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Direito-Constitucional-4ª-Edição-Volume-Único

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Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
SUMÁRIO 
1. DIREITO CONSTITUCIONAL 4 
2. CONSTITUIÇÃO 4 
a) Conceito de Constituição 5 
b) Classificação Dogmática das Constituições 6 
c) Classificação da Constituição Federal Brasileira 8 
d) Objeto 9 
3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 9 
4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 11 
a) Fundamento do Controle de Constitucionalidade 12 
b) Inconstitucionalidade 12 
c) Formas de Inconstitucionalidade 13 
d) Distinção Entre Ação de Inconstitucionalidade por Omissão e Mandado de 
 ​Injunção 14 
e) Sistema de Controle de Constitucionalidade 16 
f) Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade 16 
g) Modelos de Controle de Constitucionalidade 17 
h) Competência para Propor Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação 
 ​Declaratória de Constitucionalidade 18 
i) Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade 19 
j) Eficácia da Sentença que Decide a Inconstitucionalidade 19 
k) Espécies de Ações de Inconstitucionalidade no Controle 
l) Abstrato 20 
5. DIVISÃO ESPACIAL DO PODER - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO. 29 
FEDERALISMO 29 
a) União Federal 32 
b) Estados Federados 32 
c) Municípios 32 
d) Distrito Federal 32 
6. PODER CONSTITUINTE 33 
a) Poder Constituinte Originário 34 
b) Poder Constituinte Derivado 35 
7. PODER DE REVISÃO 36 
a) Emenda Constitucional 37 
b) Limitação às Emendas Constitucionais 38 
c) Limitações ao Poder Reformador 39 
d) Sistema Constitucional de Crises 39 
8. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 45 
a) Espécies de Competências 45 
 
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b) Modelos de Repartição de Competências 46 
c) Princípio Adotado pela Constituição Federal de 1988 para Repartição 
 ​De Competências 48 
9. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 60 
a) Poder Legislativo 60 
● Estrutura 60 
● Comissões Parlamentares 62 
● Funcionamento do Congresso Nacional (CF. Art. 57) 64 
● Imunidade Parlamentar (Cf. Art. 53) 64 
● Tribunais de Contas 69 
● Espécies Normativas 70 
b) Poder Executivo 70 
● Condições de Elegibilidade 71 
● Realização da Eleição: 72 
● Mandato 73 
● Perda do Mandato 74 
● Órgãos Auxiliares do Presidente da República 76 
● Responsabilidade do Presidente da República 79 
c) Poder Judiciário 82 
● Garantias do Poder Judiciário 83 
● Estrutura do Poder Judiciário 84 
● Quinto Constitucional 86 
● Características dos Órgãos Judiciários 86 
● Competências 92 
● Reserva de Plenário 93 
10. AÇÕES CONSTITUCIONAIS 93 
11. ORDEM FINANCEIRA E ECONÔMICA 103 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
É o ramo do direito público interno destinado a analisar e interpretar as normas 
constitucionais, os princípios e normas fundamentais do Estado. Tem por função 
regulamentar e delimitar o poder estatal e garantir os direitos considerados fundamentais 
e por objeto o estudo das normas que integram a constituição política do Estado. 
 
 
 
 
2. CONSTITUIÇÃO 
 
Considerada a lei fundamental do Estado, consiste no sistema de normas jurídicas, 
escritas ou costumeiras, que regem a forma do Estado e de seu Governo, o modo de 
aquisição e o exercício do poder, além de estabelecer seus órgãos e os limites de ação 
destes. Define os direitos fundamentais dos cidadãos e as respectivas garantias. 
 
A Constituição Federal contém três partes : 
a) Preâmbulo 
b) Parte dogmática. 
c) Disposições transitórias. 
 
Preâmbulo Constitucional 
É a parte introdutória que contém a enunciação de certos princípios que foram adotados 
pelo legislador constituinte. O preâmbulo caracteriza-se como um importante elemento de 
interpretação das normas constitucionais. 
 
O preâmbulo é parte integrante da Constituição Federal, tendo em vista que sua redação 
foi objeto de votação, assim como todos os artigos do texto constitucional. 
 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, o preâmbulo não é norma constitucional. Quais são 
as consequências disso? 
● Não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade 
● Não estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou 
Decorrente. 
● Suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições 
● Não dispõe de força normativa, não tendo caráter vinculante. 
 
 
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Parte Dogmática 
A parte dogmática da Constituição é o texto constitucional propriamente dito, que prevê os 
direitos e deveres criados pelo poder constituinte, vai do art. 1º até o art. 250. 
Também chamada de corpo permanente. 
 
Disposições Transitórias 
Tem por objetivo integrar a ordem jurídica antiga à nova. 
Suas normas são formalmente constitucionais. 
As disposições transitórias integram a Constituição, possuindo a mesma rigidez e a 
mesma eficácia das disposições permanentes, ainda que por um período limitado. 
Os atos transitórios podem ser alterados seguindo-se o mesmo procedimento de 
alteração dos dispositivos presentes no corpo da Constituição, por emenda constitucional. 
 
 
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO 
 
A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade 
soberana do povo. É ela que determina a organização político-jurídica do Estado, 
dispondo sobre a sua forma, os órgãos que o integram e as competências destes e, 
finalmente, a aquisição é o exercício do poder. Cabe também a ela estabelecer as 
limitações ao poder do Estado e enumerar os direitos e garantias fundamentais. 1
 
Acerca dos das concepções, segue esquema: 
 
 
1 MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o 
Paulo Editora Atlas: 2017, pp. 17 . 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOGMÁTICA DAS CONSTITUIÇÕES 
● Quanto ao conteúdo:​ ​materiais ​e ​formais​; 
● Quanto à forma:​ ​escritas​ e ​não escritas​; 
● Quanto ao modo de elaboração:​ ​dogmáticas ​e ​históricas​; 
● Quanto à origem:​ ​populares (democráticas) ​ou​ outorgadas​; 
● Quanto à estabilidade:​ ​rígidas​, ​flexíveis​ e ​semi​ rígidas. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
QUANTO À ORIGEM 
OUTORGADAS Impostas, surgem sem participação popular. Resultam de 
ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante 
no sentido de limitar seu próprio poder. 
DEMOCRÁTICAS Nascem com participação popular, por processo 
democrático. 
CESARISTAS Outorgadas, mas necessitam de referendo popular. 
DUALISTAS Resultam de um compromisso entre a monarquia e a 
burguesia, dando origem às monarquias constitucionais. 
QUANTO À FORMA 
ESCRITAS Sistematizadas em documentos solenes. 
NÃO-ESCRITAS Normas em leis esparsas, jurisprudência, costumes e 
convenções. 
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
DOGMÁTICAS Elaboradas em um determinado momento, segundo os 
dogmas em voga. 
HISTÓRICAS Surgem lentamente, a partir das tradições. Resultam dos 
valores históricos consolidados pela sociedade. 
QUANTO À ESTABILIDADE 
IMUTÁVEIS Não podem ser modificadas. 
RÍGIDAS Modificadas por procedimento mais dificultoso que aquele 
de alteraçãodas leis. Sempre escritas. 
SEMIRRÍGIDAS Processo legislativo de alteração mais dificultoso que o 
 
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ordinário para algumas de suas normas. 
QUANTO AO CONTEÚDO 
MATERIAIS Conjunto de normas que regulam os aspectos essenciais 
da vida estatal, ainda que fora do texto constitucional 
escrito. 
FORMAIS Conjunto de normas que estão inseridas no texto de uma 
Constituição rígida, independentemente de seu conteúdo. 
QUANTO À EXTENSÃO 
ANALÍTICAS Conteúdo extenso. Contém normas apenas formalmente 
constitucionais. 
SINTÉTICAS Restringem-se aos elementos materialmente 
constitucionais. 
QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE 
NORMATIVAS Limitam, de fato, o poder, por corresponderem à realidade. 
NOMINATIVAS Não conseguem regular o processo político, embora esse 
seja seu objetivo, por não corresponderem à realidade 
social. 
SEMÂNTICAS Não tem por objeto regular a política estatal, mas apenas 
formalizar a situação da época. 
QUANTO À FINALIDADE 
CONSTITUIÇÕES-GARANTIA Objetivam proteger as liberdades públicas contra a 
arbitrariedade do Estado. 
CONSTITUIÇÕES-DIRIGENTES Traçam diretrizes para a ação estatal, prevendo normas 
programáticas. 
CONSTITUIÇÕES-BALANÇO Descrevem e registram o estágio da sociedade em um 
dado momento. 
QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO 
LIBERAIS Buscam limitar o poder estatal. 
SOCIAIS Tem como objetivo realizar a igualdade material e a 
efetivação dos direitos sociais. 
QUANTO AO LOCAL DA DECRETAÇÃO 
 
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HETEROCONSTITUIÇÕES Elaboradas fora do Estado em que produzem seus efeitos. 
AUTOCONSTITUIÇÕES Elaboradas dentro do Estado que regem. 
QUANTO AO SISTEMA 
PRINCIPIOLÓGICAS Nelas, predominam os princípios. 
PRECEITUAIS Nelas, prevalecem as regras. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA 
● Quanto à origem: ​democrática 
● Quanto à forma: ​escrita 
● Quanto ao modo de elaboração: ​dogmática 
● Quanto à estabilidade:​ ​rígida 
● Quanto à extensão: ​analítica 
● Quanto à correspondência com a realidade:​ ​normativa 2
● Quanto à finalidade:​ ​Constituição dirigente 
● Quanto ao conteúdo ideológico:​ ​social 
● Quanto ao conteúdo:​ ​formal 
● Quanto ao local de decretação:​ ​autoconstituição 
● Quanto ao sistema:​ ​principiológica. 
 
 
OBJETO 
Estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição 
do poder e a forma de seu exercício, limites de sua atuação, assegurar os direitos e 
garantias dos indivíduos (individuais e coletivos), fixar o regime político e disciplinar os 
fins sócio-econômicos do Estado, bem como os fundamentos dos direitos econômicos, 
sociais e culturais. 
 
 
3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Todas as normas constitucionais apresentam juridicidade. Todas elas são imperativas e 
cogentes ou, em outras palavras, todas as normas constitucionais surtem efeitos jurídicos: 
o que varia entre elas é o grau de eficácia. 
2 Há certa polêmica. 
 
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Quanto à sua eficácia, as normas constitucionais classificam-se em normas de eficácia : 3
Plena: produzem a plenitude dos seus efeitos, independentemente de regulamentação ou 
complementação por norma infraconstitucional . 4
Possuem as seguintes ​características​: 
● São autoaplicáveis; 
● São não-restringíveis; 
● Possuem aplicabilidade direta, integral e imediata. 
Contida ou Redutível ou Restringível: ​apesar de não dependerem de regulamentação, 
essas normas constitucionais poderão ter reduzido o seu alcance pela atividade do 
legislador ordinário, em virtude de autorização constitucional. 
#SELIGA: A atuação do legislador, no caso das normas de eficácia contida, é 
discricionária: ele não precisa editar a lei, mas poderá fazê-lo. 
Têm aplicabilidade ​direta​, ​imediata e ​integral​, mas o seu alcance poderá ser reduzido 
em razão da existência na própria norma de uma ​cláusula expressa ​de redutibilidade 5
ou em razão dos ​princípios da proporcionalidade e razoabilidade . 6
Possuem as seguintes ​características​: 
● São autoaplicáveis; 
● São restringíveis; 
● Possuem aplicabilidade direta, integral e possivelmente não imediata. 
 
 
Limitada: são aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem 
todos os seus efeitos. 
 
3 Essa classificação fora estabelecida pelo doutrinador José Afonso da Silva e é a predominantemente 
utilizada em provas. Também é possível se falar em eficácia social das normas, que diz respeito ao grau em 
que uma determinada jurídica é aplicada no dia a dia da sociedade. Do ponto de vista social, uma norma 
será eficaz quando for efetivamente aplicada a casos concretos. 
4 Normas infraconstitucionais são as normas legais e administrativas que estão dispostas abaixo da 
Constituição. 
5 ​Cláusula expressa de redutibilidade​: O legislador poderá contrariar ou excepcionar o que está previsto na 
norma constitucional contida, pois há na própria norma uma cláusula de redutibilidade. 
6 ​Princípios da proporcionalidade e razoabilidade​: Mesmo que não exista norma que contenha uma cláusula 
expressa de redutibilidade, o legislador poderá reduzi-la baseado nos princípios da proporcionalidade e 
razoabilidade. 
 
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Possuem as seguintes ​características​: 
● São não-autoaplicáveis; 
● Possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. 
#APROFUNDANDO: as normas de eficácia limitada, embora tenham aplicabilidade 
reduzida e não produzam todos os seus efeitos desde a promulgação da Constituição, 
possuem eficácia jurídica, também chamada de eficácia mínima. São eles o efeito 
negativo e o efeito vinculativo. 
I- O efeito negativo consiste na revogação de disposições anteriores em sentido 
contrário e na proibição de leis posteriores que contrariem a seus comandos 
II - O efeito vinculativo, por sua vez, se manifesta na obrigação de que o legislador 
ordinário edite leis regulamentadoras, sob pena de haver omissão inconstitucional. 
#SELIGA: Norma constitucional não regulamentada caracteriza “inconstitucionalidade 
por omissão”. Tal regulamentação pode derivar de mandado de injunção e de Ação 
Declaratória de Inconstitucionalidade (ADIN) por omissão; 
#NÃOCONFUNDA: 
As normas de eficácia contida estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o 
momento em que a Constituição é promulgada. A lei posterior, caso editada, irá 
restringir a sua aplicação. 
​As normas de eficácia limitada ​não estão aptas a produzirem todos os seus efeitos 
com a promulgação da Constituição; elas dependem, para isso, de uma lei posterior, 
que irá ampliar o seu alcance. 
A seguir segue tabela resumindo o que o aluno deve levar para o Exame da Ordem: 
 
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4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
O controle de constitucionalidade é o conjunto de regras próprias para a proteção da 
Constituição. Pode-se dizer também que é a análise da compatibilidade vertical (devido a 
pirâmide kelseniana) entre determinados comportamentos e a Carta. 
O controle de constitucionalidade não é um conceito preciso, mesmo porque pode ser 
feito o controle de Emenda Constitucional, que está no mesmo nível da Constituição. 
#RELEMBRANDO: Pirâmide de Kelsen - Hierarquia das Normas. 
 
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FUNDAMENTO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Princípio da Supremacia da Constituição: Todas as normas que integram a ordenação 
jurídica nacional só serão válidas se se conformam com as normas constitucionais 
federais. Assim, no caso de conflito de normas prevalece a norma constitucional, na 
medida em que há uma supremacia vertical da CF/88. 
 
PRESSUPOSTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Rigidez Constitucional: Por ser rígida, para que ocorra qualquer alteração na CF/88 é 
necessário um processo mais dificultoso que para alteração de leis. 
 
Existência de um mecanismo de fiscalização das leis, com previsão de, pelo menos, um 
órgão com competência para o exercício da atividade de controle. 
 
#SELIGA: No Brasil, compete ao Judiciário exercer o controle de constitucionalidade das 
leis, embora haja a possibilidade de os demais Poderes, em situações excepcionais, 
também realizarem esse controle. 
INCONSTITUCIONALIDADE 
Toda inconstitucionalidade deve ser excluída do ordenamento jurídico, porque representa 
uma negação dele. 
 
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Desse modo, a conformidade com os ditames constitucionais vai além da atuação 
positiva, uma vez que a omissão na aplicação das normas, quando determinado pela 
Constituição, constitui também uma conduta inconstitucional. 
 
Portanto, inconstitucionalidade é a contrariedade à Constituição Federal, à Constituição 
Estadual ou à Lei Orgânica do Distrito Federal. 
 
Atenção! Entretanto, não há inconstitucionalidade se houver contrariedade à Lei Orgânica 
de um Município. 
 
 
FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Podem ser classificadas em : 
I - Ação x Omissão 
 
● Inconstitucionalidade por Ação: advém da produção de uma conduta positiva de 
um órgão estatal que contrarie normas ou princípios constitucionais. 
 
As normas devem observar a verticalidade, isto é, as inferiores só valem se compatíveis 
com as superiores. Constatada a incompatibilidade, diz-se que a norma é inconstitucional. 
 
● Inconstitucionalidade por Omissão: ​ocorre quando o legislador constitucional 
incumbe ao legislador ordinário regulamentar determinado dispositivo 
constitucional e esse, todavia, mantém-se inerte. 
 
Exemplo: o art. 37, VII, CF/88 exige que seja editada lei dispondo sobre o direito de 
greve dos servidores públicos. Como até hoje essa lei não foi elaborada, estamos 
diante de uma inconstitucionalidade por omissão. 
 
 
Neste caso tal omissão caracteriza-se inconstitucional e é pressuposto para a propositura 
de ação de inconstitucionalidade por omissão. 
 
A Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por omissão objetiva a emissão de uma lei 
ou de um ato administrativo normativo destinados a proceder à regulamentação de uma 
norma constitucional que não possui auto-executividade. 
 
Preceitua o art. 103, § 2º da CF/88: 
 
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Art. 103. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva 
norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das 
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta 
dias. 
 
DISTINÇÃO ENTRE AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
Com a finalidade de remediar a omissão regulamentadora da norma constitucional dotada 
de efeito limitado, a Constituição de 1988 criou uma ação constitucional denominada de 
mandado de injunção​. 
 
O artigo 5º, inciso LXXI prescreve que: “​conceder-se-á mandado de injunção sempre que 
a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania​”. 
 
A Lei 13.300/2016 veio disciplinar o processo e o julgamento dos mandados de injunção 
individual e coletivo. O seu artigo 2º preceitua que conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício 
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
Ação de inconstitucionalidade por omissão: se inscreve no contencioso jurisdicional 
abstrato de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal e, declarada a 
inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao poder competente para a adoção 
das providências necessárias, nos termos do art. 103, § 2º da CF/88. 
O art. 12-H da Lei n. 9.868/99 que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta 
de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo 
Tribunal Federal estabelece que: 
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, 
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. ​(Incluído pela 
Lei nº 12.063, de 2009). 
§ 1​o​ Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas 
no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, 
tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. ​(Incluído pela 
Lei nº 12.063, de 2009). 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm#art1
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§ 2​o​ Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o 
disposto no Capítulo IV desta Lei. ​(Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
Art. 8​o​ Lei 13.300: Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for ocaso, as condições em que poderá o interessado promover 
ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
Mandado de Injunção: reconhecendo o juiz ou tribunal que o direito que a constituição 
concede é ineficaz ou inviável em razão da ausência de norma infraconstitucional, o juiz 
ou o tribunal, por força do próprio mandado de injunção, fará a integração do direito à 
ordem jurídica, tornando-o eficaz e passível de ser exercido. 
II - Total x Parcial: 
● Inconstitucionalidade total: ocorrerá quando o ato normativo for considerado, em 
sua totalidade, incompatível com a Constituição. 
Exemplo a Lei nº 1234/12 é declarada inconstitucional. 
● ​Inconstitucionalidade parcial: ocorrerá quando apenas parte do ato normativo for 
considerada inválida. 
No Brasil, o Poder Judiciário pode declarar a inconstitucionalidade parcial de fração de 
artigo, parágrafo, inciso, alínea ou até mesmo sobre uma única palavra ou expressão do 
ato normativo. Trata-se do chamado princípio da parcelaridade. 
Cuidado! ​A declaração de inconstitucionalidade parcial é diferente do veto 
parcial do Presidente a projeto de lei. O veto parcial deverá abranger texto 
integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. 
 
#APROFUNDANDO : 
● ​Inconstitucionalidade direta x Inconstitucionalidade indireta 
É importante ressaltar que, para o STF, só existe a inconstitucionalidade direta, ou seja, a 
desconformidade de norma primária com a Constituição. A chamada inconstitucionalidade 
indireta, em que um ato normativo secundário ofende a Carta Magna, é considerada pela 
Corte Constitucional mera ilegalidade. 
● Inconstitucionalidade por arrastamento 
 
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Ocorrerá quando houver uma relação de dependência entre, pelo menos, duas normas: 
uma delas é a principal e as outras acessórias. Se, em um determinado processo, a 
norma principal (lei) for declarada inconstitucional, todas as normas dela 
dependentes(decretos regulamentares/ resoluções/ portarias, etc) também deverão ser 
consideradas inconstitucionais por “arrastamento”. 
 
SISTEMA DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
O sistema de controle de constitucionalidade tem a finalidade de defender a supremacia 
constitucional contra as inconstitucionalidades. 
Há 3 (três) tipos de sistemas de controle: 
Controle Político: quando entrega a verificação de inconstitucionalidade a órgão de 
natureza política. ​Esse modelo é adotado pela França, no qual o controle de 
constitucionalidade é realizado por um Conselho Constitucional. 
 
Jurisdicional: ​quando a Constituição outorga ao Judiciário a faculdade de declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou outros atos de Poder Público. Esse sistema nasceu nos 
EUA; 
Misto: realiza-se quando a constituição submete certas categorias de lei ao controle 
político e outras ao controle jurisdicional. 
No Brasil temos um controle de constitucionalidade preponderantemente Jurisdicional, 
mas há também alguns controles políticos. 
 
SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Conforme a Constituição Federal, o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade 
adota: 
● A inconstitucionalidade por ação ou omissão; 
● O controle é preponderantemente jurisdicional . 
● Combina os critérios difuso e concentrado, este de competência do STF. 
● Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei 
ou ato normativo do Poder Público (Art. 97). 
 
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MODELOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Controle difuso: permite que qualquer juiz ou tribunal reconheça a inconstitucionalidade 
de determinado ato jurídico. (modelo americano) 
● Ocorre diante de um caso concreto; 
● Se dá de forma incidental; 
● Pode ser provocado por qualquer das partes, bem como declarado de ofício pelo 
Poder Judiciário; 
● Qualquer objeto normativo pode ser objeto (federal, estadual, distrital ou municipal) 
desse controle de constitucionalidade; 
● Qualquer norma constitucional, desde que esteja em vigor no momento da edição 
do ato normativo em que será feito o controle de constitucionalidade, poderá ser 
utilizada como parâmetro; 
● Será, em regra, realizado pelo juiz monocrático, em primeira instância; 
● Atente-se que a finalidade principal das partes, nessa modalidade de controle, não 
é a defesa da ordem constitucional, mas sim a proteção a direitos subjetivos cujo 
exercício está sendo obstaculizado pela norma que (supostamente) viola a 
Constituição. 
● Todavia, quando o controle difuso é feito pelos Tribunais, é necessário que seja 
obedecida a ​“cláusula de reserva de plenário”,​ nos termos do art. 97, CF/88. 
#SELIGA As técnicas de reserva de plenário não se aplica: 
● À resolução de problemas de direito intertemporal; 
● Quando é utilizada a técnica de “interpretação conforme a Constituição” . 
Diante da relevância do tema o Supremo Tribunal Federal editou a seguinte súmula 
vinculante: 
Súmula Vinculante nº 10 - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a 
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no 
todo ou em parte. 
→ Terá eficácia inter partes; 
→Não vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração, ou seja, o ato normativa 
continua válido em nosso ordenamento jurídico e produzindo normalmente os seus efeitos 
(apenas as partes processuais envolvidas no caso concreto é que sofrerão os efeitos da 
declaração de inconstitucionalidade). 
 
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#APROFUNDANDO​: Entretanto, existe a possibilidade excepcional de ser atribuída 
eficácia geral (“erga omnes”) a uma decisão tomada no âmbito do controle difuso caso o 
Senado Federal, conforme prevê o art. 52, X, CF/88, suspenda por meio de resolução, lei 
declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso de constitucionalidade,conferindo 
eficácia geral (“erga omnes”) à decisão da Corte. Tal ato é discricionário e de natureza 
política. 
Controle concentrado: é o tipo de controle feito apenas por um órgão, cuja função é 
unicamente a de versar sobre a constitucionalidade de leis. (modelo europeu) 
No Brasil, adota-se ​o controle misto​, que se caracteriza pelo fato de o Poder Judiciário 
atuar tanto de forma concentrada (por meio do STF e dos Tribunais de Justiça) quanto de 
forma difusa (por qualquer juiz ou tribunal do país). 
 
 
COMPETÊNCIA PARA PROPOR AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
De acordo com o artigo 103 da CF/88, e de acordo com a redação dada pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004, são competentes para propor ação direta de 
inconstitucionalidade e ação direta de constitucionalidade: 
● Presidente da República; 
● Mesa do Senado Federal; 
● Mesa da Câmara dos Deputados; 
● Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
● Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
● Procurador-Geral da República; 
● Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
● Partido político com representação no Congresso Nacional; 
● Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
OBSERVAÇÃO: O Procurador-Geral da República deverá ser previamente 
ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de 
competência do Supremo Tribunal Federal. Já quando o STF for apreciar a 
 
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inconstitucionalidade, em tese, de norma legal, deve o Advogado-Geral da União deve ser 
previamente citado ​para defender o ato ou texto impugnado. 
 
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Declaração de inconstitucionalidade na via difusa: não anula a lei nem a revoga; 
teoricamente a lei continua em vigor, eficaz e aplicável, até que o Senado Federal 
suspenda sua executoriedade (art. 52, X). 
Declaração de inconstitucionalidade na via concentrada: importa suprimir a eficácia e 
aplicabilidade da lei ou ato. 
 
ATENÇÃO: A declaração de inconstitucionalidade não vincula o Poder 
Legislativo no exercício de sua função típica de legislar. 
 
EFICÁCIA DA SENTENÇA QUE DECIDE A INCONSTITUCIONALIDADE 
a) Na via de exceção: 
● Resolve-se pelos princípios processuais. 
● A arguição de inconstitucionalidade é questão prejudicial e gera um 
procedimento incidenter tantum, que busca a simples verificação da existência 
ou do vício alegado. 
● A sentença é declaratória e faz coisa julgada somente no caso e entre as partes. 
● No que diz respeito ao caso concreto, a declaração surte efeitos ex tunc, no 
entanto a lei contínua eficaz e aplicável, até que seja suspensa sua 
executoriedade pelo Senado. 
● O ato não revoga nem anula a lei, apenas lhe retira a eficácia, daí por diante ex 
nunc. 
 
b)​ No processo de ação direta de inconstitucionalidade genérica: 
● Tem por objeto a própria questão de inconstitucionalidade, isto é, visa banir do 
ordenamento jurídico a lei ou o ato normativo estadual ou federal em tese 
atingidos pelo vício da inconstitucionalidade. 
● Qualquer decisão que a decrete deverá ter eficácia erga omnes (genérica) e 
obrigatória. 
● A sentença faz coisa julgada material, que vincula as autoridades aplicadoras da 
lei, que não poderão mais dar-lhe execução sob pena de arrastar a eficácia da 
 
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coisa julgada, uma vez que a declaração de inconstitucionalidade em tese visa 
precisamente atingir o efeito imediato de retirar a aplicabilidade da lei. 
 
c)​ No processo de ação de inconstitucionalidade interventiva: 
● Visa não apenas obter a declaração de inconstitucionalidade, mas também 
restabelecer a ordem constitucional no Estado, ou Município, mediante a 
intervenção. 
● A sentença não será meramente declaratória, não cabendo ao Senado a 
suspensão da execução do ato. 
● A Constituição declara que o decreto se limitará a suspender a execução do ato 
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 
● A decisão tem um efeito condenatório que fundamenta o decreto de intervenção. 
● A condenação tem efeito constitutivo da sentença que faz coisa julgada material 
erga omnes. 
 
 
ESPÉCIES DE AÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CONTROLE ABSTRATO 
ADIN Genérica: 
Conceito: ​(art. 102, I, a, CF) banir do ordenamento jurídico a lei ou o ato normativo 
estadual ou ​federal, atingidos, em tese, pelo vício da inconstitucionalidade editados 
posteriormente à promulgação da CF/88. 
 
Legitimados para propor a ação: 
 
 
LEGITIMADOS ​UNIVERSAIS LEGITIMADOS ​ESPECIAIS 
● Presidente da República; 
● Procurador-Geral da República; 
● Mesa do Senado Federal e da Câmara 
dos Deputados; 
● Conselho Federal da OAB; 
● Partido político com representação no 
Congresso Nacional. 
● Governador de Estado e do DF; 
● Mesa de Assembleia Legislativa e da 
Câmara Legislativa do DF; 
● Confederação sindical ou entidade de 
classe de âmbito nacional. 
 
 
#EXPLICANDO: Legitimados especiais são aqueles que só podem propor ADI quando 
haja comprovado interesse de agir, ou seja, pertinência entre a matéria do ato impugnado 
 
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e as funções exercidas pelo legitimado. Em outras palavras, só poderão propor ADI 
quando houver ​pertinência temática. 
 
Foro:​ STF. 
 
Quorum de instalação:​ ⅔ de seus membros, ou seja, 8 ministros. 
 
Quorum de aprovação: maioria absoluta, ou seja, pelo menos 6 dos 11 ministros do STF 
devem se manifestar pela inconstitucionalidade. 
 
Efeitos:​ erga omnes (contra todos), vinculante e ex tunc. 
 
OBSERVAÇÃO: 
● Lei distrital pode ser objeto de ADIN, se tiver conteúdo estadual. 
● Lei Municipal não pode. 
● Cabe também de emenda constitucional e cabe de medida provisória. 7
 
● Não podem ser impugnadas por meio de ADI: 
→ Normas constitucionais originárias; 
→ Leis e atos normativos revogados ou cuja eficácia tenha se exaurido 
→ Súmulas e súmulas vinculantes; 
→ Atos normativos secundários; 
→ Direito pré-constitucional. 
 
Intervenção de terceiros: ​não admite. 
 
Amicus curiae:​ admite. 
 
#APROFUNDANDO: Amicus Curiae. 
● Pode intervir em todas as formas de controle; 
● A decisão que admite/inadmite é irrecorrível; 
● Poderá colaborar mediante entrega de documentos, pareceres e, ainda, por meio 
de sustentação oral. 
 
Medida liminar: é possível o deferimento, por maioria absoluta dos membros e desde que 
presentes o fumus bonis iuris e o periculum in mora. 
7 Entretanto, cabe destacar que a ação direta de inconstitucionalidade precisa ser aditada caso a medida 
provisória seja convertida em lei. Por outro lado, caso a medida provisória seja rejeitada ou não seja 
apreciada, dentro do prazo constitucionalmente estabelecido, pelo Congresso Nacional, a ação direta de 
inconstitucionalidade restará prejudicada . 
 
 
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Modulação dos efeitos: poderá o STF, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus 
membros, em situações especiais, tendo em vista razões de segurança jurídica ou 
excepcional interesse social. 
 
ADIN Interventiva Federal: 
Conceito: é uma ação em que se pede a intervenção federal. Pretende-se que a União 
faça intervenção no Estado membro ou no Distrito Federal. 
É um instrumento destinado a proteger os princípios constitucionais sensíveis, que estão 
arrolados no art. 34, VII, da Carta Magna, contemplando: 
● forma republicana,sistema representativo e regime democrático; 
● direitos da pessoa humana; 
● autonomia municipal; 
● prestação de contas da Administração Pública direta e indireta e; 
● aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
 
 
Autor da ação:​ Procurador Geral da República. 
 
Competência: Chefe do Poder Executivo (Presidente ou Governador), mesmo no caso de 
ADI interventiva. 
 
Ordem: O Presidente deverá, então, promover a intervenção federal; não poderá ele 
descumprir a ordem do STF. 
 
Objetos: 
 i) lei ou ato normativo; 
ii) omissão ou incapacidade das autoridades locais para preservar os princípios 
constitucionais 
sensíveis; ou 
 iii) ato governamental estadual que desrespeite os princípios sensíveis. 
 
#SELIGA: 
 
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ADIN Interventiva Estadual: 
Conceito: é uma ação em que se pleiteia a intervenção estadual. Pretende-se que o 
Estado faça intervenção no município. 
 
Autor:​ Procurador-Geral de Justiça 
 
Foro:​ Tribunal de Justiça. 
 
Determinação:​ o Governador decretará a intervenção estadual no Município. 
ADIN por Omissão: 
Conceito: utiliza-se quando se está diante de uma inconstitucionalidade por omissão. Há 
uma norma constitucional de eficácia limitada não regulamentada. 
 
Autor: ​os mesmo da ADI (art. 103, CF/88): 
 
Podem propor ADI e ADO: 
 
● Presidente da República; 
● Procurador-Geral da República; 
● Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; 
● Conselho Federal da OAB; 
● Partido político com representação no Congresso Nacional; 
● Governador de Estado e do DF; 
● Mesa de Assembleia Legislativa e da Câmara Legislativa do DF; 
 
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● Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional. 
 
 
Foro:​ STF. 
 
Atuação do AGU e do PGR: 
Na ADI, é obrigatória a manifestação do Advogado-Geral da União (AGU) e do 
Procurador-Geral da República (PGR). 
Na ADO, é um pouco diferente. O Procurador-Geral da República (PGR) deverá sempre 
se manifestar, conforme consta no art. 103, § 1º, da CF/88. 
Já a participação do Advogado-Geral da União (AGU) não é obrigatória em ADO, uma vez 
que não há ato normativo a ser defendido. 
 
Efeitos: ​O STF deve dar ciência se a omissão for de um poder competente e caso a 
omissão advenha de um órgão administrativo, deve lhe ser concedido o prazo de 30 dias 
para que a omissão seja sanada. 
 
OBSERVAÇÃO: o prazo de 30 dias pode ser ampliado para um prazo 
razoável a critério do STF. 
A lei prevê a possibilidade de medida cautelar em ADIN por omissão. Só é 
cabível contra norma de eficácia limitada não regulamentada. O que se pede 
é a regulamentação. 
 
A medida cautelar poderá consistir em: 
a)​ Suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão 
parcial; 
b)​ Suspensão de processos judiciais ou processos administrativos; 
c)​ Outra providência fixada pelo Tribunal 
 
Intervenção de terceiros: não admite. 
 
Amicus curiae: admite. 
 
ADECON ou ADC: 
Definição: Na ADC, o autor busca que o STF se pronuncie sobre lei ou ato normativo que 
venha gerando dissenso entre juízes e demais tribunais. Por meio da ADC, busca-se 
transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presunção absoluta. 
#SELIGA: A controvérsia deve ser “judicial”. 
 
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Com isso, ganha-se segurança jurídica, uma vez que a decisão do STF, no âmbito de 
ADC, vinculará os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública Direta e 
Indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
 
Autor da ação:​ os indicados no art. 103, da CF/88. 
 
Foro: ​STF. 
 
Efeito: ​erga omnes, vinculante, ex tunc. 
 
Objeto:​ apenas as leis e atos normativos federais. 
 
#SELIGA: Em um mesmo processo de controle concentrado submetido ao STF, é 
possível que haja cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC. 
Exemplo: pode ser ajuizada ADI no STF com um pedido de declaração de 
inconstitucionalidade do art. 20 e, ao mesmo tempo, pleiteando a declaração de 
constitucionalidade dos arts. 10 e 12 de uma determinada lei. 
 
Atuação do PGF e da AGU: ​Não há participação do Advogado-Geral da União (AGU) no 
processo de ADC . Já o Procurador-Geral da República (PGR), por sua vez, irá 
obrigatoriamente se manifestar no âmbito de ADC. 
 
Medida cautelar: ​é possível o deferimento, por maioria absoluta dos membros e desde 
que presentes o fumus bonis iuris e o periculum in mora. 
 
 
OBSERVAÇÃO: A proposição de Ação Declaratória de Constitucionalidade 
só pode ser para lei federal inconstitucional e é necessária controvérsia 
judicial sobre o tema. Assim como ocorre na ADI e na ADO, não é admissível 
a desistência da ADC já proposta . 
 
Segue tabela com as principais informações acerca da ADC: 
 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
Pedido Constitucionalidade 
Objeto Leis e atos normativos federais 
 
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Legitimados Art. 103, I a IX, CF 
Efeito da decisão Em regra, “erga omnes”, vinculante e “ex tunc” 
Julgada procedente a ação A norma é considerada constitucional 
Modulação dos efeitos 
temporais da decisão 
Sim 
Desistência da ação ou ação 
rescisória 
Não 
“Amicus curiae” Sim 
Votação Presença de no mínimo 8 Ministros, decisão tomada pela 
votação uniforme de pelo menos 6 Ministros 
Prazo prescricional ou 
decadencial 
Não 
 
 
ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: 
Definição Art. 102, §1. É utilizada usada quando órgão público violou preceito 
fundamental. A ADPF surgiu para suprir uma lacuna do controle concentrado de 
constitucionalidade. É que, até a sua criação, não era possível que o STF efetuasse o 
controle de constitucionalidade das leis e atos normativos municipais, dos atos 
administrativos e do direito pré-constitucional. 
 
Princípio da subsidiariedade: se houver algum mecanismo processual para sanar a lesão, 
não pode ser adotada ADPF. 
 
Autor da ação:​ pessoas nomeadas no Art. 103, da​ ​CF/88. 
 
Objeto: 
A ADPF é cabível diante de: 
a) Direito pré-constitucional: O controle abstrato de leis ou atos normativos anteriores à 
Constituição deve ser feito mediante ADPF. 
Exemplo: a ADPF nº 54, na qual se discutiu sobre a interrupção da gravidez de feto 
anencéfalo. Na ocasião, foram examinados alguns dispositivos do Código Penal (norma 
pré-constitucional) à luz do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. 
 
b)​ Direito municipal em relação à Constituição Federal 
 
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c)​ Interpretações judiciais violadoras de preceitos fundamentais: Uma decisão judicial 
poderá adotar interpretação que contém violação a um preceito fundamental, o que dará 
ensejo à propositura de ADPF. 
Exemplo disso foi a ADPF nº 101, na qual o STF julgou inconstitucionais as 
interpretações judiciais que permitiram a importação de pneus usados, as quais violaram 
o direito ao meio ambiente. 
 
d) ​Direito pós-constitucional já revogado ou de efeitos exauridos. 
 
 
Foro: ​STF. 
 
Efeito:​ erga omnes, vinculante, ex tunc. 
 
Intervenção de terceiros:​ não admite. 
 
Amicus curiae:​ admite. 
 
Medida liminar: é possível o deferimento, por maioria absoluta dos membros e desde que 
presentes o fumus bonis iuris e o periculum in mora. 
 
Modulação dos efeitos: ​poderá o STF, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus 
membros, em situações especiais, tendo em vista razões de segurança jurídica ou 
excepcional interesse social. 
 
#APROFUNDANDO: Princípio da fungibilidade → A ADI e a ADPF são consideradas 
ações fungíveis, o que significa que uma pode ser substituída pela outra. Em razão disso, 
uma ADPF ajuizada perante o STF poderá ser conhecida como ADI. Da mesma forma, 
uma ADI poderá ser conhecida como ADPF. 
 
Segue tabela com principais características da ADPF: 
 
 
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 
Pedido Constitucionalidade ou Inconstitucionalidade 
Objeto Leis e atos normativos federais, estaduais e municipais 
Legitimados Art. 103, I a IX, CF 
 
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Efeito da decisão Em regra, “erga omnes”, vinculante e “ex tunc” 
Julgada procedente a ação Depende do pedido 
Modulação dos efeitos 
temporais da decisão 
Sim 
Desistência da ação ou ação 
rescisória 
Não 
“Amicus curiae” Sim 
Votação Presentes na decisão pelo menos 8 Ministros, a decisão 
será tomada pela votação uniforme de pelo menos 6 deles 
Prazo prescricional ou 
decadencial 
Não 
Ação rescisória da decisão Não 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 criou o instituto da Súmula Vinculante, que pode ser 
editada pelo Supremo Tribunal Federal, disposta no art. 103-A, CF/88. 
São 3 os pressupostos constitucionais para que seja editada Súmula Vinculante: 
a) ​Existência de reiteradas decisões sobre matéria constitucional. 
b) ​Configuração de controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a 
Administração Pública. 
c) ​Aprovação por 2/3 (dois terços) dos membros do STF ( mínimo de 08 ministros). 
 
#SELIGA: Súmulas Vinculantes não vinculam: 
- o STF (elas vinculam todos os demais órgãos do Poder Judiciário). 
- o Poder Legislativo, no exercício de sua função típica de legislar; 
- o Poder Executivo, no exercício de sua função atípica de legislar. 
Ex. Quando o Presidente edita uma medida provisória, ele não precisa observar as 
Súmulas Vinculantes. 
 
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Os legitimados para proposição de edição de súmula vinculante estão elencados no art. 
3º da Lei nº 11.417/2006: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV – o Procurador-Geral da República; 
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VI - o Defensor Público-Geral da União; 
VII – partido político com representação no Congresso Nacional; 
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; 
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e 
Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os 
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. 
 
 
5. DIVISÃO ESPACIAL DO PODER - ORGANIZAÇÃO DO 
ESTADO. 
FEDERALISMO 
Conceito: Refere-se a uma forma de Estado denominada Federação ou Estado Federal, 
caracterizada pela união de coletividades públicas dotadas de autonomia 
político-constitucional, ou seja, de autonomia federativa. 
Características: 
● Descentralização política; 
● Repartição de competências 
● Constituição rígida como base jurídica; 
● Inexistência de direito de secessão; 
● Soberania do Estado Federal; 
 
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● Possibilidade de Intervenção em caso de situações de crise (arts. 34 a 36 da 
CF/88); 
● Auto-organização dos Estados-Membros - Constituições Estaduais; 
● Existência de órgão representativo dos Estados-Membros - Senado Federal; 
● Existência de guardião da Constituição - STF; 
● Repartição de receitas. 
 
 
No Brasil a Federação é composta pelos seguintes entes: 
● União 
● Estados-Membros 
● Distrito Federal 
● Municípios. 
 
Art. 1º CF/88: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
tem como FUNDAMENTOS”: 
● A Soberania. 
● A Cidadania. 
● A Dignidade da Pessoa Humana. 
● Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa. 
● O Pluralismo Político. 
 
DICA: Utilize o mnemônico SoCiDigVaPlu e atente-se que aqui temos 
substantivos, já quando falarmos dos objetivos fundamentais ( art. 3º da 
CF/88) teremos verbos, veja: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - ​con​struir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II -​ ga​rantir o desenvolvimento nacional; 
III - erra​dicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
IV - ​prom​over o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
DICA:​ Utilize o mnemônico “ ConGa não Erra na Prova” 
 
 
 
 
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Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB 
 
● CON​struir uma sociedade livre, justa e solidária 
● GA​rantir o desenvolvimento nacional 
● ERRA​dicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais 
● PRO​mover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação 
 
 
Art. 18 CF/88: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, 
nos termos desta Constituição”. 
 
O art. 19, da CF/88​, apresenta vedações : 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
I - ​estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou 
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. 
Quer dizer que: É uma vedação constitucional que o Brasil não tenha uma religião oficial, 
pois é um país laico, leigo ou não confessional. 
II -​ recusar féaos documentos públicos. 
Quer dizer que: Os documentos públicos gozam de presunção relativa de veracidade, não 
podendo ser recusados em razão da origem (escrituras, certidões, entre outros). 
III - ​criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
Quer dizer que: Entre os entes federativos não podem estabelecer distinções ou 
preferências entre brasileiros em razão de sua origem (Estados, Distrito Federal, ou 
município) 
 
#ESQUEMATIZANDO: O Brasil adota: 
● Forma de Governo →republicana. 
● Forma de Estado → federação. 
● Sistema de Governo → presidencialista. 
● Entes componentes da federação → União, Estados, Municípios e DF. 8
8 É comum em prova colocaram os Territórios Federais como integrantes da federação, todavia, eles não 
fazem parte dela, trata-se de uma espécie de descentralização estudada em direito administrativo! 
 
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UNIÃO FEDERAL 
Da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil nasce a UNIÃO, 
pessoa jurídica de Direito Público com capacidade política. 
 
ESTADOS FEDERADOS 
Entes que detém a autonomia política e administrativa. Têm capacidade de elaborar suas 
próprias constituições estaduais, observadas as diretrizes da CF. 
 
Para criar ou extinguir um Estado, é necessária a realização de um plebiscito, aprovação 
do Congresso Nacional. Ademais, criação ou extinção de um Estado se dará por meio de 
uma lei complementar. 
 
Vejamos o que dispõe a CF/88: 
 
Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se 
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante 
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso 
Nacional, por lei complementar. 
 
MUNICÍPIOS 
Entes detentores de autonomia política e administrativa. Têm capacidade de elaborar sua 
Lei Orgânica Municipal. 
 
A criação ou extinção de um município deverá ser feita por meio de lei estadual, dentro do 
período determinado por lei complementar federal, e dependerá de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos 
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei, conforme 
preceitua o artigo 18 § 4º CF/88. 
 
DISTRITO FEDERAL 
Ente detentor de autonomia política e administrativa. Tem capacidade de elaborar sua Lei 
Orgânica - que possui status de Constituição - , e possui capacidade legislativa e 
administrativa, com as mesmas competências legislativas atribuídas aos Estados e aos 
Municípios. 
 
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Art. 21 da CF/88: ​ Compete a União: 
"XIII - Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios." 
"XIV - Organizar e manter a polícia civil. A polícia militar e o corpo de bombeiros militar do 
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a 
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. " 
 
O Distrito Federal não pode ser dividido em municípios (não tem eleições municipais). 
 
OBSERVAÇÃO: Não confundir com ações afirmativas, ou discriminações 
positivas. Ações afirmativas são ações realizadas pelo Estado para proteger 
grupos de pessoas prejudicadas historicamente. Tratado internacional de 
combate ao racismo - Lei 12.288/10, art. 1, parágrafo único. 
 
Símbolos 
São considerados símbolos da República Federativa do Brasil : a bandeira, o hino 
nacional, as armas e o selo nacional, conforme prevê o art. 13, da CF/88. 
 
 
6. PODER CONSTITUINTE 
Os poderes “constituídos” da República são os Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. 
O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma constituição, dar forma ao Estado e 
constituir Poderes. 
 
#SELIGA: ​A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. Assim, a vontade 
constituinte é a vontade do povo, expressa por meio de seus representantes. 
 
Art. 14 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei mediante: 
● Plebiscito; 
● Referendo; 
● Iniciativa Popular. 
 
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A Constituição conferiu ao Congresso Nacional: 
a) A competência para elaborar as emendas constitucionais. 
b) Que o Poder Constituinte originário institua um Poder Constituinte reformador; isto 
é, o agente ou sujeito da reforma, é o poder constituinte originário, que, por esse 
método, atua em segundo grau, de modo indireto, pela outorga de competência a 
um órgão constituído para, em seu lugar, proceder às modificações na 
Constituição, que a realidade exige. 
 
O Poder Constituinte classifica-se em Poder Constituinte originário ou de 1º grau e Poder 
Constituinte derivado, constituído ou de 2º grau. 
 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
Poder Constituinte originário, também denominado de Genuíno ou de 1º Grau, é o poder 
capaz de editar a primeira ou uma nova Constituição. 
 
É o poder atribuído a um número determinado de pessoas que irão exercer o poder 
soberano em nome de todos os demais integrantes de uma sociedade política. Será este 
poder, então, capaz de estabelecer uma nova ordem constitucional, sendo assim 
responsável pelas leis fundamentais de sua respectiva nação. 
 
Possui as seguintes características: 
● Político: é um poder de fato (e não um poder de direito). Ele é extrajurídico, 
anterior ao direito. É ele que cria o ordenamento jurídico de um Estado. Pode-se 
afirmar, portanto, que o Poder Constituinte Originário é uma categoria 
préconstitucional, que dá fundamento de validade a uma nova ordem 
constitucional. 9
● ​Inicial: dá início a uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior. A 
manifestação do Poder Constituinte tem o efeito de criar um novo Estado. 
● Incondicionado​: não se sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado 
em sua manifestação. 
● Permanente: pode se manifestar a qualquer tempo. Ele não se esgota com a 
elaboração de uma nova Constituição, mas permanece em “estado de latência”, 
aguardando um novo chamado para manifestar-se. 
9 Cabe destacar que os jusnaturalistas defendem que o Poder Constituinte seria, na verdade, um poder de 
direito. A visão de que ele seria um poder de fato é a forma como os positivistas enxergam o Poder 
Constituinte Originário. Todavia, a doutrina dominante segue a corrente positivista. 
 
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● Ilimitado juridicamente: não se submete a limites determinados pelo direito 
anterior. Pode mudar completamente a estrutura do Estado ou os direitosdos 
cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no 
ordenamento jurídico anterior. 10
 
#SELIGA: Por esse motivo, o STF entende que não há possibilidade de se invocar 
direito adquirido contra normas constitucionais originárias. 
 
● Autônomo​: tem liberdade para definir o conteúdo da nova Constituição 
 
O Poder Constituinte Originário pode assumir duas formas, que são: 
a) Poder Constituinte Originário Histórico: refere-se ao poder atribuído àqueles que 
pela primeira vez elaboram a Constituição de um Estado, responsáveis por sua 
primeira forma estrutural. 
b) Poder Constituinte Originário Revolucionário: é todo o poder responsável pela 
criação de constituições que se sobrepõem à primeira. É revolucionário todo o 
poder constituinte que rompa com um poder constituinte previamente estabelecido 
em uma determinada nação soberana. 
 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
É o poder de modificar a Constituição Federal bem como de elaborar as Constituições 
Estaduais. 
O Poder Constituinte derivado está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma 
regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitações constitucionais 
expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. 
 
Apresenta as seguintes características: 
● Jurídico: é regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no ordenamento 
jurídico vigente. 
● ​Derivado​: é fruto do poder constituinte originário 
● Limitado ou subordinado​: é limitado pela Constituição, não podendo 
desrespeitá-la, sob pena de inconstitucionalidade. 
10 Embora os positivistas defendam que o Poder Constituinte Originário é ilimitado, é importante reconhecer 
que ele deverá obedecer a “padrões e modelos de conduta espirituais, culturais, éticos e sociais radicados 
na consciência jurídica geral da comunidade”. 
 
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● Condicionado: ​a forma de seu exercício é determinada pela Constituição. Assim, 
a aprovação de emendas constitucionais, por exemplo, deve obedecer ao 
procedimento estabelecido no artigo 60 da CF/88. 
 
Espécies de poder constituinte derivado: 
a) Poder constituinte reformador 
b) Poder constituinte decorrente 
 
● Poder Constituinte derivado reformador, ou de competência reformadora: 
 
Manifestações do Poder Constituinte Derivado Reformador: 
 
✓ Emendas Constitucionais – Art. 60 da CF. 
✓ Emendas de Revisão – Art. 3º, ADCT – No ano de 1994 foram produzidas 6 
Emendas Revisionais, e o Supremo, no julgamento da ADI 981 pacificou 
entendimento de que as Emendas Revisionais não poderiam mais alterar a 
CF a partir dali. O Poder Revisional esgotou-se. 
Hoje, o Poder Constituinte Derivado Reformador se resume em Emendas à Constituição. 
 
 
● Poder Constituinte derivado decorrente: (Art. 11, do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias) 
 
Consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia 
político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições 
estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição 
Federal (CF, Art. 25). 
#APROFUNDANDO​: Com a globalização fala-se em Poder Constituinte Supranacional. 11
 
7. PODER DE REVISÃO 
O poder de reforma à constituição é derivado da própria Carta Magna e é uma faculdade 
outorgada pela própria constituição, estabelecendo critérios para emendas a sua redação 
original. 
 
11 Atualmente, tal modalidade de poder constituinte existe na União Europeia, onde vários Estados abriram 
mão de parte de sua soberania em prol de um poder central. É a manifestação máxima daquilo que se 
chama direito comunitário, reconhecido como hierarquicamente superior aos direitos internos de cada 
Estado. 
 
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Como norma fundamental do Estado, a constituição, embora não deva estar sujeita a 
alterações frequentes, pode e deve ser revista em circunstâncias especiais, a fim de 
enquadrar-se nas exigências da evolução política e das aspirações sociais. 
 
Quando a constituição é flexível, a revisão faz-se normalmente por um processo 
legislativo ordinário. 
 
Por outro lado, uma constituição rígida (como a brasileira) exige formalidades especiais 
que são previstas no próprio texto legal básico do Estado. 
 
 
 
Quem pode reformar o texto da Constituição da República Federativa do Brasil, segundo 
as disposições nela contidas, é o Congresso Nacional (artigo 60, § 2º). 
 Mas esta emenda só pode ser votada se a proposta for feita: 
● Por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; 
● Pelo Presidente da República ou; 
● Por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (artigo 
60, I, II e III da CF). 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL 
Emenda é o processo formal de mudanças das constituições rígidas, por meio de atuação 
de certos órgãos, mediante determinadas formalidades, estabelecidas nas próprias 
constituições para o exercício do poder reformador. 
 
É a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não 
considerou tão grande como outros mais valiosos, chamados de cláusulas pétreas. 
 
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Tal reforma exige obstáculos e formalidades mais difíceis que os exigidos para a 
alteração das leis ordinárias ou complementares. 
 
Apresentada a proposta, ela será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiver três quintos (3/5) dos 
votos dos membros de cada uma das Casas (art. 60, § 2º) . 12
 
Uma vez aprovada, a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
 
ATENÇÃO: ​É pegadinha constante colocar em um dos itens da questão que a 
Emenda Constitucional é promulgada pelo Presidente da República, ou ainda 
que no seu trâmite de aprovação ela deve passar por ele, ​todavia, isso não 
ocorre!! 
 
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não 
poderá ser objeto de nova proposta ​na mesma sessão legislativa​ (art. 60, § 5º) . 13
 
 
ATENÇÃO: Já ocorreu da banca trocar “sessão legislativa” (dura 01 ano) por 
“legislatura” (que dura 04 anos), não caia nessa casca de banana! 
 
Mutação Constitucional ​- permite a releitura da Constituição diante do novo contexto da 
realidade. É a mudança de sentido do texto sem alteração formal do texto positivo - 
“Interpretação conforme a Constituição”. 
 
 
LIMITAÇÃO ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
Não pode haver emenda à constituição na vigência de intervenção federal, de estado de 
defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º). 
#SELIGA: A emenda a constituição não poderá ser aprovada​, todavia, nada impedeque 
ela seja proposta ou que seu projeto tramite por qualquer das Casas legislativas. 
 
Além disso, não pode haver proposta de emenda constitucional tendente a abolir : 
→ a forma federativa de Estado 
12 
13 
 
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→ o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 
Atenção! Observe que aqui não aparece o voto obrigatório, ou seja, em tese poderá haver 
uma emenda à Constituição tornando o voto facultativo. 
 
→ a separação dos Poderes e; 
→ proposta de restrição aos direitos e garantias individuais. 
 
Segue esquema ilustrativo: 
 
 
#SELIGA: Poderá a proposta de emenda ampliar direitos e garantias individuais, só não 
pode reduzi-los ou mitigar seu “núcleo intangível”. 
 
Satisfeitas todas estas condições, a proposta será discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
 
LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR 
Limitações Circunstanciais: ​em determinadas situações a Constituição não pode ser 
emendada. (Constituição Federal. Art. 60,§ 1º) . 14
● Intervenção Federal – (CF/88. Art. 34 a 36) 
● Estado de Defesa – (CF/88. Art. 136) 
● Estado de Sítio – CF/88. Art. 137 a 139) 
 
SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES 
 
14 
 
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1. Intervenção: ​Medida de caráter excepcional e temporário que afasta a autonomia 
dos Estados, Distrito Federal ou de Municípios situados em territórios (Intervenção 
Federal) ou em Municípios (Intervenção estadual). 
 
ATENÇÃO: A União não pode decretar intervenção em Município situado em 
um Estado. Somente pode ser decretada intervenção federal em Municípios 
localizados em Territórios Federais. 
 
A competência para decretar é do Chefe do Executivo (Presidente ou Governador) 
 
1.1 Intervervenção federal 
Só pode ocorrer nos casos e limites estabelecidos pela Constituição Federal, o rol 
disposto no art. 34, da CF/88 é taxativo: 
 
#CONTEXTUALIZANDO: 
→ Intervenção federal espontânea: o Presidente da República age de ofício, 
independentemente de provocação. 
→ Intervenção federal provocada: depende de provocação. Nessas situações, o 
Presidente não decreta a intervenção de ofício, ele precisa ser provocado 
● manter a integridade nacional; (espontânea) 
● repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
(espontânea) 
● pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (espontânea) 
● garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
(provocada) 
A ​solicitação​ poderá ocorrer pelos Poderes: Executivo ou Legislativo. 
#SELIGA: Será um ato discricionário do Presidente da República. 
Já no caso do poder Judiciário será uma requisição do STF, ou seja, trata-se de ato 
vinculado. 
● reorganizar as finanças da unidade da Federação que (espontânea): 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por ​mais de dois anos consecutivos, 
salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, 
dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
● prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (provocada); 
 
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Divide-se em duas partes. 
No que pertine a prover a execução ​de lei federal​ : 
Dependerá do provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da 
República, caso haja provimento da representação pela Corte Suprema, será dada 
ciência ao Presidente da República para que, no prazo improrrogável de 15 dias, seja 
decretada a intervenção. 
Ou seja, requisitada pelo STF será um ato vinculado do Presidente da República. 
 
Já no que pertine a execução ​de ordem ou decisão judicia​l: 
Aqui dependerá de​ requisição​, ou seja, também um ato vinculado. 
O exemplo mais comum é nos de não pagamento de precatórios. 
#SELIGA: o STF tem sido bastante cauteloso ao analisar esses casos, manifestando o 
entendimento de que não é autorizada a intervenção federal quando os recursos do 
Estado são limitados e existem outras obrigações relevantes a serem cumpridas pelo 
Poder Público. Há que se observar, então, ​a cláusula da reserva do possível. 15
A competência para proceder à requisição dependerá de onde emanou a decisão judicial 
que está sendo descumprida. Assim, a requisição será feita: 
I) Pelo TSE, no caso de descumprimento de ordem ou decisão da Justiça Eleitoral; 
II) Pelo STJ, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do STJ, da Justiça 
estadual ou da Justiça federal; 
III) Pelo STF, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do próprio STF, da 
Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar. 
 
● assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (provocada): 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
15 IF nº 164 / SP. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe: 13.12.2003. 
 
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e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do 
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
Aqui, a representação do PGR para assegurar a observância dos princípios 
constitucionais sensíveis é denominada Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva. 
 
A ADIN Interventiva gera 02 efeitos: 
I) ​efeito jurídico​: invalidação do ato que violou um princípio constitucional sensível. 
II) ​efeito político: abre caminho para a decretação de intervenção pelo Presidente da 
República. 
 
Intervenção Estadual 
 
As hipóteses estão taxativamente previstas no art. 35, da CF/88, só podendo Estado 
intervir em seus Municípios, e a União nos Municípios localizados em Território Federal 
quando: 
● deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos​, a 
dívida fundada; (espontânea) 
● não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; (espontânea) 
● não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; 
(espontânea) 
● o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a 
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. (provocada) 
 
Nessa hipótese, a representação é formulada pelo Procurador-Geral de Justiça. Caso 
haja provimento pelo Tribunal de Justiça, o Governador deverá decretar a intervenção 
estadual; 
 
#APROFUNDANDO: a decisão do TJ que negar provimento à representação do 
Procurador-Geral de Justiça não poderá ser objeto de recurso extraordinário ao STF​, 
umavez que tal decisão possui natureza político-administrativa. 
 
Fundamentos legais 
Constituição Federal, artigos 34 a 36. Lei 8.039/1990, art. 19 e seguintes. 
 
2.​ Estado de Defesa 
O estado de defesa poderá ser decretado pelo Presidente da República, em locais 
restritos, por tempo determinado, visando a: 
 
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● preservação ou o restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas 
por grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de 
grandes proporções na natureza. 
 
A decretação do estado de defesa depende ​da oitiva ​do Conselho da República e do 
Conselho de Defesa Nacional 
 
Será feita através de decreto do Presidente da República, que determinará as áreas 
atingidas, bem como o tempo de duração e as medidas coercitivas a serem adotadas; 
 
Deverá o decreto ou sua prorrogação serem submetidos ao Congresso Nacional , em até 
24 horas ,que rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da 
maioria absoluta de seus membros, no ​prazo de 10 (dez) dias. ​Rejeitado o decreto​, ​o 
estado de defesa deve cessar imediatamente. 
 
Poderá ser determinado as seguintes medidas coercitivas, conforme prevê o §1º, do art. 
136, da CF/88​: 
I - restrições aos direitos de: 
a)​ reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
b)​ sigilo de correspondência; 
c) ​sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; 
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade 
pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. 
#SELIGA: é vedada a incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa. 
 
Duração: 
Até 30 dias, podendo ser prorrogado 01 vez, por igual período. 
 
 
Fundamentos legais 
Constituição Federal, artigo 136, caput e §§ 1º a 7º 
 
3. Estado de Sítio: ​O Estado de Sítio é um instrumento que o Chefe de Estado pode 
utilizar em casos extremos: 
● Agressão efetiva por forças estrangeiras; 
● Grave ameaça à ordem constitucional democrática; ou 
● Calamidade pública. 
 
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ATENÇÃO: ​Aqui o Presidente da República, além de ouvir o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional deve solicitar, previamente, a 
autorização do Congresso Nacional. 
 
#SELIGA: 
Estado de defesa →​ Análise posterior do Congresso Nacional; 
Estado de sítio →​ Autorização prévia do Congresso Nacional. 
 
Também depende de aprovação de maioria absoluta do Congresso Nacional. 
 
Duração: 
Até 30 dias, podendo ser prorrogado várias vezes, por igual período. 
A medida pode ser prorrogada por todo o tempo que durar a guerra ou a comoção 
externa. 
 
Esse instrumento tem por característica a suspensão temporária de alguns direitos e 
garantias constitucionais de cada cidadão e uma maior interferência do Poder Executivo 
nos Poderes Legislativo e Judiciário, a fim de defender a ordem pública 
O Poder Executivo assumirá parte do poder que é normalmente distribuído em um regime 
democrático. 
 
Em nenhum caso o Estado de Sítio pode interferir nos direitos à vida, à integridade 
pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil, à cidadania, etc. 
 
Poderão ser impostas as seguintes restrições previstas no art. 139, da CF/88: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes 
comuns; 
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e 
televisão, na forma da lei; 
IV - suspensão da liberdade de reunião; 
V - busca e apreensão em domicílio; 
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; 
 
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VII - requisição de bens. 
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de 
pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que 
liberada pela respectiva Mesa. 
 
Limitações formais 
 
 
Fundamentos legais 
Constituição Federal, artigos 137 a 141 
 
8. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
O Estado brasileiro é do tipo federado, integrado pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. Nos termos da Constituição, em seu art. 18, todos estes entes são dotados 
de autonomia política. 
Desse modo, a repartição de competência é a essência de um Estado federado, sendo a 
autonomia e a competência desses atribuídas pela Constituição, com o objetivo de dividir 
o poder político entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o 
federalismo de equilíbrio. 
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAS 
As competências classificam-se em: Administrativas, Legislativas e Tributárias. 
 
 
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a) Competências Administrativas (materiais): são as que indicam o campo de atuação 
político-administrativa do ente federado. São as competências para atuação 
efetiva, para executar tarefas, para a exploração da respectiva atividade. 
Exemplo:​ competência da União para emitir moeda (CF, art. 21, VII). 
 
b) Competências Legislativas: são as que indicam o poder de estabelecer normas 
sobre as respectivas matérias. 
Exemplo: compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, 
XI). 
 
IMPORTANTE: Deve-se observar que na competência legislativa somente a 
União vai legislar, privativamente, sobre as matérias arroladas no artigo 22, 
como por exemplo, sobre transporte. 
 
Contudo, Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas no artigo 22, da CF/88, conforme prevê o parágrafo 
único desse mesmo artigo. 
Tal delegação de assuntos da competência legislativa privativa da União aos Estados 
depende do cumprimento de três requisitos: 
 
 
 
c) Competências Tributárias: são as que estabelecem o poder para instituir tributos de 
que dispõem todos os entes federados, como uma das formas de manutenção da 
sua autonomia. 
 
 
MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
● Clássico 
● Moderno 
 
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● Horizontal 
● Vertical 
 
a) Modelo Clássico: a Constituição enumera as competências da União e reserva as 
demais (não enumeradas, portanto) aos estados membros. 
 
b) Modelo Moderno: a Constituição, além de enumerar as competências da União, 
também enumera hipóteses de competência concorrente e de competência 
comum. 
 
IMPORTANTE: ​A Constituição Federal de 1988 adota o modelo moderno de 
repartição, pois, além de enumerar expressamente as competênciasda União 
(CF, arts. 21 e 22), o texto constitucional também indica expressamente a 
competência comum (CF, art. 23) e a concorrente (CF, art. 24). 
 
c) Repartição Horizontal: 
A Constituição outorga aos entes federativos competência para atuar em áreas 
específicas, sem a interferência de um sobre o outro, sob pena de inconstitucionalidade. 
Esse tipo de repartição de competências é característico dos Estados que adotam um 
federalismo dual ou clássico. 
 
d) ​Repartição Vertical: 
As competências serão exercidas em conjunto pelos entes federativos, que irão, portanto, 
atuar de forma coordenada. Esse tipo de repartição de competências é característica dos 
Estados que adotam um federalismo de cooperação ou neoclássico. 
 
IMPORTANTE: ​A Constituição Federal de 1988 adotou os dois modelos de 
repartição horizontal e vertical, com predominância para a repartição 
horizontal. 
 
Portanto, a Constituição Federal de 1988 adota: 
● Repartição horizontal: ao estabelecer as competências privativa e exclusiva da 
União. 
● Repartição vertical: ao estabelecer as competências comuns e as competências 
concorrentes, resta caracterizada a repartição vertical. 
 
 
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PRINCÍPIO ADOTADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 PARA REPARTIÇÃO 
DE COMPETÊNCIAS 
Baseia-se em dois princípios, quais sejam: 
● Princípio da predominância do interesse; 
Sendo assim, caberá a : 
 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
União Matérias de interesse ​geral 
Estados-membros Matérias de interesse ​regional 
Distrito federal Matérias de interesse ​regional e local 
Municípios Matérias de interesse ​local 
 
#SELIGA: Lembre que o DF, nos termos do disposto no §1º, do art. 32, da CF/88, cumula 
as competências dos estados e dos municípios. 
● Princípio da subsidiariedade. 
É baseado na lógica de que, sempre que for possível, as questões devem ser resolvidas 
pelo ente federativo que estiver mais próximo da tomada de decisões. 
 
Exemplo da aplicação do princípio da predominância do interesse para a exploração do 
serviço de transporte terrestre de passageiros: 
● se o transporte é dentro do município (intramunicipal), há uma predominância do 
interesse local e, portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao 
município; 
● se o transporte é entre diferentes municípios que integram um mesmo Estado 
(intermunicipal, mas dentro do mesmo Estado), há uma predominância do 
interesse regional e, portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao 
Estado; 
● se o transporte é entre diferentes estados ou entre o Brasil e outros países 
(interestadual ou internacional), há uma predominância do interesse nacional e, 
portanto, a competência para a sua exploração foi outorgada à União. 
 
Portanto, orientado pelo princípio da predominância do interesse, o legislador constituinte 
originário optou pela seguinte técnica: 
 
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● Enumerou expressamente as competências da União (CF/88, arts. 21 e 22); 
● Enumerou expressamente as competências dos municípios (CF/88, art. 30); 
● Outorgou ao Distrito Federal as competências estaduais e municipais (CF/88, 
art. 32, § 1º); 
● Não enumerou expressamente as competências dos estados-membros, 
reservando a eles as competências que não lhes são vedadas na Constituição – 
competência não-enumerada, remanescente ou residual (CF/88, art. 25, § 1º); 
● Criou uma competência administrativa comum, outorgando-a a todos os entes 
federados – competência administrativa comum (CF/88, art. 23); 
● Criou uma competência legislativa concorrente entre a União, os estados e o 
Distrito Federal – competência legislativa concorrente (CF/88, art. 24). 
 
 
 
 
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Competências exclusivas e privativas da União 
 
→ Estão enumeradas, respectivamente, no art. 21 e art. 22 da Constituição Federal. 
 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras 
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
● Com base nesse dispositivo, o STF decidiu que é inconstitucional lei estadual que 
autoriza a utilização, pelas polícias civil e militar, de armas de fogo apreendidas. 16
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza 
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros 
e de previdência privada; 
● Com base no inciso VIII, o STF entende que é inconstitucional lei estadual que 
estabeleça a obrigatoriedade de utilização, pelas agências bancárias, de 
equipamento que atesta a autenticidade de cédulas 17
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
● O STF considera que, com base no inciso X, é constitucional a atribuição de 
monopólio do serviço postal à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 18
16 STF, ADIN 3258. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 06.04.2005. 
17 STF, ADIN 3515, Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011 
18 STF, ADPF 46, Rel. Min. Eros Grau. 05.08.2009. 
 
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XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os 
serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos 
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; 
● O STF considera que: 
a) É inconstitucional lei estadual ou distrital que proíba as empresas de 
telecomunicações de cobrarem taxas para a instalação do segundo ponto de 
acesso à internet. 19
b) É inconstitucional lei estadual que determina que as empresas telefônicas criem 
ou mantenham um cadastro de assinantes interessados em receber ofertas de 
produtos ou serviços. 20
c) É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia móvel a 
instalarem equipamentos de bloqueio do serviço de celular em presídio. 21
 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) ​os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) ​os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
c)​ a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d)os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e)​ os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) ​os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e 
dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar 
do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a 
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 
19 STF, ADIN 4083. Rel. Min. Carmen Lucia. 25.11.2010. 
20 STF, ADI 3959/SP. Rel. Min. Luís Roberto Barroso, 20.04.2016. 
21 ADI 5356/MS. Rel. Min. Edson Fachin. rel. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio. Julgamento: 03.08.2016. 
 
 
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● Com base nos incisos XIII e XIV, a doutrina entende que o Distrito Federal tem 
uma autonomia parcialmente tutelada pela União. a doutrina entende que o 
Distrito Federal tem uma autonomia parcialmente tutelada pela União. 
● o STF editou a Súmula Vinculante nº 39: “compete privativamente à União 
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal. 
#SELIGA: Desde a Emenda Constitucional nº 69/2012, a Defensoria Pública do DF 
passou a ser organizada e mantida pelo próprio Distrito Federal. 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e 
cartografia de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de 
programas de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, 
especialmente as secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios 
de outorga de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, 
saneamento básico e transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os 
seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins 
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização 
de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
d) ​a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
 
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XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de 
garimpagem, em forma associativa. 
 
Já o art. 22, da CF/88 traz as competências legislativas da União, vejamos: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
Há muita jurisprudência acerca desse dispositivo, seguem as principais que podem vir a 
ser cobradas em prova: 
● A União tem competência privativa para legislar sobre direito penal, inclusive sobre 
crimes de responsabilidade. 
A Súmula Vinculante nº 46, “a definição dos crimes de responsabilidade e o 
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência 
legislativa privativa da União.” 
● Segundo o STF, é inconstitucional a lei distrital ou estadual que disponha sobre 
condições do exercício ou criação de profissão, sobretudo quando esta diga à 
segurança de trânsito. Assim, não pode uma lei estadual regulamentar a 22
profissão de motoboy, uma vez que é competência privativa da União legislar sobre 
direito do trabalho. 
● Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que limita o valor das quantias 
cobradas pelo uso de estacionamento. A inconstitucionalidade da lei estadual se 
deve ao fato de que é competência privativa da União legislar sobre direito civil. 
● Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que disciplina o valor que deve ser 
dado a uma causa . A razão para isso é o fato de que a União tem competência 23
privativa para legislar sobre direito processual. 
● Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que impõe a obrigatoriedade da 
prestação de serviço de segurança em estacionamento 24
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
22 ADI 3610. Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011. 
23 ADI 2.655, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 09.03.04, DJ de 26.03.04. 
24 ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2017. 
 
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V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
A União tem competência privativa para legislar sobre trânsito e transporte. Logo, são 
inconstitucionais: 
● lei estadual ou distrital que estabeleça a obrigatoriedade do uso de cinto de 
segurança; 
● lei estadual ou distrital que comine penalidades a quem seja flagrado em estado 
de embriaguez na condução de veículo automotor; 
● lei estadual ou distrital que dispõe sobre instalação de aparelho, equipamento ou 
qualquer outro meio tecnológico de controle de velocidade de veículos automotores 
nas vias públicas; 
● lei estadual ou distrital que torna obrigatório a qualquer veículo automotor transitar 
permanentemente com os faróis acesos nas rodovias. 
#NÃOCONFUNDA: É competência ​privativa da União ​LEGISLAR sobre trânsito e 
transporte. É competência ​comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios ​estabelecer e implantar​ política de educação para a segurança do trânsito 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacionalde emprego e condições para o exercício de 
profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito 
Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios 
e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
 
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XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
● Súmula Vinculante nº 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou 
distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e 
loterias”. 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, 
mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros 
militares; 
● Atenção! Esse inciso, ele foi alterado pela ​Emenda Constitucional nº 103, de 2019​. 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
#NÃOCONFUNDA: É competência ​privativa da União ​legislar sobre seguridade social​. 
No entanto, ​legislar sobre previdência social é competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federal. 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
#NÃO CONFUNDA: É competência ​privativa ​da União ​legislar ​sobre diretrizes e bases 
da educação nacional. No entanto, ​legislar sobre educação é competência 
concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal​. 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e 
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; 
#SELIGA: Normas ​gerais de licitação e contratação são da competência privativa da 
União. No entanto, normas específicas sobre licitação e contratos podem ser editadas 
pelos Estados. 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
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Competências comuns 
São competências de natureza administrativa (material). 
 
Estão previstas no art. 23, da CF/88: 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros 
bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à 
pesquisa e à inovação; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a 
integração social dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
 
#SELIGA: No que se refere à lei complementar prevista no parágrafo único do art. 23 
da Constituição, nota-se que esta tem como finalidade evitar conflitos e dispersão de 
 
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recursos, coordenando-se as ações dos entes federativos em prol de melhores 
resultados. Essa lei já foi editada, é a Lei nº 140/11. 
 
Competência legislativa concorrente 
Está prevista no art, 24, da CF/88: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: 
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
 II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
 IV - custas dos serviços forenses; 
 V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos 
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, 
desenvolvimento e inovação; 
 X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
 XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
 XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência​; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
#SELIGA: A competência da União será limitada ao estabelecimento de regras gerais. 
Fixadas essas regras, caberá aos Estados e Distrito Federal complementar a legislação 
federal. 
 
 
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Ainda, sobre a competência suplementar saiba que: 
 
 
Caso a União não edite as normas gerais, Estados e Distrito Federal exercerão 
competência legislativa plena. Aqui ​muita atenção, ​, caso a União posteriormente ao 
exercício da competência legislativa plena pelos Estados e Distrito Federal edite a regra 
geral, ​ela suspenderá​ a eficácia da lei estadual ou distrital. 
 
#SELIGA: Não caia na pegadinha que afirme que a lei será revogada ou será declarada 
nula! 
 
 Competências dos Estados e do Distrito Federal 
 
→ Terão competência remanescente ou residual, conforme prevê o §1º do art. 25, da 
CF/88. 
 
Competências dos Municípios 
Está prevista no art. 30, da CF/88: 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos deinteresse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, 
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos 
fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os 
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter 
essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de 
educação infantil e de ensino fundamental; 
 
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VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de 
atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento 
e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a 
ação fiscalizadora federal e estadual. 
 
Quanto ao que seria considerado interesse local, o STF já se manifestou sobre os 
seguintes casos concretos: 
 
● Segundo o STF, o Município é competente para fixar o horário de funcionamento 
de estabelecimento comercial (Súmula Vinculante nº 38, STF). 
● O STF considera que o Município é competente para, dispondo sobre a segurança 
de sua população, impor a estabelecimentos bancários a obrigação de instalarem 
portas eletrônicas, com detector de metais, travamento e retorno automático e 
vidros à prova de balas. 
● Também entende que compete aos municípios garantir a instalação de 
equipamentos destinados a proporcionar-lhes segurança (tais como portas 
eletrônicas e câmaras filmadoras) ou a propiciar-lhes conforto, mediante 
oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento de cadeiras de espera, ou, 
ainda, colocação de bebedouros. 25
● O STF entende que a fixação do horário de funcionamento das agências 
bancárias, por estar relacionado ao sistema financeiro nacional, extrapola o 
interesse local. Portanto, não é de competência dos Municípios. 
● Segundo o STF, o Município é competente para legislar sobre limite de tempo de 
espera em fila dos usuários dos serviços prestados pelos cartórios localizados no 
seu respectivo território e nas filas de atendimento bancário, sem que isso 
represente ofensa à competência privativa da União para legislar sobre registros 
públicos. 
● É constitucional lei estadual que concede “meia passagem” aos estudantes nos 
transportes coletivos intermunicipais. Já no caso de serviço de transporte local, a 
competência para dispor a respeito é da legislação municipal. 
● É inconstitucional lei municipal que obriga ao uso de cinto de segurança e proíbe 
transporte de menores de 10 anos no banco dianteiro dos veículos, por ofender à 
competência privativa da União Federal para legislar sobre trânsito (CF/88, art. 22, 
XI). 
● Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. (Súmula 
Vinculante nº 49). 
25 (AI 347.717-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 31-5-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8- 2005.) 
 
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● Segundo o STF, o Município é competente para legislar sobre meio ambiente, 
desde que haja interesse local. A existência de interesse local deverá ser 
fundamentada pelo Município e poderá resultar, inclusive, em legislação ambiental 
mais restritiva do que a União e dos Estados. 26
 
9. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o Executivo e 
o Judiciário”. (CF/88. art. 2º). 
 
 
PODER LEGISLATIVO 
 
 “A lei disporá sobre eleições para a Câmara territorial e sua competência deliberativa” 
(CF/88. Art. 33, §3º). 
 
ESTRUTURA 
Legislativo Federal: Estrutura bicameral. É exercido pelo Congresso Nacional, que é 
formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. (CF. Art. 44). 
 
Legislativo Estadual: ​Estrutura unicameral. É exercido pela Assembleia Legislativa, que é 
composta pelos Deputados Estaduais. 
 
Legislativo distrital: ​Estrutura unicameral. É exercido pela Câmara Legislativa, composta 
pelos Deputados Distritais. 
 
Legislativo municipal: Estrutura unicameral. É exercido pela Câmara dos Vereadores, que 
é composta pelos Vereadores. 
 
 
Representantes 
 
● Deputados Federais:​ São representantes do povo. 
● Senadores:​ São representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal. 
● Deputados Estaduais:​ São representantes do povo do Estado. 
● Deputados Distritais:​ São representantes do povo do Distrito Federal. 
● Vereadores:​ São representantes do povo do Município. 
26 ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, 14.03.2017. 
 
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Sistema eleitoral 
 
● Deputados Federais: Elegem-se pelo sistema proporcional, assim as cadeiras se 
distribuem na proporção dos votos obtidos pelo Partido (CF/88. Art. 45). Depende 
do número de votos que a legenda obtiver. 
● Senadores: Elegem-se pelo sistema majoritário, assim o Senador que obtiver o 
maior número de votos será eleito (CF/88. Art. 46). 
● Deputados Estaduais: ​Elegem-se pelo sistema proporcional. 
● Deputados Distritais:​ Elegem-se pelo sistema proporcional. 
● Vereadores: ​Elegem-se pelo sistema proporcional. 
 
Número 
 
● Deputados Federais: O número de Deputados será estabelecido em lei 
complementar, proporcionalmente à população, não podendo nenhuma unidade da 
Federação ter número inferior a 8 e nem superior a 70 Deputados (CF/88. Art. 45, 
§1º). 
● Senadores: ​O número de Senadores está fixado na Constituição Federal, sendo 3 
em cada Estado ou Distrito Federal (CF/88. Art. 46, §1º). 
● Deputados Estaduais (art. 27 da CF/88): ​O número de Deputados estaduais 
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, 
atingido o número de 36, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados 
Federais acima de 12. 
● Deputados Distritais:​ Adota-se a mesma regra dos Estados (CF/88. Art. 32, §3º). 
● Vereadores: O número de vereadores será proporcional à população do Município, 
observados os seguintes limites (CF/88. Art. 29, IV): 
 
Mandato 
 
● Deputados Federais:​ Mandato de quatro anos. 
Uma legislatura tem a duração de 4 anos; 
Uma sessão legislativa de 1 ano e um período de 6 meses; 
O Deputado é eleito para uma legislatura que compreende 4 sessões legislativas e 
8 períodos (CF/88. Art. 44, parágrafo único). 
● Senadores:​ Mandato de 8 anos. 
O Senador é eleito para 2 legislaturas, 8 sessões legislativas e 16 períodos (CF. 
Art. 46, §1º da CF/88). 
A representação de cada Estado e Distrito Federal será renovada de 4 em 4 anos,alternadamente, por 1 e 2/3 (CF/88. Art. 46, §2º). 
 
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O Senador é eleito com 2 suplentes, que assumirão o seu lugar no caso de 
afastamento (CF/88. Art. 46, §3º). 
● Deputados Estaduais:​ Mandato de 4 anos (CF/88. Art. 27, §1º). 
● Deputados Distritais:​ Vale a mesma regra dos Estados (CF/88. Art. 32, §3). 
● Vereadores:​ Mandato de 4 anos. 
 
 
COMISSÕES PARLAMENTARES 27
Permanentes:​ Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Orçamento etc. 
Especiais (assunto) / Temporárias (tempo):​ Comissão Parlamentar de Inquérito. 
 
Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI 
O trabalho das Comissões Parlamentares de Inquérito(CPIs) é uma das formas pelas 
quais o Poder Legislativo exerce sua função típica de fiscalização. Trata-se de controle 
político-administrativo exercido pelo Parlamento com a finalidade de, em busca da 
verdade, apurar acontecimentos e desvendar situações de interesse público. 
As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, 
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou 
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração 
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, 
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores”. (CF. Art. 58, § 3º). 
Requisitos constitucionais para criação de CPI’s: 
● Requerimento de ⅓ dos membros da Casa Legislativa; 
● Indicação de fato determinado a ser investigado; 
● Fixação de prazo certo para os trabalhos da CPI; 
 
ATENÇÃO: Podem haver prorrogações sucessivas, desde que a CPI não 
ultrapasse uma legislatura (04 anos) 
 
 
27 
 
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● Limitação dos poderes de investigação; 
São limitados pelo princípio da separação de poderes e pelo respeito aos direitos 
fundamentais. Apesar de a Constituição ter mencionado que as CPIs têm poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, há certas competências que estão sujeitas 
à reserva de jurisdição, isto é, são exclusivas do Poder Judiciário. 
 
De acordo com o STF, Comissão Parlamentar de Inquérito não pode: 
a) determinar a interceptação telefônica; 
b) expedir mandado de busca e apreensão; 
c) Determinar a aplicação de medidas cautelares; 
d) Proibir ou restringir a assistência jurídica aos investigados; 
e) Determinar a anulação de atos do Poder Executivo; 
f) Determinar a quebra do sigilo judicial; 
g) Apreciar atos de natureza jurisdicional; 
h) Convocar o Chefe do Poder Executivo; 
i) expedir mandado de prisão. 
 
No entanto, pode prender em flagrante. 
 
As Comissões Parlamentares de Inquérito federais, estaduais e distritais podem 
determinar diretamente aos órgãos, desde que o façam fundamentadamente as seguintes 
quebras: 
a) sigilo telefônico – extrato das ligações feitas 
b) sigilo bancário 
c) sigilo fiscal (Imposto sobre a Renda) 
 
Ademais, poderão ainda: 
● Convocar particulares e autoridades públicas para depor; 
● Realizar perícias e exames necessários à dilação probatória, bem como requisição 
de documentos e busca de todos os meios de prova legalmente admitidos; 
 
#SELIGA: As Comissões Parlamentares de Inquérito municipais, se quiserem, devem 
solicitar ao juiz criminal da comarca. 
 
 
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito 
Formada com a assinatura de ⅓ da Câmara e ⅓ do Senado, ou seja, só existe no âmbito 
Federal e discute assuntos federais. 
 
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FUNCIONAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL (CF. ART. 57) 28
Sessão legislativa ordinária:​ anual. 
● O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 
1º de agosto a 22 de dezembro. 
● Caso as reuniões marcadas para essas datas que caírem em sábados, domingos 
ou feriados, as sessões serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente. 
● Recesso: De 18 a 31 julho e de 23 dezembro a 1 fevereiro. 
 
 
Sessão legislativa extraordinária: 
● Convocações durante o recesso. Só devem ser votados os projetos objetos de 
convocação, salvo se existirem Medidas Provisórias pendentes de votação. 
● Se uma PEC ou MP forem rejeitadas em uma sessão legislativa, só podem ser 
reapresentadas na próxima sessão legislativa. (CF. Art. 60, § 5º, e art. 62, §10). 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR (CF. ART. 53) 
→ São garantias funcionais irrenunciáveis. 
#SELIGA: O STF já decidiu que as imunidades parlamentares não se estendem aos 
suplentes. 
a)​ Imunidade material ou absoluta ou inviolabilidade 
● Os parlamentares são imunes civil e penalmente por suas opiniões, palavras e 
votos no exercício da atividade parlamentar. (Não cometem crimes contra a honra) 
● Todos os parlamentares têm essa proteção nas suas circunscrições. 
 
Segundo o STF, quando as manifestações são proferidas no recinto do Congresso 
Nacional, há a presunção absoluta de que está relacionada ao exercício parlamentar e, 
portanto, estará abrangida pela imunidade material. or outro lado, caso as palavras sejam 
proferidas pelo parlamentar fora do Congresso Nacional, será necessário perquirir o seu 
vínculo com a atividade de representação política. 29
 
ATENÇÃO: ​A imunidade material possui ​eficácia temporal permanente​, perpétua, pois 
persiste mesmo após o término do mandato. 
 
Ademais, tem como termo inicial a data da posse. 
28 
29 
 
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A seguir esquema acerca de tal imunidade: 
 
 
 
b)​ ​Imunidade formal ou relativa ou propriamente dita 
Assegura aos candidatos as seguintes prerrogativas: 
a) impossibilidade de ser preso, salvo flagrante delito em crime inafiançável ou de 
permanecer preso; 
b) possibilidade de sustação do andamento da ação penal. 
 
 
 
ATENÇÃO: 
¹ É plenamente possível que o parlamentar seja preso em virtude de sentença 
judicial transitada em julgado; 
²Ficarão suspensos o processo e a prescrição enquanto durar o mandato. 
Findo o mandato, finda a proteção. 
³ O STF reconheceu a possibilidadede que o Poder Judiciário aplique medidas 
cautelaresdiversas da prisão, as quais estão relacionadas no art. 319, do Código de 
Processo Penal. 
 
#SELIGA: Vereador ​não tem​ essa proteção. 
 
Segue quadro resumindo tal imunidade: 
 
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PRERROGATIVA DE FORO 
Os parlamentares (Deputados e Senadores)gozam da prerrogativa especial de serem 
processados e julgados criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal(STF). 
 
Recentemente o STF Reinterpretou oinstituto do foro por prerrogativa de função dos 
parlamentares, promovendo verdadeira mutação constitucional, a fim de impedir que ele 
se tornasse um escudo para a prática de ilícitos penais. 
 
Na Ação Penal nº 937, na qual o STF restringiu o alcance do foro por prerrogativa de 
função dos parlamentares. Segundo a nova interpretação da Corte Suprema, o foro por 
prerrogativa de função ​somente se aplica aos crimes praticados durante o exercício 
do cargo e que tenham relação com as funções desempenhadas pelo parlamentar. 
Para o STF, o foro por prerrogativa de função, por ser uma exceção ao princípio da 
igualdade e ao princípio republicano, ​deve ser interpretado restritivamente​. 
 
Assim, se o parlamentar tiver cometido crime antes da diplomação, ele não será 
processado e julgado pelo STF, mas sim pela primeira instância do Poder Judiciário. Da 
mesma forma, caso o parlamentar, já em exercício, cometa crime que não se relacione ao 
 
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exercício do mandato, estará sujeito a julgamento na primeira instância do Poder 
Judiciário. 
 
#APROFUNDANDO: Com a nova interpretação dada pela Corte, irão tramitar perante o 
STF apenas os inquéritos criminais relativos a crimes praticados por parlamentares no 
exercício do cargo(após a diplomação) e relacionados às funções por eles 
desempenhadas. Nesses casos, a abertura de inquérito dependerá de autorização prévia 
do STF, que exercerá a função de supervisão judicial. Destaque-se que o inquérito será 
conduzido pela Polícia Federal ou pela Procuradoria-Geral da República. 
 
#SELIGA: Nas ações civis(como, por exemplo, a ação popular ou na ação de alimentos), 
por sua vez, os Deputados e Senadores ​não farão jus a foro por prerrogativa de 
função. 
 
Ainda sobre o tema, é importante que você saiba o constante ​na súmula n º 704 do STF: 
 
“Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a 
atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de 
função de um dos denunciados.” 
 
#APROFUNDANDO: Imunidades dos Deputados Estaduais, Deputados Distritais e 
Vereadores 
 
→ De acordo com o art. 27, § 1º, da CF/88, aos Deputados Estaduais(e Deputados 
Distritais) serão aplicadas as regras previstas na Constituição Federal sobre sistema 
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
 
Assim, pode-se afirmar que os Deputados Estaduais gozam de imunidade formal e 
imunidade material. 
Já os Vereadores, por sua vez, não têm imunidade formal (processual), mas apenas 
imunidade material. Ademais, eles serão invioláveis por suas opiniões, palavras e votos 
no exercício do mandato​ apenas na circunscrição do Município. 
 
OUTRAS PRERROGATIVAS: 
 
● a isenção do dever de testemunhar; 
● a necessidade de prévia licença para incorporação às Forças Armadas e; 
● a imunidade parlamentar durante o estado de sítio. 
 
 
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INCOMPATIBILIDADES DOS PARLAMENTARES: 
Estão previstas no art. 54, da CF/88, são as seguintes: 
 
● Desde a expedição do diploma: 
 
-Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa 
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, 
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; 
 
-Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam 
demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público. 
 
● Desde a posse: 
-Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente 
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; 
 
-Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de 
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa 
concessionária de serviço público;-Patrocinar causa em que seja interessada qualquer 
das entidades acima citadas;-Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público 
eletivo. 
 
PERDA DO MANDATO 
→ ​Estão previstas no art. 55, da CF/88 e serão esquematizadas em tabela a seguir​: 
 
 
Perderá o mandato o Deputado ou Senador.. 
● Que infringir qualquer das 
proibições do art. 54 da 
Constituição; 
● Cujo procedimento for 
declarado incompatível 
com o decoro parlamentar; 
● Que sofrer condenação 
criminal em sentença 
transitada em julgado. 
 
 
 
A perda do mandato dependerá de juízo do Plenário da 
Casa Legislativa (decisão política) 
● Que deixar de comparecer, 
em cada sessão 
legislativa, à terça parte 
 
 
 
 
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das sessões ordinárias da 
Casa a que pertencer, 
salvo licença ou missão 
por esta autorizada; 
● Que perder ou tiver 
suspensos os direitos 
políticos; 
● Quando o decretar a 
Justiça Eleitoral, nos casos 
previstos na Constituição. 
A perda será declarada pela Mesa da Casa Legislativa, de 
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus 
membros, ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 
 
TRIBUNAIS DE CONTAS 
Os Tribunais de Contas são órgãos independentes e autônomos, sem subordinação 
hierárquica a qualquer dos Poderes da República. Sua autonomia é garantida 
constitucionalmente. 
 
É um órgão de caráter administrativo e não jurisdicional. 
 
● TCU – Auxilia o Congresso Nacional na fiscalização das contas públicas federais. 
(CF. Art. 70 ao 75, em especial o Art. 73). 
● TCE – ​Auxilia a assembleia legislativa a fiscalizar as contas do Estado e Câmaras 
Municipais na fiscalização das contas públicas municipais onde não houver TCM. 
● TCDF –​ Auxilia o Distrito Federal a fiscalizar as contas públicas distritais. 
● TCM – ​Auxilia a câmara municipal a fiscalizar as contas públicas municipais. 
 
#SELIGA: Não podem ser criados novos tribunais de contas municipais (CF. Art. 31, § 4). 
Nos município onde não houver TCM, as contas são julgadas pelo TCE. 
 
A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas não impede a investigação 
administrativa ou judicial. 
 
Atenção ao que dispõe a Súmula nº 347 do STF: 
 
“O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições,pode apreciar a 
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.​” 
 
Ademais, deve o aluno conhecer o teor da Súmula vinculante de nº 03: 
 
 
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“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a 
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciaçãoda legalidade do ato 
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. 
 
ESPÉCIES NORMATIVAS 
Emenda Constitucional (CF. Art. 60). 
● Observar que a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea. 
Medida Provisória (CF. Art. 62 e Emenda Constitucional 32/01). 
● Só pode ser editada pelo Presidente da República em caso de relevância e 
urgência. 
“Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”. 
(CF. Art. 62) 
● As Medidas Provisórias que existiam até 11.09.2001 não têm prazo (é como se 
lei fossem). 
● Prazo e proibições de edição de Medidas Provisórias (CF. Art. 62, § 1º). 
Lei Ordinária (comum) 
● Aprovada por maioria simples (quem estiver presente) ou relativa. 
Lei Complementar (CF, Art. 69) 
● Aprovada por maioria absoluta (leva-se em conta o total de membros). 
● Exige-se a especificidade de matéria – se a Constituição Federal determina, 
mediante Lei Complementar, não se pode utilizar outra espécie e normativa. 
Lei Delegada (CF. Art. 68) 
● São editadas pelo Presidente da República que depende de prévia autorização do 
Congresso Nacional. 
Decreto Legislativo 
● Só podem ser criados pelo Congresso Nacional, nas matérias de sua competência. 
Resolução 
● Câmara dos Deputados (CF.Art. 51 
● Senado Federal (CF. Art. 52), ou 
● Congresso Nacional (somente quando a Constituição Federal determinar). 
 
PODER EXECUTIVO 
O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, em que a chefia de Estado (política 
externa) e de Governo (política interna) encontram-se nas mãos de uma só pessoa 
(executivo monocrático). 
 
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Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
Introdução 
 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
Forma de estado Federação 
Regime político Democracia 
Forma de governo República 
Sistema de governo Presidencialismo 
 
 
Âmbito federal: O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado 
pelos Ministros de Estado (CF/88. Art. 76). 
 
Âmbito estadual: O Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado, auxiliado 
pelos Secretários de Estado. 
 
Âmbito distrital:​ O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Distrito Federal. 
 
Âmbito municipal: O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos Secretários 
Municipais. 
 
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE 
● “São privativos de brasileiro nato os cargos: de Presidente e Vice-Presidente da 
República”. (CF. Art. 12, §3º). 
● Nacionalidade brasileira (CF. Art. 14, §3º, I). 
● Pleno exercício dos direitos políticos: Capacidade para votar e ser votado (CF. Art. 
14, §3º, II). 
● Alistamento eleitoral (CF. Art. 14, §3º, III). 
● Domicílio eleitoral na circunscrição: Deve ter domicílio na circunscrição um ano 
antes da eleição (CF. Art. 14, §3º, IV). 
● Filiação partidária: Deve ter filiação partidária um ano antes da eleição (CF. Art. 14, 
§3º, V). 
● Idade mínima (CF. Art. 14, §3º, VI): 
✓ Presidente e Vice-Presidente: 35 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “a”). 
✓ Governador e Vice-Governador do Estado e do Distrito Federal: 30 anos (CF. 
Art. 14, §3º, VI, “b”). 
✓ Prefeito e Vice-Prefeito: 21 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “c”). 
 
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APOSTILA 
 
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A seguir, tem-se tabela com os requisitos para ser Presidente da República: 
 
 
ATENÇÃO: ​Para exercer os cargos de governador e prefeito não se é 
exigido que seja brasileiro nato. 
 
REALIZAÇÃO DA ELEIÇÃO: 
“A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado” 
(CF. Art. 77, §1º). 
 
Presidente e Vice-Presidente 
 
● A eleição será realizada, simultaneamente, no 1º domingo de outubro, 
em 1º turno, e no último domingo de outubro se houver, do ano anterior 
ao do término do mandato presidencial vigente (CF. Art. 77 da CF). 
 
● É adotado o sistema majoritário de dois turnos (será eleito o candidato 
que obtiver a maioria dos votos válidos. Caso não obtenha na primeira 
votação, será realizada nova). 
 
No 1º turno (CF. Art. 77, §2º): Será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta de 
votos, excluindo-se os brancos e nulos (votos válidos); 
 
 
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APOSTILA 
 
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No 2º turno: Se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta em 1º turno, será feita 
nova eleição no último domingo de outubro com os candidatos mais votados e sendo 
eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos (CF. Art. 77, §3) 
 
Governador e Vice-Governador do Estado: 
 
A eleição será realizada no 1º domingo de outubro, em 1º turno, e no último domingo de 
outubro se houver, do ano anterior ao do término do mandato do antecessor (art. 28 da 
CF). Foi adotado o sistema majoritário de dois turnos. 
 
Governador e Vice-Governador do Distrito Federal: 
 
Vale a regra dos Estados, sendo assim adotado o sistema majoritário de dois turnos. 
A eleição destes coincidirá com a do Governador e Vice-Governador do Estado (CF. Art. 
32, §2º). 
 
Prefeito e Vice-Prefeito: 
 
A eleição será realizada, mediante pleito direto e simultâneo em todo o país, no 1º 
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, 
aplicadas as regras do artigo 77 no caso de Municípios com mais de 200.000 eleitores. 
(CF. Art. 29, I e II). 
 
Assim, nos municípios com mais de 200.000 eleitores, adota-se o sistema majoritário de 
dois turnos (será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Caso não 
obtenha na primeira votação, será realizada nova) e nos municípios com menos de 
200.000 eleitores, adota-se o sistema majoritário simples (será eleito o candidato que 
obtiver o maior número de votos). 
 
 
MANDATO 
Presidente da República: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano 
seguinte ao da sua eleição (CF. Art. 82). 
É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5º). 
 
Governador do Estado: ​Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano seguinte 
ao da sua eleição (CF. Art. 28). 
É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5º). 
 
 
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Governador do Distrito Federal: Vale a regra para Governador do Estado (CF. Art. 32, 
§2º). 
 
Prefeito: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano subsequente ao da 
eleição (CF. Art. 29, III) 
É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5). 
 
Para concorrer a reeleição, o Presidente da República, os Governadores dos Estados ou 
do Distrito Federal e os Prefeitos não precisam renunciar ao mandato 6 meses antes do 
pleito, mas para concorrer a outros cargos, devem renunciar (CF. Art. 14, §6º). 
 
PERDA DO MANDATO 
 
Presidente 
No caso de impedimento(perda do mandato em caráter temporário. Ex: viagem, doença), 
o Vice-Presidente substituirá o Presidente (CF. Art. 79). 
 
Já no caso de vacância (perda do mandato em caráter definitivo. Ex: morte, impeachment, 
renúncia), suceder-lhe-á o Vice-Presidente. 
 
Havendo impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos 
cargos, serão sucessivamente chamados o Presidente da Câmara dos Deputados, o do 
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal para assumir o cargo em caráter 
temporário (CF. Art. 80). 
 
Vacância do cargo do Presidente: O Vice-presidente suceder-lhe-á, independentemente 
do lapso temporal faltante. 
 
Vacância dos cargos de Presidente e Vice-presidente: O Presidente da Câmara dos 
Deputados, ou do Senado Federal ou do Supremo Tribunal Federal assumirão o cargo 
temporariamente. 
 
✓ Se a dupla vacância ocorrer nos primeiros 2 anos: Será realizada eleição 90 dias 
depois de aberta a última vaga. Trata-se de eleição direta. Os eleitos completarão 
o período dos antecessores (mandato-tampão – CF. Art. 81, §§1º e 2º). 
 
✓ Se a dupla vacância ocorrer no 2 últimos anos: Será realizada eleição 30 dias 
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Trata-se de 
eleição indireta, uma exceção à regra do artigo 14 da Constituição Federal. Os 
 
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APOSTILA 
 
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eleitos completarão o período dos antecessores (mandato-tampão). (CF. Art. 81, 
§§1º e 2º). 
 
Segue esquema ilustrativo : 
 
 
Governador: Perderá o mandato se assumir outro cargo ou função na administração 
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado 
o disposto no art. 38, I, IV e V (CF. Art. 28, §1º). 
 
Prefeito:​ Vale a mesma regra que para o Governador (CF. Art. 29, XIV). 
 
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 
 
→ Estão previstas no art. 84, da CF/88, sendo suficiente a sua leitura integral pelo 
candidato. 
 
Chama-se atenção para as atribuições previstas nos incisos IV e VI, do art. 84, da CF/88: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução; 
(...) 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
É importante que o candidato saiba a diferença entre os diferentes tipos de decretos: 
 
Decretos ou Regulamentos 
De Execução Atos normativos ​secundários​ editados para 
 
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possibilitar a fiel execução de uma lei. Sua 
edição é competência indelegável do Chefe do 
Executivo. 
Autorizados Atos regulamentares que ​complementam a lei 
com base em expressa determinação nela 
contida. Essa lei deve determinar precisamente 
os contornos dos decretos ou regulamentos 
autorizados. 
Autônomos Atos normativos ​primários​ que disciplinam a 
organização ou a atividade administrativa, 
extraindo sua validade diretamente da 
Constituição. Existem em nosso ordenamento 
jurídico desde a EC nº 32/2001 (art. 84, VI, da 
CF). A competência para sua edição pode ser 
delegada, nos termos do parágrafo único do 
art. 84 da CF. 
 
Importante também que o aluno saiba quais dessas competências previstas no art. 84, 
da CF/88 são delegáveis: 
a) Editar decretos autônomos​; 
Recorde-se que, mediante decreto autônomo, o Presidente poderá dispor sobre: 
● organização e funcionamento da administração pública federal, quando não 
implicar aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgão público e; 
● extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. 
b) Conceder indulto e comutar penas; 
c) Prover e desprover cargos públicos, na forma da lei. 
#SELIGA: Apenas a extinção de cargos públicos vagos é delegável. A extinção de 
cargos públicos ocupados não é atribuição delegável do Presidente da República. 
 
ÓRGÃOS AUXILIARES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
 
Ministros de Estado: 
 
● São nomeados e exonerados pelo Presidente da República, assim titularizam 
cargo em comissão (CF. Art. 84, I). 
● Os Ministros de Estado podem exercer as atribuições delegadas pelo Presidente 
da República, isto é, as específicas no artigo 84, VI, XII e XXV da CF. 
 
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● Respondem por crime de responsabilidade (CF. Art. 50) 
 
#SELIGA: Nos casos de crime de responsabilidade: 
a)Os Ministros de Estado são julgados pelo STF nos crimes comuns. 
b)Os Ministros de Estado são julgados pelo STF nos crimes de responsabilidade 
“autônomos”. 
c)Os Ministros de Estado são julgados pelo Senado Federal nos crimes de 
responsabilidade conexos com os do Presidente. 
 
Segue esquema acerca das atribuições dos Ministros de Estado: 
 
 
Atribuições dos Ministros de Estado 
Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo 
presidente da república 
Apresentar ao presidente da república relatório anual de sua gestão no ministério 
Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos 
Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração 
federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo presidente 
da república 
 
 
Conselho da República: 
 
● É órgão superior de consulta do Presidente da República (CF. Art. 89) 
● Compete ao Conselho pronunciar-se em caso de: 
a) Intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio (CF. Art. 90, I); 
b) Questões relevantes para a estabilidade da instituição democrática (CF. 
Art. 90, II). 
 
“O Presidente poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do 
Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério” (art. 
90, §1º da CF). 
 
É composto pelos seguintes membros: 
 
Membros do Conselho da República 
 
 
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● O Vice-Presidente da República; 
● O presidente da Câmara dos Deputados; 
● O Presidente do Senado Federal; 
● Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; 
● Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; 
● O Ministro da Justiça; 
● Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo 
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e 
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada 
a recondução. 
 
 
Conselho da Defesa Nacional: 
 
● É órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a 
soberania nacional e a defesa do Estado democrático de direito (CF. Art. 91). 
● Competências do Conselho da Defesa Nacional: Art. 91 da CF. 
 
 É composto pelos seguintes membros: 
 
Membros do Conselho da Defesa Nacional 
 
● O Vice-Presidente da República; 
● O Presidente da Câmara dosDeputados; 
● O Presidente do Senado Federal; 
● O Ministro da Justiça; 
● O Ministro do Estado da Defesa; 
● O Ministro das Relações Exteriores; 
● O Ministro do Planejamento; 
● Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 
 
#SELIGA: Dicas para memorização: 
a) O Vice-Presidente, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do 
Senado Federal e o Ministro da Justiça participam tanto do Conselho da 
República ​quanto do ​Conselho de Defesa Nacional. 
b) Os 6 (seis) cidadãos brasileiros natos participam apenas ​do Conselho da 
República. 
c) O único Ministro que participa do Conselho da República ​é o Ministro da Justiça. 
 
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RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Prerrogativas e imunidades: 
 
De início, importante que se saiba que o Presidente possui apenas imunidades formais 
(processuais). 
 
Irresponsabilidade penal relativa: O Presidente não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções, na vigência do mandato. Tal irresponsabilidade é 
relativa apenas às infrações penais, não se lhes aplicando a responsabilidade civil, 
administrativa ou tributária. 
#SELIGA: Inclusive quanto a fatos ocorridos antes do início do mandato presidencial. 
 
O STF entende que, nesse caso, haverá suspensão provisória do processo e a 
consequente suspensão do prazo prescricional. 30
● A irresponsabilidade penal relativa não se estende aos Governadores de Estado e 
Distrito Federal e nem aos Prefeitos. 
 
Imunidade formal em relação à prisão: O Presidente não poderá ser preso cautelarmente 
nas infrações penais comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória, ou seja, 
necessária uma sentença penal condenatória, emanada do STF. 
● A imunidade formal relativa à prisão não se estende a Governadores e nem aos 
Prefeitos. 
 
Imunidade formal em relação ao processo: O Presidente somente poderá ser processado, 
por crime comum ou de responsabilidade, após um juízo de admissibilidade da Câmara 
dos Deputados, em que será necessário voto de 2/3 de seus membros. 
● O Governador de Estado e do Distrito Federal somente terá imunidade formal em 
relação ao processo (só poderão ser processados por crime comum ou de 
responsabilidade, após juízo de admissibilidade da Assembleia legislativa ou 
Câmara legislativa) se a Constituição Estadual assim determinar. 
● O Prefeito não tem imunidade formal em relação ao processo. Assim, não há 
necessidade de sujeição do processo contra o Prefeito à autorização da Câmara 
dos Vereadores. 
 
 #APROFUNDANDO: Tal juízo de admissibilidade prévia também é exigido para a 
instauração de processo contra o Vice-Presidente da República (em qualquer caso) e 
contra os Ministros de Estado (nos crimes conexos com os do Presidente da República). 
 
30 1 Inq. 672/DF. Rel. Min Celso de Mello, 16.04.1993. 
 
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Prerrogativa de foro: O Presidente só pode ser processado por crime comum no Supremo 
Tribunal Federal e por crime de responsabilidade no Senado Federal. 
 
● Os Estados não têm competência para editar normas que condicionem a 
instauração de ação penal contra Governador, por crime comum, à prévia 
autorização da Assembleia Legislativa. Sendo assim, o STJ poderá receber a 
denúncia contra o Governador, instaurando a ação penal, independentemente de 
qualquer autorização do Poder Legislativo Estadual. 31
● O Prefeito é processado por crime comum no Tribunal de Justiça, por crime de 
responsabilidade (de natureza penal) no Tribunal de Justiça; por crime de 
responsabilidade (natureza de infração político-administrativa), na Câmara dos 
Vereadores; por crime federal, no Tribunal Regional Federal e por crime eleitoral, 
no Tribunal Regional Eleitoral. 
 
 #SELIGA : Recebida a denúncia pelo STF, o Presidente ficará suspenso do exercício da 
Presidência e só retornará às suas funções caso seja absolvido ao final do julgamento, ou 
se decorrerem mais de 180 dias sem que o julgamento tenha sido concluído. 
 
ATENÇÃO: O STF não possui competência para julgar Ação Popular em face do 
Presidente da República. Ela será julgada no juízo de primeiro grau. 
 
Crimes de responsabilidade: 
 
São crimes de natureza política (infrações político-administrativas). A destituição dos 
cargos se dará pelo processo de impeachment (impedimento). 
 
O artigo 85 da Constituição traz um rol meramente exemplificativo de crimes de 
responsabilidade, pois o Presidente poderá ser responsabilizado por todos o atos 
atentatórios à Constituição Federal, passíveis de enquadramento no referido rol. 
 
Os crimes de responsabilidade serão definidos em lei especial, que estabelecerá as 
normas de processo e julgamento (art. 85, parágrafo único da CF). A lei 1079/50, alterada 
pela lei 10.028/00, define os crimes de responsabilidade do Presidente da República, de 
Ministros do Estado, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da 
República e outros, e regula o respectivo processo de julgamento. 
 
#SELIGA: ​Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o 
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência 
legislativa privativa da União. 
31 ADI 4764, ADI 4797 e ADI 4798. Rel. Min. Luís Roberto Barroso. 04.05.2017. 
 
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Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é processado e julgado pelo 
Senado Federal, após juízo de admissibilidade político da Câmara dos Deputados. O 
julgamento terá como Presidente o Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
 
Se a acusação for admitida pela Câmara dos Deputados (em votação nominal, por 2/3 
dos seus membros), o processo será remetido ao Senado Federal, onde haverá novo 
juízo de admissibilidade da denúncia (por maioria simples). O Senado Federal possui, 
dessa forma, discricionariedade para decidir pela instauração ou não do processo contra 
o Presidente da República. 
 
Após a instauração do processo pelo Senado Federal, o Presidente ficará suspenso de 
suas funções; ele só retornará ao exercício da presidência se absolvido ou se, decorridos 
180 dias, o julgamento não tiver sido concluído. 
 
A condenação do Presidente pelo Senado Federal depende do voto nominal (aberto) de 
2/3 dos seus membros. 
 
Uma vez condenado por crime de responsabilidade, não haverá qualquer pena privativa 
de liberdade. 
As penalidades aplicadas serão duas: 
→ perda do cargo e; 
 → inabilitação, por 8 (oito) anos, para o exercício de função pública. 
 
Crime comum: 
 
Abrange todas as modalidades de infrações, alcançando os delitos eleitorais, os crimes 
contra a vida e até mesmo as contravenções penais. Entretanto, não há foro privilegiado 
para ações populares, ações civis públicas e ações por ato de improbidade administrativa 
movidas contrao Presidente da República. 
 
Tendo em vista que o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode 
ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, §4º da CF), 
pode-se concluir que ele só pode ser responsabilizado por crime comum praticado 
durante o mandato e em razão do exercício da função. 
 
A condenação leva a aplicação do tipo penal previsto. A perda do cargo ocorre por via 
reflexa, em decorrência da suspensão temporária dos direitos políticos (CF. Art. 15, III). 
 
O Presidente só pode ser preso por sentença condenatória (CF. Art. 86, §3º). 
 
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#NÃOCONFUNDA: 
1) Nos crimes comuns​, o Presidente ficará suspenso de suas funções d​esde o 
recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF​. 
2) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas funções ​desde 
a instauração do processo pelo Senado Federal. 
 
#APROFUNDANDO: RÉU EM PROCESSO-CRIME X SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL 
Os ocupantes da “linha sucessória” do Presidente da República, ao se tornarem réus 32
em processo penal, ficarão afastados de suas funções? 
Foi exatamente isso o que o STF examinou na ADPF nº 402: 
 
a) Aqueles que forem réus em processo-criminal não poderão, em hipótese alguma, 
exercer o ofício de Presidente da República. Não será admissível, dessa forma, que réus 
em ação penal efetivamente substituam o Presidente da República. 
 
b) O fato de ser réu em processo criminal não impede que o indivíduo exerça a 
Presidência da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do STF. 
PODER JUDICIÁRIO 
 
 
ATENÇÃO:​ ​O CNJ é um órgão interno do Poder Judiciário ​que não exerce jurisdição. 
 
 
32 São: o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente do STF 
 
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GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO 
Ao Poder Judiciário são conferidas garantias para assegurar a sua independência. Tais 
garantias dividem-se em: 
a) Garantias institucionais 
b) Garantias funcionais (dos membros ou de órgãos) 
 
Garantias institucionais 
São aquelas que garantem a independência do Poder Judiciário frente aos demais 
poderes. É crime de responsabilidade do Presidente da República atentar contra o livre 
exercício do Poder Judiciário (art. 85, II da CF). 
● Autonomia financeira: ​Os Tribunais devem elaborar suas propostas orçamentárias 
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais poderes na lei de 
diretrizes orçamentárias (CF. Art. 99, §1º). 
● Autonomia administrativa:​ Compete aos Tribunais (CF. Art. 96, I) 
● Vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos 
magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, § 1º, I, CF/88). 
 
Garantias funcionais ou de órgãos 
São aquelas que garantem a independência e a imparcialidade dos membros do Poder 
Judiciário. 
 
Garantias de independência dos órgãos judiciários 
● Vitaliciedade (art. 95, I da CF): É a garantia de permanência no cargo após 02 anos 
de exercício, ou seja, o Juiz só perderá seu cargo após decisão judicial transitada 
em julgado. 
● Inamovibilidade (art. 95, II da CF): O ato de remoção, disponibilidade e 
aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por 
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de 
Justiça, assegurada a ampla defesa (art. 93, VIII da CF). 
 
#SELIGA: 
 ¹O magistrado pode negar a promoção, quando assim entender adequado. 
²Ao contrário da vitaliciedade, para a inamovibilidade não há prazo para aquisição, ou 
seja, desde a posse do magistrado, seja no primeiro grau ou em um Tribunal, ele já 
poderá usufruir dessa garantia. 
 
 
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● Irredutibilidade de vencimentos (art. 95, III da CF): ​O Subsídio do magistrado não 
pode ser reduzido, observado o artigo 37,X e XI, 39, §4º, 150, II e 153, §2º, I da 
Constituição Federal (está sujeito a tributação). 
 
A proteção se limita ao valor nominal dos subsídios. 
Garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários 
Aos juízes ​é vedado​: 
● Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de 
magistério (art. 95, parágrafo único, I da CF). 
 
#SELIGA: O STF já decidiu que o magistrado poderá exercer “mais de uma” função 
de professor, o que, todavia, não poderá prejudicar os afazeres da atividade 
judicante. 
 
● Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo (art. 95, 
parágrafo único, II da CF). 
● Dedicar-se a atividades político-partidária (art. 95, parágrafo único, III da CF). 
● Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei (art. 95, 
IV da CF). 
● Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (art. 95, V da CF). 
Esse é o chamado “período de quarentena de saída”. 
 
ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO 
Órgãos do Poder Judiciário (CF. Art. 92): 
● Supremo Tribunal Federal (art. 92, I da CF). 
● Conselho Nacional de Justiça (art. 92, I A da CF). 
● Superior Tribunal de Justiça (art. 92, II da CF) 
● Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (art. 92, III da CF) 
● Tribunais e Juízes do Trabalho (art. 92, IV da CF). 
● Tribunais e Juízes Eleitorais (art. 92, V da CF). 
● Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (art. 92, VI da 
CF). 
 
O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores 
têm sede na Capital Federal (CF. Art. 92, §1º). 
 
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O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território 
nacional (CF. Art. 92, §2º). 
 
Órgãos de superposição: 
O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça funcionam como órgãos de 
superposição, pois se sobrepõem às justiças comuns e especiais (ou especializadas). 
 
Justiça Comum: 
● Justiça Federal:​ Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (CF. Art. 106). 
“Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça 
Federal” (CF. Art. 98, parágrafo único). 
● Justiça estadual comum ou ordinária: 
Juízos de primeiro grau de jurisdição, incluídos os Juizados especiais e a justiça de 
paz . 33
Juízos de segundo grau, compostos pelos Tribunais de Justiça. 
 
Justiça especial ou especializada: 
● Justiça do Trabalho: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do 
Trabalho e Juízes do Trabalho (art. 111 da CF). Haverá pelo menos um TRT em 
cada Estado e no Distrito Federal (art. 112 da CF). 
● Justiça Eleitoral: ​Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais RegionaisEleitorais, Juízes 
Eleitorais e Juntas Eleitorais (art. 118 da CF). Haverá um TRE na capital de cada 
Estado e no Distrito Federal (art. 120 da CF). Têm competência penal e civil. 
● Justiça Militar: Superior Tribunal Militar; Tribunais Militares e Juízes Militares 
instituídos por lei. Só têm competência penal. 
 
 
33 CF/88. “Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, 
providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a 
execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, 
mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o 
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; II - justiça de paz, remunerada, composta de 
cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na 
forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo 
de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na 
legislação. § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. § 2º 
As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades 
específicas da Justiça. 
 
 
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QUINTO CONSTITUCIONAL 
A regra do quinto constitucional aplica-se ao Tribunal Regional Federal – Art. 107 I, 
Tribunais dos Estados , Tribunal Superior do Trabalho - Art. 111-A, I, da CF/88. 
 
Segundo esta regra, um quinto dos lugares nesses Tribunais serão compostos por 
membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira e de advogados de 
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos e efetiva atividade 
profissional (CF. Art. 94). 
 
Os órgãos de representação de classe dos Advogados e do Ministério Público elaborarão 
lista sêxtupla. O Tribunal, assim que recebida as indicações, formará a lista tríplice e a 
encaminhará ao Poder Executivo, que nos 20 dias subsequentes escolherá um dos três 
para nomeação (CF. Art. 94, parágrafo único). 
 
A regra do quinto constitucional não se aplica aos Tribunais superiores, com exceção do 
Tribunal Superior do Trabalho (TST). São Tribunais Superiores o Superior Tribunal de 
Justiça (STJ), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM). 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS 
Supremo Tribunal Federal 
● Composição: 11 Ministros (art. 101 da CF). Há 5 ministros na 1​a ​turma, 5 na 2​a e 
um Presidente. 
#DICA: A dica é a frase “Somos Todos do Futebol”, com as iniciais da Corte Máxima. 
Quantos jogadores tem cada time? 11. 
● Investidura (art. 101, parágrafo único da CF): ​O Presidente da República escolhe e 
indica o candidato, devendo ser aprovado por maioria absoluta no Senado Federal 
(CF. Art. 52, III, “a”). Após aprovação pelo Senado, será nomeado pelo Presidente 
da República (CF. Art. 84, XV). 
● A posse será dada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e acarretará a 
vitaliciedade. 
● Requisitos: 
a) administrativo: ser indicado pelo Presidente da República e obter, 
posteriormente, aprovação, após sabatina, pela maioria absoluta do Senado 
Federal; 
b) civil: ter mais de 35 e menos de 65 anos; 
c) político: estar em pleno gozo dos direitos políticos; 
 
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d) jurídico: ser brasileiro nato e possuir notável saber jurídico e; 
e) moral: possuir reputação ilibada. 
 
#SELIGA: Só podem ser Ministros do STF brasileiros natos. 
 
Dentre as competências do STF, que estão dispostas taxativamente no art. 102, da CF/88 
e deve ser lido na íntegra,o mais importante é que você saiba o que está disposto na 
tabela a seguir: 
 
 
Autoridade Crime Comum Crime de Responsabilidade 
Presidente da República STF Senado 
Vice-Presidente da 
República 
STF Senado 
Deputados Federais e 
Senadores 
STF - 
Ministros do STF STF Senado 
Membros do CNJ e CNMP Conforme sua origem Senado 
Procurador-Geral da 
República 
STF Senado 
Ministros de Estado STF STF (se o crime for conexo 
com o do Presidente, será o 
Senado Federal) 
AGU STF Senado 
Comandantes do Exército, 
Marinha e Aeronáutica 
STF STF (se o crime for conexo 
com o do Presidente, será o 
Senado Federal) 
Ministros dos Tribunais 
Superiores (STJ, TST, TSE e 
STM) 
STF STF 
Ministros do TCU STF STF 
Chefes de missão 
diplomática 
STF STF 
 
 
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Conselho Nacional de Justiça 
O CNJ é o órgão de controle interno do Poder Judiciário, possuindo atribuições de caráter 
exclusivamente administrativo. Nesse sentido, o CNJ não exerce função jurisdicional. Sua 
atuação se dirige para o controle da atuação do Poder Judiciário e dos juízes. 
 
Composição: Conforme o art. 103-B da Constituição Federal de 1988, o Conselho 
Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, 
admitida 1 (uma) recondução, sendo: 
 
● O Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
● Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
● Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
● Um Desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal 
Federal; 
● Um Juiz Estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
● Um Juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
● Um Juiz Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
● Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do 
Trabalho; 
● Um Juiz do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
● Um Membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da 
República; 
● Um Membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da 
República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição 
estadual; 
● Dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil; 
● Dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela 
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
 
O Presidente do Supremo Tribunal Federal exercerá a presidência do Conselho e votará 
em caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal (CF. 
Art. 103 B, §1º). 
 
Nas suas ausências e impedimentos, exercerá o cargo de Presidente o Vice-Presidente 
do Supremo. 
ATENÇÃO: ​Observe que o Vice-Presidente do STF não é membro do CNJ. 
Todavia, ele irá presidir o Conselho nas ausências e impedimentos do 
Presidente do STF. 
 
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Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois 
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (CF. Art. 103B, § 2º). 
 
O Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da 
distribuição de processos no Tribunal. 
 
O Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da OAB vão oficiar 
junto ao órgão, funcionando como uma espécie de custos legis dentro das atribuições do 
Conselho. 
 
Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao 
Supremo Tribunal Federal (art. 103-B, § 3º da CF). 
 
 
DICA: ​Para memorizar o número de membros do CNJ, lembre-se da frase 
“Coroa na Jovem”. Pense numa moça de 15 anos, sendo coroada em sua 
festa. 
 
Superior Tribunal de Justiça 
Composição:​ no mínimo 33 Ministros, sendo composto por: (CF. Art. 104) 
 
DICA: Para decorar o nœmero de membros do STJ, utilize a frase: Somos 
Todos de Jesus, lembrando-se de que Cristo morreu com 33 anos. 
 
 
Ministros do STJ ​(mínimo 33) ● ⅓ de juízes dos TRF’s 
● ⅓ de desembargadores dos TJ estaduais 
● ⅓ dividido assim: 
a) ⅙ advogados 
b) ⅙ membros do Ministério Público Federal, 
dos Ministérios Públicos Estaduais e do 
Distrito Federal 
Requisitos: 
● Idade entre 35 e 65 anos; 
● Brasileiro nato ou naturalizado; 
● Notável saber jurídico e reputação ilibada. 
 
 
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#NÃOCONFUNDA: Observe que o STJ não obedece a regra do ⅕ Constitucional, na 
medida em que ⅓ dos seus membros advém da advocacia e do Ministério Público. 
 
Dentre as competências do STJ, que estão dispostas taxativamente no art. 105, da CF/88 
e deve ser lido na íntegra,o mais importante é que você saiba o que está disposto na 
tabela a seguir: 
 
 
Autoridade Crime Comum Crime de Responsabilidade 
Governador STJ Tribunal Especial 
Desembargadores dos TJ’s STJ STJ 
Membros dos TCE’s STJ STJ 
Membros dos TRF’s, TRE’s e 
TRT’s 
STJ STJ 
Membros dos TCM’s STJ STJ 
Membros do MPU que 
oficiem perante tribunais 
STJ STJ 
 
Justiça Trabalhista 
● Tribunal Superior do Trabalho: 27 membros (CF. Art. 111) 
● Tribunais Regionais do Trabalho: 07 membros (CF. Art. 115) 34
 
Tribunais Regionais Federais: (CF. Art. 107) 
● Mínimo de 07 membros, entre 30 e 65 anos, sendo: 
a) 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do MPF com mais de dez anos de carreira; 
b) 4/5 (quatro quintos), mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de 
exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
● Sua competência está disposta no art. 108, da CF/88. 
Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de 
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da 
34 Mesmas regras da Justiça Federal. 
 
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respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos comunitários (CF. Art. 107, 
§2º). 
Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo 
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em 
todas as fases do processo (CF. Art. 107, §3º). 
 
Justiça Eleitoral 
Tribunal Superior Eleitoral. (CF. Art. 119) 
 
 
A Constituição somente exige requisitos para os dois juízes pertencentes a advocacia. 
 
O Presidente e Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral serão eleitos pelo TSE 
dentre os Ministros do STF. O Corregedor eleitoral do TSE será eleito pelo TSE, dentre os 
Ministros do STJ (art. 119, parágrafo único da CF). 
 
Tribunais Regionais Eleitorais. (CF. Art. 120) 
 
 
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O Presidente e Vice-Presidente do TRE serão eleitos pelo TRE dentre os 
Desembargadores. 
 
 
Justiça Militar 
Superior Tribunal Militar: (CF. Art. 123) 
 
O Superior Tribunal Militar (STM) é composto de 15 (quinze) Ministros vitalícios, 
nomeados pelo Presidente da Repœblica, depois de aprovada a indicação pelo Senado 
Federal, sendo: 
● 03 dentre oficiais-generais da Marinha, da ativa e do posto mais elevado da 
carreira; 
● 04 dentre oficiais-generais do Exército, da ativa e do posto mais elevado da 
carreira; 
● 03 dentre oficiais-generais da Aeronáutica, da ativa e do posto mais elevado da 
carreira, e; 
● 05 dentre civis, escolhidos pelo Presidente da Repœblica dentre brasileiros 
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, sendo: 
- 3 dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos 
de efetiva atividade profissional; 
- 2 (dois), por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do MP da Justiça 
Militar. 
Segundo o art. 124, CF/88, compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares 
definidos em lei. Esses crimes são os previstos no Código Penal Militar. 
 
 
COMPETÊNCIAS 
 
a) Supremo Tribunal Federal (CF. Art. 102, I a III) 
b) Conselho Nacional de Justiça (CF. Art. 103B, § 4º) 
c) Superior Tribunal de Justiça (CF. Art. 105, I) 
d) Justiça Federal (CF. Art. 108, I, II e Art. 109, I a XI) 
e) Justiça do Trabalho (CF. Art. 111ª e Art. 114) 
● Justiça Eleitoral (CF. Art. 121) 
● Justiça Militar (CF. Art. 123 e 124) 
● Tribunais e Juízes dos Estados (CF. Art. 125) 
 
Os Estados organizarão sua justiça, observando os princípios estabelecidos na 
Constituição. esta Constituição. 
 
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Compete à Justiça estadual tudo o que não for de competência das Justiças especiais ou 
especializadas, nem da Justiça Federal. Ou seja, sua competência é residual. 
 
RESERVA DE PLENÁRIO 
O Art. 97 da CF/88 trata de reserva de plenário que foi confirmada e estabelecida na 
Súmula Vinculante 10: 
“Viola a cláusula de reserva de plenário (​CF , art. ​97​) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.” 
 
Um tribunal ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou um ato normativo do poder 
público deve se manifestar por maioria absoluta dos seus membros. 
 
Sugestão: Ler as súmulas vinculantes 
 
● 10: reserva de plenário. 
● 11: uso de algemas. 
● 14: acesso do advogado aos autos de investigação do cliente. 
● 25: depositário infiel. 
 
Efeito vinculante: significa que deve ser obedecido por todo o poder judiciário; toda 
administração pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal. 
 
De acordo com o STF, o próprio STF e o Poder Legislativo não precisam obedecer à 
súmula vinculante na sua função típica. Porém, nos demais casos, descumprida a súmulavinculante, cabe reclamação no STF. 
 
10. AÇÕES CONSTITUCIONAIS 
São mecanismos para restabelecer direitos ameaçados ou que foram violados. Estes 
direitos estão previstos na Constituição Federal, dentro do Capítulo relativo aos Direitos e 
Garantias Fundamentais. 
 
São, por assim dizer, meios postos à disposição dos indivíduos e dos cidadãos para 
provocar a intervenção das autoridades competentes visando corrigir ilegalidade ou abuso 
de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais. 
 
 
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/872507/artigo-97-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
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São considerados remédios constitucionais: 
● Direito de petição; 
● Habeas corpus; 
● Mandado de Segurança; 
● Mandado de Injunção; 
● Habeas Data; 
● Ação Popular. 
 
Direito de Petição (CF. Art. 5º, XXXIV) 
Garante tanto o direito petição, quanto o direito à obtenção de certidões . 
→ O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra 
ilegalidade ou abuso de poder. 
→ Já o direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e o 
esclarecimento de situações de interesse pessoal. Ele não serve para esclarecimento de 
interesse de terceiros. 
→ Ambos são gratuitos; 
→ Não tem formalismos e não precisa de advogado. 
→ Tem caráter administrativo. 
 
#SELIGA: O remédio constitucional para garantia desses direitos é ​o Mandado de 
Segurança​ e não o Habeas Data (as provas costumam fazer essa troca) 
Habeas corpus (CF. Art. 5º, LXVIII e art. 647 CPP). 
Visa a proteção do direito de ir e vir do indivíduo (locomoção). 
 
A seguir informações importantes acerca desse remédio constitucional: 
 
→ Para ingressar com Habeas Corpus não é necessário de advogado, e é possível a 
liminar mesmo não havendo previsão legal. 
→ Pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou, 
ainda, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública (legitimidade universal); 
→ Só pode ser impetrado em favor de pessoa física ; 35
→ A natureza jurídica é de uma ação penal não condenatória de natureza constitucional. 
→ O Habeas Corpus é uma ação constitucional gratuita e prioridade sobre todas as 
demais ações, inclusive as eleitorais. 
35 Já viu pessoa jurídica (“empresa”) se locomovendo? 
 
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→ É cabível “habeas corpus” mesmo quando a ofensa ao direito de locomoção seja 
indireta, ou seja, quando do ato impugnado possa resultar procedimento que, ao final, 
termine em detenção ou reclusão da pessoa; 
 
 
Há duas espécies de habeas corpus: 
a) Habeas Corpus preventivo: é aquele que é usado antes do ato constritivo, ou seja, 
antes da instauração de inquérito, antes da prisão etc. Ameaça. Pede-se um "salvo 
conduto" para o juiz (decisão judicial). Exemplo: ameaçar prender alguém por um 
tipo penal que não existe. 
b) Habeas Corpus repressivo ou liberatório: é quando o indivíduo está preso 
ilegalmente. Pede-se o alvará de soltura. Ou, quando existe mandado de prisão em 
aberto – juiz expediu, mas a pessoa ainda não foi presa. Neste caso, pede-se o 
contra mandado, ou seja, a revogação da prisão. Ex: uma pessoa está presa além 
do tempo. Neste caso, é possível liminar, mesmo não havendo previsão legal. 
 
IMPORTANTE - Jurisprudência: 
Súmula 693 do STF: “Não cabe 'habeas corpus' contra decisão condenatória a pena de 
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a 
única cominada.” 
 
Súmula 643 do STF: Não cabe “habeas corpus” para impugnar pena de multa ou relativa 
a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
 
Súmula 694 do STF: “Não cabe 'habeas corpus' contra a imposição da pena de exclusão 
de militar ou de perda de patente ou de função pública.” 
 
Súmula 695 do STF: “Não cabe 'habeas corpus' quando já extinta a pena privativa de 
liberdade.” 
 
→ Cabe Habeas Corpus para impugnar medidas cautelares diversas da prisão, as quais 
estão relacionadas no art. 319, do CPP; 36
→ O Habeas Corpus pode ser concedido de ofício pelo juiz 37
→ Cabe habeas corpus para questionar medidas de proteção à mulher previstas na Lei 
Maria da Penha; 38
→ Não pode ser utilizado como meio de dilação probatória; 39
36 HC 147426/AP e HC 147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 18.12.2017 
37 STF, HC 69.172-2/RJ, DJ, 1, de 28.08.1992 
38 HC no 298.499/AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, DJ 09.12.2015. 
39 STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992. 
 
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→ o STF admite que seja impetrado Habeas Corpus Coletivo ; 40
→ Não cabe “habeas corpus” para discutir o mérito de punições disciplinares militares 
(art. 142, § 2º, CF) mas é cabível, segundo o STF, para discutir a sua legalidade. 
→ Não cabe “habeas corpus” para se pleitear o direito à visitas íntimas. 41
 
DICA: Não caberá Habeas Corpus quando a liberdade de locomoção não 
esteja ameaçada (multa, penas disciplinares, processos ou inquérito que não 
levem a pena privativa de liberdade, etc). 
 
#LEMBRAR: Em caso de estado de defesa (art. 136, CF/88) ou estado de sítio (art. 139, 
CF/88), o âmbito do “habeas corpus” poderá ser restringido. Contudo, jamais poderá ser 
suprimido. 
 
Segue tabela com os principais pontos acerca dessa ação constitucional: 
 
 
Habeas Corpus 
Caráter preventivo ou repressivo Sim 
Finalidade Proteger a liberdade de locomoção 
Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou 
estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de 
pessoa natural, jamais de pessoa jurídica 
Legitimados passivos Autoridade pública e pessoa privada 
Natureza Penal 
Isenção de custas Sim 
Medida liminar Possível, com pressupostos "fumus boni juris" e 
"periculum in mora" 
Observações Penas de multa, de suspensão de direitos 
políticos, bem como disciplinares não resultam 
em cerceamento da liberdade de locomoção. 
Por isso, não cabe "habeas corpus" para 
impugná-las 
40 Foi esse o entendimento do STF ao analisar habeas corpus coletivo impetrado pela Defensoria Pública 
em favor de mulheres grávidas e mães de crianças que estão cumprindo prisão preventiva. (HC 
143.641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julgamento: 20.02.2018. ) 
41 HC 138286, Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento: 05.12.2017. 
 
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Habeas Data (CF. Art. 5º, LXXII e Lei 9.507/97) 
Conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público;b) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo; 
 
● Visa ter acesso às informações ou retificar dados da pessoa do impetrante que 
estão em um órgão público ou de caráter público. 
 
● Poderá ser ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileira ou 
estrangeira. 
 
● Trata-se de ação personalíssima, que não poderá ser usada para garantir acesso a 
informações de terceiros. 42
● É uma ação gratuita. 
● Exige a atuação do advogado (ao contrário do habeas corpus) 
● Os processos de “habeas data” terão prioridade sobre todos os atos judiciais, 
exceto habeas-corpus e mandado de segurança; 
 
#SELIGA: O habeas data não é instrumento adequado para que se possa ter acesso aos 
autos de processo administrativo. O remédio constitucional que deverá ser usado com 
essa finalidade é o mandado de segurança. 
 
Tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos (pessoas físicas ou jurídicas), 
possibilitando a obtenção e a retificação de dados e informações constantes de entidades 
governamentais ou de caráter público. Exemplo: SPC, Serasa. 
Antes de impetrar, é necessário esgotar a via administrativa, trata-se, assim, de uma 
hipótese de jurisdição condicionada. 
 
Segue tabela com os principais pontos acerca dessa ação constitucional: 
 
 
Habeas Data 
Finalidade Proteger direito relativo à informação e 
42 Excepcionalmente, o cônjuge supérstite (sobrevivente) tem legitimidade para impetrar habeas data em 
defesa do interesse do falecido. 
 
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retificação sobre a pessoa do impetrante 
constante de registros ou bancos de dados 
Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou 
estrangeira 
Legitimados passivos Entidades governamentais ou pessoas jurídicas 
de caráter público que tenham registros ou 
bancos de dados, ou, ainda, pessoas jurídicas 
de direito privado detentoras de banco de 
dados ou caráter público 
Natureza Civil 
Isento de custas Sim 
Medida liminar Não 
Observações Destina-se a garantir o acesso a informações 
relativas à pessoa do impetrante, ou seja, do 
requerente, solicitante. Jamais para garantir 
acesso a informações de terceiros! Só pode ser 
impetrado diante da negativa da autoridade 
administrativa de garantir o acesso aos dados 
relativos ao impetrante. Sua impetração não se 
sujeita a decadência ou prescrição 
 
Mandado de segurança individual (CF. Art. 5 LXIX, e Lei 12.016/09) 
O mandado de segurança é ação judicial, de rito sumário especial, própria para proteger 
direito líquido e certo de pessoa física ou jurídica, não protegido por “habeas corpus” ou 
“habeas data”,que tenha sido violado por ato de autoridade ou de agente de pessoa 
privada no exercício de atribuição do Poder Público. 
● Não admite dilação probatória; 
● Súmula 625 do STF : “controvérsia sobre matéria de direito não impede 
concessão de mandado de segurança”; 
● É cabível contra atos discricionários ou contra atos vinculados; 
● Legitimados ativos: 
a) Todas as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas 
ou não no Brasil; 
 
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b) As universalidades (que não chegam a ser pessoas jurídicas) reconhecidas por 
lei como detentoras de capacidade processual para a defesa de seus direitos, 
como a massa falida e o espólio, por exemplo; 
c) Alguns órgãos públicos (órgãos de grau superior), na defesa de suas 
prerrogativas e atribuições; 
d)​ O Ministério Público. 
● Prazo decadencial de 120 dias, a partir da data em que o interessado tiver 
conhecimento oficial do ato a ser impugnado. 
#SELIGA: Caso o indivíduo perca esse prazo, poderá ingressar com uma ação pelo rito 
comum. 
● Reexame necessário: Caso a segurança seja concedida, estará sujeito a duplo 
grau de jurisdição ; 
● Via de regra cabe liminar, desde que comprovado fumus boni iuris e periculum in 
mora; 
● O impetrante poderá desistir dessa ação constitucional a qualquer tempo, ainda 
que proferida decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência da parte contrária; 
● Não cabe MS: 
a) contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
b) contra ato administrativo do qual caiba recurso com efeito suspensivo. 
#SELIGA: A Súmula nº 429/STF dispõe que “a existência de recurso administrativo com 
efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão de 
autoridade”. 
c) contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos; 
d) contra decisão judicial transitada em julgado; 
e) em regra, contra decisões jurisdicionais do STF, inclusive as proferidas por 
qualquer de seus Ministros; 
● Não é gratuito; 
● Não há condenação ao pagamento dos honorários advocatícios(ônus de 
sucumbência; 
● Pode ser usado de maneira preventiva ou repressiva. 
 
Natureza Jurídica: é uma Ação de Natureza Residual em relação ao habeas data e ao 
habeas corpus. 
 
 
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À semelhança dos demais remédios constitucionais, o Mandado de Segurança possui 
natureza dúplice, ou seja, é uma Ação Constitucional e no plano infraconstitucional é uma 
Ação Civil de Rito Sumário. 
 
Vale ressaltar que o Mandado de Segurança tem prioridade sobre as ações, com exceção 
do Habeas Corpus e as Ações Eleitorais. 
 
É impetrado contra abuso cometido por uma autoridade pública ou alguém investido de tal 
autoridade. 
 
Mandado de segurança coletivo (CF. Art. 5º, LXX e Art. 21 da Lei n. 12.016/09) 
 
É utilizado para tutela de direitos coletivos e individuais homogêneos contra ato, omissão 
ou abuso de poder por parte de autoridade. 
 
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados; 
 
#SELIGA: a exigência de um ano de constituição e funcionamento da alínea “b” aplica-se 
apenas às associações. 
 
ATENÇÃO: a Defensoria Pública não pode impetrar mandado de segurança 
coletivo, não caia nessa pegadinha da banca! 
● Não cabe mandado de segurança coletivo para proteger direitos 
difusos; 
● Aqui aplica-se o instituto da substituição processual. 
 
Mandado de injunção (CF. Art. 5º, LXXI e Lei 13.300/2016) 
Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
#ENTENDA: Será impetrado quando existir uma norma constitucional de eficácia limitada 
ainda não regulamentada impedindo o exercício de um direito em caso concreto. 
 
● O Mandado de Injunção não dispensa o Advogado e custas. 
● Tem por objetivo solucionar um caso concreto, desde que existam: 
 
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a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional programática 
propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza 
impositiva; 
b) Nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de 
exercício de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora 
(retardamento abusivo na regulamentação legislativa). 
 
● Falta de norma regulamentadora de qualquer direito ou liberdade constitucional - 
inconstitucionalidade por omissão. 
● Pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, que se veja 
impossibilitada de exercer direito constitucional por falta de norma 
regulamentadora; 
 
#NÃOESQUEÇA: Não cabe mandado de injunção: 
 
a)​ Se já houver norma regulamentadora; 
b) ​Se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional; 
c) ​Se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo 
Congresso Nacional; e 
d)​ Se não houver obrigatoriedade de regulamentação. 
 
#APROFUNDANDO: É cabível a impetração de mandado de injunção coletivo, por 
previsão expressa na Lei nº 13.300/2016, tendo legitimidade ativa para tanto: 
a) Ministério Público​: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou 
individuais indisponíveis. 
b) ​Defensoria Pública: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a 
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos 
necessitados. 
c) Partido político com representação no Congresso Nacional​: para assegurar o 
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou 
relacionados com a finalidade partidária. 
d) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano​: para assegurar o 
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte 
de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que 
pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
 
 
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 ​Segue tabela com os principais pontos acerca dessa ação constitucional: 
 
 
Mandado de Injunção 
Finalidade Suprir a falta de norma regulamentadora, que 
torne inviável o exercício de direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania 
Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou 
estrangeira 
Legitimados passivos Autoridade que se omitiu quanto à proposição 
da lei 
Natureza Civil 
Isento de custas Não 
Medida liminar Não 
Observações Pressupostos para cabimento: 
a)​ falta de regulamentação de norma 
constitucional programática propriamente dita 
ou que defina princípios institutivos ou 
organizativos de natureza impositiva; 
b)​ nexo de causalidade entre a omissão do 
legislador e a impossibilidade de exercício de 
um direito ou liberdade constitucional ou 
prerrogativa inerente à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania e 
c) ​o decurso de prazo razoável para elaboração 
da norma regulamentadora 
 
 
Ação popular (CF. Art. 5º, LXXIII e Lei 4.717/65) 
Art. 5º, LXXIII - ​qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o 
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
 
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● Objetiva proteger patrimônio público histórico e cultural, meio ambiente e 
moralidade administrativa. 
● Só cidadão pode propor. Se um cidadão abandonar a ação, outro poderá assumir – 
não havendo cidadão interessado, o Ministério Público irá assumir a ação. 
● Pode ser usada de maneira preventiva ou repressiva; 
● Normalmente, quando cai, tem a ver com patrimônio público. Não tem foro de 
prerrogativa de função em ação popular. 
● O Ministério Público não pode propor tal ação, mas pode assumir o andamento e 
dar execução da decisão como sucessor (caso o cidadão abandone a ação) ou 
como substituto (caso o cidadão seja omisso ou não seja diligente no decorrer da 
ação); 
● Não tem foro de prerrogativa de função; 
● Não faz coisa julgada a ação popular por falta de provas. 
● Reexame necessário: quando uma sentença julgar improcedente ação popular, ela 
estará sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdição; 
● Salvo comprovada má fé, o cidadão é isento de pagar custas judiciais e do ônus 
da sucumbência. 
 
11. ORDEM FINANCEIRA E ECONÔMICA 
Encontra-se prevista nos arts. 170 a 192, da CF/88. Esse é um assunto que vem 
crescendo a incidência nas provas do Exame da Ordem. 
Serão aqui apresentados pontualmente os temas que tem o perfil da prova, 
recomendando-se que o aluno leia os supracitados artigos. 
Nos termos do art. 170, da CF/88 a ordem econômica e financeira é fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. 
Devem ser observados os seguintes princípios: 
→ ​Soberania nacional; 
→ ​ Propriedade privada; 
→ ​Função social da propriedade​; 
#SELIGA: O desrespeito à função social da propriedade pode gerar a desapropriação 
sanção. Essa pode ocorrer tanto em imóveis urbanos, quanto em imóveis rurais. 
Com objetivo de sistematizar o conteúdo que cai em prova, segue tabela com as 
características principais dessa modalidade de desapropriação: 
 
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Desapropriação sanção: Urbana Rural² 
Previsão constitucional §4º, do art. 182, da CF/88 Art. 184, da CF/88 
Quem poderá realizar O município A União 
Quando poderá ocorrer Em caso de solo urbano 
não edificado, subutilizado 
ou não utilizado, após a 
aplicação sucessiva das 
demais sanções previstas¹. 
Será realizada para fins de 
reforma agrária, em 
propriedades rurais que 
não estejam cumprindo sua 
função social. 
Forma de pagamento Mediante títulos da dívida 
pública, com prazo de até 
10 anos. 
Mediante títulos da dívida 
agrária, com prazo de até 
20 anos, resgatável a partir 
do segundo ano de sua 
emissão. 
 
#SELIGA: 
 
¹A aplicação das sanções deve obedecer a seguinte ordem: 
 
→ Parcelamento ou edificação compulsórios; 
→ IPTU progressivo; 
→ Desapropriação, no termos do previsto na tabela. 
 
² Em relação a modalidade rural, o candidato deve saber também que: 
I) Conforme prevê o inciso I, do art. 184, da CF/88, as benfeitorias úteis e necessárias 
serão indenizadas em dinheiro (via precatório); 
II) São isentas (na prática, imunes) de impostos as operações de transferência de imóveisdesapropriados para fins de reforma agrária, conforme dispõe o §5º, do art. 184, da 
CF/88. 
→​ ​ Livre concorrência; 
Aqui vale destacar a importância ​da Súmula vinculante nº 49​, que estatui o seguinte: 
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. 
→ ​Defesa do consumidor; 
 
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O princípio da defesa do consumidor se relaciona com as seguintes decisões do STF: 
I) Sobre o contrato de transporte aéreo internacional de passageiros: 
O STF julgou em favor da manutenção dos dispositivos do tratado de Montreal, que limita 
o valor das indenizações a serem pagas para pessoas lesadas durante o transporte aéreo 
internacional. Logo, nos termos do art. 178 da Constituição Federal, as normas e os 
tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de 
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em 
relação ao Código de Defesa do Consumidor. 
II) Sobre as instituições financeiras e consórcios: 
O STF decidiu ​que o Código de Defesa do Consumidor é aplicável a todas as instituições 
financeiras (bancos) e a consórcios. 
→ ​Defesa do meio ambiente 
O STF, ao julgar a ADPF 101​, vedou a importação de pneus usados, a fim de 
preservar o meio ambiente. 
#SELIGA: Deve ocorrer tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos 
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
→ Redução das desigualdades regionais e sociais; 
→ Busca do pleno emprego; 
→ Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
Aqui vale destacar dois entendimentos importantes do STF: 
I) A Lei do Simples e Supersimples: A Lei do Simples e Supersimples foi reconhecida 
como constitucional pelo STF; 
II) O STF considerou legítimo que o governo também declarasse protestos de 
Certidões de Dívida Ativa (CDA) como instrumento de cobrança. 
Livre iniciativa 
Ademais, o parágrafo único, do art. 170, da CF/88 estabelece o princípio da livre iniciativa 
como regra, só cabendo a necessidade de autorização de órgãos públicos nos casos 
previstos em lei. 
 
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http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4040813
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1990517
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2416537
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Acerca desse princípio, saiba que: 
I) O STF, por meio da ADI, confirmou a constitucionalidade da norma, que estabelecia a 
gratuidade para as pessoas com deficiência (ADI 2649) e idosos (​ADI 3768​). 
II) É vedada a cobrança de valor maior na mensalidade de estudante com deficiência, 
conforme prevê o §1º, do art. 28, do Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
 
Intervenção do Estado no Domínio Econômico 
 
A intervenção poderá ser: 
 
a) Direta 
 
A exploração direta de atividade econômica pelo Estado, conforme prevê o art. 173, da 
CF/88, só será permitida quando necessária ​aos imperativos da segurança nacional ou 
a relevante interesse coletivo​, conforme definidos em lei. 
b) Indireta 
 
A intervenção indireta é a regra e ocorre quando o Estado age como agente normativo e 
regulador da atividade econômica, exercendo, na forma da lei, as funções de fiscalização, 
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo 
para o setor privado, conforme prevê o art. 147, da CF/88. 
 
ATENÇÃO: ​A lei deve garantir apoio e estímulo ao cooperativismo e ao 
associativismo, nos termos do §1º, do art. 174, da CF/88. 
 
c) Intervenção Mediante Concessões e Permissões 
 
Está prevista no art. 175, da CF/88. 
 
Aqui, deve o candidato saber que, no ​RE n. 591.874​, restou definido que a 
responsabilidade civil dos concessionários, permissionários prestadores de serviços 
públicos ​é objetiva​ em relação​ a usuários e a terceiros não-usuários. 
 
d) Monopólio da União 
 
Aqui é suficiente que você saiba as hipóteses em que deve ocorrer monopólio. Essas 
estão previstas no art. 177, da CF/88: 
 
 
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http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2635450&numeroProcesso=591874&classeProcesso=RE&numeroTema=130
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I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos 
fluidos; 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das 
atividades previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados 
básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de 
petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o 
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos 
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob 
regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta 
Constituição Federal. 
 
Política Urbana 
Conforme prevê o §1º, do art. 182, da CF/88, ​o plano diretor, aprovado pela Câmara 
Municipal, só é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes. 
 
Usucapião 
 
Outro tema já abordado pelo Exame da Ordem foram as modalidades de Usucapião 
previstas nesta parte da a CF/88. São elas a usucapião especial urbana e a usucapião 
especial rural. 
 
Com objetivo de sistematizar os conteúdo segue tabela com as principais características 
de cada uma dessas modalidades: 
 
 
Usucapião especial: Urbana Rural 
Previsão constitucional Art. 183, da CF/88 Art. 191, da CF/88 
Limite territorial Propriedade de até 250 m² Propriedade de até 50 hac. 
Lapso temporal 05 anos ininterruptos e sem 
qualquer oposição. 
05 anos ininterruptos e sem 
qualquer oposição. 
Demais requisitos -Tem de ser usada para -Tem de ser produtiva por 
 
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moradia própria e de sua 
família. 
- Não pode ser proprietário 
de outro imóvel rural ou 
urbano 
seu trabalho ou de sua 
família; 
-Deve ser utilizada para 
sua moradia; 
- Não pode ser proprietário 
de outro imóvel rural ou 
urbano. 
 
 
#SELIGA: 
 
¹Quanto ao usucapião especial urbano, a CF/88, em seu §2º, do art. 183 prevê que esse 
direito só poderá ser reconhecido uma única vez. 
² Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião, ou seja, são imprescritíveis. 
 
NACIONALIDADE 
A nacionalidade é o vínculo jurídico-político entre o Estado soberano e o indivíduo, que 
tornaeste um membro integrante da comunidade que constitui o Estado. 
 
#SELIGA: Não confunda com cidadania, que é um atributo que diferencia aqueles que 
possuem pleno gozo dos direitos políticos daqueles que não possuem esse direito. 
 
ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE 
Pode ser dos seguintes tipos: 
 
 
A nacionalidade originária pode ser estabelecida tanto pela origem sanguínea da pessoa 
(“jus sanguinis”) quanto pela origem territorial (“jus soli”). O Brasil adota os dois métodos, 
sendo em sua maioria utilizado o jus soli. 
 
Tanto a definição de brasileiros natos, quanto de brasileiros naturalizados estão dispostas 
no art. 12, da CF/88, que será esquematizado a seguir: 
 
 
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Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasileiro natos 
Os nascidos na República Federativa do Brasil, 
ainda que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu país 
(critério "jus soli") 
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou 
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja 
a serviço da República Federativa do Brasil 
(critério "jus sanguinis") 
Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, desde que sejam registrados 
em repartição brasileira competente ou venham 
a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira 
(nacionalidade potestativa) 
 
 
 
 
 
 
 
Brasileiros naturalizados 
Os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa 
apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral (naturalização ordinária - 
concessão é ato discricionário do Presidente da 
República) 
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira (naturalização 
extraordinária - concessão é direito subjetivo do 
interessado) 
 
 
→ A concessão da naturalização ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder 
Executivo. 
 
#SELIGA: Segundo o STF, o reconhecimento da naturalização extraordinária pelo Poder 
Executivo gera efeitos declaratórios (e não constitutivos), retroagindo à data de 
apresentação do requerimento. Assim, o requerimento da naturalização extraordinária 
seria suficiente para viabilizar a posse no cargo público. 43
43 RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005. 
 
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PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL 
No caso do português, conforme dispõe o §1º, do art. 12, da CF/88, são estabelecidas 
condições favoráveis , uma vez que receberão tratamento igual ao de um brasileiro 
naturalizado. Segundo a doutrina, trata-se de uma situação ​de “quase-nacionalidade”. 
 
→ é necessário o cumprimento de dois requisitos: 
a) os portugueses deverão ter residência permanente no Brasil; 
b) deverá haver reciprocidade de tratamento em favor dos brasileiros, ou seja, Portugal 
deverá conferir os mesmos direitos aos brasileiros que lá residam. 
 
CONDIÇÃO DE NACIONALIZADO 
 
Os brasileiros natos e os brasileiros naturalizados devem ser tratados com isonomia, 
Somente podendo haver discriminação entre um e outro nos casos previstos na própria 
Constituição. 
 
A principal diferenciação estabelecida pela CF/88 entre brasileiros natos e naturalizados, 
é a restrição de determinados cargos apenas a brasileiros natos. Tal restrição, 
encontra-se prevista, em rol taxativo no §3º, do art. 12, da CF/88. 
 
Sendo assim, só serão exercidos por brasileiros natos os cargos de: 
 
● Presidente e Vice-Presidente da Repœblica; 
● de Presidente da Câmara dos Deputados; 
● Presidente do Senado Federal; 
● Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
● carreira diplomática; 
● oficial das Forças Armadas; 
● Ministro de Estado da Defesa. 
 
#PRESTEATENÇÃO: 
1) O Senador ou Deputado Federal não precisa ser brasileiro nato. Apenas devem ser 
brasileiros natos o Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do Senado 
Federal. 
2) O único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é o Ministro da Defesa. 
3) Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos privativos de brasileiro nato. 
 
PERDA DA NACIONALIDADE 
 
 
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Os casos em que poderá ocorrer a perda da nacionalidade estão elencados no §4º, do 
art. 12, da CF/88. 
 
São eles: 
a) ​Cancelamento de naturalização​: 
→ ocorrerá por sentença judicial e, consequentemente, a nacionalidade só poderá ser 
readquirida por ação rescisória. 
→ só ocorre com brasileiros naturalizados. 
 
b) ​Aquisição de outra nacionalidade: 
→ ​ocorre com brasileiros natos ou naturalizados; 
→ a reaquisição de nacionalidade brasileira nesse caso será feita mediante decreto do 
Presidente da República. 
 
Todavia, não ocorrerá a perda nos seguintes casos: 
a) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis. 
 
#PRESTEATENÇÃO: No MS 33.864/DF, o STF apreciou um caso inédito! 
 
Uma brasileira nata havia se naturalizado norte-americana mesmo já possuindo o green 
card (que lhe assegurava o direito de moradia e trabalho legal nos EUA), o que resultou 
na perda da nacionalidade brasileira mediante Portaria do Ministério da Justiça. 
Os EUA pleitearam a extradição dessa mulher, uma vez ela estava sendo acusada de 
assassinar seu ex-marido. Ela, então, ingressou com mandado de segurança pedindo a 
revogação da Portaria do Ministério da Justiça. Argumentou que a obtenção da 
nacionalidade norte-americana tinha como objetivo o pleno gozo de direitos civis, inclusive 
o de moradia. O STF denegou o mandado de segurança, reconhecendo a possibilidade 
de extradição. 
 
#RESUMINDO: Com esse entendimento do STF, pode-se afirmar que é possível a 
extradição daquele que perdeu a condição de brasileiro nato pela aquisição de outra 
nacionalidade. 
 
 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
 
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Os direitos políticos são aqueles que garantem a participação do povo no processo de 
condução da vida política nacional. A doutrina afirma que são os direitos que viabilizam o 
exercício da cidadania. 
 
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS (CF/88, art. 14, I,II,III) 
→ Estão relacionados à participação ativa dos indivíduos na vida política do Estado. São 
direitos relacionados ao exercício do sufrágio. 
 
São eles: 
a) plebiscito ​→ , a consulta se dá previamente à edição do ato legislativo ou 
administrativo; 
b) referendo​→ a consulta popular ocorre posteriormente à edição do ato legislativo 
ou administrativo, cabendo ao povo ratificar (confirmar)ou rejeitar o ato; e 
c) iniciativa popular 
 
#SELIGA: . O voto é o instrumento para o exercício do sufrágio. 
 
→ Direito de sufrágio é a capacidade de votar e de ser votado, ou seja: 
 
 
 
A CF/88 estabelece que o voto deve ser direto, secreto, universal, periódico , obrigatório 
e com igual valor para todos; 
 
#SELIGA: A única dessas características que não é cláusula pétrea é a obrigatoriedade 
de voto, podendo, portanto, ser abolida por emenda constitucional. 
 
Capacidade eleitoral ativa: ​é a capacidade de votar, portanto, depende do ​alistamento 
eleitoral. 
 
→ ​O alistamento eleitoral e o voto podem ser (§§1º e 2º, do art. 14, da CF/88): 
 
 
 
 
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ALISTAMENTO E VOTO 
Obrigatórios ● Maiores de 18 anos 
 
Facultativos 
● Analfabetos; 
● Maiores de setenta anos; 
● Maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos. 
 
Vedados 
● Estrangeiros; 
● Durante o serviço militar obrigatório, 
conscritos. 
 
Capacidade eleitoral passiva: ​é a capacidade de ser votado, dependendo do 
preenchimentos das condições de elegibilidade, que estão previstas no §3​º, do art. 14, da 
CF/88 e devem ser preenchidas cumulativamente: 
 
 
 
#DICA: Lembre do mnemônico PAN FID. 
#SELIGA: não se admite a candidatura avulsa, aquela candidatura desvinculada de 
partido político. 
 
→ A idade mínima só precisa ser comprovada na data da posse. 
 
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 
São normas que limitam o exercício do sufrágio. 
 
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I) Inexigibilidades (§4º e seguintes, do art. 14, da CF/88: 
→ Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva, sendo subdividida em : 
 
 
Serão feitas observações acercas das inelegibilidades mais recorrentes em prova: 
 
Inelegibilidade reflexa 
 
- Leva esse nome porque ela resulta do fato de que uma pessoa, ao ocupar um cargo de 
Chefe do Poder Executivo, afeta a elegibilidade de terceiros (seu cônjuge, parentes e 
afins até o 2º grau). 
 
Atenção! somente são afetados por essa hipótese de inelegibilidade o cônjuge, parentes e 
afins de titular ​de cargo de Chefe do Poder Executivo​. 
 
- Alcança somente o território de jurisdição do titular do cargo do Poder Executivo 
 
-Segundo o STF, a inelegibilidade reflexa alcança também aqueles que tenham 
constituído união estável com o Chefe do Poder Executivo, inclusive no caso de uniões 
homoafetivas. 
 
Tem-se a seguinte súmula sobre o tema: 
 
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Súmula vinculante nº 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do 
mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da Constituição 
Federal”. 
 
ATENÇÃO: A inelegibilidade reflexa não se aplica em caso de falecimento do 
cônjuge, ainda que este tenha exercido o mandato por dois períodos 
consecutivos, ou seja, nesse caso não incidirá a supracitada súmula. 
 
#SELIGA: Caso um município seja desmembrado, o parente do prefeito do 
“município-mãe” é afetado pela inelegibilidade reflexa quanto ao “município-filho”, não 
podendo candidatar-se à Prefeitura deste, por exemplo. 
 
- A inelegibilidade reflexa não se aplica caso o cônjuge, parente ou afim já possua 
mandato eletivo. 
 
 Inelegibilidade relativa à condição de militar 
 
Lembrar! A Constituição prevê, em seu §9º, do art. 14, que lei complementar nacional 
poderá criar outras hipóteses de inelegibilidade relativa. 
 
Perda e Suspensão dos direitos políticos 
 
Estão dispostas no art. 15, da CF/88 e esquematizadas a seguir: 
 
 
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DIREITOS SOCIAIS (Arts. 6º-11) 
 
Trata-se de direitos fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma obrigação 
de fazer, uma obrigação de prestar em favor dos indivíduos, visando concretizar a 
igualdade material. 
 
 
 
#SELIGA: Os últimos direitos a serem incluídos foram moradia (EC nº 26/2000), 
transporte (EC nº 90/2015) e alimentação ( EC nº 64/2010). 
 
→ O STF entende que trata-se de rol exemplificativo. 44
 
44 STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005. 
 
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Concretização dos Direitos Sociais 
- Deve ser analisado sob a óptica dos seguintes princípios: 
1) O princípio do mínimo existencial 
 
Entende-se como mínimo existencial o grupo de prestações essenciais que deve ser 
fornecido ao ser humano para que ele tenha uma existência digna. 
 
Segundo o STF, o mínimo existencial é uma limitação à cláusula da reserva do possível, 
que só pode ser arguida após a garantia, pelo Estado, do mínimo existencial. 
 
Com objetivo de garantir esse direito, vem surgindo diversas demandas no Poder 
Judiciário, principalmente afetas ao direito à saúde (medicamentos, cirurgias, etc). Acerca 
desse tema é importante que o candidato leve para provas os seguintes entendimentos: 
 
a) Segundo o STF, o direito à saúde (art. 196) é um direito público subjetivo, 
assegurado à generalidade das pessoas, que conduz o indivíduo e o Estado a uma 
relação jurídica obrigacional. 
b) O STJ considera que o juiz pode determinar o bloqueio e o sequestro de verbas 
públicas como forma de garantir o fornecimento de medicamentos pelo Poder 
Público. 45
c) O STF decidiu que a Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do 
Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de medicamento utilizado no combate a 
doença grave. 46
 
#SELIGA: O Poder Judiciário pode determinar à Administração Pública que execute obras 
emergenciais em estabelecimentos prisionais (presídios) a fim de proteger os direitos 
fundamentais dos detentos, assegurando-lhes o respeito à sua integridade física e moral 47
. 
 
→ A saúde, integra a seguridade social e, consequentemente, é obrigação comum de 
todos os entes (União, Estado, Municípios e DF). A seguir, importante decisão do STF 
que pode ser cobrada tanto na parte de Direito Constitucional, quanto na matéria de 
Processo Civil: 
 
Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre 
Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o 
Estado-membro, não cabe o chamamento ao processo da União​, medida que apenas 
45 REsp 1.069.810/RS. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 23.10.2013. 
46 RE 429.903/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 25.06.2014 
47 RE 592.581/RS. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 13.08.2015. 
 
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iria protelar a solução da causa. STJ. 1a Seção. REsp 1.203.244-SC, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 9/4/2014 (recurso repetitivo). 
 
2) Princípio da Reserva do Possível 
 
É preciso ter em mente que a concretização dos direitos sociais depende, em larga 
escala, de gastos estatais. 
 
A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites em que o Estado deixa 
de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais, todavia, não basta alegar que não 
possui recursos financeiros, sendo necessário fazer prova dessa insuficiência financeira. 
 
A seguir, tabela resumindo esse princípio: 
 
 
3) Princípio da vedação ao retrocesso. 
 
Tal princípio também é conhecido como “efeito cliquet”, o princípio da vedação ao 
retrocesso tem por objetivo evitar que as conquistas sociais já alcançadas pelo cidadão 
sejam desconstituídas. 
 
Segundo Canotilho, baseado no princípio do não retrocesso social, os direitos sociais, 
uma vez tendo sido previstos, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto 
um direito subjetivo. 
 
OS DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADORES (ART. 7º​) 
 
Aqui, são enumerados os direitos dos trabalhadores e será devidamente tratado no 
material de Direito do Trabalho. Recomendamos uma leitura atenta desse artigo, pois ele 
costuma ser cobrado em sua literalidade. 
 
 ​OS DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS TRABALHADORES (ART. 8º ao 11) 
 
 
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A associação sindical ou profissional é livre, não sendo necessária qualquer autorização 
(legal ou administrativa) para a criação de sindicatos, todavia, a fundação de sindicato 
necessita de registro em órgão competente. 
 
Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores são regidos pelos seguintes princípios: 
 
→ ​Princípio da autonomia sindical (inciso I, do art, 8º, da CF/88): é vedada a 
interferência do Poder Público nos sindicatos. 
 
→ ​Princípio da unicidade sindical (inciso II, do art, 8º, da CF/88)​: não podem coexistir 
mais de um sindicato da mesma categoria profissional (trabalhadores) ou econômica 
(empregadores) dentro de uma idêntica base territorial, que não poderá ser inferior à área 
de um Município. 
 
#SELIGA: Caso existam 02 ou mais sindicatos, será adotado o critério da anterioridade. 
 
→ Princípio da liberdade sindical ​(inciso V, do art, 8º, da CF/88): ​ninguém será 
obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato. 
 
O inciso III, do art. 8º, da CF/88 garante ao sindicato atuar como ​substitutos 
processuais ​dos seus sindicalizados, podendo atuar na defesa de todos os direitos 
individuais e coletivos dos integrantes da categoria que representa. 
 
Lembre! ​Quando se trata de substituição processual, não há necessidade de prévia 
autorização. 
 
Contribuição social x Contribuição confederativa 
 
A ​contribuição confederativa tem fundamento no art. 8º, inciso IV, CF/88. Possui caráter 
facultativo, sendo cobrada apenas dos filiados do sindicato e tendo seu valor definido por 
assembléia geral. 
 
Importante que o candidato conheça a seguinte súmula vinculante: 
 
Súmula Vinculante nº 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da 
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. 
 
Já a ​contribuição social ​tem fundamento no art. 149, CF/88, sendo seu valor fixado por 
lei. 
 
 
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#SELIGA: ​Até a Reforma Trabalhista, a contribuição sindical tinha que ser 
obrigatoriamente recolhida, o que fazia com que a doutrina entendesse que possuía 
natureza jurídica tributária. Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), ​a 
contribuição sindical passou a ser obrigatoriamente recolhida pelos empregadores apenas 
daqueles empregados que assim autorizarem​, ou seja, ​o seu recolhimento passou a ser 
facultativo, o que nos permite afirmar que a contribuição sindical não possui mais 
natureza jurídica tributária. 
 
#SELIGA: Segundo o STF, a supressão do caráter compulsória da contribuição sindical 
não viola a autonomia sindical, nem caracteriza retrocesso social e violação aos direitos 
básicos do trabalhador. 48
 
A seguir tabela com as principais diferenças entre as contribuições: 
 
Contribuição confederativa Contribuição sindical 
● É facultativa; 
● Fixada pela assembleia geral; 
● Natureza jurídica não tributária. 
● É obrigatoriamente recolhida 
pelos empregadores daqueles 
empregados que assim 
autorizarem; 
● Fixada em lei; 
● Natureza jurídica não tributária. 
 
Ainda no art. 8º , da CF/88 encontra-se as seguintes previsões: 
→ É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho 
(inciso VI, do art, 8º, da CF/88)​; 
→ O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais 
(inciso VII, do art, 8º, da CF/88)​; 
 
O art. 10, da CF/88 assegura a participação dos trabalhadores e empregadores nos 
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários 
sejam objeto de discussão e deliberação. 
 
Já o art. 11, da CF/88, as empresas de ​mais de duzentos empregados, ​é assegurada a 
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o 
entendimento direto com os empregadores. 
 
Estabilidade sindical (inciso VIII, do art, 8º, da CF/88) 
 
48 ADI 5794/DF. Rel. Min. Edson Fachin. red. para o acórdão: Min. Luiz Fux. 29.06.2018. 
 
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É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a 
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano 
após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
 
A estabilidade sindical é relativa, tendo em vista que o empregado poderá ser dispensado 
em caso de : 
→ falta grave; 
→ extinção da empresa na qual ele exercia suas atividades; 49
 
DIREITO DE GREVE (ART. 9º, CF/88) 
 
O art. 9º da CF assegura aos trabalhadores o direito de greve. Não se trata de direito 
absoluto, uma vez que as necessidades inadiáveis da comunidade deverão ser atendidas 
e aqueles que abusarem do direito ficarão sujeitos a penas fixadas em lei. 
 
#SELIGA: O direito de greve dos trabalhadores da iniciativa privada (regidos pela CLT) é 
norma de eficácia contida, ​pois poderá ser restringido por lei. Já o direito de greve dos 
servidores públicos é norma ​de eficácia limitada, dependendo, para seu exercício, da 
edição de lei regulamentadora. 
 
Direito de Greve dos servidores públicos 
 
Contudo, a lei requerida pela Constituição até hoje não foi editada. Diante da inércia do 
legislador, o Supremo Tribunal Federal em sede de mandado de injunção determinou a 
aplicação temporária, ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor 
privado (Lei 7.783/1989), até que o Congresso Nacional edite a mencionadanorma 
regulamentadora. 
 
De acordo com ​o STF, a Administração Pública deve efetuar o desconto dos dias de 50
paralisação durante a greve, em razão da respectiva suspensão do vínculo funcional, 
admitindo-se a compensação em caso de acordo. O referido desconto, contudo, não será 
permitido se restar comprovado que a greve foi provocada por conduta ilícita da 
Administração (ex.: atraso no pagamento aos servidores públicos etc.) 
 
 
 
49 RE 222.334. Rel. Min. Maurício Corrêa. DJ: 08.03.2002. 
50 STF, Tema 531 da Tese de Repercussão Geral do STF. De forma semelhante, o STJ decidiu: “É legítimo 
o ato da Administração que promove o desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos 
participantes de movimento grevista” (Tese 1 da edição 76 da Jurisprudência em Teses do STJ) . 
 
 
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DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Os direitos fundamentais se dividem em três gerações, de acordo com as conquistas 
históricas que consolidaram esses direitos e estão elencados, principalmente, no art. 5º 
que deve ser lido em sua íntegra. 
 
#DICA: lembre do lema francês: liberdade, igualdade e fraternidade. 
 
 
 
1ª GERAÇÃO 
(Séc. XVIII e início XX) 
Direitos individuais - caracterizam uma 
abstenção das prestações estatais 
Ex. direito à vida, à liberdade religiosa, à 
participação política, à propriedade 
 
 
2ª GERAÇÃO 
(Séc. XIX e início XX) 
Direitos sociais; "direitos do bem estar" - meios 
materiais para satisfação dos direitos 
individuais 
Ex. saúde, educação, trabalho, previdência, 
habitação etc. 
3ª GERAÇÃO 
(Final do séc. XX) 
Direitos transindividuais (meio ambiente, 
progresso, desenvolvimento, qualidade de vida, 
meio ambiente, direitos do consumidor etc) 
 
 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL X VERTICAL 
 
O entendimento atual é de que as normas sobre direitos fundamentais se aplicam a todas 
as relações jurídicas, sejam elas de direito público (relação vertical), seja de direito 
privado (relação horizontal). 
 
Segue tabela ilustrativa: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VERTICAL Estado 
X 
Particular 
Como o Estado goza de 
prerrogativas, fala-se em 
relação vertical. Devem-se 
observar as regras de direitos 
fundamentais 
HORIZONTAL Particular 
X 
Particular 
Como são iguais, fala-se em 
relação jurídica horizontal. 
Devem-se observar as regras 
de direitos fundamentais. 
 
 
 
Direitos fundamentais em espécie 
Serão apresentados a seguir o direitos fundamentais individuais, dispostos no art. 5º, da 
CF/88, que mais costumam cair em prova e suas peculiaridades. 
 
O caput do art. 5º garante a inviolabilidade do direito à liberdade, à igualdade, à 
segurança, à propriedade e à vida. Quanto a esse último segue tabela com suas 
peculiaridades: 
 
 
● Art. 5º, inciso IV → Direito à liberdade de expressão: 
 
 
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APOSTILA 
 
Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
 
 
● Art. 5º, inciso X : ​são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
 
Biografias não autorizadas 
 
→ O STF decidiu na ADI 4815, que não é necessária prévia autorização a para a 
publicação de biografias, assegurada ulterior indenização em virtude de dano material ou 
moral decorrente da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. 
 
Sigilo de dados 
Quanto ao sigilo bancário, quem pode quebrar: 
 
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APOSTILA 
 
Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
 
 
#SELIGA: O Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados 
(TCEs) não podem determinar a quebra do sigilo bancário. 
 
● Inciso XI - ​Inviolabilidade de domicílio 
 
#SELIGA: ​Segundo o STJ, a arma apreendida no interior de um caminhão configura o 
crime de porte ilegal de arma de fogo (e não crime de posse!) , tendo em vista que a 51
boleia do caminhão não é considerada casa. 
51 REsp 1.362.124/MG. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior. 19.03.2013. 
 
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APOSTILA 
 
Direito Constitucional | 4ª ed. 
 
 
→ A inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e à polícia judiciária; 
→ Caso força policial tenha ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo 
em ordem judicial, poderá prolongar suas ações durante o período noturno; 
 
 
 
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