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É o termo usado para se referir a algo que é ilícito, contradição entre a conduta e o que está previsto em lei. Lembrando da Teoria do Crime, o crime é composto por três elementos: fato típico, ilicitude e culpabilidade. Será típico quando previsto em lei e atípico quando não previsto. A princípio, todo fato típico é ilícito, havendo as hipóteses de exclusão de ilicitude. Também chamado de excludente de antijuridicidade/ discriminantes/ justificantes ou causas de justificação/ tipos permissivos. São situações excepcionais que permitem a prática do fato típico, crime previsto em lei, estando previstas tanto na parte geral como na parte especial. Existe a causa supralegal de exclusão da ilicitude: consentimento do ofendido. Pode ter duas consequências: ● se a discordância é elemento do tipo, o consentimento exclui a tipicidade - deixa de caracterizar aquele crime. Ex.: crime de estupro - se há consentimento, não se encaixa mais no tipo em questão. ● se a discordância não é elemento do tipo, o consentimento exclui a ilicitude - continua caracterizando o crime mas permitido pelo outro. OBS: desde que trate de direito disponível e ofendido capaz. Ex.: o proprietário do celular autoriza que outra pessoa o quebre. É especial pois permite reação mais intensa do que a permitida pelo estado de necessidade. Prevista no artigo 25 do Código Penal: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. ELEMENTOS a. agressão - conduta humana ofensiva ou ameaça a um bem jurídico OBS: não cabe legítima defesa contra ataque espontâneo de animal - e sim estado de necessidade. Não havendo real perigo de ataque do animal (o cachorro era manso e a mãe assustada mata o animal para defender a filha) é estado de perigo putativo/imaginário Cabe legítima defesa se o ataque foi comandado por um ser humano. b. injusta - não amparada pelo direito. Não cabe legítima defesa contra agressão amparada de excludente de ilicitude (bato nos sequestradores para fugir, não considera legítima defesa) Não cabe legítima defesa recíproca - agir com legítima defesa contra alguém em legítima defesa, salvo se uma estiver em excesso. (ex. bato no ladrão e depois de imobilizado, tento matá-lo). c. atual ou iminente (urgente) - agressão está ocorrendo ou prestes a ocorrer (agressão após o crime seria vingança) d. a direito próprio ou de outrem - que atinge o próprio agente ou 3º. e. uso moderado dos meios necessários - proporcionalidade entre o ataque e a defesa, sob pena de haver excesso doloso ou culposo. f. requisito subjetivo - consciência de agir em legítima defesa (agir para repelir, não como vingança). Pacote anti crime: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (13.964/19). O parágrafo único do artigo 25 foi adicionado pela Lei nº 13.964/19, trazendo em seu texto a consideração de que agente de segurança pública (policiais) age em legítima defesa ao repelir agressão contra si ou outrem (vítima mantida refém) - não confundir com estrito cumprimento do dever legal. Age em tal estado “quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade nem podia de outro modo evitar direito próprio ou alheio cujo sacrifício não seria razoável exigir-se” - artigo 24 do CP. ELEMENTOS a. perigo - situação que ameaça um bem jurídico (ex. força da natureza, ataque de animal, incêndio e acaba pisando alguém). b. involuntário e inevitável - perigo não criado propositalmente pelo agente e nem podia ser evitado de outra forma (deve ser evitado da forma menos agressiva possível) c. atual - ocorrendo no momento. Não é previsto em lei estado de perigo iminente. d. direito próprio ou alheio - perigo ameaça o agente ou 3º e. direito cujo sacrifício não seria razoável exigir-se - proporcionalidade entre os bens em conflito (bem salvo deve ser superior ou equivalente ao sacrificado). Ex.: em um bote salva vidas prestes a afundar, jogo uma mala ao mar, ao invés de uma criança, para equilibrar o peso - escolha entre sacrificar uma mala e uma vida - vida é superior. Ex2.: no bote salva vidas prestes a afundar, jogo uma criança ao mar para não precisar sacrificar meu filho, equilibrando o peso - escolha de sacrifício entre uma criança e o próprio filho - filho é superior, mas outra mãe no bote também teria esse direito. f. requisito subjetivo - a motivação deve ser de agir para salvar, não por vingança (igual na legítima defesa) É a prática do fato autorizado pelo ordenamento jurídico - posso praticar Ex.: Lesão corporal em uma luta de boxe Ex2.: médico amputa parte do corpo do paciente - por estar exercendo direito regular não é crime, caso contrário seria mutilação. É a prática do fato imposta pelo ordenamento - tenho que praticar Ex.: policial prender alguém - aí entra a alteração feita pela Lei Anti Crime deixando mais claro que o dever legal do policial não é cometer agressão/homicídio, somente quando ameaçado caracterizando estado de legítima defesa. Seu DEVER LEGAL é o de realizar a prisão de qualquer pessoa encontrada em flagrante delito.
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