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Beatriz Santos Mantenedor e recuperador de espaço Mantenedor de espaço acontece quando é preciso manter aquele espaço, como por exemplo, em exodontias precoces e está presente na ortodontia preventiva e não interfere no crescimento de maxila ou mandíbula, já o recuperador do espaço é quando já houve a perda e será utilizado para recupera o espaço que já foi perdido, presente portanto, na ortodontia interceptora. A perda precoce dos dentes decíduos, que pode ocorrer principalmente pela causa das cáries ou trauma dental, por cárie, ainda é frequente em grupos populacionais polarizados no Brasil e essa perda vai haver uma diminuição de espaço na dentadura decídua que representa uma das principais causas da má oclusão na dentição permanente A perda parcial ou total da estrutura dentária acarreta uma diminuição do espaço disponível no arco dentário, provocando um desequilíbrio estrutural e funcional. Independente da forma que houve a perda, é preciso reabilitar o quanto antes. Com a perda precoce dos segundos molares decíduos ocorreria espaço insuficiente para o irromper dos dentes permanentes, por conta da inclinação para a mesial dos 1⁰ molares permanentes, gerando contatos prematuros, com possibilidade de bruxismo e desvios da linha média associados. Quando ocorre essa perda dos segundos molares decíduos, e o primeiro molar permanente está erupcionado e em contato com o antagonista vai fazer um tipo de trava pra que esse espaço permaneça, já se houver a perda dos segundos molares deciduos e o primeiro molar permanente não estive erupcionado, a situação é mais complicada, necessitando de uma intervenção preventiva. É considerada uma perda precoce dos dentes decíduos quando ela acontece 12 meses ou mais, antes da erupção do sucessor permanente, ou seja, com o germe sucessor permanente aquém do estágio 6 da Nolla (estágio 6: completa mineralização da coroa). A perda precoce do dente decíduo pode levar à redução da capacidade mastigatória, distúrbios da fonética, instalação de hábitos orais deletérios e até mesmo problemas psicológicos, principalmente no ambiente familiar ou escolar. Com essa perda precoce do dentes, ocorrem migrações dos dentes vizinhos, principalmente, durante os seis primeiros meses, com uma tendência à diminuição na velocidade para fechamento do espaço. Em geral a perda de espaço é constatada, mais rapidamente, na maxila por conta compactação óssea. A gravidade da perda do espaço é avaliada através: - Dente perdido; - Condição oclusal (maloclusões) - Relação sagital entre os arcos dentários; - Tipo de arco (I ou II de Baume); - Influência da língua e musculatura; - Época da perda prematura. Essa gravidade vai depender da sequência de erupção dos dentes sucessores, da intercuspidação do molar e da idade do paciente (em termos de colaboração). Fatores a serem considerados em planejamento com mantenedor de espaço 1. Espaço presente Deve ser cerca de +/- 21mm dos caninos, primeiro e segundo pré molares. 2. Tempo decorrido desde a perda Inferior ou até 6 meses. 3. Dentes envolvidos 4. Estágio de mineralização do dente permanente∕agenesia Considerar o estágio de Nolla e observar se tem a agenesia do dente sucessor, se tiver, pode intervir permitindo a mesialização ou distalização do outro dente pra fechar o espaço e posteriormente alinhar com o restante ou coloca uma prótese até que o paciente possa utilizar outro recursos (implante, por exemplo). 5. Quantidade de osso que recobre o dente Muitas vezes o mantenedor de espaço é utilizado como uma forma de estímulo e assim, o dente imrrompa de uma forma mais tranquila. Variáveis que podem interferir no equilíbrio muscular Cáries dentárias Traumatismo e anquiloses Restaurações incorretas Anomalias Dentes supranumerários A perda de espaço em arco com diastemas generalizados, onde o tamanho do arco basal é maior do que o somatório mesiodistal dos dentes, em geral não resulta em efeitos danosos para a dentição permanente. Geralmente a direção dos movimentos dos dentes adjacentes aos perdidos é de mesial para os posteriores e distal para os anteriores. MANTENEDORES DE ESPAÇO Objetivos Redução da prevalência e da severidade da má oclusão, após perda prematura de dentes decíduos (anteriores e posteriores); Preservar a integridade da oclusão; Manter os dentes envolvidos em suas respectivas posições; Preservar o espaço resultante da perda precoce do dente decíduo; Permitir que o dente permanente erupcione em posição normal. Limitações Quebra ou perda do mantenedor, principalmente os removíveis; ↑ Acúmulo de biofilme, seja o removível ou fixo; Interferência com a erupção do sucessor permanente, observar a erupção dos permanentes, para que não aconteça o travamento da erupção do permanente; Inibição do crescimento alveolar, lembrar que a criança está na fase de crescimento, devendo realizar manutenções sempre; Traumas nos tecidos moles; Dor. Contra-indicações Quando houve a perda do espaço, usa o recuperador; Com o dente sucessor irrompendo; Nos casos de agenesia, depende do planejamento que for feito no paciente, podendo ou não utilizar o mantenedor de espaço; Falta de controle do paciente ou de colaboração do mesmo. Tipos: A) Removíveis São conhecidos como estéticos e funcionais. São utilizados quando ocorre a perda de 1 ou + dentes, em pacientes colaboradores e na prevenção de hábitos orais deletérios. Suas vantagens, são: - Fácil construção do aparelho; - Facilita a correta higienização, pois pode retirar para higienizar o aparelho e a boca separadamente; - Restabelece dicção, fonação, estética e mastigação; - Mantém ou restaura a dimensão vertical; - Mantém o espaço para a acomodação normal da língua, evitando a lingua interposta anterior ou posterior. Requisitos ideais: - Manter o perímetro do arco no sentido anteroposterior; - Evitar a extrusão do dente antagonista no sentido vertical; - Permitir o livre crescimento ósseo de maxila e mandíbula; - Esteticamente aceitável B) Fixos Existem 4 subtipos: 1) Banda-alça 1.1.Alça-banda Utilizado quando ocorre a perda unitária e unilateral do molar decíduo nos arcos superior ou inferior, quando o dente de apoio se encontra íntegro, ou seja capaz de suportar uma banda. 1.2 Coroa-alça (não é muito utilizado no Brasil) Quando ocorre a perda unitária e unilateral de molar decíduo nos arcos superior ou inferior, quando o dente de apoio se encontra com extensa destruição coronária. São coroas pré-fabricadas, de aço, precisam ter um bom controle pois pode desgastar muito os dentes antagonistas. 2) Arco lingual (de Nance) Quando ocorre a perda bilateral de molar(es) decíduo(s) no arco inferior, garantindo a manutenção do espaço. 3) Barra transpalatina Quando ocorre a perda bilateral de molar(es) decíduo(s) no arco superior, garantindo a manutenção do espaço. 4) Botão de Nance É um aparelho ortodôntico fixo, de ancoragem dento-muco- suportada, onde a distribuição de forças é mais uniforme. 5) Bi-hélice modificado O apoio fica principalmente no sentido da palatina, se a ativação não for feita na hélice, pode ser feita só como mantenedor de espaço e acompanhar se o arco vai crescendo faz pequenos ajustes no aparelho. Nos quadri-hélice, são feitas movimentações ativas nos casos de mordidas cruzadas. 6) Prótese fixa com cursor É um tipo de prótese fixa onde a remoção não é possível e não interfere no desenvolvimento transversal da criança. O preparo e desgaste nos dentes vizinhos é mínimo, na colagem tem um tipo de encaixe e que conforme a criança vai crescendo no sentido transversal, é observado um espaçamento entre os dentes e o cursor começa a ser visualizado. 7) Colagem direta É uma prótese adesiva direta, queé pouco utilizado, normalmente se usa em situações mais de emergências, quando tem todo o contexto familiar (a família não aceita a perda do dente, por ex), na escola que sofre bullying etc. É feito só provisoriamente, por cerca de uma semana, já planejando um outro tipo de tratamento mais “definitivo”. 8) Guia de erupção distal Pouquíssimo utilizado, por conta da dificuldade de retenção nos dentes decíduos e da alta possibilidade de traumatismos. C) Semi-fixos Dificilmente são utilizados. (Não falou nada, só citou isso) 1) Placas Labiopalativas (LBO) 2) Arco Extrabucal (AEB) RECUPERADORES DE ESPAÇO Visam restabelecer o espaço destinado a um dente permanente fechado em consequência de perda precoce do seu correspondente decíduo. Geralmente, utilizam molas digitais que buscam mesializar e/ou distalizar os dentes adjacentes ao espaço que se pretende recuperar. Pode ser utilizado tanto na região anterior como na posterior, tanto na maxila como na mandíbula. Indicação Quando a perda de espaço foi comprovada e esta não é tão grande, ou quando a indicação dos molares para mesial não é severa, recomenda-se o uso de recuperadores de espaço. Princípios básicos dos aparelhos Devem ser construídos de maneira que minimizem o movimento recíproco dos dentes suporte; A força deve ser aplicada no ponto e direção corretos para evitar rotações, traumas e interferências oclusais, ao fazer os ajustes na mola é preciso ter bastante cuidado nas ativações, pois qualquer movimentação no sentido contrário pode fazer com que o dente se mova no sentido contrário, servindo até como alavanca, ocasionando a extrusão do dente; Movimentos complexos deveriam ser evitados porque estes não são facilmente tolerados pelos pacientes; A seleção do aparelho para recuperar o espaço depende da apresentação clínica geral do caso, além das características de inclinação, rotação (molas digitais) e translação ou uma combinação dessas situações existentes. Também precisa considerar o momento clínico (considerando o paciente, sua colaboração, analisar o espaço presente, comprimento do local, momento, procedimento de escolha etc) Tipos: A) Removíveis 1) Mola Simples Ajustes mais simples, como dentes que realizam pequenas movimentações (dentes vestibularizados ou palatinizados, por exemplo). 2) Mola de Benac São molas que fazem ajustes um pouco mais complexos quando comparados aos de mola simples. B) Fixos São utilizados para/quando: - Proporcionar um movimento maior do dente - Falta de cooperação do paciente - Tração cervical maxilar - Placa lábio ativa mandibular ou “Bumper” (não usa muito)
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