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Profa. Dra. Barbara Lopes UNIDADE II História das Relações Internacionais O período entreguerras descreve os vinte anos que se seguiram ao fim da Primeira Guerra Mundial pelo Tratado de Versalhes, em 1919, até o momento que teve início a Segunda Guerra Mundial, em 1939. Período sombrio e instável, pois foram anos em que a humanidade vivenciou a depreciação da política internacional da Liga das Nações e ainda conviveu com o cataclismo da crise capitalista de 1929, viu a ascensão de regimes totalitários e, por fim, chegou aos horrores de uma nova guerra mundial. O mundo mudara substancialmente na virada do século XX. As relações internacionais, antes centradas na Europa, tomaram amplitude mundial. Momento histórico no qual o sistema internacional se encontra em transição. O Período Entreguerras (1919-1939) O Período Entreguerras (1919-1939) • Múltiplas interdependências • Hegemonias • Razão de Estado Sistema de Vestfália • Equilíbrio de poder • Concerto Europeu • Conferências • Alianças Sistema Europeu • Liga das Nações • Paz dos Vitoriosos • Segurança coletiva sem força para administrá-la Gestação de um sistema mundial Diante da crise do Concerto Europeu na Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes, sob o patrocínio do presidente norte-americano, criou um novo mecanismo para administração do sistema de Estados: a Liga das Nações. O Pacto que deu origem à Liga das Nações passou a vigorar a partir de 10 de janeiro de 1920, sendo que a primeira reunião do Conselho aconteceu no dia 16 do mesmo mês. A Liga das Nações foi a primeira organização internacional universal, composta inicialmente por 55 membros, abarcando todos os Estados soberanos que decidiram compor seus quadros. Três potências, contudo, não participaram: os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. A Liga das Nações: formação Sede em Genebra, na Suíça. Objetivos: promover a paz, o desarmamento e a segurança de seus membros, por meio da segurança coletiva. Segurança coletiva: “Um mecanismo internacional que conjuga compromissos de Estados nacionais para evitar, ou até suprimir, a agressão de um Estado contra o outro. Ao engendrar uma ameaça crível de que uma reação coletiva, através de boicotes, de pressões econômicas e de intervenção militar, seria produzida em qualquer hipótese de agressão, o sistema deveria deter atores dispostos a iniciar uma empreitada militar. A imensa agregação de recursos de poder levaria atores racionais a evitar uma derrota já prevista” (HOFFMANN, HERZ). A Liga das Nações: segurança coletiva A lógica da segurança coletiva, portanto, fundamenta-se na ideia de que todos os membros da Liga das Nações em conjunto agiriam de forma coletiva para punir aquele que desrespeitasse as regras e realizasse um ato de agressão bélica contra os outros. A capacidade de reação de todo o sistema contra o possível agressor faria com que este desistisse de tentar qualquer aventura bélica, temendo a reação dos demais. Para o bom funcionamento do sistema de segurança coletiva, faz-se necessário que todas as grandes potências, isto é, aqueles Estados capazes de iniciar uma guerra de amplas proporções, como foi o caso da Primeira Guerra Mundial, devem estar de acordo e participarem da organização da segurança coletiva. A Liga das Nações: segurança coletiva O sistema de segurança coletiva também se baseia no pressuposto que é possível mudar as escolhas e o comportamento dos Estados. O sistema funciona associado a arranjos para facilitar o diálogo e possibilitar um espaço para resolução de disputas. O uso da força fica controlado pela organização, no caso, a Liga das Nações, e seu uso é permitido somente em caso de legítima defesa. O sistema de segurança coletiva tomaria o lugar do equilíbrio de poder, então em descrédito. A Liga das Nações tinha como atribuição a promoção da diplomacia aberta, a mediação dos conflitos, o desarmamento e, sobretudo, evitar o dilema da segurança. A Liga das Nações: segurança coletiva A estrutura da Liga das Nações, seguindo a tradição liberal, contemplou a ideia da divisão do poder entre Legislativo, Executivo e Judiciário, além do secretariado. A Liga das Nações: estrutura • Sede em Haia, 11 juízes. • Assessoramento aos trabalhos, sede em Genebra. • Quatro membros permanentes e quatro eletivos. • Totalidade das nações representadas: 55 Estados. Assembleia Conselho Executivo Corte Permanente de Justiça Secretariado Sanções ao agressor eram obrigatórias somente se fossem econômicas. Caso as sanções fossem militares, eram apenas facultativas. Os meios de coerção não foram definidos e o arbitramento obrigatório não deu certo. A Liga das Nações não foi capaz de evitar os conflitos da década de 1920, obtendo algum sucesso apenas em administrar alguns conflitos territoriais. Após a criação da Liga, em 1920, os anos iniciais foram pouco frutíferos, predominando os conflitos e a força nas disputas territoriais europeias, até 1925. Entre 1925 e 1929 a organização vivenciou seus melhores anos. A economia internacional se recuperava rapidamente, os Estados europeus se mostravam mais dispostos ao diálogo, resultando em uma série de tratados de desarmamento. A Liga das Nações: desenvolvimento Tratado de Locarno de 1925 visava a garantir a fronteira da Alemanha, inseri-la no Conselho da Liga e também impôs a evacuação militar de seu território. Pacto de Briand-Kellog, de 1928, teve como propósito banir o recurso à guerra como instrumento da política internacional. O gerenciamento da segurança coletiva, principal motivo para existência da Liga das Nações, foi um total fracasso. Não foi capaz de evitar os seguintes conflitos: as invasões de Corfu e da Etiópia pela Itália, em 1935; a invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931; a absorção da Albânia pela Alemanha em 1939; a expansão alemã na Áustria e na Tchecoslováquia, em 1939. A Liga das Nações: tratados Não conseguiu impor medidas coercitivas que pudessem abalar as ambições italianas e alemãs. Insistência no desarmamento enquanto a Itália empregava a força para incorporar a Etiópia e a Alemanha perseguia uma política de investimentos no rearmamento. A Liga das Nações: críticas Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.co m.br/historiageral/o-colapso-liga- das-nacoes.htm Ausência dos Estados Unidos, cujo o próprio presidente havia insistido na criação da Liga, e outras potências como Alemanha e União Soviética no início dos trabalhos da organização. Outro fator que contribuiu sobremaneira para a ineficácia da Liga diz respeito ao seu processo decisório, isto é, a exigência de unanimidade tanto na Assembleia quanto no Conselho Executivo, entravando as decisões. Quanto aos mecanismos coercitivos militares, não havia referências claras quanto à definição de situações em que o sistema deveria ser acionado. No entanto, a Liga das Nações cumpriu um importante papel de aprendizado coletivo que contribuiria para a fundação da Organização das Nações Unidas em 1945. A Liga das Nações: fracasso Dentre os objetivos da Liga das Nações, não podemos citar: a) Substituição do equilíbrio de poder pelo mecanismo de segurança coletiva para organização do sistema internacional. b) Condução do processo de descolonização na Ásia e na África. c) Promoção da diplomacia aberta e multilateral. d) Proporcionar uma espaço de diálogo para solução pacífica de disputas. e) Promover o desarmamento para evitar o dilema da segurança. Interatividade Resposta Dentre os objetivos da Liga das Nações, não podemos citar: a) Substituição do equilíbrio de poder pelo mecanismo de segurança coletiva para organização do sistema internacional. b) Condução do processo de descolonização na Ásia e na África. c) Promoção da diplomacia aberta e multilateral. d) Proporcionar uma espaço de diálogo para soluçãopacífica de disputas. e) Promover o desarmamento para evitar o dilema da segurança. A Europa no período entreguerras continuou sendo o centro das relações internacionais, uma vez que os Estados Unidos haviam se recusado a participar da Liga das Nações. Continuava a Europa também sendo o foco das maiores instabilidades mundiais na época, marcada por inúmeras disputas e confrontos territoriais. O fato mais marcante no continente europeu nos vinte anos que seguiram à Primeira Guerra Mundial foi a rápida mudança política na maioria dos países da Europa, passando de impérios para democracias e depois para regimes totalitários e ditatoriais de extrema direita ou de esquerda. União Soviética, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal etc. A Europa No que diz respeito à análise das relações entre os Estados europeus, Amado Cervo (2007b) observa que o Entreguerras pode ser dividido em três fases: 1. A profusão de problemas e disputas entre 1920 a 1924, atestando que o Tratado de Versalhes não seria suficiente para apaziguar os ânimos; 2. O entendimento entre França e Alemanha entre 1925 a 1929, que possibilitou a crença que a Liga das Nações seria suficiente para orientar a conduta dos Estados no pós-guerra, por meio do princípio de segurança coletiva; e 3. Os anos após a Crise de 1929, que trouxeram novamente à mesa de discussões os problemas europeus da primeira fase e ainda acrescentaram a recessão econômica. A Europa Reparações de guerra impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes. A Europa Fonte: https://alphahistory.com/weim arrepublic/reparations/ Revolução Russa em 1917: a União Soviética tinha como principal objetivo de política externa garantir a sobrevivência dos princípios revolucionários em suas fronteiras contra o temor de um cerco capitalista. Entre 1921 e 1922, Lenin deu início à Nova Política Econômica que, em termos de política externa, significou a reconstrução pacífica da Rússia, a fixação de fronteiras por meio da negociação e o fim dos bloqueios econômicos. Política externa soviética e o reconhecimento internacional no novo país e, por isso, seus líderes investiram em acordos comerciais e alianças. Yosef Stalin: a construção e o fortalecimento do Estado soviético era seu objetivo principal, deixando de lado a possibilidade de levar a revolução além das fronteiras soviéticas. Economia planificada: não é afetada pela Crise de 1929, grande crescimento industrial. A União Soviética O Japão saiu como um dos vitoriosos na Primeira Guerra Mundial, tornando-se potência hegemônica no extremo oriente. Pelo Tratado de Versalhes, o Japão obteve as colônias alemãs no oriente e ainda não foi criticado a respeito de seu expansionismo na China. Entretanto, os interesses japoneses no Pacífico, em pouco tempo, começaram a se chocar com uma nova grande potência que se movimentava na mesma direção: os Estados Unidos. A rivalidade entre ambos seria um fator de contribuição para aproximação entre Japão e Alemanha. O Japão Expansão japonesa motivada por: Grande número populacional; Insuficiências de recursos naturais; e Baixa possibilidade de dinamizar o comércio exterior devido ao protecionismo generalizado instaurado nos anos de crise. O Japão Fonte: https://www.britannica.com/place/ Empire-of-Japan Império Japonês em 1870 Aquisições até 1932 Ocupação adicional de 1937 Ocupação adicional de 1938 Ocupação adicional de 1939 Ocupação adicional de 1940 Ocupação adicional de 1942 Zona Desmilitarizada de Tanfku Truce (1933) Os Estados Unidos, ao fim da Primeira Guerra Mundial, tornaram-se a maior potência econômica no sistema internacional. Política externa: sua ação se concentrou na plataforma regional como estratégia para consolidação da base continental de segurança. As conferências pan-americanas foram o foco nesse período, parte de uma estratégia para alimentar a solidariedade continental e desfazer a imagem agressiva e interventora dos Estados Unidos na região do passado recente. Na década de 1930, devido à crescente influência alemã no comércio latino-americano, os Estados Unidos renovaram suas ações e investiram na chamada “política da boa vizinhança” no continente, que consistia na construção de uma imagem positiva e amistosa entre Estados Unidos e latino- americanos por meio da cooperação. Os Estados Unidos Nesse período, foram características as produções de Walt Disney de personagens latinos em interação com personagens símbolos da produtora norte-americana. Os Estados Unidos Fonte: http://midisimpohis2018.blogs pot.com/p/disney-segunda- guerra-e-boavizinhanca.html A crise teve seu epicentro nos Estados Unidos, porém seus efeitos se propagaram para Europa e, em seguida, para todo o globo. Em menos de dois anos, todos os dados econômicos, antes em franca ascensão, tornaram- se negativos. Dentre todos os indicadores, o mais assombroso foi o nível de emprego. Os Estados Unidos e a crise econômica mundial Fonte: https://outraspalavras.net/outra smidias/grande-depressao-em- imagens/ Fatores: 1. Crescente desequilíbrio na economia internacional devido à assimetria de desenvolvimento entre os Estados Unidos e o resto do mundo: o sistema mundial não funcionou porque, ao contrário da Grã-Bretanha, que fora o centro antes de 1914, os Estados Unidos não precisavam muito do resto do mundo e, portanto, diferentemente da Grã-Bretanha, que cuidava para que seu sistema financeiro permanecesse estável, os Estados Unidos não se preocuparam em agir como estabilizador global. 2. Incapacidade da economia mundial de gerar demanda suficiente para sustentar uma expansão a longo prazo. Os Estados Unidos e a crise econômica mundial Eleição de Franklin D. Roosevelt, em 1933: elaborou um conjunto de medidas com o objetivo de superar ou ao menos amenizar os efeitos da crise. Esse programa político-econômico ficou conhecido como New Deal, em português “Novo acordo”, cujas principais ações previstas eram: Desvalorização do dólar para dinamizar as exportações; criação de um sistema de seguridade social, para amparar os trabalhadores; controle estatal sobre os preços e a produção; empréstimos a bancos para evitar a falência do sistema financeiro; investimento maciço em uma grande quantidade de obras públicas, para gerar empregos e renda. As medidas do New Deal foram bem-sucedidas, uma vez que em dez anos após sua implementação a economia norte- americana já conseguia recuperar-se razoavelmente da grande depressão. Os Estados Unidos e a crise econômica mundial Assim, durante as duas guerras mundiais, a América Latina, região distante dos focos de tensão internacional, preocupava-se com suas próprias demandas em âmbito apenas continental, devido à falta de abertura para discussão da pauta latino-americana nos organismos multilaterais mundiais. Império Britânico evoluiu para Commonwealth, isto é, uma comunidade de nações originárias da colonização britânica. No final da década de 1930, a crise do colonialismo se espalhava por outros impérios e apenas permaneciam em expansão os impérios italiano e japonês. A maior parte da região central da África continuava calma, pois os nacionalismos locais eram raros e pouco articulados, visto que a economia e a sociedade colonial consistiam basicamente no universo rural. América Latina, África e Ásia A situação imposta por Versalhes na Europa, seguido do fracasso da Liga das Nações em regulamentar a ordem do pós-guerra, era muito instável. Esse contexto foi ainda agravado pelos efeitos da Grande Depressão gerada pela crise econômica de 1929. Ascensão de Hitler no momento em que o fascismo se expandia na Itália de Mussolini representava o declínio da sociedade liberal. A Europa foi empurrada para a guerra quando Hitler começou a por em prática sua política de expansão territorialalemã para leste às custas de outros Estados, como uma questão de necessidade, o espaço vital, para a Alemanha. Perseguição aos judeus e aos grupos minoritários. A retomada das hostilidades Intervenção e anexação da Áustria aprovada em plebiscito, em 1938. Anexação da região de Sudetos às expensas da Tchecoslováquia com anuência da França e da Inglaterra. 1939: Alemanha ocupou a Tchecoslováquia e, logo após, a Polônia. Declaração de Guerra: setembro de 1939. A retomada das hostilidades Fonte: http://www.brasilartesenciclopedias.com.br/mobile/nacional/belmonte02.htm BOA PIADA! NINGUÉM CONHECE AS NOSSAS INTENÇÕES, HEIN? É VERDADE! NEM NÓS... No período Entreguerras foram observados os seguintes acontecimentos, exceto: a) Ascensão de regimes autoritários na Europa. b) Depressão econômica mundial. c) Corrida imperialista dos europeus na África. d) Ação imperialista do Japão no leste da Ásia. e) Evolução do Império britânico em Commonwealth. Interatividade Resposta No período Entreguerras foram observados os seguintes acontecimentos, exceto: a) Ascensão de regimes autoritários na Europa. b) Depressão econômica mundial. c) Corrida imperialista dos europeus na África. d) Ação imperialista do Japão no leste da Ásia. e) Evolução do Império britânico em Commonwealth. A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra total, sem precedentes na história mundial. Opôs países do Eixo: Alemanha, Itália e Japão; e Aliados: União Soviética, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e China. Isso significa que, em termos econômicos, todos os recursos disponíveis foram empregados no esforço de guerra, seja a mão de obra, sejam os recursos materiais. Estima-se que o número total de mortos tenha chegado a 85 milhões de pessoas, sendo que desse total, 50 milhões eram civis. Os objetivos militares eram ilimitados, isto é, tinham como objetivo a submissão absoluta do inimigo. Ao fim da Segunda Guerra Mundial surgiu uma nova ordem internacional que não só colocou fim à supremacia da Europa dos séculos anteriores, mas também elevou dois Estados de fora das fronteiras europeias à condição de superpotências. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) A guerra europeia teve início em 1º de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha. França e Grã-Bretanha retardaram o máximo possível o enfrentamento de forma a conseguirem tempo para se equiparem. Também a Itália, aliada da Alemanha no Eixo, retardou sua entrada na guerra devido à sua baixa capacidade bélica. Hitler, ignorando as ameaças de franceses e britânicos, resolveu levar adiante seu ambicioso plano que incluía os seguintes objetivos: Reduzir os espaços de influência da França na Europa. Buscar uma aliança com a Grã-Bretanha ou ao menos sua neutralidade. Construir um império colonial na África. Enfrentar os Estados Unidos. Partilhar o mundo com os japoneses. A guerra civil europeia Estratégia de Hitler: Construir o Império Germânico no Leste europeu, em território russo. Dominar rapidamente a frente ocidental para se voltar contra a Rússia Blitzkrieg: guerra-relâmpago. Entre 1939 e 1940, a Alemanha ocupou: Polônia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica e França (parte ocupada e formação de um governo ao sul aliado à Alemanha). A guerra civil europeia Fonte: http://historyatonce.blogspot.com/2015/12/a- era-vichy-volta-assombrar-franca.html Diante da recusa dos britânicos em assumir qualquer tipo de aliança com a Alemanha nazista, a força aérea alemã iniciou os preparativos para bombardear o sul da ilha britânica em setembro de 1940. No dia 13 de outubro teve início a chamada Batalha da Inglaterra, com um intenso bombardeio sobre Londres. Sob liderança de Churchill, que todos os dias saía em público para levantar os ânimos dos londrinos e incitá-los à resistência; os britânicos, sob maciço ataque aéreo, não se renderam. Diante da teimosia dos britânicos e da perda constante de aeronaves nas batalhas aéreas, Hitler adiou seus planos de invasão à ilha a fim de poupar forças para conquistar a União Soviética. A guerra civil europeia Em 1941, as guerras paralelas que ocorriam na Europa e no leste da Ásia se tornaram uma única guerra de proporção mundial: Invasão da União Soviética pela Alemanha Nazista, “Operação Barbarossa” em junho de 1941. Ataque japonês à base militar norte-americana “Pearl Harbor” no Havaí em dezembro de 1941. Mundialização da Segunda Guerra Mundial Fonte: http://citadino.com/2006/04/p earl-harbor-at-que-ponto- roosevelt.html “Em 1941 emergia um novo conceito: o de superpotência. Os Estados Unidos gestavam uma nova condição da inserção internacional dos Estados na era contemporânea das relações internacionais. A superioridade econômica, associada à capacidade e à vontade de sobrepujar as potências europeias tradicionais, elevava os Estados Unidos ao cerne das decisões internacionais de uma forma diferente da ideia de hegemonia coletiva que presidira até então o ordenamento internacional” (SARAIVA, 2007). Superpotências Completa derrota do Eixo após a entrada dos Estados Unidos e da União Soviética seria apenas uma questão de tempo. Mesmo após o engajamento total de soviéticos e norte-americanos, ainda levou cerca de três anos e meio para a completa derrota do Eixo. Derrotas do Eixo: Batalha de Moscou, Batalha de Stalingrado, Batalhas no Norte da África e Itália, invasão aliada na França (Dia D). Tropas anglo-americanas conseguiram tomar a Normandia, a partir da qual se desenrolou a retomada da França das mãos dos nazistas. Auxiliadas por forças da resistência francesa, os aliados chegaram a Paris em 26 de agosto. Na frente oriental, os soviéticos forçaram o recuo das tropas alemãs, procedendo a desocupação dos territórios dos países da Europa oriental. Mundialização da Segunda Guerra Mundial Deposição de Mussolini em 1943. Em 16 de abril de 1945, as forças soviéticas iniciaram a tomada de Berlim, a capital da Alemanha. Em 30 de abril, Hitler se matou com um tiro. A luta com os soviéticos ainda se estendeu até 2 de maio, quando o general alemão Weidling aceitou os termos soviéticos e se rendeu incondicionalmente, encerrando definitivamente a guerra na Europa. Com a anuência de Stalin e Churchill, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre o Japão: uma na cidade de Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945; e outra sobre a cidade de Nagasaki, no dia 09 de agosto. Em 14 de agosto de 1945, o Japão se rendeu incondicionalmente. Derrota do Eixo Acredita-se que o propósito dos Estados Unidos não era apenas render o Japão, mas também impressionar a União Soviética de forma que Stalin compreendesse a nova posição geopolítica da superpotência norte-americana no cenário global, bem como seu poder de destruição. A questão do ataque nuclear Fonte: https://ucho.info/wp- content/uploads/2015/08/hiroshima_01.jpg Quais dos eventos abaixo transformaram a Segunda Guerra em um evento mundial? a) A Batalha da Inglaterra e a invasão da Polônia pela Alemanha. b) A ocupação da França pelos nazistas e a Batalha da Inglaterra. c) Ataque japonês a Pearl Harbor e a anexação da Áustria. d) Ataque japonês a Pearl Harbor e invasão nazista na União Soviética. e) Invasão nazista na União Soviética e Dia D. Interatividade Resposta Quais dos eventos abaixo transformaram a Segunda Guerra em um evento mundial? a) A Batalha da Inglaterra e a invasão da Polônia pela Alemanha. b) A ocupação da França pelos nazistas e a Batalha da Inglaterra. c) Ataque japonês a Pearl Harbor e a anexação da Áustria. d) Ataque japonês a Pearl Harbor e invasão nazista na União Soviética. e) Invasão nazista na União Soviética e Dia D. O estabelecimento das diretrizes da paz e da nova ordem internacional diante do colapso completo da sociedade internacional europeia foi a grande questão napauta da agenda dos Aliados após a guerra. A realidade dos novos tempos exigia a participação de duas novas superpotências: Estados Unidos e União Soviética. Não houve qualquer negociação de condições de paz entre as forças aliadas e os países derrotados, pois nenhuma autoridade formal era reconhecida. O principal resultado dessas negociações, sem dúvida, foi a Organização das Nações Unidas, em 1945. Um acordo que colocava fim às hostilidades de anos de conflito foi, por fim, elaborado em fevereiro de 1947. O Tratado de Paz de Paris foi assinado por 21 países, vencedores da Segunda Guerra Mundial. Surgimento de uma nova ordem internacional As conferências que as três grandes potências (Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética) estabeleceram a nova ordem mundial foram: Teerã, em 1943; Yalta, em 1945; Potsdam, também em 1945. Essas três conferências encerravam um conjunto geral de encontros promovidos entre os líderes Aliados desde o início ao combate da Alemanha nazista. As Conferências tinham como propósito o alinhamento do novo ordenamento internacional e a conciliação de interesses das grandes potências. As Conferências entre os Aliados A questão mais importante era o gerenciamento da ordem internacional no pós-guerra, a partir da visão de mundo imposta pelos Estados Unidos: liberal e democrática. A principal demanda dos soviéticos nas conferências de paz era o reconhecimento do território ocupado pelo pacto anteriormente firmado com a Alemanha Nazista. A Grã-Bretanha importava afastar o máximo possível a União Soviética da dinâmica política da Europa. Por isso, defendia que a única forma de evitar novas conflagrações entre os europeus seria por meio da formação de uma federação de Estados na Europa central, ideia rechaçada pelos soviéticos, que viam nessa iniciativa uma tentativa de isolamento da União Soviética por meio do confinamento no centro da Eurásia. Interesses das grandes potências A pauta de discussão foi a questão do futuro da Alemanha que, por conseguinte, implicava nas fronteiras dos países da Europa oriental. Também foi apresentada a ideia norte-americana de formulação de uma nova organização internacional global para gerenciamento da segurança coletiva. Stalin, temendo a união dos dois líderes ocidentais, Roosevelt e Churchill, contra os interesses soviéticos, concordou prontamente com a proposta de presidente norte-americano ao passo que o britânico preferia organizações regionais na América, na Europa e na Ásia. Todos concordavam que a Alemanha deveria ser dividida e controlada pelos aliados, porém Stalin insistia que as demarcações das fronteiras polonesas deveriam ser aquelas estabelecidas pela conquista soviética. A Conferência de Teerã A Conferência de Yalta foi o ponto alto de colaboração entre Estados Unidos e União Soviética, e demonstrou o declínio da Grã-Bretanha como potência mundial. Divisão e reconhecimento de esferas de influência. Houve um acordo segundo o qual os países limítrofes com a URSS na Europa não deveriam possuir governos antissoviéticos, como forma de garantir suas fronteiras ocidentais. A Conferência de Yalta Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/in ternacional-51334970 Os norte-americanos cederam no concernente às fronteiras da Polônia e da Alemanha em troca do reconhecimento por parte dos soviéticos das fronteiras italianas. Quanto às reparações exigidas pela União Soviética, os ocidentais adotaram uma postura inflexível, fazendo com que Stalin desistisse do assunto. Quanto à Alemanha, os acordos de Potsdam dividiram o território alemão e também a capital, Berlim, em quatro zonas de influência, cada uma controlada por uma das potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial. Conferência de Potsdam sinalizou o início de divergências explícitas entre os Estados Unidos e a União Soviética e a afirmação de ambos como as novas superpotências mundiais. A Conferência de Potsdam Alemanha foi ocupada e dividida em quatro áreas de influência: francesa, britânica, soviética e norte-americana. A Alemanha dividida Fonte: https://www.zeitklicks.de/ddr/zeitklicks/zeit/146/film/warum-war- deutschland-ueberhaupt-geteilt/ Organização das Nações Unidas foi implementada pela Conferência de San Francisco, entre abril e junho de 1945. Estiveram presentes representantes de 50 países. A Carta das Nações Unidas foi examinada e debatida pelos presentes, sendo ratificada em 24 de outubro do mesmo ano. Objetivo: a administração da segurança coletiva. Com sede em Nova Iorque, a ONU é composta por: Conselho de Segurança, Assembleia Geral, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Corte Internacional de Justiça e Secretariado. Conselho de Segurança com poder de veto: diretório dos vencedores da Segunda Guerra Mundial. A Organização das Nações Unidas Dentre os desdobramentos resultantes da Segunda Guerra Mundial para a nova ordem mundial estão: a) ONU e União Soviética. b) ONU e divisão do mundo em duas esferas de influência. c) Divisão da Alemanha e formação da União Europeia. d) Formação de esferas de influência e divisão da Coreia. e) União Europeia e ONU. Interatividade Resposta Dentre os desdobramentos resultantes da Segunda Guerra Mundial para a nova ordem mundial estão: a) ONU e União Soviética. b) ONU e divisão do mundo em duas esferas de influência. c) Divisão da Alemanha e formação da União Europeia. d) Formação de esferas de influência e divisão da Coreia. e) União Europeia e ONU. CERVO, A. L. A instabilidade internacional (1919-1939). In: SARAIVA, J. F. S. (Org.). História das relações internacionais contemporâneas: da sociedade internacional do século XIX à era da globalização. São Paulo: Saraiva, 2007b. HERZ, M.; HOFFMAN, A. R. Organizações internacionais: história e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. SARAIVA, J. F. S. A agonia europeia e a gestação da nova ordem internacional (1939-1947). In: SARAIVA, J. F. S. (Org.). História das relações internacionais contemporâneas: da sociedade internacional do século XIX à era da globalização. São Paulo: Saraiva, 2007a. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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