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Extensivo Essencial Carreiras Jurídicas (Estúdio) - Diurno CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: QSJ – Direito Penal Geral Professor: André Estefam Aula: 04 | Data: 07/03/2016 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 1. Questão 1 2. Questão 2 3. Questão 3 4. Questão 4 5. Questão 5 6. Questão 6 7. Questão 7 8. Questão 8 9. Questão 9 10. Questão 10 1. Questão 1 (2015 – MPDFT – MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto) 1. Sobre o nexo de causalidade, à luz do Código Penal brasileiro, assinale a opção CORRETA: (A) Por aplicação direta da teoria da causalidade adequada, adotada como regra pelo Código Penal brasileiro, “Télamon", operário da mina de extração de ferro, agindo sem dolo ou culpa, não pode ser responsabilizado pelo homicídio praticado com a arma de fogo produzida com aquele minério. (B) “Páris", com ânimo de matar, fere “Nestor", o qual, vindo a ser transportado em ambulância, morre em decorrência de lesões experimentadas em acidente automobilístico a caminho do hospital, sendo o acidente, no caso, causa superveniente e relativamente independente, respondendo “Páris" por homicídio consumado. (C) “Aquiles", sabendo que “Heitor" é hemofílico, fere-o, com intuito homicida, ocorrendo efetivamente a morte, em virtude de hemorragia derivada da doença da qual “Heitor" era portador, situação essa que leva à punição de “Aquiles" por homicídio tentado, sendo a hemofilia, nesse caso, considerada concausa. (D) “Menelau", inimigo do condenado à morte “Tideu", presenciando os instantes anteriores à execução, antecipa-se ao carrasco e mata o sentenciado, caso em que sua conduta não é punível, por falta de configuração jurídica de causa do resultado morte, que se daria de qualquer maneira. (E) “Pátroclo", com o intuito de matar “Eneas", dispara contra ele com arma de fogo, ferindo-o, sobrevindo a morte de “Eneas", exclusivamente por intoxicação causada por envenenamento provocado no dia anterior por “Ulisses", devendo “Pátroclo", nessa situação, responder por homicídio tentado, porque o envenenamento é considerado causa absolutamente independente preexistente. Letra A: ERRADA. O CP não adotou a teoria da causalidade adequada, mas a teoria da equivalência dos antecedentes. Página 2 de 6 Teoria da Causalidade Adequada Ela limita muito mais a relação de causalidade quando comparada com a teoria da equivalência dos antecedentes. Para a teoria da causalidade adequada, causa é somente o fator adequado à produção do resultado, segundo um juízo estatístico. A teoria da Causalidade Adequada utiliza como ferramenta o juízo de prognose póstuma- objetiva (“futuro do passado”). Deve-se colocar no passado no momento da conduta e verifica se nesse instante já era possível antever o resultado como um desdobramento futuro natural. Letra B: ERRADA. Não responde por homicídio consumado, pois o CP exclui a imputação (art. 13, §1º). Art. 13, § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Letra C: ERRADA.Hemofolia é exemplo clássico de causa relativamente independente. Agente sabia que a vítima era hemofílica, então responde pela morte. Letra D: ERRADA. Equivalência dos antecedentes elimina a conduta de Menelau, se ele não tivesse se antecipado, a morte teria ocorrido, mas não da mesma forma. Há nexo de causalidade e responde pelo resultado. Letra E: CERTA. 2. Questão 2 (2015 – FCC - TCM-RJ - Auditor-Substituto de Conselheiro) 2. A respeito da relação de causalidade, é INCORRETO afirmar que (A) o resultado, de que depende a existência do crime, só é imputável a quem lhe deu causa. (B) não há fato típico decorrente de caso fortuito. (C) não há crime sem resultado. (D) a omissão também pode ser causa do resultado. (E) o Código Penal adotou a teoria da equivalência das condições. Letra A: CERTA. É o texto do art. 13, caput, CP. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Letra B: CERTA. Letra C: ERRADA. Não há crime sem resultado jurídico ou normativo. Existe crime sem resultado naturalístico. Letra D: Omissão só pode ser causa de resultado se nos atendermos ao texto de lei: “considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido” – isso é criticável doutrinariamente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 Página 3 de 6 Letra E: CERTA 3. Questão 3 (2015 – FCC - TCE-CE - Conselheiro Substituto Auditor) 3. O Código Penal adota no seu art. 13 a teoria conditio sine qua non (condição sem a qual não). Por ela, (A) imputa-se o resultado a quem também não deu causa. (B) a causa dispensa a adequação para o resultado. (C) a ação e a omissão são desconsideradas para o resultado. (D) tudo que contribui para o resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição ou concausa. (E) a omissão é penalmente irrelevante. Letra A: ERRADA. Letra B: ERRADA. Letra C: ERRADA. São consideradas e não desconsideradas. Letra D: CERTA. Letra E: ERRADA. É relevante quando o omitente podia e não reagiu. 4. Questão 4 (2015 – FMP - DPE-PA - Defensor Público Substituto) 4. A é esfaqueada por B, sofrendo lesões corporais leves. Socorrida e medicada, A é orientada quanto aos cuidados a tomar, mas não obedece à prescrição médica e em virtude dessa falta de cuidado, o ferimento infecciona, gangrena, e ela morre. Assinale a alternativa CORRETA. (A) B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa superveniente absolutamente independente. (B) B responde pelo ato de lesão praticado, visto se tratar de causa concomitante relativamente independente. (C) B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa concomitante absolutamente independente. (D) B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa preexistente relativamente independente. (E) B responde pelo ato de lesão anteriormente praticado, visto se tratar de causa superveniente relativamente independente, que por si só produziu o resultado. “Não tomou cuidado” é uma causa superveniente, que é relativamente independente. O agente não responde, o CP exclui a imputação, ele não responde pelos resultados. Letra A: ERRADA. Não responde pela morte e a causa não é absolutamente independente Letra B: ERRADA. Não é causa concomitante Letra C: ERRADA. Não responde e não é concomitante Letra D: ERRADA. Não é causa preexistente Letra E: CERTA. 5. Questão 5 (2015 – CESPE - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária) 5. Julgue o item seguinte, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da pena. Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma infração penal cometerá fato típico e ilícito, porém não culpável. ( ) CERTO ( )ERRADO ERRADO. Se houver coação irresistível, seja física ou moral, só responde o agente que coage (art. 22, CP) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art22 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art22 Página 4 de 6 Na coação moral, ocorre uma exclusão da culpabilidade, pois ocorre a inexigibilidade de conduta adversa. Na coação física, o fato é atípico, pois não há conduta, pois existe um ato involuntário e sem vontade não há conduta. 6. Questão 6 (2015 – VUNESP - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe) 6. Nos termos do Código Penal considera-se causado crime (A) a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (B) a ação ou omissão praticada pelo autor, independentemente da sua relação com o resultado. (C) exclusivamente a ação ou omissão que mais se relaciona com a intenção do autor. (D) a ação ou omissão praticada pelo autor, independentemente de qualquer causa superveniente. (E) exclusivamente a ação ou omissão que mais contribui para o resultado. Letra A: CERTA. Letra B: ERRADA Letra C: ERRADA Letra D: ERRADA. Se houver causa superveniente exclui-se a imputação Letra E: ERRADA. Teoria da equivalência não hierarquiza. 7. Questão 7 (2015 – CESPE – AGU - Advogado da União) 7. Acerca da aplicação da lei penal, do conceito analítico de crime, da exclusão de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue o item que se segue. Como a relação de causalidade constitui elemento do tipo penal no direito brasileiro, foi adotada como regra, no CP, a teoria da causalidade adequada, também conhecida como teoria da equivalência dos antecedentes causais. ( )CERTO ( )ERRADO ERRADA. Não é teoria da causalidade adequada. 8. Questão 8 (2015 – VUNESP - TJ-MS - Juiz Substituto) 8. Assinale a alternativa correta. (A) Norma penal em branco é aquela cujo preceito secundário do tipo penal é estabelecido por outra norma legal, regulamentar ou administrativa. (B) A teoria da imputação objetiva consiste em destacar o resultado naturalístico como objeto do bem jurídico penalmente tutelado. (C) Da Constituição Federal de 1988 pode-se extrair a garantia à sociedade pela aplicação do princípio da não fragmentariedade, consistente na proteção de todos os bens jurídicos e proteção dos interesses jurídicos. (D) O Código Penal Brasileiro adotou a teoria do resultado para aferição do tempo do crime, conforme se depreende do art. 4o do mencionado Código. (E) A tipicidade conglobante é um corretivo da tipicidade legal, posto que pode excluir do âmbito do típico aquelas condutas que apenas aparentemente estão proibidas. Letra A: ERRADA. É o preceito primário não o secundário. “Crime remetido” ou norma penal incompleta Art. 304, CP (crime de uso de documento falso) falta o preceito secundário. O Código diz que a pena é a mesma cominada aos tipos penais anteriores – depende da natureza do documento. Art. 304, CP. Fazer uso de qualquer dos papéis Página 5 de 6 falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Letra B: ERRADA. Letra C: ERRADA. O princípio é da fragmentariedade, que é uma derivação do princípio da intervenção mínima. Princípio da fragmentariedade Na vasta gama de atos ilícitos, o direito penal só deve cuidar de um pequeno fragmento, de uma pequena parcela, que reúne os atos mais graves contra os bens jurídicos mais relevantes. Letra D: ERRADA. Não é teoria do resultado, mas da atividade. Letra E: CERTA. A ideia da tipicidade conglobante é a ideia de tornar atípica as condutas incentivas ou autorizadas por normais extrapenais. 9. Questão 9 (2014 - NC-UFPR - DPE-PR - Defensor Público) 9. Segundo a teoria da tipicidade conglobante, o fato não é típico por falta de lesividade: 1. quando se cumpre um dever jurídico. 2. quando, para defender um bem ou valor próprio, o agente sacrifica bem ou valor alheios de menor magnitude. 3. quando se pratica uma ação fomentada pelo direito. 4. quando há o consentimento do titular do bem jurídico. 5. quando o agente pratica a conduta em legítima defesa putativa. Assinale a alternativa correta. (A) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. (B) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. (C) Somente as afirmativas 1, 2, 4 e 5 são verdadeiras. (D) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. (E) Somente as afirmativas 3 e 5 são verdadeiras. 1. CERTA 2. ERRADA. Essa é a ideia de um estado de necessidade 3. CERTA. 4. CERTA. Dá pra aceitar, mas não é muito preciso. 5. ERRADA. É erro de tipo. Alternativa certa é a D. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO Exclui o crime quando: (i) O bem jurídico é disponível (ii) Ofendido tem capacidade jurídica para dispor do bem Se, porventura, o tipo penal inserir o dissenso da vítima(dissenso for elementar, expressa ou implícita), o fundamento da exclusão do crime é que o fato é ATÍPICO. Ex.: estupro – dissenso é implícito, o consentimento da vítima exclui a tipicidade da conduta. Se o dissenso não for elementar, o consentimento do ofendido excluirá a ANTIJURIDICIDADE, segundo posição clássica e majoritária. Ex. dano – dono do objeto autoriza a destruir. Exclui-se a ilicitude. Para as teorias da tipicidade conglobante e da imputação objetiva, no último caso também ocorre um fato atípico. Página 6 de 6 Na teoria da imputação objetiva, o fato é atípico, pois o consentimento gera um risco permitido. 10. Questão 10 (2014 – IBFC - TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros) 10. Assinale a alternativa incorreta (A) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplicase aos fatos anteriores, ressalvados os decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (B) O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (C) A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (D) A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Letra A: ERRADA. Art. 2º. Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Letra B: CERTA. Art. 13, caput Letra C: CERTA. Art. 13, §1º Letra D: CERTA. Art. 13, §2o. Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
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