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Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade Nand K. Fageria1, Walter dos S. Soares Filho2 & Hans R. Gheyi3 1 EMBRAPA Arroz, Feijão 2 EMBRAPA Fruticultura Tropical e Mandioca 3 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Manejo da salinidade na agricultura: Estudos básicos e aplicados ISBN 978-85-7563-489-9 Fortaleza - CE 2010 Introdução Salinidade e rendimento das culturas Metodologia de avaliação Aspectos gerais Análise e interpretação de dados Características morfológicas Características fisiológicas Melhoramento genético das plantas Variação em germoplasma Papel das plantas nativas e exóticas Estratégia para melhoramento Introdução de cultivares tolerantes à salinidade Espécies potenciais de plantas para condições salinas Perspectivas futuras Conclusões Referências INTRODUÇÃO A salinidade é um dos principais fatores que reduzem a produtividade das culturas. Em nível mundial, estima- se que 20% da área cultivada e 33% da área irrigada sejam afetados por excesso de sais, boa parte dos quais situados no continente asiático (Heuer, 2003; Rains & Goyal, 2003; Sharma & Goyal, 2003; Ashraf & Foolad, 2005; Rengasamy, 2006; Ashraf & Foolad, 2007; Kant et al. 2008), abrangendo uma área total em torno de 900 milhões de hectares. De acordo com Pessarakli & Szabolcs (1999), todos os continentes, à exceção da Antártica, apresentam problemas de salinização do solo. Ainda em termos globais, a salinização dos solos está aumentando a uma taxa anual de 10% (Szabolcs, 1994). Além desses dados alarmantes, há que se acrescentar: i) a população mundial vai aumentar de 6,5 bilhões de indivíduos em 2009 para cerca de 10 bilhões em 2050 (Evans, 1998; Epstein & Bloom 2005), ii) a urbanização e industrialização vão aumentar a competição por água de alta qualidade (Evans, 1998; Rains & Goyal, 2003) e iii) o manejo inadequado do solo e da água aumentará a dimensão do problema da salinidade (Hillel, 1994; National Academy of Sciences, 1999). Solos afetados por sais são definidos como aqueles que têm sido adversamente modificados para o crescimento da maioria das plantas pela presença, na zona radicular, de sais solúveis, sódio trocável, ou ambos (Soil Science Society of America, 1997). A salinidade reduz o crescimento das plantas em razão do acúmulo de quantidades tóxicas de vários íons e em virtude do aumento da tensão osmótica da solução, que restringe a absorção de água pelas plantas (Munns, 1993; Saqib et al., 2004, 2005, 2006, 2008; Ribeiro et al., 2009). A toxicidade de Na+ é o mais notável efeito da salinidade no crescimento das plantas (Saqib et al., 2008). Com o aumento dos teores de Na+ e de Cl- ocorre uma diminuição dos teores de K+ e de Ca2+ na planta (Mansour et al., 2005; Kumar et al., 2008). Com a acumulação de altos teores de Na e Cl diminui a absorção de cátions e anions, ocasionando desequilíbrios nutricionais na planta, diminuindo seu rendimento agronômico (Romero et al., 1994; Maathuis, 2006; Kumar et al., 2008). Portanto, é altamente interessante a seleção de plantas tolerantes à salinidade, que excluem o Na+ no processo de absorção e tentam manter elevada a concentração de K na parte aérea (Munns et al., 2000; Tester & Davenport, 2003; Davenport et al., 2005; Saqib et al., 2004, 2005). Alta relação K/Na nos tecidos das plantas é considerada um bom indicador de tolerância à salinidade (Gorham, 1990; Wei et al., 2003). O excesso de sais reduz o processo fotossintético nas plantas, aumenta a respiração e diminui o crescimento (Saíram et al., 2002; Bayuello-Jimenez et al., 2003; Khadari et al., 2006). Os sais solúveis consistem, normalmente, de várias proporções dos cátions Ca2+, Mg2+ e Na+, dos ânions Cl-, SO42- e HCO3- e, às vezes, de K+, CO32- e NO3-. Devido à alta concentração de sais solúveis, solos salinos são caracterizados por uma alta condutividade elétrica. A Tabela 1. mostra o efeito da condutividade elétrica na produção das culturas. O pH de solos salinos normalmente encontra-se na faixa de 7 a 8,5 (Mengel et al., 2001). Solos cuja porcentagem de sódio trocável (PST = Na trocável/CTC X 100) mostre-se superior a 15% são denominados salino-sódicos. A ocorrência de solos salinos e sódicos é comum em regiões áridas e semiáridas, devido à baixa precipitação e à alta taxa de evaporação, fazendo com que os sais, não lixiviados, acumulem-se em quantidades prejudiciais ao crescimento normal das plantas. A salinização também Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade 214 Nand K. Fageria & Hans R. Gheyi ocorre em regiões litorâneas, em consequência da inundação do solo pela água salgada de mares ou oceanos. Em nível global, a cada ano verifica-se um aumento das áreas afetadas por sais, especialmente onde a irrigação é praticada sem um manejo adequado da água e do solo. A maior parte dos solos afetados por sais localiza-se em países em desenvolvimento, onde a densidade populacional é alta e, consequentemente, há necessidade de mais alimentos. No Brasil, além da região Nordeste, são encontrados solos salinos no Rio Grande do Sul e no Pantanal Mato-grossense (Ribeiro et al., 2009). Segundo Ribeiro et al. (2003), com base no mapa de solos do Brasil, os solos afetados por sais ocupam cerca de 160.000 km2 (16 milhões hectares) ou 2% do território nacional. A maior parte desses solos encontra- se no Estado da Bahia (44% do total), seguido pelo Ceará, que compreende 25,5% da área total de solos afetados por sais do País. Conforme já mencionado, prevê-se que em 2050 a população mundial chegue a aproximadamente 10 bilhões de indivíduos, estando a maior parte desse aumento populacional projetada nos países em desenvolvimento, onde a demanda de alimentos será maior. Neste contexto, a incorporação de áreas afetadas por sais no processo produtivo de alimentos, no futuro, terá papel fundamental do ponto de vista socioeconômico. A literatura indica que, além de recuperar o solo, o uso de cultivares tolerantes à salinidade pode ser uma ação complementar para a produção de alimentos em solos salinos (François, 1994; Shalhevet, 1995; François, 1996; Khadri et al., 2006; Gama et al., 2009). Assim, este capítulo objetiva discutir o melhoramento genético e a metodologia de avaliação de genótipos relacionados a culturas anuais no tocante à tolerância à salinidade. SALINIDADE E RENDIMENTO DAS CULTURAS A salinidade afeta o crescimento e consequentemente a produção das culturas (Pardo et al., 2006). Seus efeitos no crescimento das plantas são discutidos detalhadamente no Capítulo 4. Relativamente a culturas anuais, a Tabela 2. traz informações sobre valor de salinidade limiar, decréscimo no rendimento das principais culturas com o aumento unitário da salinidade acima desse limiar e classificação de várias culturas quanto à tolerância à salinidade. CONSIDERAÇÕES SOBRE A METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO PARA TOLERÂNCIA À SALINIDADE Aspectos gerais Existem inúmeros trabalhos na literatura que relatam a avaliação de espécies ou de genótipos de uma mesma espécie relativamente à sua tolerância à salinidade em condições de campo e em condições controladas (Fageria, 1985; François, 1994; Akhtar et al., 2003; Murtaza et al., 2009). A escolha de metodologia apropriada de avaliação é a primeira etapa para o sucesso do processo de desenvolvimento de cultivares tolerantes à salinidade. Não existe uma regra geral para avaliação de material genético quanto à tolerância à salinidade. A metodologia pode variar de acordo com as condições climáticas da região, tipo de solo, grau de salinidade do solo e disponibilidade de recursos físicos, humanos e financeiros. Desse modo, a metodologia deve ser desenvolvida e adaptada para cada condição. Para tanto, é necessário conduzir experimentos em campo e em casa de vegetação no sentido de alcançar resultados satisfatórios. Indubitavelmente, porém, em todas as situações, alguns princípios de avaliação óptica devem ser levados em conta no processo de avaliação do material genético, a saber: 01. Substrato de crescimentouniforme. 02. Genótipos com ciclos de desenvolvimento iguais no mesmo experimento. 03. Metodologia de validação de resultados deve ser simples e permitir avaliar grande número de genótipos com razoável precisão. 04. Parâmetros de avaliação bem definidos. 05. Se o experimento é conduzido em campo, deve-se determinar o nível de salinidade antes de instalar o ensaio. É necessária uma clara definição, na área experimental, do problema de salinidade para o qual se espera que a planta possa responder. Tabela 1. Resposta das culturas à condutividade elétrica da saturação do solo Fonte: Adaptada de Mengel et al. (2001). 215Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade Tabela 2. Limiar de salinidade, decréscimo no rendimento e tolerância de várias culturas à salinidade 1 S = sensível; MS = muito sensível; T = tolerante; MT = muito tolerante. Fonte: Maas (1986). 216 Nand K. Fageria & Hans R. Gheyi 06. Determinação do nível de salinidade em que a produção de uma dada espécie de planta começa a decrescer. 07. Na avaliação de genótipos para tolerância à salinidade é necessário que todos os nutrientes essenciais sejam aplicados em quantidades adequadas. 08. Os ensaios de avaliação devem ser acompanhados de práticas culturais adequadas, como época e densidade de plantio convenientes, controle de doenças, pragas e invasoras e colheita na época apropriada. 09. Na avaliação deve-se incluir uma cultivar tolerante e uma suscetível para se estabelecer comparações. 10. A tolerância das culturas à salinidade varia com o estádio de crescimento. A parte aérea é mais sensível à toxidez de salinidade do que o sistema radicular, tanto em experimentos de longa como de curta duração (Tabela 3, Figura 1). Portanto, em experimentos em casa de vegetação, a parte aérea pode ser usada como elemento indireto de avaliação das raízes. A Figura 1. mostra a resposta da parte aérea e das raízes de cultivares de arroz (Oriza sativa L.) à salinidade. O peso da matéria seca da parte aérea foi reduzido mais do que o das raízes. Isto significa que a parte aérea é mais sensível à salinidade do que as raízes e, também, que o peso da matéria seca da parte aérea é um parâmetro mais adequado para a classificação de cultivares de cereais tolerantes à salinidade do que o peso da matéria seca das raízes. Na avaliação do efeito da salinidade em condições de campo, a produção de grãos é o melhor parâmetro a ser considerado no caso de culturas graníferas anuais. enchimento de grãos (Figura 2.). Nessas culturas, portanto, a seleção para tolerância à salinidade deve ser feita no estádio mais sensível. É interessante, também, irrigar essas culturas com água salina durante o estádio de menor sensibilidade e usar água com baixa salinidade durante o estádio mais sensível. Trabalho realizado por Grattan et al. (1987) mostrou que a irrigação com água de 8 dS m-1, do início da floração até a colheita, não afetou significativamente a produção de melão (Cucumis melo L.) e tomate (Solanum lycopersicum L. var. Tabela 3. Nível de salinidade na redução de 50% do peso da matéria seca da parte aérea e das raízes de algumas culturas anuais Figura 1. Influência da salinidade no peso da matéria seca das raízes e da parte aérea de cultivares de arroz (Oryza sativa L.) (Adaptada de Fageria, 1992) Figura 2. Relação hipotética mostrando a tolerância de uma dada cultivar à salinidade em função de ciclo de crescimento Fonte: Shalhevet et al. (1995). De acordo com Shalhevet et al. (1995), resultados de experimentos conduzidos em casa de vegetação mostram que o sorgo [Sorghum bicolor (L.) Moench], o trigo (Triticum aestivum L.) e o caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] são mais sensíveis à salinidade durante o estádio vegetativo e no início da fase reprodutiva, menos sensíveis no estádio de floração e insensíveis durante o 217Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade lycopersicum), em comparação com a água de irrigação com salinidade de 0,2 dS m-1. Análise e interpretação de dados A tolerância à salinidade de uma espécie ou cultivar pode ser interpretada de três maneiras: 1. Pode ser considerada como a capacidade de sobrevivência da planta sob condições de elevada concentração salina. Uma espécie, em alta concentração de sal, pode crescer pouco ou não crescer, embora permaneça viva. Assim, a capacidade de sobrevivência de uma planta, quando submetida a aumentos crescentes de salinidade, é uma medida de tolerância à salinidade. 2. Pode ser considerada do ponto de vista da capacidade produtiva da planta, quando esta é exposta a um dado nível de salinidade. Por exemplo, ao se avaliar cultivares de uma mesma espécie em um solo contendo certo nível de salinidade pode-se considerar a cultivar mais produtiva como a mais tolerante. 3. Pode, ainda, ser considerada com base em um gradiente de salinidade, avaliando-se o comportamento de uma planta ou cultivar em solos com diferentes níveis de salinidade: baixos, médios e altos, de modo a verificar sua reação nessas condições. Após a condução de ensaios, os resultados da avaliação da tolerância de genótipos à salinidade devem ser analisados e interpretados adequadamente antes de serem aplicados na prática. Os critérios de avaliação podem compreender caracteres morfológicos (porcentagem de folhas mortas, redução em peso da matéria seca da parte aérea ou de grãos) e fisiológicos. Caracteres morfológicos: Dentre as formas de avaliação de caracteres morfológicos, uma baseia-se na resposta das folhas da cultivar em dado nível de salinidade. Considerando a porcentagem de folhas mortas, os genótipos podem ser classificados como tolerantes, moderadamente tolerantes ou moderadamente suscetíveis e suscetíveis (Tabela 4.). Conforme este critério, a Tabela 5. apresenta a classificação de 11 genótipos de arroz irrigado. Outros caracteres morfológicos compreendem a produção de matéria seca ou de grãos, avaliando-se as reduções na expressão dos mesmos que se verificam sob certo nível de salinidade, em relação à testemunha cultivada em solo não-salino. Este critério de avaliação é considerado como o mais adequado para aplicação em condições de campo. Conforme Fageria (1985a, 1985b, 1992), pode-se utilizar a seguinte fórmula no cálculo da redução da produção de matéria seca ou de grãos: RP = [(PSTS - PCTS) / PSTS] x 100 onde: RP - redução da produção; PSTS - produção sem tratamento de salinidade; PCTS - produção com tratamento de salinidade. A maneira de interpretar esses resultados é apresentada na Tabela 6. Além desses critérios, pode-se utilizar o Índice de Eficiência de Produção (IEP) na classificação de diferentes genótipos quanto à tolerância à salinidade. Este índice pode ser calculado como descrito a seguir (Fageria, 1991): IEP = (PANS / PMANS) x (PBNS / PMBNS) onde: IEP - Índice de Eficiência de Produção; PANS - produção com alto nível de salinidade; Folhas Mortas (%) Nota Classificação 0-20 1 Tolerante 21-35 2 Tolerante 36-50 3 Tolerante 51-70 5 Moderadamentetolerante 71-90 7 Moderadamentesuscetível 91-100 9 Suscetível Tabela 4. Classificação de genótipos de plantas cultivadas quanto à sua tolerância à salinidade, baseando-se na porcentagem de folhas mortas Fonte: Ponnamperuma (1977). Genótipo FolhasMortas (%) Nota Classificação BG 11-11 18 1 Tolerante IR 9129-102-2 12 1 Tolerante TOX 711-6 25 2 Tolerante IR 22 47 3 Tolerante IR 3511-39-3-3 53 5 Moderadamente tolerante Suvale 1 59 5 Moderadamentetolerante IR 2070-414-3-9 62 5 Moderadamentetolerante De Abril 71 7 Moderadamente suscetível Labelle 77 7 Moderadamentesuscetível BR 4 91 9 Suscetível IR 8 100 9 Suscetível Tabela 5. Classificação de genótipos de arroz (Oryza sativa L.) irrigado segundo sua tolerância à salinidade Fonte: Fageria et al. (1981). 218 Nand K. Fageria & Hans R. Gheyi PMANS - produção média do experimento com alto nível de salinidade; PBNS - produção com baixo nível de salinidade; PMBNS - produção média do experimento com baixo nível de salinidade. Resultadosobtidos empregando este critério são apresentados na Tabela 7. (Lauchli & Epstein, 1990; Noble & Rogers, 1992) mostram que vários mecanismos de tolerância são envolvidos e que, além disso, a importância relativa de muitos mecanismos pode variar entre espécies de plantas (Rush & Epstein, 1981) e entre cultivares da mesma espécie (Yeo & Flowers, 1983). Faltam informações, entretanto, sobre o controle genético desses mecanismos. Alguns parâmetros fisiológicos de avaliação, como acumulação e exclusão de íons e ajustamento osmótico, estão entre os mais importantes. Plantas halófilas, que habitam meios ricos em sal, acumulam certos íons inorgânicos em altas concentrações e utilizam-se deles para manter o potencial osmótico de seus tecidos abaixo do que o potencial externo apresenta. Em muitas alicofíticas, a diferença entre cultivares tolerantes à salinidade está associada ao baixo teor de absorção e à acumulação de Na+ ou Cl- em toda a planta ou na parte aérea. Neste caso, a tolerância é relacionada ao mecanismo de exclusão de íons. A Tabela 9. mostra a acumulação de Na+ na parte aérea de sete cultivares de arroz. Nas cultivares tolerantes, o teor de Na+ na parte aérea foi muito menor que nas suscetíveis. Lauchli (1984) observou que a maioria das leguminosas responde à salinidade pela exclusão de sais das folhas. A tolerância à salinidade em soja [Glycine max (L.) Merr.], alfafa (Medicago sativa L.) e trigo também se relaciona à exclusão de Na+ e/ou de Cl- na parte aérea (Noble & Rogers, 1992). Assim, a avaliação da tolerância à salinidade de genótipos dessas espécies com base na exclusão de Na+ ou Cl- pode ser um bom critério de seleção. Plantas tolerantes à salinidade devem ser capazes de ajustar seu potencial osmótico, o que envolve tanto a Tabela 6. Classificação de genótipos quanto à tolerância à salinidade, baseando-se na redução da produção de matéria seca ou de grãos Redução da Produção (%) Classificação 0-20 Tolerante 21-40 Moderadamente tolerante 41-60 Moderadamente suscetível > 60 Suscetível Fonte: Fageria (1985a). Tabela 7. Influência da salinidade no peso da matéria seca da parte aérea (g/5 plantas) de cultivares de arroz (Oryza sativa L.) e sua classificação para tolerância à salinidade T = Tolerante, MT = Moderadamente tolerante, MS = Moderadamente suscetível e S = Suscetível Cultivar/ Linguagem Condutividade Elétrica (dS m-1) Redução da Matéria Seca (%) Testemunha 5 10 5 10 CNA 810098 3,30 3,25 2,76 2 (T) 16 (T) CNA 810112 3,76 2,85 0,97 24 (MT) 74 (S) CNA 810115 4,66 3,33 1,67 29 (MT) 64 (S) CNA 810129 2,99 2,89 1,13 3 (T) 62 (S) CNA 810138 3,76 2,16 1,37 43 (MS) 64 (S) CNA 810168 3,12 2,69 1,96 14 (T) 38 (MT) A classificação de genótipos com base neste índice pode ser feita da seguinte maneira: genótipos tolerantes apresentam índice de eficiência maior que 1, genótipos moderadamente tolerantes relacionam-se a índices entre 0,5 e 1, e genótipos suscetíveis compreendem índices de eficiência entre 0 e 0,5. Observando esse critério, trabalho realizado em casa de vegetação utilizando solo pertencente à ordem Inceptissolo, possibilitou o seguinte agrupamento de cultivares de arroz, conforme sua tolerância à salinidade (Tabela 8). Características fisiológicas: A seleção baseada em parâmetros fisiológicos pode resultar em maior sucesso no desenvolvimento de cultivares tolerantes à salinidade. Alguns trabalhos de revisão publicados neste sentido Tabela 8. Influência da salinidade no peso da matéria seca da parte aérea (g) de cultivares de arroz (Oryza sativa L.) e sua classificação para tolerância à salinidade, conforme Índice de Eficiência de Produção (IEP) Cultivar/ Linhagem Nível de Salinidade (dS m-1) IEP eClassificação1Testemunha 10 g GA 3459 1,16 0,42 0,60 (MT) L 440 1,99 0,47 1,16 (T) IET 2881 1,87 0,81 1,88 (T) GA 3461 1,32 0,49 0,80 (MT) CNA 12 1,92 0,56 1,33 (T) GA 3452 1,96 0,59 1,53 (T) CNA 294-B-BM-4-4 1,85 0,61 1,40 (T) CNA 237-F-130-1 1,57 0,56 1,09 (T) CNA 108-B-28-2-1 1,15 0,16 0,23 (S) CNA 296-B-BM-M-4 1,63 0,28 0,56 (MT) Média 1,64 0,49 1 T = Tolerante, MT = Moderadamente tolerante, MS = Moderadamente suscetível e S = Suscetível. Fonte: Fageria (1985b). 219Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade absorção e a acumulação de íons como a síntese de solutos orgânicos. Esses mecanismos, usados como base de classificação de plantas halófilas (Waisel, 1972), geralmente operam juntos. O mecanismo dominante varia entre espécies de planta e, em alguns casos, entre partes da planta. A contribuição relativa de vários íons no ajustamento osmótico depende do mecanismo regulador do transporte de íons, como permeabilidade da membrana, cinética de transporte, energia e seletividade. A taxa de absorção é variável de íon para íon e, por isso, influencia o balanço iônico na planta. A contribuição do Cl - para o ajustamento osmótico é muito maior que a do SO42-, porque a absorção de Cl- é muito mais rápida que a de SO42-. Quando a salinidade consiste predominantemente de cátions monovalentes e ânions divalentes, como Na2SO4, a taxa de absorção de cátions é maior que a de ânions. Nesta situação, o balanço iônico é alcançado através da síntese e da acumulação de ácidos orgânicos (Maas & Nieman, 1978). É possível que o mecanismo mais importante para regular o potencial osmótico seja a absorção seletiva de íons. Plantas tolerantes possuem capacidade de absorver nutrientes essenciais na solução salina em que a concentração de íons não-essenciais (tóxicos) é muito maior que a de íons essenciais. Por exemplo, em solução de solos salinos a concentração de Na+ é maior que a de K+. Entretanto, a relação Na : K, em plantas que crescem nesse tipo de solo, é aproximadamente um ou menos. Esta alta especificidade para absorção de K+ está presente em várias espécies de plantas (Pitman, 1970). Entre as plantas halófilas, uma classe de eualofíticas ajusta-se ao ambiente salino pela acumulação de grande quantidade de sal, geralmente NaCl (Waisel, 1972). Essas plantas possuem adaptação para alta concentração de sais pelo aumento de suculência (exemplo: Salicornia herbacea (L.) L.), pelo acúmulo de sais em partes menos sensíveis (exemplo: Atriplex sp.), pela secreção do excesso de sais de seus órgãos (exemplo: Spartina alterniflora Loisel.), ou por várias combinações desses mecanismos. MELHORAMENTO GENÉTICO VEGETAL PARA TOLERÂNCIA À SALINIDADE Variação em germoplasma Existem grandes diferenças entre espécies e entre cultivares de uma mesma espécie com relação à tolerância à salinidade (Figuras 3. e 4.). Algodão (Gossypium hirsutum L.) e cevada (Hordeum vulgare L.) seguidas pelo trigo, estão entre as espécies mais tolerantes à salinidade. A maioria das leguminosas é suscetível à salinidade, estando entre as exceções a alfafa (Munns, 2001). Quando ao nível de salinidade encontra-se em torno de 10 dS m-1, a maioria das leguminosas morre antes da maturação. Nessas condições, porém, culturas como a cevada e o trigo Cultivar Teor de Na+ (mol m-3) Classificação Pokkali 39 Tolerante Nova Bokra 62 Tolerante IR 2153 50 Tolerante IR 5 99 Moderadamente tolerante IR 58 125 Moderadamente tolerante IR 36 150 Suscetível IR 22 247 Suscetível Tabela 9. Concentração de Na+ na parte aérea de cultivares de arroz (Oryza sativa L.) e sua classificação quanto à tolerância à salinidade Fonte: International Rice Research Institute (1994). Figura 3. Curva de resposta de espécies de plantas à salinidade (Adaptada de Shannon, 1984) Figura 4. Influência da salinidade no peso da matéria seca da parte aérea de duas cultivares de arroz (Oryza sativa L.) (Adaptada de Fageria, 1989) 220 Nand K. Fageria & Hans R. Gheyi chegam a produzir, embora com baixas produtividades (Munns, 2001). François et al. (1989) estudaram os efeitos da salinidade na produtividade de centeio (Secale cereale L.). A produção relativa de duas cultivares não foi afetada até 11,4 dS m-1. A cada aumento de uma unidade de salinidade, acima de 11,4 dS m-1, verificou-se redução na produçãoem 10,8%. Esses resultados colocam o centeio na categoria de espécie tolerante à salinidade. François et al. (1984) também estudaram os efeitos da salinidade na produção de duas cultivares de sorgo granífero. A produtividade não foi afetada até 6,8 dS m- 1. Após este nível, a cada aumento de uma unidade de salinidade houve diminuição na produção de grãos em 16%. O sorgo foi classificado por esses autores como espécie moderadamente tolerante à salinidade. Devitt et al. (1984) mostraram que, sob condições salinas, o sorgo é bem adaptado para explorar regiões com potencial osmótico mais favorável. François et al. (1990) determinaram os efeitos da salinidade do solo sobre a produtividade de duas cultivares de guar [Cyamopsis tetragonoloba (L.) Taub.], sendo esta espécie classificada como moderadamente tolerante à salinidade. Subbarao & Johansen (1994) também relataram diferenças significativas entre espécies leguminosas em relação à sua tolerância à salinidade. As Figuras 5. e 6. mostram a tolerância à salinidade de seis cultivares/ linhagens de arroz irrigado. Duas cultivares brasileiras, EEA 304 e IAC 435, morreram, mas quatro linhagens do International Rice Research Institute - IRRI sobrevieram sob o nível de salinidade de 10 dS m-1. coleção, manutenção e distribuição desse germoplasma para pesquisadores, com vistas à sua utilização em programas de melhoramento genético. Diversos estudos mostram que muitas plantas nativas e exóticas possuem alta tolerância à salinidade e que esta pode ser transferida para plantas cultivadas mediante a aplicação de técnicas de melhoramento genético. Lycopersicon cheesmani, por exemplo, é uma espécie silvestre relacionada ao tomateiro, distinguindo-se por sua alta tolerância à salinidade, podendo produzir satisfatoriamente mesmo quando irrigada com água do mar, cujo nível de salinidade é altamente tóxico para tomateiros cultivados. Semelhantemente, considerando o trigo, a espécie silvestre Elytrigia elongata (Host) Nevski também mostrou alta tolerância à salinidade em relação à espécie cultivada Triticum aestivum. Por outro lado, plantas silvestres relacionadas à cevada, como Hordeum jubatum L. e Hordeum marinum Huds., em comparação com a espécie cultivada Hordeum vulgare, não possuem alta tolerância a sais (Subbarao & Johansen, 1994). Estratégias relacionadas ao melhoramento genético O melhoramento genético de cultivares para tolerância a sais é plenamente viável, uma vez que não se verificam relações de antagonismo entre alta produtividade e tolerância à salinidade (Akbar & Ponnamperuma, 1980). Dentre híbridos obtidos de cruzamentos entre cultivares de arroz, tolerantes e suscetíveis à salinidade, alguns apresentaram alta tolerância a sais, conforme Akbar & Ponnamperuma (1980), que constataram, em geração F2, ampla faixa de variação entre genótipos, permitindo a seleção, nas gerações F3 e F4, de plantas tolerantes à salinidade. A tolerância a sais varia em conformidade com o estádio de crescimento da planta. Assim sendo, em Figura 5. Tolerância à salinidade de genótipos de arroz (Oryza sativa L.) irrigado durante fase inicial de crescimento sob 10 dS m-1 nível de salinidade aplicado com 2% de solução de NaCl Plantas nativas e exóticas como fontes de tolerância à salinidade Plantas nativas e exóticas são frequentemente empregadas como fontes de tolerância à salinidade. Em nível mundial, várias instituições são responsáveis pela Figura 6. Tolerância à salinidade de genótipos de arroz (Oryza sativa L.) irrigado durante a fase inicial de crescimento sob 10 dS m-1 nível de salinidade aplicado com 2% de solução de NaCl 221Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade programas de melhoramento genético, deve-se concentrar esforços nos estádios críticos da planta. Não se deve esquecer, todavia, que a resposta da planta à salinidade está diretamente relacionada à duração da exposição ao estresse, e que, na seleção, o desempenho geral deve levar em conta todos os estádios de crescimento do vegetal. São poucos os trabalhos realizados em melhoramento genético para tolerância de cultivares a sais. Nesse contexto, verifica-se a necessidade da formulação de métodos que permitam uma rápida e eficiente avaliação do material em teste. As técnicas de seleção e os métodos de melhoramento genético para tolerância a sais foram discutidos por vários pesquisadores (Nieman & Shannon, 1976; Ponnamperuma, 1977), tendo sido sugerido o uso de técnicas de genética quantitativa, uma vez que diversos genes podem estar envolvidos no comportamento da tolerância à salinidade. No processo de geração de cultivares tolerantes à salinidade é importante definir corretamente os níveis de salinidade a serem aplicados durante o crescimento e desenvolvimento dos genótipos sob avaliação; deve-se ter em mente a não viabilidade de utilização de uma só cultivar em diferentes tipos de solos salinos. Portanto, é necessário o conhecimento da composição de sais existente nos solos para os quais as novas cultivares serão desenvolvidas. Inicialmente os genótipos podem ser avaliados sob condições controladas, devendo os testes finais, entretanto, serem conduzidos sob condições de campo, de modo a se avaliar sua produtividade. Nas avaliações preliminares de germoplasma, da germinação à maturação, o emprego de soluções nutritivas é a melhor opção para a identificação de genótipos tolerantes à salinidade (Subbarao & Johansen, 1994). O IRRI desenvolveu a cultivar de arroz IR50 tolerante à salinidade. Em média, esta variedade produziu 3 t por hectare em ensaios de rendimento em locais onde as cultivares tradicionais não conseguiram sobreviver. O IRRI demonstrou, também, que o uso de cruzamento cumulativo, envolvendo várias cultivares tolerantes à salinidade, pode possibilitar o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes que seus respectivos parentais. Progênies de cruzamentos entre duas cultivares tolerantes à salinidade manifestaram alta tolerância em F1 e F3, superior à de seus parentais. Introdução de cultivares tolerantes à salinidade Apesar da existência, entre e dentro de espécies, de variabilidade genética suficiente para a geração de indivíduos tolerantes à salinidade (Venables & Wilkins, 1978; Norlyn, 1980; Fageria, 1985b, 1991), poucos são os exemplos de lançamento de cultivares que apresentam essa característica (Tabela 10.). Tomando-se por base o conhecimento da variabilidade genética existente em nível de cultivares de culturas anuais, relativamente à tolerância à salinidade, conclui-se que esta ainda não foi suficientemente explorada em programas de melhoramento genético. Dentre as razões que levaram a essa situação encontram-se: 1. Falta de conhecimento da complexidade da natureza da tolerância e do modo como esta é modificada pelas condições ambientais. 2. Variação da tolerância da planta à salinidade em conformidade com sua idade. 3. Em geral, os melhoristas estão preocupados com outros objetivos, como: alta produtividade, resistência a doenças e ao acamamento e qualidade do que se pretende produzir. Muito pouca atenção tem sido dada aos estresses de natureza abiótica relacionados ao solo. ESPÉCIES DE PLANTAS ADAPTADAS AO CULTIVO SOB CONDIÇÕES SALINAS Várias espécies de plantas possuem alta tolerância à salinidade, tendo adaptação ao cultivo em solos salinos; Adaptado de Shannon (1996), Noble & Rogers (1992). Tabela 10. Cultivares de diferentes espécies de plantas tolerantes à salinidade lançadas comercialmente 222 Nand K. Fageria & Hans R. Gheyi dentre as mesmas, algumas são apresentadas na Tabela 11. Espécies de Chenopodiaceae são bem conhecidas quanto à sua capacidade de acumular altos teores de Na+ na parte aérea da planta, associada a uma baixa relação K+/Na+, em torno de 2,2 (Haneklaus et al., 1998). Além disso, a alta tolerância à salinidade está associada à exclusão de íons tóxicos no processo de absorção (Greenway & Munns, 1980). PERSPECTIVAS FUTURAS A salinização, do solo e da água, é um dos problemas mais graves na produçãoagrícola, particularmente em regiões áridas e semiáridas. Em nível das diferentes culturas, a avaliação do germoplasma disponível, incluindo o silvestre, pode fornecer fontes de tolerância à salinidade para programas de melhoramento genético. Além disso, diversas técnicas relacionadas à moderna biotecnologia não foram suficientemente utilizadas em programas de melhoramento genético dirigidos ao desenvolvimento de cultivares tolerantes à salinidade. Em futuro próximo, o desenvolvimento de novos genótipos tolerantes à salinidade dependerá de esforços multidisciplinares e multi-institucionais, envolvendo pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, como melhoramento genético, fisiologia, física de solo, fertilidade do solo e nutrição, cultura de tecidos, citogenética, transgenia, métodos quantitativos, entre outras. CONCLUSÕES Em nível mundial, o maior potencial de expansão da fronteira agrícola situa-se em regiões tropicais, que incluem o Brasil, país onde existem grandes áreas afetadas por sais. Práticas comuns de recuperação de solos salinizados compreendem o uso de corretivos e da água para lixiviação de sais. Essas práticas, entretanto, são muito dispendiosas, tornando o emprego de espécies ou cultivares adaptadas a tais condições adversas uma estratégia promissora para a sustentabilidade da produção de alimentos. No futuro, prevê-se a expansão do emprego da irrigação, com vistas à produção de alimentos em quantidade suficiente para satisfazer à demanda da crescente população mundial. Com isso, corre-se o risco de ampliação das áreas que apresentam solos salinos e sódicos, caso não sejam adotadas medidas adequadas de manejo do solo e da água. Nesse sentido, será fundamental o uso conjunto de práticas que envolvam o manejo do solo, da água e da planta. Embora as diferenças entre espécies com relação à tolerância à salinidade sejam bem relatadas, é necessário intensificar a realização de trabalhos, de natureza básica e aplicada, nas áreas de fisiologia, genética e melhoramento das plantas, de modo a permitir um melhor entendimento dos processos envolvidos nas respostas de tolerância à salinidade. Tabela 11. Espécies de plantas tolerantes à salinidade Fonte: Maas (1986). 223Melhoramento genético vegetal e seleção de cultivares tolerantes à salinidade REFERÊNCIAS Akhtar, J., Haq, T., Shahzad, A., Haq, M. A., Ibrahim, M.; Ashraf, N. Classification of different wheat genotypes in salt tolerance categories on the basis of biomass production. International Journal of Agriculture and Biology, v. 5, p. 322-325, 2003. Ashraf, M.;Foolad, M. R. Pre-sowing seed treatment-a shotgun approach to improve germination, plant growth, and crop yield under saline and non-saline conditions. Advances in Agronomy, v. 88, p. 223-271, 2005. Ashraf, M.; Foolad, M. A. Improving plant abiotic-stress resistnce by exogenous application of osmoprotectants glycine betaine and praline. Environmental Experimental Botany, v. 59, p.206-216, 2007. Akbar, M.; Ponnamperuma, F. N. Saline soils of South and Southeast Asia as potential rice lands. 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