AV1 D Processo Civil

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QUESTÕES OBJETIVAS
1. (0.5 ponto) Tício recebeu um título de crédito de Caio, e não foi possível alcançar o crédito nele estampado. Ainda não tendo prescrito a executoriedade do título, o credor Tício poderá:
a) ingressar apenas com ação de conhecimento condenatória contra Caio, para que este efetue o pagamento da ordem do título.
b) ingressar com ação de indenização contra Caio, pois o título não poderá ser pago pois ainda não prescreveu.
c) executar Caio diretamente, mediante o título executivo extrajudicial, uma vez que ainda não prescreveu.
d) executar Caio diretamente, sob pena de prisão civil.
RESPOSTA: C
2. (0.5 ponto) A execução para cobrança de crédito deve-se fundar em título líquido, certo e exigível. Se a condenação constante no título judicial depender de novos documentos, deverá haver, primeiramente, a liquidação. A liquidação por arbitramento é feita quando:
a) a determinação do quantum depender de mero cálculo aritmético.
b) determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
c) para determinar o valor da condenação, houver necessidade de se alegar e provar fato novo.
d) a sentença fixa o quantum debeatur mas se omite quanto ao an debeatur.
RESPOSTA: B
3. (0.5 ponto) No cumprimento de sentença:
a) A caução poderá ser dispensada pelo juiz quando a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com entendimento do Tribunal com o qual o juiz esteja vinculado.
b) Admite-se a fixação de honorários, exceto no caso de cumprimento provisório.
c) A caução poderá ser dispensada pelo juiz quando o crédito objeto da execução for de natureza alimentar, independentemente da origem.
d) Não se exige a elaboração de demonstrativo de débito se antes do cumprimento a sentença tiver sido objeto de liquidação.
RESPOSTA: C
4. (0.5 ponto) Considerando o CPC (Lei nº 13.105/15), e, principalmente, as normas que tutelam a legitimidade passiva em execução, indique a alternativa incorreta, ou seja, de quem não pode figurar como executado:
a)	o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
b)	o responsável tributário, assim definido em lei;
c)	o fiador do débito constante em título extrajudicial;
d)	o sócio-proprietário após a desconsideração da personalidade jurídica;
e)	o Ministério Público, nos casos previstos em lei.
RESPOSTA: E
5. (0,5 ponto) De acordo com o NCPC, dá-se o cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa quando:
a)	O devedor não for localizado;
b)	O devedor for localizado mas não for encontrado nenhum bem penhorável .
c)	A sentença estiver fundada em título executivo extrajudicial;
d)	A sentença estiver fundada em sentença impugnada mediante recurso recebido só no efeito devolutivo;
e)	A sentença estiver fundada em sentença impugnada mediante recurso recebido em ambos os efeitos.
RESPOPSTA: D
6. (0,5 ponto) A respeito da penhora, assinale a afirmativa correta:
a)	A penhora não será realizada quando o bem estiver na posse, detenção ou guarda de terceiro.
b)	Havendo mais de uma penhora, lavrar-se-á um único auto de penhora.
c)	Se o devedor fechar as portas da casa, a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça providenciará o arrombamento, independente de qualquer autorização judicial.
d)	O juiz autorizará a alienação antecipada dos bens penhorados quando houver manifesta vantagem.
RESPOSTA: D
7. (0,5 ponto) Sobre a resposta do devedor marque a opção correta:
a)	No prazo dos embargos, e renunciando aos mesmos, o devedor poderá obter o parcelamento da dívida, conforme requisitos legais.
b)	O devedor poderá apresentar embargos do devedor, sem prejuízo do direito ao parcelamento legal do valor devido.
c)	Para obter o parcelamento da quantia devida o devedor só depositará o valor de 30% exigidos por lei após deferido o pedido.
d)	O parcelamento da quantia devida previsto no art.916 do NCPC pode ser adotado tanto na execução de título executivo extrajudicial como no cumprimento de título judicial.
e)	O parcelamento de crédito de natureza tributária seguirá os requisitos previsto no NCPC.
 
RESPOSTA: A
8. (0,5 ponto) Sobre expropriação marque a alternativa CORRETA:
a)	com o ato de penhora ocorre a expropriação dos bens do executado.
b)	a alienação dos bens do executado poderá ser feita por preço inferior ao da avaliação, desde que não seja considerado preço vil.
c)	A adjudicação como técnica de expropriação poderá ser realizada de forma antecipada e antes da avaliação dos bens.
d)	A remição dos bens poderá ser efetivada mesmo após a alienação dos mesmos a 
terceiro, haja vista que o executado é beneficiado pelo princípio da menor onerosidade.
e) na fase de alienação judicial, em havendo ofertas ou lances idênticos, haverá preferência do lance feito pelo exequente.
RESPOSTA: B
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QUESTÕES DISCURSIVAS
9. (1 ponto) Mévio ajuizou embargos à execução pela ação executiva de um contrato particular celebrado com Beltrano, os quais foram julgados improcedentes. Mesmo diante da interposição de recurso de apelação pelo advogado de Mévio, quinze dias após a invocação da tutela recursal, o advogado de Beltrano requer a penhora do único bem imóvel pertencente a Mévio. Como advogado do Exequente, qual o melhor procedimento a ser adotado? Explique. (10 linhas, mínimo)
RESPOSTA: Conforme o art. 831 do Novo CPC, a penhora deve recair sobre tantos bens quanto forem suficientes ao adimplemento do principal atualizado somado aos juros, às custas processuais e aos honorários advocatícios. Ainda no CPC, artigo 835, V, deixa defeso a possibilidade da penhora do bem imóvel. 
Com fundamento em lei, a Lei 8.009/90, em seu artigo 3º, permite que o único imóvel do devedor seja penhorado em algumas hipoteses. Ainda seguindo em regra o artigo 842 (recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens.) Pelo que, o exequente deve promover a averbação da penhora na matrícula do imóvel, garantindo a executividade do bem contra terceiros. Uma vez que seja averbada a penhora no registro do bem, então, a sua alienação ou oneração será considerada fraude à execução nos moldes do art. 792 do Novo CPC e do art. 828 do Novo CPC
10. (1 ponto) Em cumprimento ao mandado judicial de penhora, relativo à execução de um montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), o oficial de justiça encarregado da diligência compareceu à residência do executado, que lhe franqueou a entrada. No interior da residência, encontrou um televisor, uma geladeira, móveis usados em geral, correspondentes a um médio padrão de vida e roupas usadas de baixo valor. O executado lhe informou que esse era o seu único imóvel residencial e que era proprietário do automóvel estacionado na frente do prédio, que, no entanto, já havia sido penhorado em outra execução. Quais bens poderão ou não ser penhorados? É possível a realização de segunda penhora em bem já penhorado? (10 linhas, mínimo)
RESPOSTA: O oficial de justiça não poderá penhorar os bens móveis encontrados na casa, conforme artigo 833, II do NCPC, são bens impenhoráveis, caracterizados por serem utilidades domésticas, sem alto valor, necessários a um médio padrãode vida. Ainda no NCPC, no artigo 833, III, fica defeso a impenhorabilidade de vestuários de baixo valor. O único imóvel residencial é considerado bem de família nos termos da Lei 8.009/90, sendo da mesma forma impenhorável. 
 É sim possivel a realização da segunda penhora do automóvel que já se encontra penhorado. Haja vista que este é o único bem de propriedade do executado e que este constitui o único bem ainda penhorável. Esta segunda penhora gerará concurso de crédito entre os dois credores, sendo aplicáveis as regras do direito de preferência em relação aos créditos.
11. (1 ponto) Explique o princípio da patrimonialidade que consta no art. 789 do NCPC consignando que a execução tem caráter real. Há exceções a esse princípio? Qual é a relação desse princípio com a responsabilidade originária e a secundária? Justifique suas respostas.
RESPOSTA: O principio da patrimonialidade, da garantia do débito o patrimônio, e não a pessoa do executado. Todos os bens do devedor, presentes e futuros, respondem por suas obrigações, salvo restrições estabelecidas em lei.
 Esse princípio da patriomonialidade é de grande importância e relevância no processo de execução, envolvendo bens presentes e futuros do devedor. 
 
Sim, existem duas exceções nesse princípio que permite a prisão civil do devedor, é o caso do devedor de prestação de alimentos e do depositário infiel, artigo 5º, LXVII, CF. Muito embora, recentemente o STJ tenha consagrado que não é mais cabível a prisão do depositário infiel.
 
De fato, nesse artigo 789, NCPC, a lei visa em regra os bens presentes e futuros do devedor, na chamada responsabilidade originária; embora a execução possa acabar por sujeitar també m o patrimônio de outras pessoas que não figurem como devedoras, na chamada responsabilidade secundária, como por exemplo, o sucessor a título singular, o sócio, o cônjuge, terceiros que tenha adquirido em fraude de execução.
12. Caio, intimado pelo juízo da 100a Vara Cível da Comarca de Cantão do Leste para pagar a Tício o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Ante o início da fase de cumprimento definitivo de sentença, Caio realiza, no prazo de 15 dias, o pagamento de R$ 50.000,00.
Pergunta-se:
a) Como deve proceder Tício nessa situação? Justifique
RESPOSTA: O artigo 523 do CPC/15 dispõe que caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, uma vez devidamente intimado, após a devida apresentação de requerimento de execução pelo credor, não efetue o pagamento no prazo de 15 dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de 10% , e também de honorários de sucumbência de 10%. 
Caso o pagamento voluntário não ocorra tempestivamente, será expedido mandado de penhora e avaliação. E prosseguir-se-á, então, com os atos de expropriação.
b) Existe	a	possibilidade	de	Caio	proceder	ao	parcelamento	do	débito remanescente? Fundamente.
RESPOSTA: Não. O executado pode se valer do parcelamento judicial do débito, nos moldes previstos pelo art. 916 do CPC, no caso concreto não cabe parcelamento, já que o NCPC prevê expressamente que o parcelamento judicial do débito não se aplica a fase processual do cumprimento de sentença.
QUESTÃO EXTRA (SUBSTITUTIVA) - Ricardo promove ação executiva em desfavor de Thyago, advogado atuante na área trabalhista. Ricardo é credor de R$ 3.000,00 (três mil reais) e aponta como bem expropriável o notebook que Thyago utiliza para elaboração de suas manifestações escritas, e acompanhamento processual de seus clientes. Discorrra sobre a (im)possibilidade de penhora do notebook de Thyago, justificando sua resposta. (10 linhas, mínimo)
RESPOSTA: No caso concreto, Thyago, advogado, considerado trabalhador autônomo, utiliza o notebook para elaboração de suas manifestações escritas, e acompanhamento processual de seus clientes. A lei impossibilita esse tipo de penhora.
Assim como o bem de família os instrumentos de trabalho são consideráveis impenhoráveis. A proibição está presente no artigo 833, V, do Código de Processo Civil, que considera como impenhoráveis os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado. 
Haja vista que o instrumento de trabalho tem uma cláusula protetiva que preserva o trabalhador autônomo, pessoa física, que tem na profissão o seu sustento e o de sua família, o Notebook não poderá ser expropiado.