Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P r op ed êu t i c a G i n e c o l ó g i c a 4 º p e r í o d o - 2 0 2 0 C A T A R I N A A L I P I O M E D I C I N A U N I M E S Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA 04/08/2020 - Anamnese em ginecologia. ! Identificação: - Sempre confirmar os dados mandados já pela secretaria. ‣ Nome. ‣ Idade: importante na ginecologia, pois existem patologias mais frequentes em cada uma das idades. ‣ Raça/cor: branca, negra, amarela ou vermelha. ‣ Estado civil: se há convívio com alguém, estado homoafetivo… ‣ Profissão. ‣ Procedência/naturalidade. ‣ Endereço. ‣ Data. - Na prática… examinador: turma e grupo. Queixa e duração: - Motivo que trouxe a paciente ao consultório e o tipo de sintoma e há quanto tempo. - Escrever por quem ela foi encaminhada (por ex: encaminha por um endocrinologista por secreção na mama há 1 semana). - Escrever com as palavras da paciente. - Pode ser apenas para trazer exames (“retorno com exames”). História pregressa da moléstia atual: - Descrever a queixa da paciente, relatando os sinais e sintomas que acompanham essa queixa, utilizando termos médicos. - Formar uma história em uma ordem cronológica, utilizando a queixa e duração como sintoma-guia. - Na ginecologia usa-se como parâmetro de tempo a data da última menstruação. - SIC: segundo informações colhidas. Quando não se consegue traduzir o que a paciente falou para termos médicos. Antecedentes familiares: - Perguntar se tem alguém na família com alguma doença (mais relacionadas com doenças mais comuns e ginecológicas): HAS, diabetes, tuberculose (pode afetar as tubas uterinas e causar infertilidade) , mioma (leiomioma - tudo benigno do útero, formado com as fibras musculares lisas), neoplasias, doenças venéreas (DST). • Menacme: período entre o ciclo menstrual e a menopausa. Antecedentes pessoais: - Rubéola, hipertensão, diabetes, tuberculose, hábitos/ vícios, doenças venéreas, cirurgias (qual cirurgia e quando), alergias, medicações em uso (colocar nome). Antecedentes menstruais: - Relacionados a acontecimentos recentes (ex: cólica). - Sempre traduzir os termos médicos para termos comuns da paciente! - Menarca (primeira menstruação - idade). - Ciclo (características). ✓ Dia que a paciente menstruou. ✓ Duração (dias). ✓ Quantidade de fluxo. ✓ Intervalo entre os ciclos. ✓ Duração / intervalo X fluxo. - Duração: 2-7 dias (maioria 4 dias). - Intervalo: 21-36 (maioria 28 dias). - Fluxo: normal. - Exemplo: 4/28 nl —> significa que a paciente possui duração de ciclo de 4 dias, com intervalo de 28 dias com fluxo normal. - Dismenorréia: conjunto de sinais e sintomas que acompanham a menstruação. Atualmente, usado mais como sinônimo de cólica menstrual (algomenorréia). • Paciente apresenta (sim ou +) ou não (Ø ou não). - Data da última menstruação (DUM): primeiro dia da última menstruação. Catarina Alipio XXIIB 1 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA • Importância: através dele é possível calcular a data provável do parto. Antecedentes sexuais: - São relacionados a antecedentes recentes. ‣ Primeiro coito: idade da primeira relação sexual. ‣ Dispareunia: dor à relação sexual. ‣ Sinusiorragia: sangramento durante a relação sexual. ‣ Número de parceiros. ‣ Orgasmo: prazer durante o ato sexual. ‣ Libido: vontade de ter relação sexual. ‣ Frequência de relações sexuais: perguntar quantas vezes por semana (estabelecer um parâmetro: semanal, mensal…). ‣ Anticoncepção: se faz uso de algum ou qualquer método contraceptivo. Antecedentes obstétricos: - Gestações. - Paridades. - Abortamentos. - Tipos de partos. - Ex: VG, IVP, IA / 1PC3PN (cesárea e normal). • Número de paridades + abortos deve dar o número de gestações, exceto se ela estiver grávida atualmente, e se tiver tido parto gemelar. Antecedentes ginecológicos: - Preventivo (último): data. - Corrimento: • Cor. • Odor. • Prurido. - Sintomas mamários: - Mastalgia: dor na mama. - Secreções mamárias: caracterizar. - Nódulos mamários. - Última mamografia (MMG - padrão ouro para paciente maiores de 40 anos) ou ultrassom de mama (USGm - padrão ouro para menores de 40 anos). Sintomas urinários: - Disúria: ardor ao urinar. - Polaciúria: aumento da frequência de ato de urinar, diminuindo o volume por micção. - Poliúria: aumento da frequência de micções, sem diminuição de volume (ex: diabetes) - Nactúria: aumento da frequência de micções durante a noite. Sintomas intestinais: - Enterorragia: fezes com sangue vivo. - Melena: fezes com sangue digerido. Indicativo de hemorragia digestiva alta. - Prurido: coceira. - Verminose. Interrogatório sobre os diversos aparelhos: - Perguntar sobre cada aparelho/sistema do corpo, tentando focar em aspectos ginecológicos. Fichas do ambulatório: - Folha de anamnese: primeira consulta. - Ficha de evolução: data do atendimento, idade, DUM e queixa e duração e detalhar HPMA. Catarina Alipio XXIIB 2 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA Exame físico geral: ✓ Pressão arterial. ✓ Pulso. ✓ Altura. ✓ Peso. ✓ Mucosas. Exame físico especial: ➡ Mamas. ➡ Abdome. ➡ Vulva (OGE) ➡ Toque/ especular (OGI). 11/08/20 - Fisiologia hormonal: propedeutica da mama. Alterações hormonais na puberdade: - Até a puberdade, o corpo do menino e da menina são iguais. - Eixo hipotálamo-hipófise-ovário, pré-puberdade, faz com que haja liberação de hormônios femininos (GnRH —> FSH e LH —> estrógeno e progesterona). • Estrógeno: desenvolvimentos dos caracteres secundários (puberdade). - Telarca: mama. - Pubarca: pelos pubianos. - Menaraca. Estrutura e função das mamas: - Estágios de Tanner: 1. Pré-puber: ausência da mama. 2. Botão mamário: presença do broto mamário, início da profusão da aréola. 3. Aumento: desenvolvimento da glândula mamária. 4. Protuberância secundária formada pela aréola: aumento da mama e protusão a aréola (aréola não faz parte do contorno da mama nessa fase). 5. Contorno único da mama e aréola: mama e profusão do mamilo. - Localização: 2ª a 6ª costela no plano horizontal. • Sobre os músculos g • Parede anterior e superior do tórax, desde da linha externa do osso esterno até a linha axilar média, sobre os músculos do peitoral. - Quadrantes da mama: ✓ Superior interno. ✓ Superior externo. ✓ Inferior interno. ✓ Inferior externo. ➡ Mama ainda é dividia em “horas” —> facilita para achar as alterações de mama. • Possui a cauda de Spence: extensão em direção à axila. Catarina Alipio XXIIB 3 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Estrutura interna da mama: • Glândulas mamárias. • Tecido gorduroso (importante para aumento e diminuição da mama. Na menopausa, hã substituição da glândula mamária, por tecido gorduroso - ptose mamária). - Drenagem da mama: • Linfonodos axilares (85%) - palpação axilar! • Linfonodos profundos. • Linfonodos supra e infraclavicular. - Linha láctea: • Embriologicamente faz o desenvolvimento da mama. • Desde a região inguinal até a região axilar é possível encontrar tecido mamário ectópico. • Ideal é sempre a retirada (maior chance de desenvolvimento maligno). Exame da mama: a. Inspeção estática: paciente sentada com braços ao longo do corpo, paciente despida da cicatriz umbilical para cima. • Observar abaulamentos, retrações, alteração de coloração de pele, estrias (brancas ou vermelhas), manchas. • Nenhum órgão duplo são exatamente iguais. Mulher pode ter uma mama suavemente maior que a mama. b. Inspeção dinâmica: pedir para a paciente fazer alguns movimentos, causando o deslizamento da mama no tecido intercostal, para perceber melhor a presença de abaulamentos ou retrações. i. Paciente colocar a mão na cintura e fletir o tronco para frente e para trás: deslizamento horizontal da mama. ii. Pacientecolocar os braços para cima e ir baixando devagar: deslizamento vertical da mama. c. Palpação de axila: paciente sentado. O braço direito do médico com o braço direito do paciente, e palpa com a mão esquerda, e vice-versa. • Paciente com o braço solto e o médico segura pelo cotovelo. • Mão do médico em direção à fossa axilar (por trás do músculo grande peitoral, contra o gradiente costal e em direção à linha média da axila) para palpação de linfonodos. - Quantidade, aderência, agrupamento… d. Palpação de mama: • Direções sugeridas para palpação: feita sempre com a polpa digital, movimento de dedilhar, sobre a glândula, contra o gradial costal. - Não esquecer de palpar a aréola. - Paciente em DDH e o braço acima da cabeça, para que a mama se espalhe melhor sobre o gradial costal. Catarina Alipio XXIIB 4 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA e. Expressão do mamilo: da base da mama até o mamilo para ver se sai alguma secreção (“ordenha”). • Se sair alguma secreção, caracterizar e mandar para cultura diagnóstica. - Algumas alterações: ‣ Processo inflamatório: ‣ Nódulos de mama: - Benignos: cistos e fibroadenoma. • consistência mais amolecida. - Maligno: câncer. - Consistência mais endurecida. Exames mais comuns: - Mamografia: pacientes > 40 anos. • Mamógrafo. • Incidências: - Incisão crânio- caudal (D/E). - Incisão médio-lateral (D/E). • Avaliar/ comparar as incisões dos lados direito e esquerdo. ‣ Mamografia de paciente na menopausa: predominância de tecido gorduroso. ‣ Fibroadenoma: limites bem delimitados. ‣ Nódulo irregular: diz mais a favor de lesão maligna. - USG de mama: pacientes < 40 anos. • A mama dessas pacientes jovens, são mais ricas em tecido mamário, o que dificulta na mamografia. • USG complementa a mamografia em pacientes > 40 anos. - Classificação Bi-Rads: classificação para normatizar alterações de mama (mamografia e USG). ❖ 0 = necessita de complemento de exame para diagnóstico. ❖ 1 = mamografia não tem nada, está tudo normal. Acompanhamento de rotina (por ano). ❖ 2 = alteração dentro na normalidade (linfonodo axilar, calcificação…). Acompanhamento de rotina (por ano). ❖ 3 = presença de lesão provavelmente benigna (cistos e fibroadenomas). Repete-se o exame de 4 a 6 meses, acompanhando a evolução. - Se ele se mantem estável, pode voltar para Birads estágio 2. ❖ 4 = presença de lesão provavelmente maligna. Necessita do estudo anátomo-patológico. ❖ 5 = presença de lesão fortemente indicativa de malignidade. ❖ 6 = já tem o anátomo-patológico e já se sabe que é uma neoplasia maligna. Em pacientes pré- operatórios. Acompanhamento dentro do CA de mama. Autoexame da mama: - Ideal pedir para paciente fazer esse autoexame durante o banho, se possível 1x por mês, preferível pós-menstruação. - Autoexame da mama é autoconhecimento da mulher, para que ela possa perceber alterações e procurar um médico. Catarina Alipio XXIIB 5 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA 18/08/2020 - Orgaos genitais Externos e Internos: Estágios de Tanner do desenvolvimento dos pelos pubianos: 2) Pré-puberal: ausencia de pelos. 3) Ligeiro pelo labial (e axilar). 4) Quantidade aumentada de pelo no monte pubianos (e axila). 5) Quantidade adulta de pelo sexual distribuída no púbis. 6) Quantidade adulta de pelo e distribuição com extensão à parte superior das coxas. Mesa giencológica: - Paciente sobre a mesa ginecológica em decúbito dorsal com as pernas semifletidas e cm os braços ao longo do corpo. Órgãos genitais externos: ‣ Monte de Vênus (coxin adiposo repleto de pelos). ‣ Grandes lábios (coxins adiposos com quantidade de pelo. Após a menopausa eles podem diminuir). ‣ Clitóris. ‣ Prepúcio do clitóris. ‣ Pequenos lábios. • Palpação dos pequenos lábios. • Coalescência de pequenos lábios (pode ocorrer, não é comum). Junção/ aderência dos pequenos lábios. Geralmente causada por processo inflamatório ou assaduras. ‣ Meato uretral. ‣ Meato vaginal. ‣ Glândulas de Skene (parauretrais): não são visíveis. ‣ Glândulas de Bartholin (paravaginais): lubrificar a vagina durante o ato sexual. • Cisto e abcesso da glândula de Batholin pode ocorrer por obstrução do orifício da glândula e aumento da glândula. • Palpação da glândula de Bartholin: dedo indicador dentro da vagina e polegar por fora. ‣ Períneo: desde o óstio da vagina até o ânus. ‣ Hímem: rompido ou não durante a relação sexual. • Criptomenorreia: menstruação sem escoamento, por hímem totalmente fechado. Catarina Alipio XXIIB 6 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA Manifestações de Doenças: ➡ Prolapso uterino: acontece quando os músculos e ligamentos do assoalho pélvico se tornam distendidos e flácidos, saindo de suas posições normais na pelve e descendo para a vagina ou região externa. • Ocorre geralmente em idades mais avançadas. Por isso, a maioria dos meios de correção é a retirada do útero. • Sensação de peso. ➡ Cistocele : prolapso de bexiga, deslocamento da bexiga fora de sua localização natural (pélvis). • Principal queixa: “bola na vagina”. • Cistocele, retocele, enterocele ou pode ser também um prolapso uterino. • Pode ou não apresentar incontinência urinária. • Ocorrem por afrouxamento do diafragma pélvico e urogenital. - Não provoca dor justamente por conta desses afrouxamentos. ➡ Candidíase vulvar: • Candida albicans: promove um pH acido da vagina, porem em contato com a pele, ela provoca uma hiperemia, causando uma sensação de queimadura na paciente. ➡ Condiloma plano (sífilis): • Lesões avermelhadas autolimitadas (pode sumir espontaneamente). • Sífilis primária. ➡ Condiloma acuminado (HPV): • Principal queixa: “verrugas vaginais”. • “Crista de galo”. • Quanto menor a imunidade da paciente, maiores serão as manifestações dela 9possível transmissão da doença). • Essas lesões devem ser retiradas. ➡ Verrugas perneais (HPV). • Paciente apresenta muito prurido (coceira). ➡ Herpes simples tipo II (vesículas): • Lesões autolimitadas. • Formam bolhas cheias de vírus que estouram e formam as ulcerações. • Principal queixa da paciente é a dor. ➡ Vaginose bacteriana: corrimento de aparência branco-esbranquiçada. ➡ Tricomonas: corrimento amarelo-esverdeado bolhoso. • Por protozoários. Órgãos genitais internos: ‣ Vagina. - Fundo do saco do útero: local de coleta do Papanicolau. - Junção escamocolunar (JEC): principal sede dos cânceres de colo de útero. ‣ Colo do útero. ‣ Útero. • Posição mais comum: antiversoflexão móvel. ‣ Tubas uterinas. ‣ Ovários. Catarina Alipio XXIIB 7 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA Exame ginecológico: - Abrange exame da mama e exame dos órgãos genitais. • Toque. • Especular. - Exame de toque: • Uni ou bidigital. • Simples ou combinado. - Simples: vaginal ou retal. • Combinados: - Abdome-vaginal. - Abdome-retal. - Vagino-retal. - Abdome-vagino-retal. • Posição da mão: flexão do 2º e 3º dedo e abdução do polegar. - ÚTERO: procurar estrutura arredondada de consistência fibroletástica (em mulher não grávida) ou consistência de lábio (em mulheres grávidas. • Levantar os dedos da vagina e afundar a mão do abdome. - Mão em fundo de saco posterior e mão em adbome, na região supra-púbica. - Mão predominante na vagina. - Analisar todas as características do útero (tamanho, forma, dor à palpação, mobilidade, regularidade…). - Fundo de saco lateral e mão em fossa ilíaca para palpação de OVÁRIOS (anexos). • Tubas não são normalmente palpáveis e não são vistas no ultrassom. 25/08/2020 - Exame Especular: Finalidade: ✓ Observação das paredes vaginais. ✓ Observação do colo uterino. ✓ Verificar conteúdo vaginal (por transudato vaginal ou por secreção das glândulas do canal vaginal). ✓ Fazer(colposcopia) e colher exames (citologia oncótica). Espéculos: ‣ Possuem vários tamanhos. ‣ Classificados em 1, 2, e 3 ou P, M e G. ‣ Atualmente usa-se mais espéculos descartáveis. - O exame especular consiste em colocar o espéculo (bico de pato) no interior da vagina para visualização do colo do útero e comer • Colocá-lo pelo maior diâmetro da vagina e maior diâmetro do espéculo. - Angulação de +/- 45º. Ao mesmo tempo que introduz, roda o espéculo, sempre mantendo uma pressão para baixo, pois o septo retovaginal é menos sensível que o septo vesicovaginal e a maioria dos úteros estão em posição de antiflexão. - Separar os pequenos lábios. - Abrir o espéculo e buscar o colo do útero. - O espéculo esconde as paredes anterior e posterior da vagina e expõem as paredes laterais. Catarina Alipio XXIIB 8 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA Colo do útero: - Observar se é: ➡ Normotrófico. ➡ Hipotrófico. ➡ Hipertrófico. • Quanto mais partos vaginais a mulher tem, mais lesões terão seu colo do útero (mais dilatado). - A parte de fora do colo do útero (ectocérvice) é um epitélio estratificado. Ocorre a união com um epitélio colunar glandular da parte de dentro do colo do útero (endocérvice). - Junção escamocolunar ou JEC. • Deve estar ao nível do orifício externo do colo (=0). • Se a JEC estiver para fora do orifício externo do colo, será correspondente a um número negativo. - Essa exteriorização do JEC são das “feridas do colo do útero” —> ectopia. - Causas: hormonal, traumática e inflamatória/ infecciosa. - Mulheres grávidas têm ectopia fisiológica. - Principal sintoma: aumento do conteúdo vaginal, pois a paciente com esse epitélio glandular exteriorizado, aumenta a secreção de muco como forma de defesa contra o pH ácido da vagina (ectocérvice). • A persistência dessa exteriorização pode fazer com que o epitélio sofra metaplasia. • Toda vez que a JEC estiver pra dentro do orifício externo do colo, corresponde a um número positivo. - Mulheres em climatério pós menopausa, geralmente esse JEC estará interiorizada para dentro do canal. - Importante pois é a principal sede de cânceres de colo do útero. - Cisto/ ovo de Naboth: glândula do epitélio colunar é sobreposta pelo epitélio estratificado, cobrindo orifício da glândula, que continua secretando muco, formando esses cistos. • Epitélio colunar se projeta para fora e o epitélio estratificado tenta regredir ele, mas cada se sobrepondo à esse epitélio glandular. • Alteração fisiológica, precisa cauterizar. - Pólipos: hipertrofia e hipertrofia de glândulas do colo endocervical que podem crescer e se exteriorizar para o orifício externo do colo. • Principal sintoma é de sangramento, pois ele possui neovascularização ainda fraca. - Pinça de Cheron: serve para limpar o colo do útero para observação mais fácil. Catarina Alipio XXIIB 9 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Escova cervical e espátula de Ayre: para coletar o conteúdo vaginal e “raspar” o colo uterino. • Rodar 360º. - Monilíase: conteúdo vaginal branco (“leite talhado”), formando grumos aderentes às paredes vaginais. • Corrimento causado por Cândida. - Vaginose bacteriana: corrimento branco- acizentado, por uma bactéria. - Tricomonas: protozoário, considerado IST, corrimento amarelo-esverdeado bolhoso. - Ácido acético: para limpar o colo do útero para visualização e evidenciar o epitélio acetobranco, uma lesão fortemente indicativa de HPV. • Sorologia 16 e 18 (mais ligadas ao câncer de colo de útero). - Quando a mulher está no menacme, tem um alto nível de estrógeno, que matura as células do epitélio estratificado, tornando-se mais espesso. As células superficiais são ricas em glicogênio que possui afinidade com o iodo do Lugol, deixando esse epitélio superficial com cor marrom. • Teste de Schiller: aplicação do Lugol para evidenciar algumas alterações/ lesões do colo uterino. - Positivo: significa que teve locais que o iodo não corou, ou seja, há alguma alteração do colo. • Iodo negativo. - Negativo: paciente sem nenhuma lesão no colo. • Iodo positivo (corou todo o colo). - Condiloma cervical: lesão causada pelo HPV por sorotipo 6 e 11, que causam as verrugas. - Câncer de colo uterino: retirar biópsia em centro cirúrgico para enviar para oncologia. • Para esse câncer se tornar inoperável, ele deve ter pelo menos 10 anos de evolução, ou seja, paciente que não possui um acompanhamento ginecológico. • Principais sintomas: sangramento, odor fétido e secreção vaginal. 01/08/2020 - Leucorreia: - Leucorreia = sinônimo de corrimento vaginal. Fluxo vagina normal: ‣ Produção das glândulas vestibulares. ‣ Transudato da parede vaginal. ‣ Descamação celular do epitélio escamoso. ‣ Muco cervical das glândulas endocervicais. ‣ Líquidos do TGS - trato genital superior (útero, tubas). ➡ Tudo isso drena para a vagina. Ecossistema vaginal: ❖ Lactobacilos acidófilos (de Dördelein). • Mantém o equilíbrio do ecossistema vaginal e deixam o pH vaginal ácido (3,5 - 4,5). • Importante para manter o equilíbrio vaginal e faz parte da defesa vaginal. • Agem no glicogênio das células superficiais, transformando ele em ácido lático, mantendo o pH ácido da vagina. ❖ Lisozimas. ❖ Lactoferrinas. ❖ Cioquinas. ❖ Defensinas. ❖ Inibidor de proteases. ❖ Bactérias. Fatores que alteram o ambiente vaginal: - Pode propiciar a infecção por algum patógeno: ✓Hormônios (ex: anticoncepcionais) pode altera o conteúdo vaginal. - Deixa o muco no tão viscoso quanto o normal. ✓Antibióticos: podem diminuir a população normal de bactérias da vagina, acarretando uma colonização patológica de bactérias na vagina. Ou Catarina Alipio XXIIB 10 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA pode aumentar a procriação de uma bactéria já residente na vagina. ✓Preparados endovaginais. ✓Corpo estranho. ✓DST. ✓Deficiência imunológica. ✓Estresse, dieta e fadiga. ✓Gravidez. Causas que aumentam o fluxo vaginal: ✤ Infecciosas (90%): vaginose, candidíase, tricomoníase. ✤ Inflamatórias com ou sem infecção: vaginite atrófica, corpo estranho, descamativa, úlceras. ✤ Não infecciosas: químicas, alérgicas, traumáticas, citolítico, neoplasia. ✤ Fisiológicas: gestação, fase do ciclo menstrual, excitação, estopai. ✤ Idiopáticas. Leucorréia: - Anormalidade na quantidade ou no aspecto fisico do conteúdo vaginal. - Pode ser um sintoma ou um sinal. - Diagnóstico: baseia-se no quadro clínico (características específicas) e métodos diagnósticos auxiliares para corrimentos inespecíficos. • Cultura, pH, exame a fresco… • Maioria dos inespecíficos causados pela E. Coli e má higiene. - Agentes mais frequentes: • Específicos: - Vaginose bacteriana. - Candidíase. - Trichomonas. • Gonocócia. • Clamydia. Vaginose bacteriana: ‣ Causada principalmente pela Gardnerella vaginalis (anaeróbica facultativa), mobiluncus… ‣ É um microorganismo normal da vagina, porém em grandes quantidades causa patologia. ‣ Vaginose pode possuir baixa resposta inflamatória. ‣ 50% das infecções genitais. - Quadro clínico: corrimento. ✓ Abundante. ✓ Homogêneo. ✓ Branco-acizentado abundante. ✓ Odor fétido (odor de peixe), pelo pH básico. ✓ Pequenas bolhas. ✓ Disúria. ✓ Dispareunia. ✓ Prurido. ✓ Colpite leve (inflamação de colo de útero). - Diagnóstico: presença de 3 critérios. • Características clinicas. • pH maior que 4,5. • Teste das aminas positivo. - KOH à 10% misturado no conteúdo vaginal. Faz com que a Gardnerella morra, eliminando 2 aminas. • Exame macroscópico com clue cells (células-alvo), poucos leucócitos e ausência de lactobacilos. - Tratamento: ➡ Abstinência sexual. ➡ Acidificação do meio vaginal. ➡ Derivados nitroimidazólicos (VO e/ou VV). - Metronidazol (VV caso ela já tenharelação sexual e VO caso não). - Secnidazol. ➡ Tratar também o parceiro (não é considerado uma IST). Catarina Alipio XXIIB 11 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA Candidíase: - É um fungo C. albicans (80-85%), C. glabrata, C. tropicalis. - Responsáveis por 25% dos corrimentos vaginais. - Causadas por baixa da imunidade do paciente. • Uso de ATB, verão.. - Quadro clínico: ✓ Corrimento branco (“leite talhado”), em placas, aderentes, “grumos”. ✓ Prurido intenso (piora no período pré-menstrual). ✓ Hiperemia, ardor, edema, ulceração vulvar. ✓ Disúria, dispareunia de introito vaginal. - Diagnóstico: • Teste do pH: entre 3,5 e 4,0. • Exame direto com KOH: hifas e pseudo-hifas ramificadas e brotamentos (esporos). • Lactobacilos e leucócitos são numerosos. • Bacterioscopia (90% +). • Colpocitologia. • Cultura: meio de Sabouraud ou de Nickerson. • Exame direto do conteúdo vaginal. - Tratamento: ‣ Corrigir fatores predisponentes. ‣ Candidíase de repetição: fluconazole, uma dose semanal, por 6 meses. ‣ Vestuário geral e intimo adequado. ‣ Hábito higiênico correto. ‣ Tratamento do microorganismo: - Via oral (VO): • Flucozanol (só para C albicans) - menos efeitos colaterais. • Itraconazol. • Cetoconazol (hepatotóxico - enjoo, dor de estômago). - Via vaginal (VV): • Nistatina. • Miconazol. • Isoconazol. • Tioconazol. • Clorotrimazol. • Butoconazol. • Fenticonazol. Trichomoníase: ‣ 10 a 15% dos corrimentos genitais infecciosos. ‣ Causado por um protozoário: Trichomonas vaginalis (ova/, flagelado, gram negativo, anaeróbico). ‣ Considerado uma DST, frequentemente transmissão sexual. ‣ Incubação de 3 a 8 dias (recente). - Quadro clínico: • Corrimento profuso, abundante, amarelo- esverdeado, bolhoso, fétido e purulento. • Prurido, disúria e dispaureunia. • Sinais: - Colpite focal (manchinhas claras em fundo escuro no colo uterino (teste de Schiller) - “colo em framboesa”. - Provoca infecção cervico-vaginal. - Microulcerações no colo uterino. - Endocervicite. - Skenite e bartholinite. - Veículo para novas DSTs (infecções ascendentes). - Diagnóstico: • Exame físico. Catarina Alipio XXIIB 12 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA • pH de 5,0 a 7,0. • Teste das aminas (KOH) ligeiramente positivo. • Exame à fresco: identificação do movimento do agente (sensibilidade 80 a 90%). • 50% das mulheres podem ser assintomáticas. • Citologia oncótica. • Bacterioscopia: gram negativo com vários PNM. • Cultura em meio Diamond. - Tratamento: • Tratamento sistêmico: - Secnidazol 2g VO DU. - Tinidazol 2g VO DU. - Metronidazol 800mg/ dia/ 7 dias para as recidivas. • Tratamento tópico: - Cremes imidazólicos: tinidazol, metronidazole, clotrimazol (gestantes). • Suspender atividade sexual. • Não ingerir bebidas alcoólicas (efeito Antabuse). • Sempre tratar o casal. 15/09/2020 - Leimioma! Definição: - Tumor benigno do útero que acomete a mulher entre a menarca e a última menstruação (menacme). Ou fibromas uterinos. - Feito de fibras musculares lisas, são as fibras do miométrio (fibras musculares do útero). - Tumor mais comum no trato genital. - Geralmente são múltiplos. - Responsáveis por 2/3 das histerectomias (retirada do útero). - Acomete 50-60% das mulheres no menacme. • A maioria assintomática. • Mais comum no corpo do útero (possui mais fibras musculares). - Chance de cancerização é < 1%. Tipos: - Subserosos: crescem para fora do útero. Menos sintomas - Intramurais: crescem na parede do útero. São os mais comuns. - Submucosos: crescem para dentro do útero. Mais sintomas e menos frequentes. ‣ Podem ser também pediculados (presos por uma haste) ou paridos (“nascem” pelo colo uterino). Fatores pré - disponentes. - Raça: 2 a 9x mais comum na raça negra (por alteração no cromossomo 12). Catarina Alipio XXIIB 13 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Estrógenos (menacme). • Fazem o mioma crescer. Fatores de proteção: - Tabagismo (<18%): traz um estado de hipoestrogenismo). - Pílula anticoncepcional: a cada 5 anos de uso <17% a incidência de mioma, pois ela mantém os hormônios estáveis e uma concentração estrogênica menor. Quadro clínico: ✓Maioria são assintomáticas, então o leimioma acaba sendo um achado da propedêutica. • Mais comuns no subseroso, pois crescem para fora do útero. ✓ Sangramentos uterinos anormais (ciclos hipermenorráigos - aumento da duração e quantidade do fluxo). • Aumento da duração e da quantidade do fluxo menstrual. ✓ Dismenorreia: cólica menstrual. ✓ Dor: por compressão dos órgãos e ossos vizinhos. ✓ Sensação de peso pélvico. ✓ Aumento do volume abdominal. ✓ Sintomas urinários: por compressão da bexiga. • Útero repousa em cima da bexiga (posição de anti- flexão), quando ele aumenta pelo mioma, proporciona sensação de plenitude mais rapidamente. ✓ Infertilidade. • Mioma pode acabar fechando o óstio da tuba uterina (porção intramural). ✓ Aborto de repetição. Diagnóstico: - Clínico —> leva a uma hipótese diagnóstica. - Laboratorial: USG para confirmar a hipótese diagnóstica. Tratamento: - Depende da idade, tipo, quais sintomas presentes e intensidade dos sintomas, desejo reprodutivo, tamanho, localização dos nódulos. - Clínico. • Correção do ciclo. • Análogos de GnRH: bloqueia a produção hormonal (menopausa medicamentosa). - Só pode ser feito quando a mulher está próxima da menopausa (uso de somente até 6 meses). - Injeção mensal ou trimestral (mais usada). - Usados também em estados pré-operatórios, para diminuir o mioma e facilitara a cirurgia, principalmente em miomectomias, provocando menos lesão nessa musculatura uterina. • Isso em mulheres jovens. • Analogo do GnRH e posterior miomectomia. - Cirúrgico. • Histerectomia. • Pode ser a miomectomia: nas pacientes que possuem desejo de engravidar. • Ressecção histerocópica: em pacientes com mioma submucoso e desejo de engravidar. - Sem lesionar o útero e permitir uma futura gestação. - Não é tao invasivo. • Embolização dos leimiomas (obstruem a irrigação dos miomas, diminuindo o fluxo sanguíneo para eles se soltarem). - Em pacientes com desejo de engravidar e contraindicação cirúrgica. - Contraindicação: coagulopatias (quanto menos mexer no sistema vascular, melhor), biomas muito grandes que gera muitos sintomas…. - Menos eficaz em biomas submucosos. 22-29/09/2020 - Metodos Anticoncepcionais: Catarina Alipio XXIIB 14 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA Objetivos: - Promover a “dupla proteção”. Evitando a gravidez indesejável e proteger de DTS/ AIDS. • Métodos de barreira. • Preservativo masculino: principalmente contra DTS/ AIDS. - Reduzir mortalidade materna. • Primigesta jovens e gestantes maiores que 35 anos (nos dois extremos do menacme). - Reduzir gravidez de alto risco. - Reduzir número de abortos provocados. O problema… ‣ Mais de 25% das mulheres entre 18 e 30 anos já foram maes ou estro grávidas. ‣ As DSTs estão aumentando muito nas mulheres. ‣ 68% das mulheres sexualmente ativas não usam nenhum método contraceptivo. ‣ Em todo mundo, há cerca de 125 milhões de mulheres que não desejam engravidar e não utilizam contraceptivos. Método natural: - LAM: Lactação e anemorreia. • Inibe a menstruação por mais de 3 meses juntamente com a lactação. - Inibe a ovulação por alterar as taxas de secreção dos homônimos. - Taxa de falha: 0,5 em 100 mulheres em 6 meses, no modo correto: ✓ Amamentação de > 85% de leite materno dia e noite. ✓Menstruação não retornou. ✓ Bebê com menos de 6 meses de vida. - Método eficaz somente após 6 meses de parto. - Médicos indicam anticoncepcional à base de progesterona para evitar a menstruação. • Não usa-se estrógeno, pois esse passa para leitee pode inibir a prolactina. - Métodos comportamentais: - Único método aceito pela Igreja Católica. - Conceito: são aqueles métdoos, que ao serem usados implicam em modificação no comportamento sexual do casal. Vontade de ter relação vai ter que ser mudada de acordo com o período fértil da mulher. - Abstinência sexual periódica: métodos de evitar gestação observando sinais e sintomas da fase fértil do ciclo menstrual. Ensina a paciente a observar o próprio corpo para identificar a fase fértil e não ter relação nessa fase. ✓Método rítmico. ✓Método da temperatura. ✓Método do muco cervical. ✓Método sintotérmico. • Vantagens: - Não tem gasto. - Orientação pode ser feita por pessoa treinada, não necessariamente um médico. - Leva o casal ao conhecimento da anatomia e fisiologia reprodutiva. - Não possui efeitos iatrogênicos. • Desvantagens: - Eficácia baixa (20/100 mulheres no 1º ano). - Exigem orientação do casal e capacidade de aprendizagem. - Podem provocar repercussões negativas sobre a sexualidade (superior à vantagem de ter relação). - Não conferem proteção contra DST/ AIDS. - Ejaculação extra-vaginal: • Coito interrompido. - Baseia-se na capacidade do homem pressentir a eminência da ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina evitando a deposição do esperma. - Falha de 16-23%. Catarina Alipio XXIIB 15 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Quanto menos relações o homem tem ,menos capacidade e pressentir ele vai ter. - O homem elimina um líquido com quantidade suficiente de esperma sem que ele sinta. • Sexo sem penetração vaginal. - Busca do prazer através de alternativas (sexo oral, sexo anal, masturbação à dois). - Ejaculação em raiz de coxa, região vulvar, pode ter ascensão vaginal do espermatozóide. 1. Método rítmico: - “Método da tabelinha”. - Busca através de cálculos, determinando o começo e o fim do período fértil. • Intervalo maior que 10 dias, não é possível usar esse método rítmico. - Início: menos 18 dias do colo mais curto. - Fim: menos 11 dias do ciclo mais longo. - Intervalo: desde o primeiro dia (desce a menstruação) até a véspera do próximo primeiro dia. • Deve-se pegar pelo menso 6 intervalos. - Ex: ciclos de 28, 27, 28, 26, 30, 28, 30. • Menor ciclo: 26 - 18 = 8 —> 8º dia. • Maior ciclo: 30 -11 = 19 —> 19º dia. • Período fértil da paciente em questão: 8º dia ao 19º do ciclo. 2. Método da temperatura basal: - Baseia-se que após a ovulação a mulher apresenta um aumento de 0,3 à 0,8ºC devido à ação da progesterona (liberada pelo corpo lúteo). • Essa paciente não vai poder ter relação em pelo menos após 2 dias dessa aumento da temperatura. - Óvulo sobrevide de 24 a 48 horas. - Índice de falha: 6/100 mulheres. • Em uso típico. 3. Método do muco cervical: - Baseia-se nas modificações cíclicas do muco cervical. • 1ª fase do ciclo (estrógeno): muco com aspecto de clara de ovo. - Nessa fase não pode ter relação sem o uso de método de barreira. • 2º fase do ciclo (progesterona): muco mais espesso e esbranquiçado. - Paciente já teve ovulação. • Fase seca: 2/3 dias antes da menstruação. - Pré e pós menstrual. - Índice de falha: 5 a 35/ 100 mulheres. 3. Método sintotérmico: - Utiliza-se múltiplos fatores para aumentar a eficácia e diminuir o tempo de abstinência sexual. - Início: • Aparecimento do muco. • Cálculo calendário. - Período fértil: • Modificação do muco. • Variações da temperatura basal. • Outros…: tem pacientes que tem um sintoma chamado “dor do meio”, que intercala em lado direito e esquerdo. - Existe pois há pacientes que são mais sensíveis por estímulos do peritônio quando há a rotura do folículo para ovulação. Métodos de barreira: - São os mais antigos, hoje, revalorizados pelo aumento das DSTs e AIDS. - Diminui câncer de colo de utero. - Tem esse nome porque impedem a ascensão dos espermatozóides ao útero. - Barreira pode ser mecânica, química ou mista. ‣ Condom: preservation masculinos e femininos. ‣ Diafragma. Catarina Alipio XXIIB 16 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA ‣ Esponjas. ‣ Espermaticidas. A. Condom masculino: envoltório para o pênis, feito de látex. • Índice de falha: 3-12%. • Importante na prevenção de DST. • Desvantagens: custo (descartável), rotura e alergias (falsos processo alérgicos, por atrito, processo de irritação ou alergia mesmo ao lubrificante). • Colocação (responsável pelo aumento no índice de falha): tem que ser após a ereção do homem, segurar a ponha e desenrolar o preservativo ao longo do pênis. B. Condom feminino: feito de poliuretano (mais grosso). • Recobre o colo uterino, paredes vaginais e parte da vulva. • Pode ser colocado antes do coito. • Falhas de 3 a 5ª /ano. • Maior proteção. • Ponto positivo: parte externa do preservativo, promovia o estímulo clitoriano aumentado. • Ponto negativo: durante a relação sexual, fazia muito barulho. C. Diafragma: dispositivo circular de borracha com borda firma e flexível. • Muito usado nos EUA, deve-se usar o tamanho correto. • Inserção requer treinamento. • Colocação: antes do coito (não maior que 6 hrs), e retirada após 6-8 da relação. • Geralmente usado junto ao espermaticida para aumentar a eficácia. • Reaproveitável por 2 anos. • Índice de falhas de 2 a 14% /ano. • Contraindicações: distopias genitais e alergias. D. Esponjas: feitas de poliuretano associada com nonoxinal- 9 (espermaticida). • Formato ligeiramente côncavo. • Uso: umedecer (ativa o espermaticida) antes de usar e retirar após 6 a 8 horas do uso. • É descartável e é caro. • Índice de falha: 9 a 27% / ano. E. Espermaticida: substâncias que colocadas, no fundo da vagina, provoca morte dos espermatozoides. • Em cremes, geléias, supositório, tabletes e espumas. • Falhas de 2-29% /ano. • Efeitos colaterais: alergias. - Métodos que não dependem tanto do paciente, são os que menos provocam falhas: Métodos hormonais: Pílulas: - Associação de estrogênios + progestágenos para impedir a ovulação e também mudar as condições da vagina e do útero para impedir a ascensão do espermatozoide e a nidação do óvulo. - Maioria, possuem estrógeno e progestágeno, porém algumas têm só progestágeno, para aquelas pacientes que amamentam e não querem menstruar. - Estrogênios: etinilestradiol (<35ug). Catarina Alipio XXIIB 17 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Progestágenos: é o que muda de pílula para pílula. Tem menor contraindicações. • Levonorgestrel. • Noretindrona. - Altera menos a libido. • Acetato de ciproterona. - Não sustenta sua função com uma dosagem menor que 35ug de estrógeno. - Diminui hormônio masculino e melhora pele. • Desogestrel. • Gestodeno. • Drosperinona. - Funções: impede a ovulação através do bloqueio da produção das gonadotrofinas (FSH/LH), modifica o muco cervical, deixando-o mais denso, altera o endométrio (impede nidação) e altera a motilidade das tubas. - Uso: início 1º dia da pílula quando desce a menstrual, tomando a cartela toda por 21 (22,24) dias consecutivos, parar 7 (6,4) dias, após nova cartela. • Ciclo completo (cartela+pausa) deve dar 28 dias. - Índice de falha: 0,3 - 0,7% por ano (2% de uso típico). - Efeitos colaterais: raros (náuseas, vômitos, nervosismo, ganho de peso, sensibilidade mamária). • Maioria desaparecem nos 3 primeiros meses. - Riscos: • Câncer de ovário diminui pela não ovulação. • Câncer de endométrio diminui pela ação dos progestágenos. • Câncer de mama não modifica. • Câncer de colo de útero aumenta pelo não uso dos métodos de barreira. - Ex: HPV (não uso de método de barreira, aumenta o risco de contrair o HPV e desenvolver o Ca). - Medicamentos: • Antibióticos (rifampicina, ampicilina, tetraciclina), anticonvulsivantes, anti-histamínicoe alguns anti- hipertensivos diminuem a eficácia da pílula. - Contra-indicação: ✓ Câncer hormônio dependente. ✓ Câncer de mama. ✓ Doença tromboembolítica. ✓ Gravidez. ✓ HA grave. ✓ DM grave. ✓ Fumantes > 35 anos. ✓ Hepatopatia grave. ✓ LES. - Benefícios: • Regulam a menstrual. • Diminui o fluxo menstrual, dismenorreia, risco cólica, risco de gravidez ectópica e molar, cistos funcionais, doença beniga da mana, endometriose e miomas. • Protegem de câncer de ovário e endométrio, melhora artrite reumatóide, anemia, acne… Injetáveis mensais: - Possuem estrógeno: causam menstruação. - Não tem passagem/ processamento hepático. - Tipos mais comuns: ❖ Acetato de dihidroxiprogesterona - 150mg. ❖ Enantato de estradiol - 10mg. ‣ Enantato de noretisterona - 50mg. ‣ Valerão de estradiol - 5mg. • Acetato de medroxiprogesterona - 25mg. - Penlutan: toma no 8º dia do ciclo. - Aplicação: 1º ao 5º dia ou 7º ao 10º dia de cada mês, não massagear, não colocar bolsa de água quente. - Estrógenos são associados aos progestágenos para minimizar os efeitos menstruais. Catarina Alipio XXIIB 18 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Alternar a cada mês o lado da injeção. - Progestágenos bloqueiam o pico de LH, atua na tuba (diminuindo o peristaltismo), no endométrio e no muco cervical. ‘ - Vantagens: ✓ Aceitação boa. ✓ Boa eficácia. ✓ Preserva sangramento. ✓ Usa estrogênio natural. ✓ Não interfere no ato sexual. - Desvantagens: ✓ Não aceitação da via IM. ✓ Alteração menstrual. ✓ Efeitos colaterais: mastalgia, aumento de peso… - Contra indicação: • Lactação (estrógeno bloqueia prolactina e passa para a criança). Injetáveis trimestrais: - Apresentação: acetato de mdroxiprogesterona 150mg (IM) de 3 em 3 meses. • Não tem estrógeno. • São oleosos. - Ação: pico de LH (bloqueia), torna o muco mais espesso e endométrio hipotrófico. - Uso: 1º ao 7º dia do ciclo. - Falha: 0,3 por 100 mulheres por ano. - Contra-indicações: • Gravidez. • Sangramento vagina sem diagnóstico. • Doença tromboembolítica. - Vantagens: ✓ Eficácia. ✓ Ação prolongada. ✓ Pode ser usado na lactação. - Desvantagens: ✓ Irregularidade menstrual. ✓ Demora na fertilidade. ✓ Amenorreia. ✓ Não protege contra DST. ✓ Pacientes possuem mais retenção hídrica. Implantes: - São de silicone polimerizado com hormônio no interior, que são liberados continuamente na corrente sanguínea. - Inserção: face interna do braço esquerdo 4 dedos acima da prega do cotovelo. - Hormônios: etonogestel. - Elimina hormônio de maneira contínua por 3 anos. - Vantagens: • Não tem estrógenos (diminui efeitos vasculares). • Diminuir menstruação e cólicas. • Reversível. • Contracepção prolongada. - Desvantagens: • Alteração do ciclo. • Aumento de peso e sensibilidade da mama (mais raro). • Diminuição da densidade óssea (?) —> durante muitos anos, paciente sem produção de estrógeno —> desequilíbrio da manutenção da densidade óssea. • Custo alto. Anel vaginal: - Etonogestrel + etinilestradiol (progestágeno). - Colocação: 1º ao 5º dia do ciclo, por três semanas, com pausa de 1 semana. - Não afeta no momento de relação sexual. Transdérmico: - Adesivos. Catarina Alipio XXIIB 19 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Estrógenos (etinilestradiol) + progesterona (norelgestromina). - Início: 1º dia de sangramento, por três semanas, com pausa de 1 semana (troca semanal). - Não tem passagem hepática. Dispositivo intra uterino (DIU): - Endoceptivo: DIU medicamentoso (ex: morena). • De progesterona. • Eficácia mais alta. - DIU de cobre: mais comum. • Precisa estar na posição correta dentro do útero. - Eficácia: 0,5 a 0,7 por 100 mulheres por ano. - Inserção: preventivo recente e durante a menstruação. - Ação: reação inflamatória no útero. • Alterações bioquímicas. - Contra indicações: DIU de cobre. • Absolutas: - Gravidez confirmada ou suspeita. - Infecção genital. - DIP. - Sangramento genital sem diagnóstico. - Câncer genital. - Divorcias de útero. • Relativas: - Menstruação abundante. • No caso do DIU medicamentoso, é ate1 uma indicação. - Pós parto imediato. - Risco aumentado para DST. - Idade menor que 20 anos. - Nuliparidade. - Dismenorreia severa. - Intercorrências: • Expulsão. • Dor pélvica e dismenorreia. • Sangramento anormal. • Infecção. - Complicações na inserção: • Dor. • Reação vaginal. • Sangramento. • Laceração de colo. • Perfuração de colo. • Bacteremia transitória. Métodos cirúrgicos: Laqueadura: - Obstrução do lúmen tubáreo, no terço proximal, para impedir o encontro do ovócito ao espermatozóide. - Falha: 0,4 por 100 mulheres por ano. - Efeitos colaterais: Síndrome pós laqueadura (?). - Vias de acesso: • Minolaparotomia. • Laparoscopia. • Colpotomia posterior. Vasectomia: - Secção e/ou oclusão do canal deferente. - Falha: 0,01 a 0,02 por 100 homens por ano. Método de emergência: Pílula do dia seguinte: - Não pode ser usado frequentemente, pois sua eficácia vai diminuindo. - Progestágeno (levonorgestrel - 1,5mg). - Quanto antes se toma, melhor a eficácia. - Indicação: • Relação sexual não planejada ou desprotegida. Catarina Alipio XXIIB 20 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA • Uso inadequado de MAC. • violência sexual. - Ação sobre: • Ovulação. • Espermomigração. • Transporte e nutrição do ovo. • Fertilização. • Função lútea. • Dificulta implantação. - Procedimento: 1 cápsula e até 72h após relação suspeita. - Efeitos colaterais: • Náuseas e vômitos. • Alteração do fluxo menstrual. - Falha: 0,03 a 3%. 06/10/2020 - Climaterio: Evolução biológica da mulher: - Nascimento. - Infância: até 9 a 10 anos. • Não existiu liberação do eixo hipotálamo-hipófise- ovário. • Corpo masculino e feminino semelhantes. - Puberdade: até 15 a 16 anos. • Ação do eixo, e liberação de estradiol para desenvolvimento dos caracteres secundários (monarca, pubarca, telarca…). • Atualmente (menarca): por volta de 11/ 12 anos. - Aquecimento global, peso, apelo sexual - Menacme/ maturidade sexual: até 40 a 45 anos. • Aparece as ginecopatias (biomas, leucorréias, ciclos gravídicos puerperais…). - Climatério: até os 65 anos. • Onde existe a última menstruação (menopausa - dos 40 até os 55 anos). - BRA: 50 - 51 anos. - Senilidade/ senectude: > 65 anos. • Fase da 3ª idade. Folículos: - 20 semanas (vida intra-uterina): 7 milhões. - Nascimento: 1 - 2 milhões. - Puberdade: 300 - 400 mil. • Perda de +/- 100 folículos por ciclo menstrual. - 40 a 45 anos: 8 mil. Ovário: - Teca folicular : produzem estrógeno (fase proliferativa do endométrio). - Corpo lúteo (após a ovulação): produzem estrógeno (menos) e progesterona (alta quantidade - principal hormônio da 2ª fase do ciclo menstrual, fase secretora do endométrio). - Climatério: perda dessa função de produção hormonal. • Por esgotamento de folículos ovarianos. • Somente o estroma do ovário continua, produzindo androstenediona e testosterona. Definição de climatério: - Fase da evolução biológica da mulher, em que ocorre o processo de transição entre o período reprodutivo ao não reprodutivo. - Endocrinopatia caracterizada pela deficiência de esteroides sexuais, resultante da insuficiência ovariana secundária ao esgotamento folicular. Menopausa: ❖ Men = mês. ❖ Pausis = cessação. - Última menstruação depois de 1ano sem menstruar. • Diagnóstico retrospectivo. - Idade média: 49 anos (40 a 51 anos). • Prematura: antes dos 40 anos. - Cigarro pode antecipar a menopausa em 1 até 2 anos. Catarina Alipio XXIIB 21 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA • Tardia: após os 55 anos. Climatério: - Conjunto de sinais e sintomas, dentre elesestá a menopausa. - Pré-menopausa: fim da menacme até a menopausa. • Antes de parar a menstruação existem alguns sinais e sintomas que podem suspeitar a chegada da menopausa. • Primeiro sintoma ginecológico: irregularidade menstrual de 1 a 2, ou até 3 anos. - Muitos ciclos anovulatórios. - Menopausa: última menstruação após 1 ano sem menstruar. - Pós menopausa: DUM até senectude. - Perimenopausa: 3 a 5 anos antes da menopausa até 1 ano depois da DUM. • Onde ocorre todos os sinais e sintomas. • Existem pacientes que não apresentam nenhum sintoma. ‣ Ciclos irregulares (longos/curtos). ‣ Ovulações menos frequentes. ‣ Aumento da TPM. ‣ Diminuição dos folículos/atresia, com isso diminui a inibina, e aumento do FSH. - Os folículos não se desenvolvem. - Feedback negativo para hipófise. • Estradiol e inibina diminuidos —> hipófise estimula hipotálamo para produzir FSH. - Com a menopausa, teremos E2<E1 —> aumento do FSH (por Feedback negativo) —> aumento do LH. • E1(estrona): produzido pelo tecido gorduroso (por ação da aromatase: androstenidiona —> estrona). Esteroide feminino, com potencial de ação muito menor que o E2 (estradiol - produzido no ovário). - E3: não é produzido normalmente. - Paciente não entra na menopausa até para de tomar anticoncepcional, pois continua havendo a reposição hormonal. Sintomas: - Vegetativos: ✓ Vaso-motores (ondas de calor): - Fogachos. - 85% das mulheres. ✓ Sudorese. ✓ Palpitações. ✓ Cefaléia. ✓ Vertingens. ✓ Zumbidos. - Metabólicos: ✓ Osteoporose: sintoma a longo prazo. - Sobrevida feminina alta. ✓ Aterosclerose. ✓ Atrofia cutânea. ✓ Atrofia genital. ✓ Atropatia. ✓ Mialgia. ✓ Obesidade. - Psíquicos: ✓ Irritabilidade. ✓ Melancolia. ✓ Ansiedade. ✓ Depressão. ✓ Alzheimer (por deficiência de estrógeno). ✓ Nervosismo. ✓ Insônia. ✓ Libido. ✓ Amnésia. - Classificação dos sintomas quanto ao tempo e aparecimento: • A curto prazo: Catarina Alipio XXIIB 22 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Ondas de calor. - Ansiedade. - Depressão. • A médio prazo: - Atrofias glandular. - Atrofia do endométrio. - Diminuição de tecido adiposo GL. - Diminuição de pelos. - Dispaureunia. - IUE. - Dores articulares. • A longo prazo: - Osteoporose. Diagnóstico: - É clínico. • Pela anamnese. • Pelos sintomas. - Laboratoriais: • Aumento de FSH. • Diminuição de E2. Tratamento: - Individualizado. • Depende dos sintomas apresentados e o prejuízo sobre a paciente. - Medicamentoso (< 5 anos): • Estrógeno. - Melhora todos os sintomas, porém promove uma hiperplasia de endométrio. - Paciente que tem útero, não pode tomar só estrógeno. • Deve tomar progesterona. - Permitido para pacientes histerectomizadas. • Estrógeno e progesterona (cíclico/ contínuo). - Em pacientes com útero, deve tomar E+P, para evitar câncer de útero e hiperplasia. • Tibolona. - Age no receptor de andróginos e progesterona. - Ação de progesterona, estrogênio e andrógeno. • Fitormônios. - De acordo com os sintomas/ sinais apresentados: • Para atrofias —> cremes vaginais (hl/ hidratantes). • Para osteoporose —> bifosfonatos/ cálcio/ vitamina D. • Regulador de atividade vascular (veraliprida). • Andrógenos (VO/IM). Contraindicação para tratamento hormonal: - Absoluta: ‣ Neo mama/ endométrio recente. ‣ Hepatopatia severa. ‣ Tromboembolismo agudo (em algumas pacientes). ‣ Sangramento genital anormal, causa desconhecida. ‣ Porfiria. - Relativa: ‣ Tromboembolismo venoso. ‣ Soneca coronariana estabelecida. ‣ HAS severa/ descontrolada. ‣ DM não controlado. ‣ História familiar de CA de mama/ endométrio. ‣ Doenças auto-imunes em atividade. ‣ Doença biliar. Acompanhamento da paciente de reposição hormonal: ❖ Preventivo de colo de útero. ❖ MMG. Catarina Alipio XXIIB 23 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA ❖ Laboratorias. ❖ Densitometria óssea. ❖ USG tv. 27/10/2020 - Dismenorreia e Sindrome pre-menstrual: Dismenorréia: Definição: - Usada como sinônimo de cólica menstrual ,as na verdade significa, o conjunto se sinais e sintomas que acompanham a menstruação, em que junto à eles está a dor na menstruação (cólica)). - Conceito atual: dor menstrual e caracter de cólica, Alida ou não à manifestações sistêmicas que precede ou acompanha a menstruação. Classificação: - Quanto ao aparecimento: • Primária (intrínseca, essencial ou funcional). • Secundária (extrínseca, adquirida ou congestiva). - Quanto à intensidade: • Leve. • Moderada. • Severa. • Muito severa (incapacitante). Incidência: - Afeta mais ou menos 52% das mulheres, sendo 10% com a dismenorréia muito severa. Dismenorréia primária: - Ocorre na jovem. - Surge em 6 a 12 meses após a menarca (quando os ciclos vão se tornando ovulatórios). - Não tem patologia associada. - Etiopatogenia: ✓ Psicológico. ✓ Espasmo vascular. ✓ Espasmo muscular. ✓ Fator obstrutivo. ✓ Fator nervoso. ✓ Fator alérgico. ✓ Coagulação de sangue menstrual. ✓ Fator hormonal (queda de progesterona). ✓ Prostaglandina (seu aumento leva à contrações disrítmicas uterinas, isquemia endometrial e sensibilidade maior à dor). - Pesquisa feita em pacientes com endométrio secretor (que ovulavam). - Aspectos clínicos: • Início de 6 a 12 meses após a menarca. • Dor inicia algumas horas antes ou coincide com o sangramento. • Localização: hipogástrio com irradiação para região sacro-lombar e face anterior interna das raízes da coxa. • Sintomas sistêmicos gerais: náuseas, vômitos, cefaleia, diarreia… - Diagnóstico: é clínico, pela anamnese. • Dor tem duração de 48 a 72 horas. • Começa com o início do fluxo ou algumas horas antes. • Não apresenta patologia pélvica associada. - Exames complementares: • Quando utilizados, é somente para confirmar a ausência de patologias associadas. - Tratamento: • Medidas gerais: exercício físico. • Eliminar favor psicogênico. • Inibidores da síntese de prostaglandinas (AINH). - Deve começar o uso antes da menstruação (3 a 5 dias antes da menstruação, para bloquear a produção dessas PGL). - Alguns exemplos: Catarina Alipio XXIIB 24 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA • Ibuprofeno - Advil e buscofen (mais usado). • Feldene. • Aspirina. • Hormonioterapias: ACO. ❖ DIU de cobre: aumenta o sangramento e aumenta a dismenorreia. Como forma de evitar a gravidez, ele causa um processo inflamatório, que aumenta a secreção de PGL, aumentando a dismenorreia. Dismenorréia secundária: - Dor menstrual motivada por alguma patologia pélvica de aparecimento tardio, e que piora com o tempo. - Etiopatogenia: ✓ Endometriose, adenomiose. ✓ Congestão pélvica. ✓ Estenose cervical. ✓Malformação uterina. ✓Miomas, pólipos e sinéquias. ✓ Doença inflamatória pélvica. ✓ DIU. - Aspectos clínicos: • Aparecimento mais tardio. • Dor uni ou bilateral, dependendo da patologia. • Pode ter início 1 a 2 semanas antes da menstruação e pode persistir até o final ou mesmo depois da mesma (ex: por causa secundária endometriose). - Diagnóstico: • História clínica (anamnese). • Exame clínico e subsidiários para confirmar a patologia associada: - USG. - HSG (exame contrastado para observar malformação uterina). • Histerosalpingografia. - Laparoscopia. - Histeroscopia. - Tratamento: • Inibidores da prostaglandina. • Dirigidos para a patologia causadora. Síndrome pré menstrual: Sinônimos: - Tensão pré menstrual. - Disfonia da fase lútea. - Síndrome ovariana cíclica. - Transtorno disfórico pré menstrual (TDPM). - Conceito: • Conjunto de sinais e sintomas de ordem física, psicológica e/ou comportamental, que acomete a mulher na fase lútea do ciclo e cessa abruptamente como fluxo menstrual e se repete por 3 ou mais ciclos consecutivos. - Incidência: • Acomete cerca de 5 a 90% das mulheres. - 10 a 20% das mulheres os sintomas tem gravidade significativa. - Importância: • Sofrimento pessoal, familiar e profissional. • Queda da produtividade. • Maior incidência nas Latino Americanas. - Etiologia: desconhecida, complexa e multifatorial. • Psicológica, ambientais e/ou nutricionais. • Hipersensibilidade hormonal. • Alterações hormonais: - Excesso de estrógeno. - Deficiencia de progesterona. • Alterações em vitaminas e sais mineiras. - Deficiência de vitamina B6 (diminuí a síntese de serotonina). • Alteração no balanço hidroeletrolítico, sendo positivo = edema. • Aumento na síntese de prostaglandinas. Catarina Alipio XXIIB 25 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA • Liberação de endorfinas e neurotransmissores. Sintomas mais relatados: - Comportamentais: • Fadiga. • Insônia. • Tontura. • Modificações do interesse sexual. • Perversão de apetite. • Excesso de peso. - Físicos: • Cefaleia. • Mastalgia. • Edema. • Dor lombar. - Psicológicos: • Irritabilidade. • Habilidade emocional. • Baixa autoestima. • Raiva. • Esquecimento. - Ambiental: • Aumento de suicídios. • Aumento de crimes. • Aumento de acidentes. Diagnóstico: - Paciente na fase lútea. - Tríade: • Sintomas compatíveis com a TPM. • Periodicidade dos sintomas. • Impacto negativo no dia a dia. - Diagnóstico diferencial: • Distúrbios psiquiátricos. • Anemia. • Anorexia. • Dismenorreia. • Efeitos colaterais de AC. • Perimenopausa. • Distúrbios neurológicos, endócrinos, GI. • Fadiga crônica. • Doenças de mama. Tratamento: - Objetivo do tratamento: • Aliviar sintomas com mínimo de efeitos colaterais com o tratamento. • Reduzir o impacto da TPM na vida diária. - Tratamento: • Medidas gerais: - Anotação em diário dos sintomas. - Sono e descanso adequado. - Estímulo aos esporte (exercício). - Dieta: abolição de chá, café, chocolates (cafeína), sal, álcool, fumo, açúcar refinado, gordura animal. - Psicoterapias/ placebos (25 - 50%). • Medicamentoso (3 meses após): - Vitaminas e analgésicos. - Diuréticos. - Inibidores das PGLs para mastalgias e cefaleias. - Drogas para afetar o ciclo: em casos extremos. • Danazol: efeito androgênico, causa inibição do GnRh. • Agonista do GnRh: suprimir a ovulação, “menopausa”. • Pílulas: inibe oscilações hormonais. • Estrógenos na fase lútea: para enxaqueca. - Antidepressivos. • Flufenazina (1mg/dia). • Inibidores de recaptação de serotonina. Catarina Alipio XXIIB 26 Ginecologia - Andrea PROPEDÊUTICA - Na prática: • Para todas: tratamento não farmacológico, terapia, sono adequado, exercício e modificações dietéticas. • Específico: - Diurético para inchaço e retenção hídrica. - Anti-inflamatórios não hormonais para enxaqueca (antes da menstruação). - Sono adequado e restrição de cafeína para fadiga e insônia. - Vitamina E, óleo de prímula e danazol para mastalgia. - Antidepressivo inibidores de recaptação da serotonina e psicoterapias para sintomas psicológicos e afetivos. • Na falha terapêutica: tratamento hormonal para alteração do ciclo menstrual. Catarina Alipio XXIIB 27
Compartilhar