e os leve à participação ativa na sala de aula.
Nas atividades que serão propostas, observe que elas estimulam a 
curiosidade e o interesse dos alunos. 
112
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
2.7 ATIVIDADES COM VARETAS
Objetivo: melhorar a compreensão de equivalência e medidas proporcionais 
(escala).
Materiais: varetas de 1 m, 10 cm, 3 m etc.
Procedimento: os alunos irão medir objetos solicitados pelo professor. 
Devem perceber que podem utilizar varetas das medidas disponíveis. No lugar 
de varetas podem ser utilizados barbantes coloridos para cada medida, e medir 
cadernos, estojos, livros, carteiras, mesa do professor etc. Como sugestão, o 
professor pode pedir aos alunos que registrem essas medidas para posterior 
discussão dos dados.
2.8 REPRESENTAÇÃO DE TRAJETOS
Objetivo: desenvolver, construir com alunos símbolos representativos e 
noções de relações de grandezas (razão e proporção). 
Procedimento: programar uma atividade de caminhada pela escola 
ou bairro da escola. Após a caminhada, construir com os alunos símbolos que 
representem cada uma das dependências no caso da escola. Reproduzir os 
símbolos em forma de desenhos. O professor fará questionamentos do tipo: Qual 
é o trajeto que fazemos para irmos da sala de aula até a saída (portão da escola)? 
Sequência lógica e ordenação espacial. O professor poderá pedir para que, em 
grupos de alunos, seja realizado um croqui do lugar percorrido e destacar os 
elementos fixos observados por meio dos símbolos representativos. Ao final, 
discutir com os alunos as relações de grandezas (razão/proporção).
FIGURA 54 – REPRESENTAÇÃO E RELAÇÃO
FONTE: Disponível em: <empfniteroi.blogspot.com>. Acesso em: 31 out. 
2012.
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
113
2.9 TRABALHO COM BÚSSOLA
Atividade em equipe de no máximo três alunos
Objetivo: explorar e conhecer o funcionamento da bússola.
Materiais: no mínimo uma bússola por grupo. 
Procedimento: pedir aos alunos para explorarem a bússola: forma, 
elementos, comportamentos, movimento da agulha, letras, direções cardeais etc. 
O professor deverá explicar sobre a agulha imantada, posição norte-sul. Deve 
deixar claro que as direções seguem sempre em direção à nascente do Sol, ou seja, 
em direção leste. Seguindo na direção apontada pela agulha da bússola, estamos 
nos dirigindo para o norte. E exemplificar a orientação da sala de aula, quadra de 
esportes, os alunos irão registrar as etapas. 
2.10 CONSTRUINDO UMA BÚSSOLA SIMPLES
Aqui é sugerida a construção de uma bússola que flutua na água. 
Materiais necessários: agulha ou alfinete, ou clipe, um pires pequeno ou 
tampa de pote plástico, um prego, uma rosa dos ventos desenhada no papel, um 
ímã, um pedaço circular de placa de isopor, como na figura a seguir: 
FIGURA 55 – CONSTRUINDO UMA BÚSSOLA
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
fichaTecnicaAula.html?aula=1356>. Acesso em: 31 out. 2012.
Procedimento:
• Peça aos alunos que desenhem uma pequena rosa dos ventos e a recortem em 
formato circular. (Você pode desenhar no quadro para que copiem e auxiliar na 
elaboração).
114
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
• Os alunos deverão cortar um círculo de uma fina placa de isopor (para cortar o 
isopor pode ser usado um cortador de isopor).
• A rosa dos ventos deverá ser colada sobre o isopor.
• Em seguida deverão esfregar a cabeça do prego no ímã, para imantá-lo e 
introduzi-lo no isopor, no ponto onde ficou colada a letra N – Norte da rosa 
dos ventos (o prego deve ser aproximadamente do comprimento do diâmetro 
do isopor).
FIGURA 56 – BÚSSOLA 
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
fichaTecnicaAula.html?aula=1356>. Acesso em: 31 out. 2012.
Importante: existem aparelhos à pilha, próprios para o corte de isopor, mais 
seguros que instrumentos cortantes. O uso de estilete ou faca pode ser perigoso, 
por isso, se não houver possibilidade de obter um cortador de isopor, providencie 
você mesmo o seu corte e realize a atividade de maneira padronizada, onde 
duplas de alunos constroem a bússola apresentada por você. Porém, proponha 
que cada dupla construa uma “BÚSSOLA PERSONALIZADA”, utilizando outros 
materiais ou outras estratégias, como: pendurar o objeto imantado por uma linha, 
flutuando em um objeto na água, suspenso por uma agulha etc. Você poderá 
avaliar a criatividade e aplicabilidade do conhecimento adquirido.
Usando a bússola
Para usar a bússola, basta colocá-la no pires com água suficiente para que 
flutue. Ela irá girar, posicionando sempre a cabeça imantada do prego para a 
direção Norte.
Sugira para que os alunos utilizem a bússola em diferentes locais da 
escola, para verificar se a indicação do Norte é sempre a mesma.
Após a construção e utilização da bússola,proponha as seguintes questões:
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
115
• Por que a extremidade imantada aponta sempre para o mesmo lado?
• O funcionamento da bússola muda do dia para a noite?
• O que faz com que a bússola funcione?
• Que objetos podem afetar o funcionamento da bússola?
Como sugestão, você poderá usar o Laboratório de Informática como 
recurso de apoio pedagógico e acessar o Portal do Professor, e explorar como 
se comporta a agulha de uma bússola na presença de um campo magnético de 
intensidade variável e no campo magnético da Terra.
Lembre-se: quase em todo o nosso país as séries do Ensino Fundamental 
funcionam durante o dia e parte do Ensino Médio à noite. Isso significa que esta 
atividade só pode ser feita como tarefa de casa ou, em turmas do Ensino Médio 
que funcionam de noite, a atividade poderá ser realizada na própria escola.
2.11 DETERMINAR OS PONTOS CARDEAIS OBSERVANDO AS 
ESTRELAS
Passe as instruções a seguir e peça para que os alunos realizem esta 
atividade em casa e registrem o que observaram para depois discutir na turma.
FIGURA 57 – DETERMINAR OS PONTOS CARDEAIS PELAS ESTRELAS 1
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
fichaTecnicaAula.html?aula=1356>. Acesso em: 31 out. 2012.
• Inicialmente deverão localizar a constelação “Cruzeiro do Sul”. Essa constelação 
é formada por cinco estrelas (quatro mais fortes e uma mais fraca) formando 
uma cruz com uma pequena estrela em uma das laterais inferiores. Veja figura.
• Para localizar o Polo Sul celeste deve-se traçar (mentalmente) uma linha que 
segue para baixo na direção do corpo da cruz (braço maior) a uma distância de 
mais ou menos quatro vezes e meia a altura da cruz. Esse será o Polo Sul celeste.
116
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
• A partir do Polo Sul celeste, descer perpendicularmente para o horizonte, onde 
estará a direção SUL.
Observação 1: por causa do movimento da Terra, parece que o Cruzeiro 
do Sul e todas as estrelas giram ao redor do Polo Sul celeste. Se várias fotos forem 
tiradas durante uma noite, parecerá que as estrelas fazem uma circunferência ao 
redor de um ponto (o Polo Sul celeste).
Observação 2: quanto mais próximo do equador for a localização de quem 
faz esta observação, mais próximo do horizonte estará o Polo Sul celeste. De maneira 
oposta, quanto mais longe do equador, mais alto estará o Polo Sul celeste.
FIGURA 58 – DETERMINAR OS PONTOS CARDEAIS PELAS ESTRELAS 2
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=1356>. Acesso em: 31 out. 2012.
Como mencionado anteriormente, é possível que esta atividade seja feita como 
tarefa de casa (considerando o turno dos alunos). Para verificar que ela realmente tenha 
sido realizada, solicite que os alunos façam um desenho simples de sua casa vista do alto 
e da rua onde ela se encontra, e desenhem também uma seta indicando a direção Sul. Na 
aula seguinte, com o auxílio de um mapa da cidade, os alunos poderão conferir facilmente 
(localizando o endereço no mapa) se a direção Sul, determinada por cada aluno no exercício, 
está correta. Isso também pode ser feito pelo próprio aluno, no laboratório de informática, 
utilizando links que mostram mapas produzidos por imagens de satélites, como, por exemplo: 
<www.maplandia.com>.
DICAS
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
117
Sugestão da seguinte tarefa: cada aluno deverá redigir um texto (redação) 
descrevendo uma imaginária onde se fez necessária a determinação dos pontos 
cardeais para resolver certo problema. Porém, isso só poderá ser feito utilizando 
os recursos descritos na aula (bússola ou estrelas). Na aula seguinte, cada aluno 
deverá ler e expor sua produção.
2.12 O JOGO DE FUTEBOL
Solicitar aos alunos que observem a representação gráfica de um campo de 
futebol, conforme a figura a seguir, e os jogadores A, B, C, D, E, F, G, H, I, J. L. Os 
demais são da equipe adversária. Pedir para que a equipe planeje estratégias de 
gol, a bola parte do goleiro. Os alunos deverão traçar setas indicando as direções 
das jogadas e empregando os pontos cardeais e colaterais com referências.
Após a realização do gol, pedir aos alunos que respondam às questões:
• Se a bola estiver com o jogador G, para quem você acredita que ele deva passar 
a bola, a fim de que aconteça um gol?
• Em que área do estádio você gostaria de assistir a essa partida: Sul, Norte, Leste 
ou Oeste, sendo que o jogo ocorre em São Paulo, no mês de fevereiro e inicia às 
16 horas?
• Quais dos jogadores do time adversário têm mais oportunidade de fazer um 
gol? Por quê?
• Caso o jogador F atrase a bola para o seu goleiro, que jogadores podem mais 
facilmente realizar um gol? E qual a direção da bola?
FIGURA 59 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UM JOGO DE FUTEBOL
FONTE: Castrogiovanni (2009)
118
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
JOGADA
JOGADOR QUE
CHUTA A BOLA
JOGADOR QUE
RECEBE A BOLA
DIREÇÃO DA BOLA
2.13 TRABALHO COM A POSIÇÃO DO SOL
Castrogiovanni (2009) apresenta outra sugestão para trabalhar os pontos 
cardeais. Ao nascer do sol, deixe que os alunos encontrem a direção do Sol (indicando 
a leste). Faça questionamentos no coletivo: sobre o que se encontra na direção leste, 
quais caminhos são percorridos até chegar ao oeste (pôr do sol). Ao chegar à sala de 
aula, risque no chão a rosa dos ventos para descrição de objetos do espaço.
2.14 ATIVIDADES COM GLOBOS
Objetivo: analisar e observar informações sobre a superfície terrestre.
Materiais: (se possível) um globo terrestre por grupos de alunos, maquete 
da Terra (globo terrestre).
Procedimento: apresentar e caracterizar o globo terrestre em sala de aula, 
como sugestão pode ser usado o globo terrestre interativo (iluminado). Pedir 
que os alunos observem o quanto o globo terrestre está reduzido na formação 
continental, hidrográfica e oceânica. Explicar os movimentos principais da Terra: 
rotação e translação, indicar as direções: leste-oeste, norte-sul. Para o aluno 
entender o movimento de rotação com o globo terrestre interativo, pode ser 
observada a alternância entre dia e noite, ou mesmo usar um foco de luz e um 
boneco de cartolina colado sobre determinado lugar, com face voltada para o 
norte e as costas para o sul. O professor gira o globo de oeste para leste e pede 
que os alunos relacionem o boneco a eles em diferentes momentos do dia. Em um 
momento o boneco estará do lado da sombra, em outro a luz do foco estará sobre 
o boneco, e em outro momento o boneco verá o Sol do lado oposto ao que via ao 
iniciar, ou seja, de manhã. 
As atividades com globo terrestre sobre pontos de orientação devem 
sempre ser retomadas em todos os conteúdos de Geografia.
Não se esqueça de explicar aos alunos que, como maquete da Terra, o 
globo terrestre é a representação mais fiel e precisa que temos. 
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
119
Por meio da observação do globo terrestre, o professor conseguirá explicar 
a identificação de áreas e localidades, continuidade espacial, espaços distantes e 
reduzidos, tendo um panorama geral da realidade. Esta sugestão se encontra em 
Castrogiovanni ( 2009).
2.15 ATIVIDADES COM FOTOS OU IMAGENS
Objetivos: percepção da descentração e coordenação dos pontos de vista.
Materiais: fotos e imagens
Tirar fotos de vários ângulos do prédio da escola, da rua, do bairro, 
município, entre outros. Fotos devem ser bem diferenciadas, para desenvolver as 
seguintes observações: identificar a posição onde foi tirada a foto e verificar a que 
foto corresponde cada uma das posições (pontos de vista e escalas). Esta atividade 
também foi sugerida por Castrogiovanni (2009).
2.16 COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Colocar nopátio ou na sala de aula duas faixas de cores diferentes, uma no 
sentido vertical (Norte/Sul) vermelha e outra no sentido horizontal (Leste/Oeste) 
verde. As faixas podem ser substituídas por risca de giz colorido. Junto com os 
alunos, traçar e numerar as linhas paralelas mantendo igual distância entre elas. 
Pedir para que os alunos coloquem-se sobre o traçado de qualquer interseção 
das linhas, marcando seus lugares. Alguns alunos se posicionam sobre as faixas 
coloridas. Retirada a faixa vermelha, alguns alunos estarão no Hemisfério Norte 
e os outros no Hemisfério Sul. Retirada a faixa verde, alguns alunos estarão no 
Hemisfério Leste e outros, no Hemisfério Oeste. Os alunos deverão construir 
uma tabela que posicione cada um dos alunos em relação às faixas e às áreas onde 
estão localizados. (CASTROGIOVANNI, 2009).
2.17 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
A grande problemática na elaboração dos mapas é reproduzir a superfície 
terrestre por meio de uma representação plana, devido a superfícies curvas ou 
esféricas não permitirem que quem está observando visualize toda a superfície 
terrestre ao mesmo tempo. As projeções cartográficas são projeções matemáticas 
que transformam coordenadas sobre uma superfície curva em planas.
Objetivo: compreender noções de projeções cartográficas.
Desenvolver atividades e propiciar o aprendizado do aluno com esse tema 
não é fácil, mas vamos explanar algumas sugestões para facilitar o entendimento.
120
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
2.17.1 Utilizando a laranja para a compreensão das projeções
Com o auxílio de uma laranja, solicitar aos alunos que partam uma laranja, 
de tamanho grande, o mais próximo possível ao meio, como se tivessem traçando 
a linha do Equador. Após, deverão retirar os gomos das duas partes (hemisférios) 
e colocar as cascas restantes sobre um plano, apertando suavemente uma das 
partes com a palma da mão, depois apertar com mais pressão, até encostar toda 
a casca sobre o plano. 
O que os alunos deverão observar? De início é impossível encostar toda 
a superfície da laranja sobre a folha de papel sem rasgar a laranja, pois ela tende 
à esfericidade, como a Terra, e a folha é plana. Para fazer um mapa, portanto, a 
projeção resultante nunca é perfeita, ocorrem distorções.
2.17.2 Projeções cilíndricas, cônicas e planas
Material necessário: bola de isopor pequena ou média, tinta de cores 
diferentes, pincel e folhas de papel branco. 
Procedimento: desenhar na bola de isopor, com tinta, um mapa ou 
outra figura relacionada à Geografia que se aproxime de territórios conhecidos, 
envolvendo-a com uma folha de papel, formando um cilindro. Encostar toda a 
superfície da folha de papel na bola de isopor, a partir da metade da bola, ou 
seja, do Equador da bola, dobra-se a folha de modo que a bola fique coberta em 
sua totalidade (a folha de papel fica como uma gaitinha). Ao término, os alunos 
irão abrir a folha e observar a imagem formada. Os alunos deverão perceber que, 
quanto mais afastado do Equador da bola de isopor, maior é o espaço em branco 
entre as manchas do desenho. Como tais espaços precisam ser preenchidos para 
dar continuidade ao território representado, as distorções aumentam com a 
distância do “Equador”.
Na projeção plana: colocar uma folha de papel com o seu centro sobre o 
ponto definido do “planisfério” (bola de isopor). A partir do ponto, dobrando 
a folha como “gaitinha”, deverão encostá-la em toda a superfície. Após abri-
la, preenchendo os espaços entre as manchas, os alunos deverão observar que, 
quanto maior a distância do ponto, maiores serão as distorções.
No desenho de uma esfera em um plano ocorrem as deformações. 
Portanto, devemos conhecer quais as deformações provocadas por cada tipo de 
projeção para fazermos a escolha de acordo com os nossos interesses. Elas podem 
distorcer ao mesmo tempo a forma e o tamanho dos territórios ou um dos dois.
A escolha da projeção cartográfica envolve uma visão de mundo do 
cartógrafo.
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
121
FIGURA 60 – PROJEÇÕES CILÍNDRICAS, CÔNICAS E PLANAS
Projeção Cilíndrica Projeção Cônica Projeção Plana
FONTE: Castrogiovanni (2009)
2.18 BINGO DAS COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Objetivo: compreender o sistema de coordenadas geográficas.
Procedimento: fazer fichinhas das latitudes e longitudes para serem 
utilizadas no sorteio, exemplo:
LATITUDES LONGITUDES
10º N 10ºS 20ºO 20ºL
30º N 30º S 30ºO 30ºL
40º N 40º S 40ºO 40ºL
20º N 20º S 20ºO 20ºL
50ºN 50ºS 50ºO 50ºL
70ºN 70ºS 70ºO 70ºL
FIGURA 61 – MALHA REPRESENTATIVA DO GLOBO TERRESTRE
FONTE: Disponível em: <http://panoramageografico.blogspot.
com/2010_03_01archive.html>. Acesso em: 29 out. 2012.
122
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Imprima ou peça para os alunos desenharem uma malha representativa do 
globo terrestre. Nessa malha os alunos deverão marcar 20 pontos (coordenadas) 
em lugares aleatórios, para que se dê o início do jogo. Se preferir, pode entregar 
um mapa com as coordenadas, ou solicitar que tragam o atlas e previamente 
escolham 20 coordenadas e marquem no caderno ou em uma folha.
Faça o sorteio das latitudes e longitudes e o aluno irá marcando no mapa 
ou na malha. Quem fizer mais pontos ganha!
Esta atividade foi sugerida por Aluisiane Kraisch e adaptada de: <http://
panoramageografico.blogspot.com/2010_03_01archive.html>. Acesso em: 31 
out. 2012.
2.19 ATIVIDADES DE FUSO HORÁRIO
Observe o mapa-múndi de fusos horários e responda às questões 1 e 2:
FIGURA 62 – MAPA-MÚNDI DE FUSOS HORÁRIOS
FONTE: Disponível em: <http://professorrafaelfazzio.blogspot.com/2010_03_01_
archive.html>. Acesso em: 31 out. 2012.
1 Quando forem 10 horas em Brasília, que horas serão em:
a) Nova York?
b) Los Angeles?
c) Sydney?
d) Moscou?
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
123
2 Imagine que alguém viaja do Brasil para as Filipinas, atravessando a linha 
divisória de mudança de datas. Ela irá avançar ou atrasar um dia no calendário?
Observe o mapa de fusos horários do Brasil e responda às questões em 
seguida:
FIGURA 63 – MAPA DE FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
FONTE: Disponível em: <http://geonaweb.blogspot.com/2010/03/mapa-brasil-fuso-
horarios.html>. Acesso em: 31 out. 2012.
3 Quando no estado de Mato Grosso forem 12 horas, que horas serão em:
a) Distrito Federal?
b) Ilha de Fernando de Noronha? 
c) Acre?
d) Tocantins?
e) Roraima?
4 Levando em conta que o fuso de Mato Grosso é o -4 GMT, quando nesse estado 
forem 10 horas, que horas serão no fuso horário do Meridiano de Greenwich?
5 Imagine que você embarque em um avião em Cuiabá rumo a Brasília às 10 horas. 
Após uma hora de voo, desembarca em Brasília. Que horas serão (horário de 
Brasília)?
124
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
6 Imagine também que, duas horas depois de ter chegado de Cuiabá, você 
embarque novamente rumo à Ilha de Fernando de Noronha, aonde chegará 
após duas horas de voo. A que horas chegará a Fernando de Noronha (horário 
de Fernando de Noronha)?
Estas atividades estão disponíveis em: <http://geofacil.blogspot.com.
br/2011/02/6-ano-atividades-de-fusos-horarios.html>. Acesso em: 30 out. 2012.
NOTA
Confira agora as respostas das atividades propostas.
1 Quando forem 10 horas em Brasília, que horas serão em:
a) Nova York? 7 horas
b) Los Angeles? 4 horas
c) Sidney? 23 horas do mesmo dia
d) Moscou? 16 horas do mesmo dia
 
2 Imagine que alguém viaje do Brasil para as Filipinas, atravessando a linha divisória de 
mudança de datas. Ela irá avançar ou atrasar um dia no calendário?
R.: Avançar.
3 Quando no estado de Mato Grosso forem 12 horas, que horas serão em:
a) Distrito Federal? 13 horas
b) Ilha de Fernando de Noronha? 14 horas
c) Acre? 12 horas
d) Tocantins? 13 horas
e) Roraima? 12 horas
4 Levandoem conta que o fuso de Mato Grosso é o -4 GMT, quando nesse Estado forem 10 
horas, que horas serão no fuso horário do Meridiano de Greenwich?
R.: 14 horas. 
5 Imagine que você embarque em um avião em Cuiabá rumo a Brasília às 10 horas. Após uma 
hora de voo, desembarca em Brasília. Que horas serão (horário de Brasília)?
R.: 11 horas.
6 Imagine também que duas horas depois de ter chegado de Cuiabá, você embarque 
novamente rumo à Ilha de Fernando de Noronha, aonde chegará após duas horas de voo. A 
que horas chegará a Fernando de Noronha (horário de Fernando de Noronha)?
R.: 12 horas. 
NOTA
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
125
2.20 ROSA DOS VENTOS OU ROSA NAÚTICA
Objetivos: conhecer a rosa dos ventos, ampliar as noções de referência 
espacial, utilizar no seu cotidiano e em mapas os referenciais espaciais de 
localização e orientação, representar os lugares onde vive e se relaciona.
FIGURA 64 – ROSA DOS VENTOS (DOBRADURA)
FONTE: Adaptado de: <http://profcassinha.blogspot.com/2009_05_01_archive.html>. 
Acesso em: 18 abr. 2013.
A dobradura da rosa dos ventos pode ser reduzida conforme a figura a 
seguir.
FIGURA 65 – ROSA DOS VENTOS REDUZIDA
FONTE: A autora
126
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
O primeiro passo para o domínio das técnicas de orientação é o 
conhecimento da rosa dos ventos, que é constituída por 4 pontos cardeais, 4 
pontos colaterais e 8 pontos subcolaterais.
a) Os pontos cardeais
NORTE setentrião 0º ponto fundamental a que se 
referem normalmente as direções
SUL meridião; meio-dia 180º ao meio-dia solar o Sol encontra-
se a Sul do observador
ESTE leste; levante; 
oriente; nascente
90º direção de onde nasce o Sol
OESTE poente; ocidente; 
ocaso
270º
direção onde o Sol se põe; 
também aparece como W ("West")
b) Os pontos colaterais
NE Nordeste 45º
SE Sueste 135º
SO Sudoeste 225º
NO Noroeste 315º
c) Pontos subcolaterais
NNE Nor-Nordeste 22,5º
ENE Lés-Nordeste 67,5º
ESE Lés-Sueste 112,5º
SSE Su-Sueste 157,5º
SSO Su-Sudoeste 202,5º
OSO Oés-Sudoeste 247,5º
ONO Oés-Noroeste 292,5º
NNO Nor-Noroeste 337,5º
Imprima e complete a seguinte rosa dos ventos com as iniciais dos pontos 
cardeais e colaterais (no final pode ser colorida e enfeitada).
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
127
FIGURA 66 – ROSA DOS VENTOS PARA COMPLETAR
FONTE: Disponível em: <http://geografiaparati.blogs.sapo.pt/2020.html>. 
Acesso em: 30 out. 2012.
Como sugestão para complementação da aula, você pode acessar o link 
<http://alvarovelho.net/images/stories/jogos/jogorosven.swf> e conhecer um 
pouco mais com seus alunos sobre os segredos das técnicas de orientação por 
meio do jogo on-line: Rosa dos Ventos. Divirta-se!
Aproveite o entorno da escola e as ferramentas disponíveis na internet 
para trabalhar o conhecimento sobre os pontos cardeais.
Várias são as atividades práticas que podem também ser ministradas na 
sala de informática ou mesmo em sala de aula, sobre orientação espacial, com um 
simples globo terrestre interativo ou um mapa da superfície terrestre:
a) programar uma aula que os alunos compreendam sobre: localização, 
direção, paralelos, meridianos, latitudes, longitudes e fuso horário que 
fornece informações de uma malha de coordenadas que amarra a superfície 
representada;
b) atividades que levem o aluno a questionamentos, discussão e levantamento 
de dúvidas concernentes aos conteúdos direcionados apresentados em sala de 
aula ou dúvidas que surgem no decorrer das aulas.
É neste momento que a Cartografia se faz presente, quando surge a 
necessidade de se trabalhar os conceitos da Geografia atrelados à Cartografia. Em 
muitos livros você encontrará capítulos que iniciam a alfabetização cartográfica, 
como, por exemplo: vamos mapear a sua sala de aula e sua escola, construindo a 
planta da sala de aula, orientando-se no espaço geográfico utilizando a bússola, 
reduzindo e ampliando objetos para desvendar a escala, as imagens aéreas e 
orbitais, tipos de mapas, confecção de maquetes, jogos lúdicos etc. 
128
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Para o ensino da Cartografia, a informática tem sido aplicada com grande 
sucesso nas geotecnologias, permitindo a geração de inúmeras relações espaciais 
de informações geográficas, popularizando a linguagem cartográfica, tais como o 
Google Maps ou o próprio Google. Ensinar Cartografia é sempre fascinante, ainda 
mais na atualidade, em que temos uma quantidade e variedade de imagens, figuras, 
mapas, filmes, entre outros, à disposição, para estudar o espaço geográfico. 
Acesse o site do PROJETO EDUCASERE em <http://www.inpe.br/unidades/cep/
atividadescep/educasere/>. Nele você terá várias informações complementares da aplicação 
do sensoriamento remoto aplicado à educação e com imagens de satélite como recurso 
didático.
NOTA
AUTOATIVIDADE
Agora que você já obteve várias dicas de como desenvolver atividades pedagógicas via 
conteúdos e temas de Geografia relacionados à Cartografia, planeje uma aula de Geografia 
que envolva uma atividade pedagógica prática da Cartografia na Geografia, tanto para o Ensino 
Fundamental como para o Ensino Médio. Bom plano!
3 CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO
Toda a aprendizagem da Geografia, no Ensino Fundamental e Médio, 
tem na sua proposição desenvolver um processo de construção da espacialidade, 
correspondendo à orientação e deslocamento no espaço. Segundo Freitas e Salvi 
(2012), os objetivos das atividades lúdicas podem ser classificados da seguinte 
maneira: no Ensino Fundamental, desenvolver no aluno as suas potencialidades 
intelectuais, físicas e criativas, permeadas pelo desenvolvimento social e 
interpessoal; já no Ensino Médio visa à participação, à solidariedade, à cooperação, 
ao respeito do aluno a si mesmo e ao outro, à análise, à reflexão, à motivação e à 
participação em sala e ao prazer de aprender a aprender.
Conforme Simielli (2007), a alfabetização cartográfica, neste ciclo, 
estimulará uma série de possibilidades, tais como: a perspectiva da visão como 
oblíqua e vertical, a imagem tridimensional e a imagem bidimensional, o alfabeto 
cartográfico (ponto, linha, área, cores e grafismo), a construção da noção de 
legenda, a proporção e a escala, a lateralidade, referências e orientação espacial.
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
129
No site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, <http://www.
ibge.gov.br>) você poderá obter diversas informações como apoio à Cartografia escolar.
UNI
Diante de tantas possibilidades oferecidas ao professor de Geografia, 
com auxílio da Cartografia escolar, você poderá explorar todo esse conhecimento 
através de várias atividades baseadas na linguagem cartográfica, conforme alguns 
exemplos no quadro a seguir:
QUADRO 2 – ATIVIDADES BASEADAS NA LINGUAGEM CARTOGRÁFICA
LINGUAGEM CARTOGRÁFICA ATIVIDADES
Escala
 Uso de objetos para trabalhar proporção.
• Conceitos de escala e suas diferenciações.
• Importância para as análises espaciais 
nos estudos de Geografia.
• Medição cartográfica.
Orientação
Pontos cardeais, utilidades práticas e 
referenciais nos mapas.
• Uso e construção de bússola.
Localização Coordenadas geográficas do nível local ao 
global.
Construção da legenda Leitura, criação e organização de legendas.
• O que as cores e desenhos informam?
Leitura e representação espacial pelos alunos
Leitura de diversas paisagens por fotos, 
imagens etc.
• Localização e representação das posições 
na sala de aula, em casa, no bairro e na 
cidade.
• Confecção pelos alunos de croquis 
cartográficos elementares para analisar 
informações e estabelecer correlação entre 
fatos.
Leiturados mapas e gráficos
Uso de cartas para orientar trajetos no 
cotidiano.
• Localização e representação em mapas, 
maquetes, mapas conceituais e croquis.
• Análise de mapas temáticos da cidade, 
do estado e do Brasil.
• Estudo com base em plantas e cartas 
temáticas simples.
• Utilização de diferentes tipos de mapas: 
de itinerário, turísticos, climáticos, relevo, 
vegetação etc.
• Leitura e interpretação de tabelas e 
gráficos.
FONTE: Adaptado de: PCN (BRASIL, 1997)
130
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Estas são informações baseadas nas competências dos alunos para 
trabalharem com a análise/localização e com a correlação, usando a linguagem 
cartográfica dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia) para o 
terceiro e quarto ciclos (6º ao 9º ano).
A disciplina de Geografia agregada ao uso da Cartografia possibilita a 
compreensão do mundo e permite a leitura do mundo no qual estamos inseridos. 
E para que isso aconteça efetivamente, o professor deve ter clareza do referencial 
teórico-metodológico, para que se possa então promover a leitura do mundo com 
os alunos. O professor precisa ter domínio, compreensão, ou seja, ter habilidades 
de interpretar o mundo, sobretudo os conceitos elementares que envolvem esse 
ensino e aprendizado de Geografia. 
A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA NAS REPRESENTAÇÕES 
GRÁFICAS
Kened Soares (2009)
 
RESUMO 
Este trabalho objetiva apresentar informações acerca da Cartografia 
temática e seu desenvolvimento, demonstrar seu uso prático na elaboração de 
mapas temáticos e sua importância nas representações gráficas. 
Palavras-chave: Representação Gráfica. Cartografia. Cartografia Temática. 
Mapas.
 ABSTRACT
This work aims at to present information to the about of the thematic 
cartography and your development, to demonstrate your practical use in the 
elaboration of thematic maps and your importance in the graphic representations.
Key words: Graphic representation. Cartography. Thematic Cartography. 
Maps.
 
INTRODUÇÃO
A Cartografia Temática surgiu entre o fim do século XVIII e início do 
século XIX, com a evolução da Cartografia Topográfica. Desse modo, a Cartografia 
Temática desenvolve-se como um novo ramo da Cartografia (MARTINELLI, 2003).
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 4 | ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
131
Essa modalidade da cartografia vem de encontro aos próprios interesses 
imperialistas da época, onde cada potência mundial demandava de um 
inventário cartográfico que desse suporte à sua expansão (PALSKY, 1984 e 
SALICHTCHEV, 1979).
A Cartografia temática propõe a extração de elementos dos mapas e 
cartas topográficas, para sua representação em diversos aspectos (quantitativos 
e qualitativos), sobre a mesma referência (vegetação, geologia, solos) (IBGE, 
1999 apud CASTRO, 2004). “Tais mapas constituem-se não apenas em meios de 
registro da informação, mas também como instrumentos de pesquisa e em formas 
de divulgação dos resultados obtidos” (FRANCISCO, 2003).
De acordo com Barbosa (1967 apud IBGE, 1999), a Cartografia temática 
divide-se em três tipos, sendo: Notação, representa fenômenos na sua distribuição 
espacial com utilização de cores ou diferentes tonalidades, complementados com 
sinais gráficos característicos para facilitar a leitura e percepção. Exemplos desses 
são os mapas geológicos, pedológicos, etnográficos etc.; Estatística, caracteriza-
se pelos mapas de densidade, distribuição por pontos, fluxos, pluviométricos e 
mapas de isolinhas; e Síntese, tem finalidade explicativa mediante as relações 
externas. Expressam “o conjunto dos elementos de diferentes fatos ou fenômenos”. 
A esse tipo se relacionam os mapas econômicos complexos, áreas homogêneas, 
geomorfológicos, históricos etc. (IBGE, 1999 apud CASTRO, 2004). 
Para o correto planejamento do mapa temático é preciso o uso de 
elementos de identificação externa (título, subtítulo, escala, orientação, encarte, 
legenda, fonte, autor, órgão/instituição, data), para direcionar a crítica do leitor 
no momento de sua análise. Assim, o título e subtítulo, por exemplo, devem 
expor informações mínimas que respondam: “O quê?”, “Onde?” e “Quando?” 
(MARTINELLI, 2003).
Os princípios básicos da Cartografia, quando relacionados à representação 
do tema, podem facilmente inferir de modo intuitivo à diversidade entre lugares, 
e seu aspecto qualitativo (`), respondendo “o quê?” se deseja analisar. Referente 
à representação temática de lugares e à sua proporcionalidade, aspectos de 
ordem (O) e quantidade (Q) dão as respostas de: “em que ordem?” e “quanto?” 
(MARTINELLI, 2003).
Com o avanço tecnológico e meios de comunicação, em especial com o uso 
da informática, a Cartografia se fortalece. Ao desenvolver softwares específicos da 
Cartografia, o homem é capaz de obter respostas precisas acerca da localização 
“onde?”, e vai mais além, consegue resolver e apontar soluções referentes ao 
“Por quê?”, “Quando?”, “Por quem?”, “Para que finalidade?” e “Para quem?” 
(MARTINELLI, 2003).
Ainda de acordo com Martinelli (2003), inúmeras são as formas para 
representação através da Cartografia temática. Do mesmo modo, são grandes as 
possibilidades de aplicabilidade pelo homem.
132
UNIDADE 2 | CARTOGRAFIA BÁSICA
Para interpretar o real por meio de ações é preciso a leitura e o entendimento 
do mundo real. “A observação, percepção, análise conceitual e a síntese através 
das representações cartográficas possibilitam pensar significativamente o 
conhecimento do espaço geográfico. É possível perceber que o estudo da 
linguagem cartográfica vem, cada vez mais, reafirmando sua importância desde 
o início da escolaridade” (FRANCISCHETT, 1997).
Os mapas, junto a qualquer cultura, sempre foram, são e serão formas de 
saber socialmente construído; portanto, uma forma manipulada do saber. São 
imagens carregadas de julgamentos de valor. Não há nada de inerte e passivo em 
seus registros (HARLEY, 1988).
Segundo Harley (1988 apud GOULD e BAILLY, 1995),
Como linguagem, os mapas conjugam-se com a prática histórica, 
podendo revelar diferentes visões de mundo. Carregam, outrossim, um 
simbolismo que pode estar associado ao conteúdo neles representado. 
Constituem um saber que é produto social, ficando atrelados ao 
processo de poder, vinculados ao exercício da propaganda, da 
vigilância, detendo influência política sobre a sociedade.
A representação gráfica é importante para a comunicação visual através 
da linguagem monossêmica, que, por sua vez, objetiva evidenciar as relações 
fundamentais entre objetos e dados apresentados (CARACRISTI, 2002).
De acordo com Arnheim (1997), “Comunicação visual é todo meio de 
comunicação expresso com a utilização de componentes visuais, como: signos, 
imagens, desenhos, gráficos, ou seja, tudo o que pode ser visto”.
Na abordagem de Caracristi (2002), “Mapas e gráficos são representações 
de uma determinada realidade estudada. Toda representação gráfica implica 
uma forma de ver e conceber a realidade, a qual é tratada cientificamente através 
da opção pessoal de determinados pressupostos teóricos e metodológicos”.
Salichtchev (1977) define Cartografia como “ciência que trata e investiga 
a distribuição espacial dos fenômenos naturais e culturais, suas relações e suas 
mudanças através do tempo, por meio da representação cartográfica”.
FONTE: Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-cartografia-
tematica-nas-representacoes-graficas/22203/#ixzz2D5Q9mGN1>. Acesso em: 24 mar. 2013. 
133
Neste tópico apresentamos uma série de atividades e exercícios que 
você poderá utilizar em sala de aula. 
RESUMO DO TÓPICO 4
134
AUTOATIVIDADE
Pesquise na internet alguns dos temas sugeridos como atividades de 
Cartografia e faça uma análise das possibilidades dos conteúdos de Geografiaa ser desenvolvidos com os alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental 
(6º ao 9º ano).
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UNIDADE 3
AS NOVAS TECNOLOGIAS 
CARTOGRÁFICAS 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você deverá ser capaz de: 
• interpretar uma fotografia aérea;
• identificar a nova linguagem e os instrumentos utilizados para o Sistema 
de Posicionamento Global;
• ter noções gerais sobre o geoprocessamento e sensoriamento remoto, na 
Cartografia;
• entender o que significa SIG (Sistema de Informação Geográfica);
• entender e discernir as novas tecnologias aplicadas à Cartografia visando 
ao ensino de Geografia;
• compreender a Cartografia como aliada ao ensino de Geografia.
Esta unidade está dividida em dois tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os conhecimentos apresentados.
TÓPICO 1 – NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
TÓPICO 2 – SENSORIAMENTO REMOTO
TÓPICO 3 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
TÓPICO 4 – O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZA-
GEM DA CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA
136
137
TÓPICO 1
NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A Cartografia apresenta sua gênese com os babilônios e seus precursores com 
Ptolomeu, Erastóstenes e Hiparco. Ao longo da trajetória da história da Cartografia, 
a humanidade desenvolveu técnicas de localização. Essas técnicas foram sendo 
utilizadas e aprimoradas na exploração e transformação do meio ambiente. 
Desta forma, quanto mais o homem amplia seu patrimônio técnico, mais 
complexa será sua organização espacial. Sendo assim, ao produzir sua vida 
material, qualquer sociedade, da mais simples à mais complexa, estará inserida 
em um contexto geográfico.
Atualmente, a reprodução do espaço geográfico possui um universo de 
inovadoras tecnologias à disposição da sociedade. A cada dia, novas tecnologias 
estão sendo implementadas e aprimoradas para representar graficamente soluções 
nas áreas de saúde, transporte, segurança, meio ambiente, entre inúmeras outras, 
servindo como instrumento de análise para as representações gráficas espaciais.
 Ampliando as representações cartográficas dos mapas, as tecnologias 
computacionais servem de base para análises, com o objetivo de identificar 
fenômenos ocorridos em uma determinada posição espacial. 
Partindo deste pressuposto, nesta unidade iniciamos o conteúdo nessas 
novas e aprimoradas técnicas cartográficas, onde se inserem, neste contexto, a 
fotointerpretação, o Sistema de Posição Global (GPS), Sensoriamento Remoto, 
Geoprocessamento e o Sistema de Informação Geográfica (SIG). 
2 NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
A fotogrametria pode ser conceituada como a ciência tecnológica que 
extrai informações de objetos físicos ou do meio através de registros, medição 
e interpretação de imagens fotográficas utilizando aparelhos e métodos 
estereoscópicos, visto que a fotografia aérea constitui a base da aplicabilidade 
desta ciência.
Fotointerpretação se constitui como um método dedutivo e indutivo 
de análise geoespacial a partir de fotografias aéreas, identificando fenômenos 
físicos e culturais e sua distribuição na superfície terrestre, sendo o ramo mais 
importante da fotogrametria.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
138
Agora que você já sabe a diferença entre fotogrametria e fotointerpretação, 
veja um pouco sobre a história da evolução dessa ciência.
Seus princípios remontam a 1851, com Laussedot (engenheiro do exército 
francês), tomando como base a fotografia terrestre, utilizando um aparelho que 
reunia o teodolito e uma câmera fotográfica. Devido às imperfeições das lentes 
na época, obteve-se pouca precisão dos dados mensurados, com isso, pouco se 
avançou com seus estudos. Em 1858 foi feita a primeira fotografia aérea, através 
de um balão, sobrevoando o sul da França, feita por Feliz Tournachon. Contudo, 
foi em 1913 a primeira utilização de um avião para obtenção de fotografias aéreas, 
porém os estudos avançaram e o processo se tornou mais preciso depois da 
Segunda Guerra.
A fotogrametria se divide em duas formas de obtenção de foto. A primeira 
é aérea, a partir de aviões ou balões, e a segunda, a fotogrametria terrestre. Esta 
utiliza uma câmera acoplada em um veículo. Embora pouco utilizada, permite que 
o usuário obtenha uma precisão de 0,2 metro de altitude dos pontos levantados e 
plantas com escala de 1:200 a 1:10000. 
A priori, o objetivo da fotogrametria incide na transformação da fotografia 
aérea, que é uma projeção cônica, em uma projeção cilíndrica ortogonal da área 
levantada. Essa projeção cilíndrica é utilizada para confeccionar mapas, cartas 
náuticas e plantas. 
2.1 APLICABILIDADE DA FOTOGRAMETRIA
A fotogrametria atualmente é muito utilizada em várias ciências, entre 
elas: arqueologia (identificar a localização de sambaquis); hidrografia (planos 
de bacias hidrográficas, análise de bacias); topografia (confecção de cartas 
topográficas, plantas); geologia (controle de erosão, exploração mineral); forças 
armadas (monitoramento de fronteiras); engenharia de trânsito; engenharia de 
telecomunicações; arquitetura; Cartografia; botânica, entre outras ciências, em 
que se faz necessária maior precisão. 
2.2 OBTENÇÃO DE UMA FOTOGRAFIA AÉREA
Uma câmera aerofotogramétrica possui os mesmos princípios de uma 
câmera fotográfica comum. Embora seja constituída para obtenção de fotografias 
da superfície terrestre, ela é composta por algumas especificidades, tais como:
• alta resolução; 
• maior capacidade de filme e formato de fotografia;
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
1392.2.1 Fotografias aéreas
As fotografias aéreas são classificadas de acordo com a inclinação do eixo 
ótico da câmera (figuras a seguir) em relação à vertical de que é tirada a fotografia. 
Essa variação resulta em três tipos distintos de fotografias: vertical, oblíqua baixa 
e oblíqua alta. 
• funcionamento automático ou semiautomático com dispositivo que regula 
automaticamente, fazendo-a funcionar em intervalo predeterminado de acordo 
com a velocidade do voo;
• possui um nível de nave e um esférico que registra variações sofridas pelo avião 
no decorrer do voo;
• possui estatoscópio (altímetro diferencial, aparelho que permite o registro de 
variações do voo);
• possui giroscópio (aparelho cuja finalidade é a de evitar que a oscilação do voo 
interfira na câmera). 
FIGURA 67 – FOTOGRAFIA AÉREA 
FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/
cartografia/manual_nocoes/processo_cartografico.html>. Acesso em|: 24 
mar. 2013.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
140
FIGURA 68 – EIXO ÓTICO: FOTOGRAFIA VERTICAL, OBLÍQUA BAIXA E OBLÍQUA ALTA 
FONTE: Disponível em: <http://www2.uefs.br/geotec/topografia/apostilas/topografia(13).
htm>. Acesso em: 30 set. 2012.
• Fotografia vertical – o eixo da câmera pode conter uma inclinação entre 0° e 3°, 
perfeita para terrenos mais ou menos planos, pois apresenta grande número de 
detalhes da área fotografada. Utiliza-se este tipo de fotografia aérea para obter 
medidas e mapas precisos (veja figura).
• Fotografia oblíqua baixa – (veja figura) o eixo ótico da câmera pode variar entre 
3º e 90º, porém não aparece a linha do horizonte, conforme demonstrado na 
figura anterior. É utilizada para a elaboração de mapas de grande abrangência 
de área, em especial se o relevo for baixo.
• Fotografia oblíqua alta – o eixo ótico da câmera pode variar entre 3º e 90º, nesse 
tipo de fotografia a linha do horizonte se torna visível. A abrangência da área 
fotografada é maior que nos dois outros tipos, e sua escala é maior nos primeiros 
planos e menor nos últimos planos. 
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
141
FIGURA 69 – FOTOGRAFIA OBLÍQUA E VERTICAL (a,b)
FONTE: Jensen (2009, p. 130)
2.2.2 Interpretação de fotografia aérea
Para que se possa interpretar fotografia aérea (aerofotos) e identificar 
as deformidades do relevo, são necessários um par de fotografias aéreas 
sequencialmente numeradas e um estereoscópio (de bolso ou de espelho). 
Estereoscópio é um aparelho utilizado para obter informações a respeito da 
profundidade, tamanho, distância e posição de objetos no relevo terrestre, lhes dando a 
sensação de tridimensionalidade (3D). Pode ser estereoscópio de espelho ou de bolso.
NOTA
Para efeito estereoscópico de um par de aerofotos se faz necessário 
que os eixos óticos estejam paralelos em ambas as fotografias, incidindo 
diretamente em um mesmo ponto fixo. Quando isso acontece o usuário tem 
a sensação de profundidade da imagem, participando assim de uma visão 
tridimensional. Vale lembrar que cada par de fotografias estabelece 60% 
de sobreposição longitudinal e 30% de sobreposição lateral ou entre faixas, 
garantindo assim o recobrimento da região. 
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
142
FIGURA 70 – EFEITO ESTEREOSCÓPICO EM FOTOGRAFIAS
FONTE: Santos (2013)
FIGURA 71 – SOBREPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS AÉREAS 
FONTE: Santos (2013)
2.2.3 Escala de uma fotografia aérea
A escala (E) é calculada a partir das informações: altura do voo (H) e distância 
focal (f) da câmera que foi utilizada para obtenção da fotografia (figura a seguir). 
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
143
FIGURA 72 – ILUSTRAÇÃO PARA CÁLCULO DA ESCALA
FONTE: Santos (2013)
Vamos analisar um exemplo: situação hipotética.
Realizou-se um levantamento aerofotogramétrico na região do município 
de Feira de Santana, na Bahia, com finalidade de levantamento de dados para a 
realização do diagnóstico ambiental para o Plano de Bacia do rio Jacuípe. Sabe-se 
que a altura do voo (H) foi de 1.224 m de altitude, cuja distância focal (f) é 153 
mm. Qual foi a escala utilizada para estas fotografias aéreas?
 Aplicando a fórmula: 
 E = f/H
Logo: 0,000125 = 0,00013= 1:8000 
A escala será de 1/8000.
Veja a seguir alguns conceitos da fotogrametria:
• Informações que devem constar em uma fotografia aérea: número da foto, projeto, 
data, hora, escala, nível, distância focal e câmara utilizada.
• Foto-base: distância dos centros das bases consecutivas.
• Aero-base: distância da aeronave entre duas tomadas consecutivas.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
144
• Foto-índice: consiste numa reprodução de um mosaico das fotografias colocadas 
nas respectivas posições relativas. 
• Mapa-índice: são as faixas de fotos, o número das fotos e a área coberta pela 
foto.
• Mosaico: conjunto de fotografias aéreas de determinada área, montadas 
consecutivamente. 
• Estereograma: par de fotografias aéreas sendo interpretadas em estereoscopia. 
3 SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS)
NAVSTAR-GPS (Navigation System with Time and Ranging – Global 
Positioning System) ou simplesmente GPS (Global Position System ou, então, 
Sistema de Posicionamento Global) é um aparelho eletrônico auxiliador de 
navegação, baseado em satélites por cobertura mundial.
Este aparelho foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados 
Unidos da América para fins militares, com o propósito de fornecer a posição 
geográfica através de coordenadas (x, y, z), velocidade e tempo. O primeiro 
satélite a ser lançado para este fim foi no ano de 1978. 
Vejamos modelos do Sistema de Posicionamento Global (GPS) de 
Navegação.
FIGURA 73 – UTILIZAÇÃO EM AUTOMÓVEL
FONTE: Disponível em: <http://www.conhecimentogeral.com/
download-gratis-de-mapa-atualizado-para-gps-garmin/>. Acesso em: 
19 nov. 2012.
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
145
FIGURA 74 – MODELO DE GPS UTILIZADO EM 
TRABALHOS DE CAMPO
FONTE: Disponível em: <http://www.lojagps.com/br/
product_info.php?products_id=id=8&osCsid=vskhrtiq6ijh
jhak7kip9htbh827>. Acesso em: 19 nov. 2012.
FIGURA 75 – MODELO DE GPS UTILIZADO EM TRABALHOS DE 
CAMPO, COM ANTENA EXTERNA 
FONTE: Disponível em: <http://camilstaps.nl/2012/06/gps-logger-
announcement/>. Acesso em: 19 nov. 2012.
FIGURA 76 – MODELO DE GPS UTILIZADO EM ROTA PARA LAZER 
FONTE: Disponível em: <http://www.universogps.com.br/gps-para-
aventureiros-2/>. Acesso em: 19 nov. 2012.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
146
Seu funcionamento consiste na receptação de 24 satélites geoestacionários 
que orbitam em média a 20 mil quilômetros de altitude da superfície terrestre, 
dispostos em seis planos orbitais (figura a seguir) numa inclinação de 60º graus 
em relação ao plano do Equador. 
Órbita é conceituada como a trajetória que o satélite realiza ao redor da Terra.
UNI
Cada satélite percorre duas vezes a Terra em um período de 24 horas, 
período de 12 horas siderais, ou seja, 12 horas duas vezes ao dia. Para referenciar 
a real posição na superfície terrestre, apenas quatro satélites são o suficiente para 
que o receptor (aparelho) determine sua localização em qualquer ponto do planeta. 
FIGURA 77 – CONSTELAÇÃO DOS 24 SATÉLITES EM NÍVEL ORBITAL
FONTE: Disponível em: <http://www.carajas.org/wiki/images/8/86/
Constelacao_gps.jpg>. Acesso em: 30 set. 2012.
Satélite é todo objeto que gira ao redor de outro objeto. Os satélites podem ser 
classificados como naturais (por exemplo, a Lua) e artificiais, provenientes de um instrumento 
desenvolvido pelo homem.
UNI
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
147
Uma vez que você esteja em movimento, o aparelho irá atualizar seu 
posicionamento e armazenando as informações do percurso, a velocidade e 
altitudecontinuamente.
 
O sistema GPS é composto por três segmentos: espacial, de controle e do 
usuário.
1) Segmento espacial: cobertura por todo o globo, incluindo os polos. Permite, pelo 
menos, que quatro satélites sejam detectados pelo aparelho em qualquer hora 
do dia ou da noite. Vale ressaltar que em algumas regiões é possível que um 
maior número de satélites seja captado pelo aparelho, o que lhe fornece ainda 
maior precisão de localização espacial.
2) Segmento de controle (sistemas de controle): constituído por um conjunto 
de estações que monitoram a precisão espacial. Esse monitoramento são 
bases terrestres fixas, distribuídas no globo. Este segmento possui três funções 
primordiais: a) monitorar todos os sinais de GPS, para controlar os satélites e 
órbitas; b) transmitir dados aos satélites e; c) monitorar a Estação Mestra de 
Controle. 
3) Segmento dos usuários: representa a diversidade de usuários que utilizam essa 
tecnologia, os aparelhos receptores e os métodos de posicionamento utilizados, 
integrando os elementos eletrônicos necessários ao controle, armazenamento e 
visualização dos dados. 
3.1 PRINCÍPIO BÁSICO DE FUNCIONAMENTO
O sistema GPS possui um funcionamento dividido em duas bandas: L1 
e L2. A banda L2 direciona-se para finalidades que necessitem de alta precisão, 
porém se restringe a fins militares dos Estados Unidos da América, e a banda L1 
para fins de navegação civil. O objetivo de possuir duas bandas está justamente 
em restringir a precisão da banda L1 por motivo de segurança, e a qualquer 
momento esta (L1) poderá ser desativada pelo exército americano. 
Os aparelhos GPS possuem um microprocessador responsável para efetuar 
os cálculos de posicionamento, armazenar dados dos satélites e suas posições. A 
partir da transmissão do sinal, pelo satélite, as distâncias são computadas a partir 
do tempo de propagação das ondas eletromagnéticas no meio, e a velocidade de 
propagação desta onda é decodificada pelo aparelho receptor, o qual, ao receber 
essas informações, identifica a coordenada de onde o aparelho se encontra, 
realizando um cálculo de triangulação para obter a posição do receptor.
Os aparelhos podem operar em dois modos: 2D e 3D:
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
148
• modo 2D – permite apenas a posição horizontal, pois capta no mínimo três 
satélites, geralmente esta transmissão ocorre pela posição da antena e/ou 
interrupção de sinal;
• modo 3D – o aparelho capta no mínimo quatro satélites, fornecendo uma posição 
mais precisa, pois insere-se a altitude. 
Os sinais emitidos dos satélites para o GPS não trafegam através de superfícies 
metálicas, florestas e estruturas de grande porte, como prédios. Para o bom desempenho do 
aparelho, faz-se necessário que o usuário esteja em ambiente aberto.
IMPORTANT
E
FIGURA 78 – TRIANGULAÇÃO DO SISTEMA GPS
FONTE: Correia (2003, p. 3)
A posição é 
um dos dois 
pontos
Para o cálculo de triangulação são necessários, no mínimo, quatro satélites:
1. um primeiro satélite calcula a distância de uma posição colocada numa esfera, 
cujo raio corresponde à distância calculada ao primeiro satélite;
2. um segundo satélite permite reduzir a incerteza a um círculo (intersecção entre 
duas esferas);
3. um terceiro satélite utilizado intercepta o círculo anterior em dois pontos. 
Como normalmente um destes pontos se encontra muito distante da Terra (ou 
com velocidade muito elevada), a posição fica automaticamente calculada por 
exclusão de partes;
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
149
4. um quarto satélite é utilizado como auxiliar. Envia ao receptor um quarto sinal 
que o auxilia a determinar o tempo preciso em que ocorrem as emissões, evitando 
assim que o receptor use um relógio atômico para determinação do tempo. 
Deste modo, um sistema de posicionamento global pode averiguar, de 
forma segura, a posição absoluta de um dado utilizador (CORREIA, 2003).
Eis algumas aplicações do GPS:
• coleta de dados para o Sistema de Informação Geográfica;
• navegação marítima, espacial, terrestre, fluvial, aérea, de lazer;
• levantamento topográfico de áreas urbanas e rurais;
• em levantamentos geodésicos, para estabelecer pontos precisos da rede básica 
de pontos sobre a superfície terrestre;
• realização de mapeamento temático, estabelecendo assim o georreferenciamento 
com imagens de satélites, ou produção de cartas e imagens, produtos do 
sensoriamento remoto, entre outros.
3.2 GPS DIFERENCIAL OU DGPS
O princípio básico do método diferencial consiste na diferença entre a 
posição fornecida pelo aparelho GPS pseudodistâncias (PRC – Pseudorange 
Corrections) e a verdadeira posição geográfica gerada por uma estação de 
referência, pois esta é uma estação fixa e, consequentemente, suas coordenadas 
são exatas. É através deste aparelho (DGPS) que se fornecerá a melhoria da 
qualidade dos dados transmitidos e sua precisão. 
A eficácia do DGPS (figura a seguir) está justamente na correção da escala 
do erro, pois o erro do receptor GPS pode variar de 20 a 300 metros, e com a 
utilização do DGPS esse erro poderá ser reduzido a poucos milímetros, pois o 
processador que o aparelho GPS possui internamente analisa a posição informada 
e calcula a relação de erros gerada pelos satélites, formando uma planilha de 
correção para cada satélite. Para isso, a unidade fixa (DGPS) deverá estar em uma 
posição onde capta o maior número de satélites. 
Desta forma, o DGPS trabalha com a receptação de duas medidas, uma 
recebida através dos satélites e a segunda enviada pelo aparelho GPS terrestre. A 
estação terrestre decodifica o sinal e, dado que seu posicionamento é conhecido 
e preciso, envia a correção ao aparelho receptor GPS, fornecendo a correção da 
informação preteritamente recebida. 
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
150
FIGURA 79 – DGPS
FONTE: Disponível em: <http://www.see.leeds.ac.uk/see-research/
igs/seddies/lillooet/index.htm>. Acesso em: 30 set. 2012.
Vale lembrar que os dados emitidos através dos aparelhos DGPS também 
pertencem à banda L1, que poderá ser desativada a qualquer momento pelo exército norte-
americano. 
IMPORTANT
E
Leia a seguir um fragmento adaptado de um artigo sobre fotointerpretação. O 
artigo completo se encontra no endereço citado na fonte.
DICAS
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
151
FOTOINTERPRETAÇÃO
Fotoleitura - consiste na identificação das feições ou objetos sobre imagens 
fotográficas. Leva em consideração apenas os aspectos qualitativos. Ex.: aquilo é 
uma casa; aquilo é uma árvore.
Fotoanálise – é o estudo das feições ou objetos presentes na fotografia 
ou imagem. Após a identificação dos detalhes, estes são analisados entre si, 
avaliando o relacionamento entre as partes.
Fotointerpretação – é uma investigação mais profunda, baseada no 
princípio de que os fenômenos têm relações espaciais entre si e que a presença 
invisível de um fenômeno pode ser perfeitamente deduzida da presença visível 
de outro. É um processo que utiliza um raciocínio lógico, indutivo e dedutivo, 
para compreender e explicar objetos, feições ou condições presentes numa 
imagem fotográfica.
Elementos visuais a serem considerados em uma interpretação de 
fotografia aérea são: tonalidade, cor, textura, tamanho, forma, sombra, padrão.
A tonalidade está relacionada com a intensidade da radiação 
eletromagnética emitida e/ou refletida pelos alvos. Refere-se ao brilho relativo 
ou à cor de objetos em uma imagem. A tonalidade nada mais é do que diferentes 
graduações de cinza que variam do branco ao preto. Este elemento é fundamental 
para se distinguir entre objetivos específicos ou outras feições, e também permite 
a distinção de outros elementos, como forma, textura e padrão de objetos.
Fotoimagem monocromática
A tonalidade cinza é um elemento utilizadopara interpretar fotografias 
ou imagens em preto e branco. Nesse tipo de imagem, as variações da cena 
fotografada ou imageada são representadas por diferentes tonalidades, ou tons 
de cinza, que variam do branco ao preto. 
• Quanto mais luz ou energia um objeto refletir, mais clara será a sua representação 
na fotografia ou imagem.
• Quanto menos energia refletir, mais escura será a sua representação na fotografia 
ou imagem.
• Área urbana, que reflete muita energia neste canal, é representada com 
tonalidades claras.
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
152
• A água limpa e a mata verde e densa, que absorvem muita energia neste canal, 
são representadas com tonalidades escuras.
Cor
A cor é um elemento usado na interpretação de imagens coloridas. Em uma 
imagem colorida, a cor do objeto depende:
• da quantidade de energia que ele refletir (no canal correspondente à imagem);
• da mistura entre as cores (processo aditivo) e;
• da cor que for associada às imagens originais em preto e branco.
A vegetação é representada pela cor vermelha, esta cor foi associada ao 
canal 4, onde a vegetação reflete muito mais energia do que nos demais canais 
utilizados nesta composição colorida. 
Textura
A textura refere-se ao aspecto liso ou rugoso dos objetos em uma imagem. 
Ela contém informações quanto às variações de tons ou níveis de cinza/cor de uma 
imagem. É um elemento muito importante na identificação de unidades de relevo:
• a textura lisa = relevo plano;
• a textura rugosa = áreas de relevo acidentado e dissecado pela drenagem.
Tamanho
• É uma função da escala de uma fotografia ou imagem, é relativo aos objetos na 
imagem, também é um elemento importante na identificação de objetos. 
• A partir do tamanho pode-se distinguir uma residência de uma indústria, uma área 
industrial de uma residencial, grandes avenidas de ruas de tráfego local, um sulco 
de erosão de uma voçoroca, uma agricultura de subsistência de uma agricultura 
comercial etc.
Forma
A forma é um elemento de interpretação tão importante que alguns objetos, 
feições ou superfícies são identificados apenas com base nesse elemento:
• estradas e rios são facilmente identificados pela sua forma linear (e curvilínea);
• as construções como casas, prédios de apartamentos costumam ter formas regulares 
e bem definidas (quadrados e retângulos);
TÓPICO 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA
153
• campos de futebol (retangular), as áreas de cultivo caracterizam-se pela sua forma 
geométrica, mais comumente retangular, ou em faixas;
• as áreas de culturas irrigadas por sistemas de pivô central apresentam formas 
circulares.
Formas irregulares são indicadoras de objetos naturais (matas, lagos, feições 
de relevo, pântanos etc.). 
Formas regulares indicam objetos artificiais ou culturais, construídos pelo 
homem (indústrias, aeroportos, áreas de reflorestamento, áreas agrícolas etc.).
É importante considerar que a forma de um objeto observado a partir de 
uma perspectiva vertical é diferente em relação à observação horizontal. Desta 
maneira, as árvores de um pomar transformam-se (em fotografias de grande escala) 
em pequenos círculos, edifícios transformam-se em retângulos etc.
• Um vulcão não é visto como um cone, mas como um círculo menor (o cume do 
vulcão) dentro de um círculo maior (a base do vulcão).
• Vários vulcões podem ser identificados pela forma circular.
• A área em branco representa um salar, depósito de sal em antigo lago salgado; um 
outro exemplo é a forma circular em espiral dos furacões, redemoinhos gigantes 
formados por ventos que giram em torno de um centro, um "olho" chamado vórtice 
e pode medir cerca de 500 km de diâmetro.
Sombra
• Em imagens bidimensionais, a altura de objetos como árvores, edifícios, relevo 
etc. pode ser estimada através do elemento sombra.
• A partir da sombra, outros elementos, como a forma e o tamanho, também podem 
ser inferidos.
Importante:
A sombra representada em uma imagem, assim como pode ajudar na 
identificação de alguns objetos como pontes, chaminés, postes, árvores e feições de 
relevo, também pode ocultar a visualização dos objetos por ela encobertos.
Padrão
Padrão é o arranjo espacial repetitivo de objetos visíveis na cena, como, 
por exemplo, cursos de água em uma área, apresentando ângulos retos tanto no 
curso principal como nos tributários (padrão definido como retangular), permite 
identificar as características da superfície em fotografias e imagens de satélite.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
154
Em função do padrão e da densidade de ocupação do terreno, diferentes 
classes residenciais podem ser distinguidas em fotografias e imagens, podendo ser 
indicadores do nível socioeconômico de seus habitantes.
• Áreas residenciais de alto padrão = caracterizam-se por unidades habitacionais 
grandes, baixa densidade dessas unidades e muita área verde.
• Áreas ocupadas com favelas = unidades habitacionais muito pequenas, sem 
espaçamento entre si, nem organização espacial, estando também ausente a 
estrutura viária.
 
FONTE: Adaptado de: <http://www.cesnors.ufsm.br/professores/aline/sig/material-segunda-
prova/Fotointerpretacao.pdf >. Acesso em: 7 out. 2012. 
155
Neste tópico você viu que:
• Os levantamentos da fotogrametria remontam a 1851, na França, porém as 
técnicas de levantamento aéreo foram aprimoradas apenas a partir da Segunda 
Guerra Mundial.
• Nos levantamentos aerofotogramétricos, sabendo-se a altura do voo (H) e a 
distância focal (f), poderá ser calculada a escala da fotografia aérea. 
• O GPS consiste em um sistema de posicionamento geodésico, baseado num 
conjunto de satélites artificiais capazes de fornecer posições na superfície terrestre 
com a precisão de poucos centímetros.
• Em 1978 foi iniciado o rastreamento dos primeiros satélites NAVSTAR, dando 
origem ao GPS, como é hoje conhecido.
• O Sistema GPS é composto de três segmentos: espacial, de controle e do usuário.
• Os DGPS são estações terrestres de referências, de coordenadas precisas. 
RESUMO DO TÓPICO 1
156
1 Qual é a diferença entre fotogrametria e fotointerpretação?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2 Quais são os tipos de fotografias aéreas?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
3 O que é Sistema de Posição Global (GPS) e para que serve?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4 Qual a importância do GPS para a navegação? 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5 O que é o DGPS? 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
6 Quantos satélites são necessários paraconhecimento de coordenadas através 
do GPS em modo 3D? 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
AUTOATIVIDADE
157
TÓPICO 2
SENSORIAMENTO REMOTO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Desde a Antiguidade, obter dados precisos sobre a superfície terrestre 
nunca foi trabalho fácil, pois exigia grandes organizações para as equipes que 
se aventuravam a pisar em solos nunca antes vistos, para obter dados, juntar 
informações que permitissem à humanidade adquirir conhecimentos cada vez 
mais precisos sobre o mundo em que vivia.
As guerras sempre trazem morte e destruição, porém, durante estes 
períodos sombrios da história da humanidade, desenvolvem-se técnicas e 
conhecimentos para auxiliar os exércitos a vencer as batalhas, e, após os conflitos, 
tornam-se de conhecimento público e uso civil. 
A Segunda Guerra Mundial foi um destes episódios tristes vividos pelas 
nações, que acabou trazendo avanços técnicos e científicos, permitindo a evolução 
em muitas áreas do conhecimento humano, entre elas o geoprocessamento e o 
sensoriamento remoto.
Nenhum exército vence uma batalha sem conhecimento detalhado e 
profundo do terreno onde as batalhas irão ocorrer. Possivelmente, devido 
a esta razão é que estas técnicas de processamento eletrônico de dados da 
superfície da Terra tenham obtido um grande avanço durante o último grande 
conflito bélico mundial.
Os sensores remotos fazem parte destes instrumentos, pois estudar, 
analisar e compreender o planeta Terra, em seu complexo funcionamento, 
era uma tarefa difícil antes do surgimento de tecnologias que permitissem o 
registro a distância das características da superfície terrestre. O sensoriamento 
remoto consiste na utilização, de forma conjunta, de modernos sensores, 
equipamentos para processamento e transmissão de dados, aeronaves, 
espaçonaves, satélites artificiais.
158
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
O sensoriamento remoto pode ser conceituado como um sensor de 
aquisição de informações (dados) sobre determinada área, objeto ou fenômeno, 
sem que haja contato físico com o mesmo, tendo em vista que suas medições são 
realizadas através de um sensor, e as informações sobre o objeto são derivadas 
e mensuradas através do campo de força que o cerca, que pode ser de natureza 
eletromagnética, acústica ou potencial.
O sensoriamento remoto [...] consistiu, no início, em fotografia 
no solo. Em 1862, o oficial de engenharia Laussedat inventou a 
“metrofotografia”, isto é, as medições sobre fotos orientadas. O alemão 
Stolze aperfeiçoou esse processo, por volta de 1892, acrescentando-
lhe a “estereoscopia”, exame de três dimensões por fusão binocular 
de duas fotos vizinhas que se sobrepunham parcialmente. Foi com 
esse método que os irmãos Vallot realizaram uma notável topografia 
do maciço do Monte Branco. Mas foi com o avião que a fotografia 
adquiriu sua verdadeira aplicação. As fotografias aéreas, a partir 
das primeiras que foram tiradas num balão por Nadar em 1855, 
permaneceram como uma curiosidade até que sua utilização militar, 
durante a guerra de 1914-1918, demonstrou largamente seu interesse 
prático. Sob o nome de fotogrametria, as medições sobre fotos tiradas 
em avião tornaram-se, a partir de então, a ferramenta indispensável do 
levantamento topográfico. (JOLY, 2011, p. 66).
Sensores remotos são equipamentos capazes de registrar a energia refletida ou 
emitida pelos objetos da superfície terrestre sem que haja contato físico com o respectivo objeto.
NOTA
Estes equipamentos são capazes de transformar energia eletromagnética 
que ultrapassa determinada faixa do espectro eletromagnético e convertê-la em 
um sinal passível de ser transformado em informações sobre o meio ambiente. 
Esses sensores são transportados em aeronaves ou ainda espaçonaves.
 
Os dados obtidos desta análise, a rapidez com que são processados e a 
confiabilidade das informações tornam cada vez mais indispensável o uso desta 
ferramenta para os estudos ambientais, bem como para tantos outros objetos de 
análise que estão submetidos às interferências antropogênicas. 
A aplicabilidade e o entendimento do sensoriamento remoto requerem 
alguns conceitos fundamentais, como: radiação eletromagnética, espectro 
eletromagnético, assinatura espectral, janelas atmosféricas e sensores ativos e 
passivos. Vejamos a seguir:
TÓPICO 2 | SENSORIAMENTO REMOTO
159
A radiação eletromagnética (REM) é a energia eletromagnética em 
trânsito, a qual somente poderá ser detectada quando ocorrer a interação com a 
matéria. Ela se propaga no vácuo a uma velocidade aproximada de 300.000.000 
m/s ou 300.000 km/h, e a intensidade da radiação eletromagnética está relacionada 
diretamente ao comprimento de onda e sua frequência.
Calcula-se o comprimento de onda (λ) entre a distância média entre dois 
pontos semelhantes da onda, podendo ser entre uma crista e outra, e frequência 
(f) é o período entre as ondulações, ou seja, o tempo entre dois pontos contínuos 
com mesma intensidade. 
É importante ressaltar que toda substância sintética ou natural com 
temperatura acima de zero absoluto (- 273,16 graus Celsius ou 0 grau K) emite 
calor, portanto, passível de ser detectado pelos sensores remotos. 
FIGURA 80 – COMPRIMENTO DE ONDA
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Comprimento-de-onda.png>. Acesso em: 24 mar. 2013.
λ = comprimento da onda
f = frequência
c = velocidade da luz no vácuo (~300.000.000 m/s)
O comprimento de onda é inversamente proporcional à frequência, ou 
seja, quanto maior for o comprimento de onda, menor será a quantidade de vezes 
que ela (onda) irá operar através do espectro eletromagnético. Por outro lado, 
quanto maior a frequência, menor será o comprimento de onda. 
O espectro eletromagnético consiste na distribuição de diferentes tipos 
de radiação eletromagnética seguindo a faixa de frequência com seus respectivos 
comprimentos de onda.
160
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
O Sol representa a maior parte de energia presente na superfície terrestre, 
emitindo uma temperatura constante de aproximadamente 6.000 k. Porém, 
nem toda energia emitida pelo Sol chega à superfície, grande parte é retida na 
atmosfera, nos gases, nas partículas em suspensão e outros. As que ultrapassam 
as chamadas janelas atmosféricas são as regiões do espectro eletromagnético, que 
poderão ser medidas através dos sensores remotos. 
Para melhor entendimento de como ocorre a interação da energia 
eletromagnética no alvo, devemos compreender que, após a radiação atravessar 
a atmosfera, atingindo a superfície terrestre, interagindo com o objeto, a energia 
incidente poderá ser absorvida, refletida ou transmitida.
Cada elemento na superfície terrestre possui uma assinatura espectral 
diferenciada, como já vimos. A exemplo disto temos os satélites de monitoramento, 
que ainda possuem a serventia de capturar imagens e identificar objetos na 
superfície. 
Os satélites, como já visto, possuem instrumentos acoplados, capazes 
de capturar imagens. Os objetos que compõem essas imagens são identificados 
através do espectro eletromagnético, que, por sua vez, decodifica a energia 
emitida ou refletida pelo alvo (elemento que está disposto na superfície).
O espectro eletromagnético (figura a seguir) é o intervalo que contém 
todas as radiações eletromagnéticas, é o espectro eletromagnético que distribui a 
intensidade das radiações eletromagnéticas, é através dele que são identificados os 
comprimentos e frequência das ondas de: raios gama (ondas curtas), raios X, raios 
ultravioleta, a luz visível, o infravermelho, as micro-ondas erádio (ondas longas).
Essas três interações dependerão: das características físico-químicas do 
objeto, do comprimento e frequência de onda da radiação incidente e da angulação 
formada entre o objeto e a radiação incidente.
TÓPICO 2 | SENSORIAMENTO REMOTO
161
FIGURA 81 – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO 
FONTE: Disponível em: <http://www.ced.ufsc.br/men5185/trabalhos/63_lampadas/incand/
funciona03.htm>. Acesso em: 6 out. 2012.
Lembre-se do espectro eletromagnético: baixa frequência, logo ondas longas; 
alta frequência, logo ondas curtas. 
UNI
Para analisarmos esta relação, devemos ter em mente que cada objeto 
possui um comportamento espectral único, em outras palavras, uma assinatura 
espectral, ou seja, cada objeto terá uma característica própria de absorver, 
refletir ou transmitir, o que possibilitará sua identificação nas imagens dos 
sensores remotos. 
A leitura da radiação dependerá de onde ultrapassa o segmento de onda no 
espectro eletromagnético, pois poderá ser na região do óptico (visível) ou do micro-
ondas. O primeiro (óptico) opera na região óptica do espectro eletromagnético, e 
poderá conter duas classificações: a termal, que detecta a energia emitida pelo alvo, 
ou então a energia solar refletida, da qual detecta a energia refletida. Porém, na 
região do micro-ondas (como o próprio nome diz) opera a micro-ondas.
162
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
Os sensores remotos podem produzir sua própria luz, são chamados 
de sensores ativos. Ocorre da seguinte forma: o sensor emite radiação que é 
direcionada para o objeto de estudo, a radiação que será refletida pelo objeto é 
detectada e medida pelo sensor, por exemplo, o radar. 
Por outro lado, temos ainda os sensores passivos, que detectam a radiação 
refletida/emitida pelo Sol, ou seja, depende da luz solar para captar imagem. 
Exemplo: sistemas fotográficos. 
A vantagem do sensor ativo é a capacidade de obter informações a 
qualquer momento, sem necessitar da radiação emitida pelo Sol. Essa é a grande 
vantagem de se ter luz própria, diferentemente dos sensores passivos.
As imagens que são geradas a partir de sensores instalados em satélites 
orbitais possibilitam a extração de inúmeros dados sobre a superfície terrestre e o 
uso dos recursos disponíveis, de escala local a global. 
A extração das informações obtidas através dos sensores de 
comportamento espectral potencializa sua aplicabilidade quando associada com 
técnica de processamento de imagem, na qual se utiliza uma ferramenta chamada 
de geoprocessamento. 
De acordo com Xavier et al. (2004) apud Meurer (2011), o geoprocessamento 
torna-se uma ferramenta imprescindível para aplicação de técnicas dos 
sensoriamentos remotos, pois facilita a representação de espacialidades 
cartográficas dos fenômenos analisados e da integração das informações para a 
construção do mapeamento temático. 
Devemos ter em mente a diferenciação entre fotografia e imagem, pois 
toda fotografia é uma imagem, porém nem toda imagem é uma fotografia. 
Uma fotografia são imagens capturadas e gravadas em filmes fotográficos e, 
normalmente, são por comprimentos de ondas que variam entre 0.3 µm até 0.9 
µm, e possuem formato analógico. Por outro lado, a imagem de satélite tem 
formato digital, baseado em procedimentos matemáticos (sistema binário), onde 
a imagem é gerada pelo sensor que detecta e identifica a quantidade de energia 
emitida ou refletida pelo objeto, ou seja, considera os comprimentos de ondas e 
os dispositivos de sensoriamento remoto utilizados para detectar e armazenar a 
energia eletromagnética do alvo.
Os sensores podem ser classificados como imageadores e não imageadores, 
isto dependerá do produto final obtido.
Imageadores – detectam a energia fornecendo a variação espacial da 
resposta espectral e gerando uma imagem. Podem ser classificados como: radares 
de visada lateral, sensores fotográficos e ainda sensores de varreduras.
TÓPICO 2 | SENSORIAMENTO REMOTO
163
Não imageadores – captam a energia do objeto e a convertem em valores 
que podem ser representados na forma de gráficos, planilhas etc., não fornecendo 
imagem do objeto captado.
O sensoriamento remoto pode ser em nível orbital, suborbital e terrestre. 
As fotografias aéreas, filmadoras e radares constituem o nível suborbital, e são 
utilizados, principalmente, para produzir mapas, além de muitas outras utilidades.
Os balões meteorológicos, utilizados para estudo de clima, previsão do tempo 
e da atmosfera da Terra, e os satélites que fornecem imagens de uso meteorológico, 
mapeamento, estudo dos recursos naturais, minérios etc. estão no nível orbital.
No nível terrestre realizam-se as pesquisas básicas sobre como os objetos, 
tais como florestas, areia, gramado, cultivos agrícolas, entre muitos outros, 
absorvem, refletem e emitem radiação, cujo objetivo é descobrir como estes 
objetos podem ser identificados pelos sensores dos instrumentos em órbita.
Sendo assim, é possível identificar, numa imagem de um satélite, 
queimadas e outros impactos ambientais, bem como diferenciar florestas nativas 
de reflorestamento, e estes de cultivo agrícola, de uma cidade, bem como identificar 
áreas de vegetação que estejam sofrendo com falta d’água, entre muitos outros.
Há vários níveis de aquisição de dados: orbital (satélites), aéreo (aviões, 
balões) e terrestre (campo e laboratório).
FIGURA 82 – NÍVEL ORBITAL (IMAGEM DE SATÉLITE - ACIMA DE 920 KM) 
FONTE: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/disciplinas/Topo/leb450/
Fiorio/SISTEMAS_SENSORES.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2013. 
164
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
FIGURA 84 – NÍVEL TERRESTRE (APROXIMADAMENTE A 20 M DE ALTITUDE)
FONTE: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/disciplinas/Topo/
leb450/Fiorio/SISTEMAS_SENSORES.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013. 
FIGURA 83 – NÍVEL AÉREO (ENTRE 350 M E 3.000 M DE ALTITUDE)
FONTE: Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/disciplinas/Topo/
leb450/Fiorio/SISTEMAS_SENSORES.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013. 
As características das imagens obtidas através dos sensores remotos 
possuem quatro formas distintas de resolução, que são: resolução espacial, 
resolução temporal, resolução radiométrica e, ainda, a resolução espectral.
1. Resolução espacial – capacidade do sensor de identificar objetos na superfície 
terrestre; quanto menor for o objeto possível de ser identificado, maior será a 
resolução espacial.
2. Resolução temporal – os satélites possuem uma periodicidade de varredura, o 
que lhes permite monitorar fenômenos que possuem expressão espacial, com 
isso a resolução espacial corresponde à passagem sucessiva do satélite. 
3. Resolução radiométrica – definida pelos níveis de cinza utilizados para 
representar a radiação eletromagnética registrada através do sensor. A maior 
parte dos sensores se utiliza de 256 tons de cinza, isso equivale a 8 bits de 
resolução. 
TÓPICO 2 | SENSORIAMENTO REMOTO
165
4. Resolução espectral – classificada pelo número de bandas espectrais e pela largura 
do comprimento de onda, ou seja, quanto maior for o número de bandas e menor 
a largura do intervalo, maior será a resolução espectral.
 
Exemplo: LandSat 5
Resolução espacial: 5 metros
Resolução temporal: 16 dias
Resolução radiométrica: 256 níveis de cinza
Resolução espectral: 7 bandas 
O sensoriamento remoto orbital tem sido utilizado como uma importante 
ferramenta de recursos nas mais variadas atividades, permitindo a extração de 
informações sobre o ambiente e o uso dos recursos naturais. 
Esta ferramenta é aliada não somente na conservação do meio ambiente, 
como em variadas outras áreas do conhecimento científico, e a obtenção de dados 
dos recursos naturais da superfície terrestre tem auxiliado a compreensão do 
meio ambiente e nas intervençõesantropogênicas.
A utilização dos sensores de comportamento espectral permite estudos 
mais aprofundados sobre o conhecimento do território, pois a complexidade das 
características estruturais dos objetos é devidamente reconhecida pelos sensores, 
possibilitando o melhor conhecimento para o uso consciente e o gerenciamento 
desses recursos.
Para trabalhar as imagens digitalizadas fornecidas por satélites, atualmente 
existem inúmeros programas de computadores que permitem este trabalho. Um 
programa bastante utilizado no Brasil é o ArcGis. Para utilizar tais programas 
é necessário, além de bom domínio da linguagem de computadores, conhecer 
o software que permite manipular estas imagens e obter os resultados que se 
desejam.
É imprescindível esclarecer que para extrair informações a partir do 
sensoriamento remoto, primeiramente devemos conhecer seu comportamento 
espectral, pois cada objeto reage de uma forma bastante específica ao sensor e, 
graças a isso, podemos estabelecer e identificar diferentes elementos dispostos na 
superfície terrestre. Exemplo: a geologia local, queimadas, água, áreas edificadas, 
distintas formas de vegetação, entre outras. 
166
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
2 GEOPROCESSAMENTO
Conceituamos o geoprocessamento como um conjunto de tecnologias de 
coleta, tratamento, manipulação e apresentação de informações espaciais, pois 
consiste na manipulação dos dados fornecidos através dos sensores remotos 
aplicados a softwares específicos de computadores especialmente desenvolvidos 
para permitir o processamento de dados georreferenciados, utilizando métodos, 
conceitos e técnicas matemáticas e computacionais próprios.
 Tais programas informatizados permitem o uso de informações 
cartográficas, tais como plantas, cartas topográficas, mapas, associando-as aos 
sistemas de coordenadas geográficas, servindo isto para inúmeras aplicações, 
tais como: transporte, energia, comunicações, planejamento regional e urbano, 
análise de recursos naturais, além de muitas outras.
O Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o geoprocessamento 
consistem em sistemas tecnológicos que se completam. Enquanto o SIG consiste 
em ferramentas computacionais para obtenção de informações geoespaciais, 
o geoprocessamento faz a manipulação de tratamento de tais informações, 
integrando dados de diversas fontes, criando bancos de dados georreferenciados, 
possibilitando, inclusive, automatizar a produção de documentos cartográficos.
O geoprocessamento tem um grande potencial para um país de dimensão 
continental como o Brasil, onde existe enorme carência de informações realistas 
para a tomada de decisão sobre os problemas ambientais, rurais e urbanos.
O geoprocessamento passou a ser utilizado amplamente, como ferramenta 
de apoio à tomada de decisões, a partir da década de 1990, consolidando assim 
o uso desta técnica, saída das universidades para alcançar o mercado com uma 
grande velocidade. 
Acesse o site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais <http://www.inpe.br/> 
e saiba mais sobre as tecnologias orbitais, seu funcionamento e aplicação.
DICAS
A tecnologia dos satélites e as técnicas computacionais, aliadas à 
manipulação dos dados fornecidos pelos sensores remotos, se fazem de suma 
importância, pois será através do geoprocessamento que as informações serão 
extraídas para a tomada de decisão. 
Os satélites possuem especificidades para captar informações de áreas a 
serem trabalhadas. Vejamos alguns exemplos: 
TÓPICO 2 | SENSORIAMENTO REMOTO
167
• Goes – Satélite meteorológico desenvolvido pelos Estados Unidos da América 
para acompanhamento dos fenômenos climáticos, assim como: o buraco na 
camada de ozônio, os efeitos do El Niño, monitora as cinzas liberadas pelos 
vulcões, entre outras.
• CBERS – China-Brazil Earth-Resources Satellite (Satélite Sino-Brasileiro de 
Recursos Terrestres). Este satélite foi desenvolvido na parceria China-Brasil, 
destina-se ao monitoramento do clima, gerenciamento dos recursos hídricos, 
planejamento de uso e cobertura do solo, entre outras utilidades. Suas imagens 
são disponibilizadas gratuitamente pelo site do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE). 
• Spot – Satélite desenvolvido pelo programa espacial do governo francês, com 
objetivo específico de operar com sensores ópticos, nas bandas do visível, 
infravermelho próximo e infravermelho médio. 
• Landsat – suas imagens são as mais utilizadas para identificação de recursos 
naturais, foi desenvolvido pela Administração Nacional Aeronáutica e do Espaço 
(NASA).
2.1 APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO EM IMAGENS 
DO SATÉLITE LANDSAT
O Landsat é um dos principais satélites empregados na prática dos 
estudos ambientais, estando a aproximadamente 705 km de altura. Foi 
colocado em órbita em 1972 com a denominação de ERT- 1 (Earth Resources 
Technological Satellite). 
Posteriormente foram aprimoradas suas ferramentas e foi lançado o 
Landsat 5 e Landsat 7, respectivamente, nos anos 1984 e 1999. Esse segundo, 
com tecnologia ainda mais aprimorada que os anteriores, trabalha com os 
sensores ETM (Enhanced Thematic Mapper) e PAN (pancromática), que opera 
com sete canais multiespectrais, mais o canal Pan (BATISTA, 2007). 
No quadro a seguir pode ser verificada a combinação das bandas 
multiespectrais que favorece ao usuário a possibilidade de realce das características 
de seu objeto de estudo, permitindo, desta forma, a resolução espacial mais precisa 
e a extração de maior conteúdo de informações (ROCHA, 2002). 
168
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
BANDAS APLICAÇÕES
1,2,3
Coloração próxima ao natural, realça sedimentos, correntes e turbidez, 
vegetação esverdeada.
2,3,4 Definição entre solo e água, a vegetação com tonalidade avermelhada.
3,4,5 Melhor limite entre solo e água, vegetação em tonalidades verde-rosada.
2,4,7
Variedade de verde na vegetação, pois discrimina a umidade tanto de vegetação 
quanto de solo.
FONTE: Adaptado de: Rocha (2002) 
Para o mapeamento temático, a interpretação dos dados realçados 
com a composição colorida das bandas utilizadas depende de fatores como 
declividade, estação do ano, localidade, entre outros aspectos, porém o 
conhecimento in loco torna mais precisa a informação analisada.
FONTE: Meurer (2011, 18-19)
LEITURA COMPLEMENTAR
O SENSORIAMENTO REMOTO E O ESTUDO DO MEIO AMBIENTE NA 
ESCOLA
Vânia Maria Nunes dos Santos
As características dos produtos do sensoriamento remoto, sobretudo 
das imagens de satélite, tais como repetitividade de cobertura, justaposição 
de informações, abrangência espacial, cores e formas, apresentam importante 
contribuição para os estudos ambientais na escola, revelando a dinâmica do 
processo de construção do espaço geográfico.
A abrangência espacial e o caráter temporal das imagens de satélite, 
que possibilitam uma visão de conjunto da paisagem em tempos diferentes, 
sequenciais e simultâneos, podem auxiliar nos estudos do meio ambiente, 
mostrando, por exemplo, as relações entre o crescimento desordenado das cidades 
e a presença de rios/córregos poluídos, favorecendo na localização de possíveis 
fontes poluidoras, tais como indústrias ou loteamentos irregulares, bem como 
subsidiar na análise dos processos de uso e ocupação dos espaços, enriquecendo 
estudos históricos e geográficos.
A possibilidade de associarmos, ao uso escolar do sensoriamento remoto, 
atividades de campo voltadas à verificação da verdade terrestre e a contextualização 
das informações obtidas a partir das imagens de satélite e fotografias aéreas, 
através do estudo do meio ambiente local, tem norteado o desenvolvimento de 
projetos de educação ambiental nas escolas, sob nossa coordenação.
TÓPICO 2 | SENSORIAMENTO REMOTO
169
Explorar com recursos de sensoriamento remoto, inicialmente, regiões 
conhecidasdo aluno, favorece a descrição dos elementos presentes na paisagem, 
familiarizando-o com esta forma de representação do espaço. Deixar que o aluno 
observe uma imagem durante o tempo que for necessário para localizar sozinho 
seus principais elementos, sobretudo os constitutivos da sua cidade, permite que 
este “se encontre” nesta paisagem. 
Convém ressaltar que entendemos a educação ambiental como um 
importante instrumento para a compreensão e conscientização sobre questões/
problemas da realidade socioambiental, cujo desenvolvimento, sobretudo 
nas escolas, se constitui em uma das mais sérias exigências educacionais 
contemporâneas para o exercício/construção da cidadania, e consequente 
melhoria da qualidade de vida.
Contudo, convém lembrar que fotografias aéreas e imagens de satélite são 
instrumentos, recursos que, ante o estudo em questão ou a sua complexidade, 
não dispensam, mas ao contrário, criam a necessidade de acesso a outras fontes 
de informação, coleta de dados etc., ou seja, exigem o desenvolvimento de 
atividades correlacionadas para o estudo do meio ambiente.
A realização de um estudo sobre os problemas socioambientais de 
uma cidade/região e suas implicações com a qualidade de vida da população 
constituem-se em exemplo interessante do que consideramos acima.
Se selecionarmos o recurso hídrico como vetor, a partir do qual iniciaremos 
o estudo em questão, não podemos deixar de investigar o comprometimento de 
um simples córrego urbano poluído (contribuinte, que deságua no rio principal 
de uma bacia hidrográfica) com o meio ambiente regional, segundo uma visão 
local e, posteriormente, por uma ótica integrada com toda região atingida direta 
ou indiretamente por este manancial.
Quando se analisa o córrego poluído em questão utilizando apenas 
levantamentos restritos, é possível que escapem à vista as implicações degradantes 
que o mesmo possa estar provocando em outros locais, a quilômetros de distância 
da área estudada.
A utilização de recursos de sensoriamento remoto possibilita aos alunos 
uma apreensão sistêmica da área de estudo, favorecendo a análise do meio 
ambiente e ecossistemas associados, considerando não apenas um único aspecto/
variável, mas sim a multiplicidade de aspectos/variáveis que possam estar 
contribuindo para a degradação da qualidade das águas, estabelecendo relações 
entre o impacto local e suas repercussões espaciais e revelando, consequentemente, 
suas implicações para o declínio da qualidade de vida da população atendida 
direta ou indiretamente por este manancial.
170
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
Nos projetos educacionais desenvolvidos, voltados ao uso escolar do 
sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente, com referência aos recursos 
hídricos, professores de diferentes disciplinas foram capacitados em módulos 
específicos e orientaram seus alunos na realização de atividades em sala de aula 
e trabalhos de campo, incluindo:
• leitura e interpretação de imagens de satélite e fotografias aéreas, em diferentes 
escalas; leitura de mapas;
• estudo do meio, com referência na coleta de amostras d’água nos rios/córregos 
para posterior análise;
• realização de roteiros ambientais;
• entrevistas na comunidade;
• elaboração de mapeamento socioambiental do bairro/região de estudo, visando 
discussões sobre os problemas socioambientais locais (bairro/município), e suas 
repercussões regionais/globais, bem como suas implicações sociais, econômicas, 
políticas e culturais no cotidiano da sociedade.
A utilização dos recursos de sensoriamento remoto, associados ao 
desenvolvimento de diferentes atividades como as citadas acima, tem propiciado 
aos alunos condições de compreender o meio ambiente local e regional; refletir 
sobre a realidade socioambiental em estudo; propor soluções para os problemas 
identificados, bem como exercitar a sua cidadania através de ações/intervenções 
escolares voltadas para a melhoria da qualidade de vida.
FONTE: SANTOS, Vânia Maria Nunes dos Santos. O uso escolar de dados de sensoriamento 
remoto como recurso didático pedagógico. Disponível em: <http://www.inpe.br/unidades/cep/
atividadescep/educasere/apostila.htm#tania>. Acesso em: 29 set. 2012.
171
Neste tópico você viu que:
• Geoprocessamento consiste em programas de computadores especialmente 
desenvolvidos para permitir o processamento de dados georreferenciados.
• O geoprocessamento utiliza métodos, conceitos e técnicas matemáticas e 
computacionais próprios.
• O geoprocessamento processa informações que permitem fazer planejamento nos 
mais variados campos, como: transporte, energia, comunicações, planejamento 
regional e urbano, análise de recursos naturais, além de muitas outras.
• O Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o geoprocessamento consistem em 
sistemas que se completam. Enquanto o SIG utiliza ferramentas computacionais 
para obtenção de informações geoespaciais, o geoprocessamento processa tais 
informações, integrando dados de diversas fontes, criando bancos de dados 
georreferenciados, possibilitando, inclusive, a automatização da produção de 
documentos cartográficos.
• O sensoriamento remoto consiste em tecnologias que permitem o registro à 
distância das características da superfície terrestre, que utiliza de forma conjunta 
modernos sensores, equipamentos para processamento e transmissão de dados, 
aeronaves, espaçonaves, satélites artificiais etc.
RESUMO DO TÓPICO 2
172
AUTOATIVIDADE
1 O que é geoprocessamento?
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____________________________________________________________________
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2 O que é sensoriamento remoto?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
_______________________________________________
3 Quais são as principais aplicações do sensoriamento remoto na geografia?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
_______________________________________________
4 Procure acessar um computador que tenha instalado um programa chamado 
Google Earth. Este programa permite observar a superfície da Terra através 
de imagens de satélites, que possibilitam identificar ruas, carros em 
determinadas cidades, em todos os continentes. É um excelente instrumento 
de uso do professor de Geografia. Faça a leitura da altitude, coordenada, 
distâncias entre pontos relevantes e identifique pontos importantes que 
sirvam como referência. 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
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173
TÓPICO 3
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Tudo o que foi estudado nos tópicos anteriores, da Unidade 3, podemos 
aplicar ao Sistema de Informação Geográfica (SIG), pois graças aos avanços 
tecnológicos dos computadores e aos sistemas de gerenciamento de banco de 
dados que relacionam informações, passou a existir uma grande difusão do SIG 
e do processamento destas informações, como vimos com o geoprocessamento.
O desenvolvimento do Sistema de Informação Geográfica (SIG) está 
atrelado à evolução na maneira de fazer mapas. Como vimos na Unidade 1, o 
desenvolvimento da Cartografia ocorreu de maneira natural com a evolução da 
humanidade, onde cada vez mais profissionais como geógrafos, cartógrafos, 
agrimensores, entre outros, aprendiam a coletar dados e a utilizá-los para fins que 
sempre variaram: desde a simples viagem de aventura, até fornecendo informações 
a governos para melhor tomarem suas decisões, bem como para uso militar.
Com o aumento do número de informações, tornou-se cada vez mais 
difícil armazenar estes dados para efetuar seu inventário, ou seja, observar, 
medir, classificar e registrar, além de sua utilização para realizar o mapeamento.
Técnicas estatísticas e novas fórmulas matemáticas surgiram na primeira 
metade do século XX, para tentar solucionar o problema de poder trabalhar com 
o volume de informações geográficas, que não parava de crescer. A solução só 
começou a surgir com o aparecimento dos computadores, quando trabalhos 
antes impensáveis em muitas áreas de aplicação, e especialmente no campo da 
Cartografia, começaram a ser possíveis.
Neste tópico você compreenderá como ocorreu a evolução deste sistema 
e sua utilização.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
174
Nosso objetivo ao abordar o tema deste tópico não é o de formar um especialista 
no entendimento e utilização do Sistema de Informação Geográfica, mas o de fornecer, ao 
acadêmico de Geografia, noções básicas que permitam compreender como evoluíram e 
como são formados e utilizados os diferentes dados referentes ao espaço geográfico.
IMPORTANT
E
2 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA SIG
O SIG ou Sistema de Informação Geográfica consiste em um sistema 
de informação espacial, com a utilização de hardware e software especialmente 
desenvolvidos para este objetivo, que permitem e facilitam a análise, gestão ou 
representação do espaço geográfico e dos fenômenos que nele ocorrem.
Segundo Loch (2006), o desenvolvimento do SIG aconteceu de forma 
paralela, tanto em empresas privadas dos EUA e Canadá, como na academia, 
mais especificamente no Laboratório de Computação Gráfica da Universidade de 
Harvard, onde os pesquisadores conseguiram, na década de 60, produzir mapas 
de declividade com a ajuda de uma impressora devidamente programada para 
este objetivo, bem como um programa que ficou conhecido como SYMAP, dando 
início ao sistema de computação gráfica nesta universidade. 
Loch (2006, p. 93) afirma que “[...] em 1970 a Universidade de Harvard 
produziu o Odyssey, um sistema que processava polígonos e realizava operações 
de sobreposição destes. Esses produtos são considerados os primeiros a serem 
identificados com a funcionalidade de um SIG”. 
No início da década de 1980 amplia-se consideravelmente a capacidade 
de processamento dos computadores, o que permite o início de uma nova fase da 
utilização da tecnologia computacional para analisar os dados espaciais, dando 
continuidade ao desenvolvimento do Sistema de Informação Geográfica. 
Para Kraak e Omeling (1997 apud LOCH, 2006, p. 95), o SIG é uma 
ferramenta que oferece a possibilidade de integrar os dados de diferentes 
fontes e tipos, assim como sua manipulação. As operações de análise espacial e 
a possibilidade de visualização dos dados em qualquer tempo, durante todo o 
processo, fizeram do SIG um poderoso aliado, tanto para análises espaciais como 
para a tomada de decisões (sistemas especializados).
TÓPICO 3 | SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
175
A “alma” de um SIG originou-se em disciplinas como a Geodésia, 
a Geografia e a Cartografia. Muitos conceitos e funções de um SIG foram 
concebidos primeiro por cartógrafos. As funções de processamento dos dados 
(como transformação e análise), funções de entrada (digitalização e rasterização) 
e funções de saída (as quais são, na maioria das vezes, mapas) são exemplos da 
influência de cartógrafos na criação do SIG.
O SIG pode funcionar como uma base de dados alfanuméricos, com 
informação geográfica que se encontra relacionada por um identificador comum 
aos objetos gráficos de um mapa digital. Assim, assinalando um objeto, pode-
se saber seu devido valor, e, ao contrário, selecionando um registro da base de 
dados, é possível saber a sua localização e identificá-lo num mapa.
No Sistema de Informação Geográfica a informação é separada em 
diferentes camadas temáticas, armazenando-as de forma independente, 
possibilitando trabalhar com elas de modo rápido e simples, o que permite ao 
operador ou utilizador a facilidade de relacionar a informação existente através 
da posição e topologia dos objetos, com o objetivo de gerar nova informação, a ser 
trabalhada nas imagens de satélites (figura a seguir).
É conceituado como o software mais eficiente para análise geográfica de 
dados espaciais, por apresentar capacidade de relacionar informações geográficas 
com elementos gráficos, formas geométricas com suas múltiplas propriedades de 
relações com a topologia, o que o difere de sistemas AM/FM.
Um SIG é formado por quatro componentes básicos: hardware (o 
computador propriamente dito), software (programa computacional capaz de 
armazenar e manipular os dados), dados (coleta de informações organizadas para 
determinado fim) e usuário (o programador). Sua aplicação envolve diversos 
setores da atividade humana, porém está em função do detalhamento, escala e 
do nível do trabalho. 
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
176
De acordo com Meurer (2011, p. 16),
[...] um SIG deve possuir especificidades que o diferem dos demais 
softwares, como: 1º ser capaz de coletar e armazenar dados espaciais 
obtidos a partir de fontes como: levantamento de campo com GPS, 
mapas existentes, fotogrametria, sensoriamento remoto, entre outros; 
2º ser capaz de armazenar, recuperar, atualizar e corrigir os dados 
processados de uma forma eficiente e dinâmica; 3º ser capaz de 
permitir manipulação e a realização de procedimentos de análise dos 
dados armazenados para fins de execução de inúmeras tarefas, como: 
alterar a forma dos dados, produzir estimativas de parâmetros, gerar 
informações rápidas a partir da entrada de dados e suas inter-relações; 
4º ser capaz de gerar saídas de formatos gráficos e tabulares.
3 UTILIZAÇÃO DO SIG
Através do Sistema de Informação Geográfica é possível compatibilizar 
a informação proveniente de diversas fontes, como informação de sensores 
espaciais que permitem desenvolver trabalhos de sensoriamento remoto, dados 
obtidos com GPS ou adquiridos com os métodos tradicionais da topografia.
A aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica é muito versátil e 
de grande utilidade em vários campos. Por tal razão, podem ser utilizados em 
grande parte das atividades relativas ao espaço, da Cartografia a estudos de 
impacto ambiental, marketing, formando o que poderá ser chamado de sistemas 
espaciais de apoio à decisão.
FIGURA 85 – IMAGEM LANDSAT 2002
FONTE: Santos, Meurer e Atanazio (2006, p. 8)
TÓPICO 3 | SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
177
Os SIGs são aplicados no monitoramento ambiental, em estudos geológicos 
como,por exemplo, em trabalhos de mapeamento de solo diagnóstico ambiental, 
elaboração de mapas temáticos, planejamento de zonas urbanas, rurais e uso e 
cobertura do solo (figura a seguir), no monitoramento de foco de doenças, no 
controle de tráfego, entre inúmeras outras funcionalidades, além de ser um 
sistema de apoio para a tomada de decisão.
FIGURA 86 – IMAGEM DE USO E COBERTURA DO SOLO, SATÉLITE LANDSAT
FONTE: Meurer (2011)
Os órgãos de planejamento urbano, por exemplo, enfrentam o grande 
desafio de lidar com dados de natureza diferente, espalhados pelos mais variados 
setores, bem como de manter estes dados atualizados, trabalho este que é 
enormemente facilitado pelo SIG.
Os SIGs são, portanto, importantes ferramentas que possibilitam armazenar, 
manipular e analisar conjuntamente um grande volume de dados espaciais e não 
espaciais e que, em função de suas facilidades, vêm destacando-se no processo de 
planejamento e tornando-se um recurso indispensável, do qual os planejadores 
devem estar a par, desde seu período de formação.
Ao observarmos o mundo atual e toda a tecnologia disponível em todos 
os campos, mas em especial naquelas relacionadas ao SIG, constata-se que estas 
afetaram de maneira significativa e decisiva a evolução da análise das questões 
relacionadas ao espaço geográfico.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
178
Prezado(a) acadêmico(a), você pode estar se perguntando: qual a utilidade 
do SIG para um professor de Geografia? É importante que você e seus atuais e/ou futuros 
alunos tenham consciência de que, ao observar um mapa, seja ele político, econômico, 
populacional, climático, entre tantos temas que são mapeados, estes são resultado de uma 
infinidade de informações que foram armazenadas e trabalhadas pelo sistema SIG.
NOTA
Alguns softwares do Sistema de Informação Geográfica (SIG):
SPRING (software livre, desenvolvido pelo INPE)
ArcGis
GvSIG
ISmart
GRASS
Mapinfo
SAGA GIS
Terra View
GEOMEDIA
Para saber mais a respeito do que foi discutido nesta unidade, seguem 
alguns sites interessantes:
<www.fatorgis.com.br>
<www.trimble.com>
<www.nasa.gov.br>
<www.inpe.br>
<www.spotimge.fr>
<www.museodocomputador.com.br>
<www.gisbrasil.com.br>
Anexamos ao final deste Caderno de Estudos uma Cartilha de Campo que 
lhe dará orientações sobre o que e como observar em uma saída de campo. Ela será útil 
tanto durante o curso de Geografia quanto em sua atividade como futuro(a) professor(a) de 
Geografia. Ela foi elaborada com carinho pela equipe docente do curso de Licenciatura em 
Geografia.
NOTA
TÓPICO 3 | SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
179
LEITURA COMPLEMENTAR
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Emília Hamada
De acordo com a literatura, as raízes da tecnologia de gerenciamento da 
informação geográfica datam de meados do século XVIII, quando a Cartografia 
se desenvolveu e foram então produzidos os primeiros mapas básicos precisos. 
Nos 200 anos saeguintes foi observado um grande desenvolvimento nas diversas 
áreas da ciência que afetaram o SIG, porém o fato determinante, que propiciou 
uma rápida evolução da tecnologia do SIG, foi o surgimento dos primeiros 
computadores eletrônicos em 1940, que marcou o início da era do computador. 
O SIG propriamente dito, como o conhecemos atualmente, teve sua origem 
com o desenvolvimento do Canadian Geographic Information System (CGIS), 
no início dos anos de 1960. Três importantes fatores propiciaram a criação dos 
sistemas de informações geográficas nos anos de 1960: os refinamentos na técnica 
cartográfica, o rápido desenvolvimento dos sistemas computacionais digitais e a 
revolução quantitativa na análise espacial. Esses fatores foram muito importantes, 
pois ajudaram a fornecer as ferramentas analíticas, assim como o estímulo aos 
pesquisadores e profissionais em uma variedade de aplicações. Apesar disso, nos 
anos de 1960 e início dos de 1970, o SIG era ainda restrito a um pequeno grupo de 
pessoas, devido ao alto custo e limitações técnicas relacionadas aos equipamentos 
computacionais. 
Nos anos de 1970 foi observado um grande desenvolvimento do SIG, 
advindo do aumento da capacidade computacional e o desenvolvimento de 
tecnologias em áreas relacionadas, tais como: sensoriamento remoto, sistema de 
gerenciamento de banco de dados, Cartografia digital, processamento de imagens, 
fotogrametria e projeto assistido por computador (Computer Aided Design 
- CAD). Nesse período, o SIG ainda tinha o seu uso restrito às universidades, 
órgãos de pesquisa e pequenas empresas privadas, porém já em maior número. 
Já nos anos de 1980, o SIG realmente decolou, especialmente na última 
metade da década, devido a dois fatores principais: o desenvolvimento 
significativo dos microprocessadores, que permitiram a redução de custos e a 
concentração de grande quantidade de memória em chips muito pequenos e, 
ainda, a proliferação de softwares de baixo custo, muitos deles disponíveis para 
computadores pessoais (PCs). Esses fatores propiciaram a emergência comercial 
do SIG como uma nova tecnologia de processamento de informações, oferecendo 
capacidades únicas de automação, gerenciamento e análise de uma variedade de 
dados espaciais.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
180
Atualmente, a preocupação crescente pelas questões ambientais tem 
requerido a utilização do SIG de forma cada vez mais usual, por ser uma poderosa 
ferramenta no gerenciamento e planejamento.
Filosofia do SIG 
O SIG tem um enorme impacto em todos os campos que utilizam e 
analisam dados distribuídos espacialmente. Aos que não estão familiarizados com 
a tecnologia, é fácil vê-lo como uma caixa mágica. A velocidade, a consistência e 
a precisão com as quais ele opera realmente impressionam, e é difícil de resistir a 
seu forte caráter gráfico. Porém, para os analistas experientes, a filosofia do SIG é 
bem diferente. Com a experiência, o SIG torna-se simplesmente uma extensão do 
pensamento analítico da pessoa. Ele é uma ferramenta, tal como é a estatística. Ele 
é uma ferramenta para o pensamento. 
 As vantagens mais comuns da utilização do SIG são que os dados, uma 
vez inseridos no sistema, são manipulados com rapidez; além disso, o sistema 
permite análises dos dados de forma mais eficiente, utilizando ferramentas 
matemáticas e estatísticas sofisticadas e também com menor subjetividade do que 
se fossem realizadas de forma manual; o SIG também possibilita processos de 
tomada de decisão, facilita a atualização dos dados e produz mapas com rapidez.
De uma forma simplificada, podemos ver assim a sua utilização: as fontes 
de dados são interpretações da realidade, uma vez que estas foram obtidas do 
mundo real. No SIG ocorrem os processos de entrada de dados, gerenciamento 
de dados, armazenamento e análise de dados, que substituem os métodos 
tradicionais de tratamento de dados geográficos. A partir daí são geradas 
informações, que em sua forma mais usual são produtos cartográficos (cartas, 
gráficos e tabelas) que auxiliam ou dão subsídio aos usuários para uma tomada 
de decisão. Com o consenso na decisão escolhida, ela é então colocada em ação, 
agindo sobre o mundo real e eventualmente modificando-o, necessitando, então, 
de novas aquisições de dados de uma realidade diferente. E assim por diante. 
O SIG é uma ferramenta computacional poderosa e é, portanto, 
imprescindível o planejamento, desde a sua implantação até a sua utilização, a fim 
de atingir os objetivos desejados e explorar tudo o que ele pode proporcionar. O 
êxito de sua utilização depende exclusivamente da forma como o usuário o utiliza.
Pode-se afirmar que existem quatro razões para se usar um SIG:
1) os dados armazenados digitalmente estão em uma forma mais compacta do que 
se eles estivessem em mapas de papel ou em pilhas nas mesas. Normalmente, 
os dados são armazenados em umou mais arquivos de um disco rígido fixo, 
fitas streamer, discos rígidos removíveis, discos ópticos fixos ou discos ópticos 
removíveis; 
TÓPICO 3 | SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
181
2) grande quantidade de dados pode ser mantida e recuperada com grande 
velocidade e a um custo menor por unidade de dado, quando são utilizados 
sistemas computacionais; 
3) a habilidade de gerenciar os dados espaciais e seus correspondentes dados 
de atributo e de integrar diferentes tipos de dados de atributos em uma única 
análise, à alta velocidade, são incomparáveis com os métodos manuais; e 
4) a habilidade de rapidamente realizar análises espaciais complexas fornece 
vantagem tanto quantitativa quanto qualitativa. Cenários de planejamento, 
detecção e análise de mudança e outros tipos de planos podem ser desenvolvidos 
por refinamentos de análises sucessivas. Este processo interativo somente se 
torna prático com um SIG, pois cada processamento computacional pode ser 
feito rapidamente e a um custo relativamente baixo.
Componentes de um SIG 
Embora se pense no SIG como um “elemento único” de software, ele 
possui de fato, como característica, a composição de uma variedade de diferentes 
componentes. Nem todos os SIGs apresentam todos esses elementos, porém os 
elementos básicos deverão estar presentes para que seja considerado um SIG. 
O sistema central do SIG é o banco de dados, que é uma coleção de mapas e 
informações associadas no formato digital. Ao redor do banco de dados encontra-
se uma série de componentes de softwares. 
O sistema de exibição ou visualização cartográfica permite selecionar 
os elementos do banco de dados e produzir um mapa na tela/monitor do 
computador ou a saída para uma impressora ou plotter. O sistema de digitalização 
de mapas permite a entrada de dados de mapas em papel e transformação dessas 
informações no formato digital. 
O termo Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), 
normalmente, faz referência a um tipo de software que é utilizado para a entrada, 
gerenciamento e análise de dados de atributo. Um SIG, entretanto, incorpora, 
além disso, uma variedade de opções para o gerenciamento de componentes 
espaciais e de atributos de dados geográficos armazenados. 
O sistema de análise geográfica proporciona a análise de dados ou 
atributos baseada em suas características espaciais. 
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
182
O sistema de processamento de imagem permite a análise de imagens de 
sensoriamento remoto e fornece análises estatísticas especializadas. 
O sistema de análise estatística apresenta uma série de rotinas para a 
descrição estatística de dados espaciais. 
O sistema de suporte à decisão é uma das mais importantes funções de 
um SIG e possibilita utilizar ferramentas matemáticas e estatísticas especialmente 
desenvolvidas para este fim.
FONTE: HAMADA, Emília. Sistema de informação geográfica. Disponível em: <http://www.agencia.
cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/arvore/CONTAG01_66_410200710544.
html>. Acesso em: 7 out. 2012.
183
Neste tópico você viu que:
• O desenvolvimento do Sistema de Informação Geográfica evoluiu com a forma 
de fazer mapas.
• O SIG consiste num sistema de informação espacial, que utiliza hardware e software 
especialmente desenvolvidos para este objetivo, que permitem e facilitam a 
análise, gestão ou representação do espaço geográfico e dos fenômenos que nele 
ocorrem.
• O SIG pode funcionar como uma base de dados alfanuméricos, com informação 
geográfica que se encontra relacionada por um identificador comum aos objetos 
gráficos de um mapa digital.
• Os SIGs são ferramentas que possibilitam armazenar, manipular e analisar, 
conjuntamente, um grande volume de dados espaciais e não espaciais, facilitando 
a vida de planejadores de vários ramos de atividades.
RESUMO DO TÓPICO 3
184
AUTOATIVIDADE
Prezado(a) acadêmico(a), depois de estudar este tópico, desenvolva a seguinte 
atividade:
Voltamos a salientar a importância de você adquirir um atlas geográfico, pois 
todo professor de Geografia deve ter seu atlas pessoal.
1 Utilizando o atlas, analise vários mapas temáticos e tente descobrir a forma 
com que cada informação ali colocada foi adquirida. Por exemplo, mapa 
rodoviário, comercial, vegetação, climático, populacional e muitos outros 
temas. Os dados mostrados nos mapas foram obtidos por fotografias aéreas, 
levantamento topográfico, pesquisa de campo, outras. Quais? Faça sua lista 
e depois debata com seus colegas, compare suas listas, faça ajustes. Tenho 
certeza de que você, aos poucos, desenvolverá o senso de observação e 
análise, conseguindo chegar, por conta própria ou com a ajuda de colegas, 
muito próximo da realidade, ou seja, dos meios obtidos para adquirir e 
juntar as informações existentes nos mapas.
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2 Cite quatro aplicabilidades para o Sistema de Informação Geográfica (SIG).
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185
3 Quais são as especificidades que um SIG deve possuir que o diferenciam dos 
demais softwares? 
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4 Quais são os quatro componentes básicos dos SIGs?
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_______________________________________________________________
186
187
TÓPICO 4
O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM 
DA CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a tecnologia está presente em todos os lugares e vem 
adquirindo cada vez mais relevância na educação e nos meios sociais, contribuindo 
de forma significativa com o processo de ensino e aprendizagem, bem como para 
a inserção social. As novas mídias e tecnologias de informação e comunicação 
podem ser consideradas como uma potente ferramenta pedagógica. Muitas vezes, 
no entanto, esses recursos pedagógicos são usados de forma equivocada, pois não 
se trata de ensinar a usar o computador ou uma máquina, mas, sim, desenvolver 
o conteúdo de disciplinas curriculares por intermédio das tecnologias.
Apesar do avanço tecnológico, o professoré insubstituível, pois diante 
de tantas contribuições e informações é preciso que haja alguém que auxilie 
o aluno a analisar criticamente o que está sendo usado, verificando o que é 
válido, o que deve ser utilizado e o que pode ser descartado. Então, o professor 
passa a ser o mediador do conhecimento. Portanto, sente-se a necessidade de 
promover formações para capacitar profissionais na utilização da informática 
educativa e formações continuadas para que professores possam se apropriar 
dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, usando-a como uma ferramenta 
educativa facilitadora do processo de ensino e aprendizagem.
O uso das tecnologias no pedagógico possibilita um processo de ensino e 
aprendizagem mais criativo, autônomo, colaborativo e interativo. No entanto, o 
professor, em determinados momentos, tem uma postura apreensiva, resistente 
em utilizar esses recursos. Muitas são as razões pelas quais educadores incorporam 
tal atitude, entre as quais a falta de conhecimento de como utilizar adequadamente 
as tecnologias, ou não sabem como avaliar as novas formas de aprendizagem 
provenientes desse uso, por medo, por falta de apoio ou recursos da escola para o 
uso de inovações em sala de aula e, outras vezes, por resistência própria. 
Porém, devido ao grande potencial educativo desta ferramenta, 
as escolas introduziram a informática de forma pedagógica, no intuito de 
promover o contato com o computador. Os professores do ensino de Geografia 
podem utilizar essa ferramenta como instrumento de apoio à Geografia e aos 
conteúdos programáticos curriculares, além de fonte de pesquisa para atualizar 
informações e bancos de dados.
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
188
A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem 
ela. Utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode 
expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. 
Depende de quem o usa, a favor de quem e para quê. O homem 
concreto deve se instrumentar com os recursos da ciência e da 
tecnologia para melhor lutar pela causa de sua humanização e de sua 
libertação. (FREIRE,1980, p. 22).
Partindo deste pressuposto, neste tópico iniciaremos uma discussão acerca 
do uso das tecnologias no ensino e aprendizagem da Geografia, que se insere no 
contexto escolar onde há maior disseminação do conhecimento, permitindo ao 
aluno ancorar ideias.
2 GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA 
ESCOLAR E GEOGRAFIA
Tecnologia pode ser definida como um conjunto de objetos, materiais 
e processos, utilizado a partir de conhecimentos humanos, com o objetivo de 
facilitar a vida diária, ou seja, encontrar a solução dos problemas. Por volta 
do ano de 1818, uma tecnologia para os tempos atuais revolucionou os meios 
de transporte, quando surgiu o que ficou conhecido como a bicicleta. Todas as 
tecnologias que conhecemos abrangem os mais diversos setores da sociedade e 
fazem com que a dinâmica dê continuidade ao seu ciclo e evolução. 
Na descrição de Chaves e Bruce (1999), as tecnologias que expandem 
a capacidade de comunicação humana existem há muitos séculos. As mais 
importantes, porém, surgidas antes do século XIX, envolvem a fala tipicamente 
humana, ou seja, a conceitual, a escrita alfabética e a imprensa.
Nos últimos cem anos surgiram diversas tecnologias de comunicação, 
como: o correio, o telefone, a fotografia, o rádio, a televisão, o vídeo, o DVD, o 
CD, pendrive e a internet. Atualmente, podemos considerar que entramos numa 
nova onda tecnológica, que é a “era da informação” ou a “era do conhecimento”, 
com o advento da informática. 
A prática pedagógica de nossos professores aos poucos vem se adaptando 
às necessidades do meio informatizado, pois a tecnologia é um meio de auxiliar 
no processo educacional, tomando muito cuidado para não haver distorções 
de informações. No ensino da Geografia não é diferente, pois a tecnologia da 
informação audiovisual poderá enriquecer as aulas, onde o professor deixará de 
ser mero transmissor de informações, passando a ser mediador da aprendizagem 
e do conhecimento.
 Atualmente existem programas educativos direcionados à Geografia, 
como enciclopédias, atlas, softwares, que oferecem informações sobre a formação 
da Terra, além de imagens sobre clima, urbanização, vazios demográficos, 
hidrografia, relevo, áreas devastadas pelo homem, sem contar a imensa 
TÓPICO 4 | O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA
189
quantidade de informações contidas na internet que interferem diretamente na 
vida das pessoas, disponibilizando uma grande variação de conteúdos. É possível 
identificar características naturais e humanas de qualquer ponto da Terra, além de 
interpretar mapas, analisar imagens de satélites, imagens de áreas desmatadas, 
focos de incêndios, entre outros.
Várias são as atividades práticas que podem ser ministradas na sala de 
informática ou mesmo em sala de aula, sobre orientação espacial, com um simples 
globo terrestre interativo ou um mapa da superfície terrestre. Programar uma 
aula em que os alunos compreendam temas como localização, direção, paralelos, 
meridianos, latitudes, longitudes e fuso horário fornece informações de uma malha 
de coordenadas que amarra a superfície representada com a superfície da Terra 
e envolve projeção e escala. Atividades que levem o aluno a questionamentos, 
discussão e levantamento de dúvidas concernentes aos conteúdos direcionados 
ao movimento da Terra, fusos horários, estações do ano, posição geográfica, entre 
outros assuntos, para dar início ao estudo dos Pontos de Orientação. 
O aluno, ao ter conhecimento do movimento que a Terra faz e a direção 
em que faz os movimentos, torna-se um referencial de localização para o mesmo: 
Leste-Oeste-Norte-Sul e os polos: Norte e Sul. O uso do globo terrestre possibilita 
ao aluno pensar e relacionar os movimentos da Terra com os fusos horários e 
perceber o significado das coordenadas geográficas, ou seja, sua função no mapa.
É neste momento que a cartografia se faz presente, quando surge a 
necessidade de se trabalhar os conceitos da Geografia atrelados à cartografia. Em 
muitos livros você encontrará capítulos que iniciam a alfabetização cartográfica, 
como, por exemplo: vamos mapear a sua sala de aula e sua escola, construindo a 
planta da sala de aula, orientando-se no espaço geográfico utilizando a bússola, 
reduzindo e ampliando objetos para desvendar a escala, as imagens aéreas e 
orbitais, tipos de mapas, confecção de maquetes, jogos lúdicos etc.
Se você quiser obter mais informações sobre este conteúdo ou complementar 
seus estudos, acesse: <http://www.projetopresente.com.br/colecao/geografia.html/>.
NOTA
Para o ensino de Geografia a informática tem sido aplicada com grande 
sucesso nas geotecnologias, permitindo a geração de inúmeras relações espaciais 
de informações geográficas, popularizando a linguagem cartográfica, tais como o 
Google Maps ou o próprio Google. Ensinar Geografia é sempre fascinante, ainda 
mais na atualidade, em que temos uma quantidade e variedade de imagens, 
figuras, mapas, filmes, entre outros, à disposição para estudar o espaço geográfico. 
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
190
Existem programas disponíveis na internet on-line e para baixar, que 
possuem várias temáticas geográficas com imagens cartográficas, como: o Google 
Earth, GeoQuiz e Seterra; de climatologia, como o infográfico de formação dos 
furacões da BBC de Londres; de astronomia, como dos Eclipses da Nova Escola o 
Nosso Universo do CD-ROM do IBGE; Biogeografia, como o Hots Pot e os Atlas da 
Mata Atlântica; Geografia política e econômica, tendo como exemplo o infográfico 
da formação da União Europeia; atlas escolar e digital, entre outros temas, que em 
um simples clique e tempo disponível para pesquisa, você visualizará materiais 
riquíssimospara agregar em suas aulas.
Sugerimos também uma lista de sites confiáveis que poderão ser utilizados 
no desenvolvimento de atividades relacionadas à Geografia para desenvolver 
atividades de Cartografia.
QUADRO 3 – SITES INTERESSANTES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA
http://www.sogeografia.com.br/ Temas ligados à Geografia
http://www.sogeografia.com.br/jogos Jogos educativos
http://www.cambito.com.br/jogos Jogos educativos
http://www.ibge.gov.br/home Pesquisas socioeconômicas
http://www.infopedagogica.com.br/ Temas variados
http://maps.google.com.br/ Localização
http://www.colegioweb.com.br/geografia-infantil Temas ligados à Geografia
http://www.ced.ufsc.br/links/geografia.html Temas ligados à Geografia
http://www.wdl.org/pt/ Biblioteca Digital Virtual
http://www.brasilchannel.com.br Temas ligados à Geografia
http://zenite.nu/ Atividades de astronomia
http://www.ibge.gov.br/7a12/brincadeiras/default.php Atividades de Geografia
http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php Localização de países
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/frameset.html Temas ligados à Geografia
FONTE: Muller (2011, p. 177) 
Acesse o site do PROJETO EDUCASERE
<http://www.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/educasere/>. 
Nele você terá várias informações complementares do uso do sensoriamento remoto 
aplicado à educação e com imagens de satélite como recurso didático.
DICAS
TÓPICO 4 | O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA
191
Caro(a) acadêmico(a), não se esqueça de acessar o AVA com seu login e senha 
e pesquisar na Trilha de Aprendizagem da disciplina de Cartografia. Você encontrará mais 
informações que irão aprimorar o seu conhecimento.
UNI
CARTOGRAFIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
Cíntia Bastos Santos
Saionara S. Ferreira
Universidade de Salvador
Esse artigo tem como objetivo abordar a cartografia no Ensino 
Fundamental, tendo como alvo a 5ª série, partindo das nossas vivências no 
estágio em uma escola pública. A escolha desse tema se deve à importância do 
estudo do espaço geográfico como locus das interações sociais, assim, sendo 
fundamental compreender os princípios locacionais para que possamos agir de 
forma consciente, a partir dos conhecimentos de escala, legendas, mapas e outros 
instrumentos.
A percepção dos componentes da paisagem local e de outras paisagens 
pode se ampliar na medida em que o aluno aprende a observar de forma intencional 
e orientada. Assim, a atividade cartográfica nasceu como manifestação de uma 
utilidade imediata e sobre a pressão de necessidades, tais como a de saber onde 
estamos e que relações espaciais podemos estabelecer.
Desta forma, a necessidade da orientação espacial promove o trabalho da 
cartografia, desde as séries iniciais, quando o alunado começa a distinguir entre o 
espaço vivido, o espaço percebido e o espaço concebido.
A cartografia representa um recurso fundamental para o ensino e a pesquisa 
de geografia, pois possibilita a representação dos diferentes recortes do espaço e 
na escala que convém para o ensino. Sendo assim, a cartografia se fundamenta 
na leitura e representação do espaço, permitindo, pois, a visualização maior desse 
espaço, onde o aluno entenderá como está inserido neste espaço, que pode ser local, 
regional e global. Através de mapas e outros recursos, saberá distinguir os mais 
diferentes e distantes locais, possibilitando uma visão mais crítica da realidade à qual 
pertence, configurando “a importância do aprendizado no contexto sociocultural 
da sociedade moderna, como instrumento necessário à vida das pessoas, pois esta 
exige certo domínio de conceitos e de referências espaciais para deslocamento e 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 3 | AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS 
192
ambientação; e mais do que isso, para que as pessoas tenham uma visão consciente 
e crítica do seu espaço social” (ALMEIDA, 2001, p. 10), pois, de acordo com os PCN 
– Geografia, 1999, o aprendizado por meio de diferentes formas de representação e 
escalas cartográficas deverá estar contemplado nesse momento em que se inicia o 
aluno nos estudos geográficos, como também ensinar a realizar estudos analíticos 
de fenômenos em separado mediante os mapas temáticos, tais como: clima, 
vegetação, solo, cultivos agrícolas etc.
Os mapas, segundo Passini (1994, p. 85), “[...] são a representação simbólica 
de um espaço real”. Já para Joly (1990, p. 24), “[...] mapa é uma representação 
geométrica plana, simplificada e convencional de toda ou parte da superfície 
terrestre”. Na educação cartográfica é importante lembrar que não é através de 
cópias de mapas que o aluno aprende a fazer uso desse recurso, mas através da 
produção dos referidos. Para isso, “na ação de mapear, o objeto a ser mapeado 
deve ser o espaço conhecido do aluno, o espaço cotidiano, onde seus elementos 
(casa, escola, padaria, rua etc.) lhe são familiares”.
Inicialmente, ocorre na criança uma evolução no que se refere à noção 
de espaço. Primeiro é o esqueleto corporal, resultado da relação entre o espaço 
postural e o espaço ambiente, e o segundo é a lateralidade. Segundo Almeida (2001, 
p. 12), “[...] o meio ambiente é lateralizado a partir dos vetores do esquema corporal: 
frente-atrás, direita-esquerda, acima-embaixo”. O princípio da lateralização leva ao 
conhecimento, primeiro no próprio corpo e depois o do próximo.
Posteriormente, “o espaço é apreendido pela criança através de 
brincadeiras ou de outras formas de percorrê-lo, delimitá-lo ou organizá-lo 
segundo seus interesses” (ALMEIDA; PASSINI, 2001, p. 54). De acordo com os 
autores, as primeiras relações espaciais que a criança estabelece são as chamadas 
relações espaciais topológicas elementares”, que são construídas na seguinte 
ordem: A) vizinhança, correspondente ao nível onde as figuras (elementos) são 
percebidos – o que está ao lado; B) separação, corresponde a fronteiras e limites; 
C) ordem, antes? depois?; D) envolvimento, o espaço que está em torno de; E) 
continuidade, recorte do espaço ao qual a área em questão corresponde.
Enquanto nas relações topológicas o referencial para localização é o 
próprio corpo da criança, nas relações projetivas e euclidianas a localização dos 
objetos ocupa posições uns relacionados aos outros. Segundo Almeida (2001, p. 
45), “[...] a principal diferença entre as relações topológicas e euclidianas está na 
maneira de coordenar as figuras entre si. O espaço topológico é interior a cada 
figura, não há um espaço total que inclua todas elas”. Cada espaço é considerado 
em si, sem haver a organização dos objetos em uma só estrutura.
TÓPICO 4 | O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA
193
Quando as operações mentais da criança passam a ser descentração espacial 
e orientação de corpo tendo eles mais cuidado com as perspectivas, as medidas e as 
distâncias, o aluno desenvolve a percepção do espaço projetivo e euclidiano. Aqui 
as estruturas são situadas por meio de projeções euclidianas. Aqui as estruturas 
são mais complexas, os objetos são situados por meio de projeções e coordenadas 
geográficas e escala, construindo noções de proporcionalidade, horizontalidade 
e verticalidade, podendo assim ler mapas projetivos e euclidianos. Sendo assim, 
os conhecimentos cartográficos, a localização e a orientação, quando bem 
orientada pelo educador, permitirão ao aluno atingir, ou seja, alcançar uma nova 
organização e configuração do espaço, desde que identifique as diferenças entre 
os espaços representados através dos mapas, plantas, croquis etc.
Para exemplificar as ideias acima, aplicamos numa escola pública em Feira 
de Santana dinâmicas com o objetivo de desenvolver a capacidade do educando 
no que se refere à direção, sentido, lateralidade, ou seja, buscamos trabalhar o 
sentido de rumo, pontos cardeais, colaterais, escala etc., como prerrequisitos à 
introduçãode estudo de mapas.
Desta forma, procuramos relacionar o estudo da cartografia com a 
realidade cotidiana dos alunos, para que esses pudessem perceber que a Geografia 
está inserida no seu dia a dia, desde as coisas mais simples às mais complexas.
Este artigo objetivou mostrar algumas formas de abordar a cartografia 
em sala de aula e de propiciar a iniciação de sua leitura de forma mais eficaz 
e prazerosa. A proposta de alfabetização cartográfica visa desenvolver com os 
alunos a construção de estruturas que ofereçam as condições necessárias ao uso 
cotidiano e não somente escolar, pois a cartografia é uma das formas de se entender 
o mundo. Como a Geografia é a ciência que se preocupa com a espacialização dos 
fenômenos de forma mais categórica, sem dúvida o mapa como instrumento é 
muito requisitado nas aulas, devendo o seu uso ser estimulado.
Diante das bruscas transformações que o mundo do trabalho hoje 
enfrenta, dada a rapidez da evolução tecnológica, torna-se necessária uma nova 
postura pedagógica, tanto de profissionais que produzem o material geográfico 
e cartográfico, quanto dos que vão adotá-lo. O sistema educacional requer 
mudanças metodológicas e pedagógicas para que, a partir do reconhecimento da 
importância da cartografia, possa construir os conceitos capazes de emancipar o 
cidadão no seu “espaço”.
FONTE: Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/cartografia_cintiasantos_
saionaraferreira.pdf>. Acesso em: 16 out. 2012.
194
 Neste tópico você aprendeu: 
• A função que o educador deverá exercer perante todos os recursos tecnológicos 
disponíveis.
• Sugestões de links, aplicativos educativos e atividades a serem realizadas 
cartograficamente como estímulo didático ao aprendizado.
• O uso das tecnologias pode ser uma excelente maneira de proporcionar um 
ensino diferenciado e atraente.
• Trabalhar a orientação espacial é fundamental no processo de desenvolvimento 
da alfabetização cartográfica, desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, 
dando continuidade nos demais níveis de ensino.
• Mudança de postura do professor em relação às possibilidades de melhoria na 
qualidade de ensino da Geografia.
RESUMO DO TÓPICO 4
195
AUTOATIVIDADE
1 A partir da Leitura Complementar anterior, que reflexões você faz em 
relação ao uso da Cartografia desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental 
ao Ensino Médio? Reflita sobre isso e registre aqui suas ideias em seguida.
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2 Pesquise dois sites pedagógicos confiáveis que poderão ser utilizados no 
desenvolvimento de atividades relacionadas à Cartografia na Geografia 
e destaque dois temas abordados que são relacionados aos conteúdos 
determinados pelos PCN de Geografia para o 6º ao 9º ano e Ensino Médio. 
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APÊNDICE A
CADERNETA DE CAMPO DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA - UNIASSELVI
Equipe responsável pela elaboração e revisão:
Coordenador do Curso de Licenciatura em Geografia: Arildo João de Souza
Supervisora de Disciplina do Curso de Licenciatura em Geografia: Catarina 
Cristina Bárbara de Siqueira Meurer
Professores-Tutores Internos do Curso de Licenciatura em Geografia: Débora 
Mabel Cristiano, Elizangela Lenzi, Wanderlei Machado dos Santos
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CADERNETA DE CAMPO DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA - UNIASSELVI
Olá, acadêmico(a) de Geografia da UNIASSELVI, seja bem-vindo(a) à 
nossa atividade de campo. A produção do conhecimento exige a superação das 
fronteiras das salas de aula, processo que pode ser alcançado por meio da pesquisa 
científica relacionando a teoria e a prática por meio da realização de trabalho de 
campo. Atualmente, é imprescindível que a educação possibilite a compreensão 
dos fundamentos da ciência e o desenvolvimento de uma postura científica crítica 
e criativa do saber já elaborado. É inerente ao processo de vivência acadêmica ter 
uma atitude constante de busca pela sua formação e atuação por meio da prática 
de trabalho de campo.
Pensando no objeto de estudo da Geografia – o espaço –, elaboramos, de 
forma muito especial, um roteiro a ser seguido nas observações dos trabalhos de 
campo do nosso curso de Geografia. Este roteiro poderá ser seguido e adaptado 
para suas futuras aulas de campo, pois em pouco tempo você terá que conduzir 
sua própria turma.
Selada como uma disciplinaconceitual, em campo pode-se observar 
e relacionar de forma sistêmica as interações físicas, socioculturais e históricas 
no espaço em que vivemos, sintetizando o conteúdo ensinado em sala de aula, 
partindo da percepção do observador em contato direto com o objeto de estudo 
da Geografia. A atividade de percepção, análise e descrição dos fenômenos 
geográficos é realizada tendo em vista a espacialidade.
São objetivos da prática de campo da disciplina:
• estimular o(a) acadêmico(a) para a prática de ensino, de acordo com os diferentes 
níveis de conhecimentos, bem como a relação entre o conhecimento geográfico 
e a estrutura da matéria apresentada no curso;
• aprimorar o(a) acadêmico(a) desde os anos iniciais do curso por meio de 
atividades científicas e planejamento de trabalhos práticos investigativos;
• desenvolver habilidades como: observação, descrição, comparação, análise, síntese, 
reflexão e registro.
Pautado na realidade, nas necessidades e especificidades de cada 
localidade, cabe ao Professor-Tutor adaptar essa sugestão de guia de campo. O 
primeiro passo é elaborar algumas reflexões a respeito do(s) objetivo(s) da sua 
atividade de campo. 1. Qual o conteúdo abordado que vamos relacionar com o 
trabalho de campo? 2. O que vamos observar em campo? 3. Qual a localidade 
mais segura e adequada para a realização deste trabalho? As respostas para essas 
questões são cruciais, pois refletirão o objetivo do trabalho in loco, sem dispensar 
a segurança dos acadêmicos.
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Além de coragem e determinação, algumas dicas são fundamentais para 
um bom andamento desta atividade. A seguir apresentamos os dez mandamentos 
do trabalho de campo de um bom geógrafo:
1 - protetor solar e repelente;
2 - mantenha-se sempre hidratado, não esqueça o seu cantil;
3 - boné;
4 - roupas claras, confortáveis e leves; assim, se você se perder em campo, será 
 mais fácil ser localizado(a) trajando roupas claras;
5 - blusa e calça compridas, para proteção contra insetos e plantas espinhentas;
6 - bússola, GPS, máquina fotográfica e binóculo;
7 - nunca utilizar perfume, pois atrai insetos;
8 - nunca ir a campo sozinho(a);
9 - deixe sempre alguém avisado para onde você está indo e a hora que deverá 
 voltar;
10 - um telefone celular carregado é algo fundamental para esta atividade, caso 
ocorra alguma eventualidade.
Algumas sugestões de lugares que podem ser visitados para atividade de 
campo: pátio da Universidade (Polo); um açude; barragem; área de processo de 
reflorestamento; centros de reciclagem; Estação de Tratamento de Água (ETA) e 
Esgoto (ETE); centros de controle de qualidade do ar; cooperativa agrícola; estação 
meteorológica; unidades de conservação; observatório astronômico; fazenda: 
pecuarista e agrícola; museu tecnológico, científico, arqueológico, histórico, 
filosófico, artístico, geológico, do mar etc.; indústrias: siderúrgica, metalúrgica, 
alimentícia, têxtil, química, de celulose etc.; usina de compostagem; grutas e 
cavernas; minas ou jazidas de extração de minérios ou areia; refinaria de petróleo; 
jardim botânico, horto florestal e horta hidropônica; salinas; dunas, restingas, 
recifes de corais, mangues; hidrelétricas; cataratas; aldeias e quilombolas; 
comunidades (favelas, subúrbios, áreas nobres etc.); bibliotecas públicas e 
universitárias; laboratórios de tecnologias e biotecnologias; rede de comunicação: 
rádio e TV; laboratório de Cartografia, Geologia, Química, Física, Biologia etc.; 
zoológico; nascente ou bacia hidrográfica; cidade ou local histórico e turístico; 
Assembleia Legislativa, Palácio do Governo e Prefeitura; bolsa de valores (fluxo 
de capitais); visita à EPAGRI/Pedologia: solos; estação ferroviária, aeroporto, 
porto, metrô; marmoraria ou estabelecimento comercial: observação das rochas; 
sítio arqueológico (sambaquis); patrimônio histórico e cultural; participação em 
feiras: de ciências, multidisciplinar com pesquisas; entrevistas em empresas, na 
comunidade etc.; participação nas Olimpíadas Brasileiras de Astronomia (OBA); 
visita ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), projetos ambientais 
em Comitês de Bacias, Agências de Água, Companhias de Água; intercâmbio de 
informações entre turmas do mesmo semestre do curso; participar de palestras, 
simpósios, seminários e congressos, entre outros. 
Este roteiro de saída de campo poderá ser adaptado à sua cidade ou 
região, de acordo com as suas necessidades.
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Data
___/___/______
Latitude
Longitude
Município 
Estado
Saída ___/___h
Retorno ___/___h
Através de mapa, imagens do Google ou GPS, retirar a coordenada do Polo.
Mapa Conceitual 
(Professor-Tutor, solicite aos alunos que façam um mapa conceitual da 
saída de campo, destacando os pontos que mais lhes chamaram a atenção.)
O desenvolvimento do mapa conceitual facilita ao geógrafo se localizar, 
aguçando seu senso de direção.
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1 Fazer uma descrição da paisagem, destacando impactos e 
potencialidades da sua área de trabalho de campo.
2
Identificar o perfil socioeconômico desta cidade. 
(Verificar IDH da sua cidade...), comparando-o com o IDH de seu estado 
e com o IDH do Brasil). 
3 Verificar através das Cartas Geológicas a geologia local. 
4 Identificar o clima da região quanto à distribuição das chuvas, períodos 
secos e chuvosos...
5 Identificar a principal atividade econômica da região (professor-tutor, 
pesquise entre os acadêmicos as atividades em que trabalham). 
6 Caracterizar a vegetação predominante.
7
Evidenciar a bacia hidrográfica pertencente ao rio mais próximo do 
trabalho de campo, caracterizando o rio principal e seus afluentes quanto 
à conservação da mata ciliar (APP)*.
8 Identificar pontos de emissões de efluentes em cursos d´água, 
caracterizando como: doméstico, comercial e/ou industrial.
9 Descrever as formas de relevo quanto a: planaltos, planícies, depressões 
e montanhas.
10 Verificar se nas encostas próximas ocorre: desmatamento, deslizamentos 
ou voçorocas.
11
Caracterizar a ocorrência de poluição visual (outdoors...), do ar 
(proveniente de indústrias, tráfego...) e sonora (ruídos emitidos por 
carros...), caso ocorram.
12 Transcrever a presença de edificações tombadas pelo Patrimônio 
Histórico e Cultural da cidade.
13
Transcrever a modificação do Plano Diretor da cidade**. (Se a cidade/
município consegue cumprir suas funções, como: moradia, saneamento 
básico, infraestrutura urbana como transporte, lazer, serviços públicos...)
14
Verificar com moradores antigos a ocorrência de enchentes/secas/
queimadas e coletar informações a respeito de eventos naturais extremos 
na região.
15
Caracterizar problemas ambientais e sociais, como bairros violentos, 
favelização, setor industrial, a forma de ocupação espacial, de bens de 
serviço...
16 Caracterizar o relevo da região.
17 Verificar o tipo de solo.
18 Identificar os equipamentos urbanos (creches, postos de saúde, praças 
públicas etc.).
19 Caracterizar a fauna local.
20 Descrever as Cartas Topográficas e Geológicas que englobam a 
localidade.
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21 Verificar a ocorrência de erosão fluvial.
22 Descrever a forma do fundo de vale (côncavo, convexo...).
23 Verificar a ocorrência de assoreamento nos cursos d´água.
24 Verificar ocorrência de erosão nos patrimônios histórico-culturais 
causada pela chuva ácida.
25 Observar se há ocorrência de vazios urbanos.
26 Como ocorrem os fluxos e fixos da cidade?27 Observar a existência de divisão entre uma cidade e outra, caracterizar.
28 Observar e transcrever as relações pessoais nos espaços públicos, como 
em feiras, praças e jardins.
29 Observar na bacia hidrográfica a ocorrência de retirada e/ou depósito de 
aterro.
30 Identificar a matriz da sua escala de trabalho (elemento predominante).
31 Propor alternativas que minimizem os impactos ambientais da área de 
estudo.
* A geologia da localidade do campo pode ser adquirida através das Cartas Geológicas do 
CPRM.
** O Plano Diretor das cidades está disponível nas prefeituras, e algumas o disponibilizam 
também através de seus sites. Esta informação deverá ser consultada previamente.
Observações:
1 Não esqueça, nossa disciplina trabalha todo o tempo com escala, esta você poderá 
definir a partir da paisagem observada (bairro, município, região, estado etc.). 
2 O Professor-Tutor deverá adequar as atividades de campo com as necessidades 
de seus acadêmicos. Por exemplo: como o deficiente visual desenvolve muito bem 
a audição, este deverá se ater aos sons da localidade, como o canto dos pássaros, 
os ruídos emitidos pela cidade, a percepção quanto à temperatura, qualidade 
do ar etc. Torna-se de suma importância desenvolver todos os sentidos (olfato, 
tato, visão, gustação, audição), assim como a percepção do vento (quente ou frio 
da cidade ou do campo), o tato (em tocar na vegetação e perceber sua textura, 
viscosidade etc.), escutar o ruído emitido pela cidade e o vento nas árvores e o 
frescor do campo etc.
3 Algumas informações a respeito de solo, vegetação, relevo, Plano Diretor, entre 
outras, deverão ser obtidas anteriormente, assim como se deve recorrer a material 
histórico da localidade para os fatos históricos. 
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ATIVIDADE A SER DESENVOLVIDA PELO(A) ACADÊMICO(A)
– Registro escrito individual da percepção do trabalho de campo.
– Histórico com registro fotográfico. Sempre que possível, pelo menos um 
acadêmico, ou então o tutor, disponibiliza as fotografias tiradas em campo para 
os demais; assim, com o tempo poderão fazer uma comparação do espaço físico 
no decorrer do tempo (histórico) da sua região (início e final de curso).
– Edição de vídeos, áudios ou documentários.
– Experimentos científicos. 
ATIVIDADE DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL
• Perceber a presença de animais por perto. Quais animais? Que sinais indicam?
• Identificar presença de animais do meio urbano e rural.
• Identificar e listar sons produzidos pelo homem no ambiente.
• Identificar e listar sons produzidos pelos animais e plantas no ambiente.
• Identificar se há sinais de presença humana no local. Escrever quais.
• Respirar fundo e sentir o cheiro do ar. Descrever (qualidade do ar).
• Perceber se há presença de líquens.
• Observar e descrever o solo (características).
• Observar as espécies de plantas (quantidades, diferenças, nomes: se conhece 
alguma, formato, tamanho, textura, cor etc.).
• Observar se todas as plantas têm acesso à luminosidade do Sol.
• Observar se o solo está seco ou encharcado.
• Sensações táteis do ambiente: tocar nas plantas sem machucá-las.
• Aculturação do espaço: 
*observar se o local está degradado;
*observar as relações entre os seres vivos;
*observar se as pessoas responsáveis pelo local têm feito algo para cuidar e proteger.
SUGESTÕES DE TRABALHO DE CAMPO PARA AS DISCIPLINAS DO 
CURSO DE GEOGRAFIA
1. Didática e Metodologia do Ensino da Geografia: elaboração de maquetes, 
como, por exemplo: vulcões, perfil do solo, sistema solar, visita a planetário, ao 
Departamento de Geologia do estado para observação das rochas ou então ao 
próprio laboratório de sedimentologia do Polo. 
2. Fundamentos Epistemológicos da Geografia. Campo: visita a museu da cidade e/ou 
à biblioteca do município ou do próprio Polo, ressaltando obras dos autores citados 
nesta disciplina, relacionando-as com fatos históricos e econômicos da época (os fatos 
históricos e econômicos de uma época nos fornecem subsídios para compreender 
os “porquês” dos relatos dos autores quanto à sua percepção), museus etc. 
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3. Geografia Física: trabalho de campo, ao redor do Polo, em uma praça, em um 
rio, departamento de Geologia de faculdades e laboratórios etc.; aplicação da 
Caderneta de Campo. 
4. Geomorfologia: trabalho de campo, ao redor do Polo, em uma praça, em um 
rio, departamento de Geologia de faculdades e laboratórios, etc., aplicação da 
Caderneta de Campo. 
5. Cartografia: visita ao Planetário, ao Observatório Nacional, ao INPE (Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais), ao laboratório do Polo ou então a laboratórios 
de instituições federais ou estaduais, ao IBGE etc. 
6. Geografia Humana: aplicação da Caderneta de Campo.
 
7. Domínios Climáticos: trabalho de campo, ao redor do Polo, em uma praça, em 
um rio, laboratório de Climatologia de universidades federais ou estaduais etc.
 
8. Biogeografia: visita a departamento de Ecologia de faculdades e/ou laboratórios 
de universidades federais ou estaduais etc.; aplicação da Caderneta de Campo.
 
9. Geografia dos Continentes: bibliotecas, museus. 
10. Geografia Regional: bibliotecas, museus. 
11. Geografia do Brasil: bibliotecas, museus. 
12. Geografia Econômica: Prefeitura, Bolsa de Valores, indústrias etc. 
13. Recursos Naturais, Meio Ambiente e Desenvolvimento: visita a unidades de 
conservação, aplicação da Caderneta de Campo. 
14. Geografia Cultural e Política: museu, prefeitura, aplicação da Caderneta de 
Campo. 
15. Geografia Rural e Urbana: aplicação da Caderneta de Campo. 
16. Análise e Gestão de Bacias Hidrográficas: aplicação da Caderneta de Campo.

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