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1. Padronização e Registro As instituições financeiras funcionam com recursos próprios, porém, mais ainda com recursos de terceiros, pessoas físicas e jurídicas, por isso a transparência nas informações é uma premissa e a obrigatoriedade da elaboração, envio e publicação de demonstrações que gerem essa transparência está disposto no art. 1 da Circular Bacen 2.039/91 (BRASIL, 1991, art. 1). Todas as empresas devem passar por análise detalhada e o devido controle, independentemente de ser uma instituição financeira ou não. Segundo Niyama (2012, p.156): As instituições financeiras e demais entidades integrantes do Sistema Financeiro Nacional, por captarem recursos de poupança popular, têm maior responsabilidade perante a sociedade, em geral, quanto aos atos praticados, devendo, por isso: a) ser controladas e supervisionadas pelas autoridades de supervisão bancária; b) ter suas demonstrações financeiras padronizadas com regras específicas para sua elaboração, remessa ao Banco Central e publicação obrigatória na imprensa. Vimos anteriormente que no capítulo 3 do COSIF (Contabilidade do Sistema Financeiro) estão os modelos de demonstrações contábeis que as instituições financeiras devem elaborar. O objetivo básico do conjunto das demonstrações financeiras preconizadas no Cosif é fornecer um elenco de informações que, representando a síntese de normas e procedimentos de contabilidade, busquem dar uniformidade à obtenção e à divulgação de informações econômico-financeiras atualizadas, de modo que se atenda ao maior número possível de interessados no desempenho das atividades sociais do sistema financeiro. (NIYAMA, 2012, p.156) As demonstrações contábeis além de trazer diversas informações econômicas- financeiras para os diversos interessados (sócios, acionistas, investidores etc.), permitem que as autoridades financeiras (CMN – Conselho 6 Contabilidade das Instituições Financeiras Monetário Nacional/BCB – Banco Central do Brasil) possam compreender melhor as necessidades do sistema financeiro e assim aprimorá-lo, desenvolvendo soluções e oferecendo novas facilidades aos usuários, servindo dessa forma também à economia brasileira. 2. Elaboração das Demonstrações Financeiras Obrigatórias No capítulo 3 do COSIF, encontram-se os modelos das seguintes demonstrações, conforme consta na Figura 1. Documento nº 1 - Balancete/Balanço Geral Documento nº 2- Balancete/Balanço Patrimonial Documento nº 3 - Demonstração dos Recursos de Consórcio Documento nº 4 - Balancete/Balanço Geral Consolidado Documento nº 5 - Consolidado Econômico-Financeiro – CONEF Documento nº 6 - Demonstração dos Recursos de Consórcio Documento nº 7 - Demonstração das variações nas disponibilidades de grupos Documento nº 8 - Demonstração do Resultado Documento nº 9 - Demonstração da Evolução do Patrimônio Líquido Documento nº 10 - Demonstração da composição e Diversificação das Aplicações Documento nº 11 - Demostração das Mutações do Patrimônio Líquido Documento nº 13 - Estatística Bancária Mensal/Global Documento nº 15 - Estatística Econômico-Financeira Figura 1: Capítulo 3 – Documentos (COSIF) Fonte: BCB (2018). Essas demonstrações (documentos) podem ter como finalidades: remessa ao Banco Central, publicação e documento contábil. O site do Banco Central do Brasil apresenta todos os modelos dos documentos, que podem ser acessados no capítulo 3 do COSIF no link indicado. Leia mais Saiba Mais 7Contabilidade das Instituições Financeiras Agora, vamos ver sucintamente as características de alguns relatórios, segundo Niyama (2012), Ferreira (2014) e BCB (2018). Documento nº 1 – Balancete/Balanço geral: Trata-se de documento analítico de elaboração obrigatória mensalmente, por todas as entidades financeiras e entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central, contendo todo o elenco de contas previsto no COSIF (2º capítulo). A elaboração e a remessa dos balancetes mensais são obrigatórias a partir da publicação da autorização para funcionamento da instituição financeira. O COSIF utiliza a denominação Balancete Geral (modelo analítico) para o fim de remessa ao Banco Central, por meio magnético, conforme modelo abaixo disponibilizado no COSIF. BALANCETE / BALANÇO PATRIMONIAL ANALÍTICO BALANCETE / BALANÇO PATRIMONIAL ANALÍTICO CONSOLIDADO – POSIÇÃO DA SEDE E DEPENDÊNCIAS NO EXTERIOR Em __/__/__ Instituição: C.G.C.: Código Cadoc: Valores em R$ 1,00, inclusive centavos DISCRIMINAÇÃO DOS VERBETES NÚMERO CÓDIGO TOTAL REALIZÁVEL Até 3m Após 3m CIRCULANTE E REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.0.0.00.00-7 DISPONIBILIDADES 1.1.0.00.00-6 Caixa 1.1.1.00.00-9 CAIXA 1.1.1.10.00-6 Depósitos Bancários 1.1.2.00.00-2 BANCO DO BRASIL SA - CONTA DEPÓSITOS 1.1.2.10.00-9 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CONTA DEPÓSITO 1.1.2.20.00-6 OUTROS BANCOS OFICIAIS - CONTA DEPÓSITOS 1.1.2.60.00-4 8 Contabilidade das Instituições Financeiras BANCOS PRIVADOS - CONTA DEPÓSITOS 1.1.2.80.00-8 DEPÓSITOS BANCÁRIOS 1.1.2.92.00-3 Fundo Comum 1.1.2.92.10-6 Fundo de Reserva 1.1.2.92.20-9 Reservas Livres 1.1.3.00.00-5 BANCO CENTRAL - RESERVAS LIVRES EM ESPÉCIE 1.1.3.10.00-2 Aplicações em Ouro 1.1.4.00.00-8 APLICAÇÕES TEMPORÁRIAS EM OURO 1.1.4.10.00-5 Disponibilidades em Moedas Estrangeiras 1.1.5.00.00-1 BANCOS – DEPÓSITOS EM MOEDAS ESTRANGEIRAS NO PAÍS – TAXAS FLUTUANTES 1.1.5.10.00-8 DEPÓSITOS NO EXTERIOR EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 1.1.5.20.00-5 DEPÓSITOS NO EXTERIOR EM MOEDAS ESTRANGEIRAS – TAXAS FLUTUANTES 1.1.5.30.00-2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Operações de Risco Nível H 3.1.9.00.00-7 OPERAÇÕES DE CRÉDITO NÍVEL H 3.1.9.10.00-4 Operações Em Curso Normal 3.1.9.10.10-7 Operações Vencidas 3.1.9.10.20-0 OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL NÍVEL H 3.1.9.20.00-1 Operações em Curso Normal 3.1.9.20.10-4 Operações Vencidas 3.1.9.20.20-7 OUTROS CRÉDITOS NÍVEL H 3.1.9.30.00-8 Operações em Curso Normal 3.1.9.30.10-1 Operações Vencidas 3.1.9.30.20-4 T O T A L G E R A L D O A T I V O 3.9.9.99.99-3 CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.0.0.00.00-8 9Contabilidade das Instituições Financeiras DEPÓSITOS 4.1.0.00.00-7 Depósitos à Vista 4.1.1.00.00-0 DEPÓSITOS À VISTA DE LIGADAS 4.1.1.05.00-5 Pessoas Físicas 4.1.1.05.10-8 Pessoas Jurídicas 4.1.1.05.20-1 Administração Direta - Governo Federal 4.1.1.05.30-4 Administração Indireta - Governo Federal 4.1.1.05.40-7 Administração Direta - Governo Estadual 4.1.1.05.50-0 Administração Indireta - Governo Estadual 4.1.1.05.60-3 Atividades Empresariais - Governo Federal 4.1.1.05.70-6 Atividades Empresariais - Governo Estadual 4.1.1.05.80-9 DEPÓSITOS DE PESSOAS FÍSICAS 4.1.1.10.00-7 DEPÓSITOS DE PESSOAS JURÍDICAS 4.1.1.20.00-4 DEPÓSITOS DE EMPRESAS LOCALIZADAS EM ZONAS DE PROCESSAMENTO PARA EXPORTAÇÃO – ZPE 4.1.1.25.00-9 DEPÓSITOS DE INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO 4.1.1.30.00-1 Instituições Autorizadas a Funcionar pelo Banco Central 4.1.1.30.30-0 Entidades do Mercado Segurador e de Previdência Privada 4.1.1.30.40-3 Outras Instituições 4.1.1.30.99-1 DEPÓSITOS DE GOVERNOS 4.1.1.40.00-8 Administração Direta – Federal 4.1.1.40.10-1 Administração Indireta – Federal 4.1.1.40.15-6 Administração Direta – Estadual 4.1.1.40.20-4 Administração Indireta – Estadual 4.1.1.40.25-9 Administração Direta – Municipal 4.1.1.40.30-7 Administração Indireta – Municipal 4.1.1.40.35-2 Atividades Empresariais Federais 4.1.1.40.40-0 Atividades Empresariais Estaduais 4.1.1.40.50-3 Atividades Empresariais Municipais 4.1.1.40.60-6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - SFH – FINANCIAMENTOS CONTRATADOS A LIBERAR 9.0.9.80.00-6 SFH – FINANCIAMENTOS COMPROMETIDOS 9.0.9.85.00-1 CRÉDITOS CONTRATADOS A LIBERAR 9.0.9.86.00-0 INSTRUMENTOS RECEBIDOS – CCR 9.0.9.88.00-8 CAPITALIZAÇÃO DE VALORES REMETIDOS AO EXTERIOR 9.0.9.90.00-3 10 Contabilidade das Instituições Financeiras DESPESAS RECUPERADAS DE DEPÓSITOS A PRAZO DE REAPLICAÇÃO AUTOMÁTICA 9.0.9.95.00-8 CAPITAL REALIZADO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMOS DE PARTICIPADAS 9.0.9.96.00-7 EXIGÊNCIA DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA COBERTURA DO RISCO DE MERCADO 9.0.9.97.00-6 PARTICIPAÇÕES INDIRETAS NO PAÍS 9.0.9.98.00-5 OUTRAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO PASSIVAS 9.0.9.99.00-4 CLASSIFICAÇÃO DA CARTEIRA DE CRÉDITOS 9.1.0.00.00-2 Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil 9.1.1.00.00-5 CARTEIRA DE CRÉDITOS CLASSIFICADOS 9.1.1.10.00-2 T O T A L G E R A L D O P A S S I V O 9.9.9.99.99-5 __________________________________ ___________________________________ Diretor Responsável pela Área Contábil/Auditoria Local e Data __________________________________ ___________________________________ Diretor Profissional de Contabilidade CRC: CPF: Documento nº 2 – Balancete/Balanço Patrimonial: Com base nos balancetes mensais, nos meses de junho e dezembro devem ser elaborados e publicados pelas instituições financeiras, e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central os Balanços Gerais, que admitem divergência, além do encerramento formal das contas de receitas e despesas, apenas no que se relaciona a lançamentos correspondentes a: a) distribuição de dividendos; b) constituição de reservas de lucros; c) compensação de prejuízos com absorção de reservas. Segue modelo abaixo disponibilizado pelo COSIF. BALANCETE / BALANÇO PATRIMONIAL Em __/__/__ Instituição ou Conglomerado: Endereço: C.G.C.: 11Contabilidade das Instituições Financeiras CÓD. DISCRIMINAÇÃO DOS VERBETES VALORES (em R$ mil) ATIVO CIRCULANTE 110 DISPONIBILIDADES APLICAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 121 Aplicações no Mercado Aberto 122 Aplicações em Depósitos Interfinanceiros 124 Aplicações Voluntárias no Banco Central 126 Aplicações em Depósitos de Poupança 128 (Provisões para Perdas) ( ) TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS 131 Carteira Própria 132 Vinculados a Compromissos de Recompra 140 Instrumentos Financeiros Derivativos 137 Vinculados ao Banco Central 138 Moedas de Privatização 134 Vinculados à Prestação de Garantias 136 Títulos Objeto de Operações Compromissadas com Livre Movimentação 139 (Provisões para Desvalorizações) ( ) RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 141 Pagamentos e Recebimentos a Liquidar Créditos Vinculados 142 Depósitos no Banco Central 144 Convênios 145 Tesouro Nacional – Recursos do Crédito Rural 146 SFH - Sistema Financeiro da Habitação 12 Contabilidade das Instituições Financeiras 147 Repasses Interfinanceiros 148 Correspondentes 149 Centralização Financeira - Cooperativas RELAÇÕES INTERDEPENDÊNCIAS 151 Recursos em Trânsito de Terceiros 152 Transferências Internas de Recursos OPERAÇÕES DE CRÉDITO 161 Operações de Crédito Setor Público Setor Privado 168 Operações de Crédito Vinculadas a Cessão 169 (Provisão para Operações de Crédito de Liquidação Duvidosa) ( ) OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL 171 Arrendamentos e Subarrendamentos a Receber Setor Público Setor Privado 172 Operações de Arrendamento Mercantil Vinculadas a Cessão 178 (Rendas a Apropriar de Arrendamento Mercantil) ( ) 179 (Provisão para Créditos de Arrendamento Mercantil de Liquidação Duvidosa) ( ) OUTROS CRÉDITOS 181 Créditos por Avais e Fianças Honrados 182 Carteira de Câmbio 183 Rendas a Receber 184 Negociação e Intermediação de Valores 185 Créditos Específicos 186 Operações Especiais 13Contabilidade das Instituições Financeiras 187 Diversos 189 (Provisão para Outros Créditos de Liquidação Duvidosa) ( ) OUTROS VALORES E BENS 191 Investimentos Temporários 192 (Provisões para Perdas) ( ) 194 Outros Valores e Bens 197 (Provisões para Desvalorizações) ( ) 199 Despesas Antecipadas ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (Repetir os verbetes que possuem saldo no Longo Prazo) PERMANENTE INVESTIMENTOS 311 Dependências no Exterior Participações em Coligadas e Controladas 312 No País 314 No Exterior 315 Outros Investimentos 319 (Provisões para Perdas) ( ) IMOBILIZADO DE USO 323 Imóveis de Uso 325 Reavaliações de Imóveis de Uso 324 Outras Imobilizações de Uso 329 (Depreciações Acumuladas) ( ) IMOBILIZADO DE ARRENDAMENTO 332 Bens Arrendados 14 Contabilidade das Instituições Financeiras 339 (Depreciações Acumuladas) ( ) INTANGÍVEL 351 Ativos Intangíveis 359 (Amortização Acumulada) ( ) DIFERIDO 341 Gastos de Organização e Expansão 349 (Amortização Acumulada) ( ) T O T A L D O A T I V O PASSIVO CIRCULANTE DEPÓSITOS 411 Depósitos à Vista 412 Depósitos de Poupança 413 Depósitos Interfinanceiros 414 Depósitos a Prazo 419 Outros Depósitos CAPTAÇÕES NO MERCADO ABERTO 421 Carteira Própria 422 Carteira de Terceiros 423 Carteira Livre Movimentação RECURSOS DE ACEITES E EMISSÃO DE TÍTULOS 431 Recursos de Aceites Cambiais 432 Recursos de Letras Imobiliárias, Hipotecárias, de Crédito e Similares 15Contabilidade das Instituições Financeiras 434 Recursos de Debêntures 435 Obrigações por Títulos e Valores Mobiliários no Exterior 437 Certificados de Operações Estruturadas 438 Emissões de Não Autorizadas RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 441 Recebimentos e Pagamentos a Liquidar 442 Obrigações Vinculadas 443 Repasses Interfinanceiros 444 Correspondentes 445 Centralização Financeira - Cooperativas RELAÇÕES INTERDEPENDÊNCIAS 451 Recursos em Trânsito de Terceiros 452 Transferências Internas de Recursos OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMO 461 Empréstimos no País - Instituições Oficiais 462 Empréstimos no País - Outras Instituições 463 Empréstimos no Exterior 464 Obrigações por Aquisição de Títulos Federais OBRIGAÇÕES POR REPASSES DO PAÍS - INSTITUIÇÕES OFICIAIS 467 Tesouro Nacional 468 Banco do Brasil 469 BNDES 470 CEF 471 FINAME 472 Outras Instituições INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS 16 Contabilidade das Instituições Financeiras 485 Instrumentos Financeiros Derivativos OBRIGAÇÕES POR REPASSES DO EXTERIOR 481 Repasses do Exterior OUTRAS OBRIGAÇÕES 491 Cobrança e Arrecadação de Tributos e Assemelhados 492 Carteira de Câmbio 493 Sociais e Estatutárias 494 Fiscais e Previdenciárias 495 Negociação e Intermediação de Valores 496 Operações com Loterias 497 Fundos e Programas Sociais 498 Fundos Financeiros e de Desenvolvimento 501 Operações Especiais 503 Diversas 504 Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida 505 Dívidas Subordinadas 506 Instrumentos de Dívida Elegíveis a Capital PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (Repetir os verbetes que possuem saldo no Longo Prazo) RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 581 Resultados de Exercícios Futuros PATRIMÔNIO LÍQUIDO 17Contabilidade das Instituições Financeiras Capital 605 De Domiciliados no País 607 De Domiciliados no Exterior 608 (Capital a Realizar) ( ) 609 Recursos de Associados Poupadores 613 Reservas de Capital 614 Reservas de Reavaliação 615 Reservas de Lucros 616 Ajustes de Avaliação Patrimonial 617 Sobras ou Perdas Acumuladas 618 Lucros ou Prejuízos Acumulados 619 (Ações em Tesouraria) ( ) 641 Participação de Não Controladores CONTAS DE RESULTADO 705 Receitas Operacionais 805 (Despesas Operacionais) ( ) 828 Receitas Não Operacionais 830 (Despesas Não Operacionais) ( ) 890 (Imposto de Renda) ( )891 (Contribuição Social) ( ) 892 (Ativo Fiscal Diferido – Impostos e Contribuições) ( ) 893 (Participações no Lucro) ( ) T O T A L D O P A S S I V O 18 Contabilidade das Instituições Financeiras ____________________________ ___________________________ Diretor Responsável pela Área Contábil/Auditoria Local e Data _____________________________ __________________________ Diretor Profissional de Contabilidade CRC: CPF: As estatísticas referentes às operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional estão disponíveis na Nota para a Imprensa – Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro e no Sistema Gerenciador de Séries Temporais - SGS (COSTA, 2018). Documento nº 8 – Demonstração do Resultado: Discrimina, de forma dedutiva, o resultado da intermediação financeira (receitas menos despesas), obtendo o lucro ou prejuízo do período. Deve ser publicada semestral e anualmente. Informações importantes que são publicadas nesta demonstração: juros sobre capital próprio e lucro por ação, pois é de grande interesse dos investidores. Segue modelo disponibilizado pelo COSIF no capítulo 3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Em __/__/__ Instituição ou Conglomerado: Endereço: C.G.C: Valores em R$ mil CÓDIGO DISCRIMINAÇÃO SEMESTRE / EXERCÍCIO ATUAL SEMESTRE / EXERCÍCIO ANTERIOR 10 RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 711 - Operações de Crédito 713 - Operações de Arrendamento Mercantil 715 - Resultado de Operações com Títulos e Valores Mobiliários 716 - Resultado com Instrumentos Financeiros Derivativos 717 - Resultado de Operações de Câmbio Importante 19Contabilidade das Instituições Financeiras 719 - Resultado das Aplicações Compulsórias 718 - Operações de Venda ou de Transferência de Ativos Financeiros 15 DESPESAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 812 - Operações de Captação no Mercado 814 - Operações de Empréstimos e Repasses 816 - Operações de Arrendamento Mercantil (*) - Resultado de Operações de Câmbio 818 - Operações de Venda ou de Transferência de Ativos Financeiros 820 - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 20 RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (10 - 15) 50 OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS 721 - Receitas de Prestação de Serviços 722 - Rendas de Tarifas Bancárias 822 - Despesas de Pessoal 824 - Outras Despesas Administrativas 826 - Despesas Tributárias 723 - Resultado de Participações em Coligadas e Controladas 725 - Outras Receitas Operacionais 832 - Outras Despesas Operacionais 60 RESULTADO OPERACIONAL (20 + 50) 65 RESULTADO NÃO OPERACIONAL (828 e 830) 20 Contabilidade das Instituições Financeiras 75 RESULTADO ANTES DA TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO E PARTICIPAÇÕES (60 + 65) 80 IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 890 Provisão para Imposto de Renda 891 Provisão para Contribuição Social 892 Ativo Fiscal Diferido 85 PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS NO LUCRO (893) 90 LUCRO LÍQUIDO (PREJUÍZO) (75 - 80 - 85) 92 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO 95 LUCRO POR AÇÃO: _____________________________ _____________________________ Diretor Responsável pela Área Contábil/Auditoria Local e Data _____________________________ _____________________________ Diretor Profissional de Contabilidade CRC: CPF: Documento nº 11 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: É um documento que deve ser publicado semestral e anualmente, onde são apresentadas as variações que ocorreram de um período para o outro, tanto positivas quanto negativas em se tratando das contas: reserva de capital, lucros a realizar, lucros/prejuízos acumulados, ações em tesouraria, entre outros. Na estrutura desta demonstração são informados os saldos iniciais e os saldos finais das devidas contas, conforme pode ser visto no modelo abaixo. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Período: __ / __ / __ a __ / __ / __ 21Contabilidade das Instituições Financeiras Ins titu içã o: C.G .C: Va lor es em R$ m il E V E N T O S CA PIT AL RE AL IZA DO AU ME NT O DE CA PIT AL CO RR EÇ ÃO MO NE TÁ RIA DO CA PIT AL RE AL IZA DO RE SE RV AS DE CA PIT AL RE SE RV AS D E RE AV AL IAÇ ÃO RE SE RV AS D E L UC RO S AJ US TE S DE VA LO R PA TR IM ON IAL LU CR OS O U PR EJU ÍZO S AC UM UL AD OS AÇ ÕE S E M TE SO UR AR IA TO TA IS LE GA L ES TAT UT ÁR IAS CO NT IN GÊ NC IAS LU CR OS A RE AL IZA R OU TR AS SE M. / EX ER CÍC IO AT UA L SE M. / EX ER CÍC IO AN TE RIO R SA LD OS N O IN ÍCI O DO PE RÍO DO EM _ _ / __ / _ _ ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .. 1 - AJ US TES DE PE RÍO DO S A NT E-R IOR ES ... .... .... .... .... .... .. 2 - R EV ER SÕ ES D E R ES ER VA S . ... ... .. 3 - D IVI DE ND OS IN TE RM ED IÁR IO S . ... 4 – AJ US TE S D E A VA LIA ÇÃ O PA TR IM ON IAL 5 - A UM EN TO D E C AP ITA L . ... ... ... ... ... .. 6 - O UT RO S E VE NT OS : •R ea va lia çã o d e I mó ve is d e U so ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .. P róp rio ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .. •C on trib uiç õe s M on etá ria s p ara Re se rva s d e C ap ita l .. ... ... ... ... ... .. •S ub ve nç õe s p ara In ve sti me nto s . ... ... •O utr os (e sp ec ific ar) ... ... ... ... ... ... ... ... 7 - L UC RO LÍ QU IDO (P RE JU ÍZO ) D O P ER ÍO DO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . 8 - D ES TIN AÇ ÕE S: - R es erv as ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . - D ivi de nd os ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . (R $ __ _ p/ aç ão ) - B on ific aç õe s e m Din he iro ... ... ... ... ... .. - J uro s s ob re o C ap ita l P róp rio ... ... ... ... - O utr as (e sp ec ific ar) ... ... ... ... ... ... ... ... ... SA LD OS N O FIM D O PE RÍO DO EM __ / _ _ / __ .. ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... MU TA ÇÕ ES D O PE RÍO DO ... ... ... ... ... ... . __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ Dir eto r R es po ns áv el pe la Áre a C on táb il / Au dit ori a Dir eto r Lo ca l e D ata Pro fis sio na l d e C on tab ilid ad e CR C: CP F: 22 Contabilidade das Instituições Financeiras Documento nº 13 – Estatística bancária mensal/global: É um documento cuja elaboração é de periodicidade mensal, semestral e anual, que não há publicação, mas há o envio para o Banco Central por meio magnético. São apresentados itens do Ativo, Passivo e captações de recursos de cada agência bancária localizada no território brasileiro. O objetivo dessa demonstração é facilitar os levantamentos estatísticos que dão contribuições para as deliberações que as autoridades do sistema financeiro vão normalizar e implantar. 3. Relatórios Especiais Além das demonstrações vistas no quadro 1 anteriormente, que estão elencadas no capítulo 3 do COSIF, é obrigatória a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), observando-se o Pronunciamento Técnico 03 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 03 (R2), conforme pode ser visto na Figura 2 a presença do BACEN/CMN na lista de órgãos reguladores que aprovam e seguem a elaboração desta demonstração. Figura 2: CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa. Fonte: CPC 03 (R2) (2010). Esta determinação está confirmada através da Resolução Bacen nº 3.604/2008 (BRASIL, 2008, art. 1): “Art. 1° As instituiçõesfinanceiras e 23Contabilidade das Instituições Financeiras demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem elaborar e publicar a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a partir da data-base de 31 de dezembro de 2008”. Ainda conforme a Resolução Bacen nº 3.604/2008 (BRASIL, 2008), conforme parágrafo único: As cooperativas de crédito singulares e as sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte estão dispensadas da elaboração e publicação da DFC, desde que tenham patrimônio líquido, na data-base de 31 de dezembro do exercício imediatamente anterior, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Sabemos que as demonstrações dos fluxos de caixa devem evidenciar as alterações ocorridas durante o determinado exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa. Para melhor entendimento, o caixa e equivalentes de caixa seguem os seguintes critérios, conforme Quadro 1, para as instituições financeiras. Características de Caixa e equivalentes de caixa Previsão legal Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo e, não, para investimento ou outros propósitos. Para que um investimento seja qualificado como equivalente de caixa, ele precisa ter conversibilidade imediata em montante conhecido de caixa e estar sujeito a um insignificante risco de mudança de valor. Portanto, um investimento normalmente qualifica-se como equivalente de caixa somente quando tem vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses ou menos, a contar da data da aquisição. Os investimentos em instrumentos patrimoniais (de patrimônio líquido) não estão contemplados no conceito de equivalentes de caixa, a menos que eles sejam, substancialmente, equivalentes de caixa, como, por exemplo, no caso de ações preferenciais resgatáveis que tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda à definição de curto prazo. CPC 03 (R2) 24 Contabilidade das Instituições Financeiras Empréstimos bancários são geralmente considerados como atividades de financiamento. Entretanto, saldos bancários a descoberto, decorrentes de empréstimos obtidos por meio de instrumentos como cheques especiais ou contas correntes garantidas que são liquidados em curto lapso temporal compõem parte integral da gestão de caixa da entidade. Nessas circunstâncias, saldos bancários a descoberto são incluídos como componente de caixa e equivalentes de caixa. Uma característica desses arranjos oferecidos pelos bancos é que frequentemente os saldos flutuam de devedor para credor. CPC 03 (R2) Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituem caixa ou equivalentes de caixa porque esses componentes são parte da gestão de caixa da entidade e, não, parte de suas atividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gestão de caixa inclui o investimento do excesso de caixa em equivalentes de caixa. CPC 03 (R2) Para ser considerado equivalente de caixa, um investimento deve ter, na data de aquisição, prazo de vencimento igual ou inferior a noventa dias. Resolução Bacen nº 3.064 Investimentos em instrumentos de capital não são considerados equivalentes de caixa, a menos que, em essência, preencham os requisitos previstos no CPC 03 e nesta resolução. Resolução Bacen nº 3.064 Quadro 1: Conceito de caixa e equivalente de caixa para as instituições financeiras. Fonte: Adaptado do CPC 03 (R2) (2010) e da Resolução Bacen nº 3.604 (2008). Para reforçar seu entendimento acerca da Resolução Bacen nº 3.604/2008 e encontrar as informações relevantes ao estudo, acesse o arquivo proposto. A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa do período classificados por: a. Fluxo das atividades operacionais; b. Fluxo das atividades de investimento; e c. Fluxo das atividades de financiamento. Saiba Mais Leia mais 25Contabilidade das Instituições Financeiras A separação das entradas e saídas no orçamento é importante, pois nos permite visualizar a origem da situação futura de caixa da empresa, que é consequência da estratégia analisada no orçamento empresarial. Veja o exemplo de uma demonstração do fluxo de caixa conforme Figura 3, pelo método indireto, que é a forma obrigatória de elaboração e publicação para as sociedades anônimas de capital aberto. Demonstração dos Fluxos de caixa pelo método indireto (item 18b) Fluxos de caixa das atividades operacionais Lucro líquido antes do IR e CSLL Ajustes por: Depreciação Perda Cambial Resultado de equivalência patrimonial Despesas de juros 3.350 450 40 (500) 400 3.740 20X2 Aumento nas contas a receber de clientes e outros Diminuição nos estoques Diminuição nas contas a pagar – fornecedores Caixa gerado pelas operações Juros pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos (500) 1.050 (1.740) 2.550 (270) (800) (100) Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais $ 1.380 Fluxos de caixa das atividades de investimento Aquisição da controlada X, líquido do caixa obtido na aquisição (Nota A) Compra de ativo imobilizado (Nota B) Recebimento pela venda de equipamento Juros recebidos Dividendos recebidos (550) (350) 20 200 200 Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento $ (480) Importante 26 Contabilidade das Instituições Financeiras Fluxos de caixa de atividades de Financiamento Recebimento pela emissão de ações Recebimento por empréstimos a long prazo Pagamento de passivo por arrendamento Dividendos pagos (a) 250 250 (90) (1.200) Caixa líquido consumido pelas atividades de financiamento $ (790) Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalente de caixa no início do período (Nota c) Caixa e equivalente de caixa no fim do período (Nota c) $ 110 $ 120 $ 230 Figura 3: Exemplo de DFC. Fonte: CPC 03 (R2) (2010). As informações na demonstração dos fluxos de caixa seguem essa separação para melhor entendimento. Conforme o CPC 03 (R2) “a classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa”. 27Contabilidade das Instituições Financeiras Síntese Nesta unidade, verificamos a importância das demonstrações contábeis obrigatórias às instituições financeiras, reforçando que, dentro do capítulo 3 – Documentos, do COSIF, estão a maioria dos modelos das demonstrações contábeis que devem ser elaboradas, publicadas e remetidas para o Banco Central do Brasil. Vimos, ainda, que alguns documentos devem somente ser remetidos para o Banco Central do Brasil para controle e fiscalização das instituições financeiras por este órgão e outras demonstrações devem ser publicadas para as diversas finalidades, como a transparência nas informações para os diversos usuários. Essas demonstrações podem ser obrigatórias nas periodicidades: mensal, semestral e anual. Por último, vimos que o CMN e o BACEN aceitaram a obrigatoriedade da elaboração e divulgação igualmente da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelas instituições financeiras, segundo especificações elencadas no Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 28 Contabilidade das Instituições Financeiras Referências BCB Banco Central do Brasil. COSIF – Manual de Normas do Sistema Financeiro. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif>. Acesso em: 17 out. 2018. BRASIL. Circular Bacen nº 2.039, de 13 de setembro de 1991. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo. do?N=091144039&method=detalharNormativo>. Acesso em: 16 out. 2018. ______. Circular Bacen nº 3.604, de 29 de agosto de 2008. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo. asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/47835/Res_3604_v1_O.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018. COSTA, F. N. Fontes de Pesquisa sobre Bancos. Disponível em: <https:// fernandonogueiracosta.wordpress.com/sobre-bancos/>.Acesso em: 18 out. 2018. CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa (2010). Disponível em: < http://www.cpc.org.br/CPC/ Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34>. Acesso em: 18 out. 2018. FERREIRA, Marcelo Andrade. Sistema Financeiro Nacional: uma abordagem introdutória dos mecanismos das instituições financeiras [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2014. NIYAMA, Jorge Katsumi; GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de instituições financeiras. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 29Contabilidade das Instituições Financeiras
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