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06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 1/27 METODOLOGIAS ATIVAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Olá, acadêmico! É com muito prazer que apresentamos a disciplina Metodologias Ativas. A disciplina abordará os conceitos fundamentais desta metodologia que é tão necessária, porém ainda pouco conhecida. No primeiro tópico, você terá como foco principal a ideia geral do conceito Metodologia Ativa, o que signi�ca fazer uso de seus recursos, além de investigar quem é o educador nesta nova caminhada e qual é o papel do aluno dentro deste processo de ensino-aprendizagem, que basicamente inverte a hierarquia e coloca o discente no centro do processo. Agora, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento e passa a ser o mediador e curador das melhores informações. Ele intermediará o ensino estimulando o aluno a ser responsável pela criação do seu conhecimento. Também, veremos um pouco sobre a história do Ensino Híbrido, suas principais características e de que forma é possível preparar o professor para exercê-lo em sala de aula. No tópico 2 da Unidade, iremos abordar como é possível realizar as poucos as mudanças na cultura do professor, da escola e do aluno, inserindo e sugerindo novas maneiras de ensinar e aprender. Tais modi�cações têm seu início no professor, que agora necessita estar Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 2/27 aberto para o ensinar mais colaborativo, passando por um mero ajuste dentro da sala de aula, nas disposições das cadeiras e mesa, no estímulo para trabalhos em grupo e baseado em problemas, projetos e na ação. Algo que acaba transformando todo processo e tornando-o mais atraente e prazeroso ao aluno, além de ser extremamente recompensador ao educador. No tópico 3 dessa Unidade, o aprendizado será referente a como colocar em prática as metodologias ativas, através de quatro práticas: da sala de aula invertida, que consiste em inverter a aula normal - postando vídeos, textos, �lmes, fotos, clipes, que serão estudados antes da aula - a aprendizagem baseada em projetos, que consiste em propor o trabalho em grupos de forma organizada e bem estruturada, trabalhando, com temas diversos e na aprendizagem baseada em problemas e no uso de equipes em sala de aula. Todas estas práticas devem ser cuidadosamente implementadas, seguindo regras em um passo a passo que iremos aprender juntos! Já no tópico 4, veremos a importância da personalização no uso das metodologias ativas, entendendo formas possíveis de ensinar de uma maneira que seja atraente ao aluno. Por �m, no tópico 5, abordaremos a questão da avaliação, relembrando as avaliações diagnósticas, que servem para diagnosticar o processo de ensino aprendizagem, a somativa, que serve basicamente para atribuir uma nota ao aluno, e a formativa, que é a mais utilizada na Metodologia Ativa, pois consiste em avaliar o aluno durante toda a sua caminhada. Acadêmico, ao �nal de cada tópico você terá dicas do professor e sugestões de leitura, além de ter oportunidade de praticar os seus conhecimento, veri�cando seu processo de aprendizagem. Desejamos que os conhecimentos desta disciplina sejam transformadores para a sua vida! Bons estudos! Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 3/27 reconhecer e entender o que são metodologias ativas; apresentar alguns autores que servem de aporte teórico e que estão relacionados ao tema metodologias ativas; compreender a importância da valorização e participação efetiva dos alunos na construção do conhecimento; apresentar práticas pedagógicas, possíveis de se aplicar na educação básica e/ou superior, que valorizam o protagonismo dos estudantes; observar o uso de algumas metodologias ativas, como: pedagogia de projetos, sala de aula invertida, aprendizagem baseada em equipes e comunidades de práticas. Identi�car as formas de aplicação das metodologias ativas; Compreender a história do ensino híbrido; Descrever e analisar os diferentes papéis do professor e do aluno no uso das metodologias ativas; Aplicar as metodologias ativas em sala de aula; Avaliar de maneira apropriada os alunos, levando em consideração que na metodologia ativa não importa o resultado, e sim o processo. Comparar o ensino tradicional com o ensino baseado nas metodologias ativas; Valorizar os alunos e aprender a utilizar outras formas de ensinar em sala de aula; Objetivos: Objetivos Habilidades que o aluno deverá desenvolver: Competências que deverá adquirir ao �nal da disciplina: Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 4/27 Estimular o aluno a ser responsável e autônomo dentro do processo de ensino e aprendizagem; Entender a realidade do aluno hoje e as mudanças no processo epistemológico, tendo em vista as várias tecnologias digitais e as várias formas de aprender. A APRENDIZAGEM É ATIVA Ao longo de nossas vidas enfrentamos vários desa�os, seja aprendendo ativamente entre as trocas de experiências com outro, seja desa�ando e questionando, quando motivados pela nossa curiosidade, ou redescobrindo novas dimensões da vida em meio a acertos e erros. Como diria Paulo Freire, em sentido amplo, a aprendizagem é ativa, pois ela ocorre acompanhada de um desejo de participar e criar, não apenas no desejo de se adaptar à realidade, “mas, sobretudo, de transformar, para nela intervir, recriando-a” (FREIRE, 1996, p. 28). Mas por quais motivos esquecemos estes elementos tão preciosos, como a criatividade e a atividade? As últimas décadas foram marcadas por inúmeras pesquisas acerca de como e porque aprendemos. A questão central é se o aprendizado efetivo chega acompanhando do exercício e da prática, ou ocorre apenas por simples transmissão. Como resultado, surge o que denominamos como metodologias ativas, um método de ensino e aprendizagem que movimenta o conhecimento e as competências, a partir da experiência direta e sua interação, compreendendo que a aprendizagem mais profunda e signi�cativa requer espaços abertos ao exercício ativo do aluno em novos ambientes, certamente, mais ricos de oportunidades para trabalhos colaborativos, práticos e interativos. Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 5/27 Nesta caminhada, caro estudante, veremos como os papéis do educador e educando se alteram, pois pensando em metodologias ativas, o professor deixa de ser o guia e censor, para transformar-se em tutor, mediador e curador dos melhores conteúdos. Já o aluno passa a ocupar papel central, construindo o seu conhecimento na interação cooperativa, sendo assim o protagonista e autor do conhecimento. Além disso, compreenderemos o que signi�ca o famoso ensino híbrido, esta junção entre o melhor dos dois mundos: o online e o o�ine, observando algumas práticas efetivas que envolvem o uso de tecnologias, como: a pedagogia de projetos, a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada em equipes e as comunidades de prática (COPs). As novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) permearam a nossa conversa, a�nal, elas auxiliam os pro�ssionais da educação dispostos a reinventar o ato de educar. Vamos lá? METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM Você já parou para pensar que nós, enquanto educadores, somos uma geração não tecnológica tentando ensinar uma geração totalmente imersa na tecnologia? E que se o mundo passou por transformações de forma tão drástica nas últimas décadas, não seria um grande erroacreditar que o ato de aprender e ensinar deva permanecer da mesma forma? A prova de que devemos nos questionar acerca de como aprender e ensinar, a partir destas e de outras perguntas, se inscreve no momento contemporâneo, onde os desa�os docentes frente a novos desa�os �cou ainda mais evidente. Se estamos diante de tempos incertos, quanto aos comportamentos nos próximos anos, a única certeza que temos é que falar de educação nunca mais será mesma forma. Enquanto escrevo, para você estamos em meio a maior pandemia mundial enfrentada por gerações, sem previsão de retorno às aulas, e ela Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 6/27 evidenciou a importância de estar preparado para realizar trabalhos à distância, que exijam o uso de outras metodologias, muito mais interativas, dinâmicas, personalizadas, rápidas, atraentes, ultrapassando o velho uso do giz, do quadro, da sala de aula presencial e dos materiais impressos. Neste contexto, as tecnologias educacionais, as famosas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) e as TDICs (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação) emergem como aliadas, quando o assunto é personalização e autonomia dentro do processo de ensino e aprendizagem. Ao analisar separadamente metodologia e metodologia ativa, constatamos que a primeira é bastante conhecida e que se constitui como as diretrizes para o processo de ensino aprendizagem, resultando em estratégias, técnicas, exercícios e abordagens. A segunda direciona-se à participação efetiva e intencional, não só do educador, mas principalmente do estudante, com a utilização de vários recursos, �exíveis, personalizados e adaptáveis aos discentes e as suas várias formas de aprender. Este processo visa garantir o respeito ao ritmo de aprendizagem de cada aluno, e não o seu contrário. No entanto, como é possível colocar em prática a metodologia ativa? A partir de vários modelos, dentre eles, o modelo híbrido. Vamos entender um pouco mais acerca deste conceito. Acompanhando as transformações globais e suas mudanças, especialistas e educadores brasileiros, como Lilian Bacich e José Moran, importaram alguns métodos americanos com intuito de modi�car gradativamente a cultura escolar, logo após perceber a necessidade de inserir metodologias e práticas disruptivas de ensino, no Brasil. Um dos métodos mais famosos, e que ganhou espaço no cenário brasileiro, é o ensino híbrido, um misto entre o ensino presencial e à distância, também conhecido como blended learning (b-learning), abordado e difundido pelos autores Clayton M. Christensen e Jonathan Bergmann, em suas famosas obras: O dilema da Inovação e Sala de aula Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 7/27 Individual: onde os alunos percorrem e traçam seus caminhos (ao menos em partes); Grupal: momento em que o aluno dialoga e amplia o seu conhecimento na troca e compartilhamento, como na produção e discussão entre pares; Tutorial: que corresponde a aprender com pessoas mais experientes e que podem orientar naquele determinado campo e atividade (colega, mentor, professor etc). invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Literalmente, b- learning, ou ensino híbrido, signi�ca encarar o ensino online como espinha dorsal do processo ensino aprendizagem, mudança que pode ocorrer lentamente, mas que se torna disruptiva e irreversível, a partir do momento em que rompe com os padrões tradicionais da educação, ao re-posicionar o aluno dá margem, ao centro do processo do processo de ensino aprendizagem. Segundo o educador e pesquisador José Moran, na obra Metodologias ativas para uma educação inovadora, existem três movimentos ativos básicos que compõem a concepção de Ensino Híbrido (BACICH, L.; MORAN, E. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018, p. 4-5): Figura 1: O professor deve se reinventar no mundo contemporâneo Fonte: <https://pxhere.com/>. Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 8/27 do ensino baseado em projetos, das comunidades de práticas; aprendizagem baseada em equipes; e de um ensino que ultrapasse a tradicional concepção de espaço e tempo, como na sala de aula invertida (�ipped classroom). Assim, ainda que o papel do professor se modi�que no ensino híbrido, como metodologia ativa, não diminui sua relevância, só que agora ocupará uma posição diferente: a de elaborar e selecionar as atividades mais pertinentes, os recursos mais aderentes, assim como os objetos e meios, além de coordenar, cuidar e zelar para que o aluno avance efetivamente no seu processo de ensino aprendizagem. Sendo assim, a responsabilidade desse processo deixa de ser exclusivamente do professor e este movimento torna o discente parte ativa e colaborativa. Trabalhar com ensino híbrido signi�ca o mesmo que lançar mão de vários expedientes para ensinar, em especial, os tecnológicos, dando ênfase à autonomia dos alunos a partir de trabalhos individuais ou coletivos, fora ou dentro do espaço da sala de aula, como por exemplo: TDICs são tecnologias digitais de informação e comunicação. Usá- las na educação corresponde a ensinar fazendo o uso de tecnologias, hardware, softwares, aplicativos, o que nos leva a ferramentas como podcast, simuladores de realidade virtual, games interativos, plataformas de interação entre professor e aluno, como moodle, AVA, dentre outros. O uso das TDICs e TICs chega com a inclusão digital, sendo um grande aliado, tanto na capacitação dos docentes, quanto no uso prática na sala de aula. Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 9/27 PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EMBASADO EM PRÁTICAS, METODOLOGIAS E TRABALHO COLABORATIVO O educador que integra as metodologia ativas em sua prática é aquele disposto a romper com hierarquia de domínio, da disciplina e do silêncio, ampliando a con�ança que antes era mínima - como no caso do ensino tradicional e conteudista, para conquistar os alunos e promover um aprendizado mais independente e, principalmente, mais colaborativo. Para tanto, o primeiro passo será enxergar crianças e adolescentes como seres autores e dotados de um potencial excepcional. Figura 2: Aprendizado atônomo FONTE: <Freepick.com>. Mas como é possível oferecer esse ensino personalizado, colaborativo e ativo se a realidade do professor é de 40 horas/aulas semanais, com salas cheias e tendo em média 50 alunos? Sem contar a falta de estrutura escolar nas redes públicas ou do alcance ainda precário da internet, sem cobrir as zonas rurais ou as regiões periféricas. A questão é derrubar mitos e o senso comum, que causam resistência na adoção de novas formas de educar. Antes de falarmos de metodologia ativas, o mais importante será tratar da mudança no pensamento do educador (mindset), ajustes disruptivos, como estruturar a sala de uma forma que o debate possa ocorrer, sugerindo a formação de pequenos círculos de mesas e cadeiras, com equipes que trabalham temas distintos e de forma multidisciplinar, como na montagem de uma aula com Rotação por Estações, ou no Laboratório Rotacional. Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 10/27 De fato, modelos de ensino híbrido que exigem mais da criatividade do educador, mas por outro lado promovem uma aula mais participativa, ativa e cooperativa e por consequência mais e�ciente e signi�cativa para oaluno. Um dos grandes problemas encontra-se na cultura educacional – e isto signi�ca que todos nós fazemos parte desta cultura, docentes, discentes, família e sociedade em geral – em que as aulas ainda são planejadas, levando em consideração o per�l médio dos alunos. Em uma sala de aula, em que encontramos alunos retroativos, interativos e proativos, é necessário dar um novo passo e rever os extremos, perceber que cada aluno possui sua forma individualizada e pessoal de aprender. É necessário admitir que isto não é um problema a ser superado, mas uma situação a ser explorada, para que tais diferenças se complementam durante os projetos de trabalho, através do aprendizado colaborativo - em que alunos mais velhos colaboram com os mais novos, ou alunos proativos colaborem com alunos interativos e estes com os retroativos, proporcionando uma transformação. Desta forma, tutores provisórios são eleitos e irão auxiliar em laboratórios de informática e em determinadas atividades. Esta mudança faz com que o aluno se sinta parte importante e ator principal dentro deste processo de construção do seu próprio conhecimento e do conhecimento dos demais atores envolvidos, ressigni�cando seu processo de ensino aprendizagem. Portanto, as modi�cações nas metodologias de ensino, no espaço físico e na aula em si, precisam ocorrer, seja no simples ajuste na disposição das cadeiras e mesas, ou com a proposta e promoção de aulas fora da espaço convencional - no pátio, no jardim, laboratório – mas principalmente com a mudança na postura da cultura educacional, possibilitando ao professor que assuma seu papel de mediador, retirando-se do púlpito central para estar na mesma altura de seus alunos. Com o uso de metodologias ativas, o professor passa a ser um guia, mais disposto a ouvir do que a falar, abrindo espaço para sugestões Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 11/27 de temas e conteúdos que agreguem ao desenvolvimento dos atores de suas turmas. Neste primeiro momento, é necessário compreender que a mudança principal não está na simples dinâmica de troca da metodologia tradicional pelo uso de novas e complexas tecnologias da moda, mas na mudança de pensamentos e de pequenas práticas que possam promover interações signi�cativas. Nos próximos tópicos veremos como colocar em prática estas mudanças e como o estudo colaborativo pode deixar de ser apenas uma teoria. Laboratório rotacional é um entre os vários modelos de ensino híbrido, onde os alunos são divididos em grupos e rotacionam entre os demais grupos da sala de aula e o laboratório de informática, realizando a prática nos computadores e esclarecendo as dúvidas em sala, com o professor ou tutor. Já no modelo de rotação por estações, professor e os alunos se organizam dentro da sala de aula a partir de estações de trabalho com diferentes temas pelos quais os alunos irão transitar. Sugere-se que uma das estações contenha atividade online, porém, não é obrigatório. Saiba mais em <https://bit.ly/34A6rSQ>. PRÁTICAS DOCENTES INOVADORAS INCORPORAÇÃO Sabendo que a tecnologia se expande e que são atraentes, educadores estão colocando em prática as metodologias ativas e aventurando-se nas plataformas, pesquisas na internet, uso da pedagogia de projetos, de games e gami�cação. No entanto, na hora de pôr em prática, nem sempre o sucesso é garantido. Isso nos faz questionar se o problema Capítulo 2 https://bit.ly/34A6rSQ 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 12/27 estaria apenas na resistência por parte da cultura escolar, ou se também perpassa pela necessidade de compreender a dinâmica, para e�ciência destas metodologias. É importante ressaltar que a proposta não se refere ao abandono de métodos já utilizados pelos docentes, mas acrescentar métodos ativos no processo de ensino aprendizagem pode revolucionar as relações de conhecimento contínuo. Veremos um pouco sobre algumas ferramentas inovadoras, como da sala de aula invertida, que coloca de ponta cabeça o ritmo tradicional da aula. No segundo momento, entenderemos o porque a pedagogia de projetos é importante, respeitando sua metodologia, bem como a aprendizagem baseada em problemas. Por último, compreenderemos a importância do trabalho em equipe dentro da perspectiva do aluno, no centro do processo de ensino aprendizagem com as comunidades de prática (COPs). A SALA DE AULA INVERTIDA Enquanto professores, sabemos que na sala de aula tradicional o tempo é limitado, tendo em média 40 minutos de exposição do professor, cinco minutos para debate e outros cinco para exercícios, sem contar a chamada e contratempos. E se tivéssemos mais tempo para ensinar? Quando você inverte a sala de aula, a relação com o tempo e espaço se modi�cam e algumas atividades tão importantes como o momento da dúvida e da prática se tornam a parte principal da aula. Na dinâmica da sala de aula invertida, o professor pode propor ao aluno que inverta o processo, proporcionado através da postagem de determinados elementos em uma plataforma digitais, como mídias, vídeos gravados, vídeo do Youtube, textos, slides, reportagens, músicas e �lmes, que devem ser veri�cados em tempos e espaços diversos à sala de aula, antes que os encontros aconteçam. A partir do momento em que o aluno tem um contato prévio com os materiais, antes da aula presencial, ele se sente mais engajando e adota outra postura para conversar, tirar Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 13/27 dúvidas, discutir com os outros colegas, questionando de uma maneira mais crítica, uma vez que o diálogo tem a possibilidade de ocorrer. Esta inversão faz com que o tempo deixe de ser um vilão, além de transformar o tempo presencial em um momento mais dinâmico, reservado para tirar dúvidas, interagir com jogos, realizar questionários e simulações. Consequentemente, o aluno terá espaço para uma interagir e ser mais ativo, adotando uma postura protagonista em sala de aula. Figura 3: Espaços de aprendizagem FONTE: Adaptada de Horn; Staker, 2015. De forma prática, a modalidade sala de aula invertida necessita de um ambiente de virtual de aprendizagem (AVA), que podem ser pagas ou gratuitas como a plataforma moodle, blog ou Google Classroom, para que a indicação prévia de conteúdos possa ser realizada. O professor pode até mesmo convidar os alunos a participar da construção deste ambiente, possibilitando que a turma seja protagonista também nesta seleção. Para que a sala de aula invertida possa ser concretizada, você poderá iniciar as indicações em um momento presencial, informando, por exemplo, que a disciplina tem sete capítulos, todos compostos de pré aulas que devem ser realizadas extraclasse momento em que o aluno irá assistir vídeos, ler contos, poemas, músicas, e- books, ou seja, ter contato com alguma mídia. Extra classe, o aluno acessa a plataforma virtual, estuda, aprende, faz jogos, exercícios e lê o material disponível. A aula �ca mais personalizada, pois o aluno pode ver, pausar e rever todos os Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 14/27 conteúdos em casa, apreendendo a partir do seu ritmo. Após quinze dias, a aula presencial acontece e a primeira atividade será um teste online com perguntas e respostas de múltipla escolha, que auxiliará na veri�cação do que foi absorvido pelo o aluno, a partir do que foi disponibilizado na sala de aula virtual. O que vai para a sala são as dúvidas e, com o uso de um questionário, o professor obtém informações a respeito daslacunas de aprendizagem e dos progressos de maneira rápida, elaborando um teste em que resultados das questões são fornecidos na mesma hora, com a utilização de um formulário Google, por exemplo. Após a veri�cação, o professor possibilita o debate e proporciona momentos de interação entre aluno- professor e aluno-aluno. Figura 4: Sala de aula invertia FONTE: <https://commons.wikimedia.org/>. PEDAGOGIA DE PROJETOS Quando propomos projetos também lidamos com a educação de forma ativa, pois tal proposta permite que o aluno estude em grupo e trabalhe de forma prática. O princípio do projeto está baseado no tempo: deve-se levar em consideração que todo projeto consiste em uma atividade com prazo determinado e que pode variar entre um dia, uma semana ou um semestre. Nesta perspectiva, o tempo não importa, desde que esteja estabelecido que o projeto deve ter início, meio e �m. Para �nalizá-lo, os alunos apresentam o produto �nal, através de um artefato tangível, como uma exposição em PowerPoint, maquetes, cartazes ou outra manifestação. Mas como colocar esta metodologia em prática? Existem alguns passos que orientam a pedagogia de projetos de forma prática. Capítulo 2 https://commons.wikimedia.org/ 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 15/27 Primeiramente, deve-se instigar o aluno trazendo pequenos vídeos, casos reais, trechos de reportagens, que fomentem o tema a ser trabalhado. No segundo momento, é necessário elaborar o estudo em forma de desa�o e propor a resolução de um problema. Por exemplo, os alunos devem investigar o fenômeno das enchentes dos últimos meses em sua região, após receber a seguinte informação em um papel: Com o crescimento populacional, certos bairros foram construídos em locais aterrados, sobre rios, córregos e mangues. No último mês, vimos desastres após longos períodos de chuva. Levando em consideração o crescimento populacional inevitável, bem como a chuva que não pode ser controlada, como é possível construir e habitar estes locais? Figura 5: Elaborando soluções FONTE: <lucianarondon.com.br>. O terceiro passo é a pesquisa e a discussão, ou seja, momento em que os alunos irão pesquisar na internet e livros, conversar em grupos, em duplas, e buscar soluções com especialistas, para entender como economicamente e ambientalmente será viável colocar em prática seus projetos. A quarta etapa é a idealização do projeto, isto é, traduzir estas ideias em um artefato na forma de um protótipo, um cartaz, projeto textual, maquete, palestra, PowerPoint, blog. Por �m, temos a etapa dos feedbacks, a�nal, todo projeto demanda uma resposta com percepções positivas e com os pontos em que é possível e preciso desenvolver. Esta resposta também pode ser oferecida durante o processo, em forma de uma avaliação formativa, em que se avalia o interesse, o trabalho em grupo e o engajamento do aluno no projeto. Capítulo 2 http://www.lucianarondon.com.br/ 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 16/27 Outra especi�cidade da pedagogia de projetos é o potencial experimental, pois muitas vezes o trabalho dos alunos toma formas que nem o professor esperava. O fato é que os alunos acabam adquirindo conhecimentos e outras competências ao longo do projeto, em certos casos, nem ao menos eram esperados. Assim, além de ensinar os alunos a aprender, o projeto ensina o professor a ensinar. De modo geral, este método desenvolve o nível criticidade e gera signi�cados para o aluno. É uma forma de envolvê-lo completamente, na medida em que o educador indica como é possível adquirir conhecimento e ir além do conteúdo estudado ou que estava previsto. APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES E COMUNIDADES DE PRÁTICA Promover um bom trabalho em equipe ou time, em sala de aula, requer planejamento prévio, bem como o compromisso com o que se está fazendo, caso contrário qualquer proposta inovadora pode ser tornar um grande fracasso. Portanto, para garantir o sucesso de uma aprendizagem baseada em comunidades de práticas, podemos seguir alguns passos. O primeiro passo é a formação de grupos de maneira estratégica. Mas o que isso signi�ca? Não signi�ca concordar com as panelinhas e com as escolhas dos alunos, mas levar em consideração critérios, como espalhar representantes de grupo e os alunos que conseguem impactar positivamente os outros. Também, é possível agrupar de acordo com a familiaridade com a temática, proatividade, pulverizando esses alunos para que o objetivo da equipe possa ser alcançado. O segundo passo é o teste de garantia prévia: antes do projeto serão delegadas leituras prévias, que deverão ser comprovadas, a partir de testes individuais e posteriormente coletivos, deixando sempre um espaço para que os alunos questionem o gabarito, criando um ambiente crítico. O terceiro passo será a resolução de fato do problema, a partir de uma situação problema indicada à equipe, que deve tomar decisões pertinentes. Entretanto, a problemática não pode ser escolhida ou Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 17/27 construída de qualquer forma, ela deve ter signi�cado e relação com a vida cotidiana dos alunos, estar clara quanto ao seu sentido e função naquela aula. Outra possibilidade entre grupos é abrir espaço para que os mesmos ofereçam feedback uns aos outros, mas de forma individual, com bilhetes escritos, para que ninguém se sinta exposto ou ridicularizado. Assim, é possível �rmar o sucesso entre as equipes, bem como garantir futuros trabalhos em grupo. Figura 6: A importância do feedback FONTE: <freepngimg.com/>. As comunidades de prática, também conhecidas como CoP, estão em todo os lugares e sempre existiram, desde os primórdios do processo de ensino aprendizagem. Nascemos em uma comunidade, nos desenvolvemos com o auxílio e o zelo de outros e vamos expandindo nossas relações à medida em que crescemos, como a grupos de trabalho, de auxílio, nas instituições de ensino e demais espaços sociais. Porém, nem todo grupo ao qual nos integramos pode ser de�nido de comunidade de prática. O elemento principal e que de�ne as CoPs é a aprendizagem coletiva, que se estabelece no compartilhamento de conhecimento e práticas, que se integram por um objetivo ou interesse comum e estejam envolvidas em uma prática e atividade. Os autores responsáveis pela expressão e conceito inicial de comunidades de prática são Jean Lave e Etiene Wenger, que produziram o livro Situated learning: legitimate peripheral participation, de 1991. A primeira de�nição de comunidades de prática está relacionada a grupos de pessoas que compartilham uma preocupação ou paixão por algo que Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 18/27 O primeiro seria o envolvimento, que modela nossas experiências na ação sobre o mundo, assimilando as reações e consequências; O segundo nível de pertencimento está na imaginação, que está na imagem que construímos de nós mesmos, dos outros e do mundo, que é como nos percebemos e como entendemos nossa participação; O terceiro é o alinhamento, isto é, o quanto nosso fazer está alinhado com processos sociais. fazem e aprendem como fazê-lo melhor, pois interagem regularmente (LAVE, J.; WENGER, E. 1991). Quando aplicada ao contexto escolar, esta teoria se remete aos aprendizes e suas participações em comunidades. É algo que percebemos principalmente fora da sala de aula, quando alunos se juntam para trocar �gurinhas, falar de futebol, conversar sobre assuntos extracurriculares. O princípio da CoP parte da ideia de quegrupos geralmente se reúnem com um propósito intencional em comum e esta dinâmica pode ser utilizada em sala de aula, e não apenas fora dela, como em momentos estritos de lazer. O ideal é que esta prática pode proporcionar que a aquisição de conhecimento também se torne uma atividade de lazer. De acordo com Engelman (2013), Wenger, um dos fundadores da ideia de CoP, descreve que existem três tipos de engajamento entre os membros deste grupo: E por quais motivos não trazemos esta teoria para a educação? Muitas vezes deixamos de aproveitar esta tendência do agrupamento como aliada ao processo de ensino aprendizagem, em detrimento do silêncio e da ordem. A questão é que as instituições de ensino ainda não tiram proveito desse interesse momentâneo e intenso dos discentes em aprender certos temas, impondo e direcionando os alunos a conteúdos prede�nidos. Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 19/27 Você o conhece? Jonathan Bergmann foi um dos primeiros educadores a colocar em prática metodologias ativas com a prática da sala de aula invertida. No ano de 2007, em uma escola rural no interior dos EUA, ele começou a gravar suas aulas em DVDs e disponibilizar aos alunos que não conseguiam chegar a tempo na sala de aula, pois moravam distante das escolas. O momento presencial na sala passou a ser destinado a tirar dúvidas e fazer exercícios. Nesta experiência, descobriu que o professor ganhava tempo e otimizam suas aulas. Para conhecer um pouco mais sobre as experiências de Bergmann, leia: BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. (Tradução Afonso Celso da Cunha Serra). 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 104 p, 2016. PERSONALIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM Durante este nosso contato, repetimos diversas vezes sobre a questão da personalização. Mas a�nal, o que é essa tal de personalização da Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 20/27 a individualização do ensino: quando um aluno de um grupo busca alternativas de ensino mais voltadas às suas necessidades; a diferenciação do ensino: é quando um grupo de alunos com o mesmo objetivo busca um ensino mais personalização; a personalização: nada mais é do que oferecer um ambiente onde um aluno escolhe o que ele quer estudar. aprendizagem? Primeiramente, personalizar signi�ca oferecer trajetórias de aprendizagem signi�cativas, e o que é signi�cativo para uma pessoa, pode não ser para a outra. Trazer e aplicar instrumentos que deixem a disciplina menos maçante, com conteúdos mais atrativos, priorizando temas que agreguem aos alunos, na mesma medida em que os conquistem, por possuírem sentido e dialogarem com a sua realidade. Personalizar nada mais é do que atender a uma necessidade do aluno e fazer com que ele possa trilhar o caminho do seu próprio aprendizado. Figura 7: Aprendizado com prazer FONTE: <https://news.u�.edu/>. Todos nós gostamos da liberdade, de escolher aonde ir e o que fazer, então por quais motivos seria diferente para um jovem ou criança? São estratégias de ensino personalizado: Capítulo 2 https://news.ufl.edu/ 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 21/27 Outra perspectiva da personalização do ensino tem como referências às COP’s, comunidades de prática, onde um grupo se reúne com um objetivo em comum. Também observamos como isto pode ser utilizado dentro do contexto escolar, e não apenas de forma extracurricular. A última tem ligação com os modelos de rotação por estações e laboratório rotacional, em que os alunos alternam as estações em que circula, volta a alguma estação que não �cou muito clara, ou no caso do laboratório, pesquisa o quanto for necessário para entender e depois tira as dúvidas que �caram em sala. Você sabia que um fórum de discussão não é uma comunidade de prática? Conheça mais sobre as comunidades práticas: <https://bit.ly/37KKBOG>. AVALIAÇÃO FORMATIVA Quando somos estudantes e ouvimos a palavra avaliação, normalmente, vem a nossa cabeça um processo punitivo. Na verdade, é necessário romper com esta concepção e construir o seu oposto. As metodologias ativas podem se tornar aliadas dentro desta ressigni�cação da ideia de avaliar. Outro ponto importante será entender que a avaliação, dentro do processo ativo de ensino, não deve ser aplicada apenas no �nal, e sim como um instrumento formativo, com a �nalidade de corrigir desvios de percurso. Por exemplo, quando estamos em um ambiente trabalho e vamos fazer uma avaliação dos colaboradores, na verdade vamos avaliar se objetivo proposto e planejado pelo líder está sendo alcançado. Caso este desempenho não esteja de acordo, é necessário veri�car o que precisa Capítulo 2 https://bit.ly/37KKBOG 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 22/27 ser feito, para que estes comportamentos sejam ajustados. Dentro da sala de aula, esta �nalidade da avaliação se repete. É válido destacar que existe uma diferença entre avaliação e instrumentos de avaliação. Quando falamos de provas, testes, questionários, produções concretas, estes são instrumentos de avaliação para avaliar o processo de ensino aprendizagem. Outro parâmetro importante que devemos observar é a concepção de avaliação que está na própria Leis de Diretriz e Bases da Educação (LDB), que em seu artigo 24 descreve que o docente precisa se atentar tanto aos critérios qualitativos, quanto aos quantitativos, assim como os demais resultados ao longo do processo de ensino aprendizagem. Sobre avaliação, três formas de abordagem podem ser utilizadas: a avaliação diagnóstica, somativa e a formativa. Figura 8: Personalizar o ensino é atender as demandas individuais e coletivas FONTE: <freepick.com>. A avaliação diagnóstica é uma avaliação prévia e que pode ser aplicada no início do processo de aprendizagem. Por exemplo, se enquanto professora ministrou um curso de formação de professores, em uma turma com alunos de 21 a 70 anos, que nunca trabalharam como professores, junto a outros alunos que possuem experiência média de 40 anos como docentes, estamos falando de uma turma bastante heterogênea. O nível de conhecimento e vivência destes dois grupos são Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 23/27 diferenciados, algo que se descobre na avaliação diagnóstica, este processo pode ser de�nido como um momento prévio, quando serão identi�cados os conhecimentos prévios, que possibilitaram traçar um plano para alcance dos objetivos. De forma prática, pode ser feita através de um formulário impresso ou online, ou de uma entrevista, conversa ou debate. A avaliação somativa tem a �nalidade de gerar uma menção �nal, com o uso de testes, provas, seminários e outros instrumentos. A legislação brasileira ainda necessita de números para estabelecer a aprovação ou reprovação do aluno, como uma espécie de controle da vida acadêmica, que permanecem registrados nos arquivos, indicando se ele pode ou não avançar para os próximos períodos e fases de sua vida acadêmica. Esta avaliação é mais tradicional e ainda necessária, no contexto educacional brasileiro, já que o sistema não permite que o aluno avance sem uma nota mínima estipulada pela instituição escolar. Por �m, é a mais importante quando assunto é metodologias ativas, avaliação formativa é aquela que vai acompanhar o processo de ensino aprendizagem como um todo, não apenas seu resultado �nal, transformando resultados em notas. Normalmente,ela não trabalha com a ideia de nota ou menção, sendo uma avaliação processual de acompanhamento, que respeita o ritmo, a liberdade e autonomia do aluno. Neste modelo, o professor acompanha de forma próxima e personalizada o cotidiano do aluno, como um mediador, não censurando ou criticando, mas estimulando e dando sugestões de como ele pode desenvolver o seu trabalho em sala de aula. O desenvolvimento qualitativo de cada aluno é central dentro do modelo formativo, tanto que o educador deve estar atento a toda caminhada do aluno, para que ao longo do processo possa aplicar recuperações paralelas e atividades colaborativas, com foco no desenvolvimento. Capítulo 2 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 24/27 Sendo assim, não se espera o �nal do curso, do semestre ou do bimestre para identi�car se o aluno aprendeu ou não, mas se acompanha ao longo da caminhada acadêmica o que deve ser ajustado, potencializado ou corrigido. Tipos de avaliação que ocorrem durante a aplicação deste modelo são os questionários durante as atividades, no modelo de Flipped Classroom, o acompanhamento do aluno em suas atividades, se está assistindo as vídeo aulas, se baixou os arquivos em PDF, leu os e-books, seu posicionamento durante os debates e momentos de dúvida em sala de aula, durante o momento da tutoria. Para entender um pouco mais sobre o tema ensino híbrido, metodologias ativas e educação personalizada, acesso o site da professora Lilian Bacich, um dos grandes nomes do assunto no Brasil, autora e organizadora de livro como: Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação (2015), STEAM em Sala de Aula: A Aprendizagem Baseada em Projetos Integrando Conhecimentos na Educação Básica (2020) e Metodologias ativas para uma educação inovadora. <https://lilianbacich.com/>. RESUMO Nesta Unidade aprendemos como o professor precisará favorecer a personalização do ensino ao pensar em estratégias de organização do espaço na sala de aula, na escolha de novas tecnologias, no método avaliativo e utilização de diferentes recursos didáticos. Concluímos que um bom planejamento será uma prática essencial para o desenvolvimento de uma aula, empregando a metodologia ativa e o ensino híbrido. Em sala de aula, vimos que o aluno será o protagonista Capítulo 2 https://lilianbacich.com/ 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 25/27 de seu aprendizado, ao passo que o papel de professor será de mediador das atividades. Entendemos também que a classi�cação dos modelos da Metodologia Ativa, saber articulá-los com a criatividade e um bom planejamento, é a chave para a inovação na sala de aula. Por �m, compreendemos que avaliar não é apenas uma etapa �nal. Quando a metodologia ativa está em pauta, a avaliação formativa será a proposta mais assertiva, uma vez que ela proporciona acompanhar os alunos durante toda a sua trajetória, orientando e corrigindo as rotas durante o processo, seja no trabalho em grupo, no laboratório, individual, na tutoria online, ou no contato por email, uma vez que a metodologia ativa requer um contato constante e personalizado com o aluno. REFERÊNCIAS BÁSICAS BACICH, L.; MORAN, E. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 24 de dezembro de 1996. ENGELMAN, R. Comunidades de prática: estudo em um grupo de pesquisa. XXXVII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GPR2108.pdf>. Acesso em Set. 2020. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Saberes Necessários à Prática Educativa. 1996. Disponível em <http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf/pedagogia_da_autonomia paulofreire.pdf>. Acesso em: Set. 2020. Capítulo 2 http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GPR2108.pdf http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf/pedagogia_da_autonomia 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 26/27 Capítulo 1 Capítulo 3 HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. Porto Alegre: Penso, 2015. LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: legitimate peripheral participation. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. SEABRA, C. Uma nova educação para uma nova era. In: A Revolução Tecnológica e os Novos Paradigmas da Sociedade. Belo Horizonte: O�cina de Livros, 1994. COMPLEMENTARES FERRAZ FILHO, B. da S. et al. Aprendizagem baseada em problemas (PBL): uma inovação educacional?. Revista Cesumar: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v. 22, n. 2, p. 403-424, 2017. Disponível em: <http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revcesumar/article/view/6137/0> Acesso em: 05 out. 2020. MATTAR, J. Metodologias ativas: para a educação presencial, blended e a distância. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017. MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens, v. 2, p. 15-33, 2015. WILLIAMS, R. L. Preciso saber se estou indo bem. Rio de Janeiro: Sextante, 2005. PERES, P.; PIMENTA, P. Teorias e práticas de b-learning. Lisboa: Edições Sílabo Ltda., 2011. ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Penso Editor, 2015. Capítulo 2 http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revcesumar/article/view/6137/0 06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_educacao/conteudo.html?capitulo=2 27/27 Conteúdo escrito por: Todos os direitos reservados © Welington Soares Profa. Ma. Thaise Dias Alves Ana Maria Stol� Capítulo 2
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