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Livro Digital -2 Tópicos Especiais em Educação

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06/05/2021 Livro Digital - Tópicos Especiais em Educação
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METODOLOGIAS ATIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Olá, acadêmico!
É com muito prazer que apresentamos a disciplina Metodologias Ativas.
A disciplina abordará os conceitos fundamentais desta metodologia que é
tão necessária, porém ainda pouco conhecida.
No primeiro tópico, você terá como foco principal a ideia geral do
conceito Metodologia Ativa, o que signi�ca fazer uso de seus recursos,
além de investigar quem é o educador nesta nova caminhada e qual é o
papel do aluno dentro deste processo de ensino-aprendizagem, que
basicamente inverte a hierarquia e coloca o discente no centro do
processo.  Agora, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento e
passa a ser o mediador e curador das melhores informações. Ele
intermediará o ensino estimulando o aluno a ser responsável pela criação
do seu conhecimento.
Também, veremos um pouco sobre a história do Ensino Híbrido, suas
principais características e de que forma é possível preparar o professor
para exercê-lo em sala de aula.
No tópico 2 da Unidade, iremos abordar como é possível realizar as
poucos as mudanças na cultura do professor, da escola e do aluno,
inserindo e sugerindo novas maneiras de ensinar e aprender. Tais
modi�cações têm seu início no professor, que agora necessita estar
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aberto para o ensinar mais colaborativo, passando por um mero ajuste
dentro da sala de aula, nas disposições das cadeiras e mesa, no estímulo
para trabalhos em grupo e baseado em problemas, projetos e na ação.
Algo que acaba transformando todo processo e tornando-o mais atraente
e prazeroso ao aluno, além de ser extremamente recompensador ao
educador. 
No tópico 3 dessa Unidade, o aprendizado será referente a como colocar
em prática as metodologias ativas, através de quatro práticas: da sala de
aula invertida, que consiste em inverter a aula normal - postando vídeos,
textos, �lmes, fotos, clipes, que serão estudados antes da aula - a
aprendizagem baseada em projetos, que consiste em propor o trabalho
em grupos de forma organizada e bem estruturada, trabalhando, com
temas diversos e na aprendizagem baseada em problemas e no uso de
equipes em sala de aula. Todas estas práticas devem ser cuidadosamente
implementadas, seguindo regras em um passo a passo que iremos
aprender juntos!
Já no tópico 4, veremos a importância da personalização no uso das
metodologias ativas, entendendo formas possíveis de ensinar de uma
maneira que seja atraente ao aluno.
Por �m, no tópico 5, abordaremos a questão da avaliação, relembrando
as avaliações diagnósticas, que servem para diagnosticar o processo de
ensino aprendizagem, a somativa, que serve basicamente para atribuir
uma nota ao aluno, e a formativa, que é a mais utilizada na Metodologia
Ativa, pois consiste em avaliar o aluno durante toda a sua caminhada.
Acadêmico, ao �nal de cada tópico você terá dicas do professor e
sugestões de leitura, além de ter oportunidade de praticar os seus
conhecimento, veri�cando seu processo de aprendizagem.
Desejamos que os conhecimentos desta disciplina sejam
transformadores para a sua vida!
Bons estudos!
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reconhecer e entender o que são metodologias ativas;
apresentar alguns autores que servem de aporte teórico e que estão
relacionados ao tema metodologias ativas;
compreender a importância da valorização e participação efetiva dos
alunos na construção do conhecimento;
apresentar práticas pedagógicas, possíveis de se aplicar na educação
básica e/ou superior, que valorizam o protagonismo dos estudantes;
observar o uso de algumas metodologias ativas, como: pedagogia de
projetos, sala de aula invertida, aprendizagem baseada em equipes e
comunidades de práticas.
Identi�car as formas de aplicação das metodologias ativas;
Compreender a história do ensino híbrido;
Descrever e analisar os diferentes papéis do professor e do aluno no
uso das metodologias ativas;
Aplicar as metodologias ativas em sala de aula;
Avaliar de maneira apropriada os alunos, levando em consideração
que na metodologia ativa não importa o resultado, e sim o processo.
Comparar o ensino tradicional com o ensino baseado nas
metodologias ativas;
Valorizar os alunos e aprender a utilizar outras formas de ensinar
em sala de aula;
Objetivos:
Objetivos Habilidades que o aluno deverá desenvolver:
Competências que deverá adquirir ao �nal da disciplina:
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Estimular o aluno a ser responsável e autônomo dentro do processo
de ensino e aprendizagem;
Entender a realidade do aluno hoje e as mudanças no processo
epistemológico, tendo em vista as várias tecnologias digitais e as
várias formas de aprender.
A APRENDIZAGEM É ATIVA
Ao longo de nossas vidas enfrentamos vários desa�os, seja aprendendo
ativamente entre as trocas de experiências com outro, seja desa�ando e
questionando, quando motivados pela nossa curiosidade, ou
redescobrindo novas dimensões da vida em meio a acertos e erros.
Como diria Paulo Freire, em sentido amplo, a aprendizagem é ativa, pois
ela ocorre acompanhada de um desejo de participar e criar, não apenas
no desejo de se adaptar à realidade, “mas, sobretudo, de transformar,
para nela intervir, recriando-a” (FREIRE, 1996, p. 28). Mas por quais
motivos esquecemos estes elementos tão preciosos, como a criatividade
e a atividade?
As últimas décadas foram marcadas por inúmeras pesquisas acerca de
como e porque aprendemos. A questão central é se o aprendizado
efetivo chega acompanhando do exercício e da prática, ou ocorre apenas
por simples transmissão.
Como resultado, surge o que denominamos como metodologias ativas,
um método de ensino e aprendizagem que movimenta o conhecimento e
as competências, a partir da experiência direta e sua interação,
compreendendo que a aprendizagem mais profunda e signi�cativa
requer espaços abertos ao exercício ativo do aluno em novos ambientes,
certamente, mais ricos de oportunidades para trabalhos colaborativos,
práticos e interativos.
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Nesta caminhada, caro estudante, veremos como os papéis do educador
e educando se alteram, pois pensando em metodologias ativas, o
professor deixa de ser o guia e censor, para transformar-se em tutor,
mediador e curador dos melhores conteúdos. Já o aluno passa a ocupar
papel central, construindo o seu conhecimento na interação cooperativa,
sendo assim o protagonista e autor do conhecimento. Além disso,
compreenderemos o que signi�ca o famoso ensino híbrido, esta junção
entre o melhor dos dois mundos: o online e o o�ine, observando
algumas práticas efetivas que envolvem o uso de tecnologias, como: a
pedagogia de projetos, a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada
em equipes e as comunidades de prática (COPs).
As novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) permearam a
nossa conversa, a�nal, elas auxiliam os pro�ssionais da educação
dispostos a reinventar o ato de educar.
Vamos lá?
METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM 
Você já parou para pensar que nós, enquanto educadores, somos uma
geração não tecnológica tentando ensinar uma geração totalmente
imersa na tecnologia? E que se o mundo passou por transformações de
forma tão drástica nas últimas décadas, não seria um grande erroacreditar que o ato de aprender e ensinar deva permanecer da mesma
forma? A prova de que devemos nos questionar acerca de como
aprender e ensinar, a partir destas e de outras perguntas, se inscreve no
momento contemporâneo, onde os desa�os docentes frente a novos
desa�os �cou ainda mais evidente. Se estamos diante de tempos
incertos, quanto aos comportamentos nos próximos anos, a única
certeza que temos é que falar de educação nunca mais será mesma
forma.
Enquanto escrevo, para você estamos em meio a maior pandemia
mundial enfrentada por gerações, sem previsão de retorno às aulas, e ela
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evidenciou a importância de estar preparado para realizar trabalhos à
distância, que exijam o uso de outras metodologias, muito mais
interativas, dinâmicas, personalizadas, rápidas, atraentes, ultrapassando
o velho uso do giz, do quadro, da sala de aula presencial e dos materiais
impressos. Neste contexto, as tecnologias educacionais, as famosas TICs
(Tecnologias da Informação e Comunicação) e as TDICs (Tecnologias
Digitais da Informação e Comunicação) emergem como aliadas, quando o
assunto é personalização e autonomia dentro do processo de ensino e
aprendizagem.
Ao analisar separadamente metodologia e metodologia ativa,
constatamos que a primeira é bastante conhecida e que se constitui
como as diretrizes para o processo de ensino aprendizagem, resultando
em estratégias, técnicas, exercícios e abordagens. A segunda direciona-se
à participação efetiva e intencional, não só do educador, mas
principalmente do estudante, com a utilização de vários recursos,
�exíveis, personalizados e adaptáveis aos discentes e as suas várias
formas de aprender. Este processo visa garantir o respeito ao ritmo de
aprendizagem de cada aluno, e não o seu contrário. No entanto, como é
possível colocar em prática a metodologia ativa?
A partir de vários modelos, dentre eles, o modelo híbrido. Vamos
entender um pouco mais acerca deste conceito.
Acompanhando as transformações globais e suas mudanças,
especialistas e educadores brasileiros, como Lilian Bacich e José Moran,
importaram alguns métodos americanos com intuito de modi�car
gradativamente a cultura escolar, logo após perceber a necessidade de
inserir metodologias e práticas disruptivas de ensino, no Brasil.
Um dos métodos mais famosos, e que ganhou espaço no cenário
brasileiro, é o ensino híbrido, um misto entre o ensino presencial e à
distância, também conhecido como blended learning (b-learning),
abordado e difundido pelos autores Clayton M. Christensen e Jonathan
Bergmann, em suas famosas obras: O dilema da Inovação e Sala de aula
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Individual: onde os alunos percorrem e traçam seus caminhos (ao
menos em partes);
Grupal: momento em que o aluno dialoga e amplia o seu
conhecimento na troca e compartilhamento, como na produção e
discussão entre pares;
Tutorial: que corresponde a aprender com pessoas mais experientes
e que podem orientar naquele determinado campo e atividade
(colega, mentor, professor etc).
invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Literalmente, b-
learning, ou ensino híbrido, signi�ca encarar o ensino online como
espinha dorsal do processo ensino aprendizagem, mudança que pode
ocorrer lentamente, mas que se torna disruptiva e irreversível, a partir do
momento em que rompe com os padrões tradicionais da educação, ao
re-posicionar o aluno dá margem, ao centro do processo do processo de
ensino aprendizagem.
Segundo o educador e pesquisador José Moran, na obra Metodologias
ativas para uma educação inovadora, existem três movimentos ativos
básicos que compõem a concepção de Ensino Híbrido (BACICH, L.;
MORAN, E. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018, p. 4-5):
Figura 1: O professor deve se reinventar no mundo contemporâneo
Fonte: <https://pxhere.com/>.
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do ensino baseado em projetos,
das comunidades de práticas;
aprendizagem baseada em equipes;
e de um ensino que ultrapasse a tradicional concepção de espaço e
tempo, como na sala de aula invertida (�ipped classroom).
Assim, ainda que o papel do professor se modi�que no ensino híbrido,
como metodologia ativa, não diminui sua relevância, só que agora
ocupará uma posição diferente: a de elaborar e selecionar as atividades
mais pertinentes, os recursos mais aderentes, assim como os objetos e
meios, além de coordenar, cuidar e zelar para que o aluno avance
efetivamente no seu processo de ensino aprendizagem. Sendo assim, a
responsabilidade desse processo deixa de ser exclusivamente do
professor e este movimento torna o discente parte ativa e colaborativa.
Trabalhar com ensino híbrido signi�ca o mesmo que lançar mão de
vários expedientes para ensinar, em especial, os tecnológicos, dando
ênfase à autonomia dos alunos a partir de trabalhos individuais ou
coletivos, fora ou dentro do espaço da sala de aula, como por exemplo:
TDICs são tecnologias digitais de informação e comunicação. Usá-
las na educação corresponde a ensinar fazendo o uso de
tecnologias, hardware, softwares, aplicativos, o que nos leva a
ferramentas como podcast, simuladores de realidade virtual, games
interativos, plataformas de interação entre professor e aluno, como
moodle, AVA, dentre outros. O uso das TDICs e TICs chega com a
inclusão digital, sendo um grande aliado, tanto na capacitação dos
docentes, quanto no uso prática na sala de aula.
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PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EMBASADO EM
PRÁTICAS, METODOLOGIAS E TRABALHO COLABORATIVO
O educador que integra as metodologia ativas em sua prática é aquele
disposto a romper com hierarquia de domínio, da disciplina e do silêncio,
ampliando a con�ança que antes era mínima - como no caso do ensino
tradicional e conteudista, para conquistar os alunos e promover um
aprendizado mais independente e, principalmente, mais colaborativo.
Para tanto, o primeiro passo será enxergar crianças e adolescentes como
seres autores e dotados de um potencial excepcional.
Figura 2: Aprendizado atônomo 
FONTE: <Freepick.com>.
Mas como é possível oferecer esse ensino personalizado, colaborativo e
ativo se a realidade do professor é de 40 horas/aulas semanais, com salas
cheias e tendo em média 50 alunos? Sem contar a falta de estrutura
escolar nas redes públicas ou do alcance ainda precário da internet, sem
cobrir as zonas rurais ou as regiões periféricas. A questão é derrubar
mitos e o senso comum, que causam resistência na adoção de novas
formas de educar. Antes de falarmos de metodologia ativas, o mais
importante será tratar da mudança no pensamento do educador
(mindset), ajustes disruptivos, como estruturar a sala de uma forma que
o debate possa ocorrer, sugerindo a formação de pequenos círculos de
mesas e cadeiras, com equipes que trabalham temas distintos e de forma
multidisciplinar, como na montagem de uma aula com Rotação por
Estações, ou no Laboratório Rotacional.
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De fato, modelos de ensino híbrido que exigem mais da criatividade do
educador, mas por outro lado promovem uma aula mais participativa,
ativa e cooperativa e por consequência mais e�ciente e signi�cativa para
oaluno.
Um dos grandes problemas encontra-se na cultura educacional – e isto
signi�ca que todos nós fazemos parte desta cultura, docentes, discentes,
família e sociedade em geral – em que as aulas ainda são planejadas,
levando em consideração o per�l médio dos alunos. Em uma sala de aula,
em que encontramos alunos retroativos, interativos e proativos, é
necessário dar um novo passo e rever os extremos, perceber que cada
aluno possui sua forma individualizada e pessoal de aprender. É
necessário admitir que isto não é um problema a ser superado, mas uma
situação a ser explorada, para que tais diferenças se complementam
durante os projetos de trabalho, através do aprendizado colaborativo -
em que alunos mais velhos colaboram com os mais novos, ou alunos
proativos colaborem com alunos interativos e estes com os retroativos,
proporcionando uma transformação. Desta forma, tutores provisórios
são eleitos e irão auxiliar em laboratórios de informática e em
determinadas atividades. Esta mudança faz com que o aluno se sinta
parte importante e ator principal dentro deste processo de construção do
seu próprio conhecimento e do conhecimento dos demais atores
envolvidos, ressigni�cando seu processo de ensino aprendizagem.
Portanto, as modi�cações nas metodologias de ensino, no espaço físico e
na aula em si, precisam ocorrer, seja no simples ajuste na disposição das
cadeiras e mesas, ou com a proposta e promoção de aulas fora da
espaço convencional - no pátio, no jardim, laboratório – mas
principalmente com a mudança na postura da cultura educacional,
possibilitando ao professor que assuma seu papel de mediador,
retirando-se do púlpito central para estar na mesma altura de seus
alunos. Com o uso de metodologias ativas, o professor passa a ser um
guia, mais disposto a ouvir do que a falar, abrindo espaço para sugestões
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de temas e conteúdos que agreguem ao desenvolvimento dos atores de
suas turmas.
Neste primeiro momento, é necessário compreender que a mudança
principal não está na simples dinâmica de troca da metodologia
tradicional pelo uso de novas e complexas tecnologias da moda, mas na
mudança de pensamentos e de pequenas práticas que possam promover
interações signi�cativas. Nos próximos tópicos veremos como colocar em
prática estas mudanças e como o estudo colaborativo pode deixar de ser
apenas uma teoria.
Laboratório rotacional é um entre os vários modelos de ensino
híbrido, onde os alunos são divididos em grupos e rotacionam entre
os demais grupos da sala de aula e o laboratório de informática,
realizando a prática nos computadores e esclarecendo as dúvidas
em sala, com o professor ou tutor. Já no modelo de rotação por
estações, professor e os alunos se organizam dentro da sala de aula
a partir de estações de trabalho com diferentes temas pelos quais
os alunos irão transitar. Sugere-se que uma das estações contenha
atividade online, porém, não é obrigatório. Saiba mais em
<https://bit.ly/34A6rSQ>.
PRÁTICAS DOCENTES INOVADORAS
INCORPORAÇÃO 
Sabendo que a tecnologia se expande e que são atraentes, educadores
estão colocando em prática as metodologias ativas e aventurando-se nas
plataformas, pesquisas na internet, uso da pedagogia de projetos, de
games e gami�cação. No entanto, na hora de pôr em prática, nem
sempre o sucesso é garantido. Isso nos faz questionar se o problema
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estaria apenas na resistência por parte da cultura escolar, ou se também
perpassa pela necessidade de compreender a dinâmica, para e�ciência
destas metodologias.
É importante ressaltar que a proposta não se refere ao abandono de
métodos já utilizados pelos docentes, mas acrescentar métodos ativos no
processo de ensino aprendizagem pode revolucionar as relações de
conhecimento contínuo. Veremos um pouco sobre algumas ferramentas
inovadoras, como da sala de aula invertida, que coloca de ponta cabeça o
ritmo tradicional da aula. No segundo momento, entenderemos o porque
a pedagogia de projetos é importante, respeitando sua metodologia, bem
como a aprendizagem baseada em problemas. Por último,
compreenderemos a importância do trabalho em equipe dentro da
perspectiva do aluno, no centro do processo de ensino aprendizagem
com as comunidades de prática (COPs).
A SALA DE AULA INVERTIDA 
Enquanto professores, sabemos que na sala de aula tradicional o tempo
é limitado, tendo em média 40 minutos de exposição do professor, cinco
minutos para debate e outros cinco para exercícios, sem contar a
chamada e contratempos. E se tivéssemos mais tempo para ensinar?
Quando você inverte a sala de aula, a relação com o tempo e espaço se
modi�cam e algumas atividades tão importantes como o momento da
dúvida e da prática se tornam a parte principal da aula. Na dinâmica da
sala de aula invertida, o professor pode propor ao aluno que inverta o
processo, proporcionado através da postagem de determinados
elementos em uma plataforma digitais, como mídias, vídeos gravados,
vídeo do Youtube, textos, slides, reportagens, músicas e �lmes, que
devem ser veri�cados em tempos e espaços diversos à sala de aula, antes
que os encontros aconteçam. A partir do momento em que o aluno tem
um contato prévio com os materiais, antes da aula presencial, ele se
sente mais engajando e adota outra postura para conversar, tirar
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dúvidas, discutir com os outros colegas, questionando de uma maneira
mais crítica, uma vez que o diálogo tem a possibilidade de ocorrer.
Esta inversão faz com que o tempo deixe de ser um vilão, além de
transformar o tempo presencial em um momento mais dinâmico,
reservado para tirar dúvidas, interagir com jogos, realizar questionários e
simulações. Consequentemente, o aluno terá espaço para uma interagir e
ser mais ativo, adotando uma postura protagonista em sala de aula.
Figura 3: Espaços de aprendizagem
FONTE: Adaptada de Horn; Staker, 2015.
De forma prática, a modalidade sala de aula invertida necessita de um
ambiente de virtual de aprendizagem (AVA), que podem ser pagas ou
gratuitas como a plataforma moodle, blog ou Google Classroom, para
que a indicação prévia de conteúdos possa ser realizada. O professor
pode até mesmo convidar os alunos a participar da construção deste
ambiente, possibilitando que a turma seja protagonista também nesta
seleção.
Para que a sala de aula invertida possa ser concretizada, você poderá
iniciar as indicações em um momento presencial, informando, por
exemplo, que a disciplina tem sete capítulos, todos compostos de pré
aulas que devem ser realizadas extraclasse momento em que o aluno irá
assistir vídeos, ler contos, poemas, músicas, e- books, ou seja, ter contato
com alguma mídia. Extra classe, o aluno acessa a plataforma virtual,
estuda, aprende, faz jogos, exercícios e lê o material disponível. A aula
�ca mais personalizada, pois o aluno pode ver, pausar e rever todos os
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conteúdos em casa, apreendendo a partir do seu ritmo. Após quinze dias,
a aula presencial acontece e a primeira atividade será um teste online
com perguntas e respostas de múltipla escolha, que auxiliará na
veri�cação do que foi absorvido pelo o aluno, a partir do que foi
disponibilizado na sala de aula virtual.
O que vai para a sala são as dúvidas e, com o uso de um questionário, o
professor obtém informações a respeito daslacunas de aprendizagem e
dos progressos de maneira rápida, elaborando um teste em que
resultados das questões são fornecidos na mesma hora, com a utilização
de um formulário Google, por exemplo. Após a veri�cação, o professor
possibilita o debate e proporciona momentos de interação entre aluno-
professor e aluno-aluno.
Figura 4: Sala de aula invertia 
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/>.
PEDAGOGIA DE PROJETOS 
Quando propomos projetos também lidamos com a educação de forma
ativa, pois tal proposta permite que o aluno estude em grupo e trabalhe
de forma prática. O princípio do projeto está baseado no tempo: deve-se
levar em consideração que todo projeto consiste em uma atividade com
prazo determinado e que pode variar entre um dia, uma semana ou um
semestre. Nesta perspectiva, o tempo não importa, desde que esteja
estabelecido que o projeto deve ter início, meio e �m. Para �nalizá-lo, os
alunos apresentam o produto �nal, através de um artefato tangível, como
uma exposição em PowerPoint, maquetes, cartazes ou outra
manifestação. Mas como colocar esta metodologia em prática? Existem
alguns passos que orientam a pedagogia de projetos de forma prática.
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https://commons.wikimedia.org/
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Primeiramente, deve-se instigar o aluno trazendo pequenos vídeos, casos
reais, trechos de reportagens, que fomentem o tema a ser trabalhado. No
segundo momento, é necessário elaborar o estudo em forma de desa�o
e propor a resolução de um problema. Por exemplo, os alunos devem
investigar o fenômeno das enchentes dos últimos meses em sua região,
após receber a seguinte informação em um papel: Com o crescimento
populacional, certos bairros foram construídos em locais aterrados, sobre
rios, córregos e mangues. No último mês, vimos desastres após longos
períodos de chuva. Levando em consideração o crescimento populacional
inevitável, bem como a chuva que não pode ser controlada, como é
possível construir e habitar estes locais?
Figura 5: Elaborando soluções 
FONTE: <lucianarondon.com.br>.
O terceiro passo é a pesquisa e a discussão, ou seja, momento em que os
alunos irão pesquisar na internet e livros, conversar em grupos, em
duplas, e buscar soluções com especialistas, para entender como
economicamente e ambientalmente será viável colocar em prática seus
projetos. A quarta etapa é a idealização do projeto, isto é, traduzir estas
ideias em um artefato na forma de um protótipo, um cartaz, projeto
textual, maquete, palestra, PowerPoint, blog. Por �m, temos a etapa dos
feedbacks, a�nal, todo projeto demanda uma resposta com percepções
positivas e com os pontos em que é possível e preciso desenvolver. Esta
resposta também pode ser oferecida durante o processo, em forma de
uma avaliação formativa, em que se avalia o interesse, o trabalho em
grupo e o engajamento do aluno no projeto. 
Capítulo 2 
http://www.lucianarondon.com.br/
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Outra especi�cidade da pedagogia de projetos é o potencial
experimental, pois muitas vezes o trabalho dos alunos toma formas que
nem o professor esperava. O fato é que os alunos acabam adquirindo
conhecimentos e outras competências ao longo do projeto, em certos
casos, nem ao menos eram esperados. Assim, além de ensinar os alunos
a aprender, o projeto ensina o professor a ensinar.  De modo geral, este
método desenvolve o nível criticidade e gera signi�cados para o aluno. É
uma forma de envolvê-lo completamente, na medida em que o educador
indica como é possível adquirir conhecimento e ir além do conteúdo
estudado ou que estava previsto.
APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES E COMUNIDADES DE
PRÁTICA 
Promover um bom trabalho em equipe ou time, em sala de aula, requer
planejamento prévio, bem como o compromisso com o que se está
fazendo, caso contrário qualquer proposta inovadora pode ser tornar um
grande fracasso. Portanto, para garantir o sucesso de uma aprendizagem
baseada em comunidades de práticas, podemos seguir alguns passos.
O primeiro passo é a formação de grupos de maneira estratégica. Mas o
que isso signi�ca? Não signi�ca concordar com as panelinhas e com as
escolhas dos alunos, mas levar em consideração critérios, como espalhar
representantes de grupo e os alunos que conseguem impactar
positivamente os outros. Também, é possível agrupar de acordo com a
familiaridade com a temática, proatividade, pulverizando esses alunos
para que o objetivo da equipe possa ser alcançado.
O segundo passo é o teste de garantia prévia: antes do projeto serão
delegadas leituras prévias, que deverão ser comprovadas, a partir de
testes individuais e posteriormente coletivos, deixando sempre um
espaço para que os alunos questionem o gabarito, criando um ambiente
crítico. O terceiro passo será a resolução de fato do problema, a partir de
uma situação problema indicada à equipe, que deve tomar decisões
pertinentes. Entretanto, a problemática não pode ser escolhida ou
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construída de qualquer forma, ela deve ter signi�cado e relação com a
vida cotidiana dos alunos, estar clara quanto ao seu sentido e função
naquela aula.
Outra possibilidade entre grupos é abrir espaço para que os mesmos
ofereçam feedback uns aos outros, mas de forma individual, com bilhetes
escritos, para que ninguém se sinta exposto ou ridicularizado. Assim, é
possível �rmar o sucesso entre as equipes, bem como garantir futuros
trabalhos em grupo.
Figura 6: A importância do feedback
FONTE: <freepngimg.com/>.
As comunidades de prática, também conhecidas como CoP, estão em
todo os lugares e sempre existiram, desde os primórdios do processo de
ensino aprendizagem. Nascemos em uma comunidade, nos
desenvolvemos com o auxílio e o zelo de outros e vamos expandindo
nossas relações à medida em que crescemos, como a grupos de trabalho,
de auxílio, nas instituições de ensino e demais espaços sociais. Porém,
nem todo grupo ao qual nos integramos pode ser de�nido de
comunidade de prática. O elemento principal e que de�ne as CoPs é a
aprendizagem coletiva, que se estabelece no compartilhamento de
conhecimento e práticas, que se integram por um objetivo ou interesse
comum e estejam envolvidas em uma prática e atividade.
Os autores responsáveis pela expressão e conceito inicial de
comunidades de prática são Jean Lave e Etiene Wenger, que produziram
o livro Situated learning: legitimate peripheral participation, de 1991. A
primeira de�nição de comunidades de prática está relacionada a grupos
de pessoas que compartilham uma preocupação ou paixão por algo que
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O primeiro seria o envolvimento, que modela nossas experiências na
ação sobre o mundo, assimilando as reações e consequências;
O segundo nível de pertencimento está na imaginação, que está na
imagem que construímos de nós mesmos, dos outros e do mundo,
que é como nos percebemos e como entendemos nossa
participação;
O terceiro é o alinhamento, isto é, o quanto nosso fazer está
alinhado com processos sociais.
fazem e aprendem como fazê-lo melhor, pois interagem regularmente
(LAVE, J.; WENGER, E. 1991). Quando aplicada ao contexto escolar, esta
teoria se remete aos aprendizes e suas participações em comunidades. É
algo que percebemos principalmente fora da sala de aula, quando alunos
se juntam para trocar �gurinhas, falar de futebol, conversar sobre
assuntos extracurriculares.
O princípio da CoP parte da ideia de quegrupos geralmente se reúnem
com um propósito intencional em comum e esta dinâmica pode ser
utilizada em sala de aula, e não apenas fora dela, como em momentos
estritos de lazer. O ideal é que esta prática pode proporcionar que a
aquisição de conhecimento também se torne uma atividade de lazer. De
acordo com Engelman (2013), Wenger, um dos fundadores da ideia de
CoP, descreve que existem três tipos de engajamento entre os membros
deste grupo:
E por quais motivos não trazemos esta teoria para a educação? Muitas
vezes deixamos de aproveitar esta tendência do agrupamento como
aliada ao processo de ensino aprendizagem, em detrimento do silêncio e
da ordem. A questão é que as instituições de ensino ainda não tiram
proveito desse interesse momentâneo e intenso dos discentes em
aprender certos temas, impondo e direcionando os alunos a conteúdos
prede�nidos.
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Você o conhece?
Jonathan Bergmann foi um dos primeiros educadores a colocar
em prática metodologias ativas com a prática da sala de aula
invertida. No ano de 2007, em uma escola rural no interior dos EUA,
ele começou a gravar suas aulas em DVDs e disponibilizar aos
alunos que não conseguiam chegar a tempo na sala de aula, pois
moravam distante das escolas. O momento presencial na sala
passou a ser destinado a tirar dúvidas e fazer exercícios. Nesta
experiência, descobriu que o professor ganhava tempo e otimizam
suas aulas. Para conhecer um pouco mais sobre as experiências de
Bergmann, leia: BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de aula invertida: uma
metodologia ativa de aprendizagem. (Tradução Afonso Celso da
Cunha Serra). 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 104 p, 2016.
PERSONALIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Durante este nosso contato, repetimos diversas vezes sobre a questão da
personalização. Mas a�nal, o que é essa tal de personalização da
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a individualização do ensino: quando um aluno de um grupo busca
alternativas de ensino mais voltadas às suas necessidades;
a diferenciação do ensino: é quando um grupo de alunos com o
mesmo objetivo busca um ensino mais personalização;
a personalização: nada mais é do que oferecer um ambiente onde
um aluno escolhe o que ele quer estudar.
aprendizagem? Primeiramente, personalizar signi�ca oferecer trajetórias
de aprendizagem signi�cativas, e o que é signi�cativo para uma pessoa,
pode não ser para a outra.
Trazer e aplicar instrumentos que deixem a disciplina menos maçante,
com conteúdos mais atrativos, priorizando temas que agreguem aos
alunos, na mesma medida em que os conquistem, por possuírem sentido
e dialogarem com a sua realidade. Personalizar nada mais é do que
atender a uma necessidade do aluno e fazer com que ele possa trilhar o
caminho do seu próprio aprendizado.
Figura 7: Aprendizado com prazer 
FONTE: <https://news.u�.edu/>.
Todos nós gostamos da liberdade, de escolher aonde ir e o que fazer,
então por quais motivos seria diferente para um jovem ou criança? São
estratégias de ensino personalizado:
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https://news.ufl.edu/
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Outra perspectiva da personalização do ensino tem como referências às
COP’s, comunidades de prática, onde um grupo se reúne com um
objetivo em comum. Também observamos como isto pode ser utilizado
dentro do contexto escolar, e não apenas de forma extracurricular. A
última tem ligação com os modelos de rotação por estações e laboratório
rotacional, em que os alunos alternam as estações em que circula, volta a
alguma estação que não �cou muito clara, ou no caso do laboratório,
pesquisa o quanto for necessário para entender e depois tira as dúvidas
que �caram em sala.
Você sabia que um fórum de discussão não é uma comunidade
de prática? Conheça mais sobre as comunidades práticas:
<https://bit.ly/37KKBOG>.
AVALIAÇÃO FORMATIVA
Quando somos estudantes e ouvimos a palavra avaliação, normalmente,
vem a nossa cabeça um processo punitivo. Na verdade, é necessário
romper com esta concepção e construir o seu oposto. As metodologias
ativas podem se tornar aliadas dentro desta ressigni�cação da ideia de
avaliar. Outro ponto importante será entender que a avaliação, dentro do
processo ativo de ensino, não deve ser aplicada apenas no �nal, e sim
como um instrumento formativo, com a �nalidade de corrigir desvios de
percurso.
Por exemplo, quando estamos em um ambiente trabalho e vamos fazer
uma avaliação dos colaboradores, na verdade vamos avaliar se objetivo
proposto e planejado pelo líder está sendo alcançado. Caso este
desempenho não esteja de acordo, é necessário veri�car o que precisa
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ser feito, para que estes comportamentos sejam ajustados. Dentro da
sala de aula, esta �nalidade da avaliação se repete.
É válido destacar que existe uma diferença entre avaliação e
instrumentos de avaliação. Quando falamos de provas, testes,
questionários, produções concretas, estes são instrumentos de avaliação
para avaliar o processo de ensino aprendizagem. Outro parâmetro
importante que devemos observar é a concepção de avaliação que está
na própria Leis de Diretriz e Bases da Educação (LDB), que em seu artigo
24 descreve que o docente precisa se atentar tanto aos critérios
qualitativos, quanto aos quantitativos, assim como os demais resultados
ao longo do processo de ensino aprendizagem. Sobre avaliação, três
formas de abordagem podem ser utilizadas: a avaliação diagnóstica,
somativa e a formativa.
Figura 8: Personalizar o ensino é atender as demandas individuais e
coletivas 
FONTE: <freepick.com>.
A avaliação diagnóstica é uma avaliação prévia e que pode ser aplicada
no início do processo de aprendizagem. Por exemplo, se enquanto
professora ministrou um curso de formação de professores, em uma
turma com alunos de 21 a 70 anos, que nunca trabalharam como
professores, junto a outros alunos que possuem experiência média de 40
anos como docentes, estamos falando de uma turma bastante
heterogênea. O nível de conhecimento e vivência destes dois grupos são
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diferenciados, algo que se descobre na avaliação diagnóstica, este
processo pode ser de�nido como um momento prévio, quando serão
identi�cados os conhecimentos prévios, que possibilitaram traçar um
plano para alcance dos objetivos. De forma prática, pode ser feita através
de um formulário impresso ou online, ou de uma entrevista, conversa ou
debate.
A avaliação somativa tem a �nalidade de gerar uma menção �nal, com o
uso de testes, provas, seminários e outros instrumentos. A legislação
brasileira ainda necessita de números para estabelecer a aprovação ou
reprovação do aluno, como uma espécie de controle da vida acadêmica,
que permanecem registrados nos arquivos, indicando se ele pode ou não
avançar para os próximos períodos e fases de sua vida acadêmica. Esta
avaliação é mais tradicional e ainda necessária, no contexto educacional
brasileiro, já que o sistema não permite que o aluno avance sem uma
nota mínima estipulada pela instituição escolar.
Por �m, é a mais importante quando assunto é metodologias ativas,
avaliação formativa é aquela que vai acompanhar o processo de ensino
aprendizagem como um todo, não apenas seu resultado �nal,
transformando resultados em notas. Normalmente,ela não trabalha com
a ideia de nota ou menção, sendo uma avaliação processual de
acompanhamento, que respeita o ritmo, a liberdade e autonomia do
aluno.
Neste modelo, o professor acompanha de forma próxima e
personalizada o cotidiano do aluno, como um mediador, não censurando
ou criticando, mas estimulando e dando sugestões de como ele pode
desenvolver o seu trabalho em sala de aula. O desenvolvimento
qualitativo de cada aluno é central dentro do modelo formativo, tanto
que o educador deve estar atento a toda caminhada do aluno, para que
ao longo do processo possa aplicar recuperações paralelas e atividades
colaborativas, com foco no desenvolvimento.
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Sendo assim, não se espera o �nal do curso, do semestre ou do bimestre
para identi�car se o aluno aprendeu ou não, mas se acompanha ao longo
da caminhada acadêmica o que deve ser ajustado, potencializado ou
corrigido. Tipos de avaliação que ocorrem durante a aplicação deste
modelo são os questionários durante as atividades, no modelo de Flipped
Classroom, o acompanhamento do aluno em suas atividades, se está
assistindo as vídeo aulas, se baixou os arquivos em PDF, leu os e-books,
seu posicionamento durante os debates e momentos de dúvida em sala
de aula, durante o momento da tutoria.
Para entender um pouco mais sobre o tema ensino híbrido,
metodologias ativas e educação personalizada, acesso o site da
professora Lilian Bacich, um dos grandes nomes do assunto no
Brasil, autora e organizadora de livro como: Ensino Híbrido:
Personalização e Tecnologia na Educação (2015), STEAM em Sala de
Aula: A Aprendizagem Baseada em Projetos Integrando
Conhecimentos na Educação Básica (2020) e Metodologias ativas
para uma educação inovadora. <https://lilianbacich.com/>.
RESUMO
Nesta Unidade aprendemos como o professor precisará favorecer a
personalização do ensino ao pensar em estratégias de organização do
espaço na sala de aula, na escolha de novas tecnologias, no método
avaliativo e utilização de diferentes recursos didáticos.
Concluímos que um bom planejamento será uma prática essencial para o
desenvolvimento de uma aula, empregando a metodologia ativa e o
ensino híbrido.  Em sala de aula, vimos que o aluno será o protagonista
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de seu aprendizado, ao passo que o papel de professor será de mediador
das atividades.
Entendemos também que a classi�cação dos modelos da Metodologia
Ativa, saber articulá-los com a criatividade e um bom planejamento, é a
chave para a inovação na sala de aula.
Por �m, compreendemos que avaliar não é apenas uma etapa �nal.
Quando a metodologia ativa está em pauta, a avaliação formativa será a
proposta mais assertiva, uma vez que ela proporciona acompanhar os
alunos durante toda a sua trajetória, orientando e corrigindo as rotas
durante o processo, seja no trabalho em grupo, no laboratório, individual,
na tutoria online, ou no contato por email, uma vez que a metodologia
ativa requer um contato constante e personalizado com o aluno.
REFERÊNCIAS
BÁSICAS
BACICH, L.; MORAN, E. Metodologias ativas para uma educação
inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de
24 de dezembro de 1996.
ENGELMAN, R. Comunidades de prática: estudo em um grupo de
pesquisa. XXXVII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em
<http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GPR2108.pdf>.
Acesso em Set. 2020.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Saberes Necessários à Prática
Educativa. 1996. Disponível em
<http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf/pedagogia_da_autonomia
paulofreire.pdf>. Acesso em: Set. 2020.
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http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf/pedagogia_da_autonomia
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Capítulo 1  Capítulo 3
HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para
aprimorar a educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: legitimate peripheral participation.
Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
SEABRA, C. Uma nova educação para uma nova era. In: A Revolução
Tecnológica e os Novos Paradigmas da Sociedade. Belo Horizonte: O�cina
de Livros, 1994.
COMPLEMENTARES
FERRAZ FILHO, B. da S. et al. Aprendizagem baseada em problemas (PBL):
uma inovação educacional?. Revista Cesumar: Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, v. 22, n. 2, p. 403-424, 2017. Disponível em:
<http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revcesumar/article/view/6137/0>
Acesso em: 05 out. 2020.
MATTAR, J. Metodologias ativas: para a educação presencial, blended e a
distância. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.
MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias
Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania:
aproximações jovens, v. 2, p. 15-33, 2015.
WILLIAMS, R. L. Preciso saber se estou indo bem. Rio de Janeiro: Sextante,
2005.
PERES, P.; PIMENTA, P. Teorias e práticas de b-learning. Lisboa: Edições
Sílabo Ltda., 2011.
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto
Alegre: Penso Editor, 2015.
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