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Resumo expandido- Análise da alimentação dentro e fora de casa

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ALIMENTAÇÃO DENTRO E FORA DE CASA: UMA ANÁLISE DO CONSUMO BRASILEIRO COM DADOS DA POF 2017-2018
Ana Maria Cardoso de Souza1 ; Barbara Adriana Santos Nascimento2; Thalia da Silva de Freitas3; Rosana Duarte de Sousa4; Maria Isabela da Silva Monteiro5; Camila Lorena Machado Rodrigues6
 1Graduando, Universidade da Amazônia (UNAMA);
2Graduando, UNAMA;
3Graduando, UNAMA;
4Graduando, UNAMA;
5Graduando, UNAMA;
6Nutricionista, Mestrado, UNAMA
anamcs735@gmail.com
Introdução: Os gastos com alimentos das famílias brasileiras têm sido afetados pelas alterações na renda e em sua distribuição, pelos preços relativos dos bens disponíveis, assim como por outras transformações estruturais ocorridas na sociedade brasileira (1). Fatores sociais, demográficos e econômicos, como maior participação da mulher no mercado de trabalho, aumento da renda familiar, urbanização, escassez de tempo da sociedade moderna e diminuição do preço de alimentos prontos para consumo que influenciaram o aumento nos gastos com alimentação fora do domicílio, continuarão a impulsionar a fração das despesas com esse tipo de alimentação (2). Dessa forma, a medida em que os gastos com alimentação ainda são um item fundamental no orçamento das famílias principalmente de menor renda, e nas regiões mais pobres do país, estudos sobre demanda de alimentos ganham grande importância no sentido de orientar a formulação de políticas públicas voltadas para a melhoria de segurança alimentar e das condições de nutrição dessa população (1). Objetivos: Avaliar o consumo da alimentação dentro e fora dos domicílios das regiões brasileiras. Métodos: Este trabalho consiste em um estudo epidemiológico descritivo, a partir de dados secundários da Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizaram-se dados da despesa monetária e não monetária média mensal familiar com alimentação, por situação do domicílio, grandes regiões e grupos de produtos. Os dados foram tabulados no aplicativo Microsoft Office Excel 2016. Resultados e Discussão: Foram entrevistadas 57 920 pessoas nos domicílios do Brasil ao decorrer do período 2017-2018. Segundo os resultados da pesquisa, as despesas com alimentação representam a terceira maior participação nos gastos nacionais das despesas de consumo realizadas pelas famílias brasileiras (17,5%). A partir da analise regional, os maiores percentuais com alimentação fora do domicílio ocorreram nas Regiões do Centro-Oeste (38,0%) e Sudeste (34,2%), que ficaram acima da média nacional (32,8%). O menor percentual ocorreu na Região Norte (21,4%). De acordo com a pesquisa, foi registrado que as famílias com rendimentos mais baixos (até R$ 1 908,00) até dois salários mínimos, apresentaram uma proporção de 20,6% de despesa com alimentação fora do domicílio, contra 79,4% de despesa com alimentação no domicílio. Já para as famílias com rendimentos mais altos (acima de R$ 23 850,00) mais de vinte e cinco salários mínimos, a proporção da despesa com alimentação fora do domicílio, no total gasto com alimentação, foi de 50,3%, contra 49,7% de despesa com alimentação no domicílio. Em relação a alimentação dentro do domicilio, a Região Norte destacou-se pelo maior percentual de despesa com o grupo das carnes, vísceras e pescados (27,1%) e menores percentuais com os grupos legumes e verduras (2,4%), e frutas (3,4%). Diferentemente, a Região Sudeste apresentou o menor percentual do País com o grupo carnes, vísceras e pescados (18,1%) e os maiores percentuais com os grupos leites e derivados (11,4%), panificados (11,0%) e frutas (5,5%). Em uma comparação feita do grupo de produtos na despesa com alimentação no domicílio, entre as edições da pesquisa de 2008-2009 houve queda da participação do grupo cereal, leguminosa e oleaginosa, passando de 10,4% para 5,0% em 2017-2018. Por outro lado, os grupos de produtos preparados e bebidas ou infusões apresentaram crescimento significativo na sua participação percentual, de 2,9% em 2002-2003 para 3,4% em 2017-2018 e 9,7% para 10,6% respectivamente. A partir dos dados encontrados, as regiões que apresentaram um maior percentual do hábito de consumir refeições fora do lar foram as mais desenvolvidas (Centro Oeste e Sudeste), uma vez que o Centro Oeste apresentou um valor médio mensal familiar com alimentação fora do domicílio maior do Brasil, isso se deve ao fato da população estar migrando do campo para a cidade em busca de trabalho, fenômeno conhecido como êxodo rural, associada pela escassez de tempo para preparar as refeições de casa, ingresso maciço das mulheres no mercado de trabalho ligado ao aumento da escolaridade e redução da fecundidade. Somado a isso, o consumo de alimentos de alto conteúdo energético e pobre conteúdo nutricional fora de casa é consistente com estudos que descrevem significativa contribuição da alimentação fora de casa para o consumo total de calorias, gorduras e açúcares, e pouca contribuição para o consumo de micronutrientes. Refrigerantes, bebidas alcoólicas e lanches salgados apresentaram maior frequência de consumo fora do domicílio em outros estudos. Salgadinhos fritos e assados, como coxinha, empada, pastel, são característicos do Brasil e de fácil aquisição em termos de custo, comparados a refeições e fast-food (2). Dentre os achados, verificou-se que tanto em países desenvolvidos, quanto naqueles em desenvolvimento, a parcela da alimentação feita fora do domicílio tende a aumentar com a elevação do nível de renda das famílias, sendo o efeito do crescente poder aquisitivo especialmente importante entre os indivíduos com menor nível de renda (3). No entanto, numa comparação entre as grandes regiões brasileiras, verificou-se que o padrão de despesa das famílias com grupos de produtos que compõem a alimentação no domicílio apresentou diferenças relevantes regionalmente. Se tratando da região Norte, observou-se uma grande despesa com carnes, vísceras e pescados, uma vez que é uma grande produtora de carnes bovinas e banhada por rios, e por isso podem apresentar preços mais baixos. Paralelo a isso, foi a que menos obteve despesas com legumes, verduras e frutas um quadro contrariador, dado que as regiões do norte apresentam uma extensa variedade desses alimentos. Analisou-se que a despesa com cereais e leguminosas, produtos que estão associadas ao preparo da comida em casa, vem decrescendo ao longo do tempo. Em contra partida, a participação de alimentos preparados e bebidas ou infusões tem crescido. Esse fato se reflete em comparações com inquéritos anteriores que revelam um aumento importante da participação de alimentos industrializados prontos para consumo na alimentação realizada no domicílio, que provavelmente são consumidos em substituição a itens tradicionais, como arroz e feijão. Conclusão/Considerações Finais: A partir dos dados obtidos no estudo realizado no Brasil, comprovou-se que as despesas com alimentação fora dos domicílios esta diretamente relacionada com famílias de elevado poder aquisitivo e apresenta predominância de alimentos com alto aporte calórico e baixo valor nutritivo. Além disso, está associada com a urbanização e a inserção da mulher no mercado de trabalho. Constatamos também que a região norte apresentou baixa despesa de alimentos de origem vegetal dentro domicílios. Entretanto, houve um crescimento de alimentos prontos e bebidas açucaradas. Deste modo, faz-se necessário políticas públicas de promoção da alimentação saudável e restaurantes populares que ofereçam refeições equilibradas, visto que a qualidade da alimentação reflete na saúde da população brasileira. 
Descritores: Alimentos, Renda, Consumo
1.Menezes T, Silveira FG, Magalhaes LCG, Tomich FA, Vianna SW.Gastos alimentares nas grandes regiões urbnas do Brasil: aplicação do modelo AID aos microdados da POF 1995/1996 IBGE. Brasilia: instituto de pesquisa econômica aplicada; 2002. (texto para discurssao,896).
2.Consumo de alimentos fora do domicílio no Brasil
3. IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisade Orçamentos Familiares 2017-2018: Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2017.
4 Influência da renda sobre as despesas 6com alimentação fora do domicílio,no Brasil, 2002-2003

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