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F R A N C I S C O M O A C I R O L I V E I R A M A I A | N T R 0 3 2 5 UNIDADE 1 TÓPICO 1 – CONCEITO E APLICAÇÃO TÓPICO 2 – TÉCNICAS DE PRÉ-PREPARO E PREPARO TÓPICO 3 – FICHA TÉCNICA DA PREPARAÇÃO E SEUS COMPONENTES Cálculos: regra de 3 CONCEITO DE TÉCNICA E DIETÉTICA A técnica dietética é a sistematização do pré-preparo e preparo dos alimentos que aumentam ou retardam a absorção dos nutrientes. A disciplina de Técnica Dietética é baseada nas ciências exatas, e estuda os diferentes modos de preparo aplicados aos alimentos e como estes se comportam durante o processo em que são submetidos (ORNELAS, 2007). • selecionar os melhores métodos de preparo de alimentos para otimização e conservação máxima de seu valor nutritivo•Nutricionais • prevenir a ação de fatores externos que possam prejudicar a qualidade dos alimentos e, ao mesmo tempo, prolongar a sua vida útil •Higiênicos • modificar os alimentos por meio de processos culinários a fim de facilitar a digestãoDigestivos • apresentar o alimento de forma que desperte todos os sentidos, pois cada alimento possui suas próprias características sensoriais que podem ser preservadas por meio de adequadas técnicas culinárias. Sensoriais • em escolher as técnicas a serem empregadas no preparo de alimentos considerando os custos e os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis. Econômicos OBJETIVOS DA TÉCNICA E DIETÉTICA Biodisponibilidade CONCEITOA fração de qualquer nutriente ingerido, absorvido e com potencial para suprir demandas fisiológicas de tecidos alvos. EFETIVIDADE Dependerá de vários fatores como: a característica e forma química dos alimentos, as substâncias antinutricionais, a quantidade ingerida, as combinações dos nutrientes ingeridos e a presença de agentes ligantes, ou seja, não significa que a quantidade de nutriente contida no alimento será utilizada. ASPECTOS CONSIDERADOS Bioconversão - porção do nutriente ingerido que estará biodisponível para sua conversão em forma ativa. Bioeficácia - consiste no nutriente absorvido e com conversão na sua forma ativa. Bioeficiência - a porção da forma ativa que atingirá o tecido alvo. É só o alimento que importa? PANELA DE ALUMÍNIO Migração do mineral alumínio para o alimento. Composto relacionado com doenças como Alzheimer. PANELA DE FERRO Migração do mineral é influenciada pelo PH do alimento, quando ácido possui maior migração. Utensílios de ferro possui migração mais elevada. PANELA DE AÇO INOXIDÁVEL Combinação de ferro, cromo e níquel. Os utensílios de inox são fonte considerável de cromo na alimentação, contribuindo com um acréscimo de 0,01 a 0,31 mg/L no alimento preparado. PANELA TEFLON Revestimento em politetrafluoroetileno. Substâncias tóxicas liberadas podem causar câncer. Liberação aumenta contendo arranhuras. PANELA DE VIDRO Não acontece migração. O calor fica concentrado na parte inferior, muitas vezes não havendo controle da preparação. Material frágil. Dificuldade em dourar os alimentos, como as carnes. PANELA DE CERÂMICA Deve-se optar pelas ofuscadas, pois as vitrificadas são elaboradas com óxido de chumbo, substância que pode migrar para os alimentos, podendo causar doenças, como o câncer. PANELA ESMALTADAS O esmalte pode conter óxido de chumbo, podendo causar doenças, como o câncer. As pintadas a mão podem conter tintas que, ao serem aquecidas, migram para os alimentos causando intoxicação. PANELA DE BARRO Não há migração de substâncias tóxicas para a saúde. As características sensoriais dos alimentos são mantidas. Devem ser untadas de óleo. Quando novas, devem ser levadas ao forno por, no mínimo, duas horas para selagem. Técnicas de pré-preparo e Preparo PRÉ-PREPARO Etapa prévia ao preparo e consta em operações realizadas nos alimentos para que estes sofram tratamento ou modificações por meio de limpeza, higienização, descongelamento, divisão e mistura. Durante o pré-preparo podem ser utilizados métodos secos (escolher arroz ou feijão) ou úmidos (lavar frutas, verduras e legumes).PREPARO Visa assegurar alguns fatores como: preservação de nutrientes, que o alimento seja agradável nas características sensoriais, melhorar a digestibilidade, inativar fatores antinutricionais e aproveitamento total dos nutrientes e ingredientes. O mise en place é uma etapa fundamental no pré-preparo dos alimentos, sendo necessária a divisão ou união dos alimentos, limpeza, pesagem. Ela então consiste na etapa inicial para o preparo de qualquer prato culinário, onde é separado e organizado todos os utensílios e ingredientes necessários para sua execução. Os ingredientes devem estar já medidos, bem como as verduras, legumes e carnes já devem estar cortadas e tratadas. Os utensílios também já devem estar separados para o manuseio. DIVISÃO E UNIÃO DOS ALIMENTOS NO PRÉ-PREPARO SIMPLES Fragmentação em partes, mantendo todos os componentes em um todo (cortar, picar, moer, triturar e amassar). SEPARAÇÃO DE PARTES Além da divisão, os alimentos ainda podem ser separados em partes menores, sendo que cada parte contém diferentes componentes. Desta forma, por meio desta divisão, pode-se separar dois líquidos, dois sólidos ou um sólido e um líquido. DIVISÃO Durante o pré-preparo de uma receita, ainda podem ser utilizadas operações de união com a finalidade de juntar mais de dois ingredientes ou alimentos. Essa operação compreende misturar, bater, amassar e sovar. UNIÃO UNIÃODIVISÃO Padronização = ela é rasa? Ela é nivelada? Ou ela é cheia? PESOS E MEDIDAS CASEIRAS Técnicas para pesagem e medição dos ingredientes SECOS LÍQUIDOS PASTOSOS OU GORDUROSOS LISTA DE EQUIVALENTES OU SUBSTITUIÇÃO? SERVE PARA FAZER O QUÊ? Ferramenta utilizada para efetuar substituições dos alimentos a serem consumido, devendo garantir que a diferença calórica e de macronutrientes seja insignificante ao realizar a troca de uma porção de alimento por outra porção do mesmo grupo em que este está inserido, ou seja, equivaler a uma porção de outro alimento do mesmo grupo. Pães Carnes Arroz Leite e Derivados Frutas Sobremesas Outros Óleos e gorduras CUIDADO! ≠ Per Capta: é a quantidade de alimento consumido por pessoa. Geralmente calculado com base em resultados estatísticos de uma população. Alimento Cru! Porção: é a quantidade do alimento pronto para servir. É a quantidade média do alimento, na sua forma pronta para o consumo, quase pronta ou não preparada, conforme o caso. É a quantidade usualmente consumida por uma pessoa sadia maior de 5 anos, em bom estado nutricional, em cada ocasião de consumo, para compor uma dieta saudável. Alimento Preparado! CALOR SECO • Método de cocção em que não se utiliza líquido, resultando na desidratação do alimento. O calor seco pode ser empregado sendo utilizado gordura ou não. • Sem gordura: temos: assar no forno, assar no espeto e grelhar. • Com gordura: saltear, frigir, fritar com gordura, fritar por imersão e fritar em equipamentos elétricos com um pouco de gordura. CALOR ÚMIDO • Utiliza a água como meio de cocção, podendo ser realizada por meio de líquido quente ou a vapor, sendo que a temperatura e o tempo de cocção, tem indicação diferente para cada alimento e cada método de calor úmido que é empregado. • Feito sob fervura em fogo lento, fervura em ebulição e banho maria; ou por cocção a vapor realizado sem pressão, sob pressão ou por cocção em panelas elétricas. • Alimentos podem perder nutrientes. Indicado usar pouca água. CALOR MISTO • Método de cocção consiste na aplicação do calor seco e úmido. • Os métodos conhecidos e utilizados são brasear, refogar e ensopar. MÉTODOS DE COCÇÃO Os indicadores culinários fornecem informações em relação às quantidades, perdas nos alimentos e outros aspectos que irão ajudar a diminuir o custo e o desperdício dos alimentos utilizados em preparações, visto que, com eles, pode ser possível dimensionar a compra e o rendimento de alimentos e preparações (DOMENE, 2011). Indicadores culináriosIn d ic ad o re s: • Peso bruto • Peso líquido inicial • Peso líquido final • Fator de correção • Índice de conversão • Índice de reidratação • Densidade dos alimentos • Densidade energética Fator de Correção - FC O QUE É? O Fator de Correção (FC) ou Indicador de Parte Comestível (IPC), é um fator com finalidade de prever as perdas inevitáveis que ocorrem durante a etapa do pré-preparo, quando os alimentos são limpos, descascados, desossados ou cortados. O FC pode variar de acordo com o tipo de aquisição, de grau de amadurecimento ou das condições de armazenamento, do tipo de pré-preparo, de utensílio e recurso humano utilizado. FÓRMULA O IPC ou FC é a relação entre o peso bruto (gramas) e o peso líquido (gramas). Indicador de Reidratação - IR O QUE É? Sabia que este indicador estima a incorporação de água na etapa de remolho? O remolho é uma técnica de pré- preparo, que diminui o tempo de exposição do alimento ao calor, controla perdas nutricionais e proporciona redução dos custos. Nesta etapa o alimento ganha peso, devido à hidratação que o alimento sofre, ou seja, o alimento absorve a água. FÓRMULA Vale salientar que esse indicador sofre variações dependendo da variedade do alimento e do tempo e temperatura em que os grãos ficaram imersos. Quanto maior o tempo de reidratação, menor o tempo de cocção. Indicador de Cocção (IC) OU de Conversão OU Fator de Cocção FÓRMULA O QUE É? O tratamento térmico utilizado nos alimentos pode gerar alterações no peso e no volume, levando à perda ou ganho destes. O Indicador de Cocção (IC) é o fator utilizado para determinar a variação de peso e volume que o alimento apresenta decorrente da etapa de cocção. Geralmente os alimentos de origem vegetal ricos em amido ganham peso, pois absorvem água e o IC é alto (>1). Alimentos de origem animal, ricos em proteínas apresentam baixo IC (<1). Densidade dos Alimentos FÓRMULA O QUE É? A densidade, ou massa específica de um corpo, é definida como a relação entre a massa e o volume ocupado por esta. Os alimentos possuem três estados físicos, o líquido, o sólido e o aerado, gerando dificuldades em se obter a densidade dos alimentos. A densidade dos alimentos líquidos é fácil de ser considerada, porém a densidade dos alimentos sólidos e aerados merecem atenção. a densidade dos alimentos está diretamente relacionada com os utensílios e equipamentos utilizados. Ao conhecermos a massa total (porção x número de clientes) e a densidade das preparações, teremos como base os volumes que as preparações ocuparão. Dessa forma, podemos quantificar e dimensionar as cubas ou as panelas ideais para serem utilizadas, evitando o excesso de reposição dos alimentos e a falta de utensílios. Densidade dos Alimentos Sólidos Densidade dos Alimentos Aerados FÓRMULA Igual a anterior. O QUE É? • Define-se como a relação da massa das partículas e o seu volume. A maioria das frutas e hortaliças frescas apresenta uma densidade maior do que as frutas que estão congeladas, diferentemente da densidade do pescado fresco, que possui densidade menor do que quando está congelado. • A densidade dos sólidos é importante nos processos de separação e que as condições do processamento, principalmente na ocorrência de desidratação e aglomeração, podem afetar a formação de poros e, consequentemente, a densidade do produto. O QUE É? • Os alimentos aerados são formados a partir da incorporação de ar em um líquido, resultando na produção de bolhas. Neste contexto, o ar é definido como a fase dispersa, o líquido como a fase contínua, e a espuma fica estabilizada por agentes tensoativos. Assim, a inclusão de ar irá reduzir a densidade do produto. Como exemplos de alimentos aerados temos a clara em neve, mousse de chocolate, sorvete e chantilly. FÓRMULA Densidade Nutricional O QUE É? A densidade nutricional do alimento é caracterizada a partir do conteúdo de vitaminas ou minerais por meio do peso da porção do alimento, ou seja, trata se do teor nutritivo do alimento em relação ao peso da sua porção. Por exemplo, digamos que você tenha 100 gramas de banana e 100 gramas de manga. Se a banana tiver maior concentração de vitaminas e minerais disponíveis que a manga, dizemos que ela tem uma maior densidade nutricional. Densidade Energética O QUE É? A densidade energética (kcal/g) é a relação entre a quantidade de energia presente no alimento (em kcal) e o peso da sua porção (em gramas). O valor calórico dos alimentos irá depender do teor de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) que estão presentes na sua composição. Lembrando que os carboidratos fornecem quatro calorias por grama no alimento (kcal/g), as proteínas 4 kcal/g e as gorduras 9 kcal/g. Por exemplo, 100 gramas de banana contêm 98 Kcal e 100 gramas de manga possuem 52 Kcal, observa-se que em relação à quantidade (g) a banana é mais calórica do que a manga. É uma das atribuições do profissional nutricionista em ambulatórios, hospitais, consultórios e UANs, prevista pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), por intermédio da resolução 417/2008. Ferramenta que sistematiza a elaboração de receita, organizando as operações de pré-preparo, preparo, os custos, a avaliação sensorial e ainda a informação nutricional. Quantifica os nutrientes fornecidos nas prescrições por planos alimentares individuais ou cardápios coletivos assegurando a qualidade alimentar e nutricional das preparações. Ficha Técnica de Preparação Modelo de Ficha Técnica Exercícios de cálculo de fator de correção. Atividade individual, pois cada um deve aprender a fazer os cálculos. Anotar as dúvidas. Entregar no próximo encontro. Lista de exercícios Calcule FC da cenoura • PB = 60g; • PL = 48g. Calcule FC da batata • PB = 280g; • PL = 255g. Fator de Correção Quantas gramas de cenoura devo comprar, considerando que preciso de 572g de cenoura? Quanto gramas de batata devo comprar, considerando que preciso de 12000g de batata? Lista de exercícios Finalização da aula!
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