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REVISTA CEFOP FAPAZ 2017 2

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REVISTA CEFOP FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Ano IV - Nº 02 - jul./dez.2017- Natal/RN - ISSN 2317-8841 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISTA CEFOP/FAPAZ 
 DE EDUCAÇÃO, CULTURA, 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
REVISTA CEFOP FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Ano IV - Nº 02 - jul./dez.2017- Natal/RN - ISSN 2317-8841 
2 
 
 
 
 
Correspondência: 
REVISTA CEFOP/FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Editor Responsável: José Flávio da Paz 
Caixa Postal 11 – Ag. Central 
Porto Velho - RN 
76801-974 
 
Tel. (69) 98103 8640 ou 99329 5034 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISTA CEFOP/FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA é uma publicação semestral da FAPAZ 
EVENTOS CIENTÍFICOS E CULTURAIS LTDA. - ME, mantenedora do CEFOP – CENTRO FAPAZ DE ENSINO E 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES. 
 
As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores não expressando necessariamente 
as ideias do CEFOP/FAPAZ nem de seus Colaboradores. 
 
 
REVISTA CEFOP/FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E 
TECNOLOGIA/publicação do CEFOP/FAPAZ. 
 
 
 – Vol. 8 - Ano 4 - Número 01 - ( jul/dez 2017). José Flávio da Paz; 
 Néstor Raúl González Gutiérrez (orgs.) – Natal: FAPAZ: 2017. 
 
 ISSN 2317-8841 
 
1.Letras; 2.Educação; 3.Pedagogia; 4.Transversalidade; 5. Linguística; 6.Meio 
Ambiente; 7.Ensino Superior; 8.Língua Brasileira de Sinais 9.Educação de Surdos 
10.Didática 11.Semiótica 12.Ética. 
CDU – 372.83 
 
 
 
 
 
 
REVISTA CEFOP FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Ano IV - Nº 02 - jul./dez.2017- Natal/RN - ISSN 2317-8841 
3 
 
SUMÁRIO 
 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: ANTECEDENTES HISTÓRICOS 05-09 
Adriane Ribeiro Goulart 
Alex Sandro Tomazini 
 
CONTEXTO HISTÓRICO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE DO PAPEL DAS 
CONDICIONALIDADES 10-14 
Alex Sandro Tomazini 
 
O ENSINO DA GESTÃO DE PESSOAS BASEADO NAS CARACTERÍSTICAS DOS CONFLITOS PESSOAIS, COM 
REFLEXÃO NA PSICANÁLISE E INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL 15-26 
 Artur Coelho 
 Jussara Fidelis 
 Marcelo Rogério Zitta 
 Osnei Francisco Alves 
 
COMPARAR, É PRECISO! 27-36 
Boanerges da Silva Batista 
Flávio Pereira Moura 
 
BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLA 
MUNICIPAL DE MANAUS/AM 37-54 
Dennys Gomes Ferreira 
Orientação: João Carlos da Silva Filho 
 
A IMPORTÂNCIA DA REELABORAÇÃO COLETIVA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA 
 55-64 
 Edson Paiva Leite 
Rozimeire de Paiva Leite de Lima 
 
UM RETRATO DA SOCIEDADE MANAUARA NA OBRA DOIS IRMÃOS DE MILTON HATOUM: DIÁLOGO 
ENTRE LITERATURA E SOCIEDADE 65-71 
 Eulisson Nogueira de Sousa 
 
A ESCOLA E O ENSINO DA ARTE MODERNA 72-79 
Fernando Rodrigues Tavares 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISTA CEFOP FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Ano IV - Nº 02 - jul./dez.2017- Natal/RN - ISSN 2317-8841 
4 
O QUE É O CONGADO? 80-92 
Igor de Araújo Alves 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ABORDAGEM SIGNIFICATIVA NA ESCOLA 
 93-107 
Iris Maciel Pantoja 
 
A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PARA A REDUÇÃO DO ANALFABETISMO NO 
BRASIL 108-120 
Izabel Pinheiro Andion 
Marcelo da Silva Andion 
 
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO DE NÍVEL 
SUPERIOR NO BRASIL 121-131 
Izabel Pinheiro Andion 
Marcelo da Silva Andion 
 
BREVE ANÁLISE DA OBRA"ROSAFLOR E A MOURA TORTA" - DE PEDRO BANDEIRA, NA PERSPECTIVA 
SEMIÓTICA DO AMOR E DA FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO 132-140 
José Flávio da Paz 
 
ALBERTO DA CUNHA MELO: A PALAVRA E O OUTRO (UM OLHAR SOCIOLINGUÍSTICO) 141-154 
 Maria Elizabete Sanches 
José Eduardo Martins de Barros Melo 
 
DECAMERON: AS FRONTEIRAS ENTRE A FICÇÃO E HISTÓRIA 155-165 
 Maria José Alves de Assunção 
 
IDENTIDADE E CULTURA SURDA: A INFLUÊNCIA OUVINTISTA 166-173 
Andreia Cristina Siqueira 
Neide Alexandre do Nascimento 
Júlio César Barreto Rocha 
 
PICHAÇÃO E GRAFITE: HISTÓRIA DOS PROCESSOS DE ASSIMILAÇÃO E OPOSIÇÃO 174 a 179 
Patrícia Cardoso Augusto Barbosa 
Alex Sandro Tomazini 
 
 
 
Artigos recebidos durante o segundo semestre de 2017. 
Publicação em 06 de fevereiro de 2017, 
 
 
 
 
 
 
REVISTA CEFOP FAPAZ DE EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Ano IV - Nº 02 - jul./dez.2017- Natal/RN - ISSN 2317-8841 
5 
 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: ANTECEDENTES HISTÓRICOS 
 
Adriane Ribeiro Goulart1 
Alex Sandro Tomazini2 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 Cumpre tecer inicialmente algumas considerações a respeito das relações familiares 
decorrentes com o passar dos anos, pois é fato notório que ocorreu uma mudança significativa 
nas relações familiares, onde a mulher atual possui grandes influências no mercado de 
trabalho, sendo que antigamente essas influências não existiam, pelo fato das mulheres estarem 
mais envolvidas aos afazeres domésticos. 
 O século XXI foi um cenário de grandes transformações na estrutura da família, pois 
podemos observar que existem algumas marcas deixadas por suas origens, mas que 
acarretaram transformações marcantes na estrutura do modelo tradicional de uma família. 
 Neste contexto, é importante destacar também que os problemas familiares surgiram das 
novas relações conjugais que se formaram com o decorrer do tempo. Sendo explicito que a 
mulher passou a ser, em muitos lares, a chefe da família, e isto acabou gerando certas 
consequências nas relações familiares. 
 Feita esta breve abordagem, passamos a discorrer sobre a história, a evolução histórica e 
as violências advindas dessas transformações. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
 A organização familiar de forma geral é o produto da organização histórica do ser 
humano, pois representa um grupo social primário, formado por um grupo doméstico ligado 
por sua descendência ou matrimônios, e devido à necessidade de reprodução da espécie existem 
diferentes formas de relações entre si. 
 
Segundo Narvaz e Koller3 uma destas formas centrou-se na figura 
masculina, e teve como denominação a chamada “família patriarcal”, 
 
1
 Mestre Linguística – PUC/SP - adrianeribeiro@bol.com.br 
2 Mestre em Educação – UNIBRASIL - alextomazini2010@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
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porém nem sempre a família foi patriarcal, pois “os papéis sexuais e 
sociais de homens e de mulheres não eram definidos de forma rígida e as 
relações sexuais não eram monogâmicas, tendo sido encontradas tribos 
nas quais as relações entre homens e mulheres eram bastante igualitárias”. 
 
 Mas essa situação foi alterada com a descoberta da agricultura, da caça e do fogo, pois as 
comunidades precisavam se fixar em um território, e desta forma para os homens cabia à caça e 
para as mulheres cabia o cultivo da terra e principalmente o cuidado com as crianças. 
 E com o passar do tempo às relações passaram a ser monogâmicas4, e as mulheres 
passaram a ser controladas, pois estas lhes garantiam a reprodução e, consequentemente, a 
hereditariedade. 
Segundo Narvaz e Koller5 “o corpo e a sexualidade das mulheres passou a 
serem controlados, instituindo-se então a família monogâmica, onde gerou a 
divisão sexual e social do trabalho entre homens e mulheres. Instaurando-se, 
assim, o patriarcado, uma nova ordem social centrada na descendênciapatrilinear e no controle dos homens sobre as mulheres”. 
 
E com base no entendimento de Pateman6, conclui-se que: 
 
“O poder natural dos homens como indivíduos (sobre as mulheres) abarca 
todos os aspectos da vida civil. A sociedade civil como um todo é patriarcal. As 
mulheres estão submetidas aos homens tanto na esfera privada quanto na 
pública”. 
 
 Diante desses dois entendimentos é importante salientar que não se pode delegar 
somente ao patriarcado a culpa por todas as formas de desigualdades e de opressão a mulher, 
pois a posição da mulher, na família e na sociedade em geral, desde a colonização até hoje, 
demonstra que a família patriarcal foi uma das matrizes de nossa organização social e não o 
problema das desigualdades. 
 
Samara7 traz que no início dos séculos XVI e XVII as uniões legítimas, o papel 
dos sexos estavam bem definidos, por costumes e tradições apoiados nas leis, ou 
 
3 NARVAZ, M.G.; KOLLER, S. H. op. cit. 
4
Monogamia “é uma forma de relacionamento em que o indivíduo tem apenas um parceiro durante a sua vida”. 
5
 NARVAZ; KOLLER, op. Cit. 
6 PATEMAN, C. O contrato sexual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993, p.167. 
7 SAMARA, E. de M. Op. cit. 
 
 
 
 
 
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seja, o poder de decisão formal pertencia ao marido, como protetor e provedor 
da mulher e dos filhos, cabendo à esposa o governo da casa e a assistência 
moral à família. Contudo, algumas mudanças econômicas que ocorreram a 
partir dessa época afetaram a sociedade e provocaram alterações no estilo de 
vida de seus habitantes. 
 
 Nesta mesma perspectiva, Samara8 entende que: 
 
“Foi com a descoberta das minas de ouro na década de 1690 que houve um 
deslocamento do eixo econômico o que culminou em uma vida urbana mais 
intensa. A sociedade que se formou era uma mescla de raças e origens diversas, 
proliferavam os concubinatos e a ilegitimidade era comum. Mulheres exerciam 
atividades econômicas fora do âmbito doméstico e as solteiras com prole 
natural chefiavam famílias”. 
 
 Analisando este período da sociedade brasileira, percebe-se que o modelo imposto pela 
sociedade escravagista, muitas vezes tornava-se inatingível para as outras categorias sociais, e 
assim começou a surgir no contexto social brasileiro uma multiplicidade de modelos familiares, 
gerados através de um comportamento diferente do posto pela sociedade. 
 E foi a partir do século XVIII, que o divórcio começou a ocorrer entre os casais de 
diversas classes sociais, e foi neste momento que ocorreu grandes mudanças no âmbito familiar, 
gerando relações insatisfatórias e por consequência violências psicológicas e físicas. 
 
Samara9 entende que “as mudanças que foram advindas no decorrer dos anos, se 
acentuaram ao longo do século XIX, e foi a partir do desenvolvimento econômico no 
Sul do país provocado pela cafeicultura, e pelas modificações políticas, que surgiram 
os reflexos de todas essas modificações foram distribuídos na população brasileira e 
também no mercado de trabalho”. 
 
 BILAC10 esclarece que: 
 
“No final do século XIX foi observada a crise da família e do casamento, e alguns 
acontecimentos evidenciaram este fato, como por exemplo, o crescimento do número 
 
8
 SAMARA, op. cit. 
9
 SAMARA, op. cit. 
10 BILAC, E. D. Famílias de trabalhadores estratégias de sobrevivência: a organização da vida familiar em uma cidade 
paulista. São Paulo: símbolo, 1970. P.17. 
 
 
 
 
 
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de divórcios; o aumento da natalidade entre as famílias mais abastadas; a instável 
posição da mulher e a chamada revolução moral”. 
 
 E foi no final do século XIX, que surgiram as mudanças nas organizações familiares, 
como por exemplo, “o aburguesamento da sociedade moderna, o divórcio, e as novas parentelas 
oriunda dos filhos de outros casamentos. 
 Historicamente falando nota-se, que foi na segunda metade do século XIX, que surgiram 
novas oportunidades de emprego na indústria e na burocracia, e isto fez com que as mulheres 
passassem a ocupar uma parte desse mercado, pelos fatores advindos da desestruturação 
familiar. 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O trabalho apresentado possui um objetivo didático e histórico de contribuir para o 
despertar de uma consciência crítica que se encontra adormecida perante a população, 
mostrando que a violência contra a mulher é um fenômeno mundial e que atinge todas as 
classes sociais e todos os países. 
 Esse tipo de violência se originou pela submissão que as mulheres tinham diante aos 
homens, onde os papéis eram claramente marcados e diferenciados. Ocorre que hoje, pelo fato 
de não ter mais papéis demarcados a mulher em inúmeros casos não ocupa mais um papel de 
submissão ao homem, e isto foi um cenário de grandes transformações na estrutura familiar. 
 E diante dessas transformações a mulher além de abandonar a posição de “rainha do 
lar”, fez com que o homem perdesse o seu lugar de submissão e a violência doméstica foi a 
consequência dessa atual realidade. 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
JESUS, DAMÁSIO. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, ASPECTOS CRIMINAIS DA LEI Nº 
11.340/2006. 2ª EDIÇÃO. SÃO PAULO: EDITORA SARAIVA, 2015. 
RIBEIRO, Dominique de Paula. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, Aspectos gerais e questões 
práticas da Lei nº 11.340/2006. Brasília: Gazeta Jurídica, 2013. 
CABRAL, Karina Melissa. Manual de Direitos da Mulher. 1ª Edição. Blumenau: editora Mundi, 
2008. 
CUNHA, Rogério Sanches e PINTO, Ronaldo Batista. Violência Doméstica. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2007. 
 
 
 
 
 
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9 
DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: a efetividade da lei 11.340/2006 de 
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. 3ª Edição, revisada, atualiza e 
ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. 
SOUZA, Sérgio Ricardo de. Comentários à Lei de Combate à Violência Contra a Mulher: Curitiba: 
editora Juruá, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTEXTO HISTÓRICO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE DO 
PAPEL DAS CONDICIONALIDADES 
Alex Sandro Tomazini11 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este artigo inicia-se com um retrato das desigualdades de gêneros e etnias, onde 
poderemos constatar que a pobreza brasileira tem sua especificidade. 
O grande número de mulheres, entre a população pobre, é reflexo de um processo 
histórico de reprodução de desigualdades sociais. Essas desigualdades têm como eixos 
estruturantes os marcadores sociais como gênero e etnia, os quais orientam a construção da 
cidadania e a efetivação de direitos humanos. 
Neste contexto, sexo e etnia são também definidores das desigualdades sociais. Esse 
processo interfere diretamente na relação entre as mulheres e o Estado. Um ponto de ilustração 
a esse respeito é o modo como os grupos de mulheres estão sujeitos a obrigações impostas pelo 
Estado, ocasionando efeitos para o tempo e trabalho feminino. Tais obrigações se expressam no 
cumprimento de atividades e responsabilidades estipuladas pelas políticas sociais, com destaque 
para as políticas de desenvolvimento e, mais recentemente, para as de combate à pobreza. 
Esse fator deve ser colocado em evidência quando nos dedicamos a investigar o 
modo de inclusão das mulheres nas ações estatais, a exemplo Bolsa Família, uma vez que esse 
programaopera instituindo condições nas áreas de educação e saúde, que visam responder, 
ainda que de forma tímida e limitada, a essa histórica dívida social. Por meio de tais políticas, o 
Estado introduz instrumentos de distribuição de renda e inclusão social, cuja finalidade 
principal é combater a pobreza, distribuir renda e estimular os grupos socais excluídos a 
melhorarem suas condições de vida. 
A principal questão que norteia nossa reflexão neste trabalho, é compreender o 
modo como o Bolsa Família, tido como uma estratégia de combate à pobreza, desenvolve 
mecanismos que reforçam a tradicional associação da família, priorizando a mulher, e as 
tarefas pertencentes à clássica esfera reprodutiva. O Programa torna obrigatório que os alunos 
tenham um bom desempenho escolar em relação ao aproveitamento de ensino e onde o Estado 
 
11 Mestre em Educação – UNIBRASIL - alextomazini2010@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
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incorpora padrões de relações de gênero e concepções de família em seus programas que se 
dirigem ao âmbito das relações de cuidado. 
As mudanças econômicas, científicas, sociais, políticas e educacionais do mundo 
atual geram uma reflexão sobre o papel das políticas públicas de educação no Brasil, quanto à 
qualificação dos resultados no âmbito nacional. O conjunto social e, por consequência, as 
pessoas sofrem cotidianamente uma avalanche de transformações encaminhadas por um 
sistema globalizado que corrompe a individualidade de cada ser humano, os incluindo ou 
excluindo-os conforme o grau de oportunidades das quais possam estar inseridos. Esta 
mudança social desafia a educação a rever suas atitudes e metodologias didático-pedagógicas, 
adequando-as aos requisitos das novas necessidades sociais. 
 
CONHECENDO A REALIDADE CONCRETA 
 
Em relação ao desempenho escolar, deve-se reconhecer que o Programa Bolsa 
Família incide de forma positiva. Alguns fatores contribuem de forma direta tais como: o medo 
de perder o benefício como um dos fatores que auxiliam os alunos a permanecer na escola; o 
que não significa maior motivação por parte dos alunos em estudar (incentivo do Programa 
Bolsa Família) e terem mais condições financeiras de comprar materiais escolares, roupas e 
calçados. 
Para fins de concessão do benefício, o acompanhamento pelo MEC da frequência 
escolar de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade (Programa Bolsa Família) 
gera informações preciosas para o acompanhar a trajetória educacional dos beneficiários. Ao 
cruzarmos tais informações com dados da Pnad e do censo escolar, vemos, por exemplo, que a 
frequência à escola está contribuindo não apenas para melhorar a vida dos beneficiários, mas, 
também, a de vários indicadores educacionais. 
O fato é que, sobre isso, o programa tem se consolidado como uma das principais 
políticas públicas brasileiras, atingindo atualmente mais de 13 milhões de famílias em todas as 
regiões do país. Diferentes estudos e análises têm sido desenvolvidos sobre o Programa Bolsa 
Família, demonstrando que o mesmo tem contribuído de forma positiva. Houve redução da 
desigualdade social no Brasil. 
Tais condicionalidades operam como mecanismos de controle social sobre as 
famílias, obrigando-as a adotarem práticas cotidianas nem sempre comuns em seus cotidianos. 
A obrigatoriedade de manter frequência escolar correspondente a, no mínimo, 85% é 
fundamental, pois obriga as famílias a acompanharem os seus filhos cotidianamente. 
 
 
 
 
 
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A presença regular na escola, independente das médias obtidas nas disciplinas que 
constituem a matriz curricular, assegura às crianças e aos jovens ambientes de convivência, de 
alimentação e de aprendizado que nenhum outro espaço oferece. Estar na escola naqueles dias e 
horários significa, na prática, não estar em outros, como na rua e em outros lugares de riscos 
acentuados. 
As diversas ações que envolvem o Programa Bolsa Família podem fornecer 
referências a uma atuação mais sistemática das próprias escolas com sentido a uma cobrança 
não só a frequência escolar, mas também, quanto ao rendimento escolar do aluno que recebe 
o auxílio. Cobrando do aluno vinculando as políticas públicas, à sua formação integrada, 
junto à cooperação com as escolas públicas, visando orientação mútua dos diferentes 
segmentos participantes de conselhos gestores de políticas são alguns exemplos de ações 
cujos principais traços em comum são exatamente o respeito e a formação do cidadão. 
É fundamental, entretanto, a discussão pública dessas experiências e de suas 
possíveis aproximações, com os êxitos que nessa empreitada envolvem, de antemão, a 
observação atenta dos desafios aí contidos. Precisa ser computada a favor de ações que se 
unam à fração das eficácias capazes de sustentar a cobrança dos alunos quanto a sua 
formação e um melhor desempenho escolar, junto a projetos de sentido diverso do instituído. 
Isso implica, inevitavelmente, alguma disposição em se discutir e enfrentar a tendência, hoje 
intensificada de atuarem corporativa e concorrencialmente. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Como demonstrado neste artigo, o Programa Bolsa Família é uma tentativa por parte 
do governo federal para amenização e erradicação da pobreza e evasão escolar no Brasil. 
O Programa hoje é de extrema importância no panorama das políticas sociais do 
Brasil. Tem um número de beneficiários comparável ao das grandes políticas, como a saúde e 
educação pública e a previdência social, que perfazem a espinha dorsal da política social 
brasileira. Pode-se afirmar que o Programa Bolsa Família cumpre uma importante função 
social. São conhecidos os impactos do Programa na redução da pobreza, na diminuição da 
desigualdade de renda, na maior frequência escolar e na garantia de que as crianças 
beneficiárias não se submetem ao trabalho infantil. 
Por um lado, sabemos que o contexto da pobreza é complexo e envolve diversas 
conjunturas governamentais. No entanto, por outro lado, os índices indicam mudanças 
significativas no cenário educacional e familiar. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional: Lei nº 5692/71. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. 
________. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. 
 ________. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei 9096/90, de 19 de setembro de 1995. 
Disponível em http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L9096.htm. 
________. INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Disponível em 
http://www. inep.gov.br. 
________. Lei nº 10.219, de 11 de abril de 2001. Cria o Programa de Renda Mínima vinculada 
à educação, “Bolsa Escola” e dá outras providências. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 abr. 2001. Seção I, p. 1. 
________. Lei nº 10.836, de 09 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família e dá outras 
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 jan. 2004. 
Seção I, p. 1. 
ABRANCHES, Mônica. Colegiado escolar: Espaço de participação da comunidade. São Paulo: Ed. 
Cortez, 2003. 
ALGEBAILE, Eveline. As ações da sociedade civil e do Estado diante da pobreza. In: VALLA, V., 
STOTZ, E. e ALGEBAILE, E. (Orgs). Para compreender a pobreza no Brasil. Rio de Janeiro: 
Contraponto, 2005. p. 73-99. 
BUARQUE, Cristovam. Bolsa-Escola. História, Teoria e Utopia. Brasília: Editora Theasurus, 2012.CARVALHO, N. V. Autogestão: o governo pela autonomia. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1983. 
CASTRO, Abrahão Jorge. Bolsa Família: avanços e desafios. Brasília: Ed. Inep, 2010. 
CUNHA, Maria Cristina Amoroso A. de. O diretor: articulador do projeto da escola. São Paulo: 
Editora FDE, 1992. 
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O ENSINO DA GESTÃO DE PESSOAS BASEADO NAS CARACTERÍSTICAS DOS 
CONFLITOS PESSOAIS, COM REFLEXÃO NA PSICANÁLISE E INTELIGÊNCIA 
ESPIRITUAL 
 
 Artur Coelho12 
 Jussara Fidelis13 
 Marcelo Rogério Zitta14 
 Osnei Francisco Alves15 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Uma organização bem-sucedida e que priorize atingir mercados globais necessitaria 
atentar às exigências que a adaptação a novas culturas demanda. As técnicas e estratégias que 
outrora fizeram sucesso entre os administradores, hoje precisam ser revistas e repensadas de 
modo a tornarem-se contingenciais. Não parece mais haver um caminho certo a ser seguido ou 
uma maneira correta de se administrar: é preciso estar atento às mudanças que se delineiam e 
agir proativamente. 
 O objetivo deste artigo é romper os paradigmas da gestão de pessoas no cenário atual e 
estabelecer formas de compreensão da gestão de conflitos na ênfase psicanalítica e dentro da 
inteligência espiritual estabelecer um modelo de gestão que facilite a conquista de resultados 
satisfatórios para as organizações, na abordagem desse artigo foi estabelecido o conflito na visão 
psicanalítica da psicanálise e propor formas compreendê-los na ótica da inteligência espiritual. 
 A justificativa do artigo é que apesar da necessidade de novas formas de gestão, ainda há 
um preconceito com novas abordagens de recursos humanos. Observa-se que as práticas 
utilizadas nas organizações, ainda têm como base uma filosofia mecanicista onde o ser humano 
é uma máquina que deve produzir a qualquer custo, e o trabalho é um mal necessário. 
 
 
 
12 Docente do curso de Administração e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos das Faculdades Santa Cruz de Curitiba-Paraná 
13
 
Docente do curso de Administração e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos das Faculdades Santa Cruz de Curitiba-Paraná 
14
 
Docente do curso de Administração e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos das Faculdades Santa Cruz de Curitiba-Paraná 
15 Docente do curso de Administração e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos das Faculdades Santa Cruz de Curitiba-Paraná 
 
 
 
 
 
 
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 Segundo Ribeiro (2005), a área de Recursos Humanos tem como objetivo principal 
administrar as relações da organização com as pessoas que a compõe, consideradas, hoje em 
dia, parceiras do negócio, e não mais meros recursos empresariais. Os indivíduos dentro da 
organização não são mais vistos como recursos dos quais a empresa dispõe; são pessoas que, a 
partir de sua complexidade, podem impulsionar os negócios ou mesmo proporcionar seu 
fracasso. 
 O paradigma mecanicista agrupa todos os paradigmas que aceitaram a visão de mundo 
de Descartes, segundo qual o mundo natural é uma máquina carente de espiritualidade e, 
portanto, deveria ser dominada pela inteligência humana e ser colocada a seu serviço. Nessa 
visão mecanizada de mundo, a racionalidade é evidenciada, não se fala de emoções, de 
espiritualidade ou mesmo de arte. Tudo que vislumbrasse sensibilidade fugia dessa visão 
mecânica de controle. 
 Para Russel (1970), a parte teórica da racionalidade consistirá em basear nossas crenças 
em relação aos fatos e não aos desejos, preconceitos ou tradições. O homem racional será aquele 
que se mostrar judicioso ou científico. Na prática, a racionalidade poderá ser definida como o 
hábito de considerar todos os nossos desejos relevantes, não apenas aquele que poderá ser o 
mais forte. Esse autor continua seu relato dizendo que todo progresso sólido no mundo consiste 
de um aumento de racionalidade, tanto prática como teórica. O ser humano é racional à medida 
que sua inteligência orienta e controla seus desejos. A racionalidade controla os atos, o ensino, a 
imprensa, a política e a religião. 
 Zohar (2000), há lugar para a espiritualidade no novo paradigma. Essa autora defende a 
espiritualidade como uma inteligência humana e afirma que o coeficiente de inteligência 
espiritual (QS) é uma capacidade interna, inata, do cérebro e da psique humana, que extrai seus 
recursos mais profundos do âmago do próprio universo. Segundo Zohar teremos que usar 
nosso QS inato para abrir novos caminhos, descobrir novas manifestações de sentido, algo que 
possa nos conduzir a partir de dentro, ideias inconcebíveis que não poderíamos ter tempos 
atrás. Ela diz que a inteligência espiritual é a inteligência da alma. É a inteligência com a qual se 
provê a cura e se torna um todo integral. 
 A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica que é feita a partir do levantamento de 
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, 
artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma 
 
 
 
 
 
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pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o 
assunto. 
 A pesquisa bibliográfica é interessante, pois estabelece a visão que muitos autores 
destacam sobre o tema, e forma uma base sólida para o estudo, propiciando uma discussão 
científica e pertinente abordando novas visões e capacidade crítica. 
 Em conformidade com os propósitos da pesquisa bibliográfica, optou-se por esse tipo de 
pesquisa, para o desenvolvimento de uma reflexão sobre a influência da inteligência espiritual 
nos princípios da gestão de pessoas e a sua aplicabilidade nas organizações. 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 O conflito na visão da psicanálise 
 
 Para compreender o papel do conflito em psicopatologia, deve-se prestar atenção às suas 
várias formulações a partir da formulação inicial freudiana. Em sentido geral, o conflito é 
colocado dentro da relação do indivíduo com a natureza e com a cultura, como indicativo da 
ligação entre as demandas internas (corpóreas) e as externas (ambientais). 
 Como lembra Friedman (1977), o conflito psíquico, todavia, não pode ser tratado como 
equivalente a um conflito com o ambiente,mas refere-se à dinâmica intra e interpsíquica, em 
que assume destaque a dialética entre a característica do ser humano segundo a qual ele é um 
só ser com todos os outros seres, e outra característica segundo a qual ele está separado e é 
independente dos outros. 
 Para compreender melhor a natureza do conflito, Freud propõe distinguir duas classes 
pulsionais, as pulsões do Ego (ou de auto conservação) e as sexuais, indicando também o 
conflito entre o Ego e as fantasias libidinais reprimidas. Em síntese, para a metapsicologia, o 
estado de saúde ou doença não depende tanto da disposição pulsional do indivíduo, porém mais 
da atitude do Ego com relação à sexualidade, ligada a estilos comportamentais e posturas 
morais contrastantes e conexas com derivações pulsionais anteriormente reprimidas. 
 Na década de 1920, Freud (1977) Freud aperfeiçoa sua concepção do conflito psíquico 
graças à introdução de novas hipóteses metapsicológicas. Como de costume, ele não retoma de 
modo sistemático a teoria precedente, privilegiando uma análise mais completa do complexo 
edipiano e evidenciando o papel motivacional da angústia sinal na economia psíquica. Ele 
insiste, porém, que o conflito é sempre de natureza pulsional, através da oposição entre Eros e a 
pulsão de morte, mas se torna patológico quando se realiza entre as instâncias psíquicas pode-
 
 
 
 
 
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se assim falar de neuroses de transfert (conflito Ego/Id), de psicoses (conflito Ego/realidade 
externa) e de neuroses narcisísticas (conflito Ego/Superego). 
 
Tipologias do conflito 
 
 Foi a psicologia do Ego que elaborou em detalhe as hipóteses metapsicológicas sobre o 
conflito psíquico, assumindo que ele "tem lugar entre impulsos, isto é, entre o Id e o Ego” 
(FENICHEL. 1945). Em particular, Heinz Hartmann indaga o conflito psíquico a partir da ideia 
de um “confronto do Ego, por um lado, com o mundo circundante e, pelo outro, com os estados 
profundos da psique” (HARTMANN 1927; trad. it. 1981, p. 225). Sua conceituação, que 
privilegia as relações quantitativas no seio da economia libidinal embora tenha perdido 
progressivamente crédito em razão da relutância por parte dos psicanalistas no emprego de 
noções de natureza energética, não foi jamais de todo superada, como mostra Sandler (1974), 
ao falar de aspectos peremptórios (Id) e protrogáveis (Ego) da psique. 
 Partindo da distinção estrutural entre o Id como “parte biológica” e o Ego como “parte 
não biológica” do processo de apego, Hartmann (1939; trad. it. 1978, p. 13) afirma que, 
“embora o Ego se forme sem dúvida através dos conflitos, estes não são a única fonte de 
desenvolvimento daquele”. Disso deriva a necessidade de uma teoria genética da chamada 
esfera do Ego livre de conflitos, com a distinção entre estruturas conflituosas (conflict-full) e 
não conflituosas (conflict-free) da mente. 
 O conflito, para os autores da escola hartmanniana, pertence, portanto, à economia 
psíquica interna, como nota Rapaport (1960; trad. it. 1977, p. 90), relevando que, “se tudo fosse 
real (externo), não haveria nenhum conflito”. Desse modo, isso diz respeito a uma estrutura 
psíquica, ou seja, o Ego, enquanto a função de estar em conflito (está) assim próxima à função 
do sentir o conflito que é eminentemente lógico, que entre ambos reside na mesma instância. A 
qualidade conflituosa do Ego é explicada, pois, pelo fato de que nessa instância subsiste sempre 
uma área problemática, a sexualidade, que interfere na “administração psíquica normal”; daqui 
vem a oposição permanente do Ego com relação ao mundo interno, a propósito da qual Anna 
Freud levantou a hipótese da existência de uma inimizade primária entre o Ego e as pulsões. 
 Deve-se a Anna Freud a distinção entre conflitos externos, conflitos interiorizados e 
conflitos “verdadeiramente internos"; no primeiro caso (Ego + Id/realidade), “criança e ambiente 
estão em contraste entre si”, no segundo (Ego/Superego) o conflito “se instaura após a 
identificação com as forças externas e a introjeção de sua autoridade no Superego”, enquanto 
no terceiro (Id/Ego) os contrastes “derivam exclusivamente das relações entre o Id e o Ego e das 
diferenças intrínsecas às suas organizações” (FREUD 1965; trad. it. 1979, pp. 857-858). 
 
 
 
 
 
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 Enquanto as duas primeiras tipologias de conflito são clinicamente observáveis na 
relação entre o paciente e suas figuras significativas (conflito interpessoal), ou seja, entre os 
desejos e a necessidade de controle ou regulação moral (conflito intrapessoal), quanto ao 
conflito interno ou intrapsíquico, ele não corresponde quase nunca a condições clínicas 
específicas, mas diz respeito, sobretudo, às neuroses nucleares infantis sobre as quais se constrói 
o psiquismo humano; trata-se, portanto, de uma condição latente, que tem origem e se 
consolida na primeira infância e que permanece a referência metapsicológica obrigatória nos 
processos intra- e intersubjetivos do desenvolvimento. 
 Desconsiderando o conflito externo, podemos distinguir diversas modalidades de 
conflito, por exemplo entre desejos infantis e representações internas do ambiente, entre pulsões 
em sentido lato, os conflitos internos ao Ego e ao Superego, e os conflitos entre pulsões e 
inibições inatas (NEMIAH 1963). Em cada caso, não está bem claro de que modo do conflito 
intra e interpsíquico se possa retornar ao conflito nuclear, porque o conflito, em razão de seu 
polimorfismo, “é fácil de descrever em suas modalidades clínicas, mas é difícil de enquadrar em 
uma teoria metapsicológica” (DORPAT 1976, p. 869). 
 Todavia, ainda que se possam distinguir numerosas formas de conflito (PETRELLA 1989), 
existem também conflitos menos claramente definidos: apenas nas neuroses relação 
‘‘interna/externa” (Id/realidade) para a satisfação das demandas pulsionais (conflito de defesa), 
quanto à relação “polo ideal/polo moral” da personalidade (ideal do Ego/Superego) para a 
relação objetai (conflito de ambivalência). A literatura micro e macroscópica permite, assim, 
compreender os conflitos intrassistêmicos a partir do contraste interno entre os interesses do 
Ego e entre os valores do Superego. 
 No âmbito fenomenológico, também parece útil a distinção entre conflito-decisão e 
conflito-dilema , que ecoa aquela mais tradicional entre conflitos convergentes (ou de defesa) e 
conflitos divergentes (ou de ambivalência). Essas duas formas conflituosas dizem respeito a 
diferentes sistemas defensivos do Ego (fundados sobre a cisão ou então sobre o recalque), em 
que a conflituosidade do Ego tem relação com as contradições internas do Superego entre 
elementos psíquicos intoleráveis, ou então à oposição entre Superego e ideal do Ego. 
 Desse modo, para compreender de que maneira as tensões intrassistêmicas criam efeitos 
intersistêmicos, que por sua vez influenciam novas condições intrassistêmicas chega-se a 
cogitar que o Superego teria alguma função de escolha e organização, mas menos central e 
dominante que o Ego, na construção do conflito intrapsíquico. 
 
Inteligência Espiritual 
 
 
 
 
 
 
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 Uma abordagem sobre inteligência espiritual de muita relevância é a percepção de Jung 
(2000). Ele não chega a descrevê-la como uma inteligência, mas dá respaldo para outros 
teóricos o fazerem, quando define espírito do ângulo psicológico como aspecto dinâmico do 
inconsciente. Pode-se conceber o inconsciente como algo semelhante à água parada, um lago 
passivo, mas também tem um aspecto dinâmico, de movimento, age espontaneamente, por sua 
livre vontade, por exemplo, compõe sonhos. 
 Para Zohar (2000), a inteligência espiritual se faz presente na pessoa,quando ela 
consegue e compreende que nunca está sozinho, que faz parte de uma longa busca humana de 
sentido e de tradições, símbolos, associações, lugares sagrados e imagens que deram expressão a 
essa procura. A pessoa espiritualmente mais inteligente poderá ser ajudada de muitas maneiras, 
pela compaixão das pessoas, por um padre, rabino, por um terapeuta ou conselheiro experiente, 
por se viver próximo à natureza, por recorrer a uma interpretação pessoal de símbolos 
religiosos ou por aquilo que para nós significa algo como a Cruz, a Estrela de Davi, o Shema de 
Israel, a Árvore da Vida, uma estátua de Buda, a chama de uma vela, recordando um poema ou 
cantando uma melodia. 
 Jung (2000), em suas pesquisas, mostrou que o desenvolvimento de uma espiritualidade 
e o desenvolvimento psicológico fazem parte do mesmo processo. Não existe, para ele, 
desenvolvimento psicológico sem o correspondente desenvolvimento espiritual, e esses dois 
caminhos levam ao desenvolvimento do sentido ético da vida. 
 Gardner (2001), em suas pesquisas sobre a possibilidade de uma inteligência espiritual, 
diz que, para lidar com essa importante esfera da vida, é mais confortável falar de um potencial 
para refletir sobre questões cósmicas, que pode ser motivado por dor, experiências estéticas, 
experiências pessoais fortes ou pela vida numa comunidade em que destaquem o pensamento e 
as experiências espirituais. O autor diz que precisa ser sincero e admitir que às vezes fique 
alarmado com a perspectiva de ser confundido com fanáticos e charlatões que invocam a 
espiritualidade como se fosse uma verdade dada ou conhecida, quando na verdade é um 
fenômeno tremendamente complexo que exige uma análise cuidadosa e mais do que um toque 
de humildade. 
 Conforme Morin (1997), hoje, a neurociência deu um grande salto ao descobrir que não 
há atividade intelectual, movimento da alma, delicadeza de sentimento, que não há o menor 
sopro do espírito que não corresponda a interações moleculares e que não dependa de uma 
química cerebral. Para esse autor, devemos reconhecer a unidade cérebro-espírito, inseparáveis, 
de forma que nenhuma operação do espírito escape a uma atividade local e geral do cérebro e 
que é preciso abandonar a ideia de que um fenômeno psíquico independe de um fenômeno 
biofísico. Para ele as duas coisas estão interligadas. 
 
 
 
 
 
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 Morin (1987) esclarece que o espírito emerge do próprio desenvolvimento cerebral. É 
continuamente gerado e regenerado pela atividade cerebral que, por sua vez, é gerada e 
regenerada pela atividade de todo ser e na qual o espírito desempenha o seu papel ativo e 
organizador de produzir uma espiritualidade, o que seria o espírito em ação. Esse autor afirma 
que o espírito não é nem uma emanação de um corpo nem um sopro que vem do alto, e sim a 
esfera das atividades cerebrais onde os processos computantes assumem formas de pensamento, 
linguagem, sentido e valor, e onde os fenômenos da consciência são atualizados, produzindo 
assim uma vivência de valores, princípios de uma ética natural, todos esses aspectos conduzindo 
a uma espiritualidade. 
 Para James (1987), pessoas de vida espiritual profunda têm acesso mais fácil ao 
conteúdo da mente inconsciente do que outras pessoas. Assim, a porta para essa região estaria 
sempre escancarada, sempre aberta. 
 Para Zohar (2000), a inteligência espiritual se mantém presente na pessoa, quando se 
percebe que esta pessoa busca um sentido para sua vida, ao fazer perguntas como: o que 
significa minha vida? O que significa meu trabalho? Esta autora relata que duas das dez 
principais causas de morte no mundo ocidental são o suicídio e o alcoolismo, e elas estão 
relacionadas com esse tipo de crise de sentido. Pessoas que viveram em sociedades mais antigas 
sequer teriam feito essas perguntas. 
 Conforme Zohar (2000), a vida que levavam era culturalmente inserida em uma 
estrutura fixa. Tinham tradições vivas, deuses vivos, comunidades vivas, códigos de moral 
operantes, problemas que tinham limites conhecidos e metas fixas. Nos tempos modernos se 
perdeu aquilo que alguns filósofos denominam de certezas na vida. 
 De acordo com Zohar (2000), o trabalho de usar a inteligência espiritual não é tarefa 
fácil, precisará de um grande esforço da pessoa. Usar a inteligência espiritual implica em forçar 
a imaginação humana. Significa transformar sua consciência, bem como descobrir no ser 
humano as camadas mais profundas do que as que usamos usualmente para viver. 
 Uma inteligência espiritual desperta criará também na pessoa, segundo Zohar (2000), 
uma habilidade adicional de compreensão além da usual, uma capacidade de apreender o 
contexto global em que tudo está interligado com tudo. A essa capacidade de unificação das 
experiências Zohar chamou de pensamento unitivo. Essa capacidade unitiva constitui um 
aspecto essencial da consciência, capaz de unificar as experiências e dar respostas. 
 
Gestão de Pessoas 
 
 
 
 
 
 
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 As atividades desenvolvidas pela área de Gestão de Pessoas, tanto no Brasil quanto em 
todo o mundo, encontram-se em transformação. Diante da revolução motivada pelas 
tecnologias da comunicação, um dos desafios para os atuais gerentes é a 
configuração da administração das organizações em uma economia globalizada. 
 
As mudanças por que passam as organizações não estão limitadas a suas 
estruturas organizacionais, seus produtos ou seus mercados, mas afetam 
principalmente seus padrões comportamentais ou culturais e seus padrões 
políticos ou relações internas e externas de poder (DUTRA, 2002, p.23). 
 
 Para Gil (2001), a Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das 
pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto 
individuais. E um modelo de Gestão de Pessoas pode ser considerado como a forma de a 
organização se prepara a fim de gerenciar e nortear o comportamento dos sujeitos dentro da 
organização no trabalho. 
 Com a introdução do uso da psicologia como base científica de apoio na compreensão e 
na intervenção da rotina organizacional, a mesma redirecionou e reorientou o foco de atuação 
da gestão de pessoas. 
 Marras (2000) afirma que a função da área de Gestão de Pessoas na organização é a de 
assessorar e prestar subsídio cognitivo à cúpula da empresa (diretor presidente e demais 
diretores) , atuando como uma consultoria na própria organização, diferentemente da posição 
departamental anterior. A área passa a ser mais exigida em termos de pró-atividade e geração 
de valor, entre outros aspectos. 
 
Modelo de gestão de pessoas 
 
 Segundo Dutra (2002), o modelo de gestão deve oferecer um conjunto de conceitos e 
referenciais que nos ofereçam a um só tempo condições de compreender a realidade 
organizacional e os instrumentos para agir nessa realidade a fim de aprimorá-la. 
 Para o mesmo autor, a necessidade de um novo modelo de gestão advém do fato que os 
atuais modelos utilizados pelas organizações estão galgados nos princípios da Administração 
Científica, onde as pessoas são vistas como responsáveis por uma atividade ou um conjunto de 
atividades ou funções (DUTRA, 2002). 
 Drucker (2003) argumenta, em sua obra, que a Administração Por Objetivos e 
Autocontrole mostra-se como instrumento de gestão dos resultados da empresa a partir de um 
 
 
 
 
 
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processo de identificação e descrição precisas de objetivos a serem atingidos e criação de prazos 
para conclusão e monitorização. Tal processo exige que o gestor e o funcionário concordem 
com os objetivos propostos, mas é muito mais importante que este o aceite e desempenhe as suas 
funçõesem função dos objetivos, pois de outra forma não se conseguirá a noção de 
compromisso. 
 A capacidade de entrega da pessoa refere-se àquilo que ela pode oferecer à organização 
e que vai contribuir para agregar valor ao negócio, de acordo com as competências 
organizacionais estabelecidas no planejamento estratégico. A entrega da pessoa pode ser 
compreendida como o saber agir responsável e reconhecido, que agrega valor para a 
organização (DUTRA, 2002). 
 O modo de gestão dos gerentes diretos dos grupos de trabalho integra também o modelo 
de gestão de uma organização, ou seja, o jeito de atuar do gestor ao estabelecer limites ou 
incentivar determinados padrões de comportamento. Pela orientação dos processos de 
capacitação gerencial ou mesmo da simples divulgação dos perfis de comportamento desejados 
a empresa procura intervir no estilo gerencial praticado por suas chefias dando coerência ao 
modelo (FISCHER, 2002). 
 
METODOLOGIA 
 
 Lakatos e Marconi (1991) alertam que o conhecimento pode ser verdadeiro e 
comprovável e nem por isso ser científico, já que a ciência não é o único caminho de acesso ao 
conhecimento. O que diferencia o conhecimento popular do científico é basicamente o contexto 
metodológico. Essa diferenciação é corroborada por Castro (1978), que distingue o processo 
científico da observação cotidiana pela preocupação em controlar a qualidade do dado e 
atenção ao processo utilizado em sua obtenção. 
 A pesquisa é uma atividade voltada para a analisar e verificar a solução de problemas. 
Sendo assim, ela se inicia com uma dúvida ou de um problema, buscando uma resposta ou 
solução, com a utilização do método científico. Pesquisa também é uma forma de buscar 
conhecimentos e descobertas acerca de um determinado assunto ou fato. 
 Para Gil (2007), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre 
investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca 
de um problema. 
 Em conformidade com os propósitos da pesquisa bibliográfica, foi elaborado esse artigo. 
Optou-se por esse tipo de pesquisa, para o desenvolvimento de uma reflexão sobre a 
 
 
 
 
 
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importância de reconhecer as características dos conflitos e a influência da inteligência 
espiritual nos princípios da gestão de pessoas, bem como a sua aplicabilidade nas organizações. 
 
CONSDERAÇÕES FINAIS 
 
A espiritualidade nas organizações ainda é um tema polêmico com muitos preconceitos, 
ainda encaram a questão espiritual somente na visão teológica, porém ela pode ser mais 
abrangente e manifestar uma característica, prática, pois o ser humano pode de alguma forma 
aplicar métodos da inteligência espiritual no cotidiano. 
 A organização espiritualizada é aquela onde prevalece o respeito mútuo e manifesta-se o 
espírito devido à preocupação com os colaboradores e toda a sociedade. Além da busca de 
resultados organizacionais positivos, se busca também satisfações coletivas, ou seja, como ser 
feliz no trabalho e ter o prazer de construir uma organização mais bem estruturada do ponto de 
vista de resultado social para a coletividade, onde a lucratividade é o resultado de um trabalho 
eficiente. Esse processo se inicia a partir das pessoas que sentem a necessidade de estarem cada 
vez mais ligadas entre si em um movimento de buscar a alegria e a satisfação pessoal e coletiva 
nas atividades diárias do trabalho, em contraposição a uma sociedade individualista e 
capitalista. 
 Se hoje uma revolução subterrânea está ocorrendo no mundo dos negócios, em que 
exatamente consiste essa transformação? O elemento que primeiro se destaca é um forte senso 
de propósito. O trabalho precisa ser significativo, as pessoas precisam sentir que, de alguma 
forma, estão contribuindo para as suas vidas individuais e para a existência da sociedade. Um 
clima de abertura invade todas as companhias; as pessoas sentem-se livres para manifestar as 
suas opiniões e têm confiança no fato de serem notificadas a respeito de informações cruciais a 
suas vidas e empregos. Uma forte corrente de compensação democrática e justa é evidente em 
todos os exemplos prontamente disponíveis de empresas em transformação. Da mesma maneira, 
a expressão “as pessoas são o nosso mais importante recurso” não é apenas um chavão vazio. As 
companhias em transformação valorizam genuinamente os funcionários e como resultado 
disso, a confiança e o respeito transitam em ambas as direções. Por fim, uma sede inextinguível 
pela excelência caracteriza essas organizações, seu pessoal é enérgico e ambicioso. Esforçam-se 
para serem os melhores em suas indústrias. A busca de significado e propósito vem se tornando 
o foco principal de muitas e muitas pessoas neste início de século. 
 O local de trabalho tornou-se a principal instituição da sociedade, substituindo em 
grande extensão a família, o local de devoção e a comunidade. A empresa (ou o empregador) é 
aquele que em geral ocupa a melhor posição para tornar-se a fonte de inspiração e propósito 
 
 
 
 
 
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na vida do trabalhador. Está se tornando cada vez mais importante para as organizações 
chegarem a um acordo sobre essa necessidade inerente ao operário moderno. As pessoas estão 
em busca de um significado mais profundo para as suas vidas. As medidas de sucesso do 
passado, tais como ganhos materiais, status, ou posição, não satisfazem mais a necessidade de 
realização e preenchimento vivenciada por um contingente cada vez maior de indivíduos. 
 A espiritualidade nas organizações visualiza somente o desenvolvimento das 
organizações e dos colaboradores, mas também de todos os interessados. Portanto, a 
espiritualidade nas organizações incorpora a capacidade administrativa de gerar o a efetividade 
o máximo possível a todos os interessados na organização que fazem parte da estrutura 
organizacional: clientes, fornecedores, governo, sociedade, mídia. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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COMPARAR, É PRECISO! 
 
Boanerges da Silva Batista16 
Flávio Pereira Moura17 
Marcelo Pereira da Costa18 
José Robbyslandyo da Silva Santos19 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este artigo tem como objetivo geral realizar uma análise comparativa de conteúdo 
entre 2 (dois) livros didáticos de Física do 1º Ano do Ensino Médio Regular. O conteúdo 
analisado e comparado foi o Princípio da Inércia ou Primeira Lei de Newton, através de uma 
avaliação qualitativa tendo como foco central o processo de ensino-aprendizagem da Física, e 
sua forma de contextualização numa abordagem metodológica inovadora; desta maneira, 
melhorando o esclarecendo do conteúdo estudado. As duas obras analisadas se encontram no 
guia de Livros Didáticos – PNLD 2012 e foram publicadas pela Editora Moderna: Conexões com 
a Física (SANT’ANNAet al,2010) e Física - Ciências e Tecnologia (TORRES et al, 2010). 
A Física se incorpora ao contexto cultural quando integrada como um instrumento 
tecnológico, capaz de transforma um indivíduo qualquer em um cidadão mais 
crítico/participativo, ela se encontrar sempre em processo de inovação e em acelerada evolução 
na sociedade moderna. Assim, esse conhecimento colabora para o desenvolvimento de uma 
cultura científica mais ativa, formando indivíduos formadores de opinião e capazes de 
compreender todo um “conjunto de equipamentos e procedimentos, técnicos ou tecnológicos, 
 
16 Estudante do Curso de Física – Licenciatura, 7º período, vinculado ao Centro de Ciências Exatas e da Terra, da 
Secretária de Educação À Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Currais Novos - RN. 
bonzyn.fdt@gmail.com 
17 Licenciado em Ciências Exatas – Habilitação em Química pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG e 
Estudante do Curso de Física – Licenciatura, 8º período, vinculado a Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da 
Natureza, do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, Cajazeiras – 
PB. flpmll@yahoo.com.br 
18 Estudante do Curso de Física – Licenciatura, 7º período, vinculado ao Centro de Ciências Exatas e da Terra, da 
Secretária de Educação À Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Currais Novos – RN. 
marceloDJ38@hotmail.com 
19
 Licenciado em Física pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Cajazeiras – PB. 
robbyslandyo@gmail.com 
 
mailto:bonzyn.fdt@gmail.com
mailto:flpmll@yahoo.com.br
mailto:robbyslandyo@gmail.com
 
 
 
 
 
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do cotidiano doméstico, social e profissional” (BRASIL, 2000, p.29); valorizando o entendimento 
(cultural diverso) da Física para interpretação do “mundo” que está sempre em transformação. 
Diante disso, é necessário proporcionar aos estudantes uma aprendizagem significativa. 
Pelizzariet al (2001, p.38) afirmam que: “à medida que o novo conteúdo é incorporado às 
estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com 
seu conhecimento prévio”. 
Essa interação entre a nova informação e as concepções anteriores ao contexto escolar, 
servirá como base para ampliar o entendimento do aluno, possibilitando ao mesmo interagir 
com o meio no qual está inserido. Assim, a aprendizagem significativa pode ser construída 
ativamente pelo aprendiz, condicionando-o a englobar níveis de organização e de pensamento, 
relacionando os conhecimentos e as experiências, adquiridas na sua vivência cotidiana. 
Neste contexto, o livro didático assume um papel primordial auxiliando o professor no 
processo de ensino-aprendizagem tornando-se imprescindível para intermediar a relação entre 
conhecimento cientifico e o conhecimento popular; sendo uma ferramenta que se bem utilizada 
a favor da aprendizagem significativa é capaz de ajuda no processo ensino aprendizagem. 
Além disso, assume também uma função ideológica e cultural, pois dissemina valores 
na sociedade, o livro didático afirma-se como um dos instrumentos educativos essenciais na 
língua, na cultura e nos valores socioeconômico. Portanto, deve conter informações de fácil 
interpretação, coerentes, claras, condizendo com a diversidade de contextos culturais, sempre 
relacionando com a realidade do educando e considerando o conhecimento que ele traz de fora 
da sala de aula. 
De acordo com Freitas e Rodrigues (2004, p.2) apud Stray (1993, p.77-78) o Livro 
Didático pode ser definido: “como um produto cultural composto, híbrido, que se encontra no 
cruzamento da cultura, da pedagogia, da produção editorial e da sociedade”. Atualmente no 
contexto escolar, o mesmo, convive com diversos instrumentos tecnológicos de informação e 
comunicação como os softwares educativos, audiovisuais, internet, dentre outros, mas ainda 
assim continua ocupando um papel fundamental na sala de aula. 
Neste sentido esta pesquisa justifica-se pela necessidade de revisão da qualidade do 
material didático que está sendo utilizado nas escolas públicas e se o mesmo contribui para a 
melhoria do Ensino de Física. Cabendo ao professor o comprometimento no processo de escolha 
e sempre levando em “consideração à importância de ter um material didático de qualidade, 
pertinente e adequado aos objetivos educacionais”. (BRASIL, 2012, p. 09). 
Lopes(2009) apud Gaspar (2003)firma que o Livro Didático: 
 
 
 
 
 
 
 
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Além do conhecimento científico e religioso, há outra forma de conhecimento 
chamado de costumeiramente de senso comum. É do conhecimento originário 
da cultura e das tradições de uma comunidade. (LOPES, 2009, p. 7) APUD 
(GASPAR, 2003, p. 17) 
 
Confirmando, ainda mais, a importância desta análise para enfatizar a necessidade da 
contextualização, fácil entendimento e objetividade presente nesta ferramenta educacional tão 
presente e utilizadas pelos professores. 
 
METODOLOGIA 
 
Este artigo é de cunho qualitativo no qual a ciência faz uso deste métodosegundo 
Terence e Filho (2006) apud Bartunek (2002) para: 
 
Identificar e explorar os significados dos fenômenos estudados e as interações 
que estabelecem, assim possibilitando estimular o desenvolvimento de novas 
compreensões sobre a variedade e a profundidade dos fenômenos 
sociais.(TERENCE E FILHO, 2006, p. 4) APUD(BARTUNEK, 2002) 
 
Os conteúdos dos livros Didáticos foram avaliados na perspectiva da interpretação dos 
contextos presentes em cada obra, normalmente os métodos qualitativos de acordo com Dias 
(2000) apud Liebscher (1998): 
 
São apropriados quando o fenômeno em estudo é complexo, de natureza social 
e não tende à quantificação. Normalmente, são usados quando o entendimento 
do contexto social e cultural é um elemento importante para a pesquisa. (DIAS, 
2000, P. 1) APUD (LIEBSCHER, 1998) 
 
Torna-se fundamental para compreensão por parte daquele que aprende que o 
material didático possua algum significado e que seus elementos estejam organizados em 
estruturas que possam relaciona-se de modo que possibilite uma relação entra à nova ideia e a 
já existente no indivíduo. Inicialmente realizou-se um levantamento referente aos conceitos de 
aprendizagem significativa, livro didático, contextualização do ensino. Tendo como objetivo 
analisar comparativamente coleções presente no guia do livro didático – 2012, assim 
entendidas como adequadas para o uso em sala de aula. 
 
 
 
 
 
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No segundo momento foram analisados os dois livros didáticos de Física do 1º Ano do 
Ensino Médio Regular, tendo como foco central o processo de ensino-aprendizagem da Física, e 
sua forma de contextualização numa abordagem metodológica inovadora; desta maneira, 
melhorando o esclarecendo do conteúdo estudado. Foi considerado como padrões de análise: O 
tradicionalismo dos textos, o método de abordagem do assunto, a contextualização com o dia-a-
dia dos Discentes, a facilidade de entendimento do assunto através das imagens e gráficos 
presentes nos livros. 
O primeiro livro a ser avaliado foi o da coleção Conexão com a Física, o assunto 
comparado foi Primeira Lei de Newtonou Princípio da Inércia, observamos que os autores 
iniciam a discussão utilizando o exemplo de uma bicicleta para explicar o assunto, partindo do 
senso comum para melhor esclarecer um conceito cientifico (físico). O livro apresenta imagens 
do cotidiano com enfoque para todas as regiões do Brasil, associando o tradicionalismo a 
métodos mais inovadores. 
FIGURA 1 – Foto da capa do Livro analisado Conexões com a Física. 
Fonte: Acervo do autor. 
Conexões com a Física dos autores Blaidi Sant’anna, Licenciado em Física pela 
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), professor de Física em escolas de 
Ensino Médio, diretor e coordenador pedagógico em escolas de Ensino Médio; Gloria Martini, 
Mestre em Ciências (área de concentração: Ensino da Física) pela Universidade de São Paulo 
(USP), professora de Física em escolas de Ensino Médio, coordenadora pedagógica em escolas de 
Ensino Médio; Hugo Carneiro Reis, Doutor em Ciências (área de concentração: Física das 
Partículas Elementares) pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), professor de 
Física no Ensino Superior e em escolas de Ensino Médio e Walter Spinelli, Doutor em Educação 
(área de concentração: Educação – Ensino de Ciências e Matemática) pela Faculdade de 
 
 
 
 
 
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Educação da Universidade de São Paulo (USP), professor de Física em escolas de Ensino Médio e 
consultor pedagógico. 
Já o segundo Livro Didático analisado foi Física - Ciências e Tecnologia no qual 
apresenta uma abordagem de característica totalmente tradicional; apegando-se muito a 
matemática formal, sem utilização de imagens visuais para melhor exposição do conteúdo; 
partindo do conhecimento global para local. Assim, o professor terá o papel demotivador para 
melhorar o interesse e a compreensão da temática pelo aprendiz. 
FIGURA 2 – Foto da capa do Livro analisado Física: Ciência e tecnologia. 
Fonte: Acervo do autor. 
 
Física - Ciências e Tecnologia dos autores Carlos Magno A. Torres, Bacharel em Física 
pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), professor de Física no Ensino 
Superior e em cursos pré-vestibulares e professor de Física e Matemática em escolas do Ensino 
Médio; Nicolau Gilberto Ferraro, Licenciado em Física pelo Instituto de Física da Universidade 
de São Paulo (USP), engenheiro metalurgista pela Escola Politécnica da Universidade de São 
Paulo (USP) e professor de Física no Ensino Superior e Ensino Médio e em cursos pré-
vestibulares; Paulo Antonio de Toledo Soares, médico pela Faculdade de Medicina de 
Universidade de São Paulo (USP) e lecionou Física em escolas do Ensino Médio e em cursos pré-
vestibulares. 
Na etapa posterior foi selecionado para análise o conteúdo Princípio da Inércia ou 
Primeira Lei de Newton, localizado no Capítulo referente à Mecânica. Para isso, tendo como 
critérios as propostas apresentadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais Para o Ensino 
Médio – PCNEM, referentes à área da Física, pois esse documento apresenta subsídios 
 
 
 
 
 
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importantes à base teórico-metodológica para o trabalho docente. Rosa (2008) é claro ao 
afirmar: 
 
O livro didático é, sem dúvida, a ferramenta de apoio ao Ensino mais próxima 
do Professor. Apesar de algumas vozes na mídia anunciarem o seu fim, o livro 
didático é, ainda, a principal fonte de informação e, cremos nós, a principal 
influência sobre o Professor na elaboração dos currículos em geral, e os de 
Ciências em particular. (ROSA, 2008, p. 181) 
 
Levando em consideração o trabalho deste autor acima, a pesquisa considerou como 
padrões de análise do livro: o tradicionalismo dos textos, a contextualização com o dia-a-dia do 
estudante, a facilidade de entender o assunto através das imagens e gráficos presentes nos 
livros. Dessa forma, comparamos as discussões sobre a temática de cada livro, observando a 
abordagem de forma comparativa, destacando a falta de contextos com relação à diversidade 
cultural nos livros analisados. 
 
ANÁLISE E DISCUSSÃO 
 
Na obra Conexão com a Física identificamos uma maior preocupação com o 
entendimento das relações culturais, sociais, políticas e econômicas. Demonstrando concepções 
mais condizentes com a realidade, destacando situações de forma geral e em suas fotografias 
evidenciam situações nas quais a Física é mais bem utilizada para compreensão da matéria 
partindo do cotidiano do educando. 
Porém, o Livro Didático Física - Ciências e Tecnologia como se pode verificar na análise 
apresentada pelo PNLD2012 “as discussões ficam mais direcionadas para o meio urbano e para 
as regiões do país economicamente desenvolvidas”. O referido livro não tenta demonstrar 
exemplos de maneira que possam constituir elos entre o conhecimento cientifico e adversidade 
cultura existentes em todo território brasileiro; desta maneira, se revelou com uma abordagem 
pouco motivadora e não busca tratar o assunto partindo do conhecimento que o educando já 
possui em relação ao assunto abordado. 
O livro Conexões com a Física na página 182,começa a abordagem do conceito do 
Princípio Fundamental da Inércia a partir de exemplos do cotidiano como o movimento de uma 
bicicleta e em seguida já cita o conceito de atrito sem explorar o conceito de inércia nem fatos 
históricos da ciência que levaram a formulação do conceito de mudança de movimento ou 
inércia dos corpos, em seguida é colocado no capitulo aplicações do Princípio da Inércia como o 
 
 
 
 
 
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uso de cinto de segurança e o deslocamento de uma sonda no espaço. Não há uma sequência 
lógica na apresentação dos conteúdos, pois força de atrito, força externa logo implica em 
mudança de movimento que é a 2ª lei poderia ser abordado depois da discussão da 1ª lei. 
Então os autores enunciam a 1ª lei da seguinte forma, sem erro, porém não é fiel ao 
texto original. Sant’anna et al. (2010, p.183).“Todo corpo permanece em seu estado de repouso 
ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar de estado por 
forças nele aplicado”. 
Newton chamou o Princípio ou Axioma da Inércia de Primeira Lei do Movimento e 
neste momento transcrevemos do texto original: “Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo 
quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur 
statum illum mutare”.20 
O livro Física - Ciências e Tecnologia na página 94 já introduz, de maneira simplória, o 
conceito de força como agente físico responsável pela mudança do movimento. Também, a 
exemplo do livro citado anteriormente, não é feito uma abordagem histórica sobre a 
formulação e elaboração do conceito de Inércia ou o Princípio Fundamental da Inércia. É dado 
antes do conceito de inércia um tratamento matemático sobre componentes vetoriais e em 
seguida uma breve citação sobre a ideia de Aristóteles sobre força e Galileu com a realização de 
várias experiências para analisar o movimento dos corpos, discutindo o comportamento de uma 
esfera numa rampa. 
Os autores citam uma breve história da vida e obra de Newton quando então descreve a 
primeira lei de enfatizando a semelhança entre o que Newton e Galileu, muito embora, Galileu 
pensasse numa inércia no movimento circular, pois ainda estava sob forte influência do 
paradigma vigente da época de que o movimento circular era perfeito (COHEN, 1964, p. 133; 
DUTTON, 1999, p. 54). 
 
No século XVI, circulavam na Itália várias versões do conceito de ímpeto, tais 
como as utilizadas por Giam battista Benedetti e por Giordano Bruno; elas são 
muito semelhantes à ideia utilizada por Galileo no século seguinte (KOYRÉ, 
1966, p. 47-106). A ideia era bem conhecida na época de Newton, e 
certamente teve alguma influência sobre seu conceito de inércia; mas essa não 
foi a principal influência no surgimento da sua primeira lei do movimento. 
(MARTINS et al., 2012, p.243). 
 
 
20
 Transcrição feita do texto original escrito por Sir Isaac Newton disponível em pdf na internet. Disponível em: 
http://astro.if.ufrgs.br/newton/principia.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2015. 
 
 
 
 
 
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Na descrição da lei, no livro, não contém erros, porém não é fiel a texto original, 
Torreset al (2010, p. 96): “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento em 
linha reta com velocidade escalar constante a menos que seja obrigado a alterar esse estado pela 
ação de uma força aplicada sobre ele. ” 
Roberto de Andrade Martins faz no seu artigo, Temas de História e Filosofia da Ciência 
no Ensino(MARTINS et al., 2012, p.291 - 300), uma abordagem histórica sobre o estudo do 
repouso e estado de movimento, nele é discutido as ideias de Galileu, René Descartes e as ideias 
de Newton que começou tratando o princípio da Inércias como uma força, e acredito que seria 
importante que essa abordagem, também fosse feita com os estudantes e que também deveria 
ser contemplada nos dois livros em comparação. 
Em uma discussão feita por Martins (2012) ele enfatiza que: 
 
Há vários outros indícios de que Newton se baseou em Descartes para formular 
a sua lei da inércia. Isaac Bernard Cohen analisou uma expressão curiosa, 
quantum in se est (tanto quanto lhe é possível) que é usada por Newton na sua 
primeira lei do movimento, e encontrou que ela havia sido utilizada 
anteriormente por Descartes em sua primeira lei da natureza (COHEN, 
1964),(MARTINS et al., 2012, p.296) 
 
Segundo Martins (2012), Descartes: “A primeira [lei da natureza] é que cada coisa em 
particular permanece no mesmo estado, tanto quanto lhe é possível [quantum in se est], e que 
ele apenas muda ao encontrar outros corpos” (1644, p.54). 
De acordo com Martins (2012), Newton: “A força inerente da matéria é um poder de 
resistir, pelo qual cada corpo, tanto quanto lhe é possível [quantum in se est], continua em seu 
estado presente de repouso ou de movimento uniforme para frente em uma direção reta”. 
A dedução da chamada 1ª lei de Newton, foi influenciada pelas ideias de René Descartes 
e Galileu Galilei, porém Isaac Newton nunca reconheceu. A única referência que Newton faz a 
outros trabalhos foi a famosa citação (Ombros de gigantes) “Se enxerguei mais longe que outros 
homens, foi porque me ergui sobre ombros de gigantes.” Esta foi a única referência que ele fez a 
outros trabalhos. (BRENNA, 1998, p.12). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Podemos perceber a ausência de comprometimento dos autores em procurar sair dos 
moldes clássicos dos livros didático de Física, fazendo com que aconteça um rompimento da 
 
 
 
 
 
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“estrutura rígida do “convencional” e permitindo, assim, que este se torne uma ferramenta 
efetiva de aprendizagem (LOPES, s.d., p.14) ”. O modelo capitalista de consumo é predominante 
na elaboração dos livros didáticos, pois os autores utilizam uma forma de linguagem aberta e 
agradável para todo o Brasil, tentado torná-lo mais vendável. Não se preocupando com as 
questões ligadas a contextualização da diversidade e regionalidades específicas. 
Dado o exposto podemos concluir que, com relação ao enfoque da análise entre os dois 
livros, a coleção Conexão com a Física tem mais interesse em relacionar a Física com a 
diversidade do conhecimento cultural criando assim um ambiente educativo. Entretanto, ainda 
revela um modelo tradicional de abordagem nos conteúdos. Em quanto que a coleção Física - 
Ciências e Tecnologia apresenta um formalismo matemático e pouca ênfase a contextualização 
através de situações atuais e também não centraliza com o meio em que o aluno se encontra, 
assim tornando difícil para o mesmo a assimilação do conteúdo proposto. 
Na análise percebemos que os livros ainda estão presos ao tradicionalismo, mesmo o 
conteúdo da coleção Conexões da Física, que se mostra mais adaptado ao cotidiano dos alunos, 
não deixam de ter uma abordagem “universal”, assim tenta explicar o conteúdo de forma que 
seja entendido em qualquer região. Dessa forma, ambos não tratam de maneira específica os 
conhecimentos prévios do aluno, cabendo ao professor fazer a transposição didática necessária 
para que aconteça o entendimento de maneira significativa. 
Esta pesquisa se assume como uma centelha inicial e esperamos que ela possa 
desencadear outras investigações levando como base as fundamentações e conclusões que aqui 
deixamos. Desta forma, salientamos que o verbo concluir não tem, no caso vertente, o sentido de 
fechar uma discussão; queremos com este artigo abrir portas e não fechá-las. 
 
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