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ESTRUTURAS DE AÇO 2019.2 Professora: Marina Evangelista AULA 03 Perfis estruturais de aço 1 ESTRUTURAS DE AÇO 1. Considerações iniciais 2 Os perfis estruturais de aço previstos pela ABNT NBR 8800:2008 mais utilizados na construção civil brasileira, que podem ser classificados, segundo o modo de obtenção: Perfis laminados Perfis soldados ESTRUTURAS DE AÇO 3 2. Perfis laminados • São obtidos por meio de um processo de transformação mecânica de metais chamado laminação; • A forma de um corpo metálico é alterada para torná-lo adequado a determinada aplicação. Chapas Perfis de seções I, H, U e L Barras redondas ESTRUTURAS DE AÇO 2. Perfis laminados 4 Chapas • Obtidas a partir da laminação a quente de uma placa de dimensões maiores, com temperatura superior a 1.000 oC; • A seção transversal da placa é reduzida ao passar entre pares de cilindros paralelos, horizontais e verticais, cuja folga diminui gradativamente; • Os cilindros de cada par giram em sentidos contrários e movem a peça por arrastamento. ESTRUTURAS DE AÇO 2. Perfis laminados 5 Perfis de seções I, H, U e L • Obtidos de forma similar as chapas, a partir de blocos, com o uso de cilindros de diâmetro variável. Barras redondas • Obtidas a partir de tarugos. ESTRUTURAS DE AÇO 2. Perfis laminados 6 ESTRUTURAS DE AÇO 7 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil • Chapas • Perfis de seção aberta - Formas de seção transversal - Perfis I de faces inclinadas - Perfis U - Perfis L (cantoneiras) - Perfis I e H de faces paralelas • Barras redondas - Lisas - Nervuradas ESTRUTURAS DE AÇO 8 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil • As chapas podem ser grossas (espessura igual ou superior a 4,75 mm) ou finas (espessura inferior a 4,75 mm). Serão estudadas as chapas grossas. • As chapas são fornecidas como peças retangulares, comprimento = 12 m e largura = 3,2 m. 2.1.1. Chapas ESTRUTURAS DE AÇO 9 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.1. Chapas • Definida pelo símbolo CH, seguido da espessura em milímetros (Exemplo: CH 16). A espessura pode ser acompanhada pela largura e pelo comprimento da peça, em mm (Exemplo: CH 16 x 500 x 2.000). ESTRUTURAS DE AÇO 10 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.1. Chapas ESTRUTURAS DE AÇO 11 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Formas de seção transversal Os perfis laminados de seção aberta produzidos são: Perfil I de faces inclinadas Perfil I e H de faces paralelas Perfil U Perfil L (cantoneiras) de abas iguais ESTRUTURAS DE AÇO 12 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil I de faces inclinadas • Face interna das mesas não é paralela à externa; • Especificado pelo símbolo I, seguido da altura (d), em mm, e da massa por unidade de comprimento, em kg/m (Exemplo: I 127 x 14,8). ESTRUTURAS DE AÇO 13 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil I de faces inclinadas ESTRUTURAS DE AÇO 14 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil I e H de faces paralelas • Possui a face interna das mesas paralela à externa; • Apresentam triângulos circulares dos 2 lados da alma na junção com as mesas e foram projetados de forma a terem seções transversais com boas propriedades geométricas para uso estrutural em relação ao volume de aço consumido; ESTRUTURAS DE AÇO 15 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil I e H de faces paralelas • Perfil I - especificado pela letra W, seguida da altura nominal, em mm, e da massa por unidade de comprimento, em Kg/m (Exemplo: W 310 x 38,7); • Perfil H - especificado pela letra W ou HP, seguida da altura nominal, em mm, e da massa por unidade de comprimento, em Kg/m (Exemplo: W 310 x 93; HP 250 x 85). ESTRUTURAS DE AÇO 16 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil I e H de faces paralelas ESTRUTURAS DE AÇO 17 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil U • Especificado pelo símbolo U, seguido da altura (d), em mm, e da massa por unidade de comprimento, em Kg/m (Exemplo: U 152,4 x 12,2). ESTRUTURAS DE AÇO 18 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil U ESTRUTURAS DE AÇO 19 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil L (cantoneira) de abas iguais • Possuem abas iguais e podem pertencer a uma série baseada em polegadas ou a uma série métrica; • Especificado pelo símbolo L, seguido pelos comprimentos das abas (b) e pela espessura (t), em mm (Exemplo: L 76,2 x 6,35). ESTRUTURAS DE AÇO 20 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.2. Perfis de seção aberta Perfil L (cantoneiras) ESTRUTURAS DE AÇO 21 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.3. Barras redondas Lisas • Diâmetro entre 6,35 mm e 88,9 mm; • Muito empregadas como tirantes ou como elementos de contraventamento; • Especificação das barras redondas lisas é feita pelo símbolo φ, seguido do diâmetro (D), em mm (Exemplo: φ 50,8). ESTRUTURAS DE AÇO 22 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.3. Barras redondas Nervuradas • Diâmetro entre 5 mm e 40 mm; • Usadas como armadura de concreto, inclusive nos elementos estruturais mistos de aço e concreto (as nervuras proporcionam a aderência adequada entre a barra e o concreto); • Especificação das barras redondas nervuradas é feita da mesma forma que a das lisas. ESTRUTURAS DE AÇO 23 2. Perfis laminados 2.1. Perfis produzidos no Brasil 2.1.3. Barras redondas ESTRUTURAS DE AÇO 24 3. Perfis Soldados • São formados por 2 ou mais perfis laminados unidos continuamente entre si por solda elétrica; • Utilizados quando se necessita de seções transversais com dimensões maiores que as dos perfis laminados disponíveis ou para se obter uma forma especial de seção transversal, em decorrência de exigências estruturais ou arquitetônicas. ESTRUTURAS DE AÇO 25 3. Perfis Soldados ESTRUTURAS DE AÇO 26 3. Perfis Soldados • Os perfis soldados mais comuns são os I ou H, constituídos por 3 chapas cortadas nas dimensões apropriadas; • No Brasil, esses perfis são prescritos pela norma ABNT NBR 5884:2005, que, além de fixar requisitos para fabricação, os divide nas 4 séries de dimensões padronizadas seguintes: 3.1. Perfis Padronizados ESTRUTURAS DE AÇO 27 3. Perfis Soldados 3.1. Perfis Padronizados Série CS (colunas soldadas): composta de perfis H duplamente simétricos, usados como barras como é o caso da maioria dos pilares; Série VS (vigas soldadas): composta de perfis I duplamente simétricos, usados como barras na maioria dos casos fletidas, como as vigas; ESTRUTURAS DE AÇO 28 3. Perfis Soldados 3.1. Perfis Padronizados Série CVS (colunas-vigas soldadas): composta de perfis intermediários entre I e H, duplamente simétricos. Série VSM (vigas soldadas monossimétricas): composta de perfis I monossimétricos, usados em vigas mistas. ESTRUTURAS DE AÇO 29 3. Perfis Soldados 3.1. Perfis Padronizados ESTRUTURAS DE AÇO 30 3. Perfis Soldados 3.2. Perfis com dimensões quaisquer • A ABNT NBR 5884:2005 cobre também os perfis soldados I e H de dimensões quaisquer, permitindo ao projetista da estrutura total liberdade. • Além de fixar requisitos para fabricação, os divide nas 2 séries seguintes: ESTRUTURAS DE AÇO 31 3. Perfis Soldados 3.2. Perfis com dimensões quaisquer Série PS (perfil soldado): composta de perfis duplamente simétricos; Série PSM (perfil soldado monossimétrico): composta de perfis monossimétricos. ESTRUTURAS DE AÇO 32 3. Perfis Soldados • Os perfis soldados I e H devem ser especificados por meio do símbolo (CS, VS, CVS e VSM, no caso dos perfis padronizados, ou PS e PSM, no caso dosperfis de dimensões quaisquer), seguido da altura, em mm, e da massa por unidade de comprimento, em Kg/m (Exemplo: CS 500 x 253; VS 400 x 53; CVS 350 x 98; VSM 600 x 99; PS 500 x 147; PSM 400 x 52). • Se as 2 mesas forem iguais, basta colocar altura x largura das mesas x espessura das mesas x espessura da alma (Exemplo: I 500 x 300 x 16 x 8). ESTRUTURAS DE AÇO 33 4. Tensões residuais nos perfis São as tensões normais e de cisalhamento que aparecem durante o resfriamento não uniforme de um perfil, decorrentes do processo de fabricação, e que possuem resultantes nulas de força e momento. Originam-se porque: • o aço, quando resfria, sofre redução de volume e aumento de resistência e rigidez; • certas partes da seção transversal passam da temperatura de laminação para a ambiente mais rapidamente que outras. ESTRUTURAS DE AÇO 34 4. Tensões residuais nos perfis O processo em um perfil com seção transversal retangular, em que se adota a hipótese simplificadora de que as regiões próximas das bordas resfriam uniformemente primeiro, tornando-se comprimidas, e a região central resfria uniformemente por último, tornando-se tracionada. ESTRUTURAS DE AÇO 35 4. Tensões residuais nos perfis ESTRUTURAS DE AÇO 36 4. Tensões residuais nos perfis As tensões normais residuais variam ligeiramente ao longo do comprimento da barra, o que dá origem a fluxos longitudinais e transversais de cisalhamento e, como consequência, a tensões residuais de cisalhamento. ESTRUTURAS DE AÇO 37 4. Tensões residuais nos perfis • Em uma barra com tensões normais residuais, o escoamento se inicia a uma tensão σp, inferior à resistência ao escoamento fy obtida no ensaio de um corpo de prova sem tensões residuais. Essa tensão em que o escoamento começa é a tensão normal causada pela força externa, que, somada ao máximo valor da tensão normal residual (σr), fornece uma tensão igual à resistência ao escoamento do aço (fy). Logo: σp = fy – σr ESTRUTURAS DE AÇO 38 4. Tensões residuais nos perfis • Aumentando a força externa, o escoamento vai atingindo gradativamente toda a seção transversal da barra, com as deformações crescendo de forma não linear com as tensões normais. O escoamento se completa quando a tensão externa atuante se torna igual à resistência ao escoamento do aço (fy). ESTRUTURAS DE AÇO 39 4. Tensões residuais nos perfis A máxima tensão normal residual (σr), na maioria dos perfis, está entre 70 MPa e 140 MPa e é pouco influenciada pelo valor da resistência ao escoamento do aço, fy. ESTRUTURAS DE AÇO 40 4. Tensões residuais nos perfis De maneira similar, em uma barra com tensões residuais de cisalhamento, o escoamento por cisalhamento se inicia a uma tensão de cisalhamento τp igual à diferença entre a resistência ao escoamento por cisalhamento fvy e a máxima tensão residual de cisalhamento: A máxima tensão residual de cisalhamento (τr), na maioria dos perfis usuais, apresenta valores relativamente baixos, entre 20 MPa e 40 MPa, e dificilmente superiores a 20% da resistência ao escoamento por cisalhamento do aço, fvy. ESTRUTURAS DE AÇO 5. Referências • FAKURY, Ricardo; SILVA, Ana Lydia R. Castro E; CALDAS, Rodrigo B. Dimensionamento de Elementos Estruturais de Aço e Mistos de Aço e Concreto. São Paulo – Pearson, 2016. • PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de Aço. 8.ed.rev. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 41 ESTRUTURAS DE AÇO OBRIGADA! 42