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Teoria da Contabilidade

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Prévia do material em texto

Teoria da Contabilidade
Marilda Sant’anna Maciel
1ª edição
Brasília/dF - 2018
Autores
XXXX_nOMe_dO_aUtOr_XXXX
Produção
equipe técnica de avaliação, revisão linguística e 
editoração
Sumário
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa ......................................................................................................4
Introdução ..............................................................................................................................................................................6
Aula 1
Evolução Histórica e Doutrinas da Contabilidade .............................................................................................7
Aula 2
Princípios Contábeis e Estrutura Conceitual ..................................................................................................... 21
Aula 3
Patrimônio das Entidades ........................................................................................................................................ 36
Aula 4
Plano de Contas .......................................................................................................................................................... 47
Aula 5
Escrituração Contábil ................................................................................................................................................ 60
Aula 6
Elementos das Demonstrações Contábeis ......................................................................................................... 73
Referências .......................................................................................................................................................................... 88
4
Organização do Caderno de 
Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, 
de forma didática, objetiva e coerente. eles serão abordados por meio de textos básicos, com 
questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. 
ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras 
e pesquisas complementares.
a seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos cadernos de 
estudos e Pesquisa.
Atenção
chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
5
ORgAnIzAçãO DO CADERnO DE ESTuDOS E PESquISA
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. as reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
Provocação
textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Seja bem-vindo à disciplina teoria da contabilidade. É com grande satisfação que iniciamos 
esta jornada junto com você. antes de começarmos nossa disciplina, permita que me apresente:
Meu nome é Marilda Sant’anna Maciel, Mestre em ciências contábeis pela Universidade estadual 
do rio de Janeiro (UerJ) e Graduada em ciências contábeis pela Universidade Federal do rio de 
Janeiro (UFrJ). Sou ex-contadora da companhia estadual de Água e esgoto (cedae). e atualmente, 
atuo como analista de Planejamento e Orçamento da Secretaria de Planejamento e Gestão do 
estado do rio de Janeiro (Sefaz/rJ), Professora Universitária e Palestrante pelo conselho regional 
de contabilidade do rio de Janeiro (crc/rJ).
durante nosso estudo, vamos percorrer alguns séculos de história e perceber que o registro 
contábil é mais antigo do que imaginávamos. Vamos entender os princpipais mecanismos que 
norteiam e regulamentam a profissão contábil no País e no mundo. em seguida, aprofundaremos 
nosso estudo sobre os ativos, passivos, despesas, receitas e patrimônio líquido, visto que são os 
instrumentos contábeis que produzem a informação para tomada de decisões.
Portanto, “é importante entender bem o que é teoria, bem como seus vários enfoques e 
metodologias, a fim de os contadores poderem dar respostas ou interpretações satisfatórias para 
uma série de novos fenômenos que estão a desafiar nossa profissão.” (iUdÍciBUS, 1997). logo, 
a finalidade de estudar a teoria da contabilidade é obter subsídios suficientes para a aplicação 
do conhecimento no processo prático contábil. 
Objetivos
 » apreender o processo da evolução histórica da contabilidade.
 » conhecer as escolas e doutrinas na história da contabilidade.
 » Perceber os princípíos de contabilidade e analisar a estrutura conceitual. conceito e 
objetivos.
 » reconhecer as características qualitativas da informação contábil.
 » aprofundar o conhecimento no patrimoônio das entidades.
 » comprender sobre o conceito de contas e, consequentemente, a importância do plano 
de contas para evidenciar as informações.
 » conhecer a escritura contábil e os elementos das demonstrações contábeis.
7
Introdução
a introdução da nossa primeira aula iniciará com algumas indagações. e você? Já imaginou como 
seria o mundo sem a contabilidade? como seriam controladas as organizações, sejam financeiras 
ou não? como gestores, governos e sócios poderiam ter a compreensão dos seus investimentos 
e riqueza? como seria possível tomar decisões em um ambiente cada vez mais competitivo, se 
a contabilidade não existisse?
Por meio dessas indagações, começamos o estudo da nossa disciplina, a teoria da contabilidade. 
logo, para comprender melhor o que a contabilidade representa para as organizações hoje, 
precisamos dar um “pulinho” no passado, onde tudo começou.
Objetivos 
 » abordar as origens e a evolução da história da contabilidade.
 » conhecer as datas e eventos importantes da evolução contábil.
 » aprender sobre as escolas ou doutrinas da contabilidade.
 » conhecer a história da contabilidade no Brasil.
Evolução histórica 
conhecer a origem das coisas é importante para a sociedade, pois informa como esta, bem como 
grupos específicos, chegaram aos seus status quo, sendo fundamental para orientar e servir de 
suporte instrumentalizando a sociedade para as tomadas de decisões futuras, seja inspirando-
se nos exemplos passados ou rejeitando-os, dependendo dos seus poderes de aplicabilidade na 
sociedade atual.
1
AulA
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS 
DA COnTAbIlIDADE
8
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
Para iudícibus (2010), a contabilidade é tão remota quanto o homem que pensa e conta, pois 
a sua necessidade de acompanhar a evolução dos patrimônios foi o grande motivo para o seu 
desenvolvimento.
Marion (2011, p. 7) complementa que “como naturalmente o homem é ambicioso, a contabilidade 
existe desde o início da civilização. alguns historiadores preferem dizer que essa ciência existe 
desde4000 a.c, outros informam em 6000 a.c”.
não se sabe com exatidão quem criou a contabilidade, todavia é percebido que é uma ciência 
nobre e tem muito relação com a evolução histórica humana, visto que vários historiadores, 
afirmam os rudimentares registros contábeis.
conforme iudícibus (2010) afirma, a contabilidade é tão antiga quanto a origem do Homo Sapiens, 
os primeiros sinais de atividades comerciais nasceram a 4500 a.c., em que culturas, civilizações 
e sumérios da Mesopotâmia se voltaram à agricultura, fizeram aparecer cidades e ampliaram 
as vendas comerciais. alguns historiadores acreditam que os primeiros sinais objetivos da 
existência da contabilidade remetem a aproximadamente 2000 anos a.c. O apontamento dessas 
barganhas era feito em placas de argila, nas quais eram verificados os resultados obtidos numa 
colheita, os elementos trocados, os impostos e taxas arrecadadas pelas seitas religiosas. Para 
lima, Santos e Barbais (2007), a contabilidade já podia ser percebida pela maneira de contar 
do homem primitivo, que 
era um modo de inventário, pois tinha como objetivo o controle do seu patrimônio, 
como rebanhos, fardos de alimentos, instrumentos de caça e pesca e outros bens 
quantitativos. O que mostra que o homem da antigüidade já tinha a preocupação 
com a riqueza e a propriedade (como acontece atualmente). desde os primórdios 
o homem teve que ir aperfeiçoando sua maneira de contabilizar, na medida em 
que as atividades se tornavam mais complexas. de acordo com a história da 
contabilidade, primeiramente esse processo de conta era feito na memória dos 
homens, logo após surgiram as gravuras, no término da era da Pedra Polida. 
nas gravuras continham figuras e numerais.
Figura 1. Primeiros Registros de Contabilidade.
Fonte: <http://www.viarapida.sp.gov.br/>.
9
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE • AulA 1
Foram encontrados, no Brasil e França, pedaços de ossos de rena com inscrições (desenhos) 
sobre objetos e animais. esses desenhos representam as conquistas desse homem primitivo e 
demonstravam a quantidade existente. (iUdÍciBUS, 2010, p. 22).
alguns historiadores afirmam que, surgiram diversos registros de transações contábeis na china, 
egito, assíria, Fenícia, Pérsia. Para Hendriksen e Van Breda (1999), independentemente 
da data exata da descoberta dos primeiros fatos ou registro contábeis, 
verifica-se que desde os primórdios o homem objetiva buscar de alguma forma, 
algum conhecimento que pudessem atender as suas necessidades da época 
como, por exemplo, o pagamento de tributos feitos pelos agricultores egípcios 
aos coletores de tributos do egito nas margens do rio nilo através de produtos 
como linhaça e cereais para pudessem ter o direito de usar aquelas águas do 
rio ou a ideia rudimentar de controle de bens, método adotado para contagem 
de rebanhos, metais, escravos etc., bem assemelhada à técnica de controle que 
conhecemos hoje como inventário. 
Para lima, Santos e Barbais (2007), os egípcios representam a primeira evolução da contabilidade, 
foram os primeiros povos a utilizar um valor monetário em seus registros. as escriturações eram 
feitas em papiros, e o sistema contábil tornava-se dinâmico com registros diários.
Sá (1998, p. 26) complementa afirmando que, aproximadamente 3550 a.c, os egípcios já 
possuíam escrita hieroglífica, uma escrita de sinais, para eles, sagrados, em que somente 
sacerdotes, membros da alta realeza, altos cargos tinham o privilégio de conhecer tal arte e o 
aperfeiçoamento da escrita, de modo a simplificá-lo proporcionaram um meio eficaz para a 
racionalidade da escrita contábil.
após os egípcios, os povos que mais evoluíram a forma de contabilizar foram os gregos, em 
2000 a.c. Há relatos de que já havia a apuração de confrontação de contas de custos e receitas 
e estenderam a escrituração contábil para a administração Pública e Bancária.
nesse momento da história, o controle era o principal objetivo da contabilidade, principalmente 
para ampliar o comércio, que até então era realizado por meio de escambo, troca de bens. 
após o surgimento dos sistemas monetários, tal ciência teve seus objetivos ampliados.
À medida que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. as escritas 
governamentais da república romana (200 a.c.) já traziam receitas de caixa classificadas em 
rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.
10
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
Mercantilismo
Figura 2. Mercantilismo
Fonte: <https://pt.slideshare.net/andreslozanomolares/o-mercantilismo-53838798>.
a história evidencia que o surgimento do mercantilismo, entre o século XV e o final do século 
XViii, que tinha como um dos objetivos ampliar o desenvolvimento do comércio com as Índias e 
as práticas econômicas desenvolvidas na europa, provocou um ambiente favorável à expansão da 
contabilidade, pois estados burgueses precisavam de um método de escrituração das transações 
comerciais que demonstrasse a relação de causa e efeito das operações.
essa expansão comercial impulsionou os primeiros registros contábeis pelo método das partidas 
dobradas, que foi desenvolvido pelo Frei luca Pacioli, que provocou uma verdadeira revolução 
na forma de controle e escrituração, especialmente por reconhecer na contabilidade de cada 
uma das entidades envolvidas, as relações de débito e crédito, ou, em outra ótica, as fontes e as 
aplicações de recursos.
Os principais fatores que proporcionaram o surgimento do método das partidas dobradas, de 
acordo com lamberti e Sperandio (2012) são:
 » A escrita: o desenvolvimento da comunicação por meio da escrita (impressa) foi, talvez, 
o fato que provocou maior reflexo em toda a história da humanidade, pois o acesso ao 
conhecimento foi a alavanca propulsora do desenvolvimento econômico e social.
 » O surgimento da moeda: a moeda, como instrumento de troca, veio substituir o 
escambo e fez surgir um campo fértil para a compilação de valores e suas análises frente 
às operações realizadas.
 » A aritmética: a utilização dos fundamentos da aritmética na busca de soluções para 
problemas de controle contábil deu origem ao método das partidas dobradas, cuja 
11
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE • AulA 1
evolução da escrita e da moeda proporcionou condições favoráveis à expansão da 
contabilidade em todo o mundo.
Para os referidos autores, a aritmética teve grande influência no desenvolvimento da contabilidade, 
pois a obra de luca Pacioli, Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita, 
editada em 1494, em que se apresenta toda a fundamentação sobre o método das partidas 
dobradas, é basicamente um tratado de Matemática.
assim, a criação do método das partidas dobradas, pode-se afirmar, é o principal fator da nova 
contabilidade, diferenciando-se das técnicas antigas e rudimentares. 
Revolução industrial
Figura 3. Revolução Industrial
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial>.
com a chegada das indústrias, a contabilidade ampliou seus métodos de registros de custos, pois, 
devido aos novos processos de produção, impulsionados pela revolução industrial, no século 
XViii, surgiu a necessidade de registros mais complexos, pois até a era mercantilista, o custo era 
basicamente o valor de aquisição de mercadorias, isto é: estoque inicial + compras – estoque 
final = custo das Mercadorias Vendidas.
Para lamberti e Sperandio (2012), na era industrial surge uma nova característica de empresa: 
a indústria. essa nova modalidade de empreendimento modifica substancialmente o cenário 
contábil, especialmente no tocante à formação de custos, na medida em que, ao invés de comprar 
a mercadoria ou o produto acabado, passa a adquirir a matéria-prima, sobre a qual agrega a mão 
12
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
de obra e os custos indiretos de fabricação, de forma a gerar um novo produto com características 
próprias e específicas.após o período industrial, muitas maneiras inteligentes de se conduzir e contabilizar nasceram. 
nesse período entendeu-se que gerava um menor custo industrializar certo produto ao invés 
de importar de outros continentes. ainda sobre o desenvolvimento da revolução industrial e a 
elevação econômica norte-americana, e toda a contribuição que o pensamento contábil voltado 
para os estados Unidos, que alguns chamam de escola contábil norte-americana, ofereceu 
para a contabilidade, é importante destacar a apresentação do conceito principal, desde o 
seu surgimento, no início da existência humana: controlar o patrimônio. Marion (2011, p. 12) 
informa que:
quadro 1. Razões da queda da escola italiana e ascensão da escola norte-americana.
Algumas Razões da Queda da Escola Europeia 
(especificamente Italiana)
1. Excessivo culto à personalidade:
grandes mestres e personalidades da Contabilidade 
ganharam tanta notoriedade que passaram a ser vistos 
como “oráculos” da verdade contábil.
2. Ênfase sobre uma Contabilidade Teórica: as mentes 
privilegiadas produziam trabalhos excessivamente 
teóricos, apenas pelo gosto de serem teóricos, 
difundindo ideias com pouca aplicação prática.
3. Pouca importância à auditoria:
principalmente na legislação italiana, o grau de 
confiabilidade e a importância da auditagem não eram 
enfatizados. 
4. queda do nível das principais faculdades: 
principalmente as faculdades italianas, superpovoadas 
de alunos.
Algumas Razões da Ascensão da Escola 
Norte-Americana
1.Ênfase ao usuário da informação contábil:
Contabilidade é apresentada como algo útil para 
a tomada de decisões, evitando-se endeusar 
demasiadamente a Contabilidade; atender os usuários é 
o grande objetivo.
2. Ênfase sobre Contabilidade Aplicada:
 principalmente a Contabilidade gerencial. Ao contrário 
dos europeus, não havia uma preocupação com a teoria 
das contas, ou querer provar que a Contabilidade é uma 
ciência.
3. bastante importância à auditoria:
como herança dos ingleses e transparência para os 
investidores de Sociedade Anônima (e outros usuários) 
nos relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.
4. universidades em busca de qualidade:
grandes quantias para as pesquisas no campo contábil, 
o professor em dedicação exclusiva e o aluno em 
período integral valorizaram o ensino nos Estados 
unidos.
Fonte: Marion (2011, p. 12)
dessa forma, percebemos que o processo de evolução da contabilidade ao longo da história, 
difere em cada época, cada momento procurando gerar determinada informação à demanda 
do usuário. O desafio, agora, não eram mais os custos dos produtos, surge a necessidade 
de compreender e de como determinar os custos dos serviços. como contabilizar e avaliar 
o capital intelectual? São questões relevantes para as entidades em que a contabilidade 
precisa encontrar. lima (2006), aborda, no quadro a seguir, as quatro etapas da evolução da 
contabilidade.
13
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE • AulA 1
quadro 2. As quatro etapas da evolução da Contabilidade.
Período Características
Contabilidade do Mundo Antigo
Período que se inicia com a civilização do homem e vai 
até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Líber Abaci,de 
autoria de leonardo Fibonaci, o Pisano.
Contabilidade do Mundo Medieval
Período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, 
quando apareceu o Tratactus de Computis et Seriptures 
(Contabilidade por Partidas Dobradas), de Frei luca 
Pacioli, publicado em 1494; enfatizando que a teoria 
contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos 
números positi-vos e negativos, essa obra contribui para 
inserir a Contabilidade entre os ramos do conhecimento 
humano.
Contabilidade do Mundo Moderno
Período que vai de 1494 até 1840, com o 
aparecimentoda obra La Contabilità Applicatta Alle 
Amninistrazioni Private e Pubbliche, de Francesco villa, 
premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na 
história da Contabilidade.
Contabilidade do Mundo Científico Período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.
Fonte: lima (2006).
breve história da contabilidade no brasil
Figura 4. História da Contabilidade no brasil
Fonte: <http://crcmt.org.br/novo/www/noticias/concurso-resgata-historia-contabilidade-brasil,40561.html>.
de acordo com reis e Silva (2007), o surgimento da contabilidade no Brasil inicia-se com o período 
colonial, motivado pelas transações comerciais, tornaram-se necessários os controles contábeis 
para o desenvolvimento das primeiras alfândegas. Os referidos autores complementam que no 
dia 16 de julho de 1679, por meio da carta régia é criada a casa dos contos, órgão incumbido 
de processar e fiscalizar as receitas e despesas de estado, ganhando autonomia somente no 
reinado de João i. 
esse fato é respaldado pela chegada da Família real ao Brasil, em 1808, proporcionando um 
desenvolvimento socioeconômico e cultural mais efetivo na colônia, devido a diversas ocorrências, 
tais como a abertura dos portos às nações amigas, a colônia passou a comercializar produtos 
14
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
de outros países, além de Portugal; a criação do Banco do Brasil, originando a emissão do 
papel-moeda, mas devido ao déficit dos cofres públicos fechou no ano seguinte; a criação da 
imprensa régia, permitindo a atividade impressora (somente o governo tinha permissão para 
imprimir), sendo publicado o primeiro jornal do Brasil e criação do Museu nacional e da Biblioteca 
real, atualmente Biblioteca nacional.
a doutrina contábil é recente no Brasil, e até a primeira metade do século XX sofreu grandes 
influências da cultura contábil da itália, país que é considerado o berço da contabilidade e que 
deu origem ao método das partidas dobradas. a primeira doutrina contábil surgiu pelo Professor 
antonio lopes de Sá, que ampliou os conceitos do Patrimonialismo de Masi, dando origem à 
escola neopatrimonialista, baseado na teoria Geral da contabilidade. Segundo reis e Silva (2007), 
essa teoria Geral da contabilidade foi fundamentada por teorias anteriores desenvolvidas pelo 
próprio lopes de Sá, como a teoria de equilíbrio, teoria dinâmica de circulação, teoria das 
Funções Sistemáticas do Patrimônio aziendal. 
Segundo lopes de Sá (1998, p. 160), o fenômeno patrimonial, sob a ótica do neopatrimonialismo, 
classifica-se em três grandes grupos de relações lógicas: 
as essenciais detectam-se as relações íntimas de necessidade, finalidade, meio 
patrimonial, função; as dimensionais relações de causa, efeito, tempo, espaço, 
qualidade, quantidade; ambientais relações de naturezas: administrativas, 
psíquicas do pessoal, sociais, econômicas, ecológicas, culturais, políticas, 
legais etc.
Segundo Martins e Silva (2007, p. 172), o neopatrimonialismo é a primeira doutrina a adotar 
valores axiomáticos de forma organizada e sistemática, ou seja, dentro dos rigores da filosofia 
das ciências. O neopatrimonialismo evoluiu a corrente Patrimonialista de Masi, aprofundou-se 
sem desmerecê-lo. essa escola ainda está em fase de implantação, mas já está disseminada em 
vários países como argentina, Portugal e espanha. 
conheceremos um pouco mais sobre esta teoria no próximo item, escolas ou doutrinas 
contábeis.
Sugestão de estudo
recomendo a leitura do artigo A História da Contabilidade no Brasil, das autoras aline de Jesus reis, Selma leal da 
Silva e cleide carneiro alves da Silva.
esse artigo apresenta a evolução da contabilidade no Brasil, desde a época colonial até os dias atuais. nesse artigo 
são relatadas importantes datas, além de leis e decretos que ajudaram no desenvolvimento do tema preposto, 
visando transmitir o conhecimento da história da contabilidade brasileira.
disponível em: <https://www.revistas.unifacs.br%2Findex.php%2Fsepa%2Farticle%2Fdownload%2F299%2F247..&us
g=aOvVaw0utfUP75OgUww4Oa-ac4S6>.
15
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE • AulA 1
Escolas ou doutrinas contábeis 
Figura 5. Pensadores
Fonte: <https://twitter.com/citandopensador>.
afinal, oque são escolas de pensamento contábil? São correntes filosóficas acerca da contabilidade 
(conceitos, proposições e metodologias contábeis) e fundamentaram a ciência contábil como 
conhecemos hoje. após 1840, surgem grandes pensadores contábeis com as diversas correntes 
de pensamento. assim, segue um breve resumo das escolas contábeis mais conhecidas que 
influenciaram a contabilidade por coelho e lins (2010):
Escola Contista: surgiu no século XV, com a obra de luca Pacioli, e foi impulsionada pelos 
primeiros livros impressos de contabilidade. Suas teorias ficaram inalteradas até o século XViii, 
que ficou conhecido como a era da estagnação contábil. a preocupação central era explicar o 
funcionamento das contas, esquecendo-se que as contas eram apenas consequência das operações 
que ocorreram na entidade. degranges enumera as cinco principais contas (teoria das cincos 
contas): 1o mercadorias; 2o dinheiro; 3o efeito a receber; 4o efeito a pagar, e 5o lucros e perdas. 
Escola Personalista: essa escola do pensamento contábil é conhecida, também, 
como escola toscana, e surge em reação aos conceitos e propostas da escola contista. 
essa corrente tem como objetivo explicar as relações de direitos e obrigações. Para defender 
suas teses, os autores dessa época criaram os axiomas, que são premissas que admitem serem 
verdades sem exigência de demonstração. essa linha de pensamento foi amplamente analisada 
pela escola aziendalista, como será visto mais adiante. Seguem os axiomas:
16
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
 » 1o axioma: toda azienda (conjunto de obrigações, bens materiais e direitos que constituem 
um patrimônio) deve ser administrada; todas possuem um ou mais proprietários, e 
estes não podem conseguir uma gestão se não entrarem em contato com agentes e 
correspondentes;
 » 2o axioma: uma coisa é desfrutar a propriedade, outra é administrá-la;
 » 3o axioma: uma coisa é administrar a azienda, e outra custodiar sua substância e por 
ela responder materialmente;
 » 4oaxioma: não se pode criar um devedor sem, simultaneamente, criar-se um credor e 
vice-versa;
 » 5o axioma: o proprietário, administrando ou não, da azienda, é, de fato, credor da 
substância e devedor das passividades pertinentes àquela, ao contrário do que ocorre 
com os agentes e com os correspondentes;
 » 6o axioma: o débito e o crédito do proprietário não variam senão em razão de perdas 
ou lucros, ou, ainda, por acréscimos ou reduções do capital originário.
Portanto, nesta teoria, cada conta (bancos, duplicatas a receber, fornecedores, receitas, despesas) 
assume o papel de uma pessoa no seu relacionamento com a entidade. assim, podemos concluir 
que as obrigações e o Patrimônio líquido (Pl) são pessoas credoras em relação à sociedade.
a classificação das contas, segundo esta teoria, pode ser:
 » Agentes consignatários: valores materiais e imateriais (são bens da sociedade);
 » Agentes correspondentes: representam os direitos e obrigações;
 » Proprietário: são as contas do Pl e suas variações, inclusive receitas e despesas.
Escola Materialista: essa se opôs à teoria personalista, defendendo que as contas representam 
entradas e saídas de valores e não simples relações de débito e crédito entre pessoas (excluídas 
as relações com terceiros).
esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as contas e a entidade 
é uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só deve existir enquanto houver, 
também, o elemento material por ela representado.
as contas dividem-se em:
 » Integrais (ou elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações 
da entidade, ou seja, ativo e Passivo exigível.
 » Diferenciais (ou derivadas): são as representativas do Patrimônio líquido, das receitas 
e das despesas da entidade.
17
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE • AulA 1
Escola Administrativa: vários são os nomes para nomear essa escola de pensamento contábil: 
escola administrativa, lombarda, materialista ou ainda materialista substancial. essa escola 
originou-se no norte da itália, no século XiX, e a administração das entidades passou a ser o foco 
dos estudos. aqui nasce a ideia de que todo empreendimento deve ser precedido de um estudo 
de viabilidade econômica. dessa forma, nota-se que a contabilidade ligada à administração, 
destinada a interpretar a dinâmica das empresas.
Escola Controlista: os estudiosos dessa época entendiam a contabilidade como a ciência do 
controle econômico. a administração econômica era dividida em: gestão (que visa à administração 
do patrimônio); direção (que harmoniza a administração econômica e as relações internas e 
externas da entidade); e controle (que visa impedir o desperdício).
Escola Reditualista: era o pensamento contábil que enunciava ser o resultado (lucro ou prejuízo) o 
objeto de estudo da contabilidade. Fato é que os estudiosos dessa corrente estudavam a dinâmica 
da riqueza patrimonial, sem se preocupar com os elementos desse mesmo patrimônio. a grande 
contribuição feita por essa corrente foi a dinâmica do movimento patrimonial associada ao ciclo 
operacional e não ao ano-calendário.
Escola Matemática: surgiu em 1901, por meio de um estudioso italiano chamado Giovani rossi. 
Para esse autor, a contabilidade era uma ciência matemática na sua essência.
Escola Norte-Americana: com a criação da american association of Public accountants (aaPa) em 
1887, que centrou a melhoria da informação contábil, na padronização dos processos contábeis. 
essa escola procurava metodologias que permitissem uma clara visão dos relatórios contábeis 
e dos lançamentos que lhe deram origem, a fim de facilitar o entendimento dos conceitos e 
teorias contábeis.
Escola Neocontista ou Moderna Escola Francesa: o neocontismo do início do século 
XX procurou restituir à contabilidade o seu verdadeiro objeto: a riqueza patrimonial e, em 
consequência, trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos 
decorrentes da gestão empresarial.
Escola Alemã: surgiu na alemanha a partir de 1919, concentrando-se em duas visões: teoria 
econômica das empresas e o sistema de cálculo. a contabilidade era considerada como o conjunto 
de registros para fornecer elemento de gestão.
Escola Aziendalista: nessa corrente, que surgiu em 1922, a contabilidade é considerada como a 
ciência da administração econômica das entidades e estuda não só os resultados de uma gestão, 
mas, também, seus princípios e constituição harmônica das pessoas da organização. nessa 
concepção, a azienda se constitui de dois elementos: pessoas (elemento humano) e riqueza 
(patrimônio).
18
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
Escola Patrimonialista: a primeira proposta de formulação de uma corrente contábil, que 
defendia a contabilidade como ciência do patrimônio. Seu grande autor foi Vicenzo Masi, que 
começou a escrever teorias em 1923. Os principais fundamentos dessa escola, que são referência 
da contabilidade, são:
 » a contabilidade é uma ciência social.
 » O objeto da contabilidade é o patrimônio aziendal.
 » Os fenômenos patrimoniais são fenômenos contábeis e podem ser divididos em: estática 
patrimonial, dinâmica patrimonial e levantamento patrimonial.
 » O patrimônio deve ser observado em seus aspectos qualitativos e quantitativos.
 » O fenômeno patrimonial conceitua-se como todo acontecimento que se verifica no 
patrimônio.
É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo essa teoria, criada por Vincenzo Masi, o 
objeto de estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. a contabilidade tem como 
finalidade controlar esse patrimônio e apurar o resultado das empresas.
estas contas classificam-se da seguinte forma:
 » Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (ativo), das 
obrigações (Passivo) e do Patrimônio líquido (Pl) da entidade.
 » Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da 
entidade.
EscolaNeopatrimonialista: pode-se dizer que é a primeira escola de pensamento contábil 
originada no Brasil. Seu início ocorreu em 1978, a partir dos estudos de antonio lopes de Sá, 
que foram expostos pela primeira vez em 1987 na Universidade de Sevilha, na espanha. tem o 
mesmo enfoque a teoria patrimonialista, mas com claro objetivo de torná-la mais atual face às 
mudanças tecnológicas e científicas do nosso mundo. 
a teoria de lopes de Sá, cuja divulgação tem aumentado significativamente, assenta-se na definição 
de diversos teoremas baseados em cinco “grandes axiomas da contabilidade: transformação, 
eficácia, relações lógicas, sistemas e prosperidade social, cuja caracterização resumimos no 
quadro seguinte:
19
EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE • AulA 1
quadro 3. “Os Cinco grandes Axiomas da Contabilidade”, de Antonio lopes de Sá
Axioma (Título) Caracterização do Axioma
1. Transformação 
 » Inspira-se nas razões lógicas fundamentais de que o patrimônio sempre se movimenta e 
também sempre se modifica. Ou seja, a modificação patrimonial é uma vocação natural. 
 » Partindo do princípio de que a célula social se compõe de pessoas e de meios 
patrimoniais, agindo de forma constante e com finalidades definidas, a riqueza contida 
em tal célula segue essa tendência de movimentos permanentes e logo, também, de 
mutações constantes.
2. Eficácia
 » Quando os meios patrimoniais satisfazem à necessidade, a eficácia se opera. 
 » A eficácia é fim natural para o qual o património se constitui. Ela é a meta que se 
persegue, mas só existe se, e somente se, a necessidade se anula. 
 » A meta é a eficácia, mas só pode ser obtida com uma função eficaz, ou seja, com o uso 
adequado dos meios patrimoniais, (...).
3. Relações lógicas
 » Existem grupos de fenômenos característicos que ocorrem de forma simultânea e em 
regime de interação, gerando as relações lógicas estruturais do fato patrimonial. Tais 
grupos, são: (1) o da essência dos fatos; (2) os das dimensões dos mesmos fatos; e (3) o 
dos ambientes que envolvem o patrimônio, como periferias agentes.
4. Sistemas
 » Sendo as funções do patrimônio que promovem a eficácia, todavia, tais funções se 
organizam em sistemas definidos de utilidades. 
 » Esses sistemas são reconhecidos como relevantes, autônomos e independentes. 
 » Dentre eles identificam-se os da resultabilidade, estabilidade, economicidade (básicos), 
produtividade, invulnerabilidade (auxiliares) e elasticidade (complementar).
5. Prosperidade Social
 » Sendo a Contabilidade a ciência da riqueza e que tal conhecimento tem por finalidade 
a obtenção da eficácia, quando todas as células sociais forem eficazes, a sociedade, por 
decorrência natural, também o será.
Fonte: Antonio lopes de Sá (2008).
Seculo XXI
Figura 6. International Accounting Standards Board
no início do seculo XXi, o Brasil iniciou o processo de convergência às normas internacionais de 
contabilidade, que teve início com as alterações da lei das Sociedades anônimas, no 6.404/1976, 
alteradas pelas leis nos 11.638/2007 e 11.941/2009. O objetivo dessa convergência era padronizar 
as normas brasileiras de acordo com o cenário mundial.
dessa forma, o País, por meio do conselho de contabilidade que criou o comitê de Pronuncimentos 
contábeis (cPc), iniciou o processo de adequação às normas expedidas pelo International 
Accounting Standards Board (iaSB). O iaSB foi formado por um conselho de Membros, com 
20
AulA 1 • EvOluçãO HISTóRICA E DOuTRInAS DA COnTAbIlIDADE
representantes de mais de 140 entidades de classe de todo o mundo, que, segundo niyama e 
Silva (2013), tem como objetivos:
 » desenvolver normas contábeis globais de qualidade, inteligíveis e exequíveis para ajudar 
os participantes do mercado de capital e outros usuários a tomar decisões econômicas; 
 » Promover o uso e aplicação dessas normas;
 » Promover a convergência entre as normas locais e as normas internacionais;
 » Política flexível na elaboração e publicação das normas;
 » em alguns casos, mais de um procedimento contábil válido;
atualmente, o iaSB tem recebido muitas críticas, pois alguns entendem que as normas expedidas 
estão ferindo a soberania nacional; que existe uma politização da contabilidade e sobrecarga 
de normas. 
na próxima aula, conversaremos um pouco mais sobre esse assunto. Para fechar, qual é o desafio 
agora que estamos vivendo? Vimos, na história, que mensurar os custos dos produtos era uma 
preocupação, agora surge a necessidade de determinar os custos dos serviços. como mensurar e 
registrar esses custos? como contabilizar e avaliar o capital intelectual? São questões relevantes 
para as entidades em que a contabilidade precisa encontrar.
Conclusão
Portanto, nesta aula, concluímos que a história da contabilidade foi marcada por um conjunto 
de diversas culturas e, que a evolução desta ciência foi parte fundamental para a evolução da 
humanidade, pois foi a partir do sistema de contas que o homem se organizou, proporcionou um 
crescimento mais acelerado das atividades econômicas, deixando de ser primitivo e passando 
a raciocinar de maneira organizada. a contabilidade tornou-se o pilar vital para um mundo 
capitalista, podendo ser um instrumento de controle e avaliação para qualquer tipo de organização.
Sendo assim, ótimo estudo para você!
Sintetizando
Vimos até agora:
 » a evolução da história da contabilidade.
 » a história da contabilidade no Brasil.
 » as escolas ou doutrinas contábeis.
 » conhecemos sobre o iaSB.
21
Introdução
O conselho Federal de contabilidade (cFc), criado pelo decreto-lei no 9.295, de 27 de maio de 
1946, sistematiza e delibera sobre todos os conselhos regionais de contabilidade, formando 
o Sistema nacional de registro e Fiscalização do exercício da profissão contábil. O cFc é 
composto por 15 conselheiros efetivos e 15 suplentes, sendo 2/3 contadores e 1/3 técnicos em 
contabilidade, eleitos por um colégio eleitoral composto de um delegado-eleitor de cada crc, 
com mandato de quatro anos. 
Os conselhos regionais de contabilidade foram criados com as finalidades de registro e 
fiscalização do exercício da profissão de contabilista; a profissão está regulamentada e somente 
podem exercer a profissão os contadores e técnicos contábeis registrados no crc da sua região. 
atualmente, são 27 conselhos regionais, com sede nas capitais dos estados e no distrito Federal. 
Figura 7. Conselho Federal de Contabilidade
Fonte: <www.crcpi.com.br>.
nesta aula, aprenderemos os Princípios contábeis que foram criados pelo cFc, que são 
instrumentos utilizados em todo o processo contábil das organizações, bem como, a estrutura 
conceitual regulamentada pelo cPc 00.
2
AulA
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E 
ESTRuTuRA COnCEITuAl
22
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
Objetivos
 » aprender sobre os Princípios de contabilidade.
 » Perceber a importância dos princípios nas organizações.
 » conhecer a estrutura conceitual e as características qualitativas da informação 
contábil útil.
Origem e conceito
agora que você já conheceu as funções do cFc e dos crcs, afinal, o que são princípios de 
contabilidade? Para entender o que são princípios de contabilidade, precisamos compreender 
o significado da própria palavra princípios, que, de acordo com o site Jus.com.br (disponível em: 
<https://jus.com.br/artigos/45194/o-que-sao-principios-suas-fases-distincoes-e-juridicidade>) 
são:
os alicerces da norma, são o seu fundamento em essência, são o refúgio em que 
a norma encontra sustentação para racionalizar a sua legitimação, são a base de 
onde se extrai o norte a ser seguido por um ordenamento, seja em sentido lato – 
como é possível observar-se de princípios constitucionais, no caso do princípio 
da legalidade, por exemplo – em que todos devem obediência à lei (não só os 
indivíduos, mas também o estado), seja em ramos específicos do direito, como 
o trabalhista – em que o princípio da proteção do trabalhador serve de alicerce 
para a construção de todos os outrosprincípios dessa área do direito e de sua 
legislação não codificada. 
Pela definição acima, percebemos que princípios são o “norte”, a orientação a ser adotada. 
assim, de acordo com o art. 2o da resolução do cFc no 750/1993, atualizada pela resolução cFc 
no 1.282/2010, os Princípios de contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias 
relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos 
científico e profissional de nosso país. concernem, pois, à contabilidade o seu sentido mais 
amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.
Os princípios são regulamentados pela resolução cFc no 750/1993, que são de observância 
obrigatória no exercício da profissão contábil, constituindo condição de legitimidade das normas 
Brasileiras de contabilidade.
Os seis os Princípios de contabilidade são:
i. entidade; 
ii. continuidade; 
23
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
iii. Oportunidade; 
iV. registro pelo valor original; 
V. competência;
Vi. Prudência.
Princípio da entidade
O princípio da entidade reconhece o Patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a 
autonomia patrimonial, bem como a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular 
no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um 
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou 
sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles 
dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
na prática, como exemplo: despesas particulares de pessoas físicas (gestores, funcionários e 
terceiros) não devem ser consideradas como despesas da empresa; bens particulares dos sócios 
ou acionistas não devem ser confundidos ou registrados na empresa.
Princípio da continuidade
O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, 
portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta essa 
circunstância.
este princípio influencia o valor econômico dos ativos, dos passivos, principalmente 
quando a empresa estiver com previsão de extinção. a equipe de professores da USP (2010) 
complementa que
todas as vezes que forem apresentadas as demonstrações contábeis (Balanço 
Patrimonial, dre etc.) e, nessa data, ser conhecido um fato relevante que irá 
Importante
 » O patrimônio de uma entidade não se confunde com o dos seus sócios. 
 » O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. 
 » a soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas em uma unidade de 
natureza econômico-contábil.
24
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
influenciar na continuidade normal da empresa, esse fato deverá ser divulgado 
através de nota explicativa. a aplicação desse princípio está intimamente ligada 
à correta aplicação do Princípio da competência, pois se relaciona diretamente 
à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de 
constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado 
(equipe de professores da USP, 2010).
Princípio da oportunidade
O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes 
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. a falta de integridade e 
tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de 
sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade 
da informação.
Quando se tratar de um fato futuro, o registro deverá ser feito desde que 
tecnicamente estimável mesmo existindo razoável certeza de sua ocorrência. São 
os casos de Provisões para Férias, para contingências etc. (equipe de professores 
da USP, 2010). 
Princípio do registro pelo valor original
O princípio do registro pelo valor original determina que os componentes do patrimônio devem 
ser, inicialmente, registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
as seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao 
longo do tempo, de diferentes formas: 
I. Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em 
caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para 
adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos 
que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores 
em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações; e 
Atenção
não se confunde com o princípio da competência:
 » competência enfatiza as transações que afetam o Pl (receitas e despesas).
 » Oportunidade = abrange todas as variações.
25
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
II. Variação do custo histórico. Uma vez integrados ao patrimônio, os componentes 
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes 
fatores:
a. Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de 
caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos 
na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos 
valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para 
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; 
b. Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, 
os quais poderiam ser obtidos pela venda de forma ordenada. Os passivos são mantidos 
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam 
pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da 
entidade; 
c. Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro 
de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das 
operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo 
no curso normal das operações da entidade;
d. Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, 
entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 
e. Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional 
devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão 
formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
São resultantes da adoção da atualização monetária: 
 » a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade 
constante em termos do poder aquisitivo; 
 » para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é 
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam 
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, 
o do Patrimônio líquido; e 
 » a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento 
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou 
outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional 
em um dado período. 
26
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
Princípio da competência
O princípio da competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam 
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. 
O princípio da competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de 
despesas correlatas. a equipe de professores da USP demonstra essa confrontação da seguinte 
forma a seguir:
as Receitas são consideradas realizadas (ocorridas):a. nas vendas a terceiros de bens ou serviços, quando estes efetuarem o pagamento ou 
assumirem o compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade 
do bem vendido, quer pela fruição (usufruto) do serviço prestado;
b. quando do desaparecimento parcial ou total de um passivo, qualquer que seja o motivo;
c. pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros.
as Despesas são consideradas incorridas:
a. Quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade 
para terceiro;
b. pela diminuição ou extinção do valor econômico do ativo;
c. pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
Princípio da prudência
O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo 
e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para 
a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. O princípio da 
prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos 
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas 
não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior 
confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.
Sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações 
que alteram o Patrimônio líquido, deve-se adotar o menor valor para os componentes do ativo 
e o maior valor para os componentes do Passivo. Portanto, este princípio propõe que havendo 
a necessidade de escolha, o Patrimônio líquido deverá ser o menor. Geralmente as hipóteses 
de escolhas ocorrem em projeções de valores futuros.
27
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
alguns autores criticam este princípio, pois, pela sua aplicação, poderá ocorrer confronto com 
outros princípios, o que impede que as demonstrações sejam mais fidedignas, aumenta a 
interferência e é utilizada de forma arbitrária.
concluindo, havendo a condição de incerteza, a aplicação será:
 » ativos e receitas superestimados;
 » Passivo e despesas subestimadas.
Estrutura conceitual e as características qualitativas
as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, 
tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores 
ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para 
atender aos seus próprios interesses. 
assim, as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura conceitual objetivam 
fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte 
dos usuários em geral, não tendo o propósito de atenderà finalidade ou necessidade específica 
de determinados grupos de usuários.
nesta aula, entenderemos o conceito de estrutura conceitual, objetivos, usuários e os diversos 
ramos aplicados.
Origem e conceito
com o processo da globalização, houve a necessidade de harmonizar as normas contábeis. 
tal processo inicia-se com o international accounting Standards Board (iaSB), que tem como 
objetivo desenvolver, com base em princípios claramente articulados, um conjunto único de 
normas de contabilidade de alta qualidade, compreensíveis, exequíveis e aceitáveis globalmente. 
Para implementação dessas normas no Brasil, foi criado o comitê de Pronunciamentos contábeis 
(cPc) que, de acordo com a resolução cFc no 1.055/2005, tem como objetivos,
o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos técnicos sobre procedimentos 
de contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a 
Observe a lei
a inobservância dos Princípios de contabilidade constitui infração nas alíneas c, d e e do art. 27 do decreto-lei 
no 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao código de Ética Profissional do contabilista.
28
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização 
e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
dessa forma, em 2008, foi aprovado o primeiro pronunciamento, cPc 00 – estrutura conceitual 
para elaboração e divulgação de relatório contábil-Financeiro. após três anos, ocorreram 
algumas alterações, revogando o pronuciamento aprovado anteriormente, e atualizando com 
novos entendimentos e atualizações, que estão em vigor até a presente data.
a estrutura conceitual tem o propósito de apresentar, por meios conceituais, um conjunto de 
princípios que possam subsidiar o estabelecimento de normas ou padrões contábeis, a fim de 
atingir os objetivos da contabilidade, disponibilizando a seus usuários informações de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade.
Finalidade e status
a estrutura conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de modelos contábeis 
e conceitos de capital e sua manutenção. essa estrutura conceitual estabelece os conceitos que 
fundamentam a elaboração e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a usuários 
externos. a finalidade dessa estrutura conceitual é:
 » dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos técnicos, interpretações 
e Orientações e à revisão dos já existentes, quando necessário;
 » dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis e dos 
procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis, provendo 
uma base para a redução do número de tratamentos contábeis alternativos permitidos 
pelos Pronunciamentos, interpretações e Orientações;
 » dar suporte aos órgãos reguladores nacionais;
 » auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação dos 
Pronunciamentos técnicos, interpretações e Orientações e no tratamento de assuntos 
que ainda não tenham sido objeto desses documentos;
 » auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade 
das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos técnicos, interpretações e 
Orientações;
 » auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações 
nelas contidas, elaboradas em conformidade com os Pronunciamentos técnicos, 
interpretações e Orientações; e
29
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
 » proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação 
dos Pronunciamentos técnicos, das interpretações e das Orientações.
Pode haver um número limitado de casos em que seja observado um conflito entre essa estrutura 
conceitual e um pronunciamento técnico, uma interpretação ou uma orientação. nesses casos, 
as exigências do pronunciamento técnico, da interpretação ou da orientação específicos devem 
prevalecer sobre esta estrutura conceitual. entretanto, à medida que futuros pronunciamentos 
técnicos, interpretações ou orientações sejam desenvolvidos ou revisados tendo como norte 
essa estrutura conceitual, o número de casos de conflito entre esta estrutura conceitual e eles 
tende a diminuir.
Alcance
a estrutura conceitual aborda:
a. O objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro; 
b. as características qualitativas da informação contábil-financeira útil;
c. a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as 
demonstrações contábeis são elaboradas; e
d. Os conceitos de capital e de manutenção de capital.
Figura 8. Estrtutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis
Premissa Subjacente
Restrição ao Custo Características 
Fundamentais 
Características de 
Melhorias 
Relevância Representação 
Fidedigna 
Comparabilidade Verificabilidade Tempestividade Compreensibilidade
Completa 
Neutra 
Livre de Erros 
Fonte: ni yama e Silva (2013).
Importante
esta estrutura conceitual não é um Pronunciamento técnico propriamente dito e, portanto,não define normas ou 
procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação. nada nessa estrutura 
conceitual substitui qualquer Pronunciamento técnico, interpretação ou Orientação.
30
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
Premissa subjacente
Continuidade
as demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como premissa que a entidade 
está em atividade e irá manter-se em operação por um futuro previsível. desse modo, parte-
se do pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a necessidade, de 
entrar em processo de liquidação ou de reduzir materialmente a escala de suas operações. 
Por outro lado, se essa intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis podem 
ter que ser elaboradas em bases diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada deve 
ser divulgada.
Características qualitativas
as características qualitativas da informação contábil-financeira útil, discutidas nesta aula, 
identificam os tipos de informação que muito provavelmente são reputadas como as mais úteis 
para investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e em potencial, para 
tomada de decisões acerca da entidade que reporta com base na informação contida nos seus 
relatórios contábil-financeiros (informação contábil-financeira).
Os relatórios contábeis-financeiros fornecem informação sobre os recursos econômicos 
da entidade que reporta a informação sobre reivindicações contra a entidade que reporta 
a informação e os efeitos de transações e outros eventos e condições que modificam esses 
recursos e reivindicações. alguns relatórios contábil-financeiros também incluem material 
explicativo sobre as expectativas da administração e sobre as estratégias para a entidade que 
reporta a informação, bem como outros tipos de informação sobre o futuro (forward-looking 
information).
dessa forma, as características qualitativas da informação contábil-financeira útil devem ser 
aplicadas à informação contábil-financeira fornecida pelas demonstrações contábeis, assim 
como à informação contábil-financeira fornecida por outros meios. 
Informação contábil-financeira útil 
Para a informação contábil-financeira ser útil ela deve ser relevante e representada com 
fidedignidade. Sendo essa informação de melhor teor se for: comparável, Verificável, tempestiva 
e compreensível. logo, podemos classificar as características qualitativas da informação em 
fundamentais, isto é, aquelas que são utéis, e as características qualitativas de melhorias, que 
possibilitam melhor compreensão das informações contábeis. a figura a seguir sintetiza as 
classificações.
31
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
Figura 9. 
Fonte: Autora (2017).
as características qualitativas fundamentais (mais críticas) são relevância e representação fidedigna 
a informação contábil é relevante quando é capaz de fazer a diferença na tomada de decisão 
dos usuários. a informação pode ser considerada relevante quando for capaz de influenciar 
significativamente o cumprimento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação 
contábil. e um fator que pode ser considerado relevante é a materialidade. a informação é 
material se sua omissão ou divulgação distorcida puder influenciar decisões.
a outra caracteristica qualititativa fundamental é a representação fidedigna, que, para ser útil, a 
informação deve ser confiável, livre de erros materiais ou vieses e refletir adequadamente aquilo 
que se propõe a representar. a informação contábil é fidedigna se possuir três atributos: 
 » Ser completa: o usuário compreende o fenômeno retratado, incluindo todas as descrições 
e explicações;
 » Neutra: desprovida de viés de seleção;
 » Livre de erro: o processo utilizado, para produzir a informação reportada, foi selecionado 
e foi aplicado livre de erros.
a representação fidedigna, por si só, não resulta necessariamente em informação útil. Por 
exemplo, a entidade que reporta a informação pode receber um item do imobilizado por meio 
32
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
de subvenção governamental. Obviamente, a entidade, ao reportar que adquiriu um ativo sem 
custo retrataria com fidedignidade o custo desse ativo, porém essa informação provavelmente 
não seria muito útil. Outro exemplo mais sutil seria a estimativa do montante por meio do qual 
o valor contábil do ativo seria ajustado para refletir a perda por desvalorização no seu valor. 
essa estimativa pode ser uma representação fidedigna se a entidade que reporta a informação tiver 
aplicado com propriedade o processo apropriado, tiver descrito com propriedade a estimativa 
e tiver revelado quaisquer incertezas que afetam significativamente a estimativa. entretanto, 
se o nível de incerteza de referida estimativa for suficientemente alto, a estimativa não será 
particularmente útil. em outras palavras, a relevância do ativo que está sendo representado com 
fidedignidade será questionável. Se não existir alternativa para retratar a realidade econômica 
que seja mais fidedigna, a estimativa, nesse caso, deve ser considerada a melhor informação 
disponível.
O processo mais eficiente e mais efetivo para aplicação das características qualitativas 
fundamentais usualmente seria o que segue (sujeito aos efeitos das características de melhoria 
e à restrição do custo, que não são considerados neste exemplo). Primeiro, identificar o fenômeno 
econômico que tenha o potencial de ser útil para os usuários da informação contábil-financeira 
reportada pela entidade. Segundo, identificar o tipo de informação sobre o fenômeno que seria 
mais relevante se estivesse disponível e que poderia ser representado com fidedignidade. terceiro, 
determinar se a informação está disponível e pode ser representada com fidedignidade. dessa 
forma, o processo de satisfazer as características qualitativas fundamentais chega ao seu fim. caso 
contrário, o processo deve ser repetido a partir do próximo tipo de informação mais relevante.
comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade são características 
qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e que é representada com 
fidedignidade. as características qualitativas de melhoria podem também auxiliar a determinar qual 
de duas alternativas, que seja considerada equivalente em termos de relevância e fidedignidade 
de representação, deve ser usada para retratar um fenômeno.
Comparabilidade
as decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, vender 
ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou noutra, consequentemente, a 
informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil caso possa ser comparada 
com informação similar sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade 
para outro período ou para outra data.
comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários identifiquem 
e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. diferentemente de outras 
características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com um único item. 
a comparação requer no mínimo dois itens.
33
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
Consistência, embora esteja relacionada com a comparabilidade, não significa o mesmo. esta 
refere-se ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, tanto de um período para outro, 
considerando a mesma entidade que reporta a informação, quanto para um único período entre 
entidades. Comparabilidade é o objetivo; a consistência auxilia a alcançar esse objetivo.
Comparabilidade também não pode ser confundida com uniformidade. Para que a informação 
seja comparável, coisas iguais precisam parecer iguais e coisas diferentes precisam parecer 
diferentes. a comparabilidade da informação contábil-financeira não é aprimorada ao se fazer 
com que coisas diferentes pareçam iguais ou, ainda, ao se fazer coisas iguais parecerem diferentes.
algumgrau de comparabilidade é possivelmente obtido por meio da satisfação das características 
qualitativas fundamentais. a representação fidedigna de um fenômeno econômico relevante 
deve possuir naturalmente algum grau de comparabilidade com a representação fidedigna de 
fenômeno econômico relevante similar de outra entidade que reporta a informação.
Muito embora um fenômeno econômico singular possa ser representado com fidedignidade 
de múltiplas formas, a discricionariedade na escolha de métodos contábeis alternativos para o 
mesmo fenômeno econômico diminui a comparabilidade.
Verificabilidade
a verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente com 
o fenômeno econômico que se propõe a representar. a verificabilidade significa que diferentes 
observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguem 
necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econômica em 
particular ser uma representação fidedigna. informação quantificável não necessita ser um único 
ponto estimado para ser verificável. Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades 
respectivas pode, também, ser verificável.
a verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar um montante ou 
outra representação por meio de observação direta, como, por exemplo, por meio da contagem 
de caixa. Verificação indireta significa checar os dados de entrada do modelo, fórmula ou outra 
técnica e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicação da mesma metodologia. Um 
exemplo é a verificação do valor contábil dos estoques por meio da checagem dos dados de 
entrada (quantidades e custos) e por meio do recálculo do saldo final dos estoques utilizando a 
mesma premissa adotada no fluxo do custo (por exemplo, utilizando o método PePS).
Pode não ser possível verificar algumas explicações e alguma informação contábil-financeira 
sobre o futuro (forward-looking information) até que o período futuro seja totalmente alcançado. 
Para ajudar os usuários a decidir se desejam usar dita informação, é normalmente necessário 
divulgar as premissas subjacentes, os métodos de obtenção da informação e outros fatores e 
circunstâncias que suportam a informação.
34
AulA 2 • PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl
Tempestividade
Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de 
poder influenciá-los em suas decisões. em geral, a informação mais antiga é a que tem menos 
utilidade. contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o 
encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, por exemplo, necessitarem 
identificar e avaliar tendências.
Compreensibilidade
classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a compreensível. 
certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. 
a exclusão de informações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil-financeiros pode 
tornar a informação constante em referidos relatórios mais facilmente compreendida. contudo, 
referidos relatórios seriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos (misleading).
relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento razoável 
de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a informação diligentemente. 
Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir a necessidade de 
procurar ajuda de consultor para compreensão da informação sobre um fenômeno econômico 
mais complexo.
Aplicação das características qualitativas de melhoria
características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas na extensão possível. 
entretanto, as características qualitativas de melhoria, quer sejam individualmente ou em 
grupo, não podem tornar a informação útil se dita informação for irrelevante ou não for 
representação fidedigna.
a aplicação das características qualitativas de melhoria é um processo interativo que não 
segue uma ordem preestabelecida. algumas vezes, uma característica qualitativa de melhoria 
deve ser diminuída para maximização de outra. Por exemplo, a redução temporária na 
comparabilidade como resultado da aplicação prospectiva de uma nova norma contábil-
financeira pode ser vantajosa para o aprimoramento da relevância ou da representação 
fidedigna no longo prazo. divulgações apropriadas podem parcialmente compensar a não 
comparabilidade.
Finalizamos nosso estudo da aula 2.
Bons estudos!
35
PRInCíPIOS COnTÁbEIS E ESTRuTuRA COnCEITuAl • AulA 2
Sugestão de estudo
Para aprimorar mais o seu o conhecimento, assista ao vídeo do Professor Sergio iudícibus – Teoria da Contabilidade 
– Parte 1.
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=msnbsafi188>.
Sintetizando
Vimos até agora:
 » nesta aula aprendemos sobre o conselho Federal de contabilidade, órgão que regulamenta as normas e a profissão 
de contabilidade.
 » em seguida, estudamos os seis princípios de contabilidade que são os norteadores da profissão contábil.
 » após, conhecemos a estrutura conceitual de contabilidade, normatizada pelo comitê de Pronunciamentos 
contábeis, com o objetivo de uniformizar as normas internacionais de contabilidade.
 » destaque desta estrutura conceitual são a Premissa Subjacente, a continuidade e as características Qualitativas da 
informação contábil Útil.
36
Introdução
contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio 
de uma entidade. ela alcança sua finalidade por meio do registro e análise de todos os fatos 
relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio administrativo, 
vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer a seus administradores 
as informações necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do 
patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado patrimonial 
e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins. (Professores 
da USP, 2010)
Por meio da citação acima, percebemos que a existência da contabilidade está intrinsecamente 
ligada ao Patrimônio, principal objeto da contabilidade. dessa forma, nesta aula aprofundaremos 
nosso estudo nessa temática.
Figura 10. Patrimônio
Fonte: Autora (2018).
3AulAPATRIMônIO DAS EnTIDADES
37
PATRIMônIO DAS EnTIDADES • AulA 3
Objetivos
 » aprofundar os conhecimentos acerca do Patrimônio das entidades.
 » aprender sobre a composição do Patrimônio.
 » conhecer a origem e a aplicação dos recursos.
 » estudar sobre os atos e fatos administrativos e suas classificações.
Patrimônio
a riqueza de uma pessoa física ou jurídica é dada pela sua situação patrimonial, por seu 
patrimônio. Segundo Marion (2009), o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações 
de uma entidade.
Os bens e direitos pertencentes a uma entidade geram obrigações, e uma forma de representar 
graficamente esse patrimônio seria apresentar, de um lado, os bens e direitos e, do outro, as 
obrigações de uma entidade. do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, 
direitos e obrigações que podem ser avaliados em moeda.
Os bens e direitos são denominados de ativos, enquanto as obrigações são os Passivos.
Figura 11. Representação do Patrimônio da Entidade
PATRIMÔNIO
ATIVO
BENS E DIREITOS
(APLICAÇÕES)
PASSIVO
ObRIgAçÕES
(ORIGENS)
Fonte: Autora (2018).
bens
São representados por itens úteis à entidade objetos de propriedade da empresa avaliados 
monetariamente. São divididos em bens tangíveis e intangíveis. Os bens tangíveis possuem 
forma física, são palpáveis, tais como: dinheiro, estoques, veículos, imóveis, móveis e utensílios, 
terrenos, ferramentas, entre outros. 
Os bens intangíveis não possuem forma física. Podem ser adquiridos ou podem ser elaborados 
pela entidade. exemplos de bens intangíveis são: softwares, fundo de comércio, marcas, patentes 
de invenção,entre outros, até o capital intelectual disponível em uma entidade. nem sempre 
38
AulA 3 • PATRIMônIO DAS EnTIDADES
pode ser mensurado, pois sua avaliação é subjetiva. esse conteúdo será aprofundado na disciplina 
contabilidade Societária.
Direitos
representam o poder de exigir alguma coisa. São valores de propriedade da empresa que estão 
em poder de terceiros. Por exemplo, o valor que uma empresa receberá decorrente de uma venda 
a prazo. O comprador já levou a mercadoria, porém ainda não pagou, então a empresa tem o 
direito de receber o valor correspondente.
Exemplos: depósitos bancários, contas a receber, duplicatas a receber (clientes), títulos a receber, 
empréstimos a diretores, adiantamento a fornecedores etc.
Obrigações
São dívidas que uma entidade tem com outras e representam o poder que essas outras entidades 
possuem em exigir alguma coisa. São os valores de propriedade de terceiros que estão em poder 
da empresa, originando um compromisso futuro de pagamento.
Quando se compra um bem a prazo, ele se integra ao patrimônio a partir do momento em que 
o fornecedor o entrega. como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter uma obrigação com 
o fornecedor, representada por “uma conta a pagar” equivalente ao preço do bem. assim como 
aumenta de um lado, o ativo (bem) da empresa; de outro lado, aumenta o Passivo (obrigação) 
da empresa.
Exemplos: empréstimos e financiamentos a pagar, salários a pagar, duplicatas a pagar (fornecedores), 
títulos a pagar, impostos a recolher, aluguéis a pagar: obrigações decorrentes de contratos de 
locação. 
Representação gráfica
O gráfico do patrimônio é representado pelo Balanço Patrimonial, no qual do lado esquerdo se 
encontram os valores ativos e do lado direito os valores passivos.
a palavra balanço decorre do equilíbrio: ativo = Passivo + Pl, ou da igualdade: aplicações = 
Origens. Parte-se da ideia de uma balança, em que sempre encontramos a igualdade. Mas em 
vez de se denominar balança (como balança comercial) denomina-se balanço.
39
PATRIMônIO DAS EnTIDADES • AulA 3
O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos 
e obrigações. daí o termo patrimonial. O princípio básico da contabilidade determina que os 
valores finais das contas do Ativo devem ser iguais às contas do Passivo.
Quadro 4. Representação Gráfica do Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIvO PASSIvO
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro em caixa Fornecedores
Estoques de Mercadorias Salários a pagar
veículos Empréstimos a pagar
Máquinas e Equipamentos Impostos a recolher
Ferramentas Contas a Pagar
Softwares Encargos Sociais a Pagar
Marcas e Patentes Aluguéis a Pagar
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Terrenos Capital Social
DIREITOS Reservas de lucros
Depósitos bancários Ajustes
Clientes Prejuízos Acumulados
Empréstimos a diretores
Fonte: Autora (2018).
dessa forma, se determinada entidade empresarial possui os seguintes elementos:
 » dinheiro – 1.000,00
 » Veículos – 14.000,00
 » contas a receber – 30.000,00
 » Salários a Pagar – 12.000,00
 » impostos a recolher – 3.000,00
 » contas a Pagar – 5.000,00
Sobre esse patrimônio, pode-se afirmar que essa entidade possui: 
 » total de Bens no valor de 15.000,00. 
 » total de direitos no valor de 30.000,00. 
 » total de Obrigações exigíveis no valor de 20.000,00.
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações Exigíveis 
40
AulA 3 • PATRIMônIO DAS EnTIDADES
Patrimônio líquido = 15.000,00 + 30.000,00 – 20.000,00 
Patrimônio líquido = 25.000,00 
Pode-se afirmar que essa entidade empresarial deve a terceiros 20.000,00 e possui recursos (bens 
+ direitos) de 45.000,00. aplicando a equação citada do patrimônio líquido anteriormente, o 
patrimônio líquido ou a riqueza líquida dessa entidade é, portanto, 25.000,00.
Origens x Aplicações
Origens
todos os recursos que entram em uma empresa passam pelo passivo exigível e patrimônio 
líquido. Os recursos (financeiros ou materiais) são originados dos proprietários (patrimônio 
líquido), fornecedores, governo, bancos, financeiras etc. 
Por meio do passivo e do patrimônio líquido, portanto, identificam-se as origens dos recursos.
Aplicações 
O ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa, em estoque, 
em máquinas, em imóveis etc.
a empresa, na verdade, só pode aplicar (ativo) aquilo que tem origem (passivo e Pl). evidentemente, 
havendo origem de r$ 200.000,00, a aplicação deve ser de r$ 200.000,00. dessa forma, fica 
bastante simples entender por que o ativo será sempre igual ao Passivo + Pl.
Quadro 5. Representação Gráfica – Aplicações e Origens
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo (Aplicações) Passivo Exigível e Patrimônio líquido (Origens)
Aplicações Capital Terceiros + Capital Próprio
Fonte: Autora (2018).
Equação fundamental
O patrimônio, por si só, não mede a efetiva riqueza de uma entidade. a parte que sobra para a 
entidade quando as obrigações são subtraídas dos bens e direitos representa a riqueza líquida 
(MariOn, 2009).
41
PATRIMônIO DAS EnTIDADES • AulA 3
em outras palavras, para se conhecer a efetiva riqueza líquida de uma entidade, é necessário 
conhecer o seu Patrimônio líquido, que é a diferença entre a soma dos bens e direitos e a soma 
das obrigações exigíveis e é representada pela seguinte equação:
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos - Obrigações 
Ativo Passivo
a partir dessa equação fundamental, pode-se deduzir que em dado momento, o patrimônio 
assume, invariavelmente, um dos três estados a saber:
Situação líquida positiva
1. Quando o ativo é maior que o passivo exigível, teremos patrimônio líquido maior do 
que zero, revelando a existência de riqueza patrimonial (a > P).
Tabela 1. Situação líquida Positiva.
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa 15.000 Passivo Exigível(1) 20.000 
Estoques 12.000 Salários a Pagar 12.000 
Duplicatas a receber 23.000 Fornecedores 8.000 
 Patrimônio Líquido 30.000 
 Capital Social 25.000 
 lucro do Período 5.000 
Total 50.000 Total 50.000
Fonte: Autora (2018).
nota(1): Passivo exigível, neste exemplo, compreendeu o somatório da conta salários a pagar 
mais fornecedores.
Situação líquida negativa
2. Quando o ativo é menor que o passivo exigível, teremos patrimônio líquido menor do 
que zero, revelando má situação financeira e existência de “passivo a descoberto” (a < P).
Tabela 2. Situação líquida negativa.
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa 15.000 Passivo Exigível(1) 75.000 
Estoques 12.000 Salários a Pagar 10.000 
Duplicatas a receber 23.000 Fornecedores 5.000 
 Financiamentos 60.000
 Patrimônio Líquido (25.000) 
 Capital Social 25.000 
 Prejuízo do Período (50.000) 
Total 50.000 Total 50.000
Fonte: Autora (2018).
42
AulA 3 • PATRIMônIO DAS EnTIDADES
nota(1): Passivo exigível neste exemplo, compreendeu o somatório da conta salários a pagar mais 
fornecedores mais financiamentos.
Situação líquida nula
3. Quando o ativo é igual ao passivo exigível, teremos patrimônio líquido igual a zero, 
revelando inexistência de riqueza própria (a = P).
Tabela 3. Situação líquida nula.
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa 15.000 Passivo Exigível(1) 50.000 
Estoques 12.000 Salários a Pagar 10.000 
Duplicatas a receber 23.000 Fornecedores 5.000 
 Financiamentos 35.000
 Patrimônio Líquido 0 
 Capital Social 25.000 
 Prejuízo do Período (25.000) 
Total 50.000 Total 50.000
Fonte: Autora (2018).
nota(1): Passivo exigível, neste exemplo, compreendeu o somatório da conta salários a pagar mais 
fornecedores mais financiamentos.
Atos e fatos administrativos
Atos administrativos
São acontecimentos em geral que ocorrem nas entidades, mas não provocam alterações de 
imediato no patrimônio. 
Exemplos: nomeação de diretoria, admissão de empregados, assinaturas de contratos de compras 
ou vendas etc.
Fatos administrativos 
São acontecimentos dos quais decorrem mutações no patrimônio da entidade, sendo de interesse 
contábil. Provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o patrimônio 
líquido.

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