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Contestação com Reconvenção em Processo Cível

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AO JUÍZO DE DIREITO DA 8º VARA CÍVEL DA CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nº do Processo: 1111111-11.1111.1.11.1111 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCOS, devidamente qualificado nos autos em epigrafe, por 
meio de seu advogado constituído (procuração anexa), com endereço 
profissional em... e endereço eletrônico ..., vem a presença de Vossa Excelência, 
com fulcro nos artigos 335, artigo 336, bem como o artigo 343 do Código de 
Processo Civil (CPC), apresentar: 
 
CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO 
 
aos fatos e direitos opostos por JÚLIA, também qualificada nos autos do 
presente processo. 
 
 
1 - DA TEMPESTIVIDADE 
 
 
A presente peça processual é tempestiva. O prazo para 
apresentação da contestação é de 15 dias úteis (Art. 219 do CPC) a partir da 
juntada do AR relativo à carta de citação (Art. 231, inciso I e Art. 335 ambos do 
CPC), restando a peça tempestiva. 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, 
computar-se-ão somente os dias úteis. Parágrafo único. O disposto neste artigo 
aplica-se somente aos prazos processuais. 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do 
prazo: I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação 
ou a intimação for pelo correio; 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 
(quinze) dias, cujo termo inicial será a data: ... III. prevista no art. 231, de acordo 
com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. 
 
2 - DO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS DO PEDIDO RECONVENCIONAL 
 
Nesta oportunidade, nos termos do artigo 292, V o réu-
reconvinte junta a guia, referente às custas processuais e a taxa judiciária 
referente à reconvenção. 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
 
3 - PRELIMINARMENTE 
 
 
3.1 - DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA 
 
 
A parte autora apresenta o valor de R$1.000,00 (mil reais) como 
valor da causa. 
 
 
Com amparo no artigo 337, III do CPC, alego que esse valor não 
respeita o que determina o artigo 292, inciso V do CPC, onde diz que o valor das 
ações indenizatórias devem ter por valor da causa a quantia que se pretende. 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I – inexistência ou 
nulidade da citação; II – incompetência absoluta e relativa; III – incorreção do 
valor da causa; 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e 
será:... V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
 
Ora, o montante pleiteado pela parte autora é o de R$40.000,00 
(quarenta mil reais), valor este que segundo aduz, foi utilizado no reparo do 
veículo. Assim, o valor da causa indicado pela parte autora deveria ser o de 
R$40.000,00 (quarenta mil reais), devendo o juiz decidir a respeito, impondo a 
complementação das custas, nos termos do Art. 292, §3º. 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será:... §3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, 
o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo 
patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo 
autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes. 
 
4 - DOS FATOS 
 
 
Alega a parte autora que dirigia seu veículo na Rua 001, na 
cidade do Rio de Janeiro, quando se envolveu em acidente de trânsito com o 
veículo do réu. Em decorrência do acidade, sofreu danos materiais no valor de 
R$40.000,00, valor que foi utilizado para os reparos do veículo. 
 
 
Segue aduzindo que o acidade foi provocado por culpa do réu, 
pois estaria dirigindo acima da velocidade permitida. Pleiteando, no mérito, a 
indenização pelos danos materiais sofridos. 
 
Deu à causa o valor de R$1.000,00 e informou não desejar 
audiência de conciliação, por ter tentado acordo extrajudicial, sendo infrutífero. 
 
 
5 - DO DIREITO 
 
 
Sem ato ilícito não há responsabilidade civil. O réu em nenhum 
momento praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que 
causasse danos a parte autora e, consequentemente, gerasse o dever 
indenizatório. 
 
 
Não houve afronta, portanto, aos artigos 186 c/c 927 do Código 
Civil. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
 
Ao contrário, toda responsabilidade cabe à parte autora que, 
conforme documentos apresentados, estava completamente embriagada no 
momento do acidente, pondo pedestres e outros motoristas em risco, 
desrespeitando e avançando sinais vermelhos. 
 
 
Caso assim não se entenda, é necessário considerar a 
responsabilidade concorrente entre as partes. A culpa é fator determinante no 
momento de se determinar o valor indenizatório. 
 
O Código Civil permite reduzir equitativamente a indenização 
quando houver a excessiva desproporção entre a culpa e o dano, conforme 
preconiza o artigo 944 parágrafo único do CC/2002. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se 
houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o 
juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
 
Sendo estabelecido ainda que: Se a vítima tiver concorrido 
culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em 
conta a gravidade de sua culpa em confronto com o do autor do dano. (Art. 945 
do CC/2002) 
 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
Ora, apesar do réu exceder o limite de velocidade em 5%, esse 
valor é ínfimo, não sendo o motivo preponderante para o acontecimento do 
acidente. 
 
 
Pelos motivos aduzidos, requer a improcedência dos pleitos 
autorais. 
 
 
Caso reste configurada a responsabilidade civil, imperioso 
implicar que a mesma seja concorrente. 
 
 
6 - DA RECONVENÇÃO 
 
 
Nos termos do artigo 343 do CPC, ao réu é licito propor 
RECONVENÇÃO, manifestando pretensão própria, se conexa com a ação 
principal ou com fundamento de defesa. 
 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar 
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
 
Decorrente do mesmo fato, pleiteia o réu, ora RECONVINTE, 
indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$30.000,00 (trinta mil 
reais), montante utilizado para o conserto do veículo avariado pelo acidente (Doc 
anexo). 
 
Restando claro o dever indenizatório do RECONVINDO, ante a 
prática de ato ilícito pela sua negligência ao dirigir embriagada, atravessando 
sinais vermelhos, nos termos do artigo 186, 927 do CC/2002. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
 
Atribui-se ao valor da causa em R$30.000,00 (trinta mil reais) 
 
7 - DOS PEDIDOS 
 
 
7.1 - Requer o acolhimento da preliminar arguida, intimando a parte autora à 
complementar as custas; 
7.2 - No mérito, requer a total improcedência dos pleitos autorais; 
7.3 - Subsidiariamente, requer a procedência parcial em razão da 
responsabilidade concorrente; 
7.4 - Quanto à RECONVENÇÃO, requer a procedência do pedido 
reconvencional, para condenação da autora-reconvinda ao pagamento da 
indenização do valor de R$30.000,00; 
7.5 - No final, requer a condenação da parte autora em custas e honorários 
advocatícios;7.6 - Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em 
especial com a juntada de notas fiscais e comprovantes de pagamento dos 
R$30.000,00 e juntada do boletim de ocorrência. 
 
Nestes termos, sendo juntada esta aos autos, 
Pede e espera deferimento 
 
 
Rio Claro, 06 de abril de 2021. 
 
Advogado 
OAB/UF

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