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APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. SUMÁRIO 1. DIREITO CONSTITUCIONAL 4 2. CONSTITUIÇÃO 4 a) Conceito de Constituição 5 b) Classificação Dogmática das Constituições 6 c) Classificação da Constituição Federal Brasileira 8 d) Objeto 9 3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 9 4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 11 a) Fundamento do Controle de Constitucionalidade 12 b) Inconstitucionalidade 12 c) Formas de Inconstitucionalidade 13 d) Distinção Entre Ação de Inconstitucionalidade por Omissão e Mandado de Injunção 14 e) Sistema de Controle de Constitucionalidade 16 f) Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade 16 g) Modelos de Controle de Constitucionalidade 17 h) Competência para Propor Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade 18 i) Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade 19 j) Eficácia da Sentença que Decide a Inconstitucionalidade 19 k) Espécies de Ações de Inconstitucionalidade no Controle l) Abstrato 20 5. DIVISÃO ESPACIAL DO PODER - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO. 29 FEDERALISMO 29 a) União Federal 32 b) Estados Federados 32 c) Municípios 32 d) Distrito Federal 32 6. PODER CONSTITUINTE 33 a) Poder Constituinte Originário 34 b) Poder Constituinte Derivado 35 7. PODER DE REVISÃO 36 a) Emenda Constitucional 37 b) Limitação às Emendas Constitucionais 38 c) Limitações ao Poder Reformador 39 d) Sistema Constitucional de Crises 39 8. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 45 a) Espécies de Competências 45 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 2 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. b) Modelos de Repartição de Competências 46 c) Princípio Adotado pela Constituição Federal de 1988 para Repartição De Competências 48 9. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 60 a) Poder Legislativo 60 ● Estrutura 60 ● Comissões Parlamentares 62 ● Funcionamento do Congresso Nacional (CF. Art. 57) 64 ● Imunidade Parlamentar (Cf. Art. 53) 64 ● Tribunais de Contas 69 ● Espécies Normativas 70 b) Poder Executivo 70 ● Condições de Elegibilidade 71 ● Realização da Eleição: 72 ● Mandato 73 ● Perda do Mandato 74 ● Órgãos Auxiliares do Presidente da República 76 ● Responsabilidade do Presidente da República 79 c) Poder Judiciário 82 ● Garantias do Poder Judiciário 83 ● Estrutura do Poder Judiciário 84 ● Quinto Constitucional 86 ● Características dos Órgãos Judiciários 86 ● Competências 92 ● Reserva de Plenário 93 10. AÇÕES CONSTITUCIONAIS 93 11. ORDEM FINANCEIRA E ECONÔMICA 103 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 3 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. 1. DIREITO CONSTITUCIONAL É o ramo do direito público interno destinado a analisar e interpretar as normas constitucionais, os princípios e normas fundamentais do Estado. Tem por função regulamentar e delimitar o poder estatal e garantir os direitos considerados fundamentais e por objeto o estudo das normas que integram a constituição política do Estado. 2. CONSTITUIÇÃO Considerada a lei fundamental do Estado, consiste no sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regem a forma do Estado e de seu Governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, além de estabelecer seus órgãos e os limites de ação destes. Define os direitos fundamentais dos cidadãos e as respectivas garantias. A Constituição Federal contém três partes : a) Preâmbulo b) Parte dogmática. c) Disposições transitórias. Preâmbulo Constitucional É a parte introdutória que contém a enunciação de certos princípios que foram adotados pelo legislador constituinte. O preâmbulo caracteriza-se como um importante elemento de interpretação das normas constitucionais. O preâmbulo é parte integrante da Constituição Federal, tendo em vista que sua redação foi objeto de votação, assim como todos os artigos do texto constitucional. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o preâmbulo não é norma constitucional. Quais são as consequências disso? ● Não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade ● Não estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. ● Suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições ● Não dispõe de força normativa, não tendo caráter vinculante. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 4 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Parte Dogmática A parte dogmática da Constituição é o texto constitucional propriamente dito, que prevê os direitos e deveres criados pelo poder constituinte, vai do art. 1º até o art. 250. Também chamada de corpo permanente. Disposições Transitórias Tem por objetivo integrar a ordem jurídica antiga à nova. Suas normas são formalmente constitucionais. As disposições transitórias integram a Constituição, possuindo a mesma rigidez e a mesma eficácia das disposições permanentes, ainda que por um período limitado. Os atos transitórios podem ser alterados seguindo-se o mesmo procedimento de alteração dos dispositivos presentes no corpo da Constituição, por emenda constitucional. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. É ela que determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os órgãos que o integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição é o exercício do poder. Cabe também a ela estabelecer as limitações ao poder do Estado e enumerar os direitos e garantias fundamentais. 1 Acerca dos das concepções, segue esquema: 1 MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2017, pp. 17 . Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 5 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. CLASSIFICAÇÃO DOGMÁTICA DAS CONSTITUIÇÕES ● Quanto ao conteúdo: materiais e formais; ● Quanto à forma: escritas e não escritas; ● Quanto ao modo de elaboração: dogmáticas e históricas; ● Quanto à origem: populares (democráticas) ou outorgadas; ● Quanto à estabilidade: rígidas, flexíveis e semi rígidas. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES QUANTO À ORIGEM OUTORGADAS Impostas, surgem sem participação popular. Resultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante no sentido de limitar seu próprio poder. DEMOCRÁTICAS Nascem com participação popular, por processo democrático. CESARISTAS Outorgadas, mas necessitam de referendo popular. DUALISTAS Resultam de um compromisso entre a monarquia e a burguesia, dando origem às monarquias constitucionais. QUANTO À FORMA ESCRITAS Sistematizadas em documentos solenes. NÃO-ESCRITAS Normas em leis esparsas, jurisprudência, costumes e convenções. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO DOGMÁTICAS Elaboradas em um determinado momento, segundo os dogmas em voga. HISTÓRICAS Surgem lentamente, a partir das tradições. Resultam dos valores históricos consolidados pela sociedade. QUANTO À ESTABILIDADE IMUTÁVEIS Não podem ser modificadas. RÍGIDAS Modificadas por procedimento mais dificultoso que aquele de alteraçãodas leis. Sempre escritas. SEMIRRÍGIDAS Processo legislativo de alteração mais dificultoso que o Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 6 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ordinário para algumas de suas normas. QUANTO AO CONTEÚDO MATERIAIS Conjunto de normas que regulam os aspectos essenciais da vida estatal, ainda que fora do texto constitucional escrito. FORMAIS Conjunto de normas que estão inseridas no texto de uma Constituição rígida, independentemente de seu conteúdo. QUANTO À EXTENSÃO ANALÍTICAS Conteúdo extenso. Contém normas apenas formalmente constitucionais. SINTÉTICAS Restringem-se aos elementos materialmente constitucionais. QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE NORMATIVAS Limitam, de fato, o poder, por corresponderem à realidade. NOMINATIVAS Não conseguem regular o processo político, embora esse seja seu objetivo, por não corresponderem à realidade social. SEMÂNTICAS Não tem por objeto regular a política estatal, mas apenas formalizar a situação da época. QUANTO À FINALIDADE CONSTITUIÇÕES-GARANTIA Objetivam proteger as liberdades públicas contra a arbitrariedade do Estado. CONSTITUIÇÕES-DIRIGENTES Traçam diretrizes para a ação estatal, prevendo normas programáticas. CONSTITUIÇÕES-BALANÇO Descrevem e registram o estágio da sociedade em um dado momento. QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO LIBERAIS Buscam limitar o poder estatal. SOCIAIS Tem como objetivo realizar a igualdade material e a efetivação dos direitos sociais. QUANTO AO LOCAL DA DECRETAÇÃO Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 7 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. HETEROCONSTITUIÇÕES Elaboradas fora do Estado em que produzem seus efeitos. AUTOCONSTITUIÇÕES Elaboradas dentro do Estado que regem. QUANTO AO SISTEMA PRINCIPIOLÓGICAS Nelas, predominam os princípios. PRECEITUAIS Nelas, prevalecem as regras. CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA ● Quanto à origem: democrática ● Quanto à forma: escrita ● Quanto ao modo de elaboração: dogmática ● Quanto à estabilidade: rígida ● Quanto à extensão: analítica ● Quanto à correspondência com a realidade: normativa 2 ● Quanto à finalidade: Constituição dirigente ● Quanto ao conteúdo ideológico: social ● Quanto ao conteúdo: formal ● Quanto ao local de decretação: autoconstituição ● Quanto ao sistema: principiológica. OBJETO Estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição do poder e a forma de seu exercício, limites de sua atuação, assegurar os direitos e garantias dos indivíduos (individuais e coletivos), fixar o regime político e disciplinar os fins sócio-econômicos do Estado, bem como os fundamentos dos direitos econômicos, sociais e culturais. 3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS Todas as normas constitucionais apresentam juridicidade. Todas elas são imperativas e cogentes ou, em outras palavras, todas as normas constitucionais surtem efeitos jurídicos: o que varia entre elas é o grau de eficácia. 2 Há certa polêmica. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 8 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Quanto à sua eficácia, as normas constitucionais classificam-se em normas de eficácia : 3 Plena: produzem a plenitude dos seus efeitos, independentemente de regulamentação ou complementação por norma infraconstitucional . 4 Possuem as seguintes características: ● São autoaplicáveis; ● São não-restringíveis; ● Possuem aplicabilidade direta, integral e imediata. Contida ou Redutível ou Restringível: apesar de não dependerem de regulamentação, essas normas constitucionais poderão ter reduzido o seu alcance pela atividade do legislador ordinário, em virtude de autorização constitucional. #SELIGA: A atuação do legislador, no caso das normas de eficácia contida, é discricionária: ele não precisa editar a lei, mas poderá fazê-lo. Têm aplicabilidade direta, imediata e integral, mas o seu alcance poderá ser reduzido em razão da existência na própria norma de uma cláusula expressa de redutibilidade 5 ou em razão dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade . 6 Possuem as seguintes características: ● São autoaplicáveis; ● São restringíveis; ● Possuem aplicabilidade direta, integral e possivelmente não imediata. Limitada: são aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus efeitos. 3 Essa classificação fora estabelecida pelo doutrinador José Afonso da Silva e é a predominantemente utilizada em provas. Também é possível se falar em eficácia social das normas, que diz respeito ao grau em que uma determinada jurídica é aplicada no dia a dia da sociedade. Do ponto de vista social, uma norma será eficaz quando for efetivamente aplicada a casos concretos. 4 Normas infraconstitucionais são as normas legais e administrativas que estão dispostas abaixo da Constituição. 5 Cláusula expressa de redutibilidade: O legislador poderá contrariar ou excepcionar o que está previsto na norma constitucional contida, pois há na própria norma uma cláusula de redutibilidade. 6 Princípios da proporcionalidade e razoabilidade: Mesmo que não exista norma que contenha uma cláusula expressa de redutibilidade, o legislador poderá reduzi-la baseado nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 9 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Possuem as seguintes características: ● São não-autoaplicáveis; ● Possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. #APROFUNDANDO: as normas de eficácia limitada, embora tenham aplicabilidade reduzida e não produzam todos os seus efeitos desde a promulgação da Constituição, possuem eficácia jurídica, também chamada de eficácia mínima. São eles o efeito negativo e o efeito vinculativo. I- O efeito negativo consiste na revogação de disposições anteriores em sentido contrário e na proibição de leis posteriores que contrariem a seus comandos II - O efeito vinculativo, por sua vez, se manifesta na obrigação de que o legislador ordinário edite leis regulamentadoras, sob pena de haver omissão inconstitucional. #SELIGA: Norma constitucional não regulamentada caracteriza “inconstitucionalidade por omissão”. Tal regulamentação pode derivar de mandado de injunção e de Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (ADIN) por omissão; #NÃOCONFUNDA: As normas de eficácia contida estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o momento em que a Constituição é promulgada. A lei posterior, caso editada, irá restringir a sua aplicação. As normas de eficácia limitada não estão aptas a produzirem todos os seus efeitos com a promulgação da Constituição; elas dependem, para isso, de uma lei posterior, que irá ampliar o seu alcance. A seguir segue tabela resumindo o que o aluno deve levar para o Exame da Ordem: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 10 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. 4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE O controle de constitucionalidade é o conjunto de regras próprias para a proteção da Constituição. Pode-se dizer também que é a análise da compatibilidade vertical (devido a pirâmide kelseniana) entre determinados comportamentos e a Carta. O controle de constitucionalidade não é um conceito preciso, mesmo porque pode ser feito o controle de Emenda Constitucional, que está no mesmo nível da Constituição. #RELEMBRANDO: Pirâmide de Kelsen - Hierarquia das Normas. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 11 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. FUNDAMENTO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Princípio da Supremacia da Constituição: Todas as normas que integram a ordenação jurídica nacional só serão válidas se se conformam com as normas constitucionais federais. Assim, no caso de conflito de normas prevalece a norma constitucional, na medida em que há uma supremacia vertical da CF/88. PRESSUPOSTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Rigidez Constitucional: Por ser rígida, para que ocorra qualquer alteração na CF/88 é necessário um processo mais dificultoso que para alteração de leis. Existência de um mecanismo de fiscalização das leis, com previsão de, pelo menos, um órgão com competência para o exercício da atividade de controle. #SELIGA: No Brasil, compete ao Judiciário exercer o controle de constitucionalidade das leis, embora haja a possibilidade de os demais Poderes, em situações excepcionais, também realizarem esse controle. INCONSTITUCIONALIDADE Toda inconstitucionalidade deve ser excluída do ordenamento jurídico, porque representa uma negação dele. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 12 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Desse modo, a conformidade com os ditames constitucionais vai além da atuação positiva, uma vez que a omissão na aplicação das normas, quando determinado pela Constituição, constitui também uma conduta inconstitucional. Portanto, inconstitucionalidade é a contrariedade à Constituição Federal, à Constituição Estadual ou à Lei Orgânica do Distrito Federal. Atenção! Entretanto, não há inconstitucionalidade se houver contrariedade à Lei Orgânica de um Município. FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE Podem ser classificadas em : I - Ação x Omissão ● Inconstitucionalidade por Ação: advém da produção de uma conduta positiva de um órgão estatal que contrarie normas ou princípios constitucionais. As normas devem observar a verticalidade, isto é, as inferiores só valem se compatíveis com as superiores. Constatada a incompatibilidade, diz-se que a norma é inconstitucional. ● Inconstitucionalidade por Omissão: ocorre quando o legislador constitucional incumbe ao legislador ordinário regulamentar determinado dispositivo constitucional e esse, todavia, mantém-se inerte. Exemplo: o art. 37, VII, CF/88 exige que seja editada lei dispondo sobre o direito de greve dos servidores públicos. Como até hoje essa lei não foi elaborada, estamos diante de uma inconstitucionalidade por omissão. Neste caso tal omissão caracteriza-se inconstitucional e é pressuposto para a propositura de ação de inconstitucionalidade por omissão. A Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por omissão objetiva a emissão de uma lei ou de um ato administrativo normativo destinados a proceder à regulamentação de uma norma constitucional que não possui auto-executividade. Preceitua o art. 103, § 2º da CF/88: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 13 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Art. 103. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. DISTINÇÃO ENTRE AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E MANDADO DE INJUNÇÃO Com a finalidade de remediar a omissão regulamentadora da norma constitucional dotada de efeito limitado, a Constituição de 1988 criou uma ação constitucional denominada de mandado de injunção. O artigo 5º, inciso LXXI prescreve que: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. A Lei 13.300/2016 veio disciplinar o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. O seu artigo 2º preceitua que conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Ação de inconstitucionalidade por omissão: se inscreve no contencioso jurisdicional abstrato de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal e, declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias, nos termos do art. 103, § 2º da CF/88. O art. 12-H da Lei n. 9.868/99 que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal estabelece que: Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). § 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm#art1 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. § 2o Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Art. 8o Lei 13.300: Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for ocaso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Mandado de Injunção: reconhecendo o juiz ou tribunal que o direito que a constituição concede é ineficaz ou inviável em razão da ausência de norma infraconstitucional, o juiz ou o tribunal, por força do próprio mandado de injunção, fará a integração do direito à ordem jurídica, tornando-o eficaz e passível de ser exercido. II - Total x Parcial: ● Inconstitucionalidade total: ocorrerá quando o ato normativo for considerado, em sua totalidade, incompatível com a Constituição. Exemplo a Lei nº 1234/12 é declarada inconstitucional. ● Inconstitucionalidade parcial: ocorrerá quando apenas parte do ato normativo for considerada inválida. No Brasil, o Poder Judiciário pode declarar a inconstitucionalidade parcial de fração de artigo, parágrafo, inciso, alínea ou até mesmo sobre uma única palavra ou expressão do ato normativo. Trata-se do chamado princípio da parcelaridade. Cuidado! A declaração de inconstitucionalidade parcial é diferente do veto parcial do Presidente a projeto de lei. O veto parcial deverá abranger texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. #APROFUNDANDO : ● Inconstitucionalidade direta x Inconstitucionalidade indireta É importante ressaltar que, para o STF, só existe a inconstitucionalidade direta, ou seja, a desconformidade de norma primária com a Constituição. A chamada inconstitucionalidade indireta, em que um ato normativo secundário ofende a Carta Magna, é considerada pela Corte Constitucional mera ilegalidade. ● Inconstitucionalidade por arrastamento Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 15 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm#art1 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Ocorrerá quando houver uma relação de dependência entre, pelo menos, duas normas: uma delas é a principal e as outras acessórias. Se, em um determinado processo, a norma principal (lei) for declarada inconstitucional, todas as normas dela dependentes(decretos regulamentares/ resoluções/ portarias, etc) também deverão ser consideradas inconstitucionais por “arrastamento”. SISTEMA DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE O sistema de controle de constitucionalidade tem a finalidade de defender a supremacia constitucional contra as inconstitucionalidades. Há 3 (três) tipos de sistemas de controle: Controle Político: quando entrega a verificação de inconstitucionalidade a órgão de natureza política. Esse modelo é adotado pela França, no qual o controle de constitucionalidade é realizado por um Conselho Constitucional. Jurisdicional: quando a Constituição outorga ao Judiciário a faculdade de declarar a inconstitucionalidade de lei ou outros atos de Poder Público. Esse sistema nasceu nos EUA; Misto: realiza-se quando a constituição submete certas categorias de lei ao controle político e outras ao controle jurisdicional. No Brasil temos um controle de constitucionalidade preponderantemente Jurisdicional, mas há também alguns controles políticos. SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Conforme a Constituição Federal, o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade adota: ● A inconstitucionalidade por ação ou omissão; ● O controle é preponderantemente jurisdicional . ● Combina os critérios difuso e concentrado, este de competência do STF. ● Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público (Art. 97). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 16 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. MODELOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Controle difuso: permite que qualquer juiz ou tribunal reconheça a inconstitucionalidade de determinado ato jurídico. (modelo americano) ● Ocorre diante de um caso concreto; ● Se dá de forma incidental; ● Pode ser provocado por qualquer das partes, bem como declarado de ofício pelo Poder Judiciário; ● Qualquer objeto normativo pode ser objeto (federal, estadual, distrital ou municipal) desse controle de constitucionalidade; ● Qualquer norma constitucional, desde que esteja em vigor no momento da edição do ato normativo em que será feito o controle de constitucionalidade, poderá ser utilizada como parâmetro; ● Será, em regra, realizado pelo juiz monocrático, em primeira instância; ● Atente-se que a finalidade principal das partes, nessa modalidade de controle, não é a defesa da ordem constitucional, mas sim a proteção a direitos subjetivos cujo exercício está sendo obstaculizado pela norma que (supostamente) viola a Constituição. ● Todavia, quando o controle difuso é feito pelos Tribunais, é necessário que seja obedecida a “cláusula de reserva de plenário”, nos termos do art. 97, CF/88. #SELIGA As técnicas de reserva de plenário não se aplica: ● À resolução de problemas de direito intertemporal; ● Quando é utilizada a técnica de “interpretação conforme a Constituição” . Diante da relevância do tema o Supremo Tribunal Federal editou a seguinte súmula vinculante: Súmula Vinculante nº 10 - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. → Terá eficácia inter partes; →Não vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração, ou seja, o ato normativa continua válido em nosso ordenamento jurídico e produzindo normalmente os seus efeitos (apenas as partes processuais envolvidas no caso concreto é que sofrerão os efeitos da declaração de inconstitucionalidade). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 17 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. #APROFUNDANDO: Entretanto, existe a possibilidade excepcional de ser atribuída eficácia geral (“erga omnes”) a uma decisão tomada no âmbito do controle difuso caso o Senado Federal, conforme prevê o art. 52, X, CF/88, suspenda por meio de resolução, lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso de constitucionalidade,conferindo eficácia geral (“erga omnes”) à decisão da Corte. Tal ato é discricionário e de natureza política. Controle concentrado: é o tipo de controle feito apenas por um órgão, cuja função é unicamente a de versar sobre a constitucionalidade de leis. (modelo europeu) No Brasil, adota-se o controle misto, que se caracteriza pelo fato de o Poder Judiciário atuar tanto de forma concentrada (por meio do STF e dos Tribunais de Justiça) quanto de forma difusa (por qualquer juiz ou tribunal do país). COMPETÊNCIA PARA PROPOR AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE De acordo com o artigo 103 da CF/88, e de acordo com a redação dada pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004, são competentes para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação direta de constitucionalidade: ● Presidente da República; ● Mesa do Senado Federal; ● Mesa da Câmara dos Deputados; ● Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; ● Governador de Estado ou do Distrito Federal; ● Procurador-Geral da República; ● Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; ● Partido político com representação no Congresso Nacional; ● Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. OBSERVAÇÃO: O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Já quando o STF for apreciar a Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 18 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. inconstitucionalidade, em tese, de norma legal, deve o Advogado-Geral da União deve ser previamente citado para defender o ato ou texto impugnado. EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Declaração de inconstitucionalidade na via difusa: não anula a lei nem a revoga; teoricamente a lei continua em vigor, eficaz e aplicável, até que o Senado Federal suspenda sua executoriedade (art. 52, X). Declaração de inconstitucionalidade na via concentrada: importa suprimir a eficácia e aplicabilidade da lei ou ato. ATENÇÃO: A declaração de inconstitucionalidade não vincula o Poder Legislativo no exercício de sua função típica de legislar. EFICÁCIA DA SENTENÇA QUE DECIDE A INCONSTITUCIONALIDADE a) Na via de exceção: ● Resolve-se pelos princípios processuais. ● A arguição de inconstitucionalidade é questão prejudicial e gera um procedimento incidenter tantum, que busca a simples verificação da existência ou do vício alegado. ● A sentença é declaratória e faz coisa julgada somente no caso e entre as partes. ● No que diz respeito ao caso concreto, a declaração surte efeitos ex tunc, no entanto a lei contínua eficaz e aplicável, até que seja suspensa sua executoriedade pelo Senado. ● O ato não revoga nem anula a lei, apenas lhe retira a eficácia, daí por diante ex nunc. b) No processo de ação direta de inconstitucionalidade genérica: ● Tem por objeto a própria questão de inconstitucionalidade, isto é, visa banir do ordenamento jurídico a lei ou o ato normativo estadual ou federal em tese atingidos pelo vício da inconstitucionalidade. ● Qualquer decisão que a decrete deverá ter eficácia erga omnes (genérica) e obrigatória. ● A sentença faz coisa julgada material, que vincula as autoridades aplicadoras da lei, que não poderão mais dar-lhe execução sob pena de arrastar a eficácia da Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 19 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. coisa julgada, uma vez que a declaração de inconstitucionalidade em tese visa precisamente atingir o efeito imediato de retirar a aplicabilidade da lei. c) No processo de ação de inconstitucionalidade interventiva: ● Visa não apenas obter a declaração de inconstitucionalidade, mas também restabelecer a ordem constitucional no Estado, ou Município, mediante a intervenção. ● A sentença não será meramente declaratória, não cabendo ao Senado a suspensão da execução do ato. ● A Constituição declara que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. ● A decisão tem um efeito condenatório que fundamenta o decreto de intervenção. ● A condenação tem efeito constitutivo da sentença que faz coisa julgada material erga omnes. ESPÉCIES DE AÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CONTROLE ABSTRATO ADIN Genérica: Conceito: (art. 102, I, a, CF) banir do ordenamento jurídico a lei ou o ato normativo estadual ou federal, atingidos, em tese, pelo vício da inconstitucionalidade editados posteriormente à promulgação da CF/88. Legitimados para propor a ação: LEGITIMADOS UNIVERSAIS LEGITIMADOS ESPECIAIS ● Presidente da República; ● Procurador-Geral da República; ● Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; ● Conselho Federal da OAB; ● Partido político com representação no Congresso Nacional. ● Governador de Estado e do DF; ● Mesa de Assembleia Legislativa e da Câmara Legislativa do DF; ● Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. #EXPLICANDO: Legitimados especiais são aqueles que só podem propor ADI quando haja comprovado interesse de agir, ou seja, pertinência entre a matéria do ato impugnado Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 20 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. e as funções exercidas pelo legitimado. Em outras palavras, só poderão propor ADI quando houver pertinência temática. Foro: STF. Quorum de instalação: ⅔ de seus membros, ou seja, 8 ministros. Quorum de aprovação: maioria absoluta, ou seja, pelo menos 6 dos 11 ministros do STF devem se manifestar pela inconstitucionalidade. Efeitos: erga omnes (contra todos), vinculante e ex tunc. OBSERVAÇÃO: ● Lei distrital pode ser objeto de ADIN, se tiver conteúdo estadual. ● Lei Municipal não pode. ● Cabe também de emenda constitucional e cabe de medida provisória. 7 ● Não podem ser impugnadas por meio de ADI: → Normas constitucionais originárias; → Leis e atos normativos revogados ou cuja eficácia tenha se exaurido → Súmulas e súmulas vinculantes; → Atos normativos secundários; → Direito pré-constitucional. Intervenção de terceiros: não admite. Amicus curiae: admite. #APROFUNDANDO: Amicus Curiae. ● Pode intervir em todas as formas de controle; ● A decisão que admite/inadmite é irrecorrível; ● Poderá colaborar mediante entrega de documentos, pareceres e, ainda, por meio de sustentação oral. Medida liminar: é possível o deferimento, por maioria absoluta dos membros e desde que presentes o fumus bonis iuris e o periculum in mora. 7 Entretanto, cabe destacar que a ação direta de inconstitucionalidade precisa ser aditada caso a medida provisória seja convertida em lei. Por outro lado, caso a medida provisória seja rejeitada ou não seja apreciada, dentro do prazo constitucionalmente estabelecido, pelo Congresso Nacional, a ação direta de inconstitucionalidade restará prejudicada . Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 21 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Modulação dos efeitos: poderá o STF, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, em situações especiais, tendo em vista razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social. ADIN Interventiva Federal: Conceito: é uma ação em que se pede a intervenção federal. Pretende-se que a União faça intervenção no Estado membro ou no Distrito Federal. É um instrumento destinado a proteger os princípios constitucionais sensíveis, que estão arrolados no art. 34, VII, da Carta Magna, contemplando: ● forma republicana,sistema representativo e regime democrático; ● direitos da pessoa humana; ● autonomia municipal; ● prestação de contas da Administração Pública direta e indireta e; ● aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. Autor da ação: Procurador Geral da República. Competência: Chefe do Poder Executivo (Presidente ou Governador), mesmo no caso de ADI interventiva. Ordem: O Presidente deverá, então, promover a intervenção federal; não poderá ele descumprir a ordem do STF. Objetos: i) lei ou ato normativo; ii) omissão ou incapacidade das autoridades locais para preservar os princípios constitucionais sensíveis; ou iii) ato governamental estadual que desrespeite os princípios sensíveis. #SELIGA: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 22 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ADIN Interventiva Estadual: Conceito: é uma ação em que se pleiteia a intervenção estadual. Pretende-se que o Estado faça intervenção no município. Autor: Procurador-Geral de Justiça Foro: Tribunal de Justiça. Determinação: o Governador decretará a intervenção estadual no Município. ADIN por Omissão: Conceito: utiliza-se quando se está diante de uma inconstitucionalidade por omissão. Há uma norma constitucional de eficácia limitada não regulamentada. Autor: os mesmo da ADI (art. 103, CF/88): Podem propor ADI e ADO: ● Presidente da República; ● Procurador-Geral da República; ● Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; ● Conselho Federal da OAB; ● Partido político com representação no Congresso Nacional; ● Governador de Estado e do DF; ● Mesa de Assembleia Legislativa e da Câmara Legislativa do DF; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 23 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional. Foro: STF. Atuação do AGU e do PGR: Na ADI, é obrigatória a manifestação do Advogado-Geral da União (AGU) e do Procurador-Geral da República (PGR). Na ADO, é um pouco diferente. O Procurador-Geral da República (PGR) deverá sempre se manifestar, conforme consta no art. 103, § 1º, da CF/88. Já a participação do Advogado-Geral da União (AGU) não é obrigatória em ADO, uma vez que não há ato normativo a ser defendido. Efeitos: O STF deve dar ciência se a omissão for de um poder competente e caso a omissão advenha de um órgão administrativo, deve lhe ser concedido o prazo de 30 dias para que a omissão seja sanada. OBSERVAÇÃO: o prazo de 30 dias pode ser ampliado para um prazo razoável a critério do STF. A lei prevê a possibilidade de medida cautelar em ADIN por omissão. Só é cabível contra norma de eficácia limitada não regulamentada. O que se pede é a regulamentação. A medida cautelar poderá consistir em: a) Suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial; b) Suspensão de processos judiciais ou processos administrativos; c) Outra providência fixada pelo Tribunal Intervenção de terceiros: não admite. Amicus curiae: admite. ADECON ou ADC: Definição: Na ADC, o autor busca que o STF se pronuncie sobre lei ou ato normativo que venha gerando dissenso entre juízes e demais tribunais. Por meio da ADC, busca-se transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presunção absoluta. #SELIGA: A controvérsia deve ser “judicial”. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 24 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Com isso, ganha-se segurança jurídica, uma vez que a decisão do STF, no âmbito de ADC, vinculará os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública Direta e Indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Autor da ação: os indicados no art. 103, da CF/88. Foro: STF. Efeito: erga omnes, vinculante, ex tunc. Objeto: apenas as leis e atos normativos federais. #SELIGA: Em um mesmo processo de controle concentrado submetido ao STF, é possível que haja cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC. Exemplo: pode ser ajuizada ADI no STF com um pedido de declaração de inconstitucionalidade do art. 20 e, ao mesmo tempo, pleiteando a declaração de constitucionalidade dos arts. 10 e 12 de uma determinada lei. Atuação do PGF e da AGU: Não há participação do Advogado-Geral da União (AGU) no processo de ADC . Já o Procurador-Geral da República (PGR), por sua vez, irá obrigatoriamente se manifestar no âmbito de ADC. Medida cautelar: é possível o deferimento, por maioria absoluta dos membros e desde que presentes o fumus bonis iuris e o periculum in mora. OBSERVAÇÃO: A proposição de Ação Declaratória de Constitucionalidade só pode ser para lei federal inconstitucional e é necessária controvérsia judicial sobre o tema. Assim como ocorre na ADI e na ADO, não é admissível a desistência da ADC já proposta . Segue tabela com as principais informações acerca da ADC: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Pedido Constitucionalidade Objeto Leis e atos normativos federais Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 25 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Legitimados Art. 103, I a IX, CF Efeito da decisão Em regra, “erga omnes”, vinculante e “ex tunc” Julgada procedente a ação A norma é considerada constitucional Modulação dos efeitos temporais da decisão Sim Desistência da ação ou ação rescisória Não “Amicus curiae” Sim Votação Presença de no mínimo 8 Ministros, decisão tomada pela votação uniforme de pelo menos 6 Ministros Prazo prescricional ou decadencial Não ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: Definição Art. 102, §1. É utilizada usada quando órgão público violou preceito fundamental. A ADPF surgiu para suprir uma lacuna do controle concentrado de constitucionalidade. É que, até a sua criação, não era possível que o STF efetuasse o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos municipais, dos atos administrativos e do direito pré-constitucional. Princípio da subsidiariedade: se houver algum mecanismo processual para sanar a lesão, não pode ser adotada ADPF. Autor da ação: pessoas nomeadas no Art. 103, da CF/88. Objeto: A ADPF é cabível diante de: a) Direito pré-constitucional: O controle abstrato de leis ou atos normativos anteriores à Constituição deve ser feito mediante ADPF. Exemplo: a ADPF nº 54, na qual se discutiu sobre a interrupção da gravidez de feto anencéfalo. Na ocasião, foram examinados alguns dispositivos do Código Penal (norma pré-constitucional) à luz do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. b) Direito municipal em relação à Constituição Federal Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 26 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ªed. c) Interpretações judiciais violadoras de preceitos fundamentais: Uma decisão judicial poderá adotar interpretação que contém violação a um preceito fundamental, o que dará ensejo à propositura de ADPF. Exemplo disso foi a ADPF nº 101, na qual o STF julgou inconstitucionais as interpretações judiciais que permitiram a importação de pneus usados, as quais violaram o direito ao meio ambiente. d) Direito pós-constitucional já revogado ou de efeitos exauridos. Foro: STF. Efeito: erga omnes, vinculante, ex tunc. Intervenção de terceiros: não admite. Amicus curiae: admite. Medida liminar: é possível o deferimento, por maioria absoluta dos membros e desde que presentes o fumus bonis iuris e o periculum in mora. Modulação dos efeitos: poderá o STF, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, em situações especiais, tendo em vista razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social. #APROFUNDANDO: Princípio da fungibilidade → A ADI e a ADPF são consideradas ações fungíveis, o que significa que uma pode ser substituída pela outra. Em razão disso, uma ADPF ajuizada perante o STF poderá ser conhecida como ADI. Da mesma forma, uma ADI poderá ser conhecida como ADPF. Segue tabela com principais características da ADPF: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Pedido Constitucionalidade ou Inconstitucionalidade Objeto Leis e atos normativos federais, estaduais e municipais Legitimados Art. 103, I a IX, CF Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 27 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Efeito da decisão Em regra, “erga omnes”, vinculante e “ex tunc” Julgada procedente a ação Depende do pedido Modulação dos efeitos temporais da decisão Sim Desistência da ação ou ação rescisória Não “Amicus curiae” Sim Votação Presentes na decisão pelo menos 8 Ministros, a decisão será tomada pela votação uniforme de pelo menos 6 deles Prazo prescricional ou decadencial Não Ação rescisória da decisão Não SÚMULA VINCULANTE A Emenda Constitucional nº 45/2004 criou o instituto da Súmula Vinculante, que pode ser editada pelo Supremo Tribunal Federal, disposta no art. 103-A, CF/88. São 3 os pressupostos constitucionais para que seja editada Súmula Vinculante: a) Existência de reiteradas decisões sobre matéria constitucional. b) Configuração de controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública. c) Aprovação por 2/3 (dois terços) dos membros do STF ( mínimo de 08 ministros). #SELIGA: Súmulas Vinculantes não vinculam: - o STF (elas vinculam todos os demais órgãos do Poder Judiciário). - o Poder Legislativo, no exercício de sua função típica de legislar; - o Poder Executivo, no exercício de sua função atípica de legislar. Ex. Quando o Presidente edita uma medida provisória, ele não precisa observar as Súmulas Vinculantes. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 28 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Os legitimados para proposição de edição de súmula vinculante estão elencados no art. 3º da Lei nº 11.417/2006: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. 5. DIVISÃO ESPACIAL DO PODER - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO. FEDERALISMO Conceito: Refere-se a uma forma de Estado denominada Federação ou Estado Federal, caracterizada pela união de coletividades públicas dotadas de autonomia político-constitucional, ou seja, de autonomia federativa. Características: ● Descentralização política; ● Repartição de competências ● Constituição rígida como base jurídica; ● Inexistência de direito de secessão; ● Soberania do Estado Federal; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 29 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Possibilidade de Intervenção em caso de situações de crise (arts. 34 a 36 da CF/88); ● Auto-organização dos Estados-Membros - Constituições Estaduais; ● Existência de órgão representativo dos Estados-Membros - Senado Federal; ● Existência de guardião da Constituição - STF; ● Repartição de receitas. No Brasil a Federação é composta pelos seguintes entes: ● União ● Estados-Membros ● Distrito Federal ● Municípios. Art. 1º CF/88: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS”: ● A Soberania. ● A Cidadania. ● A Dignidade da Pessoa Humana. ● Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa. ● O Pluralismo Político. DICA: Utilize o mnemônico SoCiDigVaPlu e atente-se que aqui temos substantivos, já quando falarmos dos objetivos fundamentais ( art. 3º da CF/88) teremos verbos, veja: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. DICA: Utilize o mnemônico “ ConGa não Erra na Prova” Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 30 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB ● CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária ● GArantir o desenvolvimento nacional ● ERRAdicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais ● PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação Art. 18 CF/88: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. O art. 19, da CF/88, apresenta vedações : É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. Quer dizer que: É uma vedação constitucional que o Brasil não tenha uma religião oficial, pois é um país laico, leigo ou não confessional. II - recusar féaos documentos públicos. Quer dizer que: Os documentos públicos gozam de presunção relativa de veracidade, não podendo ser recusados em razão da origem (escrituras, certidões, entre outros). III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Quer dizer que: Entre os entes federativos não podem estabelecer distinções ou preferências entre brasileiros em razão de sua origem (Estados, Distrito Federal, ou município) #ESQUEMATIZANDO: O Brasil adota: ● Forma de Governo →republicana. ● Forma de Estado → federação. ● Sistema de Governo → presidencialista. ● Entes componentes da federação → União, Estados, Municípios e DF. 8 8 É comum em prova colocaram os Territórios Federais como integrantes da federação, todavia, eles não fazem parte dela, trata-se de uma espécie de descentralização estudada em direito administrativo! Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 31 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. UNIÃO FEDERAL Da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil nasce a UNIÃO, pessoa jurídica de Direito Público com capacidade política. ESTADOS FEDERADOS Entes que detém a autonomia política e administrativa. Têm capacidade de elaborar suas próprias constituições estaduais, observadas as diretrizes da CF. Para criar ou extinguir um Estado, é necessária a realização de um plebiscito, aprovação do Congresso Nacional. Ademais, criação ou extinção de um Estado se dará por meio de uma lei complementar. Vejamos o que dispõe a CF/88: Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. MUNICÍPIOS Entes detentores de autonomia política e administrativa. Têm capacidade de elaborar sua Lei Orgânica Municipal. A criação ou extinção de um município deverá ser feita por meio de lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei, conforme preceitua o artigo 18 § 4º CF/88. DISTRITO FEDERAL Ente detentor de autonomia política e administrativa. Tem capacidade de elaborar sua Lei Orgânica - que possui status de Constituição - , e possui capacidade legislativa e administrativa, com as mesmas competências legislativas atribuídas aos Estados e aos Municípios. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 32 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Art. 21 da CF/88: Compete a União: "XIII - Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios." "XIV - Organizar e manter a polícia civil. A polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. " O Distrito Federal não pode ser dividido em municípios (não tem eleições municipais). OBSERVAÇÃO: Não confundir com ações afirmativas, ou discriminações positivas. Ações afirmativas são ações realizadas pelo Estado para proteger grupos de pessoas prejudicadas historicamente. Tratado internacional de combate ao racismo - Lei 12.288/10, art. 1, parágrafo único. Símbolos São considerados símbolos da República Federativa do Brasil : a bandeira, o hino nacional, as armas e o selo nacional, conforme prevê o art. 13, da CF/88. 6. PODER CONSTITUINTE Os poderes “constituídos” da República são os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma constituição, dar forma ao Estado e constituir Poderes. #SELIGA: A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. Assim, a vontade constituinte é a vontade do povo, expressa por meio de seus representantes. Art. 14 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei mediante: ● Plebiscito; ● Referendo; ● Iniciativa Popular. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 33 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. A Constituição conferiu ao Congresso Nacional: a) A competência para elaborar as emendas constitucionais. b) Que o Poder Constituinte originário institua um Poder Constituinte reformador; isto é, o agente ou sujeito da reforma, é o poder constituinte originário, que, por esse método, atua em segundo grau, de modo indireto, pela outorga de competência a um órgão constituído para, em seu lugar, proceder às modificações na Constituição, que a realidade exige. O Poder Constituinte classifica-se em Poder Constituinte originário ou de 1º grau e Poder Constituinte derivado, constituído ou de 2º grau. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Poder Constituinte originário, também denominado de Genuíno ou de 1º Grau, é o poder capaz de editar a primeira ou uma nova Constituição. É o poder atribuído a um número determinado de pessoas que irão exercer o poder soberano em nome de todos os demais integrantes de uma sociedade política. Será este poder, então, capaz de estabelecer uma nova ordem constitucional, sendo assim responsável pelas leis fundamentais de sua respectiva nação. Possui as seguintes características: ● Político: é um poder de fato (e não um poder de direito). Ele é extrajurídico, anterior ao direito. É ele que cria o ordenamento jurídico de um Estado. Pode-se afirmar, portanto, que o Poder Constituinte Originário é uma categoria préconstitucional, que dá fundamento de validade a uma nova ordem constitucional. 9 ● Inicial: dá início a uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior. A manifestação do Poder Constituinte tem o efeito de criar um novo Estado. ● Incondicionado: não se sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado em sua manifestação. ● Permanente: pode se manifestar a qualquer tempo. Ele não se esgota com a elaboração de uma nova Constituição, mas permanece em “estado de latência”, aguardando um novo chamado para manifestar-se. 9 Cabe destacar que os jusnaturalistas defendem que o Poder Constituinte seria, na verdade, um poder de direito. A visão de que ele seria um poder de fato é a forma como os positivistas enxergam o Poder Constituinte Originário. Todavia, a doutrina dominante segue a corrente positivista. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 34 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Ilimitado juridicamente: não se submete a limites determinados pelo direito anterior. Pode mudar completamente a estrutura do Estado ou os direitosdos cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior. 10 #SELIGA: Por esse motivo, o STF entende que não há possibilidade de se invocar direito adquirido contra normas constitucionais originárias. ● Autônomo: tem liberdade para definir o conteúdo da nova Constituição O Poder Constituinte Originário pode assumir duas formas, que são: a) Poder Constituinte Originário Histórico: refere-se ao poder atribuído àqueles que pela primeira vez elaboram a Constituição de um Estado, responsáveis por sua primeira forma estrutural. b) Poder Constituinte Originário Revolucionário: é todo o poder responsável pela criação de constituições que se sobrepõem à primeira. É revolucionário todo o poder constituinte que rompa com um poder constituinte previamente estabelecido em uma determinada nação soberana. PODER CONSTITUINTE DERIVADO É o poder de modificar a Constituição Federal bem como de elaborar as Constituições Estaduais. O Poder Constituinte derivado está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. Apresenta as seguintes características: ● Jurídico: é regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no ordenamento jurídico vigente. ● Derivado: é fruto do poder constituinte originário ● Limitado ou subordinado: é limitado pela Constituição, não podendo desrespeitá-la, sob pena de inconstitucionalidade. 10 Embora os positivistas defendam que o Poder Constituinte Originário é ilimitado, é importante reconhecer que ele deverá obedecer a “padrões e modelos de conduta espirituais, culturais, éticos e sociais radicados na consciência jurídica geral da comunidade”. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 35 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Condicionado: a forma de seu exercício é determinada pela Constituição. Assim, a aprovação de emendas constitucionais, por exemplo, deve obedecer ao procedimento estabelecido no artigo 60 da CF/88. Espécies de poder constituinte derivado: a) Poder constituinte reformador b) Poder constituinte decorrente ● Poder Constituinte derivado reformador, ou de competência reformadora: Manifestações do Poder Constituinte Derivado Reformador: ✓ Emendas Constitucionais – Art. 60 da CF. ✓ Emendas de Revisão – Art. 3º, ADCT – No ano de 1994 foram produzidas 6 Emendas Revisionais, e o Supremo, no julgamento da ADI 981 pacificou entendimento de que as Emendas Revisionais não poderiam mais alterar a CF a partir dali. O Poder Revisional esgotou-se. Hoje, o Poder Constituinte Derivado Reformador se resume em Emendas à Constituição. ● Poder Constituinte derivado decorrente: (Art. 11, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) Consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal (CF, Art. 25). #APROFUNDANDO: Com a globalização fala-se em Poder Constituinte Supranacional. 11 7. PODER DE REVISÃO O poder de reforma à constituição é derivado da própria Carta Magna e é uma faculdade outorgada pela própria constituição, estabelecendo critérios para emendas a sua redação original. 11 Atualmente, tal modalidade de poder constituinte existe na União Europeia, onde vários Estados abriram mão de parte de sua soberania em prol de um poder central. É a manifestação máxima daquilo que se chama direito comunitário, reconhecido como hierarquicamente superior aos direitos internos de cada Estado. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 36 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Como norma fundamental do Estado, a constituição, embora não deva estar sujeita a alterações frequentes, pode e deve ser revista em circunstâncias especiais, a fim de enquadrar-se nas exigências da evolução política e das aspirações sociais. Quando a constituição é flexível, a revisão faz-se normalmente por um processo legislativo ordinário. Por outro lado, uma constituição rígida (como a brasileira) exige formalidades especiais que são previstas no próprio texto legal básico do Estado. Quem pode reformar o texto da Constituição da República Federativa do Brasil, segundo as disposições nela contidas, é o Congresso Nacional (artigo 60, § 2º). Mas esta emenda só pode ser votada se a proposta for feita: ● Por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; ● Pelo Presidente da República ou; ● Por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (artigo 60, I, II e III da CF). EMENDA CONSTITUCIONAL Emenda é o processo formal de mudanças das constituições rígidas, por meio de atuação de certos órgãos, mediante determinadas formalidades, estabelecidas nas próprias constituições para o exercício do poder reformador. É a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não considerou tão grande como outros mais valiosos, chamados de cláusulas pétreas. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 37 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Tal reforma exige obstáculos e formalidades mais difíceis que os exigidos para a alteração das leis ordinárias ou complementares. Apresentada a proposta, ela será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiver três quintos (3/5) dos votos dos membros de cada uma das Casas (art. 60, § 2º) . 12 Uma vez aprovada, a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. ATENÇÃO: É pegadinha constante colocar em um dos itens da questão que a Emenda Constitucional é promulgada pelo Presidente da República, ou ainda que no seu trâmite de aprovação ela deve passar por ele, todavia, isso não ocorre!! A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, § 5º) . 13 ATENÇÃO: Já ocorreu da banca trocar “sessão legislativa” (dura 01 ano) por “legislatura” (que dura 04 anos), não caia nessa casca de banana! Mutação Constitucional - permite a releitura da Constituição diante do novo contexto da realidade. É a mudança de sentido do texto sem alteração formal do texto positivo - “Interpretação conforme a Constituição”. LIMITAÇÃO ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS Não pode haver emenda à constituição na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º). #SELIGA: A emenda a constituição não poderá ser aprovada, todavia, nada impedeque ela seja proposta ou que seu projeto tramite por qualquer das Casas legislativas. Além disso, não pode haver proposta de emenda constitucional tendente a abolir : → a forma federativa de Estado 12 13 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 38 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. → o voto direto, secreto, universal e periódico; Atenção! Observe que aqui não aparece o voto obrigatório, ou seja, em tese poderá haver uma emenda à Constituição tornando o voto facultativo. → a separação dos Poderes e; → proposta de restrição aos direitos e garantias individuais. Segue esquema ilustrativo: #SELIGA: Poderá a proposta de emenda ampliar direitos e garantias individuais, só não pode reduzi-los ou mitigar seu “núcleo intangível”. Satisfeitas todas estas condições, a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR Limitações Circunstanciais: em determinadas situações a Constituição não pode ser emendada. (Constituição Federal. Art. 60,§ 1º) . 14 ● Intervenção Federal – (CF/88. Art. 34 a 36) ● Estado de Defesa – (CF/88. Art. 136) ● Estado de Sítio – CF/88. Art. 137 a 139) SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES 14 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 39 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. 1. Intervenção: Medida de caráter excepcional e temporário que afasta a autonomia dos Estados, Distrito Federal ou de Municípios situados em territórios (Intervenção Federal) ou em Municípios (Intervenção estadual). ATENÇÃO: A União não pode decretar intervenção em Município situado em um Estado. Somente pode ser decretada intervenção federal em Municípios localizados em Territórios Federais. A competência para decretar é do Chefe do Executivo (Presidente ou Governador) 1.1 Intervervenção federal Só pode ocorrer nos casos e limites estabelecidos pela Constituição Federal, o rol disposto no art. 34, da CF/88 é taxativo: #CONTEXTUALIZANDO: → Intervenção federal espontânea: o Presidente da República age de ofício, independentemente de provocação. → Intervenção federal provocada: depende de provocação. Nessas situações, o Presidente não decreta a intervenção de ofício, ele precisa ser provocado ● manter a integridade nacional; (espontânea) ● repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (espontânea) ● pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (espontânea) ● garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (provocada) A solicitação poderá ocorrer pelos Poderes: Executivo ou Legislativo. #SELIGA: Será um ato discricionário do Presidente da República. Já no caso do poder Judiciário será uma requisição do STF, ou seja, trata-se de ato vinculado. ● reorganizar as finanças da unidade da Federação que (espontânea): a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; ● prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (provocada); Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 40 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Divide-se em duas partes. No que pertine a prover a execução de lei federal : Dependerá do provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República, caso haja provimento da representação pela Corte Suprema, será dada ciência ao Presidente da República para que, no prazo improrrogável de 15 dias, seja decretada a intervenção. Ou seja, requisitada pelo STF será um ato vinculado do Presidente da República. Já no que pertine a execução de ordem ou decisão judicial: Aqui dependerá de requisição, ou seja, também um ato vinculado. O exemplo mais comum é nos de não pagamento de precatórios. #SELIGA: o STF tem sido bastante cauteloso ao analisar esses casos, manifestando o entendimento de que não é autorizada a intervenção federal quando os recursos do Estado são limitados e existem outras obrigações relevantes a serem cumpridas pelo Poder Público. Há que se observar, então, a cláusula da reserva do possível. 15 A competência para proceder à requisição dependerá de onde emanou a decisão judicial que está sendo descumprida. Assim, a requisição será feita: I) Pelo TSE, no caso de descumprimento de ordem ou decisão da Justiça Eleitoral; II) Pelo STJ, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do STJ, da Justiça estadual ou da Justiça federal; III) Pelo STF, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do próprio STF, da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar. ● assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (provocada): a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 15 IF nº 164 / SP. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe: 13.12.2003. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 41 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Aqui, a representação do PGR para assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis é denominada Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva. A ADIN Interventiva gera 02 efeitos: I) efeito jurídico: invalidação do ato que violou um princípio constitucional sensível. II) efeito político: abre caminho para a decretação de intervenção pelo Presidente da República. Intervenção Estadual As hipóteses estão taxativamente previstas no art. 35, da CF/88, só podendo Estado intervir em seus Municípios, e a União nos Municípios localizados em Território Federal quando: ● deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; (espontânea) ● não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; (espontânea) ● não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (espontânea) ● o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. (provocada) Nessa hipótese, a representação é formulada pelo Procurador-Geral de Justiça. Caso haja provimento pelo Tribunal de Justiça, o Governador deverá decretar a intervenção estadual; #APROFUNDANDO: a decisão do TJ que negar provimento à representação do Procurador-Geral de Justiça não poderá ser objeto de recurso extraordinário ao STF, umavez que tal decisão possui natureza político-administrativa. Fundamentos legais Constituição Federal, artigos 34 a 36. Lei 8.039/1990, art. 19 e seguintes. 2. Estado de Defesa O estado de defesa poderá ser decretado pelo Presidente da República, em locais restritos, por tempo determinado, visando a: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 42 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● preservação ou o restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas por grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de grandes proporções na natureza. A decretação do estado de defesa depende da oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional Será feita através de decreto do Presidente da República, que determinará as áreas atingidas, bem como o tempo de duração e as medidas coercitivas a serem adotadas; Deverá o decreto ou sua prorrogação serem submetidos ao Congresso Nacional , em até 24 horas ,que rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria absoluta de seus membros, no prazo de 10 (dez) dias. Rejeitado o decreto, o estado de defesa deve cessar imediatamente. Poderá ser determinado as seguintes medidas coercitivas, conforme prevê o §1º, do art. 136, da CF/88: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. #SELIGA: é vedada a incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa. Duração: Até 30 dias, podendo ser prorrogado 01 vez, por igual período. Fundamentos legais Constituição Federal, artigo 136, caput e §§ 1º a 7º 3. Estado de Sítio: O Estado de Sítio é um instrumento que o Chefe de Estado pode utilizar em casos extremos: ● Agressão efetiva por forças estrangeiras; ● Grave ameaça à ordem constitucional democrática; ou ● Calamidade pública. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 43 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ATENÇÃO: Aqui o Presidente da República, além de ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional deve solicitar, previamente, a autorização do Congresso Nacional. #SELIGA: Estado de defesa → Análise posterior do Congresso Nacional; Estado de sítio → Autorização prévia do Congresso Nacional. Também depende de aprovação de maioria absoluta do Congresso Nacional. Duração: Até 30 dias, podendo ser prorrogado várias vezes, por igual período. A medida pode ser prorrogada por todo o tempo que durar a guerra ou a comoção externa. Esse instrumento tem por característica a suspensão temporária de alguns direitos e garantias constitucionais de cada cidadão e uma maior interferência do Poder Executivo nos Poderes Legislativo e Judiciário, a fim de defender a ordem pública O Poder Executivo assumirá parte do poder que é normalmente distribuído em um regime democrático. Em nenhum caso o Estado de Sítio pode interferir nos direitos à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil, à cidadania, etc. Poderão ser impostas as seguintes restrições previstas no art. 139, da CF/88: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 44 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. Limitações formais Fundamentos legais Constituição Federal, artigos 137 a 141 8. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS O Estado brasileiro é do tipo federado, integrado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Nos termos da Constituição, em seu art. 18, todos estes entes são dotados de autonomia política. Desse modo, a repartição de competência é a essência de um Estado federado, sendo a autonomia e a competência desses atribuídas pela Constituição, com o objetivo de dividir o poder político entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o federalismo de equilíbrio. ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAS As competências classificam-se em: Administrativas, Legislativas e Tributárias. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 45 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. a) Competências Administrativas (materiais): são as que indicam o campo de atuação político-administrativa do ente federado. São as competências para atuação efetiva, para executar tarefas, para a exploração da respectiva atividade. Exemplo: competência da União para emitir moeda (CF, art. 21, VII). b) Competências Legislativas: são as que indicam o poder de estabelecer normas sobre as respectivas matérias. Exemplo: compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI). IMPORTANTE: Deve-se observar que na competência legislativa somente a União vai legislar, privativamente, sobre as matérias arroladas no artigo 22, como por exemplo, sobre transporte. Contudo, Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas no artigo 22, da CF/88, conforme prevê o parágrafo único desse mesmo artigo. Tal delegação de assuntos da competência legislativa privativa da União aos Estados depende do cumprimento de três requisitos: c) Competências Tributárias: são as que estabelecem o poder para instituir tributos de que dispõem todos os entes federados, como uma das formas de manutenção da sua autonomia. MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ● Clássico ● Moderno Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 46 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Horizontal ● Vertical a) Modelo Clássico: a Constituição enumera as competências da União e reserva as demais (não enumeradas, portanto) aos estados membros. b) Modelo Moderno: a Constituição, além de enumerar as competências da União, também enumera hipóteses de competência concorrente e de competência comum. IMPORTANTE: A Constituição Federal de 1988 adota o modelo moderno de repartição, pois, além de enumerar expressamente as competênciasda União (CF, arts. 21 e 22), o texto constitucional também indica expressamente a competência comum (CF, art. 23) e a concorrente (CF, art. 24). c) Repartição Horizontal: A Constituição outorga aos entes federativos competência para atuar em áreas específicas, sem a interferência de um sobre o outro, sob pena de inconstitucionalidade. Esse tipo de repartição de competências é característico dos Estados que adotam um federalismo dual ou clássico. d) Repartição Vertical: As competências serão exercidas em conjunto pelos entes federativos, que irão, portanto, atuar de forma coordenada. Esse tipo de repartição de competências é característica dos Estados que adotam um federalismo de cooperação ou neoclássico. IMPORTANTE: A Constituição Federal de 1988 adotou os dois modelos de repartição horizontal e vertical, com predominância para a repartição horizontal. Portanto, a Constituição Federal de 1988 adota: ● Repartição horizontal: ao estabelecer as competências privativa e exclusiva da União. ● Repartição vertical: ao estabelecer as competências comuns e as competências concorrentes, resta caracterizada a repartição vertical. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 47 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. PRINCÍPIO ADOTADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 PARA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Baseia-se em dois princípios, quais sejam: ● Princípio da predominância do interesse; Sendo assim, caberá a : REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS União Matérias de interesse geral Estados-membros Matérias de interesse regional Distrito federal Matérias de interesse regional e local Municípios Matérias de interesse local #SELIGA: Lembre que o DF, nos termos do disposto no §1º, do art. 32, da CF/88, cumula as competências dos estados e dos municípios. ● Princípio da subsidiariedade. É baseado na lógica de que, sempre que for possível, as questões devem ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais próximo da tomada de decisões. Exemplo da aplicação do princípio da predominância do interesse para a exploração do serviço de transporte terrestre de passageiros: ● se o transporte é dentro do município (intramunicipal), há uma predominância do interesse local e, portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao município; ● se o transporte é entre diferentes municípios que integram um mesmo Estado (intermunicipal, mas dentro do mesmo Estado), há uma predominância do interesse regional e, portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao Estado; ● se o transporte é entre diferentes estados ou entre o Brasil e outros países (interestadual ou internacional), há uma predominância do interesse nacional e, portanto, a competência para a sua exploração foi outorgada à União. Portanto, orientado pelo princípio da predominância do interesse, o legislador constituinte originário optou pela seguinte técnica: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 48 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Enumerou expressamente as competências da União (CF/88, arts. 21 e 22); ● Enumerou expressamente as competências dos municípios (CF/88, art. 30); ● Outorgou ao Distrito Federal as competências estaduais e municipais (CF/88, art. 32, § 1º); ● Não enumerou expressamente as competências dos estados-membros, reservando a eles as competências que não lhes são vedadas na Constituição – competência não-enumerada, remanescente ou residual (CF/88, art. 25, § 1º); ● Criou uma competência administrativa comum, outorgando-a a todos os entes federados – competência administrativa comum (CF/88, art. 23); ● Criou uma competência legislativa concorrente entre a União, os estados e o Distrito Federal – competência legislativa concorrente (CF/88, art. 24). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 49 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Competências exclusivas e privativas da União → Estão enumeradas, respectivamente, no art. 21 e art. 22 da Constituição Federal. Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; ● Com base nesse dispositivo, o STF decidiu que é inconstitucional lei estadual que autoriza a utilização, pelas polícias civil e militar, de armas de fogo apreendidas. 16 VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; ● Com base no inciso VIII, o STF entende que é inconstitucional lei estadual que estabeleça a obrigatoriedade de utilização, pelas agências bancárias, de equipamento que atesta a autenticidade de cédulas 17 IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; ● O STF considera que, com base no inciso X, é constitucional a atribuição de monopólio do serviço postal à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 18 16 STF, ADIN 3258. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 06.04.2005. 17 STF, ADIN 3515, Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011 18 STF, ADPF 46, Rel. Min. Eros Grau. 05.08.2009. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 50 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; ● O STF considera que: a) É inconstitucional lei estadual ou distrital que proíba as empresas de telecomunicações de cobrarem taxas para a instalação do segundo ponto de acesso à internet. 19 b) É inconstitucional lei estadual que determina que as empresas telefônicas criem ou mantenham um cadastro de assinantes interessados em receber ofertas de produtos ou serviços. 20 c) É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia móvel a instalarem equipamentos de bloqueio do serviço de celular em presídio. 21 XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d)os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 19 STF, ADIN 4083. Rel. Min. Carmen Lucia. 25.11.2010. 20 STF, ADI 3959/SP. Rel. Min. Luís Roberto Barroso, 20.04.2016. 21 ADI 5356/MS. Rel. Min. Edson Fachin. rel. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio. Julgamento: 03.08.2016. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 51 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Com base nos incisos XIII e XIV, a doutrina entende que o Distrito Federal tem uma autonomia parcialmente tutelada pela União. a doutrina entende que o Distrito Federal tem uma autonomia parcialmente tutelada pela União. ● o STF editou a Súmula Vinculante nº 39: “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. #SELIGA: Desde a Emenda Constitucional nº 69/2012, a Defensoria Pública do DF passou a ser organizada e mantida pelo próprio Distrito Federal. XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 52 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. Já o art. 22, da CF/88 traz as competências legislativas da União, vejamos: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Há muita jurisprudência acerca desse dispositivo, seguem as principais que podem vir a ser cobradas em prova: ● A União tem competência privativa para legislar sobre direito penal, inclusive sobre crimes de responsabilidade. A Súmula Vinculante nº 46, “a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.” ● Segundo o STF, é inconstitucional a lei distrital ou estadual que disponha sobre condições do exercício ou criação de profissão, sobretudo quando esta diga à segurança de trânsito. Assim, não pode uma lei estadual regulamentar a 22 profissão de motoboy, uma vez que é competência privativa da União legislar sobre direito do trabalho. ● Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que limita o valor das quantias cobradas pelo uso de estacionamento. A inconstitucionalidade da lei estadual se deve ao fato de que é competência privativa da União legislar sobre direito civil. ● Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que disciplina o valor que deve ser dado a uma causa . A razão para isso é o fato de que a União tem competência 23 privativa para legislar sobre direito processual. ● Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que impõe a obrigatoriedade da prestação de serviço de segurança em estacionamento 24 II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 22 ADI 3610. Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011. 23 ADI 2.655, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 09.03.04, DJ de 26.03.04. 24 ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2017. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 53 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. V - serviço postal; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; VIII - comércio exterior e interestadual; IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte; A União tem competência privativa para legislar sobre trânsito e transporte. Logo, são inconstitucionais: ● lei estadual ou distrital que estabeleça a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança; ● lei estadual ou distrital que comine penalidades a quem seja flagrado em estado de embriaguez na condução de veículo automotor; ● lei estadual ou distrital que dispõe sobre instalação de aparelho, equipamento ou qualquer outro meio tecnológico de controle de velocidade de veículos automotores nas vias públicas; ● lei estadual ou distrital que torna obrigatório a qualquer veículo automotor transitar permanentemente com os faróis acesos nas rodovias. #NÃOCONFUNDA: É competência privativa da União LEGISLAR sobre trânsito e transporte. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XIV - populações indígenas; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI - organização do sistema nacionalde emprego e condições para o exercício de profissões; XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 54 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; XX - sistemas de consórcios e sorteios; ● Súmula Vinculante nº 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; ● Atenção! Esse inciso, ele foi alterado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019. XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII - seguridade social; #NÃOCONFUNDA: É competência privativa da União legislar sobre seguridade social. No entanto, legislar sobre previdência social é competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; #NÃO CONFUNDA: É competência privativa da União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. No entanto, legislar sobre educação é competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. XXV - registros públicos; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; #SELIGA: Normas gerais de licitação e contratação são da competência privativa da União. No entanto, normas específicas sobre licitação e contratos podem ser editadas pelos Estados. XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX - propaganda comercial. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 55 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Competências comuns São competências de natureza administrativa (material). Estão previstas no art. 23, da CF/88: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. #SELIGA: No que se refere à lei complementar prevista no parágrafo único do art. 23 da Constituição, nota-se que esta tem como finalidade evitar conflitos e dispersão de Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 56 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. recursos, coordenando-se as ações dos entes federativos em prol de melhores resultados. Essa lei já foi editada, é a Lei nº 140/11. Competência legislativa concorrente Está prevista no art, 24, da CF/88: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. #SELIGA: A competência da União será limitada ao estabelecimento de regras gerais. Fixadas essas regras, caberá aos Estados e Distrito Federal complementar a legislação federal. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 57 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Ainda, sobre a competência suplementar saiba que: Caso a União não edite as normas gerais, Estados e Distrito Federal exercerão competência legislativa plena. Aqui muita atenção, , caso a União posteriormente ao exercício da competência legislativa plena pelos Estados e Distrito Federal edite a regra geral, ela suspenderá a eficácia da lei estadual ou distrital. #SELIGA: Não caia na pegadinha que afirme que a lei será revogada ou será declarada nula! Competências dos Estados e do Distrito Federal → Terão competência remanescente ou residual, conforme prevê o §1º do art. 25, da CF/88. Competências dos Municípios Está prevista no art. 30, da CF/88: Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos deinteresse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 58 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Quanto ao que seria considerado interesse local, o STF já se manifestou sobre os seguintes casos concretos: ● Segundo o STF, o Município é competente para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial (Súmula Vinculante nº 38, STF). ● O STF considera que o Município é competente para, dispondo sobre a segurança de sua população, impor a estabelecimentos bancários a obrigação de instalarem portas eletrônicas, com detector de metais, travamento e retorno automático e vidros à prova de balas. ● Também entende que compete aos municípios garantir a instalação de equipamentos destinados a proporcionar-lhes segurança (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras) ou a propiciar-lhes conforto, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento de cadeiras de espera, ou, ainda, colocação de bebedouros. 25 ● O STF entende que a fixação do horário de funcionamento das agências bancárias, por estar relacionado ao sistema financeiro nacional, extrapola o interesse local. Portanto, não é de competência dos Municípios. ● Segundo o STF, o Município é competente para legislar sobre limite de tempo de espera em fila dos usuários dos serviços prestados pelos cartórios localizados no seu respectivo território e nas filas de atendimento bancário, sem que isso represente ofensa à competência privativa da União para legislar sobre registros públicos. ● É constitucional lei estadual que concede “meia passagem” aos estudantes nos transportes coletivos intermunicipais. Já no caso de serviço de transporte local, a competência para dispor a respeito é da legislação municipal. ● É inconstitucional lei municipal que obriga ao uso de cinto de segurança e proíbe transporte de menores de 10 anos no banco dianteiro dos veículos, por ofender à competência privativa da União Federal para legislar sobre trânsito (CF/88, art. 22, XI). ● Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. (Súmula Vinculante nº 49). 25 (AI 347.717-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 31-5-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8- 2005.) Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 59 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Segundo o STF, o Município é competente para legislar sobre meio ambiente, desde que haja interesse local. A existência de interesse local deverá ser fundamentada pelo Município e poderá resultar, inclusive, em legislação ambiental mais restritiva do que a União e dos Estados. 26 9. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o Executivo e o Judiciário”. (CF/88. art. 2º). PODER LEGISLATIVO “A lei disporá sobre eleições para a Câmara territorial e sua competência deliberativa” (CF/88. Art. 33, §3º). ESTRUTURA Legislativo Federal: Estrutura bicameral. É exercido pelo Congresso Nacional, que é formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. (CF. Art. 44). Legislativo Estadual: Estrutura unicameral. É exercido pela Assembleia Legislativa, que é composta pelos Deputados Estaduais. Legislativo distrital: Estrutura unicameral. É exercido pela Câmara Legislativa, composta pelos Deputados Distritais. Legislativo municipal: Estrutura unicameral. É exercido pela Câmara dos Vereadores, que é composta pelos Vereadores. Representantes ● Deputados Federais: São representantes do povo. ● Senadores: São representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal. ● Deputados Estaduais: São representantes do povo do Estado. ● Deputados Distritais: São representantes do povo do Distrito Federal. ● Vereadores: São representantes do povo do Município. 26 ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, 14.03.2017. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 60 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Sistema eleitoral ● Deputados Federais: Elegem-se pelo sistema proporcional, assim as cadeiras se distribuem na proporção dos votos obtidos pelo Partido (CF/88. Art. 45). Depende do número de votos que a legenda obtiver. ● Senadores: Elegem-se pelo sistema majoritário, assim o Senador que obtiver o maior número de votos será eleito (CF/88. Art. 46). ● Deputados Estaduais: Elegem-se pelo sistema proporcional. ● Deputados Distritais: Elegem-se pelo sistema proporcional. ● Vereadores: Elegem-se pelo sistema proporcional. Número ● Deputados Federais: O número de Deputados será estabelecido em lei complementar, proporcionalmente à população, não podendo nenhuma unidade da Federação ter número inferior a 8 e nem superior a 70 Deputados (CF/88. Art. 45, §1º). ● Senadores: O número de Senadores está fixado na Constituição Federal, sendo 3 em cada Estado ou Distrito Federal (CF/88. Art. 46, §1º). ● Deputados Estaduais (art. 27 da CF/88): O número de Deputados estaduais corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. ● Deputados Distritais: Adota-se a mesma regra dos Estados (CF/88. Art. 32, §3º). ● Vereadores: O número de vereadores será proporcional à população do Município, observados os seguintes limites (CF/88. Art. 29, IV): Mandato ● Deputados Federais: Mandato de quatro anos. Uma legislatura tem a duração de 4 anos; Uma sessão legislativa de 1 ano e um período de 6 meses; O Deputado é eleito para uma legislatura que compreende 4 sessões legislativas e 8 períodos (CF/88. Art. 44, parágrafo único). ● Senadores: Mandato de 8 anos. O Senador é eleito para 2 legislaturas, 8 sessões legislativas e 16 períodos (CF. Art. 46, §1º da CF/88). A representação de cada Estado e Distrito Federal será renovada de 4 em 4 anos,alternadamente, por 1 e 2/3 (CF/88. Art. 46, §2º). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 61 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. O Senador é eleito com 2 suplentes, que assumirão o seu lugar no caso de afastamento (CF/88. Art. 46, §3º). ● Deputados Estaduais: Mandato de 4 anos (CF/88. Art. 27, §1º). ● Deputados Distritais: Vale a mesma regra dos Estados (CF/88. Art. 32, §3). ● Vereadores: Mandato de 4 anos. COMISSÕES PARLAMENTARES 27 Permanentes: Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Orçamento etc. Especiais (assunto) / Temporárias (tempo): Comissão Parlamentar de Inquérito. Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI O trabalho das Comissões Parlamentares de Inquérito(CPIs) é uma das formas pelas quais o Poder Legislativo exerce sua função típica de fiscalização. Trata-se de controle político-administrativo exercido pelo Parlamento com a finalidade de, em busca da verdade, apurar acontecimentos e desvendar situações de interesse público. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”. (CF. Art. 58, § 3º). Requisitos constitucionais para criação de CPI’s: ● Requerimento de ⅓ dos membros da Casa Legislativa; ● Indicação de fato determinado a ser investigado; ● Fixação de prazo certo para os trabalhos da CPI; ATENÇÃO: Podem haver prorrogações sucessivas, desde que a CPI não ultrapasse uma legislatura (04 anos) 27 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 62 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Limitação dos poderes de investigação; São limitados pelo princípio da separação de poderes e pelo respeito aos direitos fundamentais. Apesar de a Constituição ter mencionado que as CPIs têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, há certas competências que estão sujeitas à reserva de jurisdição, isto é, são exclusivas do Poder Judiciário. De acordo com o STF, Comissão Parlamentar de Inquérito não pode: a) determinar a interceptação telefônica; b) expedir mandado de busca e apreensão; c) Determinar a aplicação de medidas cautelares; d) Proibir ou restringir a assistência jurídica aos investigados; e) Determinar a anulação de atos do Poder Executivo; f) Determinar a quebra do sigilo judicial; g) Apreciar atos de natureza jurisdicional; h) Convocar o Chefe do Poder Executivo; i) expedir mandado de prisão. No entanto, pode prender em flagrante. As Comissões Parlamentares de Inquérito federais, estaduais e distritais podem determinar diretamente aos órgãos, desde que o façam fundamentadamente as seguintes quebras: a) sigilo telefônico – extrato das ligações feitas b) sigilo bancário c) sigilo fiscal (Imposto sobre a Renda) Ademais, poderão ainda: ● Convocar particulares e autoridades públicas para depor; ● Realizar perícias e exames necessários à dilação probatória, bem como requisição de documentos e busca de todos os meios de prova legalmente admitidos; #SELIGA: As Comissões Parlamentares de Inquérito municipais, se quiserem, devem solicitar ao juiz criminal da comarca. Comissão Parlamentar Mista de Inquérito Formada com a assinatura de ⅓ da Câmara e ⅓ do Senado, ou seja, só existe no âmbito Federal e discute assuntos federais. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 63 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. FUNCIONAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL (CF. ART. 57) 28 Sessão legislativa ordinária: anual. ● O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. ● Caso as reuniões marcadas para essas datas que caírem em sábados, domingos ou feriados, as sessões serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente. ● Recesso: De 18 a 31 julho e de 23 dezembro a 1 fevereiro. Sessão legislativa extraordinária: ● Convocações durante o recesso. Só devem ser votados os projetos objetos de convocação, salvo se existirem Medidas Provisórias pendentes de votação. ● Se uma PEC ou MP forem rejeitadas em uma sessão legislativa, só podem ser reapresentadas na próxima sessão legislativa. (CF. Art. 60, § 5º, e art. 62, §10). IMUNIDADE PARLAMENTAR (CF. ART. 53) → São garantias funcionais irrenunciáveis. #SELIGA: O STF já decidiu que as imunidades parlamentares não se estendem aos suplentes. a) Imunidade material ou absoluta ou inviolabilidade ● Os parlamentares são imunes civil e penalmente por suas opiniões, palavras e votos no exercício da atividade parlamentar. (Não cometem crimes contra a honra) ● Todos os parlamentares têm essa proteção nas suas circunscrições. Segundo o STF, quando as manifestações são proferidas no recinto do Congresso Nacional, há a presunção absoluta de que está relacionada ao exercício parlamentar e, portanto, estará abrangida pela imunidade material. or outro lado, caso as palavras sejam proferidas pelo parlamentar fora do Congresso Nacional, será necessário perquirir o seu vínculo com a atividade de representação política. 29 ATENÇÃO: A imunidade material possui eficácia temporal permanente, perpétua, pois persiste mesmo após o término do mandato. Ademais, tem como termo inicial a data da posse. 28 29 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 64 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. A seguir esquema acerca de tal imunidade: b) Imunidade formal ou relativa ou propriamente dita Assegura aos candidatos as seguintes prerrogativas: a) impossibilidade de ser preso, salvo flagrante delito em crime inafiançável ou de permanecer preso; b) possibilidade de sustação do andamento da ação penal. ATENÇÃO: ¹ É plenamente possível que o parlamentar seja preso em virtude de sentença judicial transitada em julgado; ²Ficarão suspensos o processo e a prescrição enquanto durar o mandato. Findo o mandato, finda a proteção. ³ O STF reconheceu a possibilidadede que o Poder Judiciário aplique medidas cautelaresdiversas da prisão, as quais estão relacionadas no art. 319, do Código de Processo Penal. #SELIGA: Vereador não tem essa proteção. Segue quadro resumindo tal imunidade: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 65 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. PRERROGATIVA DE FORO Os parlamentares (Deputados e Senadores)gozam da prerrogativa especial de serem processados e julgados criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal(STF). Recentemente o STF Reinterpretou oinstituto do foro por prerrogativa de função dos parlamentares, promovendo verdadeira mutação constitucional, a fim de impedir que ele se tornasse um escudo para a prática de ilícitos penais. Na Ação Penal nº 937, na qual o STF restringiu o alcance do foro por prerrogativa de função dos parlamentares. Segundo a nova interpretação da Corte Suprema, o foro por prerrogativa de função somente se aplica aos crimes praticados durante o exercício do cargo e que tenham relação com as funções desempenhadas pelo parlamentar. Para o STF, o foro por prerrogativa de função, por ser uma exceção ao princípio da igualdade e ao princípio republicano, deve ser interpretado restritivamente. Assim, se o parlamentar tiver cometido crime antes da diplomação, ele não será processado e julgado pelo STF, mas sim pela primeira instância do Poder Judiciário. Da mesma forma, caso o parlamentar, já em exercício, cometa crime que não se relacione ao Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 66 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. exercício do mandato, estará sujeito a julgamento na primeira instância do Poder Judiciário. #APROFUNDANDO: Com a nova interpretação dada pela Corte, irão tramitar perante o STF apenas os inquéritos criminais relativos a crimes praticados por parlamentares no exercício do cargo(após a diplomação) e relacionados às funções por eles desempenhadas. Nesses casos, a abertura de inquérito dependerá de autorização prévia do STF, que exercerá a função de supervisão judicial. Destaque-se que o inquérito será conduzido pela Polícia Federal ou pela Procuradoria-Geral da República. #SELIGA: Nas ações civis(como, por exemplo, a ação popular ou na ação de alimentos), por sua vez, os Deputados e Senadores não farão jus a foro por prerrogativa de função. Ainda sobre o tema, é importante que você saiba o constante na súmula n º 704 do STF: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” #APROFUNDANDO: Imunidades dos Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Vereadores → De acordo com o art. 27, § 1º, da CF/88, aos Deputados Estaduais(e Deputados Distritais) serão aplicadas as regras previstas na Constituição Federal sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Assim, pode-se afirmar que os Deputados Estaduais gozam de imunidade formal e imunidade material. Já os Vereadores, por sua vez, não têm imunidade formal (processual), mas apenas imunidade material. Ademais, eles serão invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato apenas na circunscrição do Município. OUTRAS PRERROGATIVAS: ● a isenção do dever de testemunhar; ● a necessidade de prévia licença para incorporação às Forças Armadas e; ● a imunidade parlamentar durante o estado de sítio. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 67 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. INCOMPATIBILIDADES DOS PARLAMENTARES: Estão previstas no art. 54, da CF/88, são as seguintes: ● Desde a expedição do diploma: -Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; -Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público. ● Desde a posse: -Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; -Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público;-Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades acima citadas;-Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. PERDA DO MANDATO → Estão previstas no art. 55, da CF/88 e serão esquematizadas em tabela a seguir: Perderá o mandato o Deputado ou Senador.. ● Que infringir qualquer das proibições do art. 54 da Constituição; ● Cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; ● Que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. A perda do mandato dependerá de juízo do Plenário da Casa Legislativa (decisão política) ● Que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 68 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; ● Que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; ● Quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição. A perda será declarada pela Mesa da Casa Legislativa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. TRIBUNAIS DE CONTAS Os Tribunais de Contas são órgãos independentes e autônomos, sem subordinação hierárquica a qualquer dos Poderes da República. Sua autonomia é garantida constitucionalmente. É um órgão de caráter administrativo e não jurisdicional. ● TCU – Auxilia o Congresso Nacional na fiscalização das contas públicas federais. (CF. Art. 70 ao 75, em especial o Art. 73). ● TCE – Auxilia a assembleia legislativa a fiscalizar as contas do Estado e Câmaras Municipais na fiscalização das contas públicas municipais onde não houver TCM. ● TCDF – Auxilia o Distrito Federal a fiscalizar as contas públicas distritais. ● TCM – Auxilia a câmara municipal a fiscalizar as contas públicas municipais. #SELIGA: Não podem ser criados novos tribunais de contas municipais (CF. Art. 31, § 4). Nos município onde não houver TCM, as contas são julgadas pelo TCE. A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas não impede a investigação administrativa ou judicial. Atenção ao que dispõe a Súmula nº 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições,pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.” Ademais, deve o aluno conhecer o teor da Súmula vinculante de nº 03: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 69 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciaçãoda legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. ESPÉCIES NORMATIVAS Emenda Constitucional (CF. Art. 60). ● Observar que a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea. Medida Provisória (CF. Art. 62 e Emenda Constitucional 32/01). ● Só pode ser editada pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência. “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”. (CF. Art. 62) ● As Medidas Provisórias que existiam até 11.09.2001 não têm prazo (é como se lei fossem). ● Prazo e proibições de edição de Medidas Provisórias (CF. Art. 62, § 1º). Lei Ordinária (comum) ● Aprovada por maioria simples (quem estiver presente) ou relativa. Lei Complementar (CF, Art. 69) ● Aprovada por maioria absoluta (leva-se em conta o total de membros). ● Exige-se a especificidade de matéria – se a Constituição Federal determina, mediante Lei Complementar, não se pode utilizar outra espécie e normativa. Lei Delegada (CF. Art. 68) ● São editadas pelo Presidente da República que depende de prévia autorização do Congresso Nacional. Decreto Legislativo ● Só podem ser criados pelo Congresso Nacional, nas matérias de sua competência. Resolução ● Câmara dos Deputados (CF.Art. 51 ● Senado Federal (CF. Art. 52), ou ● Congresso Nacional (somente quando a Constituição Federal determinar). PODER EXECUTIVO O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, em que a chefia de Estado (política externa) e de Governo (política interna) encontram-se nas mãos de uma só pessoa (executivo monocrático). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 70 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Introdução REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Forma de estado Federação Regime político Democracia Forma de governo República Sistema de governo Presidencialismo Âmbito federal: O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado (CF/88. Art. 76). Âmbito estadual: O Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado. Âmbito distrital: O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Distrito Federal. Âmbito municipal: O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos Secretários Municipais. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE ● “São privativos de brasileiro nato os cargos: de Presidente e Vice-Presidente da República”. (CF. Art. 12, §3º). ● Nacionalidade brasileira (CF. Art. 14, §3º, I). ● Pleno exercício dos direitos políticos: Capacidade para votar e ser votado (CF. Art. 14, §3º, II). ● Alistamento eleitoral (CF. Art. 14, §3º, III). ● Domicílio eleitoral na circunscrição: Deve ter domicílio na circunscrição um ano antes da eleição (CF. Art. 14, §3º, IV). ● Filiação partidária: Deve ter filiação partidária um ano antes da eleição (CF. Art. 14, §3º, V). ● Idade mínima (CF. Art. 14, §3º, VI): ✓ Presidente e Vice-Presidente: 35 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “a”). ✓ Governador e Vice-Governador do Estado e do Distrito Federal: 30 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “b”). ✓ Prefeito e Vice-Prefeito: 21 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “c”). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 71 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. A seguir, tem-se tabela com os requisitos para ser Presidente da República: ATENÇÃO: Para exercer os cargos de governador e prefeito não se é exigido que seja brasileiro nato. REALIZAÇÃO DA ELEIÇÃO: “A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado” (CF. Art. 77, §1º). Presidente e Vice-Presidente ● A eleição será realizada, simultaneamente, no 1º domingo de outubro, em 1º turno, e no último domingo de outubro se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente (CF. Art. 77 da CF). ● É adotado o sistema majoritário de dois turnos (será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Caso não obtenha na primeira votação, será realizada nova). No 1º turno (CF. Art. 77, §2º): Será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, excluindo-se os brancos e nulos (votos válidos); Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 72 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. No 2º turno: Se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta em 1º turno, será feita nova eleição no último domingo de outubro com os candidatos mais votados e sendo eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos (CF. Art. 77, §3) Governador e Vice-Governador do Estado: A eleição será realizada no 1º domingo de outubro, em 1º turno, e no último domingo de outubro se houver, do ano anterior ao do término do mandato do antecessor (art. 28 da CF). Foi adotado o sistema majoritário de dois turnos. Governador e Vice-Governador do Distrito Federal: Vale a regra dos Estados, sendo assim adotado o sistema majoritário de dois turnos. A eleição destes coincidirá com a do Governador e Vice-Governador do Estado (CF. Art. 32, §2º). Prefeito e Vice-Prefeito: A eleição será realizada, mediante pleito direto e simultâneo em todo o país, no 1º domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do artigo 77 no caso de Municípios com mais de 200.000 eleitores. (CF. Art. 29, I e II). Assim, nos municípios com mais de 200.000 eleitores, adota-se o sistema majoritário de dois turnos (será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Caso não obtenha na primeira votação, será realizada nova) e nos municípios com menos de 200.000 eleitores, adota-se o sistema majoritário simples (será eleito o candidato que obtiver o maior número de votos). MANDATO Presidente da República: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição (CF. Art. 82). É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5º). Governador do Estado: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição (CF. Art. 28). É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5º). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 73 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Governador do Distrito Federal: Vale a regra para Governador do Estado (CF. Art. 32, §2º). Prefeito: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição (CF. Art. 29, III) É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5). Para concorrer a reeleição, o Presidente da República, os Governadores dos Estados ou do Distrito Federal e os Prefeitos não precisam renunciar ao mandato 6 meses antes do pleito, mas para concorrer a outros cargos, devem renunciar (CF. Art. 14, §6º). PERDA DO MANDATO Presidente No caso de impedimento(perda do mandato em caráter temporário. Ex: viagem, doença), o Vice-Presidente substituirá o Presidente (CF. Art. 79). Já no caso de vacância (perda do mandato em caráter definitivo. Ex: morte, impeachment, renúncia), suceder-lhe-á o Vice-Presidente. Havendo impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal para assumir o cargo em caráter temporário (CF. Art. 80). Vacância do cargo do Presidente: O Vice-presidente suceder-lhe-á, independentemente do lapso temporal faltante. Vacância dos cargos de Presidente e Vice-presidente: O Presidente da Câmara dos Deputados, ou do Senado Federal ou do Supremo Tribunal Federal assumirão o cargo temporariamente. ✓ Se a dupla vacância ocorrer nos primeiros 2 anos: Será realizada eleição 90 dias depois de aberta a última vaga. Trata-se de eleição direta. Os eleitos completarão o período dos antecessores (mandato-tampão – CF. Art. 81, §§1º e 2º). ✓ Se a dupla vacância ocorrer no 2 últimos anos: Será realizada eleição 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Trata-se de eleição indireta, uma exceção à regra do artigo 14 da Constituição Federal. Os Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 74 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. eleitos completarão o período dos antecessores (mandato-tampão). (CF. Art. 81, §§1º e 2º). Segue esquema ilustrativo : Governador: Perderá o mandato se assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V (CF. Art. 28, §1º). Prefeito: Vale a mesma regra que para o Governador (CF. Art. 29, XIV). ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. → Estão previstas no art. 84, da CF/88, sendo suficiente a sua leitura integral pelo candidato. Chama-se atenção para as atribuições previstas nos incisos IV e VI, do art. 84, da CF/88: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; É importante que o candidato saiba a diferença entre os diferentes tipos de decretos: Decretos ou Regulamentos De Execução Atos normativos secundários editados para Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 75 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. possibilitar a fiel execução de uma lei. Sua edição é competência indelegável do Chefe do Executivo. Autorizados Atos regulamentares que complementam a lei com base em expressa determinação nela contida. Essa lei deve determinar precisamente os contornos dos decretos ou regulamentos autorizados. Autônomos Atos normativos primários que disciplinam a organização ou a atividade administrativa, extraindo sua validade diretamente da Constituição. Existem em nosso ordenamento jurídico desde a EC nº 32/2001 (art. 84, VI, da CF). A competência para sua edição pode ser delegada, nos termos do parágrafo único do art. 84 da CF. Importante também que o aluno saiba quais dessas competências previstas no art. 84, da CF/88 são delegáveis: a) Editar decretos autônomos; Recorde-se que, mediante decreto autônomo, o Presidente poderá dispor sobre: ● organização e funcionamento da administração pública federal, quando não implicar aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgão público e; ● extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. b) Conceder indulto e comutar penas; c) Prover e desprover cargos públicos, na forma da lei. #SELIGA: Apenas a extinção de cargos públicos vagos é delegável. A extinção de cargos públicos ocupados não é atribuição delegável do Presidente da República. ÓRGÃOS AUXILIARES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Ministros de Estado: ● São nomeados e exonerados pelo Presidente da República, assim titularizam cargo em comissão (CF. Art. 84, I). ● Os Ministros de Estado podem exercer as atribuições delegadas pelo Presidente da República, isto é, as específicas no artigo 84, VI, XII e XXV da CF. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 76 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Respondem por crime de responsabilidade (CF. Art. 50) #SELIGA: Nos casos de crime de responsabilidade: a)Os Ministros de Estado são julgados pelo STF nos crimes comuns. b)Os Ministros de Estado são julgados pelo STF nos crimes de responsabilidade “autônomos”. c)Os Ministros de Estado são julgados pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente. Segue esquema acerca das atribuições dos Ministros de Estado: Atribuições dos Ministros de Estado Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo presidente da república Apresentar ao presidente da república relatório anual de sua gestão no ministério Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo presidente da república Conselho da República: ● É órgão superior de consulta do Presidente da República (CF. Art. 89) ● Compete ao Conselho pronunciar-se em caso de: a) Intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio (CF. Art. 90, I); b) Questões relevantes para a estabilidade da instituição democrática (CF. Art. 90, II). “O Presidente poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério” (art. 90, §1º da CF). É composto pelos seguintes membros: Membros do Conselho da República Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 77 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● O Vice-Presidente da República; ● O presidente da Câmara dos Deputados; ● O Presidente do Senado Federal; ● Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; ● Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; ● O Ministro da Justiça; ● Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. Conselho da Defesa Nacional: ● É órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático de direito (CF. Art. 91). ● Competências do Conselho da Defesa Nacional: Art. 91 da CF. É composto pelos seguintes membros: Membros do Conselho da Defesa Nacional ● O Vice-Presidente da República; ● O Presidente da Câmara dosDeputados; ● O Presidente do Senado Federal; ● O Ministro da Justiça; ● O Ministro do Estado da Defesa; ● O Ministro das Relações Exteriores; ● O Ministro do Planejamento; ● Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. #SELIGA: Dicas para memorização: a) O Vice-Presidente, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Ministro da Justiça participam tanto do Conselho da República quanto do Conselho de Defesa Nacional. b) Os 6 (seis) cidadãos brasileiros natos participam apenas do Conselho da República. c) O único Ministro que participa do Conselho da República é o Ministro da Justiça. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 78 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Prerrogativas e imunidades: De início, importante que se saiba que o Presidente possui apenas imunidades formais (processuais). Irresponsabilidade penal relativa: O Presidente não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, na vigência do mandato. Tal irresponsabilidade é relativa apenas às infrações penais, não se lhes aplicando a responsabilidade civil, administrativa ou tributária. #SELIGA: Inclusive quanto a fatos ocorridos antes do início do mandato presidencial. O STF entende que, nesse caso, haverá suspensão provisória do processo e a consequente suspensão do prazo prescricional. 30 ● A irresponsabilidade penal relativa não se estende aos Governadores de Estado e Distrito Federal e nem aos Prefeitos. Imunidade formal em relação à prisão: O Presidente não poderá ser preso cautelarmente nas infrações penais comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória, ou seja, necessária uma sentença penal condenatória, emanada do STF. ● A imunidade formal relativa à prisão não se estende a Governadores e nem aos Prefeitos. Imunidade formal em relação ao processo: O Presidente somente poderá ser processado, por crime comum ou de responsabilidade, após um juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados, em que será necessário voto de 2/3 de seus membros. ● O Governador de Estado e do Distrito Federal somente terá imunidade formal em relação ao processo (só poderão ser processados por crime comum ou de responsabilidade, após juízo de admissibilidade da Assembleia legislativa ou Câmara legislativa) se a Constituição Estadual assim determinar. ● O Prefeito não tem imunidade formal em relação ao processo. Assim, não há necessidade de sujeição do processo contra o Prefeito à autorização da Câmara dos Vereadores. #APROFUNDANDO: Tal juízo de admissibilidade prévia também é exigido para a instauração de processo contra o Vice-Presidente da República (em qualquer caso) e contra os Ministros de Estado (nos crimes conexos com os do Presidente da República). 30 1 Inq. 672/DF. Rel. Min Celso de Mello, 16.04.1993. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 79 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Prerrogativa de foro: O Presidente só pode ser processado por crime comum no Supremo Tribunal Federal e por crime de responsabilidade no Senado Federal. ● Os Estados não têm competência para editar normas que condicionem a instauração de ação penal contra Governador, por crime comum, à prévia autorização da Assembleia Legislativa. Sendo assim, o STJ poderá receber a denúncia contra o Governador, instaurando a ação penal, independentemente de qualquer autorização do Poder Legislativo Estadual. 31 ● O Prefeito é processado por crime comum no Tribunal de Justiça, por crime de responsabilidade (de natureza penal) no Tribunal de Justiça; por crime de responsabilidade (natureza de infração político-administrativa), na Câmara dos Vereadores; por crime federal, no Tribunal Regional Federal e por crime eleitoral, no Tribunal Regional Eleitoral. #SELIGA : Recebida a denúncia pelo STF, o Presidente ficará suspenso do exercício da Presidência e só retornará às suas funções caso seja absolvido ao final do julgamento, ou se decorrerem mais de 180 dias sem que o julgamento tenha sido concluído. ATENÇÃO: O STF não possui competência para julgar Ação Popular em face do Presidente da República. Ela será julgada no juízo de primeiro grau. Crimes de responsabilidade: São crimes de natureza política (infrações político-administrativas). A destituição dos cargos se dará pelo processo de impeachment (impedimento). O artigo 85 da Constituição traz um rol meramente exemplificativo de crimes de responsabilidade, pois o Presidente poderá ser responsabilizado por todos o atos atentatórios à Constituição Federal, passíveis de enquadramento no referido rol. Os crimes de responsabilidade serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento (art. 85, parágrafo único da CF). A lei 1079/50, alterada pela lei 10.028/00, define os crimes de responsabilidade do Presidente da República, de Ministros do Estado, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República e outros, e regula o respectivo processo de julgamento. #SELIGA: Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. 31 ADI 4764, ADI 4797 e ADI 4798. Rel. Min. Luís Roberto Barroso. 04.05.2017. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 80 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é processado e julgado pelo Senado Federal, após juízo de admissibilidade político da Câmara dos Deputados. O julgamento terá como Presidente o Presidente do Supremo Tribunal Federal. Se a acusação for admitida pela Câmara dos Deputados (em votação nominal, por 2/3 dos seus membros), o processo será remetido ao Senado Federal, onde haverá novo juízo de admissibilidade da denúncia (por maioria simples). O Senado Federal possui, dessa forma, discricionariedade para decidir pela instauração ou não do processo contra o Presidente da República. Após a instauração do processo pelo Senado Federal, o Presidente ficará suspenso de suas funções; ele só retornará ao exercício da presidência se absolvido ou se, decorridos 180 dias, o julgamento não tiver sido concluído. A condenação do Presidente pelo Senado Federal depende do voto nominal (aberto) de 2/3 dos seus membros. Uma vez condenado por crime de responsabilidade, não haverá qualquer pena privativa de liberdade. As penalidades aplicadas serão duas: → perda do cargo e; → inabilitação, por 8 (oito) anos, para o exercício de função pública. Crime comum: Abrange todas as modalidades de infrações, alcançando os delitos eleitorais, os crimes contra a vida e até mesmo as contravenções penais. Entretanto, não há foro privilegiado para ações populares, ações civis públicas e ações por ato de improbidade administrativa movidas contrao Presidente da República. Tendo em vista que o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, §4º da CF), pode-se concluir que ele só pode ser responsabilizado por crime comum praticado durante o mandato e em razão do exercício da função. A condenação leva a aplicação do tipo penal previsto. A perda do cargo ocorre por via reflexa, em decorrência da suspensão temporária dos direitos políticos (CF. Art. 15, III). O Presidente só pode ser preso por sentença condenatória (CF. Art. 86, §3º). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 81 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. #NÃOCONFUNDA: 1) Nos crimes comuns, o Presidente ficará suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF. 2) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas funções desde a instauração do processo pelo Senado Federal. #APROFUNDANDO: RÉU EM PROCESSO-CRIME X SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL Os ocupantes da “linha sucessória” do Presidente da República, ao se tornarem réus 32 em processo penal, ficarão afastados de suas funções? Foi exatamente isso o que o STF examinou na ADPF nº 402: a) Aqueles que forem réus em processo-criminal não poderão, em hipótese alguma, exercer o ofício de Presidente da República. Não será admissível, dessa forma, que réus em ação penal efetivamente substituam o Presidente da República. b) O fato de ser réu em processo criminal não impede que o indivíduo exerça a Presidência da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do STF. PODER JUDICIÁRIO ATENÇÃO: O CNJ é um órgão interno do Poder Judiciário que não exerce jurisdição. 32 São: o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente do STF Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 82 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO Ao Poder Judiciário são conferidas garantias para assegurar a sua independência. Tais garantias dividem-se em: a) Garantias institucionais b) Garantias funcionais (dos membros ou de órgãos) Garantias institucionais São aquelas que garantem a independência do Poder Judiciário frente aos demais poderes. É crime de responsabilidade do Presidente da República atentar contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II da CF). ● Autonomia financeira: Os Tribunais devem elaborar suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais poderes na lei de diretrizes orçamentárias (CF. Art. 99, §1º). ● Autonomia administrativa: Compete aos Tribunais (CF. Art. 96, I) ● Vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, § 1º, I, CF/88). Garantias funcionais ou de órgãos São aquelas que garantem a independência e a imparcialidade dos membros do Poder Judiciário. Garantias de independência dos órgãos judiciários ● Vitaliciedade (art. 95, I da CF): É a garantia de permanência no cargo após 02 anos de exercício, ou seja, o Juiz só perderá seu cargo após decisão judicial transitada em julgado. ● Inamovibilidade (art. 95, II da CF): O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa (art. 93, VIII da CF). #SELIGA: ¹O magistrado pode negar a promoção, quando assim entender adequado. ²Ao contrário da vitaliciedade, para a inamovibilidade não há prazo para aquisição, ou seja, desde a posse do magistrado, seja no primeiro grau ou em um Tribunal, ele já poderá usufruir dessa garantia. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 83 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Irredutibilidade de vencimentos (art. 95, III da CF): O Subsídio do magistrado não pode ser reduzido, observado o artigo 37,X e XI, 39, §4º, 150, II e 153, §2º, I da Constituição Federal (está sujeito a tributação). A proteção se limita ao valor nominal dos subsídios. Garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários Aos juízes é vedado: ● Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério (art. 95, parágrafo único, I da CF). #SELIGA: O STF já decidiu que o magistrado poderá exercer “mais de uma” função de professor, o que, todavia, não poderá prejudicar os afazeres da atividade judicante. ● Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo (art. 95, parágrafo único, II da CF). ● Dedicar-se a atividades político-partidária (art. 95, parágrafo único, III da CF). ● Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei (art. 95, IV da CF). ● Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (art. 95, V da CF). Esse é o chamado “período de quarentena de saída”. ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO Órgãos do Poder Judiciário (CF. Art. 92): ● Supremo Tribunal Federal (art. 92, I da CF). ● Conselho Nacional de Justiça (art. 92, I A da CF). ● Superior Tribunal de Justiça (art. 92, II da CF) ● Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (art. 92, III da CF) ● Tribunais e Juízes do Trabalho (art. 92, IV da CF). ● Tribunais e Juízes Eleitorais (art. 92, V da CF). ● Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (art. 92, VI da CF). O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal (CF. Art. 92, §1º). Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 84 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional (CF. Art. 92, §2º). Órgãos de superposição: O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça funcionam como órgãos de superposição, pois se sobrepõem às justiças comuns e especiais (ou especializadas). Justiça Comum: ● Justiça Federal: Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (CF. Art. 106). “Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal” (CF. Art. 98, parágrafo único). ● Justiça estadual comum ou ordinária: Juízos de primeiro grau de jurisdição, incluídos os Juizados especiais e a justiça de paz . 33 Juízos de segundo grau, compostos pelos Tribunais de Justiça. Justiça especial ou especializada: ● Justiça do Trabalho: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho (art. 111 da CF). Haverá pelo menos um TRT em cada Estado e no Distrito Federal (art. 112 da CF). ● Justiça Eleitoral: Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais RegionaisEleitorais, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais (art. 118 da CF). Haverá um TRE na capital de cada Estado e no Distrito Federal (art. 120 da CF). Têm competência penal e civil. ● Justiça Militar: Superior Tribunal Militar; Tribunais Militares e Juízes Militares instituídos por lei. Só têm competência penal. 33 CF/88. “Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 85 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. QUINTO CONSTITUCIONAL A regra do quinto constitucional aplica-se ao Tribunal Regional Federal – Art. 107 I, Tribunais dos Estados , Tribunal Superior do Trabalho - Art. 111-A, I, da CF/88. Segundo esta regra, um quinto dos lugares nesses Tribunais serão compostos por membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos e efetiva atividade profissional (CF. Art. 94). Os órgãos de representação de classe dos Advogados e do Ministério Público elaborarão lista sêxtupla. O Tribunal, assim que recebida as indicações, formará a lista tríplice e a encaminhará ao Poder Executivo, que nos 20 dias subsequentes escolherá um dos três para nomeação (CF. Art. 94, parágrafo único). A regra do quinto constitucional não se aplica aos Tribunais superiores, com exceção do Tribunal Superior do Trabalho (TST). São Tribunais Superiores o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM). CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS Supremo Tribunal Federal ● Composição: 11 Ministros (art. 101 da CF). Há 5 ministros na 1a turma, 5 na 2a e um Presidente. #DICA: A dica é a frase “Somos Todos do Futebol”, com as iniciais da Corte Máxima. Quantos jogadores tem cada time? 11. ● Investidura (art. 101, parágrafo único da CF): O Presidente da República escolhe e indica o candidato, devendo ser aprovado por maioria absoluta no Senado Federal (CF. Art. 52, III, “a”). Após aprovação pelo Senado, será nomeado pelo Presidente da República (CF. Art. 84, XV). ● A posse será dada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e acarretará a vitaliciedade. ● Requisitos: a) administrativo: ser indicado pelo Presidente da República e obter, posteriormente, aprovação, após sabatina, pela maioria absoluta do Senado Federal; b) civil: ter mais de 35 e menos de 65 anos; c) político: estar em pleno gozo dos direitos políticos; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 86 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. d) jurídico: ser brasileiro nato e possuir notável saber jurídico e; e) moral: possuir reputação ilibada. #SELIGA: Só podem ser Ministros do STF brasileiros natos. Dentre as competências do STF, que estão dispostas taxativamente no art. 102, da CF/88 e deve ser lido na íntegra,o mais importante é que você saiba o que está disposto na tabela a seguir: Autoridade Crime Comum Crime de Responsabilidade Presidente da República STF Senado Vice-Presidente da República STF Senado Deputados Federais e Senadores STF - Ministros do STF STF Senado Membros do CNJ e CNMP Conforme sua origem Senado Procurador-Geral da República STF Senado Ministros de Estado STF STF (se o crime for conexo com o do Presidente, será o Senado Federal) AGU STF Senado Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica STF STF (se o crime for conexo com o do Presidente, será o Senado Federal) Ministros dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) STF STF Ministros do TCU STF STF Chefes de missão diplomática STF STF Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 87 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Conselho Nacional de Justiça O CNJ é o órgão de controle interno do Poder Judiciário, possuindo atribuições de caráter exclusivamente administrativo. Nesse sentido, o CNJ não exerce função jurisdicional. Sua atuação se dirige para o controle da atuação do Poder Judiciário e dos juízes. Composição: Conforme o art. 103-B da Constituição Federal de 1988, o Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: ● O Presidente do Supremo Tribunal Federal; ● Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; ● Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; ● Um Desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; ● Um Juiz Estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; ● Um Juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; ● Um Juiz Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; ● Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; ● Um Juiz do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; ● Um Membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; ● Um Membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; ● Dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; ● Dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. O Presidente do Supremo Tribunal Federal exercerá a presidência do Conselho e votará em caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal (CF. Art. 103 B, §1º). Nas suas ausências e impedimentos, exercerá o cargo de Presidente o Vice-Presidente do Supremo. ATENÇÃO: Observe que o Vice-Presidente do STF não é membro do CNJ. Todavia, ele irá presidir o Conselho nas ausências e impedimentos do Presidente do STF. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 88mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (CF. Art. 103B, § 2º). O Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal. O Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da OAB vão oficiar junto ao órgão, funcionando como uma espécie de custos legis dentro das atribuições do Conselho. Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal (art. 103-B, § 3º da CF). DICA: Para memorizar o número de membros do CNJ, lembre-se da frase “Coroa na Jovem”. Pense numa moça de 15 anos, sendo coroada em sua festa. Superior Tribunal de Justiça Composição: no mínimo 33 Ministros, sendo composto por: (CF. Art. 104) DICA: Para decorar o nœmero de membros do STJ, utilize a frase: Somos Todos de Jesus, lembrando-se de que Cristo morreu com 33 anos. Ministros do STJ (mínimo 33) ● ⅓ de juízes dos TRF’s ● ⅓ de desembargadores dos TJ estaduais ● ⅓ dividido assim: a) ⅙ advogados b) ⅙ membros do Ministério Público Federal, dos Ministérios Públicos Estaduais e do Distrito Federal Requisitos: ● Idade entre 35 e 65 anos; ● Brasileiro nato ou naturalizado; ● Notável saber jurídico e reputação ilibada. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 89 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. #NÃOCONFUNDA: Observe que o STJ não obedece a regra do ⅕ Constitucional, na medida em que ⅓ dos seus membros advém da advocacia e do Ministério Público. Dentre as competências do STJ, que estão dispostas taxativamente no art. 105, da CF/88 e deve ser lido na íntegra,o mais importante é que você saiba o que está disposto na tabela a seguir: Autoridade Crime Comum Crime de Responsabilidade Governador STJ Tribunal Especial Desembargadores dos TJ’s STJ STJ Membros dos TCE’s STJ STJ Membros dos TRF’s, TRE’s e TRT’s STJ STJ Membros dos TCM’s STJ STJ Membros do MPU que oficiem perante tribunais STJ STJ Justiça Trabalhista ● Tribunal Superior do Trabalho: 27 membros (CF. Art. 111) ● Tribunais Regionais do Trabalho: 07 membros (CF. Art. 115) 34 Tribunais Regionais Federais: (CF. Art. 107) ● Mínimo de 07 membros, entre 30 e 65 anos, sendo: a) 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do MPF com mais de dez anos de carreira; b) 4/5 (quatro quintos), mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. ● Sua competência está disposta no art. 108, da CF/88. Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da 34 Mesmas regras da Justiça Federal. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 90 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos comunitários (CF. Art. 107, §2º). Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo (CF. Art. 107, §3º). Justiça Eleitoral Tribunal Superior Eleitoral. (CF. Art. 119) A Constituição somente exige requisitos para os dois juízes pertencentes a advocacia. O Presidente e Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral serão eleitos pelo TSE dentre os Ministros do STF. O Corregedor eleitoral do TSE será eleito pelo TSE, dentre os Ministros do STJ (art. 119, parágrafo único da CF). Tribunais Regionais Eleitorais. (CF. Art. 120) Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 91 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. O Presidente e Vice-Presidente do TRE serão eleitos pelo TRE dentre os Desembargadores. Justiça Militar Superior Tribunal Militar: (CF. Art. 123) O Superior Tribunal Militar (STM) é composto de 15 (quinze) Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da Repœblica, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo: ● 03 dentre oficiais-generais da Marinha, da ativa e do posto mais elevado da carreira; ● 04 dentre oficiais-generais do Exército, da ativa e do posto mais elevado da carreira; ● 03 dentre oficiais-generais da Aeronáutica, da ativa e do posto mais elevado da carreira, e; ● 05 dentre civis, escolhidos pelo Presidente da Repœblica dentre brasileiros maiores de 35 (trinta e cinco) anos, sendo: - 3 dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; - 2 (dois), por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do MP da Justiça Militar. Segundo o art. 124, CF/88, compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Esses crimes são os previstos no Código Penal Militar. COMPETÊNCIAS a) Supremo Tribunal Federal (CF. Art. 102, I a III) b) Conselho Nacional de Justiça (CF. Art. 103B, § 4º) c) Superior Tribunal de Justiça (CF. Art. 105, I) d) Justiça Federal (CF. Art. 108, I, II e Art. 109, I a XI) e) Justiça do Trabalho (CF. Art. 111ª e Art. 114) ● Justiça Eleitoral (CF. Art. 121) ● Justiça Militar (CF. Art. 123 e 124) ● Tribunais e Juízes dos Estados (CF. Art. 125) Os Estados organizarão sua justiça, observando os princípios estabelecidos na Constituição. esta Constituição. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 92 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Compete à Justiça estadual tudo o que não for de competência das Justiças especiais ou especializadas, nem da Justiça Federal. Ou seja, sua competência é residual. RESERVA DE PLENÁRIO O Art. 97 da CF/88 trata de reserva de plenário que foi confirmada e estabelecida na Súmula Vinculante 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF , art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.” Um tribunal ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou um ato normativo do poder público deve se manifestar por maioria absoluta dos seus membros. Sugestão: Ler as súmulas vinculantes ● 10: reserva de plenário. ● 11: uso de algemas. ● 14: acesso do advogado aos autos de investigação do cliente. ● 25: depositário infiel. Efeito vinculante: significa que deve ser obedecido por todo o poder judiciário; toda administração pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal. De acordo com o STF, o próprio STF e o Poder Legislativo não precisam obedecer à súmula vinculante na sua função típica. Porém, nos demais casos, descumprida a súmulavinculante, cabe reclamação no STF. 10. AÇÕES CONSTITUCIONAIS São mecanismos para restabelecer direitos ameaçados ou que foram violados. Estes direitos estão previstos na Constituição Federal, dentro do Capítulo relativo aos Direitos e Garantias Fundamentais. São, por assim dizer, meios postos à disposição dos indivíduos e dos cidadãos para provocar a intervenção das autoridades competentes visando corrigir ilegalidade ou abuso de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 93 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/872507/artigo-97-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. São considerados remédios constitucionais: ● Direito de petição; ● Habeas corpus; ● Mandado de Segurança; ● Mandado de Injunção; ● Habeas Data; ● Ação Popular. Direito de Petição (CF. Art. 5º, XXXIV) Garante tanto o direito petição, quanto o direito à obtenção de certidões . → O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder. → Já o direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de situações de interesse pessoal. Ele não serve para esclarecimento de interesse de terceiros. → Ambos são gratuitos; → Não tem formalismos e não precisa de advogado. → Tem caráter administrativo. #SELIGA: O remédio constitucional para garantia desses direitos é o Mandado de Segurança e não o Habeas Data (as provas costumam fazer essa troca) Habeas corpus (CF. Art. 5º, LXVIII e art. 647 CPP). Visa a proteção do direito de ir e vir do indivíduo (locomoção). A seguir informações importantes acerca desse remédio constitucional: → Para ingressar com Habeas Corpus não é necessário de advogado, e é possível a liminar mesmo não havendo previsão legal. → Pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública (legitimidade universal); → Só pode ser impetrado em favor de pessoa física ; 35 → A natureza jurídica é de uma ação penal não condenatória de natureza constitucional. → O Habeas Corpus é uma ação constitucional gratuita e prioridade sobre todas as demais ações, inclusive as eleitorais. 35 Já viu pessoa jurídica (“empresa”) se locomovendo? Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 94 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. → É cabível “habeas corpus” mesmo quando a ofensa ao direito de locomoção seja indireta, ou seja, quando do ato impugnado possa resultar procedimento que, ao final, termine em detenção ou reclusão da pessoa; Há duas espécies de habeas corpus: a) Habeas Corpus preventivo: é aquele que é usado antes do ato constritivo, ou seja, antes da instauração de inquérito, antes da prisão etc. Ameaça. Pede-se um "salvo conduto" para o juiz (decisão judicial). Exemplo: ameaçar prender alguém por um tipo penal que não existe. b) Habeas Corpus repressivo ou liberatório: é quando o indivíduo está preso ilegalmente. Pede-se o alvará de soltura. Ou, quando existe mandado de prisão em aberto – juiz expediu, mas a pessoa ainda não foi presa. Neste caso, pede-se o contra mandado, ou seja, a revogação da prisão. Ex: uma pessoa está presa além do tempo. Neste caso, é possível liminar, mesmo não havendo previsão legal. IMPORTANTE - Jurisprudência: Súmula 693 do STF: “Não cabe 'habeas corpus' contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” Súmula 643 do STF: Não cabe “habeas corpus” para impugnar pena de multa ou relativa a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Súmula 694 do STF: “Não cabe 'habeas corpus' contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.” Súmula 695 do STF: “Não cabe 'habeas corpus' quando já extinta a pena privativa de liberdade.” → Cabe Habeas Corpus para impugnar medidas cautelares diversas da prisão, as quais estão relacionadas no art. 319, do CPP; 36 → O Habeas Corpus pode ser concedido de ofício pelo juiz 37 → Cabe habeas corpus para questionar medidas de proteção à mulher previstas na Lei Maria da Penha; 38 → Não pode ser utilizado como meio de dilação probatória; 39 36 HC 147426/AP e HC 147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 18.12.2017 37 STF, HC 69.172-2/RJ, DJ, 1, de 28.08.1992 38 HC no 298.499/AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, DJ 09.12.2015. 39 STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 95 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. → o STF admite que seja impetrado Habeas Corpus Coletivo ; 40 → Não cabe “habeas corpus” para discutir o mérito de punições disciplinares militares (art. 142, § 2º, CF) mas é cabível, segundo o STF, para discutir a sua legalidade. → Não cabe “habeas corpus” para se pleitear o direito à visitas íntimas. 41 DICA: Não caberá Habeas Corpus quando a liberdade de locomoção não esteja ameaçada (multa, penas disciplinares, processos ou inquérito que não levem a pena privativa de liberdade, etc). #LEMBRAR: Em caso de estado de defesa (art. 136, CF/88) ou estado de sítio (art. 139, CF/88), o âmbito do “habeas corpus” poderá ser restringido. Contudo, jamais poderá ser suprimido. Segue tabela com os principais pontos acerca dessa ação constitucional: Habeas Corpus Caráter preventivo ou repressivo Sim Finalidade Proteger a liberdade de locomoção Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica Legitimados passivos Autoridade pública e pessoa privada Natureza Penal Isenção de custas Sim Medida liminar Possível, com pressupostos "fumus boni juris" e "periculum in mora" Observações Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de locomoção. Por isso, não cabe "habeas corpus" para impugná-las 40 Foi esse o entendimento do STF ao analisar habeas corpus coletivo impetrado pela Defensoria Pública em favor de mulheres grávidas e mães de crianças que estão cumprindo prisão preventiva. (HC 143.641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julgamento: 20.02.2018. ) 41 HC 138286, Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento: 05.12.2017. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 96 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Habeas Data (CF. Art. 5º, LXXII e Lei 9.507/97) Conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; ● Visa ter acesso às informações ou retificar dados da pessoa do impetrante que estão em um órgão público ou de caráter público. ● Poderá ser ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileira ou estrangeira. ● Trata-se de ação personalíssima, que não poderá ser usada para garantir acesso a informações de terceiros. 42 ● É uma ação gratuita. ● Exige a atuação do advogado (ao contrário do habeas corpus) ● Os processos de “habeas data” terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança; #SELIGA: O habeas data não é instrumento adequado para que se possa ter acesso aos autos de processo administrativo. O remédio constitucional que deverá ser usado com essa finalidade é o mandado de segurança. Tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos (pessoas físicas ou jurídicas), possibilitando a obtenção e a retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público. Exemplo: SPC, Serasa. Antes de impetrar, é necessário esgotar a via administrativa, trata-se, assim, de uma hipótese de jurisdição condicionada. Segue tabela com os principais pontos acerca dessa ação constitucional: Habeas Data Finalidade Proteger direito relativo à informação e 42 Excepcionalmente, o cônjuge supérstite (sobrevivente) tem legitimidade para impetrar habeas data em defesa do interesse do falecido. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 97 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. retificação sobre a pessoa do impetrante constante de registros ou bancos de dados Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira Legitimados passivos Entidades governamentais ou pessoas jurídicas de caráter público que tenham registros ou bancos de dados, ou, ainda, pessoas jurídicas de direito privado detentoras de banco de dados ou caráter público Natureza Civil Isento de custas Sim Medida liminar Não Observações Destina-se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante da negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a decadência ou prescrição Mandado de segurança individual (CF. Art. 5 LXIX, e Lei 12.016/09) O mandado de segurança é ação judicial, de rito sumário especial, própria para proteger direito líquido e certo de pessoa física ou jurídica, não protegido por “habeas corpus” ou “habeas data”,que tenha sido violado por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exercício de atribuição do Poder Público. ● Não admite dilação probatória; ● Súmula 625 do STF : “controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança”; ● É cabível contra atos discricionários ou contra atos vinculados; ● Legitimados ativos: a) Todas as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 98 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. b) As universalidades (que não chegam a ser pessoas jurídicas) reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual para a defesa de seus direitos, como a massa falida e o espólio, por exemplo; c) Alguns órgãos públicos (órgãos de grau superior), na defesa de suas prerrogativas e atribuições; d) O Ministério Público. ● Prazo decadencial de 120 dias, a partir da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado. #SELIGA: Caso o indivíduo perca esse prazo, poderá ingressar com uma ação pelo rito comum. ● Reexame necessário: Caso a segurança seja concedida, estará sujeito a duplo grau de jurisdição ; ● Via de regra cabe liminar, desde que comprovado fumus boni iuris e periculum in mora; ● O impetrante poderá desistir dessa ação constitucional a qualquer tempo, ainda que proferida decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência da parte contrária; ● Não cabe MS: a) contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; b) contra ato administrativo do qual caiba recurso com efeito suspensivo. #SELIGA: A Súmula nº 429/STF dispõe que “a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão de autoridade”. c) contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos; d) contra decisão judicial transitada em julgado; e) em regra, contra decisões jurisdicionais do STF, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros; ● Não é gratuito; ● Não há condenação ao pagamento dos honorários advocatícios(ônus de sucumbência; ● Pode ser usado de maneira preventiva ou repressiva. Natureza Jurídica: é uma Ação de Natureza Residual em relação ao habeas data e ao habeas corpus. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 99 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. À semelhança dos demais remédios constitucionais, o Mandado de Segurança possui natureza dúplice, ou seja, é uma Ação Constitucional e no plano infraconstitucional é uma Ação Civil de Rito Sumário. Vale ressaltar que o Mandado de Segurança tem prioridade sobre as ações, com exceção do Habeas Corpus e as Ações Eleitorais. É impetrado contra abuso cometido por uma autoridade pública ou alguém investido de tal autoridade. Mandado de segurança coletivo (CF. Art. 5º, LXX e Art. 21 da Lei n. 12.016/09) É utilizado para tutela de direitos coletivos e individuais homogêneos contra ato, omissão ou abuso de poder por parte de autoridade. Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; #SELIGA: a exigência de um ano de constituição e funcionamento da alínea “b” aplica-se apenas às associações. ATENÇÃO: a Defensoria Pública não pode impetrar mandado de segurança coletivo, não caia nessa pegadinha da banca! ● Não cabe mandado de segurança coletivo para proteger direitos difusos; ● Aqui aplica-se o instituto da substituição processual. Mandado de injunção (CF. Art. 5º, LXXI e Lei 13.300/2016) Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; #ENTENDA: Será impetrado quando existir uma norma constitucional de eficácia limitada ainda não regulamentada impedindo o exercício de um direito em caso concreto. ● O Mandado de Injunção não dispensa o Advogado e custas. ● Tem por objetivo solucionar um caso concreto, desde que existam: Rua Lauro Linhares, 2055,sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 100 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional programática propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) Nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania; c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora (retardamento abusivo na regulamentação legislativa). ● Falta de norma regulamentadora de qualquer direito ou liberdade constitucional - inconstitucionalidade por omissão. ● Pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, que se veja impossibilitada de exercer direito constitucional por falta de norma regulamentadora; #NÃOESQUEÇA: Não cabe mandado de injunção: a) Se já houver norma regulamentadora; b) Se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional; c) Se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso Nacional; e d) Se não houver obrigatoriedade de regulamentação. #APROFUNDANDO: É cabível a impetração de mandado de injunção coletivo, por previsão expressa na Lei nº 13.300/2016, tendo legitimidade ativa para tanto: a) Ministério Público: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis. b) Defensoria Pública: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados. c) Partido político com representação no Congresso Nacional: para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária. d) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano: para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 101 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Segue tabela com os principais pontos acerca dessa ação constitucional: Mandado de Injunção Finalidade Suprir a falta de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira Legitimados passivos Autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei Natureza Civil Isento de custas Não Medida liminar Não Observações Pressupostos para cabimento: a) falta de regulamentação de norma constitucional programática propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania e c) o decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora Ação popular (CF. Art. 5º, LXXIII e Lei 4.717/65) Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 102 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Objetiva proteger patrimônio público histórico e cultural, meio ambiente e moralidade administrativa. ● Só cidadão pode propor. Se um cidadão abandonar a ação, outro poderá assumir – não havendo cidadão interessado, o Ministério Público irá assumir a ação. ● Pode ser usada de maneira preventiva ou repressiva; ● Normalmente, quando cai, tem a ver com patrimônio público. Não tem foro de prerrogativa de função em ação popular. ● O Ministério Público não pode propor tal ação, mas pode assumir o andamento e dar execução da decisão como sucessor (caso o cidadão abandone a ação) ou como substituto (caso o cidadão seja omisso ou não seja diligente no decorrer da ação); ● Não tem foro de prerrogativa de função; ● Não faz coisa julgada a ação popular por falta de provas. ● Reexame necessário: quando uma sentença julgar improcedente ação popular, ela estará sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdição; ● Salvo comprovada má fé, o cidadão é isento de pagar custas judiciais e do ônus da sucumbência. 11. ORDEM FINANCEIRA E ECONÔMICA Encontra-se prevista nos arts. 170 a 192, da CF/88. Esse é um assunto que vem crescendo a incidência nas provas do Exame da Ordem. Serão aqui apresentados pontualmente os temas que tem o perfil da prova, recomendando-se que o aluno leia os supracitados artigos. Nos termos do art. 170, da CF/88 a ordem econômica e financeira é fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. Devem ser observados os seguintes princípios: → Soberania nacional; → Propriedade privada; → Função social da propriedade; #SELIGA: O desrespeito à função social da propriedade pode gerar a desapropriação sanção. Essa pode ocorrer tanto em imóveis urbanos, quanto em imóveis rurais. Com objetivo de sistematizar o conteúdo que cai em prova, segue tabela com as características principais dessa modalidade de desapropriação: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 103 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Desapropriação sanção: Urbana Rural² Previsão constitucional §4º, do art. 182, da CF/88 Art. 184, da CF/88 Quem poderá realizar O município A União Quando poderá ocorrer Em caso de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, após a aplicação sucessiva das demais sanções previstas¹. Será realizada para fins de reforma agrária, em propriedades rurais que não estejam cumprindo sua função social. Forma de pagamento Mediante títulos da dívida pública, com prazo de até 10 anos. Mediante títulos da dívida agrária, com prazo de até 20 anos, resgatável a partir do segundo ano de sua emissão. #SELIGA: ¹A aplicação das sanções deve obedecer a seguinte ordem: → Parcelamento ou edificação compulsórios; → IPTU progressivo; → Desapropriação, no termos do previsto na tabela. ² Em relação a modalidade rural, o candidato deve saber também que: I) Conforme prevê o inciso I, do art. 184, da CF/88, as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro (via precatório); II) São isentas (na prática, imunes) de impostos as operações de transferência de imóveisdesapropriados para fins de reforma agrária, conforme dispõe o §5º, do art. 184, da CF/88. → Livre concorrência; Aqui vale destacar a importância da Súmula vinculante nº 49, que estatui o seguinte: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. → Defesa do consumidor; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 104 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. O princípio da defesa do consumidor se relaciona com as seguintes decisões do STF: I) Sobre o contrato de transporte aéreo internacional de passageiros: O STF julgou em favor da manutenção dos dispositivos do tratado de Montreal, que limita o valor das indenizações a serem pagas para pessoas lesadas durante o transporte aéreo internacional. Logo, nos termos do art. 178 da Constituição Federal, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. II) Sobre as instituições financeiras e consórcios: O STF decidiu que o Código de Defesa do Consumidor é aplicável a todas as instituições financeiras (bancos) e a consórcios. → Defesa do meio ambiente O STF, ao julgar a ADPF 101, vedou a importação de pneus usados, a fim de preservar o meio ambiente. #SELIGA: Deve ocorrer tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; → Redução das desigualdades regionais e sociais; → Busca do pleno emprego; → Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Aqui vale destacar dois entendimentos importantes do STF: I) A Lei do Simples e Supersimples: A Lei do Simples e Supersimples foi reconhecida como constitucional pelo STF; II) O STF considerou legítimo que o governo também declarasse protestos de Certidões de Dívida Ativa (CDA) como instrumento de cobrança. Livre iniciativa Ademais, o parágrafo único, do art. 170, da CF/88 estabelece o princípio da livre iniciativa como regra, só cabendo a necessidade de autorização de órgãos públicos nos casos previstos em lei. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 105 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4040813 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1990517 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2416537 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Acerca desse princípio, saiba que: I) O STF, por meio da ADI, confirmou a constitucionalidade da norma, que estabelecia a gratuidade para as pessoas com deficiência (ADI 2649) e idosos (ADI 3768). II) É vedada a cobrança de valor maior na mensalidade de estudante com deficiência, conforme prevê o §1º, do art. 28, do Estatuto da Pessoa com Deficiência. Intervenção do Estado no Domínio Econômico A intervenção poderá ser: a) Direta A exploração direta de atividade econômica pelo Estado, conforme prevê o art. 173, da CF/88, só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. b) Indireta A intervenção indireta é a regra e ocorre quando o Estado age como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercendo, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado, conforme prevê o art. 147, da CF/88. ATENÇÃO: A lei deve garantir apoio e estímulo ao cooperativismo e ao associativismo, nos termos do §1º, do art. 174, da CF/88. c) Intervenção Mediante Concessões e Permissões Está prevista no art. 175, da CF/88. Aqui, deve o candidato saber que, no RE n. 591.874, restou definido que a responsabilidade civil dos concessionários, permissionários prestadores de serviços públicos é objetiva em relação a usuários e a terceiros não-usuários. d) Monopólio da União Aqui é suficiente que você saiba as hipóteses em que deve ocorrer monopólio. Essas estão previstas no art. 177, da CF/88: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 106 http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2635450&numeroProcesso=591874&classeProcesso=RE&numeroTema=130 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. Política Urbana Conforme prevê o §1º, do art. 182, da CF/88, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, só é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes. Usucapião Outro tema já abordado pelo Exame da Ordem foram as modalidades de Usucapião previstas nesta parte da a CF/88. São elas a usucapião especial urbana e a usucapião especial rural. Com objetivo de sistematizar os conteúdo segue tabela com as principais características de cada uma dessas modalidades: Usucapião especial: Urbana Rural Previsão constitucional Art. 183, da CF/88 Art. 191, da CF/88 Limite territorial Propriedade de até 250 m² Propriedade de até 50 hac. Lapso temporal 05 anos ininterruptos e sem qualquer oposição. 05 anos ininterruptos e sem qualquer oposição. Demais requisitos -Tem de ser usada para -Tem de ser produtiva por Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 107 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. moradia própria e de sua família. - Não pode ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano seu trabalho ou de sua família; -Deve ser utilizada para sua moradia; - Não pode ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano. #SELIGA: ¹Quanto ao usucapião especial urbano, a CF/88, em seu §2º, do art. 183 prevê que esse direito só poderá ser reconhecido uma única vez. ² Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião, ou seja, são imprescritíveis. NACIONALIDADE A nacionalidade é o vínculo jurídico-político entre o Estado soberano e o indivíduo, que tornaeste um membro integrante da comunidade que constitui o Estado. #SELIGA: Não confunda com cidadania, que é um atributo que diferencia aqueles que possuem pleno gozo dos direitos políticos daqueles que não possuem esse direito. ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE Pode ser dos seguintes tipos: A nacionalidade originária pode ser estabelecida tanto pela origem sanguínea da pessoa (“jus sanguinis”) quanto pela origem territorial (“jus soli”). O Brasil adota os dois métodos, sendo em sua maioria utilizado o jus soli. Tanto a definição de brasileiros natos, quanto de brasileiros naturalizados estão dispostas no art. 12, da CF/88, que será esquematizado a seguir: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 108 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Brasileiro natos Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (critério "jus soli") Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil (critério "jus sanguinis") Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (nacionalidade potestativa) Brasileiros naturalizados Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (naturalização ordinária - concessão é ato discricionário do Presidente da República) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária - concessão é direito subjetivo do interessado) → A concessão da naturalização ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo. #SELIGA: Segundo o STF, o reconhecimento da naturalização extraordinária pelo Poder Executivo gera efeitos declaratórios (e não constitutivos), retroagindo à data de apresentação do requerimento. Assim, o requerimento da naturalização extraordinária seria suficiente para viabilizar a posse no cargo público. 43 43 RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 109 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL No caso do português, conforme dispõe o §1º, do art. 12, da CF/88, são estabelecidas condições favoráveis , uma vez que receberão tratamento igual ao de um brasileiro naturalizado. Segundo a doutrina, trata-se de uma situação de “quase-nacionalidade”. → é necessário o cumprimento de dois requisitos: a) os portugueses deverão ter residência permanente no Brasil; b) deverá haver reciprocidade de tratamento em favor dos brasileiros, ou seja, Portugal deverá conferir os mesmos direitos aos brasileiros que lá residam. CONDIÇÃO DE NACIONALIZADO Os brasileiros natos e os brasileiros naturalizados devem ser tratados com isonomia, Somente podendo haver discriminação entre um e outro nos casos previstos na própria Constituição. A principal diferenciação estabelecida pela CF/88 entre brasileiros natos e naturalizados, é a restrição de determinados cargos apenas a brasileiros natos. Tal restrição, encontra-se prevista, em rol taxativo no §3º, do art. 12, da CF/88. Sendo assim, só serão exercidos por brasileiros natos os cargos de: ● Presidente e Vice-Presidente da Repœblica; ● de Presidente da Câmara dos Deputados; ● Presidente do Senado Federal; ● Ministro do Supremo Tribunal Federal; ● carreira diplomática; ● oficial das Forças Armadas; ● Ministro de Estado da Defesa. #PRESTEATENÇÃO: 1) O Senador ou Deputado Federal não precisa ser brasileiro nato. Apenas devem ser brasileiros natos o Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do Senado Federal. 2) O único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é o Ministro da Defesa. 3) Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos privativos de brasileiro nato. PERDA DA NACIONALIDADE Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 110 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Os casos em que poderá ocorrer a perda da nacionalidade estão elencados no §4º, do art. 12, da CF/88. São eles: a) Cancelamento de naturalização: → ocorrerá por sentença judicial e, consequentemente, a nacionalidade só poderá ser readquirida por ação rescisória. → só ocorre com brasileiros naturalizados. b) Aquisição de outra nacionalidade: → ocorre com brasileiros natos ou naturalizados; → a reaquisição de nacionalidade brasileira nesse caso será feita mediante decreto do Presidente da República. Todavia, não ocorrerá a perda nos seguintes casos: a) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. #PRESTEATENÇÃO: No MS 33.864/DF, o STF apreciou um caso inédito! Uma brasileira nata havia se naturalizado norte-americana mesmo já possuindo o green card (que lhe assegurava o direito de moradia e trabalho legal nos EUA), o que resultou na perda da nacionalidade brasileira mediante Portaria do Ministério da Justiça. Os EUA pleitearam a extradição dessa mulher, uma vez ela estava sendo acusada de assassinar seu ex-marido. Ela, então, ingressou com mandado de segurança pedindo a revogação da Portaria do Ministério da Justiça. Argumentou que a obtenção da nacionalidade norte-americana tinha como objetivo o pleno gozo de direitos civis, inclusive o de moradia. O STF denegou o mandado de segurança, reconhecendo a possibilidade de extradição. #RESUMINDO: Com esse entendimento do STF, pode-se afirmar que é possível a extradição daquele que perdeu a condição de brasileiro nato pela aquisição de outra nacionalidade. DIREITOS POLÍTICOS Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 111 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Os direitos políticos são aqueles que garantem a participação do povo no processo de condução da vida política nacional. A doutrina afirma que são os direitos que viabilizam o exercício da cidadania. DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS (CF/88, art. 14, I,II,III) → Estão relacionados à participação ativa dos indivíduos na vida política do Estado. São direitos relacionados ao exercício do sufrágio. São eles: a) plebiscito → , a consulta se dá previamente à edição do ato legislativo ou administrativo; b) referendo→ a consulta popular ocorre posteriormente à edição do ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo ratificar (confirmar)ou rejeitar o ato; e c) iniciativa popular #SELIGA: . O voto é o instrumento para o exercício do sufrágio. → Direito de sufrágio é a capacidade de votar e de ser votado, ou seja: A CF/88 estabelece que o voto deve ser direto, secreto, universal, periódico , obrigatório e com igual valor para todos; #SELIGA: A única dessas características que não é cláusula pétrea é a obrigatoriedade de voto, podendo, portanto, ser abolida por emenda constitucional. Capacidade eleitoral ativa: é a capacidade de votar, portanto, depende do alistamento eleitoral. → O alistamento eleitoral e o voto podem ser (§§1º e 2º, do art. 14, da CF/88): Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 112 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ALISTAMENTO E VOTO Obrigatórios ● Maiores de 18 anos Facultativos ● Analfabetos; ● Maiores de setenta anos; ● Maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Vedados ● Estrangeiros; ● Durante o serviço militar obrigatório, conscritos. Capacidade eleitoral passiva: é a capacidade de ser votado, dependendo do preenchimentos das condições de elegibilidade, que estão previstas no §3º, do art. 14, da CF/88 e devem ser preenchidas cumulativamente: #DICA: Lembre do mnemônico PAN FID. #SELIGA: não se admite a candidatura avulsa, aquela candidatura desvinculada de partido político. → A idade mínima só precisa ser comprovada na data da posse. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS São normas que limitam o exercício do sufrágio. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 113 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. I) Inexigibilidades (§4º e seguintes, do art. 14, da CF/88: → Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva, sendo subdividida em : Serão feitas observações acercas das inelegibilidades mais recorrentes em prova: Inelegibilidade reflexa - Leva esse nome porque ela resulta do fato de que uma pessoa, ao ocupar um cargo de Chefe do Poder Executivo, afeta a elegibilidade de terceiros (seu cônjuge, parentes e afins até o 2º grau). Atenção! somente são afetados por essa hipótese de inelegibilidade o cônjuge, parentes e afins de titular de cargo de Chefe do Poder Executivo. - Alcança somente o território de jurisdição do titular do cargo do Poder Executivo -Segundo o STF, a inelegibilidade reflexa alcança também aqueles que tenham constituído união estável com o Chefe do Poder Executivo, inclusive no caso de uniões homoafetivas. Tem-se a seguinte súmula sobre o tema: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 114 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Súmula vinculante nº 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da Constituição Federal”. ATENÇÃO: A inelegibilidade reflexa não se aplica em caso de falecimento do cônjuge, ainda que este tenha exercido o mandato por dois períodos consecutivos, ou seja, nesse caso não incidirá a supracitada súmula. #SELIGA: Caso um município seja desmembrado, o parente do prefeito do “município-mãe” é afetado pela inelegibilidade reflexa quanto ao “município-filho”, não podendo candidatar-se à Prefeitura deste, por exemplo. - A inelegibilidade reflexa não se aplica caso o cônjuge, parente ou afim já possua mandato eletivo. Inelegibilidade relativa à condição de militar Lembrar! A Constituição prevê, em seu §9º, do art. 14, que lei complementar nacional poderá criar outras hipóteses de inelegibilidade relativa. Perda e Suspensão dos direitos políticos Estão dispostas no art. 15, da CF/88 e esquematizadas a seguir: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 115 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. DIREITOS SOCIAIS (Arts. 6º-11) Trata-se de direitos fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma obrigação de fazer, uma obrigação de prestar em favor dos indivíduos, visando concretizar a igualdade material. #SELIGA: Os últimos direitos a serem incluídos foram moradia (EC nº 26/2000), transporte (EC nº 90/2015) e alimentação ( EC nº 64/2010). → O STF entende que trata-se de rol exemplificativo. 44 44 STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 116 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. Concretização dos Direitos Sociais - Deve ser analisado sob a óptica dos seguintes princípios: 1) O princípio do mínimo existencial Entende-se como mínimo existencial o grupo de prestações essenciais que deve ser fornecido ao ser humano para que ele tenha uma existência digna. Segundo o STF, o mínimo existencial é uma limitação à cláusula da reserva do possível, que só pode ser arguida após a garantia, pelo Estado, do mínimo existencial. Com objetivo de garantir esse direito, vem surgindo diversas demandas no Poder Judiciário, principalmente afetas ao direito à saúde (medicamentos, cirurgias, etc). Acerca desse tema é importante que o candidato leve para provas os seguintes entendimentos: a) Segundo o STF, o direito à saúde (art. 196) é um direito público subjetivo, assegurado à generalidade das pessoas, que conduz o indivíduo e o Estado a uma relação jurídica obrigacional. b) O STJ considera que o juiz pode determinar o bloqueio e o sequestro de verbas públicas como forma de garantir o fornecimento de medicamentos pelo Poder Público. 45 c) O STF decidiu que a Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de medicamento utilizado no combate a doença grave. 46 #SELIGA: O Poder Judiciário pode determinar à Administração Pública que execute obras emergenciais em estabelecimentos prisionais (presídios) a fim de proteger os direitos fundamentais dos detentos, assegurando-lhes o respeito à sua integridade física e moral 47 . → A saúde, integra a seguridade social e, consequentemente, é obrigação comum de todos os entes (União, Estado, Municípios e DF). A seguir, importante decisão do STF que pode ser cobrada tanto na parte de Direito Constitucional, quanto na matéria de Processo Civil: Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado-membro, não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenas 45 REsp 1.069.810/RS. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 23.10.2013. 46 RE 429.903/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 25.06.2014 47 RE 592.581/RS. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 13.08.2015. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 117 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional |4ª ed. iria protelar a solução da causa. STJ. 1a Seção. REsp 1.203.244-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 9/4/2014 (recurso repetitivo). 2) Princípio da Reserva do Possível É preciso ter em mente que a concretização dos direitos sociais depende, em larga escala, de gastos estatais. A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais, todavia, não basta alegar que não possui recursos financeiros, sendo necessário fazer prova dessa insuficiência financeira. A seguir, tabela resumindo esse princípio: 3) Princípio da vedação ao retrocesso. Tal princípio também é conhecido como “efeito cliquet”, o princípio da vedação ao retrocesso tem por objetivo evitar que as conquistas sociais já alcançadas pelo cidadão sejam desconstituídas. Segundo Canotilho, baseado no princípio do não retrocesso social, os direitos sociais, uma vez tendo sido previstos, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo. OS DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADORES (ART. 7º) Aqui, são enumerados os direitos dos trabalhadores e será devidamente tratado no material de Direito do Trabalho. Recomendamos uma leitura atenta desse artigo, pois ele costuma ser cobrado em sua literalidade. OS DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS TRABALHADORES (ART. 8º ao 11) Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 118 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. A associação sindical ou profissional é livre, não sendo necessária qualquer autorização (legal ou administrativa) para a criação de sindicatos, todavia, a fundação de sindicato necessita de registro em órgão competente. Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores são regidos pelos seguintes princípios: → Princípio da autonomia sindical (inciso I, do art, 8º, da CF/88): é vedada a interferência do Poder Público nos sindicatos. → Princípio da unicidade sindical (inciso II, do art, 8º, da CF/88): não podem coexistir mais de um sindicato da mesma categoria profissional (trabalhadores) ou econômica (empregadores) dentro de uma idêntica base territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município. #SELIGA: Caso existam 02 ou mais sindicatos, será adotado o critério da anterioridade. → Princípio da liberdade sindical (inciso V, do art, 8º, da CF/88): ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato. O inciso III, do art. 8º, da CF/88 garante ao sindicato atuar como substitutos processuais dos seus sindicalizados, podendo atuar na defesa de todos os direitos individuais e coletivos dos integrantes da categoria que representa. Lembre! Quando se trata de substituição processual, não há necessidade de prévia autorização. Contribuição social x Contribuição confederativa A contribuição confederativa tem fundamento no art. 8º, inciso IV, CF/88. Possui caráter facultativo, sendo cobrada apenas dos filiados do sindicato e tendo seu valor definido por assembléia geral. Importante que o candidato conheça a seguinte súmula vinculante: Súmula Vinculante nº 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Já a contribuição social tem fundamento no art. 149, CF/88, sendo seu valor fixado por lei. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 119 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. #SELIGA: Até a Reforma Trabalhista, a contribuição sindical tinha que ser obrigatoriamente recolhida, o que fazia com que a doutrina entendesse que possuía natureza jurídica tributária. Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), a contribuição sindical passou a ser obrigatoriamente recolhida pelos empregadores apenas daqueles empregados que assim autorizarem, ou seja, o seu recolhimento passou a ser facultativo, o que nos permite afirmar que a contribuição sindical não possui mais natureza jurídica tributária. #SELIGA: Segundo o STF, a supressão do caráter compulsória da contribuição sindical não viola a autonomia sindical, nem caracteriza retrocesso social e violação aos direitos básicos do trabalhador. 48 A seguir tabela com as principais diferenças entre as contribuições: Contribuição confederativa Contribuição sindical ● É facultativa; ● Fixada pela assembleia geral; ● Natureza jurídica não tributária. ● É obrigatoriamente recolhida pelos empregadores daqueles empregados que assim autorizarem; ● Fixada em lei; ● Natureza jurídica não tributária. Ainda no art. 8º , da CF/88 encontra-se as seguintes previsões: → É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho (inciso VI, do art, 8º, da CF/88); → O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais (inciso VII, do art, 8º, da CF/88); O art. 10, da CF/88 assegura a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Já o art. 11, da CF/88, as empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Estabilidade sindical (inciso VIII, do art, 8º, da CF/88) 48 ADI 5794/DF. Rel. Min. Edson Fachin. red. para o acórdão: Min. Luiz Fux. 29.06.2018. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 120 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. A estabilidade sindical é relativa, tendo em vista que o empregado poderá ser dispensado em caso de : → falta grave; → extinção da empresa na qual ele exercia suas atividades; 49 DIREITO DE GREVE (ART. 9º, CF/88) O art. 9º da CF assegura aos trabalhadores o direito de greve. Não se trata de direito absoluto, uma vez que as necessidades inadiáveis da comunidade deverão ser atendidas e aqueles que abusarem do direito ficarão sujeitos a penas fixadas em lei. #SELIGA: O direito de greve dos trabalhadores da iniciativa privada (regidos pela CLT) é norma de eficácia contida, pois poderá ser restringido por lei. Já o direito de greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada, dependendo, para seu exercício, da edição de lei regulamentadora. Direito de Greve dos servidores públicos Contudo, a lei requerida pela Constituição até hoje não foi editada. Diante da inércia do legislador, o Supremo Tribunal Federal em sede de mandado de injunção determinou a aplicação temporária, ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei 7.783/1989), até que o Congresso Nacional edite a mencionadanorma regulamentadora. De acordo com o STF, a Administração Pública deve efetuar o desconto dos dias de 50 paralisação durante a greve, em razão da respectiva suspensão do vínculo funcional, admitindo-se a compensação em caso de acordo. O referido desconto, contudo, não será permitido se restar comprovado que a greve foi provocada por conduta ilícita da Administração (ex.: atraso no pagamento aos servidores públicos etc.) 49 RE 222.334. Rel. Min. Maurício Corrêa. DJ: 08.03.2002. 50 STF, Tema 531 da Tese de Repercussão Geral do STF. De forma semelhante, o STJ decidiu: “É legítimo o ato da Administração que promove o desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos participantes de movimento grevista” (Tese 1 da edição 76 da Jurisprudência em Teses do STJ) . Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 121 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. DIREITOS FUNDAMENTAIS Os direitos fundamentais se dividem em três gerações, de acordo com as conquistas históricas que consolidaram esses direitos e estão elencados, principalmente, no art. 5º que deve ser lido em sua íntegra. #DICA: lembre do lema francês: liberdade, igualdade e fraternidade. 1ª GERAÇÃO (Séc. XVIII e início XX) Direitos individuais - caracterizam uma abstenção das prestações estatais Ex. direito à vida, à liberdade religiosa, à participação política, à propriedade 2ª GERAÇÃO (Séc. XIX e início XX) Direitos sociais; "direitos do bem estar" - meios materiais para satisfação dos direitos individuais Ex. saúde, educação, trabalho, previdência, habitação etc. 3ª GERAÇÃO (Final do séc. XX) Direitos transindividuais (meio ambiente, progresso, desenvolvimento, qualidade de vida, meio ambiente, direitos do consumidor etc) EFICÁCIA HORIZONTAL X VERTICAL O entendimento atual é de que as normas sobre direitos fundamentais se aplicam a todas as relações jurídicas, sejam elas de direito público (relação vertical), seja de direito privado (relação horizontal). Segue tabela ilustrativa: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 122 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. VERTICAL Estado X Particular Como o Estado goza de prerrogativas, fala-se em relação vertical. Devem-se observar as regras de direitos fundamentais HORIZONTAL Particular X Particular Como são iguais, fala-se em relação jurídica horizontal. Devem-se observar as regras de direitos fundamentais. Direitos fundamentais em espécie Serão apresentados a seguir o direitos fundamentais individuais, dispostos no art. 5º, da CF/88, que mais costumam cair em prova e suas peculiaridades. O caput do art. 5º garante a inviolabilidade do direito à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade e à vida. Quanto a esse último segue tabela com suas peculiaridades: ● Art. 5º, inciso IV → Direito à liberdade de expressão: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 123 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. ● Art. 5º, inciso X : são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Biografias não autorizadas → O STF decidiu na ADI 4815, que não é necessária prévia autorização a para a publicação de biografias, assegurada ulterior indenização em virtude de dano material ou moral decorrente da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. Sigilo de dados Quanto ao sigilo bancário, quem pode quebrar: Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 124 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. #SELIGA: O Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) não podem determinar a quebra do sigilo bancário. ● Inciso XI - Inviolabilidade de domicílio #SELIGA: Segundo o STJ, a arma apreendida no interior de um caminhão configura o crime de porte ilegal de arma de fogo (e não crime de posse!) , tendo em vista que a 51 boleia do caminhão não é considerada casa. 51 REsp 1.362.124/MG. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior. 19.03.2013. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 125 mailto:atendimento@provadaordem.com.br APOSTILA Direito Constitucional | 4ª ed. → A inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e à polícia judiciária; → Caso força policial tenha ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo em ordem judicial, poderá prolongar suas ações durante o período noturno; Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 126 mailto:atendimento@provadaordem.com.br