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GESTAÇÃO 
& COVID-19: MANEJO E
 ATUALIZAÇÕES
INTRODUÇÃO
VIROLOGIA E EPIDEMIOLOGIA DA COVID-19 NA GESTAÇÃO 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, LABORATORIAIS E RADIOLÓGICAS NA GESTANTE COM 
COVID-19 
COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS E FETAIS NA GESTANTE COM COVID-19 
DIAGNÓSTICO DA GESTANTE INFECTADA PELO SARS-COV-2 
MANEJO DAS GESTANTES INFECTADAS PELO SARS-COV-2 
Cuidados gerais 
Anticoagulação 
Uso de corticoides 
Antitérmicos 
Cuidados periparto 
VACINAS PARA COVID-19 NAS GESTANTES 
Trombocitopenia Trombótica Imunológica Induzida por Vacina 
REFERÊNCIAS 
S U M Á R I O
2
3
4
7
8
8
16
18
No fim de 2019, um novo coronavírus foi identificado como a causa 
de um grupo de casos de pneumonia viral na China. O vírus se dis-
seminou globalmente, resultando em uma pandemia. A doença é 
designada COVID-19, que significa doença do coronavírus 2019. 
O vírus que causa COVID-19 é o SARS-CoV-2, anteriormente conheci-
do como 2019-nCoV. De acordo com o Centers for Disease Control 
and Prevention (CDC), a gestação é tida como um fator de risco 
estabelecido e provável para COVID-19 grave. Além disso, a COVID-19 
está associada a maior probabilidade de complicações durante a 
gestação. 
Este e-book aborda o manejo pré-natal, peri e pós-parto da gestante 
infectada pela COVID-19 e as principais atualizações acerca do tema 
até o momento de sua produção (julho/2021).
INTRODUÇÃO
2
Embora a gestação seja um fator de risco para CO-
VID-19 grave, a gravidez e o parto em geral não 
aumentam o risco de adquirir infecção pelo SARS-
-CoV-2. Em relação à passagem transplacentária do 
vírus, até o momento não há evidências de que o 
SARS-CoV-2 atravesse a barreia placentária, embo-
ra existam alguns casos na literatura que detecta-
ram a presença do vírus no tecido placentário. 
Em relação às medidas de prevenção, as gestantes devem seguir 
as mesmas recomendações da população geral. Até o momento, 
não existe evidência científica para recomenda a profilaxia pré ou 
pós-exposição à COVID-19 nas gestantes.
VIROLOGIA E EPIDEMIOLOGIA DA 
COVID-19 NA GESTAÇÃO Ainda não existem evidências definitivas 
para formulação de critérios para infecção 
congênita. Além disso, a infecção pela CO-
VID-19 em neonatos geralmente é branda. 
3
Os sinais e sintomas são seme-
lhantes daqueles encontrados em 
não gestantes. Algumas das ma-
nifestações clínicas da COVID-19 
se sobrepõem aos sintomas da 
gravidez fisiológica, como fadiga, 
dispneia, congestão nasal, náuse-
as e vômitos. Um relatório do CDC 
(PMID: 33151921) comparou os si-
nais e sintomas de um grupo de 
gestantes infectadas pelos SARS-
CoV-2 com aqueles encontrados 
em mulheres não grávidas em ida-
de fértil, também infectadas, e o 
encontrado foi: 
51%
50%
43%
45%
38%
32%
28%
26%
22%
39%
35%
25%
25%
Tosse
55%
GRÁVIDA
NÃO GRÁVIDA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, LABORATORIAIS E 
RADIOLÓGICAS NA GESTANTE COM COVID-19 
Cefaleia
Mialgia
Febre
Odinofagia
Dispneia
Anosmia ou Ageusia
4
Embora a maior parte das gestantes infectadas apresentem 
doença leve e se recuperem sem necessidade de hospitaliza-
ção (cerca de 90%), em uma parcela dessas pacientes pode 
ocorrer rápida deterioração clínica. Os fatores de risco para 
doença grave e morte na gravidez incluem idade média mais 
avançada (≥35 anos), obesidade, hipertensão e diabetes pré-
vias à gestação. 
Uma metanálise publicada em 2020 no The British Medical 
Journal (PMID: 32873575) avaliou os principais achados labo-
ratoriais encontrados nas gestantes infectadas pelo SARS-
CoV-2, e os resultados encontrados foram: NÍVEIS ELEVADOS DE PROTEÍNA C REATIVA (49%);
 LINFOPENIA (33%);
 LEUCOCITOSE (26%);
 NÍVEL ELEVADO DE PROCALCITONINA (23%);
 AUMENTO DOS MARCADORES DE LESÃO HEPÁTICA (15%);
 TROMBOCITOPENIA (7%). 
5
Vale destacar que leucocitose pode ser normal na gravidez, e alguns achados laboratoriais se sobrepõem 
a outras doenças intercorrentes da gestação, como a pré-eclâmpsia. Nessa mesma metanálise, as chances 
de morte de gestantes com COVID-19 foram maiores do que em gestantes não infectadas (OR 2,85, IC 95% 
1,08-7,52), mas não maiores do que em mulheres não grá-
vidas em idade reprodutiva com COVID-19 (OR 0,96, IC 95% 
0,79-1,118).
Em relação aos exames de imagem, as radiografias de tó-
rax podem ser normais no curso inicial da COVID-19 ou na 
doença leve. Uma revisão sistemática publicada no Clinical 
Imaging Journal (PMID: 33508754) em 2021 avaliou os acha-
dos tomográficos em quase 430 gestantes infectadas pelo 
SARS-CoV-2 e as alterações mais comumente encontradas 
foram opacidades em vidro fosco (77%), envolvimento pul-
monar posterior (73%), envolvimento multilobar (72%), en-
volvimento pulmonar bilateral (69%) e distribuição periférica 
(68%).bilateral (69%) e distribuição periférica (68%).
6
COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS E FETAIS NA GESTANTE COM COVID-19
As taxas de parto prematu-
ro e cesáreo aumentaram 
na maioria dos estudos. Os 
riscos estão mais relaciona-
dos a pacientes com doença 
grave. Além disso, o quadro 
febril e a própria hipoxemia 
aumentam os riscos de tra-
balho de parto prematuro, 
ruptura prematura de mem-
branas ovulares e padrões 
anormais de frequência car-
díaca fetal. Quanto ao aborto 
espontâneo, a literatura ain-
da carece de dados, mas, até 
o momento, os estudos não 
demostraram um aumento 
no risco de ocorrência.
Em relação aos fetos, não há relato de risco aumentado de anomalias congênitas e as 
taxas de natimortalidade parecem ser semelhantes entre gestantes infectadas e não 
infectadas. Um estudo publicado em 2021 na Ultrasound in Obstetrics & Gynecology 
(PMID: 33620113) avaliou a natimortalidade entre recém-nascidos (RNs) de mães infecta-
das pelo SARS-CoV-2 em 12 países e encontrou taxas semelhantes da população geral. A 
maioria dos RNs de mães SARS-CoV-2-positivas apresentam boas condições ao nascer. 
Embora a maioria seja assintomática, alguns RNs de mães infectadas pelo SARS-CoV-2 
desenvolvem sintomas de infecção leve, sendo grande parte desses casos atribuídos à 
transmissão pós-natal. 
A MORBIDADE NEO-
NATAL DE FILHOS DE 
MÃES INFECTADAS 
PELO SARS-COV-2 É 
RELACIONADA PRIN-
CIPALMENTE AO 
NASCIMENTO PRE-
MATURO.
7
A conduta diagnóstica é a mesma da população ge-
ral. Nas regiões de alta prevalência de COVID-19 e caso 
haja disponibilidade de testes rápidos, está indicada a 
testagem das pacientes no momento do trabalho de 
parto. Pacientes com induções agendadas ou cesáreas 
eletivas podem ser testadas dentro 72h da admissão a 
unidade de saúde.
MANEJO DAS GESTANTES INFECTADAS PELO SARS-COV-2
Cuidados gerais
Para pacientes assintomáticas, o manejo envolve a avaliação 
do risco de desenvolver doença grave, monitoramento rigo-
roso e isolamento. Já para as gestantes sintomáticas, o mane-
jo depende da gravidade da doença, comorbidades prévias e 
complicações da gravidez coexistentes. Além disso, o moni-
toramento do trabalho de parto prematuro e da viabilidade 
fetal é essencial nessas pacientes. É recomendada a imple-
mentação de precauções padrão aos profissionais, com uso 
de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequa-
dos (máscara cirúrgica, luvas, óculos, protetor facial, gor-
ro e avental). Antes e após o contato com a paciente, de-
ve-se higienizar as mãos com álcool 70% ou lavá-las com 
água e sabão. Durante a realização de procedimentos 
que produzem aerossóis, a equipe de saúde deve utilizar 
também as máscaras N95/PFF2, com protetor facial.
DIAGNÓSTICO DA GESTANTE INFECTADA PELO SARS-COV-2
8
A internação hospitalar está indicada nas seguintes situações:
Comorbidades associadas (hipertensão ou diabetes mal 
controlada) ou complicações gestacionais (pré-eclâmp-
sia, ruptura prematura de membranas e sangramento 
uterino);
Febre >39°C, apesar do uso de antitérmicos (exceto quan-
do a febre é um sintoma isolado);
Sinais e sintomas moderados ou graves: saturação de 
oxigênio<95%, frequência respiratória >30irpm, necessi-
dade de oxigênio suplementar;
Doença crítica: insuficiência respiratória, hipotensão re-
fratária a volume, disfunção de órgão-alvo (alterações do 
estado mental, insuficiência hepática ou renal, disfunção 
cardíaca). 
Pacientes com doença 
grave geralmente necessi-
tam de oxigenioterapia. A 
saturação de O2 deve ser 
mantida ≥95% durante a 
gestação. Para pacientes 
que evoluem com Síndro-
me do Desconforto Res-
piratório Agudo (SDRA) 
moderada a grave, está 
indicada posição prona. 
O acolchoamento acima 
e abaixo do útero grávi-
do pode ser útil para des-
carregar o útero e aliviar a 
compressão aortocava.
9
Anticoagulação
A anticoagulação em dose profilática é recomendada 
para pacientes grávidas hospitalizadas por COVID-19 
grave se não houver contraindicações para seu uso, e 
geralmente é interrompida quando a paciente rece-
be alta. Já as gestantes com COVID-19 não hospitali-
zadas ou que são assintomáticas ou oligossintomáti-
cas e hospitalizadas por razões diferentes de COVID-19 
(trabalho de parto, ruptura prematura de membranas 
ovulares) não necessitam de anticoagulação. Para 
gestantes próximas ao parto, a heparina não fraciona-
da (HNF) é preferível, pois é mais facilmente revertida 
do que a heparina de baixo peso molecular (HBPM). 
Para pacientes grávidas que provavelmente não terão 
parto dentro de alguns dias, a dose profilática ou inter-
mediária de HBPM é razoável. Quando a anticoagula-
ção está contraindicada, os compressores pneumáti-
cos podem ser usados.
10
Uso de corticoides 
Em relação à corticoterapia, gestantes que 
atendem aos critérios de uso de glicocorticoi-
des para tratamento materno de COVID-19 po-
dem receber doses padrão de dexametasona. 
A dexametasona é recomendada para pacien-
tes gravemente enfermas que estão em uso 
de oxigênio suplementar ou suporte ventilató-
rio. Caso a gestante, além dos critérios de uso 
de glicocorticoides para tratamento materno 
de COVID-19 atender também aos critérios de 
uso de corticosteroides antenatais para indu-
zir a maturidade fetal, é sugerido administrar 
as doses usuais de dexametasona (quatro do-
ses de 6 mg por via intravenosa com 12 horas 
de intervalo) para induzir a maturação fetal e 
continuar o tratamento materno para com-
pletar o curso de dexametasona (6 mg por via 
oral ou intravenosa diariamente por 10 dias ou 
até a alta, o que for mais curto).
Antitérmicos 
Para manejar a febre, o uso de paracetamol na 
gravidez tem se mostrado seguro e pode ate-
nuar os riscos de gravidez associados à expo-
sição à condição. A hipertermia, comumente 
encontrada na COVID-19, é uma preocupação 
teórica, pois a elevação da temperatura ma-
terna durante a organogênese no primeiro 
trimestre poderia estar associada a um risco 
aumentado de anomalias congênitas. Porém, 
não foi observada uma incidência aumentada 
de anomalias congênitas.
Vários agentes estão sendo usados 
e avaliados para o tratamento da 
COVID-19, como o Remdesivir, Bari-
citinibe (inibidor de JAK) e Plasma 
convalescente. Embora alguns des-
ses agentes estejam disponíveis, o 
seu uso para COVID-19 permanece 
sob investigação.
11
Cuidados periparto
A interrupção da gestação e o momento do parto devem 
ser individualizados com base no estado materno, distúr-
bios concomitantes, idade gestacional e levando em con-
ta o desejo da paciente. Em pacientes assintomáticas ou 
oligossintomáticas, a indução do trabalho de parto ou ce-
sárea são realizadas de acordo com a indicação obstétrica 
apropriada. Para pacientes sintomáticas, o manejo varia 
de acordo com a com a gravidade da doença:
Gestante com ≥39 semanas: o parto pode ser considerado para diminuir o risco de piora do esta-
do materno antes do início do parto espontâneo;
Gestante com <39 semanas sem complicações obstétricas que indiquem parto imediato: ideal-
mente, o parto deve ocorrer após fim do isolamento, minimizando, assim, a necessidade de uso 
de equipamento de proteção individual e o risco de transmissão pós-natal para o recém-nascido;
Gestante com < 39 semanas com complicações obstétricas: o momento do parto é determinado 
pela condição obstétrica.
Doença não grave
12
Gestante não intubada: alguns autores defendem o parto 
em gestações >32/34 semanas no contexto de agravamento 
do estado clínico. A maioria dos autores não preconiza o par-
to antes de 32 semanas;
Gestante intubada: nesses casos, o momento do parto é um 
desafio. Após 32/34 semanas, alguns defendem o parto se a 
paciente estiver estável. Outros autores consideram o parto 
apenas para pacientes com insuficiência respiratória hipo-
xêmica refratária ou em casos de agravamento da doença 
crítica.
Doença grave/crítica
A COVID-19 NÃO É UMA INDICAÇÃO 
DE CESÁREA. MESMO SE A TRANS-
MISSÃO VERTICAL FOR CONFIRMA-
DA, ISSO NÃO SERIA UMA INDICA-
ÇÃO PARA PARTO CESÁREO, POIS 
AUMENTARIA O RISCO MATERNO E 
PROVAVELMENTE NÃO MELHORA-
RIA O DESFECHO DO RN.
13
Quanto à anestesia e analgesia de parto, a analgesia 
axial pode ser ofertada. Não há evidências de aumen-
to do risco de transmissão do vírus com anestesia ou 
analgesia raquidiana e/ou peridural. Porém, deve-se 
evitar a anestesia geral já que a intubação gera aeros-
sóis que aumentam o risco de contaminação da equi-
pe. 
Gestantes com COVID-19 e que estão recebendo sul-
fato de magnésio para neuroproteção fetal devem ser 
monitoradas em relação a magnesemia, frequência 
respiratória e oximetria de pulso, uma vez que níveis 
elevados magnésio (12 a 16 mg/dL) podem causar pa-
ralisia respiratória. Em pacientes que evoluem com in-
júria renal aguda relacionada à COVID-19, é necessário 
ajustar a dose de sulfato de magnésio. Nas gestantes 
intubadas e em ventilação mecânica, não é possível 
observar os sinais de toxicidade respiratória relaciona-
da ao magnésio; portanto, arritmias ou paradas cardí-
acas podem ser o primeiro sinal de toxicidade grave.
Durante o trabalho de parto, deve haver avaliação contínua 
de saturação de oxigênio e controle horário de sinais vitais. 
A indução do parto pode ser realizada com segurança nas 
gestantes com COVID-19 que estão intubadas. Porém, um 
estudo publicado em 2020 no The Journal of the American 
Medical Association (PMID: 32511673) avaliou 37 cesarianas 
e 41 partos vaginais em pacientes com COVID-19, e o parto 
cesáreo foi associado a um risco aumentado de deterioração 
clínica (22% nas gestantes submetidas a cesariana contra 5% 
nas submetidas a parto vaginal).
Nenhum estudo até o momento demonstrou que 
parto em ambiente não hospitalar seja mais se-
guro, em função do status epidemiológico da 
pandemia. A Federação Brasileira das Associa-
ções de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) re-
comenda fortemente o ambiente hospitalar para 
diminuir a morbimortalidade materna e perina-
tal, inclusive em gestantes assintomáticas e de 
risco habitual.
14
A amamentação deve ser incentivada. Ainda 
é incerto se o SARS-CoV-2 pode ser transmiti-
do através do leite materno. Em um estudo da 
Organização Mundial de Saúde (OMS) publi-
cado em 2020, as amostras de leite materno 
de 43 mães foram negativas para SARS-CoV-2 
por reação em cadeia da polimerase de trans-
crição reversa (RT-PCR) e as amostras de três 
mães deram positivo. A transmissão por go-
tículas de mães infectadas para seus bebês 
pode ocorrer por meio de contato próximo 
durante a amamentação. Assim, as mães de-
vem tomar precauções para evitar isso, usan-
do máscaras e higienizando as mãos e as ma-
mas. De forma alternativa, o bebê pode ser 
alimentado com leite materno ordenhado 
por um cuidador saudável, seguindo as pre-
cauções de higiene.
Cuidados pós-parto
As puérperas com COVID-19, geralmente, não devem ser separadas de 
seus bebês, pois o risco de o RN adquirir SARS-CoV-2 da mãe é baixo 
e os dados até o momento não sugerem nenhuma diferença no ris-
co de infecçãoneonatal por SARS-CoV-2 se o RN for cuidado em um 
quarto separado ou permanecer no quarto da mãe. Contudo, as mães 
devem usar máscara e realizar a higiene das mãos durante o contato 
com seus bebês. Em outras ocasiões, pode ser plausível o distancia-
mento físico.
O tempo necessário para cessação das medidas de precaução entre 
puérpera e bebê dependem do quadro clínico das mães. Para mães 
assintomáticas identificadas apenas por testes de rastreamento obs-
tétrico, o tempo necessário é de pelo menos 10 dias passado o teste 
positivo. Já para as mães previamente sintomáticas com suspeita ou 
confirmação de COVID-19, o tempo necessário é de pelo menos 10 dias 
desde o início dos sintomas (até 20 dias se tiverem uma doença mais 
grave ou se forem imunocomprometidas), com pelo menos 24 horas 
sem febre (sem o uso de antitérmicos) e ausência de outros sintomas.
15
VACINAS PARA COVID-19 NAS GESTANTES 
A recomendação atual é a vacinação 
de todas as gestantes e lactantes para 
a COVID-19, especialmente aquelas que 
apresentem mais fatores de risco para 
evoluir com gravidade. Gestantes e lac-
tantes foram excluídas da maioria dos 
ensaios clínicos de avaliação das vacinas 
para COVID-19, portanto, os dados de 
segurança e eficácia são limitados nesta 
população. 
É indicado que a gestante não receba a 
vacina dentro de 14 dias do recebimen-
to de uma vacinação de rotina, como a 
dTpa ou Influenza. Porém, um intervalo 
mais curto entre a administração de ou-
tras vacinas com a da COVID-19 é razoá-
vel quando a administração da outra va-
cina é importante ou para evitar atrasos 
desnecessários na vacinação COVID-19. 
Para as mulheres que desejam engra-
vidar, a vacinação não parece afetar a 
fertilidade e não é necessário atrasar a 
gravidez após a vacinação.
16
Trombocitopenia Trombótica Imunológica Induzida por Vacina 
Casos raros de trombose e trombocitopenia foram rela-
tados na literatura, em associação à vacina da AstraZe-
neca e da Janssen. Essa síndrome foi designada como 
Trombocitopenia Trombótica Imunológica Induzida por 
Vacina (VITT). 
A VITT é causada por anticorpos que reconhecem o fator 
plaquetário 4 (PF4) ligado às plaquetas. Esses anticorpos 
são imunoglobulinas que ativam as plaquetas por meio 
dos receptores FcyIIa de baixa afinidade das plaquetas. 
A ativação plaquetária resulta em estimulação do siste-
ma de coagulação e complicações tromboembólicas cli-
nicamente significativas. A VITT pertence a um grupo de 
distúrbios anti-fator plaquetário 4, que compreendem, 
também, as trombocitopenias induzidas por heparina. 
A incidência de VITT ainda é desconhecida, mas parece 
ser bem rara e o sexo feminino e idade jovem parecem 
ser fatores de risco. Na tabela ao lado, estão os principais 
aspectos do manejo dos casos suspeitos de VITT:
Principais aspectos do manejo dos casos suspeitos de VITT
QUANDO SUSPEITAR: 
MNEMÔNICO VITT
EXAMES 
COMPLEMENTARES
TRATAMENTO
V: Vacina (AstraZeneca ou 
Janssen)
I: Intervalo (5 a 30 dias após 
vacina)
T: Trombose
T: Trombocitopenia
Hemograma (revela tromboci-
topenia), coagulograma, D-dí-
mero, fibrinogênio, anticorpos 
PF4 (se positivo, é confirmató-
rio), exames de imagem para 
avaliar trombose
Anticoagulação plena, imuno-
globulina humana intraveno-
sa, controle do sangramento, 
transfusão de plaquetas so-
mente em casos de sangra-
mento crítico
Adaptado UpToDate - COVID-19: Vaccine-induced 
immune thrombotic thrombocytopenia (VITT) – 2021.
17
REFERÊNCIAS
Vincenzo Berghella, MDBrenna Hughes, MD, MSc. (2021). COVID-19: Pregnancy issues and antenatal care. In Charles J Lockwood, MD, MHCM. UpToDate.
Vincenzo Berghella, MDBrenna Hughes, MD, MSc. (2021). COVID-19: Labor, delivery, and postpartum issues and care. In Charles J Lockwood, MD, MHCM. UpToDate.
Vincenzo Berghella, MDBrenna Hughes, MD, MSc. (2021). COVID-19 and pregnancy: Questions and answers. In Charles J Lockwood, MD, MHCM. UpToDate.
Theodore E Warkentin, MD, BSc(Med), FRCP(C), FACP, FRCP(Edin)Adam Cuker, MD, MS. (2021). COVID-19: Vaccine-induced immune thrombotic thrombocytopenia (VITT). 
In Mark Crowther, MD, MSc. UpToDate.
Allotey J, Stallings E, Bonet M, Yap M, Chatterjee S, Kew T, et al. Clinical manifestations, risk factors, and maternal and perinatal outcomes of coronavirus disease 2019 in 
pregnancy: living systematic review and meta-analysis. BMJ. 2020 Sep 1;1(1):m3320.
Oshay RR, Chen MYC, Fields BKK, Demirjian NL, Lee RS, Mosallaei D, et al. COVID-19 in pregnancy: a systematic review of chest CT findings and associated clinical featu-
res in 427 patients. Clinical Imaging. 2021 Jul; 75:75–82.
Mullins E, Hudak ML, Banerjee J, Getzlaff T, Townson J, Barnette K, et al. Pregnancy and neonatal outcomes of COVID ‐19: coreporting of common outcomes from PAN‐
COVID and AAP‐SONPM registries. Ultrasound in Obstetrics & Gynecology. 2021 Apr;57(4):573–81.
Martínez-Perez O, Vouga M, Cruz Melguizo S, Forcen Acebal L, Panchaud A, Muñoz-Chápuli M, et al. Association Between Mode of Delivery Among Pregnant Women With 
COVID-19 and Maternal and Neonatal Outcomes in Spain. JAMA. 2020 Jul 21;324(3):296.
WHO. Breastfeeding and COVID-19. Scientific Brief. 23 June 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/10665332639 
18
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