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Faculdade de Medicina de Barbacena Lívia Sanders SEMIOLOGIA GINECOLÓGICA Anamnese: Objetivo da anamnese: diagnóstico das patologias em questão, estabelecer vínculo com a paciente, conhecer o contexto/realidade da paciente, conhecer medos, crenças e mitos e ouvir sem ansiedade. Identificação: Nome, idade (importante devido ao período da vida reprodutiva), sexo, cor, estado civil (risco de DST’s e contracepção), profissão, naturalidade e procedência e religião QP: Motivo explicitado X motivo real HMA: o Início, duração, evolução (Ex.: paciente apresentou corrimento de coloração esbranquiçada, sem odor, acompanhada de prurido) o Corrimento: cor, consistência, cheiro, fatores associados, relação com o ciclo menstrual o Dor: Inicio e modo de início, tipo, localização, horário e duração, intensidade e frequência, fenômenos que acompanham, fatores de melhora e piora, irradiação e relação com o período menstrual HPP: Doenças, tratamentos, medicação em uso, cirurgias ginecológicas, urológicas ou abdominais HF: Doenças comuns na família. Importante: histórico de câncer de mama e ovário HS: profissão, tabagismo, atividade física HGO: o Idade da menarca/menopausa o Ciclos: intervalo, duração e fluxo o Sintomas perimenstruais o Data da última menstruação o Contracepção o Doenças e tratamentos prévios o Vida sexual o Dificuldade para engravidar o GPA o Vias de parto e local o Evolução das gestações o Complicações dos partos e pós parto o Prematuridade o Evolução do filho o Amamentação Exame Físico: Ectoscopia: observar obesidade, acne, hirsutismo, cloasma (melasma da gravidez), Cushing, fenótipos, mucosas e varizes Peso, PA, palpação da tireoide a abdome Mamas: o Inspeção estática: paciente sentada, com as mãos na porção ântero-lateral do abdome. Verificar simetria, volume, forma, abaulamentos ou retrações, complexo aréolo-papilar, pele, politelia, polimastia o Inspeção dinâmica: paciente sentada, movimenta os mm peitorais, primeiro com as mãos nos flancos, mover o cotovelo para frente e para trás e depois com os braços estendidos ao longo do tronco, realizar abdução até que as mãos se juntem sobre a cabeça o Palpação mamária: paciente em decúbito dorsal, braços fletidos atrás do pescoço. Deve ser feita nos quatro quadrantes. Se for palpado algum nódulo, deve-se atender para tamanho, contornos, consistência, mobilidade e localização o Expressão areolo-papilar (nem sempre é feita) Palpação das axilas: o Paciente sentada com o antebraço fletido em 90o, abduzido, apoiado no braço homolateral do examinador. O examinador usa a mão contra-lateral procurando linfonodos no cavo axilar Exame Ginecológico: Realizado em posição de litotomia com as nádegas na borda da mesa, ou um pouco além Inspeção: o Genitália externa: Vulva (anatomia, pelos, coloração, lesões, edema, trauma), vestíbulo (intróito vaginal, hímen, óstio da uretra, clitóris, glândulas vestibulares e para-uretrais). Pode ser feita a manobra de Valsalva para observação de protusões o Períneo: rotura, comprimento Exame Especular: o O espéculo escolhido deve ser o menor possível o Introdução do espéculo: expor o intróito vaginal, iniciar com o espéculo fechado e rodado 30° no sentido horário, a lubrificação deve ser feita apenas em casos específicos. Apoiar na fúrcula posterior, introduzir direcionado posteriormente, rodar no sentindo horário e abrir progressivamente e expor o colo o Avaliar: trofismo vaginal, resíduo vaginal, colo uterino o Coleta de resíduos suspeitos para exame a fresco (KOH 10% e salina) e “Wiff test” o Ácido acético a 2%: remove muco o Teste de Schiller: áreas iodo-negativas o Retirada do espéculo: iniciar com as lâminas afastadas, rotação anti-horário Toque Vaginal: o Deve ser combinado abdominovaginal uni ou bidigital o Exposição do vestíbulo: polegar e mínimo (ou anular) da mão dominante ou indicador e médio da mão não dominante o Introdução do dedo indicador seguido pelo médio o Avaliar: elasticidade da parede vaginal, assoalho pélvico, fundos de saco e colo (consistência, posição, comprimento, superfície e mobilização), útero (toque combinado; posição, volume, contornos, consistência e mobilidade) e anexos (toque combinado; dedos da vagina nos fórnices laterais e mão do abdome nas fossas ilíacas) Toque Retal: paramétrios, impossibilidade de toque vaginal DISMENORRÉIA INTRODUÇÃO: Definição: Menstruação dolorosa o Engloba cólicas menstruais, menalgia, odinomenorreia... “Dis”: difícil, “meno”: menstruação e “reia”: fluxo menstrual Não é um diagnóstico, é um sintoma 50% das mulheres com desconforto 10% incapacitadas por 1 a 3 dias/mês Classificação: Dismenorréia primária: Não possui nenhum substrato orgânico, não tem origem anatômica. Exame físico e complementar não tem achado o Dor menstrual na ausência de lesão pélvica identificável o Distúrbio do metabolismo de prostaglandina fisiológica o Depende do corpo lúteo, da produção de prostaglandinas, da supressão da atividade lútea, da descamação do endométrio, do fluxo rico em prostaglandinas rica em atividade miocontrátil isquemia endometrial por inflamação dor o Início precoce (normalmente acomete pós menarca), melhora com o tempo e após partos. o Relacionada aos ciclos ovulatórios. Portanto, se a mulher toma anticoncepcional (ACO) e tem dismenorreia, o diagnóstico é outro Dismenorréia secundária: dor menstrual na presença de doenças pélvicas o Existe um substrato orgânico passível de ser identificável em exame físico (ex: toque) ou por exames complementares (ex: US pélvico) o Miomas, endometriose, adenomiose, DIU, pólipos, estenose cervical, infecções, corno uterino cego o Aparecimento tardio: mulher que não tinha queixa de dismenorreia e aos 30 anos começa a apresentar o Piora progressiva Quadro Clínico: Dor em cólica, no início da menstruação, na linha média, que pode se irradiar Dolorimento difuso ou peso no abdome inferior Diarréia, náuseas e vômitos Cansaço, tonteira, cefaléia Dor lombossacra Nervosismo Etiopatogenia: Distúrbio do metabolismo das prostaglandinas: aumento de prostaglandinas, principalmente PGF2, presente no fluxo menstrual o Hipercontratilidade uterina -> isquemia -> liberação de peptídeos alcoólicos no SNC -> dor o PGF2: é produzida no endométrio, sob influência da progesterona Estrogênio: diminui tônus e contratilidade uterinos, portanto, no período menstrual como os níveis de estrogênio diminuem, terá mais propensão a dor Fatores obstrutivos: uma das causas de dismenorreia primária Fatores psicogênicos: o Efeito placebo em 20-50% das pacientes o Visão negativa da menstruação o Gravidez frustrada o Comportamento aprendido com a mãe o Tendências neuróticas, paranóides e suicidas, instáveis, emocionalmente imaturas Avaliação: Visa descartar a dismenorréia secundária Anamnese: o Época do aparecimento o Período do ciclo que inicia o Dispareunia, infertilidade, manchas pré-menstruais, sintomas do TGI Dispareunia associada frequentemente está relacionada a endometriose o Método contraceptivo (DIU, ACO) Exame físico: o Palpação abdominal o Exame especular Fatores obstrutivos: observar se já entrou em trabalho de parto (nulípara: punntiforme; primípara/multípara: em fenda), pois o parto promove dilatação do colo e pode melhorá-los Procurar outros achados como nodulações de fundo de saco posterior o Toque vaginal: fundo de saco posterior, útero (posição, volume, mobilidade, sensibilidade) Exames complementares: o Em casos selecionados o Ultra-som o Laparoscopia o Tratamento de prova Tratamento: Exercícios, promovendo a liberação de endorfinas Psicoterapia Acupuntura Calor local AINE´s: Inibidores da síntese de prostaglandinas o Os mais importanteso Naproxeno, ibuprofeno e oxicans: melhor eficácia e menor efeito colateral o Contraindicado para menores de 14 anos, com exceção de ibuprofeno Inibidores seletivos da COX2 o Eficácia boa mas a maioria foi retirado do mercado Ácido mefenâmico (Ponstan): Bom perfil de tolerabilidade e segurança o Contraindicado para pessoas com doença do TGI, doença renal, alergia ao AAS... ACO: necessidade de contracepção o Tratamento em longo prazo o Suprimem a ovulação e diminuem a descamação do endométrio -> inibição da ação das prostaglandinas de forma indireta Cirurgia – casos extremos: o Basicamente nas formas secundárias o Tratamento direcionado para causa de base (ex: endometriose, mioma) SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL (TPM) Definição: “Complexo de sinais e sintomas físicos e comportamentais que se manifestam de maneira cíclica e recorrente, na fase lútea, em geral, desaparecendo por completo com o início da menstruação.” Introdução: 85% das mulheres apresentam algum sintoma pré-menstrual Fisiológico: molímen menstrual 40% interfere nas atividades diárias 2,5-5,0% quadro de intensidade severa Mais de 150 sintomas relatados Diagnóstico: Diagnóstico de exclusão o História clínica (anamnese) Reid (1985): o Sintomas e sinais cíclicos e recorrentes, na fase lútea o Fase folicular assintomática o Interferência com a vida da paciente Avaliação prospectiva por, no mínimo, dois ciclos (gráficos ou diários) Pode associara CTB e peso diário Avaliação tireoidiana (fadiga, ganho de peso, irritabilidade) Depressão, distúrbio bipolar e enxaqueca podem se exacerbar na fase pré-menstrual o Até 50% com distúrbio psiquiátrico oculto -> encaminhas para especialista Critérios da APS (1994): Entre os ciclos de um ano os sintomas devem ocorrer em dois, durante a última semana e terminar com o início do fluxo, raramente persistindo por um ou mais dias O distúrbio interfere intensamente no relacionamento com as pessoas e com o trabalho rotineiro Pelo menos 5 dos seguintes sintomas: o Labilidade afetiva (choro, tristeza) o Ansiedade, tensão o Redução do interesse e das atividades usuais o Cansaço fácil o Dificuldade de concentração o Alteração do apetite o Sonolência ou insônia o Outros: mastalgia, cefaléia, edema, dores O distúrbio não é meramente uma exacerbação de outras doenças como depressão, síndrome do pânico, ou alterações da personalidade, mas pode se sobrepor aos sintomas destas doenças Critérios anteriores são confirmados por auto avaliações diárias prospectivas por pelo menos dois ciclos sintomáticos Quadro Clínico – sintomas físicos e psíquicos: Retenção hídrica o Edema o Ganho de peso o Aumento das mamas e mastalgia o Distensão abdominal o Dor pélvica o Dor em extremidades o Oligúria Neuropsíquicos o Ansiedade e tensão o Irritabilidade o Labilidade emocional o Cefaleia o Depressão o Astenia o Falta de concentração o Alteração de apetite o Insônia o Sonolência o Agressividade o Tendências suicidas Outros o Náuseas e vômitos o Aumento do peristaltismo o Dores musculares o Enurese o Taquicardia o Dispneia Dor precordial Rinite Prurido Asma Hordéolos Sinusite Conjuntivite Etiopatogenia: Etiologia desconhecida, provavelmente muitos fatores contribuem Progesterona implicada: Efeito depressor sobre o SNC Estrogênios Redução de opióides endógenos Serotonina Piridoxina (vitamina B6) o Alguns estudos mostraram que há redução dessa vitamina o Reposição tem efeito positivo na melhora dos sintomas Prostaglandinas implicada Hiperprolactinemia Disfunção tireoidiana GABA Genético Aldosterona Vitaminas A e E Mg e Zn Atividade da insulina Tratamento: Individualizado e dirigido ao grupo de sintomas, principalmente às queixas que mais atrapalha a vida da paciente Estudos insuficientes (EI) o Exercícios o Dieta com restrição de carboidratos, sal e lípides saturados o Evitar cafeína e álcool Psicoterapia Encurtar o sono na fase lútea Diuréticos para retenção hídrica (espiranolactona, tiazídicos) Benzodiazepínicos para ansiedade (alprazolam) o Lítio – não recomendado Antidepressivos – inibidores da receptação de serotonina (fluoxetina, sertralina, buspirona, tricíclicos, fenfluramida) Estrogênios – pode ter alguma melhora, mas não é tratamento recomendado Vitamina B6 Vitamina E, vitamina: efeito placebo Cálcio Precursores de PGs (ácido gama-linoleico) Danazol Análogos do GnRH ACO – com 3 mg de drospirenona o Drospirenona: progesterona/antimineralocorticoide o Ex: Yas e Yasmin que são compostos por etinilestradiol com drospirenona Não recomendados: o Progesterona o Bromocriptina, lisurida, carbergolina o Magnésio e zinco: não recomendado VULVOVAGINITES Introdução: Prevalência alta Diagnóstico e terapêutica específicos Diagnóstico clínico: anamnese + exame físico Não são DST obrigatória Fisiológico ou patológico É impossível uma mulher ter ao mesmo tempo uma infecção por Gardnerella e por Cândida, por uma questão de pH o A Cândida gosta do pH vaginal mais ácido enquanto a Gardnerella gosta do pH um pouco mais elevado, de forma que elas não podem coexistir o Lembrando que elas são próprias da flora e vão ser patológicas nessas mudanças de pH em que vão proliferar Resíduo vaginal normal: Muco cervical, restos celulares, M.O., transudação, glândulas pH 3,8 – 4,5 o Esse pH ácido é devido aos lactobacilos ou bacilos de Dordelein o Fermentam glicogênio e produz ácido lático o Alteram pH: sêmen, muco cervical, menstruação, hormonal, ATB Inodoro, translúcido ou branco, mucoso ou homogêneo Importante saber diferenciar secreção vaginal fisiológica da patológica Flora Vaginal Normal: Pré-púberal: anaeróbios (bacteróides); Fungos e gardnerela (10%); Staphylococcus epidermidis; Menacme: aeróbios, lactobacilos; estrepto e estafilococos (50%); Gardnerella (30 – 90%); Fungos (15 a 20%); o Atividade sexual Pós-menopausa: lactobacilos; bastonetes gram negativos VAGINOSE BACTERIANA: Gardnerella Depende da interação com os outros microorganismos da flora, a Gardnerella sozinha não é responsável por essa vaginose o Anaeróbios, Gardnerella, Mobiluncus, lactobacilos Não é DST obrigatória, portanto não precisa tratar parceiro Etiologia: Transmissão sexual (?) Maior risco: DIP, Rotura prematura de membranas (RPM), Trabalho de parto pré-termo (TPP), abortamento, endometrite pós-cesareana, HIV o Negligência no exame ginecológico: Tem que fazer o tto da vaginose com metronidazol depois do primeiro trimestre evitar parto prematuro Gera alcalinização do ph vaginal Quadro Clínico: Oligossintomática Ausência de prurido e sinais irritativos Corrimento: fétido, fluido, microbolhas, não-aderente, piora do odor após coito ou com menstruação (maior alcalinização do pH vaginal) Diagnóstico: Clínico Critérios de Amsel: Precisa de 3 presentes para confirmar o diagnostico o Corrimento característico o Ph > 4,5 o Teste das aminas – KOH a 10% Desprendimento de aminas voláteis: putrecina e cadaverina Cheiro de peixe podre o Células indicadoras – Clue cells (prova) Colpocitologia – baixa sensibilidade Gram – escore de Nugent Tratamento: Não tratar parceiro de rotina Metronidazol 500 mg o Duas vezes ao dia o 500mg 12/12h, 1g 1 vez ao dia o Durante 7 dias o Efeito antabuse: interação com o álcool, esperar 4/5 dias após a parada do medicamento Gel vaginal o Clindamicina 2%, 5 g/dia, 7 dias o Metronidazol 0,75%, 5 g/dia, 5 dias Regime alternativo: Clindamicina 300 mg 12/12 hs, 7 dias TRICHOMONAS VAGINALIS: Protozoário flagelado, anaeróbio DST obrigatório Incubação: 3 a 28 dias (média 7 dias) Associação frequente com vaginose bacteriana (60%) Quadro Clínico: 50% assintomática Corrimento mais purulento, espumoso, amarelo-esverdeado, abundante e fétido Sinais irritativos evidentes: Queixas de ardor e prurido Colpite em focos (colo em framboesa): Colo com pontos hiperemiados, não é patognomônico mas é bem sugestivo Diagnóstico: Clínico ph > 4,5 Exame a fresco: Sensibilidade de 50 a 75% o Gram pior que exame a fresco Cultura: Diamond, Roiron, Kupfeberg Testes das aminas (KOH) pode ser positivo: Para gardnerella é sempre positivo, para trichomonas não necessariamente Tratamento: Tratar o parceiro Metronidazol 2g V.O. dose única ou múltipla o A dose múltipla tem média adesão devido a esquecimento e outras causas o Por se tratar de DST, não pode deixar sem tratar pois tem o risco de complicar com DIP o TTO de escolha Tinidazol 2g V.O. dose única Controle de cura O que salva a questão do quadro clínico ser muito parecido com gardnerella é que se errar o diagnóstico, o tratamento é bem parecido CANDIDÍASE: C. albicans é a mais frequente: 80-90% C. albicans até 40% das assintomáticas 75% das mulheres, no mínimo um episódio Transmissão sexual não significativa não é DST obrigatória Presente na flora vaginal normal Fatores predisponentes: Gravidez o Vulvovaginite mais frequente em gestantes o Devido a redução do pH e aos hormônios (elevação do nível de estrogênio espessa o epitélio aumenta descamação aumenta substrato para a flora lactobacilar redução do pH) Contraceptivo oral de alta dose estrogênica o Pode tentar reduzir a dosagem do estradiol para reduzir incidência de candidíase Diabetes descompensado Corticoides e imunossupressores Imunodeficiência Uso de antimicrobianos recente o Antigamente, candidíase era considerada doença de verão devido ao uso de roupas molhadas. Mas devido ao uso de ATB para tratamento de viroses, se tornou doença do inverno, podendo ocorrer no ano inteiro Substâncias alergênicas Vestuário Quadro Clínico: Corrimento branco, inodoro e aderente (grumos) Sinais irritativos Prurido, ardor vaginal, disúria e algúria Exacerba antes da menstruação (pH abaixa mais um pouco) Diagnóstico: Clínico ph < 4,5 Exame a fresco: pseudo-hifas (60%) Cultura para casos recorrentes: Sabouraud, Nickerson o Importante para separar espécies albicans de não albicans Pseudo-hifas Tratamento: Não-complicada Esporádica ou infrequente Leve a moderada Provável cepa albicans Paciente imunocompetente Tratamento o Nistatina tópica – 14 dias (menos eficaz que os azólicos tópicos) Escolha para gestantes/não tóxica o Azólicos tópicos em dose única ou de curta duração Pode ter apresentação de ovulo vaginal (é um ovo mesmo, você coloca e ele fica agindo ali por 4-5 dias), mas a maioria é em creme vaginal e tem os sistêmicos (eficácia semelhante, mas posologia diferente) o Fluconazol: 150 mg V.O. dose única Mais usados no ambulatório o Imidazólicos o Tópicos: Miconazol, tioconazol, isoconazol, clotrimazol, terconazol, econazol, fenticonazol, butoconazol o Sistêmicos: cetoconazol, itraconazol, fluconazol (de escolha por ser dose única) Complicada Recorrente (>3 casos ao ano) Sintomas severos: intensidade Cepas não-albicans Diabéticas, debilitadas, imunossuprimidas, grávidas Tratamento o Tópico é prolongado: 7 a 14 dias o Fluconazol: 150 mg, duas doses com intervalo de 72 horas o Alternativa para cepas não-albicans: Ácido bórico, óvulos de 600 mg por 14 dias o Gravidez: tópicos por 7 dias ou nistatina (baixa toxicidade fetal). Não é preconizado tto sistêmico Candidíase Recorrente: Mais de 3 episódios/ano 5% das mulheres com candidíase Fatores do hospedeiro e do M.O. Recidiva ou reinfecção: o Nem sempre dá para separar o Recidiva é a mesma infecção que está recorrendo o Reinfecção é a infecção que já tratou, melhorou e agora é outro episódio. Não tem muita relevância na clínica, mas teoricamente a reinfecção tem como interferir melhor nos fatores predisponentes Patogenia o Reservatório intestinal (fácil acesso a vagina) o Pode ser transmitida pelo parceiro, mas não é DST obrigatória o Resistência do M.O. o Imunidade celular e IgA diminuídas o IgE (relacionado ao prurido) e PGE2 aumentadas o Espécies não-albicans o Fatores predisponentes Abordagem diagnóstica o Descartar fatores predisponentes o Confirmar diagnóstico (nem tudo que coça é candidíase) o Cultura Tratamento e profilaxia de recorrência o Não indica teste para HIV o Minimizar fatores predisponentes o Modificar tratamento anterior Tópico prolongado: 7 a 14 dias Fluconazol 150 mg 3/3 dias, 3 doses Manutenção por 6 meses Imunoterapia: extrato de candidina o Recidivas após a manutenção – 30 a 40% OUTRAS VULVOVAGINITES: Vaginite atrófica (colpite senil) o Quadro de prurido por falta de hormônios Vaginite química Vaginite física o Ex.: criança com corpo estranho Vaginite alérgica Vaginite neoplásica Vaginite inflamatória descamativa o Corrimento purulento profuso o Mais comum no climatério o Diminuição da flora lactobacilar com predomínio de gram + o Sinais irritativos o ph > 4,5 o A fresco: leucócitos e céls. Parabasais o Tratamento: Clindamicina tópica VULVOVAGINITES NA INFÂNCIA: Inespecífica é a mais comum o 70% é ligada à higiene: enterobactérias o Orientar as crianças a se limpares corretamente DSTs: conselho tutelar abuso Candidíase: pode ter a ver com a fralda ou dermatite Corpo estranho (vaginite física) Oxiúros Química Alérgica CONTRACEPÇÃO INTRODUÇÃO: Critérios de elegibilidade da OMS (PROVA!) o Categoria 1: sem restrições ao uso do método o Categoria 2: vantagens maiores que as desvantagens, benefícios maiores que os riscos o Categoria 3: desvantagens maiores que as vantagens. Só usa quando não tiver nenhuma outra opção e está correndo riscos o Categoria 4: formalmente contraindicado Deve-se escutar a queixa da paciente e o que ela busca o Paciente com queixa da pele ACO com efeito antiandrogênico o Paciente com queixa de libido contraindicado ACO antiandrogênico Sempre orientar que não existe método perfeito e quanto a forma de uso (maior parte das falhas de método) Planejamento Familiar: Conceito: Direito inalienável de determinar livre e responsavelmente o número de filhos e o espaçamento entre as gravidezes Inserido em um conceito mais amplo de Direitos Reprodutivos Informação + livre escolha + acesso Seguimento da paciente Orientações às pacientes: Quais métodos existem Mecanismo de ação Eficácia Efeitos adversos/riscos Modo de usar Custo/disponibilidade Benefícios: Redução da mortalidade materna Redução da gravidez na adolescência Aumento do intervalo entre as gestações Redução do número de abortamentos Melhoria das relações familiares Melhora da vida sexual Controle demográfico Brasil (1996): 76,6% das mulheres em idade fértil utilizam algum método contraceptivo Predomínio de laqueadura e pílula Laqueadura: 40,1%; Pílula: 20,7% Participação masculina: 13,1% Diminuição da taxa de fecundidade desde a década de 70 EUA: Predomínio de laqueadura, pílula e condom (2º mais comum entre solteiras) 1988 - 60% das mulheres entre 15 e 44 anos estavam utilizando algum método o 24% esterilizadas o 18,5% usavam pílula MÉTODOS COMPORTAMENTAIS: São aqueles que interferem no comportamento sexual do casal Baseados na abstinência durante o período fértil ou na ejaculação extra-vaginal Baratos, não necessitam de controle médico, ajudam a compreender melhora fisiologia reprodutiva Ineficazes e promovem períodos prolongados de abstinência Rítmico, tabela ou Ogino-Knaus: Período fértil calculado pelos ciclos menstruais Tem que ter registro dos ciclos por no mínimo 6 meses Diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto não deve ultrapassar 10 dias o Ciclo mais curto: 18 dias o Ciclo mais longo: 11 dias Indice de Pearl: 14,4 a 47 gravidezes/100 mulheres-ano Temperatura ou térmico: Aumento médio de 0,2 a 0,6C após a ovulação (efeito da progesterona) Evitar coito desde o início do ciclo até o 3º dia da elevação da temperatura Período de abstinência muito prolongado Índice de Pearl: 0,3 a 6,6 gestações/100 mulheres-ano Muco Cervical ou Billings: Baseado nas modificações do muco cervical durante o ciclo menstrual Evitar até o 4º dia após alteração do muco Tipos o Muco escasso o Muco estrogênico (Spinbarkeit) o Muco progestacional Índice de Pearl: 0,4 a 39,7 gestações/ 100 mulheres-ano Sintotérmico: Associação dos métodos anteriores o Ex.: Tabela + Billings; Térmico + Billings Pode associar outros sinais e sintomas de ovulação (dor do meio, sangramento) Índice de Pearl: 16 gestações/100 mulheres-ano Coito Interrompido: Baseia-se na ejaculação extra-vaginal Problemas: demanda controle ejaculatório e tem presença de espermatozoides no pré-ejaculado Índice de Pearl: 25 gravidezes/100 mulheres-ano MÉTODOS DE BARREIRA: Barreira mecânica ou química à ascensão dos espermatozoides ao útero Mecânicos: condom, diafragma, esponja, capuz cervical Químicos: espermicidas (espuma, geleia, creme, óvulo, comprimido) Condom masculino: Vantagens: o Uso fácil o Portátil o Facilmente encontrado o Não depende de controle médico o Previne DSTs o Grande variedade de modelos o Sem efeitos colaterais o Auxilia na ejaculação precoce Desvantagens: o Preço (no caso de uso frequente) o Interfere com a dinâmica sexual o Diminui sensibilidade do pênis o Alergias ao látex e ao lubrificante o Depende do homem Índice de Pearl: 1 a 14 gestações/100 mulheres-ano Condom Feminino: Vantagens: o Uso fácil o Portátil o Não depende de controle médico o Previne DSTs o Sem efeitos colaterais Desvantagens: o Preço o Menos eficaz se utilizado sem orientação o Controle pela mulher o Menos disponível o Inserção mais trabalhosa Índice de pearl: 5 a 21 gestações/100 mulheres-ano Diafragma: Tamanhos: 50 a 105 mm de diâmetro Pouco utilizado, depende do tamanho do colo Deve ser associado a espermicida Colocado antes do ato sexual e retirado 6 a 8 horas depois Medida realizada pelo médico assistente Reutilizável o Cuidados: lavar com água e sabão, secar e polvilhar com amido de milho Índice de Pearl: 2 a 18 gestações/ 100 mulheres-ano Contraindicações o Cisto ou retocele acentuadas o Ante ou retroversão pronunciadas o Septos vaginais o Fístulas vaginais o Dificuldade em manipular os genitais o Alergia ao látex o Infecção genital o ITU de repetição (favorece a recorrência) Espermicidas: Mecanismo: lesão da membrana celular dos espermatozoides Principais agentes: o Nonoxinol-9 o Menfegol o Cloreto de benzalcônio, ácido bórico, o Sulfato de oxiquinolona Bom associado a outros métodos, puro não Índice de Pearl: 4 a 36 gestações/100 mulheres-ano DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS: Introdução: Tipos disponíveis no Brasil: o DIU de cobre: TCU 380 A e Multiload o DIU com hormônio: Levonorgestrel (progestágeno) Se realizar adequadamente todos os princípios de indicação, contraindicação e de inserção funciona bem É um procedimento ambulatorial, raramente necessita ser realizado em ambiente cirúrgico Índice de Pearl: 2 gestações/100 mulheres-ano Inserção: Menstruação, pós-parto, pós-aborto o Durante o período menstrual (3º/4º dia) exclui gravidez e o colo está mais aberto, facilitando a inserção o Pós parto e pós aborto a taxa de expulsão é maior Técnica o A técnica para colocá-lo é simples, mas precisa ser respeitada, senão tem complicações o Importante fazer assepsia e antissepsia adequadamente Revisões: no ciclo seguinte 6 meses após 6/6 meses no primeiro ano Anual e Revisão pela paciente após menstruação Se respeitar os princípios técnicos e de revisão diminui a chance dessas intercorrências Mecanismo de ação: DIU de cobre o Não é abortivo o Dura cerca de 10 anos e é barato o Reação tipo corpo estranho no endométrio o Espermicida (direto pelo cobre, PGs, fagocitose, enzimas proteolíticas) principal efeito DIU de progestágeno o Efeito local do progestágeno o Espessamento do muco cervical o Inibição da motilidade espermática o Reação tipo corpo estranho na cavidade o Inibição da ovulação, na maioria dos casos continua tendo ovulação e sintomas da TPM o Pode ser usado por pacientes com história de fenômeno tromboembólico porque a progesterona só vai agir localmente categoria 2 da OMS Contraindicações: Gravidez Infecção genital Miomas que distorçam a cavidade (DIU não fica bem inserido) Câncer uterino Estenose cervical Malformações uterinas (útero bicorno, útero de Delfo, septado) Distúrbios menstruais o O Mirena costuma provocar amenorreia, já o DIU de cobre costuma aumentar o fluxo na maioria das mulheres, isso é um motivo para não querer usar ou querer abandonar o método Gravidez ectópica prévia o Predispõe pois o blastocisto não encontra lugar para implantar e pode acabar implantando na tuba Valvopatias cardíacas Endometriose com dismenorreia pode ser contraindicação Nuliparidade Expulsão: É uma complicação Multiload: 2/100 mulheres-ano T de cobre: 8-10/100 mulheres-ano Efeitos colaterais: Sangramento uterino excessivo Dismenorreia secundária Complicações: Perfuração uterina: acidente de inserção, falha técnica ou variação anatômica não prevista DIP – relacionada à inserção: Paciente não tinha nada e depois que colocou o DIU desenvolveu um processo inflamatório pélvico, é claro que a técnica asséptica não foi respeitada ou ela tinha infecção genital que o médico não viu Gravidez ectópica Anemia: DIU de cobre – por aumentar o fluxo CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA VOLUNTÁRIA Considerar irreversível Orientar sobre outros métodos reversíveis Critérios de elegibilidade Aspectos Éticos Artigo 129 do Código Penal Brasileiro o Qualquer ato médico que acarrete em ofensa à integridade corporal ou à saúde de alguém, perda ou inutilização de membro, sentido ou função contra a vontade da paciente ou que não respeite os requisitos de elegibilidade serão condenados e penalizados o Crimes de agressão, tentativa de homicídio o Pena prevista: reclusão de 2 a 8 anos Lei 9.263, 12 de janeiro de 1996 (relacionada a laqueadura e vasectomia) o Mínimo de 25 anos ou pelo menos 2 filhos vivo Na prática, algumas pessoas interpretam como “e” o Não realizar no periparto, exceto em caso de cesariana de repetição por indicação médica ou por risco de vida em gestação futura Cesarianas de repetição gera um ponto de fragilidade no tecido conjuntivo na região das cirurgias risco de vida por ruptura uterina (duas cesarianas anteriores, na terceira já pode realizar) Caso a paciente tenha algum fator que desencadeie risco de vida em uma futura gestação, como uma insuficiência renal crônica, deve ser atestado por dois médicos, que não sejam os que vão realizar o procedimento, a realização periparto de laqueadura o 60 dias após a manifestação do desejo o Notificação compulsória o Reclusão de 2 a 8 anos (acréscimo de 30%) para o médico que não respeitar esses aspectos Epidemiologia É o método mais utilizado em todo o mundo o Brasil (1988) – 40% o EUA (1988) – 24% o México (1986) – 14% Vasectomia: < 1% dos casaisbrasileiros Contracepção Cirúrgica Feminina Salpingotripsia, laqueadura, ligadura tubária Princípio: impede a fecundação o Interrompe o trajeto tubário o Impede que o espermatozoide chegue à ampola da tuba uterina e fertilize o ovócito Falha: 0-1,35% o Falhas espontâneas o Assinar termo de consentimento livre esclarecido Técnicas: Pomeroy; Irving; Madlener; Uchida; Fimbrioplastia; Laparoscopia (clipes, anéis, coagulação) Efeitos colaterais a longo prazo o Psicológicos: castração, perda de função da mulher, arrependimento (2%) o Irregularidade menstrual Idade da paciente x HUD (hemorragia uterina disfuncional) Uso anterior de contraceptivo oral que mascarava uma irregularidade já existente Interferência do procedimento no mesoovário e mesosalphinge, por onde passam os vasos arteriais e venosos, interferindo na liberação de progesterona e estrogênio na circulação sistêmica (hipótese) o Ganho de peso (mito) o Diminuição da libido Contracepção Cirúrgica Masculina Vasectomia Falha: 0,15% Princípio: bloqueio dos ductos deferentes Mesmos critérios de elegibilidade para a contracepção cirúrgica feminina Não altera volume de sêmen, altera o conteúdo azoospérmico Menor morbidade que a laqueadura tubária Parâmetros para eficácia satisfatória o Após cerca de 15 ejaculações ou o Espermograma a partir da 6ª semana, devido a espermatogênese que dura cerca de 60 dias Tem que ter dois espermograma mostrando azoospermia Reversão: 50% CONTRACEPÇÃO HORMONAL Introdução Maioria são combinações de estrogênio e progesterona Impede a variação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada, mantendo um nível mais ou menos constantes Componente Estrogênico Etinilestradiol o Tornou o estradiol ativo por via oral o Mestranol etinilestradiol Valerato de estradiol Muito potente Metabolismo varia de um indivíduo para outro, o que explica a variabilidade de tolerância Atualmente, sua função, quase se reduz a manter um “suporte endometrial” Componente Progestínico Derivados da 19-nortestosterona o Efeito androgênico mínimo o Noretindrona, noretinodrel, linestrenol, levonorgestrel, diacetato de etinodiol, desogestrel, gestodene Derivados da 17 OH-Progesterona o Efeito androgênico o Acetato de medroxiprogesterona o Acetato de megestrol o Acetato de ciproterona Mecanismo de Ação Inibe secreção de gonadotrofinas por feedback negativo sobre o hipotálamo (GnRH) e hipófise (LH e FSH) Inibição da ovulação o No inicio de um ciclo os níveis de estrogênio e progesterona são os mais baixos possíveis. Isso é um estímulo de feedback para a hipófise liberar gonadotrofina. Se desde o primeiro dia de mestruação começar a tomar hormônio, não terá o sinal para a hipófise liberar gonadotrofina, portanto você não vai ovular. o Drogas anovulatórias Componente progestágeno o Inibição LH o Atua no muco cervical, endométrio, função tubária Estrogênio o Estabilidade endometrial o Potencializa efeito dos progestágenos o Inibição FSH (questionável) Tipos Via oral o Pílulas Combinadas: monofásicas (oral e vaginal); trifásicas; tetrafásicas Mimetizam o funcionamento do ovário Tem oscilações nas doses de estrogênio e progesterona Eficácia: 0,1 a 3,0 falhas/100 mulheres-ano o Minipílulas Eficácia: 1,1 a 9,6 falhas/100 mulheres-ano o Pós-coito Injetáveis o Trimestral (DMPA) e mensais o Comodidade posológica o Custo acessível o Causa supressão do eixo hipotálamo-hipofisário mais prolongado o Eficácia: < 1,0 falhas/100 mulheres-ano Implantes o Custo elevado o Necessita profissional treinado e habilitado o Não possuem metabolismo de primeira passagem hepática o Eficácia: < 1,0 falhas/100 mulheres-ano Adesivo o Troca a cada semana durante 3 semanas e na 4ª deixa sem o Margem de dois dias para colocar em caso de esquecimento Anel Efeitos Metabólicos – sistêmicos Cardiovasculares o Risco aumentado relacionado ao componente estrogênico, em doses acima de 50 g o Perfil lipídico: efeito dos progestágenos o Gestodene e desogestrel níveis elevados de fibrinopeptídeo A (não comprovado) Hipertensão o Hipertensão induzida em 5% das usuárias de pílulas com mais de 50 g de etinilestradiol o Uso cauteloso dos de baixa dosagem Carboidratos o Resistência periférica à insulina: especialmente pelos progestágenos o Efeito dose-dependente o Diabetes mellitus: contra-indicação relativa Outros Efeitos Metabólicos Litíase biliar estrogênio o Se houver problema biliar tem que operar primeiro e depois entrar com o ACO Aumento do fibrinogênio estrogênio Aumento da velocidade de hemossedimentação Aumento da capacidade de ligação do ferro Diminuição do tempo de protrombina Aumento dos níveis de vitamina A Diminuição nos níveis das vitaminas do grupo B Efeitos Colaterais A maioria são no início do uso Componente estrogênico o Cefaleia o Cloasma o Náuseas e vômitos o Tonturas, câimbras o Irritabilidade e nervosismo o Galactorréia o Ganho de peso o Mastalgia Componente progestínico o Fadiga o Depressão o Diminuição da libido o Amenorreia o Acne, hirsutismo, seborréia, queda de cabelos o Sangramento de escape o Varizes o Ganho de peso (atividade anabólica e retenção de água) Contracepção Hormonal e Câncer Para o endométrio e o ovário está comprovado que há proteção, entretanto para o colo do útero não é consistente Colo uterino o Orientar que mesmo tomando aco tem que utilizar camisinha para proteger contra HIV e HPV o Estrogênio aumenta a ectopia, zona de transformação do epitélio da endocérvice, que é exposto ao HPV (torna a área mais friável mais susceptível a colonização) Fígado: aumento dos adenomas (muito raros) Mama: resultados não definitivos o Aumento do risco antes dos 35 anos o Risco inalterado entre 35 e 45 anos o Risco diminuído após os 45 anos Contra-indicações Absolutas Distúrbios tromboembólicos ou história pregressa Coronariopatia Doença vascular cerebral Função hepática deficiente Câncer de mama Varizes acentuadas Gravidez Fumantes (> 15 cigarros/dia), acima de 35 anos Hipertensão arterial crônica descompensada Diabetes com vasculopatia Contra-indicações Relativas Diabetes sem vasculopatia Hipertensão arterial compensada Colestase, colecistite ou colelitíase Cefaléias Anemia falciforme Sangramento uterino anormal Psicopatias Pós-parto < 3 semanas Cirurgias de grande porte Efeitos Benéficos não-contraceptivos Controle do ciclo Melhora de dismenorréia Diminuição do fluxo menstrual Diminuição das AFBM Proteção contra câncer de ovário e endométrio Diminuição dos cistos funcionais do ovário Profilaxia da endometriose e miomas Melhora da acne e hirsutismo Interações Medicamentosas Interferem com os contraceptivos hormonais o Antibióticos: rifampicina e griseofulvina o Anticonvulsivantes: fenobarbital, hidantoína, carbamazepina e primidona Sofrem interferência dos contraceptivos hormonais o Anticoagulantes, benzodiazepínicos, ácido fólico, imipramina, insulina Problemas comuns Combinados monofásicos o Tipos: 21/7; 24/4 ; contínuo o Início: primeiro dia da menstruação o Horário: não pode ter grandes variações o Esquecimento Se lembrar nas primeiras 12 horas, toma o esquecido e continue tomando normalmente Se tiver mais de 12 horas, não toma o esquecido e continua com os outros normalmente e utiliza outro método anticoncepcional adicional durante 7 dias o Diarréia e vômitos o Sangramento de escape/spotting Se tiver tomando corretamente, deve-se ajustar a dose de estrogênio e o tipo de progesterona o Descanso da pílula Injetáveis, anel, adesivo, implante o Injetáveis mensais (combinados);trimestral (progestágeno) o Anel: 21 dias/interrompe 7 dias o Adesivo: 3 x 7dias/interrompe 7 dias o Implante: Braço, entre bíceps e tríceps – validade de 3 anos CONTRACEPÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS Lactação e puerpério Primeiros 30-40 dias de pós-parto: probabilidade quase nula (nula até 25 dias) Em geral, categoria 4 da OMS. Estrogênio para mulher amamentando até o 6º mês diminui qualitativa e quantitativamente a produção do leite Efeito contraceptivo da amamentação ligado à frequência e duração das mamadas o A amamentação exclusiva associada à amenorréia, nos primeiros 6 meses confere proteção de 98% Utiliza-se minipílulas de progesterona. Iniciar: o 3º semana pós-parto nas que não amamentam exclusivamente o 3o mês (ou 6º semana) pós-parto nas que amamentam exclusivamente o Tem que troca após a interrupção da amamentação por uma combinada Métodos alternativos o DIU: não interfere, mas tem maior taxa de expulsão no puerpério imediato o Injetável: trimestral o Implante o Cirúrgica voluntária: respeitar critérios de elegibilidade Pós-aborto Iniciar imediatamente após o esvaziamento uterino Não importa se o abortamento foi antes ou depois de 12 semanas (risco aumentado apenas hipotético de tromboembolismo) Contracepção Emergencial Pós-coito, pílula do dia seguinte, intercepção Indicações: coito descoberto, estupro, ruptura de condom, deslocamento de diafragma ou capuz cervical, falha de outros métodos Mecanismo de ação interfere com a ovulação devido aos níveis hormonais elevados; Pode haver fertilização com interferência de implantação Iniciar o mais precocemente, até 72 horas após Pode-se associar anti-emético, devido a náuseas e vômitos Eficácia: 1-2% de falhas; o uso repetido pode reduzi-la segundo alguns estudos (canuto não acredita) Esquemas: o Estrógenos conjugados 50 mg EV/dia, 2 dias o Levonorgestrel 0,5 mg + etinilestradiol 0,05 mg, 2 comprimidos de 12/12 horas, duas doses (Yuzpe) o Levonorgestrel 0,75 mg 12/12 horas, duas doses Contracepção no Climatério Queda de fertilidade Possibilidade de gestação até um ano após a menopausa o Gravidez de risco aumentado o Maior chance de cromossomopatias e abortamentos Doenças crônico-degenerativas mais frequentes Interferência com a vida profissional Métodos o Contracepção cirúrgica (nos casos indicados) o DIU o Pílula monofásica de baixa dosagem o Métodos de barreira o Injetáveis com progestágenos isolados o Implantes o Minipílula Triagem o Clínica: fatores de risco para doenças tromboembólicas e cardiovasculares o Laboratorial: glicemia, perfil lipídico, provas de coagulação
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