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Apostila de Ensino Religioso - Atualizada

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APOSTILA
CND - Curso Normal à Distância
(21) 3347-3030 / 2446-0502
ENSINO RELIGIOSO 
 
 
 2 
 
 
 
Sumário 
Introdução ............................................................................................................. 3 
1. Um pouco de teoria para iluminar a prática ....................................................... 5 
2. Encontrando o fio do novelo da história .......................................................... 13 
2.1 A forte influência do catolicismo ........................................................................ 13 
2.2 A história da chegada das outras religiões ao brasil ..................................... 16 
2.3 O ensino religioso depois da proclamação da república ............................... 20 
3. Reconhecendo os aspectos legais do ensino religioso ................................... 22 
4. Entrando na escola e na sala de aula ............................................................. 26 
4.1 Concepções para o ensino religioso ................................................................. 27 
4.2 As diferentes modalidades de ensino religioso nos estados brasileiros .... 30 
4.3 O caso específico do município do rio de janeiro ........................................... 33 
4.4 A proposta de trabalho do estado do paraná .................................................. 34 
4.5 Sugestões de temas a serem desenvolvidos à luz da religiosidade ........... 36 
4.6 A questão da formação de professores que ministram o ensino religioso 
confessional ................................................................................................................. 37 
4.7 Considerações finais ........................................................................................... 40 
Referências bibliográficas e bibliografia .............................................................. 41 
Anexos ................................................................................................................ 45 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Olá caros alunos e alunas do IECS 
 
 Durante o nosso curso, na caminhada em busca da formação profissional, 
você tem podido estudar uma variedade de Disciplinas. Nessa apostila o foco se 
volta para o Ensino Religioso. 
 Um dito popular afirma: Não se deve discutir política, futebol e religião por 
que não se chega a um consenso sobre esses assuntos. Na verdade esses três 
aspectos estão em voga e a discussão sobre os mesmos se intensifica. 
 Nosso material não pretende criar polêmica sobre religião, mas sim trazer 
para a reflexão do grupo aspectos ligados ao Ensino Religioso escolar. 
 Dessa maneira gostaríamos que você, que supomos já ter opinião 
formada sobre o assunto em pauta, possa refletir junto com seu tutor e colegas 
de turma, sobre as diferentes perspectivas de abordagem apresentadas para o 
Ensino Religioso. Não buscamos aqui fazê-lo mudar de opinião , mas sim trazer 
pontos de passagem e reflexão. 
 Atualmente, quando tanto se fala em aceitação da diversidade e da 
tolerância , é preciso olhar sob diferentes perspectivas o Ensino Religioso na 
escola, em especial na escola pública. 
 Como conciliar a liberdade de crença e de exercício religioso garantida 
constitucionalmente com as aulas de Ensino Religioso? Que tipo de Ensino 
deveremos levar a nossos alunos? Há como tratar a religiosidade, para além dos 
dogmas de uma única crença ? Estamos preparados para, sem proselitismo, 
organizar conhecimentos básicos sobre o assunto, de forma a ampliar as 
oportunidades de desenvolvimento integral dos nossos alunos?.Será o 
desenvolvimento integral do aluno o foco principal do Ensino Religioso escolar? 
Como atender à Constituição que pede Ensino laico? Como atender à legislação 
 
 
 4 
 
 
e ao mesmo tempo lidar com as mudanças sociais acentuadas? Como trabalhar 
na escola buscando compreender aspectos sociais e culturais para atender à 
diversidade ? 
 Só podemos tentar a dar conta de todo esse universo se pensarmos, com 
a mente bem aberta, nas diferentes possibilidades de trabalho com esse assunto 
que sempre tanto cria expectativas. Esperamos que a leitura do nosso material 
ilumine aspectos diferenciados e coloque para você o leque de opções que 
existem nesse momento. 
 Como forma de contribuição para a sua caminhada relativa ao Ensino 
Religioso, o primeiro capítulo da apostila descreve alguns conceitos teóricos 
ligados ao tema . No segundo capítulo estão apresentados aspectos que dizem 
respeito ao passado do ensino de religião no país. Com o capítulo três surgem 
citações a respeito das Leis que nortearam e norteiam orientações para a 
aplicação do Ensino Religioso. O capítulo final se refere às possibilidades de 
aplicação, na escola e na sala de aula, dessas recomendações legais . 
E então você está se sentindo preparado para esses novos desafios? Vamos 
seguir juntos? 
 
 
 5 
 
 
 
 
1-UM POUCO DE TEORIA PARA ILUMINAR A PRÁTICA 
 
 Vamos estudar sobre aspectos teóricos importantes que precisamos 
apreender nestas reflexões sobre o Ensino Religioso. Aspectos ligados à 
conceituação de religião, de religiosidade, de espiritualidade, atitude científica, 
dentre outros serão abordados. Esses conceitos serão trabalhados a partir de 
perguntas, cujas respostas estão baseadas na expressão de grandes 
pensadores sejam filósofos, sociólogos, pedagogos e outros a respeito de 
assuntos ligados ao que estamos estudando. Com a contribuição deles 
esperamos enriquecer seus conhecimentos . 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos começar a discussão com uma citação de Einstein. 1 
"A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência 
é cega". (Albert Einstein, 1941) 
O que será que ele está tentando nos dizer? Qual a sua opinião sobre 
isso? 
 
 
1
 http://www.google.com.br/imgres 
Ao finalizar de estudar esse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
 
Estabelecer relação entre os tópicos apresentados no capítulo 
Relacionar o Ensino Religioso e a formação do professor/educador 
Reconhecer a influência teórica dos grandes pensadores que influenciam 
a prática pedagógica no Ensino Religioso. 
Analisar posicionamentos e sentir-se parte do debate sobre Religião e 
Ciência. 
 
http://www.google.com.br/imgres?q=einstein+desenho&num=10&hl=pt-BR&biw=1424&bih=737&tbm=isch&tbnid=eHpHenYAuFPwUM:&imgrefurl=http://www.acaricaturadobrasil.com/2009_08_01_archive.html&docid=I9w5g2uDWTcp6M&imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_THqcfg9sIbQ/SpWRvzdYkoI/AAAAAAAAAyI/tWFAYW8PRG0/s400/einstein_web.jpg&w=369&h=400&ei=TOcrULDJIajM6wH_sYCYCg&zoom=1&iact=hc&vpx=175&vpy=388&dur=3650&hovh=234&hovw=216&tx=132&ty=155&sig=117948682128670648426&page=1&tbnh=140&tbnw=129&start=0&ndsp=23&ved=1t:429,r:16,s:0,i:150
 
 
 6 
 
 
 
Para Setzer(2002) é muito comum considerar-se que há um abismo sem 
chance de ser transposto entre ciência e religião. De acordo com o que é 
exposto nos seus estudos, há os que consideram que as áreas abrangidas por 
elas são totalmente distintas, de tal forma que a como ele cita, no tópico 9 , 
parágrafo 1, " ciência não teria nada a dizer sobre religião e esta nada a dizer 
sobre fatos científicos." 
Você está convidado a entrar na 
discussão. 
 
O que é religião? 
 
De acordo com o que Haas 
publicou na Revista Dom Total, o autor 
toma as propostas de Durkheim para definir 
a religião. Durkheim conceitua religião 
como um sistema solidário de crenças e de 
práticas relativas a coisas sagradas. As 
crenças e práticas unem as pessoas numa 
mesma comunidade moral, chamada Igreja, 
todos os que aderem a ela. 
Durkheim tem um interesse pela 
religião porque, para ele, ela articula rituais 
e símbolos que têm o efeito de criar entre 
indivíduos afinidades sentimentais que constituem a base de classificações e 
representações coletivas. As cerimônias religiosas cumprem um papel 
importante aocolocarem a coletividade em movimento para sua celebração: As 
religiões são baseadas na fé e em dogmas. 
[ 
Imagem de 
http://contextoshistoricos.blogspot.com.br/ 
 
Émile Durkheim foi um dos 
responsáveis por tornar a 
sociologia uma matéria acadêmica, 
sendo aceita como ciência social. 
Durante sua vida, publicou 
centenas de estudos sociais: sobre 
educação, crimes, religião, e até 
sobre suicídio. 
Fonte: 
http://www.infoescola.com/sociologia/emile-
durkheim/ 
http://www.infoescola.com/sociologia/emile-durkheim/
http://www.infoescola.com/sociologia/emile-durkheim/
 
 
 7 
 
 
 
Elas aproximam os indivíduos, multiplicam os contatos entre eles, torna-
os mais íntimos e por isso mesmo, o conteúdo das consciências muda. 
Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Budismo e Hinduísmo são exemplos 
de grandes religiões, que possuem muitos adeptos, uma vez que passaram por 
um longo processo de expansão. 
 
O que é espiritualidade? 
 
De acordo com Saad2 (2001) a espiritualidade pode ser definida como 
uma tendência humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos 
que transcendem o tangível: um sentido de conexão com algo maior que si 
próprio, que pode ou não incluir uma participação religiosa formal 
Podemos considerar também a espiritualidade como o conjunto de 
todas as emoções e convicções de natureza não material, com a suposição que 
há mais no viver do que pode ser percebido ou plenamente compreendido, 
remetendo a questões como significadas e sentidas da vida, não se limitando a 
qualquer tipo de crença ou prática religiosa (VOLCAN, 2003) 3 
 
O que é religiosidade? 
 
A religiosidade é uma qualidade do indivíduo que é caracterizada pela 
disposição ou tendência do mesmo, para seguir a sua própria religião ou a 
 
2
 
http://www.nhu.ufms.br/Bioetica/Textos/Bio%C3%A9tica%20e%20Espiritualidade/ESPIRITUALIDADE.
pdf 
3
 
http://www.nhu.ufms.br/Bioetica/Textos/Bio%C3%A9tica%20e%20Espiritualidade/ESPIRITUALIDADE.
pdf 
 
 
 
 8 
 
 
integrar-se às coisas sagradas. Há diferenças entre o ser possuidor de 
religiosidade, do ser religioso, que é fruto do sistema religioso. 
 
O que é atitude científica? 
 
Para Setzer (2002) a atitude científica é uma das maiores conquistas da 
humanidade, tendo começado a desenvolver-se efetivamente, como 
potencialidade para todas as pessoas, após o início do século XV. Antes disso, 
ela aparecia de maneira parcial em um ou outro indivíduo. Ela deve ser aplicada 
sempre que se faz uma observação e a descrição de algo, e quando se formulam 
conceitos. Nessas atividades cognitivas, parece-me que essa é a atitude correta 
para o ser humano moderno, isto é, uma pessoa que não adota uma atitude 
científica na parte cognitiva de seu dia-a-dia está retornando indevidamente ao 
passado. No entanto, é preciso reconhecer que essa atitude não se aplica a toda 
a vida humana, pois nem tudo nela é cognição. 
O entusiasmo que se deve ter por descobrir coisas novas e obter mais 
conhecimento. Pressupõe não ter absolutamente nenhum preconceito, em 
qualquer área de conhecimento, isto é, estar-se sempre disposto a verificar 
qualquer fato ou fenômeno, ou estudar qualquer teoria. 
 
 
 9 
 
 
4
Fonte 
 
Ensino e educação: o que são? 
 
De acordo com Spohr(2006) há os que acreditam que "quem ensina 
educa e quem educa ensina". O autor, no entanto, ao se propor a estabelecer 
diferença entre ensino e educação, alega que se deva considerar especialmente 
a importância de educar uma vez que a educação visa aos sentimentos e os põe 
sob o controle da vontade enquanto o ensino se dirige mais ao intelecto. Dessa 
forma adverte aos professores sobre a necessidade de motivações contínuas 
que visem despertar os bons sentimentos especialmente, o amor. Para o autor 
todos os outros bons sentimentos são derivados deste. Assim se conseguiria um 
bom conceito entre colegas e em todo ambiente vivencial, além de se conseguir 
o amor pelo estudo. 
É de Durkheim a seguinte citação: A principal função do professor é 
formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social.(citado por 
FERRARI, 2008) 
 
 
4
 http://2.bp.blogspot.com/_bBiwVYo3iSM/RudMNQ6De-I/AAAAAAAAAE4/6tdYkTCt-wM/s1600-
h/sem+t%C3%83%C2%ADtulo.bmp 
 
 
 10 
 
 
O que é formação? 
 
O vocábulo formação significa ato, efeito ou modo de formar; de 
constituir. E formar é dar a forma a alguma coisa. No nosso caso, em especial 
significa admitir , como propõe Antunes (2002, p 120): "Conjunto de atividades 
que permite ao educando assumir determinada posição perante a sociedade, 
como cidadão e como profissional". 
Do ponto de vista profissional, para estarmos bem preparados 
precisamos ter passado por um conjunto de atividades que visam a aquisição de 
conhecimentos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para 
que consigamos ter uma formação integral . Na concepção de Antunes (2002) a 
formação integral é aquela que envolve as questões: cognitiva, biopsicológica e 
ética. Como docentes essa formação se liga à ideia de inacabamento; tem início 
e nunca tem fim. É inconcluso (...). (VEIGA, 2009. p. 26). 
 
O que é cidadania? 
 
Se recorrermos a um dicionário na busca de definição de cidadania 
encontraremos algo como :cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis , 
políticos e sociais estabelecidos na constituição. 
Dallari(1998, p.14), ao escrever sobre a temática cidadania assim se 
exprime: 
A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à 
pessoa a possibilidade de participar ativamente da 
vida e do governo de seu povo. Quem não tem 
cidadania está marginalizado ou excluído da vida 
social e da tomada de decisões, ficando numa posição 
de inferioridade dentro do grupo social. 
 
 
 
 11 
 
 
 Diante dessa linha de reflexão Assmann (1999,p 26) afirma que "educar é 
a mais avançada tarefa social emancipatória", registrando que um fato marcante 
no mundo atual é a lógica da exclusão acompanhada do grave alastramento da 
insensibilidade. O quanto tratarmos sobre cidadania permite modificar a ótica da 
exclusão? 
 Vocês estão atentos à dimensão da tarefa profissional que escolhemos? 
 Nesse capítulo I, antes de abordarmos especificamente aspectos do 
Ensino Religioso nas escolas, tratamos de fazer questionamentos com objetivo 
de refletir sobre as potencialidades humanas: quer seja no aspecto intelectual, 
formativo, emocional, social, físico, criativo, intuitivo e espiritual. Referimo-nos 
também às questões da espiritualidade como estado de conexão de toda a vida, 
da experiência do ser, de sensibilidade, de sentido de reverência e de 
contemplação diante dos mistérios do universo, assim como do significado e do 
sentido da vida. 
 
 
 Acreditamos que esses tópicos irão ajudá-lo a tratar, pensar e repensar na 
sua futura prática em sala de aula em especial quando tratamos de Ensino 
Religioso. .O próximo capítulo tem como foco a descrição da história do Ensino 
Religioso no Brasil e das consequências advindas disso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Reflita sobre cada uma das perguntas e respostas trazidas nos tópicos 
do capítulo I. Depois responda; 
 Você professa e conhece sua religião? 
 Pretende educar e ensinar? 
 Algum item, (dentre os mencionados nas indagações apresentadas no 
capítulo), é muito importante na formação dos professores? Qual ou 
quais e Por quê? 
 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
 
2- ENCONTRANDO O FIO DO NOVELO DA HISTÓRIA 
 
 Ao levantarmos os dados sobre as religiões e Ensino 
Religioso no Brasil, foi possível observar, que estes aspectos de estudo da 
realidade são marcados por dificuldades, avanços e novas perspectivas na 
atualidade. 
 
 
 
 
 
 
Vamos descrever alguns desses aspectos ? 
2-1 A forte influência do catolicismo 
 
Pensar na história do EnsinoReligioso no Brasil nos remete à Educação 
do Brasil Colônia e da forte presença de religiosos católicos no país. Que 
imagem nos vem quando pensamos na chegada à terra firme dos primeiros 
colonizadores portugueses? E o nome antigo do nosso país ? Ilha de Vera Cruz 
e Terra de Santa Cruz? 
Ao finalizar de estudar esse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Relacionar o regime de padroado com os primórdios do Ensino 
Religioso no Brasil. 
Identificar na história do país os momentos de chegada de outras 
religiões 
Reconhecer que com a Abertura dos portos em 1808 se amplia a 
possibilidade de ingresso de novas religiões 
Estabelecer ligação entre a Proclamação da República e a criação de 
um estado laico 
Conceituar sincretismo religioso. 
 
 
 14 
 
 
 
Esta pintura é uma das mais conhecidas telas históricas brasileiras, A Primeira 
Missa no Brasil, de 1860, pintada pelo catarinense Victor Meirelles (1832-1903). A obra 
representa a missa celebrada pelo frei Henrique Soares de Coimbra em Porto Seguro (BA) 
em 26 de abril de 1500, domingo de Páscoa, quatro dias depois do desembarque dos 
portugueses no Brasil. Para pintar a tela, o pintor apoiou-se no conteúdo da carta de Pero 
Vaz de Caminha ao rei de Portugal. Uma de suas preocupações foi enaltecer a convivência 
supostamente pacífica entre brancos e índios.(LIMA, 2004) 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/brasil-tempo-cabral-423138.shtml 
 
As grandes religiões sempre estiveram presentes na construção de 
processos históricos das civilizações. No caso brasileiro se pode perceber a 
imensa influência da religião católica na constituição da nossa nacionalidade. 
Os historiadores Del Priore e Venâncio afirmam: "O Brasil nasceu à 
sombra da cruz"(2001, p.40). 
A colonização aqui estabelecida esteve ligada ao regime de padroado. O 
que significava o padroado? Era um acordo entre a Igreja Católica e os reis de 
Espanha e Portugal. A Igreja dava poderes a esses reis para organizar o 
catolicismo em seus domínios e os reis podiam nomear os padres e bispos que 
depois eram aprovados pelo Papa .Os reis também mandavam construir as 
Igrejas. Disso resultou uma aliança entre as dimensões políticas, administrativas 
e religiosas nas colônias.. 
 
 
 15 
 
 
As frotas portuguesas traziam capelães a bordo. Os primeiros religiosos 
que aqui chegaram foram os franciscanos. Mas o papel mais importante na 
Educação coube aos jesuítas .Esses dão início a uma atividade missionária com 
assistência religiosa aos brancos e às práticas de catequese dos nativos. 
No entanto, há os que afirmam que a Igreja cresceu à sombra do projeto 
colonial e expansionista de Portugal, com pouca chance de desenvolvimento 
autônomo. Como as escolas eram de “missão”, ou seja, para a conversão dos 
gentios não haveria o Ensino Religioso propriamente dito, uma vez que atendia 
aos projetos de Portugal para a América. 
A situação começa mudar no século XIX afirma o autor Hoonaert.(1992). 
Com a vinda da família real e a abertura dos portos brasileiros a navios de outras 
bandeiras, ocorreu o contato com outras nacionalidades .Isso trouxe uma nova 
época para o país e para o catolicismo 
que deixa de ter somente influência 
de Portugal e sofre a partir daí 
influência mais direta de Roma. Outro 
fato muito marcante relacionado a isso 
é a entrada do Protestantismo trazido 
pelos primeiros visitantes estrangeiros. 
Após a independência a 
relação entre a Igreja e o Estado 
permaneceu sob as regras do 
padroado, porém no período do 
Império a religião é vítima do 
regalismo. A escola pública, de 
responsabilidade do governo central , tem início com o Colégio Pedro II, no Rio 
de Janeiro. Não há iniciativas para as escolas populares . Ao lado disso já há 
escolas religiosas sendo criadas e assim se continua o processo de ensino da 
religião. 
REGALISMO 
 
Doutrina que 
defendia o direito de 
interferência do chefe 
de estado em 
assuntos da Igreja 
Católica. 
 
 
 16 
 
 
 
Chegamos ao Período Republicano. "O regime republicano pôs fim à 
secular aliança Igreja-Estado introduzindo o princípio do laicismo" (MATOS, 
2003, p.18). Separa-se a Igreja do Estado e o ensino agora denominado leigo 
aponta um novo modelo que excluiu o ensino da religião na escola. 
Mesmo que tenha ocorrido essa separação, é preciso registrar, como 
propõe Oliveira (2008) que a atuação da Igreja no Brasil desde o período colonial 
até o presente momento merece toda a atenção de quem pesquisa sobre 
religião. 
A Igreja Católica é um organismo que ultrapassou os 
marcos do tempo e contribuiu de forma efetiva para a 
construção de uma identidade nacional, bem como, a 
ação da evangelização católica no Brasil colônia, e 
posteriormente no Brasil emancipado de Portugal 
definiu as bases da sociedade vigente. 
 
Ainda de acordo com o mesmo autor, mesmo tendo sofrido a forte 
influência do Estado no seu projeto de colonização, a Igreja teve papel de 
destaque na história e cultura do Brasil. .A junção da fé católica, com as crenças 
indígenas e posteriormente com o legado trazido pelos africanos criou um 
patrimônio cultural bem diversificado. Temos em decorrência desse sincretismo 
uma matriz religiosa nacional plural , que é única e diversa ao mesmo tempo. 
 
2-2 A história da chegada das outras religiões ao Brasil 
 Com relação a esse aspecto precisamos frisar que o termo chegada não 
se aplica aos cultos e rituais indígenas de diferentes tribos espalhadas pelo 
território. Quando os europeus chegam os indígenas já viviam aqui e faziam seus 
cultos. Além disso, nem todas as tribos deixaram de seguir seus cultos e rituais 
após o contato com o colonizador. 
 
 
 17 
 
 
 Aos poucos outras denominações religiosas vão se estabelecendo, apesar 
da aliança Igreja Católica e Estado brasileiro, e ter dificultado a instalação de 
cultos, algumas delas vão ganhando expressão. 
 
 Os africanos trouxeram consigo as suas culturas originais e, junto a elas, 
todo um corpo de crenças e rituais religiosos. Podemos considerar que há,ainda 
hoje em dia , forte influência das religiões africanas do norte até o sul do país. 
Tais culturas religiosas sobrevivem ligadas ao sincretismo entre elas próprias, 
entre elas e o catolicismo religião dominante, e entre elas e o espiritismo. Esta 
mistura de crenças e rituais é tão evidente que já não dizemos no Brasil religiões 
"africanas" e sim religiões "afro-brasileiras".5. Quando chegaram e quantos foram 
os negros trazidos para o Brasil? Com relação à chegada dos negros vindos da 
África não há consenso sobre a data da entrada dos primeiros grupos. Alguns 
estudos citam que mesmo na nau Bretoa, para aqui enviada em 1511 por 
Fernando de Noronha, já se encontravam negros a bordo.6 
 Para outros autores esta história começa por volta de 1549, quando o 
primeiro contingente é desembarcado em São Vicente..Por outro lado, alguns 
historiadores acham que bem antes dessa data já haviam chegado contingentes 
negros de diversas nações ao Brasil. Há estimativas da chegada de quatro a 
cinco milhões de africanos entre 1525 a 1851. 
 Outro dado interessante mostra que os portugueses incentivavam os 
negros de diferentes culturas, a manter seus reis e tradições para evitar que eles 
se unissem e se revoltassem contra o governo. Nessas festividades os grupos 
negros aprenderam a dissimular, sob a máscara católica, as suas crenças 
religiosas. . 
 
 
5
 http://www.oxum.com.br/site/batuque1.asp 
6
 http://www.usp.br/revistausp/46/04-reginaldo.pdf 
 
 
 
 18 
 
 
 
 De acordo com Aragão(2013) oficialmente, a primeira igreja protestante ou 
evangélica, como temos chamado no Brasil foi fundada em 1858. Não há consenso 
sobre a chegada desse grupo. Há registros históricos indicam que os primeiros 
missionários protestantes chegaram aquiem 1557, enviados pela Igreja Reformada 
Francesa.. Esses teriam feito o primeiro culto protestante no Brasil. Evidentemente 
tiveram forte oposição dos portugueses católicos e nunca conseguiram fundar uma 
Igreja. 
 Outro dado interessante se refere ao período da Invasão Holandesa no 
Nordeste..Uma pesquisadora encontrou material sobre “A Primeira Igreja Protestante 
do Brasil”.(ARAGÃO,2013) 7. Esse documento demonstra que essa primeira Igreja 
era frequentada por índios evangelizados por missionários holandeses.. 
 Os indicativos mais fortes da presença do Protestantismo no Brasil são os 
que se referem aos grupos vindos depois da Abertura do Portos, como já citamos. 
 
 Para a Conferência Israelita do Brasil, também no período holandês no 
Nordeste, houve possibilidade de instalação de comunidades judaicas. O 
governo holandês do Nordeste permitiu liberdade de religião e defendeu 
legalmente judeus das restrições impostas por Portugal. Depois dos holandeses 
expulsos, só no século XIX foi organizada segunda comunidade judaica no país 
fundada em Belém, do Pará e outra, posteriormente, no Rio de Janeiro. A partir 
do século XIX várias levas de imigrantes judeus se instalam no Brasil .uma vez 
que Brasil adotou uma Constituição que garantia a liberdade de religião , devido 
à laicidade trazida com a república. No século XX outro marco é notado quando 
a partir da Primeira Guerra Mundial se organizam comunidades nas principais 
cidades brasileiras.8 
 
 
7
 http://noticias.gospelprime.com.br/primeira-igreja-protestante-brasil 
8
 http://www.conib.org.br/historia 
 
 
 19 
 
 
 
 Quanto à Religião Espírita9, os dados indicam a criação do Primeiro 
Centro Espírita do Brasil , instalado em 17 de setembro de 1865, na cidade de 
Salvador, na Bahia. Seu fundador, um professor primário que falava diversos 
idiomas, escreveu uma carta aberta defendendo o espiritismo, se contrapondo ao 
Arcebispo da Bahia que criticava a ação dos espíritas. Em 1869 houve até a 
circulação de um jornal, cuja tiragem chegou a ser enviada ao exterior do país. 
No Rio de Janeiro, em 1873, foi fundado Primeiro Centro Espírita do Rio de 
Janeiro, que passou a ser frequentado por pessoas da alta sociedade da época. 
 
 Os movimentos ligados às religiões orientais com maior número de 
seguidores no Brasil são o Budismo e a Igreja Messiânica Universal. Em relação 
às outras matrizes religiosas é bem recente , datando do século XX.10 
 O Budismo está ligado ao contingente japonês e o primeiro templo foi 
construído na cidade de Cafelândia, em 1932 , em São Paulo. Há na atualidade 
a adesão de não japoneses, especialmente ao chamado Zen budismo. A 
corrente ganha adeptos entre a intelectualidade brasileira. Também a linha 
tibetana do Budismo, ligada ao Dalai Lama, tem conquistado adeptos no nosso 
país. 
 Quanto à Igreja Messiânica , também ligada aos japoneses, foi fundada 
em 1955 no Rio de Janeiro, tendo-se registro de mais de 650 templos 
espalhados no país. 
 Essas denominações religiosas não são as únicas relativas ao Oriente. Há 
outras de origem japonesa, de origem indiana e persa. 
 
 
9
 espirito.org.br/portal/doutrina/inicio-espiritismo-brasil.html 
 
10
 http://www.portalbrasil.net/religiao_religioes_orientais.htm 
 
 
 
 20 
 
 
 
 Para completar o quadro histórico das religiões no Brasil é preciso citar os 
grupos ligados aos muçulmanos. Embora constituam um grupo pequeno 
comparativamente aos outros, merecem atenção e estudo, pois fazem parte de 
uma comunidade que vem crescendo significativamente. O islamismo foi trazido 
ao Brasil pelos imigrantes árabes, a partir da segunda metade do século XIX. 
Posteriormente alguns grupos negros encontram identificação com o Islamismo 
Se a princípio a religião era marcada pela ascendência árabe, o Islã começou a 
despontar com uma outra perspectiva. Além desse novo ramo que encontra 
ressonância nos grupos da periferia das cidades,especialmente de São Paulo, 
não podemos ignorar as diferenças que também existem entre a maioria árabe 
em função das suas procedências nacionais e da vertente islâmica seguida. 
 
2-3 O Ensino religioso depois da Proclamação da República 
No transcorrer posterior ao evento histórico podemos considerar que 
houve um certo afastamento entre a República 
e a Religião. A República havia afirmado a 
laicidade do Estado brasileiro. Isso começa a 
mudar com a chegada de Vargas ao poder. 
Quando entramos no período 
revolucionário da década de 30, do século XX, 
volta-se a falar em Ensino Religioso. Esse 
inicia sua trajetória por força de lei: “o ensino 
religioso poderá ser contemplado como 
matéria do curso ordinário das escolas 
primárias, normais e secundárias.” 
Durante o período republicano 
posterior a Vargas , também ocorrem 
momentos de aproximação e afastamento entre O Estado e a Igreja, 
No inicio do Governo 
Provisório de Vargas, 
em abril de 1931, o 
ministro da Educação e 
Saúde Pública, 
Francisco Campos, 
decreta o retorno do 
ensino religioso 
facultativo nas escolas 
públicas. 
 
 
 21 
 
 
especialmente a Católica, por força da tradição de longos anos de predomínio 
religioso e influência na vida nacional. 
Na década de 80 do século XX o Brasil passa pelo processo da 
Assembleia Constituinte entre 1985 e 1988. E a Constituição vigente no Brasil, 
garante o Ensino Religioso no artigo 210, parágrafo 1º. 
Houve uma mobilização nacional, a partir daí, em prol do ensino e isso 
se aprofunda com a Lei 9394/96. Desenvolveu-se uma nova perspectiva para o 
Ensino Religioso. 
Todo esse movimento levanta uma nova concepção de ensino, e o 
Ensino Religioso, também se percebe envolvido numa nova concepção. Esta 
concepção, ora mencionada, trazida pelos movimentos em prol do Ensino 
Religioso são consequência da visibilidade da escola como lugar em que o 
educando experimenta e vivencia valores que o orientarão para a vida, se 
capacita para a vida como cidadão, no trabalho, na política, na cultura, na 
religião e no lazer. O cidadão terá seu caráter fortalecido, terá espírito de 
participação. 
Observamos, mais uma vez, que todos os aspectos, incluindo a 
perspectiva religiosa, estão intrinsecamente ligados: aspectos históricos, sociais, 
pedagógicos, filosóficos e comportamentais. 
O próximo capítulo tem como propósito abordar mais de perto o 
transcorrer, em termos de regime jurídico na legislação do Ensino Religioso. 
 
 
 22 
 
 
 
3- RECONHECENDO OS ASPECTOS LEGAIS DO ENSINO 
RELIGIOSO 
 Visamos, nesse capítulo 3, apresentar as Leis que pouco a pouco vão 
dando suporte ao nosso trabalho de e com Religião na escola. 
 
 
 
 
 
 Sobre a Legislação do Ensino Religioso no Brasil, há estudos que dividem 
o mesmo em quatro fases.11 
 
 
 
11
 http://gestaoescolar.abril.com.br/politicas-publicas/leis-brasileiras-ensino-religioso-escola-publica-religiao-legislacao-
educacional-constituicao-brasileira-508948.shtml 
 
 
Ao finalizar de estudar esse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Reconhecer e citar aspectos da Legislação dão embasamento ao trabalho 
com o Ensino Religioso 
Reafirmar a necessidade de trabalhar a religião sem proselitismo. 
Avaliar a importância de atender às recomendações da legislação que 
envolve aspectos ligados à liberdade de culto, ao pluralismo religioso e 
cultural , e até ao direito ao agnosticismo. 
 
 
 
 23 
 
 
 Podemos considerar que na primeira fase (1500-1889) ocorre o Regime 
jurídico de União Estado - Religião, especificamente a União com a Igreja 
Católica. Essa fase já foi largamente desenvolvida no nosso material, em 
capítulos anteriores. 
 O segundo momento se refere a fase 1890-1930, onde há Regime jurídico 
de Plena Separação Estado- Religiões.Tem destaque nesse período a primeira 
Constituição republicana que além do laicismo, também proclama que todas as 
religiões são aceitas no Brasil e podem praticar sua crença e seu culto livre e 
abertamente. Sobre a fase dois também fizemos referência na parte do histórico 
das religiões. 
 A terceira e quarta fases, por estarem se referindo a momentos mais 
próximos, muitos dos quais interferindo muito diretamente na sala de aula das 
escolas na atualidade merecerão destaque nesse capítulo. 
 A terceira fase tem como marcos os anos de 1931-2008 e nesse período 
se observa o Regime jurídico de Separação Atenuada Estado- Religiões. 
 Para exemplificar apresentaremos considerações sobre alguns desses 
momentos. 
 Com a promulgação da Constituição 1934,no artigo 153 ,se define que o 
ensino religioso será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os 
princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pais ou 
responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primárias, 
secundárias, profissionais e normais. 
 Já na Constituição de 1946 consta que "O ensino religioso constitui 
disciplina dos horários das escolas oficiais, é de matrícula facultativa e será 
ministrado de acordo com a confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se 
for capaz, ou pelo seu representante legal ou responsável." 
No período de vigência desta Constituição é aprovada a LDB 4024/61,que 
completa ao artigo da Constituição , além de afirmar que: 
 
 
 24 
 
 
§1º A formação de classe para o ensino religioso independe de número mínimo 
de alunos. 
2º O registro dos professores de ensino religioso será realizado perante a 
autoridade religiosa respectiva. 
 No período de Governo Militar é aprovada no ano de 1971 a LDB 5692/71, 
ao mesmo tempo em que institui a Moral e Cívica estabelece que deva ser 
atendido também ao proposto no Decreto-Lei n. 369/1969 em seu parágrafo 
único que . "O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos 
horários normais dos estabelecimentos oficiais de 1º e 2º graus" 
. A Constituição Cidadã de 1988 , além do exposto no Artigo 210, reafirma 
que o artigo 5 define: "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias". 
 O texto da Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), de dezembro de 
1996, definia: "O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos 
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, 
sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas 
pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter: 
I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu 
responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e 
credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou 
II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, 
que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa." 
 Com a Lei 9475, o artigo 33 da LDB9394/96 tem nova versão: (Anexo 1da 
apostila) 
O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação 
básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas 
públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural 
religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
 
 
 25 
 
 
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição 
dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação 
e admissão dos professores. 
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso" 
 Por fim , vale também citar a quarta fase da legislação que se refere ao 
Regime Concordatário.de 2009. Nessa ocasião o Congresso Nacional aprovou 
um acordo entre Brasil e a Santa Sé que no artigo 11 fazia observância ao 
direito de liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade 
confessional do País, respeitando a importância do ensino religioso em vista da 
formação integral da pessoa. 
 "§1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula 
facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do 
Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem 
qualquer forma de discriminação" 
 Encerramos o capítulo mostrando como a legislação tratou e trata o 
Ensino Religioso no Brasil. Podemos ter diferentes opiniões sobre as propostas, 
professarmos ou não uma religião, sermos até agnósticos, mas não podemos 
ignorar o que a legislação traz sobre a temática. 
 
 
 
 
 
 
 O próximo capítulo apresenta as possibilidades de trabalho com o Ensino 
Religioso na escola e na sala de aula.. 
 
Agnóstico 
é aquele que considera os fenômenos sobrenaturais inacessíveis à compreensão 
humana. A palavra deriva do termo grego “agnostos” que significa “desconhecido", "não 
cognoscível”. Os agnósticos são seguidores da doutrina denominada “agnosticismo” que 
considera inútil discutir temas metafísicos, pois são realidades não atingíveis através do 
conhecimento. Para os agnósticos, a razão humana não possui capacidade de 
fundamentar racionalmente a existência de Deus. 
http://www.significados.com.br/agnostico/ 
 
 
http://www.significados.com.br/agnosticismo/
 
 
 26 
 
 
4- ENTRANDO NA ESCOLA E NA SALA DE AULA 
 
Vivemos um tempo de profundas mudanças de ordem social, política e 
econômica. Essas mudanças atingem o campo da ciência e das criações de 
novas tecnologias, tanto a nível nacional como internacionalmente. Surgiram 
novos comportamentos. Há ainda grandes mudanças no perfil das famílias, 
novas formas de pensar e agir . 
Nós educadores estamos imersos nesses novos tempos. Nossos alunos 
estão imersos nesses novos tempos. E o Ensino Religioso, enquanto área de 
conhecimento a que todo o cidadão brasileiro tem direito, torna-se em nossas 
mãos, mais um caminho para promoção da reflexão sobre o eu, o outro, a 
natureza e as relações entre todos na sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 Frente à sensação de aceleração dos tempos e encurtamento da noção 
de espaço que vivenciamos, fica colocada para nós a necessária revisão e 
atualização de saberes tanto na educação quanto nas ciências. Isso atinge 
diretamente o processo de formação de professores., que nos obriga a estarmos 
antenados aos novos tempos. Entre esses novos desafios precisamos buscar 
formas de tratar o Ensino Religioso na escola e na sala de aula. 
 São diversas as maneiras encontradas para efetivar, de forma prática, o 
trabalho com a Educação Religiosa , sem deixar de obedecer ao aspecto relativo 
à diversidade cultural. 
Ao finalizar de estudar esse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Reconhecer a importância da formação continuada do professor para fazer 
face ao mundo em mudança 
Avaliar as possibilidades apresentadas pelas as diferentes concepções de 
trabalho a partir do Ensino Religioso na escola 
Identificar as diferentes formas como estados e municípios têm procedido 
quanto ao Ensino Religioso. 
 
 
 27 
 
 
 O primeiro aspecto a ser pensado refere-se a estabelecermos distinção 
entre Catequese e Ensino Religioso. 
 Tomemos uma citação do Papa João Paulo II (1981, p.6/7) como ponto 
de partida para reflexão. 
O Ensino Religioso nas escolas é normalmente distinto da 
Catequese nas comunidades. Para o cristão, é particularmente 
importante para conseguir a síntese criteriosa entre a cultura e a 
fé. Não tratamos aqui dos problemas específicos do Ensino 
Religioso, que deve caracterizar-se pela referência aos objetivose critérios próprios da estrutura escolar . (CNBB, 2011) 
 A partir da ideia apresentada fica claro que essas não podem ser tomadas 
com o mesmo sentido. Há na citação o indicativo que o Ensino Religioso deverá 
ter critérios e estruturas próprios da escola. 
A seguir listamos algumas possíveis 
concepções sobre o Ensino Religioso e seus 
objetivos. Destacamos que são sugestões 
laicas, sem proselitismo e passíveis de 
modificações conforme o aprofundamento nos 
estudos sobre o Ensino Religioso. 
Pensando o Ensino Religioso podemos 
utilizá-lo dentro da concepção de conhecimento 
como processo, propriedade e totalidade, envolvimento pessoal; esforço para 
estimular no educando o desejo pela aprendizagem, pelo conhecimento pelo 
novo, com foco no processo criativo. 
4-1 Concepções para o Ensino Religioso 
 
Incentive a construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social, 
mesmo diante de múltiplos desafios a que somos todos submetidos. Dessa 
 
 
 28 
 
 
maneira o Ensino Religioso poderia contribuir para a formação de pessoas de 
forma integral, pessoas que possam compreender, refletir e respeitar a cultura 
religiosa de todos, para agir eticamente com o outro e também tendo atitudes 
corretas para com a natureza. 
 
O Ensino religioso pode ter um enfoque de área do conhecimento em 
articulação com os demais saberes em especial nos aspectos filosóficos e 
sociológicos, garantindo uma leitura pedagógica, superando uma visão 
relacionada unicamente a divulgação da religião. 
 
O conteúdo do ensino religioso pode caminhar para a crítica, a reflexão 
de situações que podem ser exemplificadas, simplesmente pelo cotidiano. 
As reflexões sobre o eu e o outro como pessoa criada à imagem e 
semelhança de Deus, podem contribuir para o desenvolvimento pessoal. Outra 
possibilidade é o enfoque da natureza como criação de Deus, com a qual 
devemos coexistir em harmonia. 
 
Também podemos conceber o caráter da prática religiosa como geradora 
de espiritualidade e de moralidade que influenciam as relações político-sociais. 
Um exemplo da espiritualidade e da moralidade como geradoras de regras para 
se viver bem. possibilitaria a leitura crítica da realidade e seus aspectos 
excludentes. 
 
O valor da cultura compreendida como os conhecimentos, as crenças, as 
artes, as leis, a moral, os costumes, ou os hábitos adquiridos pelos membros das 
comunidades torna-se a bússola de uma sociedade e alimenta a Educação. 
No aspecto cultural temos tido oportunidade de debater sobre o 
pluralismo religioso. 
 
 
 29 
 
 
Podemos dizer que antigamente, ser católico não era uma opção, mas 
uma pré condição para a plena cidadania brasileira. No capítulo sobre a história 
do Ensino Religioso , pudemos entender as razões para isso. Por outro lado o 
Brasil, historicamente, é o resultado de um encontro e desencontro de diferentes 
tradições, ocasionando elaboração cultural entre os grupos que formam o país 
 
 De acordo com Caderno Pedagógico "O Sagrado no Ensino Religioso", a 
liberdade de crença e de exercício religioso garantida pela Constituição, permite 
a leitura e o debate sobre os lugares sagrados, sobre os textos sagrados, e 
sobre todo o universo simbólico que envolve o universo religioso. Sem 
proselitismo, é possível organizar os conhecimentos para ampliar as 
oportunidades de desenvolvimento humano. 
 
Algumas reflexões acerca da Didática também são importantes para a 
organização de trabalho do professor de Ensino Religioso. O professor toma 
decisões diante das situações concretas com as quais se depara, com base nas 
quais constrói saberes na ação. A reflexão que o professor realiza sobre a ação, 
ajuda no alargamento da consciência sobre sua formação profissional e pessoal. 
 
É importante lembrar que cada educando experimenta, vê, age, sente, 
responde de maneira própria diante do que lhe é exposto, também no Ensino 
Religioso,. Por esse motivo, poderíamos acrescentar alguns conhecimentos ao 
nosso ambiente de trabalho que poderiam ser interessantes para melhorar nosso 
desempenho: relacionamento interpessoal, liderança e motivação. 
 
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, 
por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as 
pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, 
podem ser ensinadas a amar. (Nelson Mandela) 
 
 
 30 
 
 
 
4-2 As diferentes modalidades de Ensino Religioso nos estados 
brasileiros 
 
 Os estados brasileiros são responsáveis por 
implementar o que propõe a Lei. Assim aos aspectos 
legais vão sendo acrescidas as recomendações 
advindas das decisões a nível dos estados. É 
importante ressaltar que não houve modelo único a 
ser seguido, optando os estados por caminhos nem sempre iguais. 
 De acordo com a pesquisa da Ação Educativa(2008), os estados estão se 
organizando de diferentes formas para definir a competência na definição do 
conteúdo que deve ser trabalhado no Ensino Religioso: 
Competência na Definição do Conteúdo do Ensino Religioso 
Legislação – Estados 
Autoridade 
Religiosa 
Escola SEE CEE Fórum/ 
Conselho 
Interconfessio
nal 
 
RJ, ES RR, TO,CE, 
PB, PI, PA, 
PR 
AP, RO, CE, 
PB, PI, SC, 
MT, BA 
 
AM, MS, SE, 
PE, MA, PA, 
SP, AL, PR, 
MG 
 
GO, AC, MT, 
BA, RN 
 
 Pelo demonstrado na tabela é possível concluir que a definição dos 
conteúdos pode ser feito por autoridades religiosas, pela própria escola, pelas 
Secretarias de Educação, pelo Conselhos Estaduais de Educação, e também por 
fóruns interconfessionais. 
 
 
 
 31 
 
 
Parada para uma atividade 
 
Retire da tabela um exemplo de estado para cada competência na definição do 
conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 Um levantamento feito pela Globo News (2012) apontou a predominância 
de três formas de trabalho com o Ensino Religioso.: confessional, 
interconfessional e ensino da História das Religiões. 
 No tocante aos confessionais a doutrina religiosa deve ser trabalhada 
pelos professores treinados para isso. Nos interconfessionais são escolhidos 
valores e práticas em comum a todos. O Estado de São Paulo decidiu tratar o 
assunto pelo lado histórico das religiões. 
 
 
 32 
 
 
 
 
 Observe essa distribuição no mapa do Brasil . 
 
 
 
 
 33 
 
 
 
 
4-3 O caso específico do município do Rio de Janeiro 
 No município do Rio de Janeiro , após pesquisa feita na rede municipal de 
ensino, quanto às religiões professadas pela maioria de alunos, escolheu-se 
abordar as questões religiosas em concordância com o apresentado no esquema 
que se segue. 
 
 Foi estabelecido acordo entre a prefeitura e os representantes desses 
diferentes grupos religiosos. Se você quiser ter maiores informações sobre o 
 
 
 34 
 
 
Ensino Religioso no município do Rio de Janeiro consulte o Anexo 2 disponível 
no final da apostila, ou entre no site sugerido a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 Para os alunos que não optarem por este tipo de ensino, a Secretaria de 
Educação (SME) irá oferecer, nos mesmos horários, o ensino de Educação para 
Valores. 
 Como a lei diz que o ensino religioso deve ser oferecido no turno integral, 
a SME optou por oferecer a disciplina nas escolas de turno único por conta da 
adequação à grade curricular. Nas escolas com turnos pela manhã e à tarde 
seria preciso reduzir a carga horária das demais disciplinas para a implantação 
do Ensino Religioso. 
 A Prefeitura do Município do Rio de Janeiro já realizou, em 2012, concurso 
específico para admissão de professores para Ensino Religioso. 
4-4 A proposta de trabalho do estado do Paraná 
De acordo com o material da Secretaria Estadual de Educação do 
Paraná : "Há uma crescente consciência da necessidade de unidade em torno do 
destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais em cada 
povo".( p.12) 
 A partir da constatação a SEE do Estado do Paraná apresentou a seus 
professores uma interessante proposta de trabalhocom Ensino Religioso., cujo 
título é: "O Sagrado no Ensino religioso". Trata-se de um caderno pedagógico 
com orientações para o trabalho em sala de aula. 
Sanção da lei do Ensino Religioso nas escolas da rede 
 
 
Escolas de turno único oferecerão a disciplina, que será opcional para 
alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental 
19/10/2011 
Acesse: http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?article-id=2226122 
 
 
 35 
 
 
A primeira unidade temática abordada diz o respeito à diversidade 
religiosa, que aponta para os meios pelos quais a legislação pretende assegurar 
a liberdade religiosa. São exemplos dessa garantia o direito de professar a fé,a 
a liberdade de opinião e expressão ou o direito à liberdade de se reunir em torno 
de um objeto sagrado. 
A segunda unidade apresenta os lugares sagrados, de forma a permitir 
que o aluno perceba porque esse ou aquele espaço adquire um significado 
sagrado, religioso . 
Os lugares da natureza como rios, montanhas, são também exemplos de 
locais escolhidos para serem reverenciados ,em algumas religiões. Há ainda os 
lugares construídos como cidades sagradas, sinagogas, etc. 
A terceira unidade apresenta como as tradições religiosas preservam a 
mensagem divina ou como as tradições guardam e transmitem de forma oral ou 
escrita esses textos sagrados, utilizando-se de cantos, narrativas, poemas etc. 
A quarta unidade, trata de apresentar as religiões a partir das estruturas 
de poder estabelecidas nelas. 
Na quinta unidade trata do universo simbólico religioso.esse se constitui 
no conjunto de expressões comunicantes de significados.São os sons, formas e 
gestos, entre outros. Este universo sustenta a formação de ritos, mitos e a vida 
cotidiana das pessoas. 
A sexta unidade do caderno é composta pelas as práticas de celebração 
das diferentes tradições religiosas. São exemplos deles os ritos de passagem, 
de batismo, de casamentos, etc. 
A sétima unidade trata das Festas Religiosas, como, por exemplo, as 
festas juninas, as festas de casamento, do ano novo, entre outras, que são 
eventos organizados com objetivos próprios e agregam as pessoas ,muitas 
vezes de diferentes expressões religiosas. . 
A última unidade possui como tema o sempre presente dilema de vida e 
morte. Com essa unidade se pretende apresentar as respostas elaboradas pelas 
 
 
 36 
 
 
tradições religiosas para explicar a vida, a morte e os outros temas ligados à 
forma como as diferentes religiões as apresentam. 
Atenção aluno /aluna da IECS 
Com a proposta são colocadas sugestões de possibilidades de trabalho. 
Você deve sempre refletir sobre o que é proposto e quando tiver que colocar-se 
em ação para aplicar os conhecimentos, deve sempre levar em conta a realidade 
do grupo de alunos com os quais você trabalhará. 
 
4-5 Sugestões de temas a serem desenvolvidos à luz da religiosidade 
 
Embasados na parte formativa, religiosa e pedagógica, o professor 
poderá em sala de aula levantar questões para reflexão à luz da religiosidade , 
sem proselitismo . Muitos são os temas que envolvem o mundo dos jovens e 
crianças e que podem ser trabalhados em projetos interdisciplinares tais como as 
drogas, morte, sexo, bullying, depressão, bioética, eutanásia,família. 
 VAMOS SOMAR PARA DIMINUIR OS PROBLEMAS? 
 
PARA CONHECER POSSIBILIDADES 
 
 
 37 
 
 
A Revista Nova Escola apresenta um plano de atividade que pode ser 
adaptado a um trabalho formativo . Acesse e forme opinião sobre o tipo de 
trabalho proposto. 
http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/puberdade-o-que-e-isso 
 
O trabalho é árduo. Não podemos nos furtar a esses conhecimentos, 
achando que eles não se adéquam ao trabalho no contexto escolar 
Mas, há algumas ferramentas que podemos adicionar ao nosso 
conhecimento pedagógico educativo. Podemos trazer para nosso trabalho os 
pilares do relacionamento interpessoal, da liderança, do processo de 
comunicação de qualidade, como vimos no tópico relativo às concepções. Muitas 
vezes é pela comunicação verbal e não verbal, por exemplo, que consagramos 
ideias, ideais, comportamentos ou informações. É também pela palavra, seja oral 
ou escrita, que influenciamos a cultura, a sociedade, o outro. A utilização eficaz 
da comunicação pode requerer o emprego de técnicas ou recursos que tornem 
as mensagens mais atraentes e persuasivas. E será que não é isso que nosso 
aluno quer? A qualidade do que é transmitido e o entendimento do receptor 
dessa mensagem, muitas vezes acabam deixando a desejar por algum “ruído na 
comunicação”. Esse comprometimento negativo, pode significar um complicador 
no relacionamento interpessoal e trazer resultados negativos.O professor tem 
papel de liderança. Para se liderar é preciso ter objetivo, ou então o grupo se 
perde. O líder precisa saber para onde ir, para levar seu grupo consigo. Um 
exemplo de liderança, comunicação eficiente, relacionamento: JESUS 
 
4-6 A questão da formação de professores que ministram o Ensino 
Religioso confessional 
 
 
 
 38 
 
 
Segundo a legislação do Ensino Religioso, o professor para a 
modalidade confessional tem de ser habilitado pela instituição religiosa 
competente. Para tanto cada credo tem uma instituição credenciada junto à 
Secretaria Estadual de Educação para habilitar os seus professores. 
Assim os professores que professem o credo evangélico tem de procurar 
a OMEBE – Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil e Exterior; os de origem 
judaica devem procurar o Rabinado do Rio de Janeiro; os católicos procuram a 
Arquidiocese do Rio de Janeiro; os professores umbandistas devem procurar o 
Primado de Umbanda. 
E conforme as religiões se organizem, deverão procurar a Secretaria 
Estadual de Educação e estarão aptas a formar o seu grupo de professores. 
Portanto, quanto ao aspecto religioso o professor interessado deve procurar a 
instituição correspondente a religião que professa, para verificar o necessário ao 
credenciamento. 
No município do Rio de Janeiro, em 2012, o concurso público para 
preenchimento de vagas para o Ensino Religioso, essa era a exigência quanto à 
formação: Licenciatura Plena que o habilite ao magistério nas séries iniciais e 
finais do Ensino Fundamental e o Credenciamento emitido pela Autoridade 
Religiosa competente. 
 Dentre outras exigências relativas à formação para exercer o cargo 
constavam as seguintes 
 Promover o reconhecimento e o respeito aos valores 
éticos inerentes a todas as manifestações religiosas. 
 Proporcionar momentos de interação entre as 
diferentes matrizes religiosas trabalhadas na Unidade Escolar, 
visando à valorização e à visibilidade das diferentes práticas 
religiosas. 
 
 
 39 
 
 
 Contribuir para a formação de um aluno crítico, 
solidário, competente, autônomo e protagonista da construção de 
uma cultura de paz 
 
 
 
 
 
ABRINDO PARÊNTESES NESSA CONVERSA TODA! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartilha: Diversidade Religiosa e Direitos Humanos. 
No site www.presidencia.gov.br/sedh 
 
A questão da Educação Religiosa pode ser mais apreciada se vocês 
acessarem os programas da Globo News "Fé na Educação". 
 
São 5 programas que mostram a legislação brasileira para o Ensino 
Religioso, descrevem como ele é feito em escolas públicas de diferentes 
estados com destaque para o Rio de Janeiro e São Paulo e também 
fazem uma panorâmica sobre o assunto na Europa e nos EUA. 
São imperdíveis para quem deseja fundamentar suas opiniões e visões 
sobre o tema . Procurem os vídeos do Youtube com esses endereços . 
http://www.youtube.com/watch?v=Wv3Yn4csvYI 
http://www.youtube.com/watch?v=lOlUk4-328k 
http://www.youtube.com/watch?v=6ZR-k1GE4W0 
 
 
 
http://www.presidencia.gov.br/sedh
 
 
 40 
 
 
 
 
4-7 Considerações finais 
 Estamos chegando ao final da exposição sobre o Ensino Religioso.Enfatizamos a importância de estarmos atentos e sempre reflexivos a respeito da 
nossa atitude como professores. A leitura do material pode não ter trazido 
resposta a todos os questionamentos iniciais. No entanto serve de alerta e nos 
informa sobre o que já está acontecendo nas escolas, em termos de Ensino 
Religioso. Alguns vídeos sugeridos também apresentam múltiplas reflexões, 
porque pessoas têm diferentes opiniões diante da temática. 
 Ao longo dos capítulos trabalhamos uma diversidade de questões. Para 
sua consideração final é importante frisar: 
 O Estado Brasileiro é laico. 
 A Constituição também garante direito à liberdade religiosa. 
 Abrir o espaço para Ensino Religioso não é fazer catequese. Na 
escola o Ensino Religioso pode transcender, em muito essa dimensão. 
 A pluralidade, construída por várias etnias, culturas, religiões, 
permite que as consideremos todas as pessoas como iguais , cada uma com 
suas características diferentes. 
 Como educador você pode estimular as pessoas à ação mas é 
preciso que as estimule, com a emoção, a aceitação do outro. 
 
 
 41 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E BIBLIOGRAFIA 
 
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laico. São Paulo- SP . Dezembro de 2008 .Disponível em 
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Petrópolis:Vozes,1999 
 
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http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/23867/concepcao-de-religiao-
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Acesso em set 2014. 
 
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São Paulo: Abril Editora. Série Gestão Escolar, 2009. Disponível em- 
http://gestaoescolar.abril.com.br/politicas-publicas/leis-brasileiras-ensino-
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SPOHR, Albino. Ensino x educação- A diferença entre ensino e educação 
Porto Alegre: Zero Hora , 2006 . Disponível em 
http://www.sersel.com.br/imprensa_releases_17.asp Acesso em set 2014 
 
SETZER., Valdemar W. Ciência, religião e espiritualidade. Disponível em 
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/ciencia-religiao-espiritualidade.html. Acesso em 
set 2014 
SIGNIFICADOS. Dicionário on line. Disponível em 
http://www.significados.com.br/cidadania/- 
http://www.significados.com.br/agnostico/ Acesso em set 2014 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. A aventura de formar professores. Campinas, 
SP: Papirus, 2009. 
 
http://www.sersel.com.br/imprensa_releases_17.asp
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/ciencia-religiao-espiritualidade.html
 
 
 45 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
ANEXO 1 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI Nº 9.475, DE 22 DE JULHO DE 1997. 
 
Dá nova redação ao art. 33 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º O art. 33 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar 
com a seguinte redação: 
 
"Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da 
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade 
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição 
dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação 
e admissão dos professores. 
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso." 
 
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 22 de julho de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
PauloRenato Souza 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.7.1997 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.475-1997?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm#art33
 
 
 46 
 
 
 
 
 
ANEXO 2 
Legislação - Lei Ordinária 
 
O Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro nos termos do art. 79, § 7º, 
da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, de 5 de abril de 1990, não 
exercida a disposição do § 5º do artigo acima, promulga a Lei nº 3.228, de 26 de 
abril de 2001, oriunda do Projeto de Lei nº 2157-A, de 2000, de autoria do 
Senhor Vereador Jorge Mauro. 
LEI Nº 3.228, DE 26 DE ABRIL DE 2001 
Dispõe sobre Ensino Religioso Confessional nas escolas da rede pública de 
ensino do município do Rio de Janeiro 
Autor: Vereador Jorge Mauro 
 
Art. 1º O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da 
formação básica do cidadão, e constitui disciplina obrigatória dos horários 
normais das escolas públicas, na educação básica, sendo disponível na forma 
confessional de acordo com as preferências manifestadas pelos responsáveis ou 
pelos próprios alunos a partir de sete anos, inclusive, assegurado o respeito a 
diversidade cultural e religiosa do Rio de Janeiro, vedadas quaisquer formas de 
proselitismo. 
Parágrafo único – No ato da matrícula, os pais ou responsáveis pelos alunos 
deverão expressar, se desejarem, que seus filhos ou tutelados frequentem as 
aulas de ensino religioso 
 
Art. 2º Só poderão ministrar aulas de ensino religioso nas escolas oficiais 
professores que atendam às seguintes condições: 
 
 I – que tenham registro no MEC e de preferência que pertençam aos quadros do 
Magistério Público Municipal; 
 
II – que tenham sido credenciados pela autoridade religiosa competente, que 
deverá exigir do professor formação religiosa obtida em instituição por ela 
mantida ou reconhecida. 
 
Art. 3º Fica estabelecida que o conteúdo do ensino religioso é atribuição 
específica das diversas autoridades religiosas, cabendo o Município o dever de 
apoiá-lo integralmente. 
 
Art. 4º A carga horária mínima da disciplina de Ensino Religioso será 
estabelecida pelo Conselho Estadual de Educação, dentro das horas-aula anuais 
 
 
 47 
 
 
regulares. 
 
 
Art. 5º Fica autorizado o Poder Executivo a abrir concurso público específico 
para a disciplina de Ensino Religioso, para suprir a carência de professores de 
Ensino Religioso para a regência de turmas na educação básica, especial, 
profissional na redução, nas unidades escolares da Secretaria Municipal de 
Educação, e demais órgãos a critério do Poder Executivo Municipal. 
 
§ 1° Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos orçamentários 
necessários ao atendimento das despesas decorrentes do disposto nesta Lei. 
 
§ 2° A remuneração dos professores concursados obedecerá aos mesmos 
padrões remuneratórios de pessoal do quadro permanente do Magistério Público 
Municipal. 
 
Art. 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 26 de abril de 2001. 
 
SAMI JORGE HADDAD ABDULMACIH 
Presidente 
 
Publicado no DOM do dia 27 de abril de 2001

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