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A embriologia animal estuda o desenvolvimento do embrião. O processo é iniciado com a fecundação e se estende até a formação de um novo organismo com as caracteristicas tipicas de sua espécie. A célula-ovo ou zigoto é a célula que resulta da fecundação (união dos gametas) e o embrião é o organismo em formação que precede a fase adulta. A fecundação nos animais resulta da fusão entre um espermatozoide (gameta masculino) haploide (n) e um óvulo (gameta feminino) tambem haploide (n). embora varios espermatozoides dirijam-se ao óvulo, apenas um deles o fecundará, formando um zigoto diploide (2n) e, portanto reconstituindo a diploidia da espécie. Com isso, ocorre a mistura de material genético dos genitores. A vantagem evolutiva desse tipo de reprodução é o aumento da variabilidade genética da espécie. A fase de segmentação ou clivagem ocorre logo após a fecundação e dá início ao desenvolvimento do embrião por meio de uma sucessão de mitoes. As células resultantes dessas mitoses iniciais chamam-se blástômeros e são as células-tronco embrionárias totipotentes, que são capazes de originar qualquer tecido embrionário ou seus anexos. Organogênese A organogênese é o processo pelo qual qual ocorre a formação dos tecidos e òrgãos de um novo organismo a partir dos três folhetos embrionários. ➢ A vesícula vitelínica armazena o vitelo, substância rica em lipídeos e proteínas, que alimentará o embrião. As proteínas são matéria- prima para a construção do corpo do embrião, enquanto os lipídeos representam a reserva de energia que será utilizada nesse período. A vesícula vitelínica esta ligada ao tubo digestório do embrião o que facilita a absorção do material nutritivo. Assim, o embrião não precisa de alimento do meio externo, pois carrega vitelo suficiente dentro do ovo para todo o período de desenvolvimento. O alantoide armazena cristais de ácido úrico, excreta nitrogenada insolúvel gerada pelo metabolismo do embrião. Ele também está ligado ao tubo digestório, assim como a vesícula vitelínica. O alantoide, com o cório, forma uma membrana muito vascularizada, chamada alantocório, sendo responsável pelas trocas gasosas entre o embrião e o ambiente. Outra função do anexo é absorver cálcio da casca, usado no fortalecimento dos ossos. Ao perder esse mineral, a casca vai ficando mais frágil, facilitando a saída do filhote ao final do desenvolvimento. O âmnio é uma bolsa que envolve o embrião. No seu interior, há o líquido amniótico, no qual o embrião fica mergulhado e protegido contra desidratação e choques mecânicos. Ao longo do desenvolvimento esse líquido vai sendo absorvido. O cório é uma membrana originada da dobra do âmnio, e envolve o embrião e todos os outros anexos embrionários, protegendo todo esse conjunto. Além disso, com o alantoide, é responsável pelas trocas gasosas. Os anexos embrionários são formados por dobras dos três folhetos embrionários, sendo eles a ectoderme, a mesoderme e a endoderme. A vesícula vitelínica e o alantoide estão ligados ao tubo digestório e são formados pelos mesmos folhetos embrionários que constituem essa estrutura, a mesoderme e a endoderme. Na vesícula vitelínica, a endoderme é responsável pela secreção de enzimas digestivas e pela absorção dos nutrientes resultantes da digestão. A presença da mesoderme permite a formação dos vasos nos quais os nutrientes são transportados para todas as partes do embrião. No alantoide, os vasos de origem mesodérmica trazem os resíduos nitrogenados retirados do organismo embrionário. O âmnio e o cório são estruturas que envolvem o embrião externamente. São formados pela ectoderme e pela mesoderme. Após as duas primeiras segmentações, há formação de quatro blastômeros de mesmo tamanho. No entanto, a terceira segmentação é perpendicular às duas primeiras e origina quatro micrômeros e quatro macrômeros, totalizando oito blastômeros. A partir daí, após algumas divisões o conjunto de blastômeros adquire um aspecto esférico, maciço e compacto, semelhante a uma amora. Devido a essa semelhança, essa figura embrionária recebeu o nome de mórula. Após a formação da mórula, com as sucessivas mitoses, o embrião torna-se cada vez mais esférico e no interior dessa estrutura ocorre o surgimento de uma cavidade. Esse é o estágio da blástula. A blástula é formada por uma camada de células, a blastoderme, e uma cavidade, a blastocele. A partir da blástula, tem início o processo de Gastrulação que consiste numa série de movimentos celulares que levarão o embrião a adquirir um aspecto totalmente diferente. Inicialmente, o embrião será formado por duas camadas de células que delimitarão uma nova cavidade, a gastrocele. Essa nova cavidade corresponde ao intestino primitivo, também conhecido como arquêntero. Esse estágio do desenvolvimento do embrião é denominado gástrula. Além das duas camadas que delimitam a gástrula, outra diferença observada em relação à blástula é a presença do blastóporo, um orifício que comunica o arquêntero com o meio externo. Nos cordados o blastóporo originará o ânus. A importância da Gastrulação está relacionada com a formação dos folhetos embrionários, pois é a partir deles que se originarão todos os tecidos e órgãos do embrião. Na maioria dos animais haverá a formação de uma terceira camada embrionária, essas camadas são os folhetos embrionários nos cordados, a formação da mesoderme coincide com o surgimento do tubo neural, uma estrutura embrionária dorsal que vai originar o sistema nervoso do animal. Por essa razão denomina-se nêurula o estágio da gástrula adiantada a partir do qual se da a formação do sistema nervoso. Na região que corresponderá à superfície dorsal, células da ectoderme geneticamente programadas, se dispõe de maneira a promover um achatamento e formar a placa neural. Na sequência, essa placa é recoberta por células da própria ectoderme ao mesmo tempo em que se desdobra de forma a constituir um sulco voltado para a superfície dorsal, o sulco neural. As bordas do sulco neural se aproximam e acabam por se fundir, resultando no tubo neural, separando o sulco neural da superfície externa do embrião. A maioria dos mamíferos se desenvolve no interior do útero materno. Eles não estão dentro de ovos com casca e não carregam consigo seu alimento ou uma vesícula para excretas, por isso a existência da placenta é essencial para esses seres. A placenta é um órgão formado principalmente a partir de anexos embrionários e de tecidos maternos derivados do endométrio (camada que reveste o útero internamente). O embrião dos mamíferos também fica mergulhado no líquido amniótico, contido no interior do âmnio (bolsa amniótica), assim como ocorre com os repteis e as aves. Como o embrião dos mamíferos está conectado ao útero materno pela placenta, que é rica em vasos sanguíneos, todas as trocas de substâncias, como nutrientes, gases, anticorpos, hormônios e excretas, ocorrem entre o sangue materno e o sangue fetal. Não há vesícula vitelínica desenvolvida, ela permanece atrofiada e é encontrada no interior do cordão umbilical. O mesmo ocorre com o alantoide, que não armazena excretas, elas são enviadas diretamente à circulação materna. NÃO ocorre mistura de sangue materno e fetal durante o desenvolvimento embrionário. Todas as substâncias são trocadas por difusão através das paredes dos vasos sanguíneos. A porção embrionária da placenta é formada pelo cório e pela mesoderme do alantoide, que origina os muitos vasos sanguíneos desse órgão. Todos os anexos embrionários (vesícula vitelínica, alantoide, âmnio e cório) estão presentes desde os repteis até os mamíferos. Nos mamíferos placentários, algumas dessas estruturas estão atrofiadas no cordão umbilical(vesícula vitelínica e alantoide).
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