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Gestação e COVID-19 Seminário de Saúde da Mulher I Professor: Dr. André Canuto INTEGRANTES 2 Adriana Ávila Alessandra Martin Aline Reis Tavares Clara Aguiar Sarah Elias Victória Iatarola COVID-19 3 ✓ Vírus RNA de fita simples; ✓ Infecções respiratórias e intestinais; ✓Meados dos anos 60; ✓ SARS-COV-2: dezembro de 2019, China; ✓ Baixa patogenicidade e autolimitadas; ✓ Complicações graves: idosos, crianças e gestantes. ‣ A gestação promove mudanças fisiológicas nos sistemas imunológico e cardiopulmonar → risco de evolução para formas graves de doenças respiratórias virais. ‣ Os estudos nos casos de COVID-19 não demonstram maior susceptibilidade à infecção ou ocorrência de evolução para formas graves em gestantes → há uma recomendação, pelos mecanismos fisiopatológicos e histórico em outras epidemias virais, em que gestantes e puérperas sejam consideradas grupo de risco. 4 INTRODUÇÃO 5 Mulheres grávidas são mais suscetíveis ao COVID-19 ou apresentam maior risco de complicações? Gravidez e parto geralmente não aumentam o risco de adquirir infecção por síndrome respiratória aguda grave pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2), mas parecem piorar o curso clínico de COVID-19 em comparação com indivíduos não grávidos do mesmo sexo e idade; 6 Gestantes com suspeita ou confirmação de COVID-19 d e v e m s e r a v a l i a d a s e conduzidas em hospitais com capacidade de isolamento e de equipamentos de proteção e equipes especializadas em atendimento perinatal. AVALIAÇÃO NO PRONTO ATENDIMENTO Quando uma gestante procurar o pronto atendimento, poderá passar por triagem feita pela equipe de admissão ou recepção, pela sinalização e pela equipe de saúde, preferencialmente com mais de uma barreira, para evitar a transmissão intra-hospitalar desta e de outras doenças respiratórias. A gestante deve ser atendida em uma sala isolada e privativa, por equipe m é d i c a e d e e n f e r m a g e m paramentadas de acordo com as recomendações. 7 ✓Nos casos sintomáticos, a gestante deverá receber imediatamente uma máscara cirúrgica facial, além de serem instituídas medidas de precaução por contato e gotículas. AVALIAÇÃO NO PRONTO ATENDIMENTO 8 AVALIAÇÃO NO PRONTO ATENDIMENTO Leve → Síndrome Gripal Grave → SRAG ✓Aguardar atendimento médico em sala de espera; ✓Após atendimento, confirmada a Síndrome Gripal sem complicações, receberá prescrição de oseltamivir, pelo risco de infecção por influenza, alta para casa com medidas de manejo para casos leves. ✓Será encaminhada á sala de urgência; ✓Iniciar MOV (Monitoração Oxigênio Veia); ✓Acionar o TRR (Time de Resposta Rápida) se apresentar os seguintes critérios: ‣ Frequência respiratória ≤ 5 ou ≥ 24 irem. ‣ Saturação de oxigênio ≤ 93% ‣ Frequência cardíaca ≤ 40 ou ≥ 130 bpm ‣ Pressão arterial sistólica ≤ 90 mmHg. ✓Acionar o médico mais experiente (presente no PA) se não estiver com aos manifestações acima. 9 Medidas de precauções para evitar exposição e risco de transmissão: ‣ Reduzir número de consultas físicas de pré-natal: gestantes de risco habitual e sem complicações clínicas; ‣ Consultas físicas sem acompanhante; ‣ Rastreamento pré-consulta: em caso de sintomas ou de contato recente (últimos 14 dias) com pessoas com COVID-19 (suspeito ou confirmado), a gestante deve ser orientada a Pronto Atendimento específico para avaliação e sua consulta ambulatorial pré-natal subsequente reagendada, conforme evolução clínica; PRÉ-NATAL 10 11ª e a 14ª semana ‣ Anamnese ‣ Exame físico completo ‣ Coleta de exames laboratoriais ‣ 1ª US para confirmar a idade gestacional ‣ DPP ‣ Avaliação de translucência nucal; 20ª e a 22ª semana 2 ª US → avaliação da anatomia fetal; 26ª e a 28ª semana ‣ Triagem → DM gestacional, prescrição e administração de vacinas (DTPa) e imunoglubilina anti-D quando gestante Rh negativo; 32ª semanas 35ª semanas 37 semanas ‣ RT-qPCR para SARS-CoV-2; 39 semanas ‣ Semanais até o parto. PRÉ-NATAL 11 PRÉ-NATAL ✓ Gestações de alto risco podem exigir maior frequência de consultas presenciais. ✓ O local na UBS para consulta das gestantes deve preferencialmente estar isolado dos atendimentos para usuários com sintomas respiratórios Gestantes com comorbidades, especialmente com diabetes e hipertensão arterial, devem seguir os protocolos assistenciais e de retornos de rotina dos ambulatórios de alto risco. 12 TELECONSULTAS ✓Caso a gestante disponha do equipamento no domicílio, a pressão arterial deverá ser regularmente medida e registrada. ✓Realizadas nas idades gestacionais: ‣ Abaixo de 11 semanas → obtenção da história clínica e orientações sobre como será realizado o seguimento pré- natal; ‣ Entre 16-18 semanas ‣ Com 32 e 38 semanas ‣ Após a alta hospitalar. Sinais e sintomas de alerta → diminuição da movimentação fetal, queixas de dor em hipogástrio, cefaleia, alterações visuais, alterações do conteúdo vaginal, surgimento de edema. 13 \ POPULAÇÃO INDÍGENA ‣ Evitar o deslocamento e permanência nos centros urbanos para a realização de exames de rotina; ‣ Alternativa → priorizar os testes rápidos: coleta de material no próprio território e envio para os laboratórios credenciados; ‣ Urgências que exijam a remoção das indígenas → os municípios devem priorizar atendimento, considerando os riscos de infecção da gestante e de toda sua comunidade devido à permanência nos centros urbanos. 14 Como o pré-natal pode ser modificado para diminuir o risco de contrair COVID-19? As modificações devem ser adaptadas para gestações de baixo risco x alto risco e podem incluir telessaúde em áreas de transmissão de infecção ativa, redução do número de visitas pessoais, tempo de visitas, testes de agrupamento para minimizar o contato materno com outras pessoas, restringindo visitantes durante as visitas e exames, tempo de exames de ultrassom obstétrico indicados e tempo e frequência de uso de testes sem estresse e perfis biofísicos. 15 ‣Ausência de sinais ou sintomas; ‣RT-qPCR+ p/SARS- CoV-2 ‣Orientações: Isolamento; ‣Teleatendimento; ASSINTOMÁTICA Não solicitar outros exames laboratoriais. LEVE ‣ Anosmia ‣ Ageusia ‣ Coriza ‣ Febre ‣Mialgia ‣ Tosse ‣ Fadiga Cefaleia Diarreia ‣ Dor abdominal ‣DISPNEIA AUSENTE RT-qPCR SARS Cov-2. Não solicitar outros exames laboratoriais. MANEJO CLÍNICO 16 ‣Gestante de baixo risco → isolamento; ‣Oseltamivir: síndrome gripal com início há menos 48 horas; ‣Medidas de suporte → repouso, hidratação, analgésicos, antitérmicos; ‣Orientações escritas sobre sinais de gravidade, quando e onde procurar o serviço de saúde; ‣Monitorização da evolução dos sintomas pela equipe de saúde; ‣Gestante de alto risco → avaliar a possibilidade de acompanhamento da evolução clínica da COVID -19 e o acesso rápido ao sistema de saúde em caso de piora. ‣Caso não seja possível recomenda-se internação hospitalar; MANEJO CLÍNICO CASOS LEVES 17 ‣ Tosse + febre persistente diária ‣ Tosse persistente + piora progressiva de outro sintoma (adinamia, prostração, hipotermia, diarreia) ‣ Pelo menos um dos sintomas acima + presença de fator de risco: • Saturação O2 <95% • FR >24 irpm MODERADA ‣ Dispneia/desconforto respiratório ‣ Pressão persistente no tórax ‣ Presença de fator de risco: • Saturação O2 < 95% • FR >30 irpm, • PaO2/FiO2 < 300 GRAVEMANEJO CLÍNICO 18 Internação Medicações ‣ Antibióticos: se sinal de infecção bacteriana ‣ Oseltamivir: se síndrome gripal com início há menos de 48 horas ‣ Heparina ‣ Corticoterapia MANEJO CLÍNICO CASOS MODERADOS A GRAVE RT-qPCR SARS Cov-2, hemograma, creatinina, ureia , sódio e potássio, PCR tP e ttPa, D Dímeros, Ferritina e RX toráx ou TC . 19 <24 semanas: ‣ Cuidados clínicos maternos; ‣ Não fazer cardiotocografia; ‣ Suporte a gestação. 24 a 34 semanas ‣ Cuidados clínicos maternos; ‣Cardiotocografia (≥ 26 semanas); ‣ Cort icosteroide→maturação pulmonar fetal; ‣ Suporte a gestação se estabilidade clínica; > 34 semanas ‣ Cuidados clínicos maternos; ‣ Cardiotocografia; ‣ Suporte a gestação se estabilidade clínica. CASOS LEVES <24 semanas ‣ Cuidados clínicos maternos; ‣ Não fazer cardiotocografia; ‣ Priorizar bem-estar materno; 24 a 34 semanas ‣ Cuidados clínicos maternos; ‣ Cardiotocografia (≥26 semanas) e US; ‣ Corticoide ‣ Indicar parto se: Alteração de vitalidade fetal/ Houver benefício para a ventilação materna, discutido com a equipe de cuidados intensivos > 34 semanas ‣ Cuidados clínicos maternos; ‣ Cardiotocografia e US; ‣ Indicar parto. CASOS SRAG 20 O COVID-19 materno é uma indicação para parto cesáreo? Não, COVID-19 não é uma indicação para alterar a via de entrega. Mesmo que a transmissão vertical seja confirmada à medida que dados adicionais são relatados, isso não seria uma indicação para parto cesáreo, pois aumentaria o risco materno e provavelmente não melhoraria o resultado do recém-nascido. 21 ‣Pré-Natal em 14 dias ou mais para gestantes (a depender da data de início dos sintomas) e em 42 dias para puérperas. ‣ Monitorar as condições de saúde desta mulher após a alta, assim como de seus familiares. ‣Gestantes/puérperas com sinais de piora clínica ou queixas obstétricas, serão orientadas a procurarem o Pronto Atendimento para reavaliação. ‣Gestantes com confirmação de infecção COVID-19 deverão realizar ecografia mensal para monitoramento de crescimento fetal, líquido amniótico e morfologia fetal. ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL 22 As mães com COVID-19 devem ser separadas de seus bebês? Não, o risco do recém-nascido de adquirir SARS- CoV-2 da mãe é baixo e os dados não sugerem nenhuma diferença no risco de infecção neonatal por SARS-CoV-2 se o recém-nascido for cuidado em um quarto separado ou permanecer no quarto da mãe . No entanto, as mães devem usar máscara e praticar a higiene das mãos durante o contato com seus bebês. 23 Que precauções as mães com suspeita ou confirmação de COVID-19 devem tomar durante a amamentação? A transmissão pode ocorrer por meio de contato próximo durante a amamentação, com base nisso as mães podem tomar precauções como realizar a higiene das mãos e dos seios e usar máscara facial. Alternativamente, o bebê pode ser alimentado com leite materno ordenhado por um cuidador saudável, seguindo as precauções de higiene, até que a mãe se recupere ou seja comprovadamente não infectada. Nesses casos, a mãe deve lavar as mãos rigorosamente antes de bombear e usar uma máscara facial durante o bombeamento. 24 Por quanto tempo as precauções da mãe para com o bebê em casa devem continuar após a infecção recente? Mães previamente sintomáticas de COVID-19 não são consideradas um risco potencial de transmissão do vírus para seus neonatos se atenderem aos critérios: ‣ Passaram-se pelo menos 10 dias desde o aparecimento dos primeiros sintomas. ‣ Passaram-se pelo menos 24 horas desde a última febre. ‣ Seus outros sintomas melhoraram. ‣ Mães assintomáticas identificadas por testes de rastreamento obstétrico: pelo menos 10 dias devem ter decorrido desde o teste positivo. 25 O leite materno pode transmitir SARS-CoV-2? Não se sabe se a SARS-CoV-2 pode ser transmitida através do leite materno. 26 RISCOS & COMPLICAÇÕES ‣ Durante a gravidez o sistema imunológico da mulher sofre diversas alterações para se adaptar ao feto, o que pode influenciar a resposta imunológica ao corona vírus, tornando-as um grupo de risco para desenvolver complicações. ‣ Por se tratar de uma doença muito recente, ainda não se sabe com certeza quais são as possíveis complicações para mãe e para o bebe. ‣ Porém não podem ser descartadas as possiblidades de agravamento nesse grupo. ‣ Até o momento sabe-se que a maioria das complicações não está relacionada diretamente a ação viral e sim a gravidade da doença. 27 O COVID-19 aumenta o risco de complicações na gravidez? Sim, mulheres infectadas, especialmente aquelas que desenvolvem pneumonia, parecem ter uma frequência maior de partos prematuros e partos cesáreos, o que provavelmente está relacionado a doenças maternas graves. 28 COMPLICAÇÕES ‣ Aborto; ‣ Ruptura prematura de membranas; ‣ Parto prematuro; ‣ CIUR; ‣ Morte materna. ‣ Dispneia; ‣ Desconforto respiratório; ‣ Saturação de O2 < 95%; ‣ Piora das condições clínicas preexistentes; ‣ Diminuição da movimentação fetal. SINAIS DE GRAVIDADE Não há relatos de transmissão vertical do vírus, e sim perinatal, assim devemos atentar as mães positivas e tomar medidas protetivas após o nascimento do bebe. 29 O SARS-CoV-2 atravessa a placenta? Não há evidência definitiva de que o SARS-CoV-2 atravessa a placenta e infecta o feto; No entanto, foram relatados alguns casos de tecido placentário ou membranas positivas para SARS-CoV-2 e alguns casos de possível infecção intra-útero. 30 ‣ UPTODATE. Coronavirus disease 2019 (COVID-19) and pregnancy: Questions and answers. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-and- p r e g n a n c y - q u e s t i o n s - a n d - a n s w e r s ? search=coronavirus%20infection%20and%20pregnancy&source=search_result&selectedTitle=2~1 50&usage_type=default&display_rank=2. ‣ MCINTOSH, Kenneth. UPTODATE. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): Epidemiology, virology, and prevention. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus- d i s e a s e - 2 0 1 9 - c o v i d - 1 9 - e p i d e m i o l o g y - v i r o l o g y - a n d - p r e v e n t i o n ? sectionName=VIROLOGY&search=coronavirus%2520infection%2520and%2520pregnancy&topi cRef=127535&anchor=H1305971586&source=see_link%23H1305971586 ‣ LAJOS, Giuliane Jesus; LUZ, Adriana Gomes; VALLE, Carolina Carvalho Ribeiro do. Protocolo de Manejo Clínico de Gestantes com suspeita ou confirmação de Covid-19: Portal de boas praticas - Fio cruz. Portal de boas praticas - Fio Cruz. 2020. Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti CAISM/UNICAMP. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/ wp-content/uploads/2020/04/Protocolo-Manejo-Gestante-e-Covid-UNICAMP.pdf. REFERÊNCIAS https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-epidemiology-virology-and-prevention?sectionName=VIROLOGY&search=coronavirus%2520infection%2520and%2520pregnancy&topicRef=127535&anchor=H1305971586&source=see_link%23H1305971586 https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-epidemiology-virology-and-prevention?sectionName=VIROLOGY&search=coronavirus%2520infection%2520and%2520pregnancy&topicRef=127535&anchor=H1305971586&source=see_link%23H1305971586 https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-epidemiology-virology-and-prevention?sectionName=VIROLOGY&search=coronavirus%2520infection%2520and%2520pregnancy&topicRef=127535&anchor=H1305971586&source=see_link%23H1305971586 31 ‣ MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual de Recomendações para a Assistência à Gestante e Puérpera frente à Pandemia de Covid-19 / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Brasília, 2020. ‣ MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fluxo de Manejo clínico de gestantes na Atenção Especializada: coronavirus covid 19. CORONAVIRUS COVID 19. 2020. Disponível em: https://www.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/Fluxo-de-manejo- clinico-de-gestantes.pdf. ‣ MINISTÉRIO DA SAÚDE, O que é coronavírus?. Portal do Governo Brasileiro. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/linha-do-tempo ‣ ANS. Gravidez e Coronavírus:: materiais para hospitais e profissionais de saúde. materiais para hospitais e profissionais de saúde. 2020. Agência Nacional de Saúde. Disponível em: http://www.ans.gov.br/gestao-em-saude/parto-adequado. REFERÊNCIAS https://www.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/Fluxo-de-manejo-clinico-de-gestantes.pdf https://www.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/Fluxo-de-manejo-clinico-de-gestantes.pdfhttps://coronavirus.saude.gov.br/linha-do-tempo
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