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GESTÃO DE INFORMAÇÕES NO SETOR PÚBLICO Lígia Maria Fonseca Affonso Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147 G389 Gestão de informações no setor público / Ligia Maria Fonseca Affonso... [et al.] ; [revisão técnica: Cláudia de Salles Stadtlober, Adriano Saraiva Amaral]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018. 154 p. : il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-367-3 1. Gestão. 2. Administração pública. I. Affonso, Ligia Maria Fonseca. CDU 336.773 Revisão técnica: Cláudia de Salles Stadtlober Doutora em Educação Mestre em Ciências Sociais Aplicadas Graduada em Administração Adriano Saraiva Amaral Mestre em Administração - Estudos Organizacionais Graduado em Administração Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Conceituar informação e seu papel no âmbito de um sistema. � Classificar os sistemas de informação adotados pelo setor público. � Interpretar a gestão estratégica da informação como diferencial ao setor público. Introdução Neste capítulo, você estudará a importância da informação e da Tecno- logia da Informação e Comunicação (TIC) para as organizações públicas. Compreenderá também a Gestão da Informação (GI) no setor público e as diferentes aplicações das TIC na gestão pública. Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação nas organizações públicas Você consegue imaginar sua vida e a vida das organizações sem a pre- sença de informações? Impossível, não é? Todas as decisões que tomamos em nossas vidas dependem de informações, e quanto mais confiáveis elas forem, melhor e mais acertadas serão nossas decisões. Nas organizações não é diferente, as informações possuem papel fundamental nos processos de tomada de decisão. Sem informação, as organizações e os gestores públicos não conseguem definir projetos e programas fundamentais para solucionar os problemas da sociedade e não conseguem informa-la sobre suas ações. No entanto, é preciso cautela no tratamento e seleção das informações, verificando- -as quanto à qualidade e à quantidade (PIPINO; LEE; WANG, 2002). Para mensurar a qualidade da informação, Pipino, Lee e Wang (2002) propuseram uma análise sob a ótica de 16 dimensões, como você pode verificar no Quadro 1. Dimensões Definições Acessibilidade Em qual extensão a informação está disponível ou quão fácil e rapidamente ela é coletada. Quantidade de informação Em qual extensão o volume de informações é apropriado para a resolução do problema ou para a tomada de decisão. Veracidade Em qual extensão a informação é considerada verdadeira e digna de crédito. Integral (completa) Em qual extensão a informação não está incompleta para a tomada de decisão. Concisão A extensão pela qual a informação é apresentada de forma condensada. Consistência A extensão pela qual a informação é apresentada no mesmo formato. Facilidade de manipulação A extensão pela qual a informação pode ser manipulada e utilizada em diferentes tarefas. Livre de erros A extensão pela qual a informação é correta e confiável. Interpretabilidade A extensão pela qual a informação está apropriada de linguagens, símbolos, unidades e clareza de definições. Objetividade Imparcialidade, não prejudicada e livre de tendências. Quadro 1. Dimensões da qualidade da informação. (Continua) Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação12 Fonte: adaptado de Pipino, Lee e Yang (2002, p. 212). Dimensões Definições Relevância A extensão pela qual a informação é aplicável e útil para a tarefa em questão. Reputação A extensão pela qual a informação é altamente confiável em termos de fonte ou conteúdo. Segurança A extensão na qual o acesso à informação é restrito com o intuito de manter a segurança. Atual A extensão na qual a informação é suficientemente atualizada para a tarefa em questão. Facilidade de entendimento A extensão na qual a informação é facilmente compreendida. Adição de valor A extensão na qual a informação é benéfica e fornece vantagens com seu uso. Quadro 1. Dimensões da qualidade da informação. Como você pode notar, todas as dimensões são importantes e devem ser consideradas. Muitas vezes, as decisões são tomadas com base em um conjunto incompleto de informações, o que pode influenciar em sua qualidade, que é um importante atributo da informação para a tomada de decisões. Por isso, a importância de verificar a qualidade das informações, evitando efeitos prejudiciais e garantindo que as decisões tomadas tenham como resultado ações produtivas, agilidade na resolução de problemas e, consequentemente, melhor desempenho organizacional (CLEMEN, 1996; JUNG, 2004). Dessa forma, os processos decisórios necessitam de eficiência, eficácia e confiabilidade. Para isso, é necessário utilizar ferramentas que permitam a coleta, tratamento, processamento e armazenamento de informações. Nesse contexto, temos a tecnologia da informação (TI), que além de reduzir a re- dundância de informações e agilizar os processos organizacionais, organiza e armazena os dados, obtendo informações e gerando conhecimento. (Continuação) 13Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação � Dados: são a sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis, por exem- plo, texto, foto, figura, som gravado e animação, que podem ser armazenados e processados. � Informação: é o dado que foi selecionado, processado, tratado e possui um sig- nificado, podendo ser utilizado nas tomadas de decisão por meio da informação. � Conhecimento: quando a informação é trabalhada por pessoas e pelos recursos computacionais, possibilitando a geração de cenários, simulações e oportunidades. Assim, os dados processados agregam valor e são capazes de gerar um saber, o que significa que a informação se transformou em um conhecimento (OLIVEIRA; MEDEIROS, 2011). Diante da nova realidade da administração pública, mais democrática e transparente em suas ações e prestação de contas, aliadas ao aumento da eficiência, eficácia e efetividade de suas ações, a TI passou a ter um grande valor na gestão pública. A crescente demanda por transparência e prestação de contas fez com que as TIC se tornassem necessárias, bem como a existência de sistemas de informações complexos e integrados voltados à gestão pública. Essas tecnologias, além de encurtar distâncias, permitiram que tarefas que exigiam grande esforço e tempo, fossem realizadas por máquinas com grande competência. A diminuição do custo dos softwares e hardwares, o desenvol- vimento das redes, a disseminação dos computadores que permitiram o uso intenso da informática, a democratização da informação nas organizações e o avanço da TI propiciaram o desenvolvimento e a implantação de sistemas unificados de gestão, que incluem módulos de recursos humanos, finanças, produção, logística, folha de pagamento, contabilidade, vendas, manutenção, etc. � Tecnologia da Informação (TI): conjunto de recursos tecnológicos e computa- cionais para a geração e uso da informação, fundamentada em hardwares e seus dispositivos e periféricos, softwares e seus recursos, sistemas de telecomunicações, de dados e informações. � Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC): conjunto de recursos tecnoló- gicos que integrados entre si permitem a comunicação de vários tipos de processos existentes, ou seja, permitem compartilhar informações (MIRANDA, 2007). Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação14 Para Marchand, Davenport e Dickson (2004) a TI melhora a eficiência das operações organizacionais e a comunicação, facilita a tomada de decisões gerenciais por meio da disponibilidade de informações adequadas e apoia a inovação no desenvolvimento e prestação de serviços, possibilitando novas iniciativas. Apesar de já ter sido vista apenas como um conjunto de compu- tadores e de softwares utilizados para desempenhar determinadas tarefas, atualmente a TI é vista comoum recurso necessário e responsável por integrar as organizações com o seu ambiente externo, dando suporte ao seu sistema de informação. No entanto, a TI só terá relevância em uma organização, se for capaz de (PLACHTA, 2013): � mapear e apoiar seus processos com eficiência e eficácia, garantindo sua continuidade; � utilizar as melhores práticas e metodologias de gestão de suas informações; � identificar e estruturar suas necessidades operacionais e gerenciais; � servir de auxílio na tomada de decisões; � aumentar a produtividade; � otimizar a disseminação e troca de informações internas e externas; � garantir a segurança de informações. Quando bem utilizada, a TIC facilita os processos organizacionais au- mentando sua eficiência. Dessa forma, é necessário que o setor público se adapte continuamente e invista em TIC com profissionalismo, por meio de uma arquitetura de TIC que garanta o sucesso em sua implantação e utili- zação. Para isso, são necessários três componentes básicos (FERRANTE; RODRIGUEZ, 2000, p. 83): Hardware representa os equipamentos, a infra-estrutura e maquinário ne- cessário para a fabricação de produtos e prestação de serviço. Software representa as rotinas e o conhecimento já sistematizado, utilizado na fa- bricação de produtos ou prestação de serviços. Humanware representa as pessoas que contribuem para o processo produtivo ou conhecimento ainda não sistematizado. 15Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação Leia mais sobre a TIC no setor público, acessando o link ou código a seguir (BALBE, 2010). https://goo.gl/TPYkSi Gestão da Informação no setor público Você deve concordar que com a quantidade de informações produzidas e dis- poníveis atualmente é preciso um gerenciamento para não se correr o risco de selecionar e utilizar informações inúteis e sem qualquer valor, fazendo com que percamos nosso precioso tempo. Para ter valor e ser utilizada estrategicamente, a informação precisa ser gerida. Por isso, o gerenciamento da informação é necessário, pois trata-se de um processo que tem como objetivo capturar, distribuir e utilizar a informação e o conhecimento produzido por ela dentro da organização, sendo considerada como mais uma atividade essencial de- senvolvida nas organizações (DAVENPORT, 1997; SILVA; TOMAÉL, 2007). Processo é o conjunto de operações que transforma recursos (entradas) em produtos ou serviços (saídas) e possui mecanismos de controle e verificação de qualidade, agregando valor (GONÇALVES, 2000; VILLELA, 2000). Cabe destacar que o processo de gestão de informações é composto por várias fases ou etapas, das quais depende o tipo de abordagem utilizada. Um processo genérico de gestão de informação (ver Figura 1), por exemplo, pos- sui as fases de determinação dos requisitos ou necessidades de informação, captura, distribuição e a utilização das informações. Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação16 Todas as etapas e atores do fluxo de informação devem ser identificados e nomeados com a finalidade de identificar as influências que exercem sobre o processo, antecipando-se sobre os problemas que possam surgir. Para que isso ocorra, a GI deve estar apoiada em políticas organizacionais, que promovam a sintonia e o inter-relacionamento entre as unidades e setores da organização, sendo essa uma condição fundamental para que os procedimentos direcio- nem os fluxos de informação para a gestão (DAVENPORT, 1997; SILVA; TOMAÉL, 2007). Figura 1. Processo genérico da Gestão da Informação. Fonte: Davenport (1997). Veja, a seguir, cada uma das fases e as atividades envolvidas nesse processo (DAVENPORT, 1997). � Determinação de requisitos: envolve determinar as necessidades de informação, identificar os objetivos e a combinação entre eles, bem como o uso da informação. � Captura de informação: envolve o monitoramento do ambiente, a categorização das informações, a formatação e a representação da informação por meio de documentos estruturados e contextualizados. � Distribuição da informação: envolve a definição da mídia mais apro- priada, usuários que irão receber a informação, estratégia adequada para levar a informação ao público-alvo, conectando gestores e usuários da informação. � Uso da informação: é o final do processo de GI, no qual melhorias podem ser realizadas, como medições, contextualização e incorporação de medidas de uso na avaliação de resultado. 17Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação A GI em organizações públicas pode ser motivada pela necessidade de melhorar a efetividade da prestação de serviços; prestação de contas à sociedade sobre suas ações; garantia do acesso ou da privacidade a infor- mações de interesse público; transparência de ações e decisões do governo; preservação dos registros sociais, econômicos e históricos, etc.; e deve estar contemplada no planejamento da organização. Portanto, a captação, o recebimento, a criação e a distribuição das informações devem pertencer a um programa apropriado para a obtenção, a conservação, a proteção e a preservação da informação, além de avaliar a eficiência e a eficácia de seus processos de informação. Como cada organização possui um fluxo de informação particular e este fluxo é um objeto importante, a GI deve mapeá-lo, identificando pessoas, fontes de informação, arquitetura e tecnologia utilizada, integração de diversos tipos de informação, processos e serviços, estratégias, políticas, comportamentos relacionados à informação, tendências a mudanças e o comportamento das informações, para compor o conjunto estruturado de atividades referentes à forma como a informação e o conhecimento são obtidos, distribuídos e utilizados. É preciso destacar a importância das pessoas e a relação entre elas para a efetivação da GI, pois, sem dúvida, a credibilidade e o sucesso de qualquer projeto de GI depende daqueles que o direcionam e o gerenciam, de acordo com os objetivos pretendidos (DAVENPORT, 1997; MIRANDA; STREIT, 2007; SILVA; TOMAÉL, 2007). A política de GI deve considerar a complexidade do ambiente e orientar a forma pela qual a informação deve ser criada, utilizada e conservada na organização, ou seja, deve gerir a informação desde o planejamento e desen- volvimento de sistemas até sua distribuição e/ou preservação. Dessa forma, podemos dizer que a GI deve ter como base políticas bem elaboradas, que a oriente, e uma arquitetura bem desenhada, capaz de guiar suas ações e a gestão do ciclo de vida da informação, gerada de modo eficaz e eficiente para que os serviços prestados possam satisfazer as necessidades dos cidadãos. Observe o ciclo de vida da informação esquematizado na Figura 2. Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação18 Figura 2 Ciclo de vida da informação. Fonte: adaptada de Ponjuán Dante (1998 apud MIRANDA; STREIT, 2007). Outro ponto a ser destacado é que a GI e o modelo de processos de comuni- cação são influenciados também pela estrutura organizacional. As organizações públicas, devido à sua complexidade, padronizam a comunicação e mantêm o registro formal de suas ações e comunicação, buscando maior estabilidade para suas ações. Dessa forma, o processo de gestão da informação nessas organizações acaba obedecendo à cadeia de decisão vertical, dividida em funções, nas quais a redução da ambiguidade e da incerteza das informações se dá de cima para baixo, organizando a base da cadeia de decisões com tarefas e responsabilidades bem-definidas. O organograma é o formato mais comum em organizações públicas em uma estrutura mais ou menos piramidal (MIRANDA, 2007). Nas organizações públicas que possuem estrutura mais mecânica, os processos de comunicação são mais verticais, o que exige a redução de ambiguidades das infor- mações. Em organizações com estruturas mais orgânicas, a necessidade de reduzir a ambiguidade das informações é menor, uma vez que toda a organização está envolvida na interpretaçãodo ambiente, na discussão e nos processos de mudança com uma comunicação mais horizontal (MIRANDA, 2007). 19Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação Você pode notar que a informação é um ativo fundamental nas organizações, sejam elas públicas ou privadas. No entanto, em algumas organizações públi- cas ainda não são compartilhadas da forma como deveriam, ficando, muitas vezes, restritas a cada indivíduo. Algumas organizações ainda não possuem a habilidade para captação das informações que possuem ou têm acesso desen- volvidas. A informação é um elemento importante para que o conhecimento que existe nas organizações seja compartilhado. Pode ser coletado, processado e administrado e faz parte das amplas questões compreendidas na gestão do conhecimento. A GI pode maximizar recursos, desde que as pessoas, por meio de suas atividades e produção, compartilhem a informação. Dessa forma, esses conhecimentos e informações produzirão ambientes de aprendizagem trazendo maiores vantagens às organizações (SILVA; TOMAÉL, 2007). Diferentes aplicações das tecnologias da informação e comunicação na gestão pública A TIC é um dos fatores estratégicos em uma organização pública capaz de promover as mudanças necessárias para atender a uma população cada vez mais exigente e questionadora, com maior agilidade e flexibilidade, reduzindo a burocracia que torna os processos lentos e morosos. Rosini (2006, p. 130) considera a TIC: Uma poderosa ferramenta para controle que permite monitorar e registrar muitos aspectos do comportamento e desempenho da organização e ao prover tais dados aos supervisores organizacionais reforça o seu controle hierárquico. A mesma tecnologia pode ser utilizada para reforçar os níveis inferiores de uma organização pelo acesso à informação, estendendo-o a maior número de pessoas alcançadas. A tecnologia é, portanto, uma forte aliada na distribuição do saber nos ambientes organizacionais, ajudando o desenvolvimento do conhecimento coletivo e o aprendizado contínuo, facilitando o compartilhamento de pro- blemas, ideias e soluções entre as pessoas. Além disso, promove a melhoria da qualidade e disponibilidade das informações e dados sobre o contexto em que estão inseridas e facilita a análise para a melhora dos processos internos e dos serviços prestados à população, garantindo que leis e regulamentos sejam cumpridos, apoiando os programas e serviços públicos, protegendo informa- ções, apoiando o processo de tomada de decisão e auxiliando na formulação de políticas de informações e serviços (ROSINI, 2006; BEAL, 2007). Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação20 A disseminação da TI, o aumento da conectividade e a convergência de várias tecnologias são os principais fatores relacionados à TI que afetam a administração pública (VAZ, 2002): � Disseminação da TI: ocasionou o aumento no número de pessoas habilitadas a operacionalizar suas funções básicas, fazendo a TI se tornar cada vez mais necessária ao funcionamento da sociedade e da administração pública. � Convergência tecnológica: ocasionada pela expansão da capacidade tecnológica, que aproximou as funções da computação, das comuni- cações e dos conteúdos, ampliando a intercomunicação entre usuários com menor tempo e recursos. � Aumento da conectividade: vem transformando as práticas de trabalho nas organizações públicas com o uso de ferramentas de trabalho em grupo e com a integração de sistemas por meio da utilização de redes, modificando os antigos processos de trabalho e a forma de relaciona- mento entre servidores e usuários. As TIC vêm proporcionando também maior interação entre governos e cidadãos por meio dos portais do Governo na internet (governo eletrônico) que têm por finalidade (AZEVEDO, 2015): � permitir que o cidadão participe exercendo e fortalecendo sua cidadania; � oferecer diversos serviços diretamente pela internet, como emissão de certidões e guias para recolhimento de impostos; � fornecer grande e variada quantidade de informações de interesse público; � facilitar e expandir a comunicação com os cidadãos, com a sociedade em geral, com órgãos públicos e governos, visando reduzir a burocracia e melhorar a governança; � aumentar a eficiência administrativa, reduzindo simultaneamente os custos, uma vez que não há necessidade de intermediários na prestação de certos serviços; � melhorar a eficácia e os resultados da gestão pública; � aumentar a transparência das ações governamentais; � promover o accountability governamental. 21Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação Accountability é um mecanismo institucional utilizado pelos governantes e servidores para responder à sociedade ou a outros órgãos do governo por seus atos ou omissões (LINHARES NETO; BRITO, 2011). Com a divulgação de informações públicas por meio eletrônico, o Governo abriu novas portas para o conhecimento de suas ações, e a maior expressividade nesse quesito pode ser facilmente constatada por meio dos portais públicos de transparência eletrônica. O primeiro portal público brasileiro foi o da Receita Federal, criado em 1996, no qual em 1997 já era possível o envio das declarações de Imposto de Rendas (IR) de forma on-line pelo programa Receitanet (AZEVEDO, 2015). Outros portais surgiram e foram sendo aperfeiçoados, conforme os avanços da tecnologia e da internet, alguns estão disponíveis até hoje. No entanto, o que mais possui representatividade é o Portal da Transparência, desenvolvido em 2004 pela Controladoria Geral da União (CGU), que permite ao indivíduo navegar de forma intuitiva e prática, fiscalizando o dinheiro público, os gastos com compras e contratações, transferências de recursos, salários pagos a servidores e outros, além de contar com um espaço para que ele se manifeste caso encontre alguma irregularidade nas práticas de gestão do patrimônio público (AZEVEDO, 2015). Dessa forma, podemos notar que a utilização da TIC é um instrumento importante de apoio à administração pública, que possibilita maior alcance na oferta de serviços e a formalização de novos espaços para que os cidadãos exerçam sua cidadania, aproximando-se mais do Estado. Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação22 23Gestão da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação AZEVEDO, F. C. Tecnologia da informação na gestão pública: um estudo de caso sobre a divulgação de conteúdo nas páginas da transparência eletrônica ativa da Prefeitura Municipal de Jardim do Seridó – RN. 2015. Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó, 2015. BALBE, R. S. Uso de tecnologias de informação e comunicação na gestão pública: exemplos no governo federal. Revista do Serviço Público, Brasília, DF, v. 61, 2010. Dis- ponível em: <https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/45/43>. Acesso em: 18 fev. 2018. BEAL, A. Introdução à gestão de tecnologia da informação. [S.l.]: 2beal.org, 2007. CLEMEN, R. T. Making hard decisions. 2nd ed. Pacific Grove: Duxbury, 1996. DAVENPORT, T. H. Information ecology. Oxford: Oxford University, 1997. FERRANTE, A. J.; RODRIGUEZ, M. V. R. Tecnologia de informação e gestão empresarial. Rio de Janeiro: E-papers, 2000. GONÇALVES, J. E. L. As empresas são grandes coleções de processos. 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