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GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL, PUERPÉRIO E RECÉM-NASCIDO Protocolo PORTO VELHO/RONDÔNIA 2018 ELABORAÇÃO Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha (GCERC) Ana Cristina Toledo do Amaral Aldeide Rodrigues de Souza Macedo Oliveira Ângela Ribeiro de Souza Clenilda Aparecida dos Santos Maria Zilma Conceição de Souza Patrícia Juliana dos Santos Nienow Priscila Bueno dos Santos Wanessa Carvalho Prado Ida Profissionais da Rede Básica de Saúde Flávio Marcio Martins Ferreira Karley José Monteiro Rodrigues Livia Juliene Silva Lima Oseane Alves Marques Renosto Tatiane Lima Trigueiro Hayashida Revisão Técnica Universidade Federal de Rondônia Aldrin de Sousa Pinheiro Daiana Evangelista Rodrigues Fernandes Kátia Fernanda Alves Moreira Nayra Carla de Melo Especialistas da rede materno-infantil Ida Perea Monteiro Telma Márcia Alencar de Freitas Ferreira Colaborador Kátia Mara de Araújo Revisora Textual Daniella Coelho Moreira Carvalho Ficha Catalográfica R771 Rondônia, Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria de Ações Integradas de Saúde. Gerência de Programas Estratégicos da Saúde. Assistência ao pré-natal, puerpério e recém-nascido: manual técnico. Porto Velho: SES/RO, 2018. 114.; il. 1. Saúde da mulher. 2. Assistência ao pré-natal. 3. Atenção básica. .4. Gestante. 5. Recém-nascido. I. Título. CDU: 618 Elaborado pela bibliotecária Rozinha Alves de Pinho CRB 11/983 Governador do Estado de Rondônia Confúcio Aires Moura Secretário de Estado da Saúde Williames Pimentel de Oliveira Secretário Adjunto de Estado da Saúde Luis Eduardo Maiorquin Coordenadoria de Assistência Integral a Saúde (CAIS) Ângela Ribeiro de Souza Maria Zilma Conceição de Souza Coordenadoria do Sistema de Apoio à Descentralização (COSAD) Marta Maria Oliveira Duarte Gerência de Programas Estratégicos de Saúde (GPES) Delcy Mazzarelo Cavalcante da Costa SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10 II. REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE MATERNO INFANTIL.................................................. 13 1. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO A GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO .................................................................. 17 III. ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL .................................................................................... 23 1. GESTANTE, FAMÍLIA E A SOCIEDADE ............................................................ 24 1.1 Pré-concepção ............................................................................................ 25 2 . ATENDIMENTO A GESTANTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE ................. 25 2.1 Acolhimento ................................................................................................. 25 2.2 Diagnóstico da Gravidez .............................................................................. 26 2.3 Pré-natal do Parceiro ................................................................................... 28 2.4 Classificação de Risco Gestacional ............................................................. 28 2.5 Calendário das Consultas ............................................................................ 34 2.6 Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas ............................. 49 2.7 Queixas mais frequentes na gestação e condutas ....................................... 54 2.8 Intercorrências frequentes na gestação ....................................................... 59 2.9 Doenças causadas por vetores de interesse sanitário na gestação em Rondônia ........................................................................................................... 65 2.10 Orientando a gestante para o parto ........................................................... 66 3. PRÁTICAS EDUCATIVAS NO PERIODO GESTACIONAL ................................ 67 IV. CUIDADOS COM A MULHER NO PERÍODO PUERPERAL ......................................... 70 1. ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ALTERAÇÕES EMOCIONAIS ........ 74 2.AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ÓBITO FETAL ......... 75 3. APOIO À PUÉRPERA COM RECÉM-NASCIDO INTERNADO .......................... 75 V. CUIDADOS COM O RECÉM NASCIDO ......................................................................... 76 1. AVALIAÇÃO DO VÍNCULO MÃE-BEBÊ ............................................................. 78 1.1- Avaliação do Aleitamento Materno ............................................................. 78 1.2- Situações em que há restrições ao aleitamento materno ............................ 80 2. TRIAGEM NEONATAL ....................................................................................... 80 3. IMUNIZAÇÃO DO RECÉM NASCIDO................................................................ 81 4. CUIDADOS GERAIS COM RECÉM NASCIDO .................................................. 82 VI. PLANEJAMENTO REPRODUTIVO NO PUERPÉRIO ................................................... 84 1. USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO ....... 85 VII. USO DE MEDICAMENTOS NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO ............................................................................................................................ 87 VIII. ANEXOS ...................................................................................................................... 94 1. SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA ............................ 95 Região Madeira Mamoré .......................................................................... 95 Região Vale do Jamari ............................................................................. 96 Região Central ......................................................................................... 97 Região Café ............................................................................................. 98 Região Zona da Mata ............................................................................... 99 Região Vale do Guaporé ....................................................................... 100 Região Cone Sul ................................................................................... 101 2. FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .............................. 102 3. FICHA PARA REALIZAÇÃO DO MOBILOGRAMA ......................................... 103 4.FLUXOGRAMA DE PESQUISA PARA DIABETES GESTACIONAL ................ 104 5.FLUXOGRAMA DO MANEJO DA GESTANTE NOS QUADROS DE SÍFILIS .. 105 6.FLUXOGRAMA PARA MANEJO DA TOXOPLASMOSE GESTACIONAL ...... 106 7.FLUXOGRAMA PARA SOROLOGIA POSITIVA PARA O VÍRUS HIV ............. 107 8.FLUXOGRAMA PARA QUEIXAS URINÁRIAS NA GESTAÇÃO ...................... 108 9. MODELO DE PLANO DE PARTO ................................................................... 109 10. ESCALA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO (EPDS) ........................................ 110 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 112 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Razão de Mortalidade Materna, Estado de Rondônia no período de 2011 a 2015 ....................................................................................................................... 11 Quadro 2 Matriz dos Pontos de Atenção Materno Infantil/RO .................................. 17 Quadro3 Condições relacionadas às características pessoais e sociodemográficas .................................................................................................... 29 Quadro 4 Condições relacionadas aos antecedentes obstétricos ............................ 30 Quadro 5 Demonstrativo para a suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico .... 37 Quadro 6 Demonstrativo dos possíveis cacifos a ser identificados, suspeita e condutas .................................................................................................................... 45 Quadro 7 Interpretação do resultado do TESS ......................................................... 47 Quadro 8 Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante .............. 48 Quadro 9 Doenças de maior incidência regional transmitidas por vetores ............... 65 Quadro 10 Complicações no período puerperal e condutas..................................... 73 Quadro 11 Critérios para identificação do grau de risco do recém-nascido ............. 77 Quadro 12 Orientações gerais para o cuidado com o recém-nascido ...................... 83 Quadro 13 Medicamentos que devem estar disponíveis para o cuidado da gestante e puérpera ................................................................................................................. 88 Quadro 14 Uso de medicamentos durante o período de amamentação .................. 91 Quadro 15 Medicamentos que não devem ser usados na gestação ........................ 92 Quadro 16 Medicamentos indicados no tratamento das parasitoses intestinais na gestação .................................................................................................................... 93 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Regiões de saúde e serviços de referência da Rede Cegonha em Rondônia ................................................................................................................... 13 Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez ................................................. 27 Figura 3 - Gráfico de acompanhamento do estado nutricional da gestante ............. 40 Figura 4 - Painel com passos para a palpação obstétrica (Manobra de Leopold) .... 42 Figura 5 - Verificação da medida da altura uterina ................................................... 44 APRESENTAÇÃO O Protocolo Estadual de Assistência ao Pré-Natal, Puerpério e Recém- Nascido elaborado no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde de Rondônia, por técnicos que atuam diretamente na assistência da linha de cuidado à saúde da mulher, Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha em parceria com o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) representa o resultado de um esforço institucional no intuito de definir as linhas básicas para a organização das ações assistenciais voltadas para a mulher no ciclo gravídico puerperal no Estado de Rondônia. O principal objetivo deste protocolo é prover aos profissionais de Enfermagem, Medicina e demais que atuam na Rede Básica de Saúde, a segurança e o compromisso ético necessários para que atuem com autonomia e proporcionem ao usuário do sistema municipal de saúde uma atenção de qualidade, com base nos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) que são a Universalidade, Equidade e Integralidade. O propósito deste documento foi adaptar as diretrizes nacionais já existentes, construídas com base em evidências científicas, impressos nos Cadernos de Atenção Básica e Protocolos de Áreas Técnicas do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde, ao desenho estrutural da rede estadual, de forma que estas possam ser sustentadas e, assim, obter maior adesão dos profissionais no desenvolvimento das rotinas de trabalho. Buscou-se, ainda, orientação em outros documentos construídos por estados/cidades, tais como, São Paulo, Santa Catarina e Florianópolis. A implantação deste protocolo sugere ainda um processo de educação permanente junto aos profissionais que atuam nessa linha de cuidado, que será conduzido pelo Projeto de Planificação da Atenção Básica e Especializada, em desenvolvimento nas regiões de saúde, em consenso e aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite/RO. Espera-se que a partir deste processo sejam normatizados e padronizados os cuidados de saúde nos pontos de atenção da rede em cada nível de gestão, humanizando os procedimentos, definindo as funções por tipo de unidade, integrando as diversas responsabilidades e aumentando a capacidade de atingir resultados satisfatórios nos indicadores que reproduzem a qualidade da assistência para o grupo materno-infantil, como a redução da mortalidade materna. Desta forma, desejamos que este documento seja um agente motivador dos debates entre profissionais na Atenção Primária a Saúde, visando respaldar e subsidiar o trabalho em equipe, na perspectiva multidisciplinar, garantindo aos profissionais o direito legal de desenvolver competências e saberes adquiridos com eficiência e eficácia na construção de uma política de saúde que vá ao encontro das necessidades da população. WILLIAMES PIMENTEL DE OLIVEIRA SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE 10 I. INTRODUÇÃO A Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia (SESAU/RO), em consonância com as políticas do Ministério da Saúde (MS) e, diante de sua função precípua de coordenar e apoiar a implantação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) elegeu a atenção materno-infantil como sua linha de atuação prioritária. Primeiro, por meio da adesão à Rede Cegonha em 2012, visando conformar uma rede de saúde organizada, integrada, eficiente e capaz de responder às reais necessidades da saúde da população materno-infantil e, segundo, por meio da Planificação da Atenção Primária e Ambulatorial Especializada de Saúde iniciada em 2017 na Região de Saúde do Café – Cacoal. O marco histórico do processo de adesão à Rede Cegonha no estado ocorreu, efetivamente, em março de 2012 a partir da realização da Oficina das RAS, ocasião em que foi firmado o compromisso do Estado em executar a implantação e operacionalização da referida Rede. Assim, nesse período foi homologado o Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha (GCERC), sendo publicada a Resolução CIB/RO nº 021/2012. O GCERC ficou responsável por conduzir e coordenar o trabalho na SESAU para a efetivação da rede, o que resultou num processo de discussão e construção do Plano de Ação Regionalizado (PAR) da Rede Cegonha articulado com as seis Gerências Regionais de Saúde (GRS) e os municípios, norteado pela Portaria GM/MS nº 1.459 de 24/06/2011. No estado de Rondônia, mais de 90% dos partos são hospitalares, sendo a maioria do tipo cesáreo. Em 2016, apenas 47,8% dos partos foram tipo normal (SIH/TABNET/SUS). Nesse mesmo ano, do total de 16.893 partos, 20,5% foram registrados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) como gestação de alto risco. No entanto, só o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP), referência estadual para gestação de alto risco, foi responsável pela assistência de 23,3% do total das ocorrências de parto, maior que o esperado para o tipo de unidade. O monitoramento realizado em 2015 pelo GCERC sobre a assistência obstétrica no HBAP constatou que as causas comuns de encaminhamento das gestantes para esta unidade devem-se a hipertensão na gravidez (34%), pré- eclâmpsia e eclâmpsia (25%); infecção no trato urinário (15%), diabetes (15%) e 11 resultados de sorologias alteradas, HIV/AIDS, hepatites (11%). Sabe-se que estas causas estão relacionadas diretamente a baixa resolutividade (falta de insumos, gerenciamento da APS, treinamento dos profissionais em geral, recursos humanos, estrutura física, logística, entre outros) da assistência prestada ao nível da atenção básica duranteo pré-natal. Nesse mesmo levantamento constatou-se, com referência às ações assistenciais na rede básica de saúde que, em 2016, apenas 61% das gestantes realizaram mais de sete consultas pré-natal, conforme preconizado pelo MS para garantir uma assistência qualificada. Em pesquisa realizada junto às equipes de Saúde da Família (eSF) dos seis municípios sede de região de saúde, ainda em 2016, constatou-se que em 68% das gestantes acompanhadas pelas equipes de Saúde da Família, apenas 60% realizaram consulta pós-parto. Outro dado preocupante no estado é o aumento dos casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade, que em 2016, teve incidência 109% maior que 2015. Fato que demonstra a fragilidade do sistema de saúde em acompanhar e monitorar essas gestantes, previamente. Diante disso, é importante ressaltar que os dados comentados acima impactam diretamente no indicador de Mortalidade Materna. Rondônia, nos últimos cinco anos, apresenta uma série histórica crescente da Razão de Mortalidade Materna (RMM)*. Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), os pontos de corte para a RMM são: <20 (Baixa); 20 a 50 (Média); 50 a 150 (Alta) e > 150 (Muito Alta), conforme representado no Quadro 1. Quadro 1- Razão de Mortalidade Materna, Estado de Rondônia no período de 2011 a 2015 ANO RMM 2011 54/100.000NV 2012 64/100.000NV 2013 66/100.000NV 2014 80/100.000NV 2015 50/100.000NV Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM *A Razão da Mortalidade Materna relaciona os óbitos maternos por causas obstétricas diretas e indiretas (mortes maternas obstétricas) com o número de nascidos vivos (OMS). 12 Analisando os dados acima, verifica-se que o estado de Rondônia apresenta uma RMM de média para alta. Comparando com os outros estados da região Norte, está na terceira posição atrás dos estados do Amazonas e Pará (SIM/MS, 2016). Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2012) a razão da mortalidade materna, estimada em 2010 para o Brasil, foi de 56/100.000NV, comparando ainda a países como a França (8/100.000NV), o Canadá (12/100.000NV) e EUA (21/100.000NV) observa-se a necessidade de priorizar estratégias para a redução desses índices em Rondônia e, consequentemente, no Brasil. A OMS aponta como sendo as principais causas de morte materna no mundo: hemorragia (24,8%); infecção (14,9%); eclampsia (12,9%); parto obstruído (6,9%); aborto ilegal (12,8%); outras causas diretas (7,9%) e causas indiretas (19,8%). Todo ano, Rondônia pactua no sistema SISPACTO metas para redução do indicador de mortalidade materna, porém, não tem alcançado os resultados esperados. Sendo assim, a grande meta desejada é que não ocorra nenhuma morte materna, para isso o estado iniciou em 2017 o Projeto da Planificação da Atenção Primária à Saúde integrada com Atenção Ambulatorial Especializada, assessorado pela equipe técnica do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS). O referido projeto vem reforçar as ações na linha de cuidado prioritária da área Materno Infantil visando fomentar uma política de enfrentamento e de redução da mortalidade materna. Pretende-se alcançar este objetivo organizando estratégias de sensibilização da população-alvo quanto à importância do pré-natal, institucionalização do Protocolo Estadual para Assistência Materno Infantil, organização da rede em todos os níveis de atenção à saúde e melhoria no processo de aquisição de insumos na atenção básica de saúde, entre outras. Sendo assim, a elaboração deste protocolo, tem como objetivo estabelecer uma linha guia, para a rede estadual de atenção a saúde, no monitoramento das manifestações que envolvem o processo gravídico puerperal e nascimento, assim como o enfrentamento de possíveis problemas relacionado a assistência a saúde à este grupo específico (gestante, puérpera e recém-nascido), vem corroborar com o compromisso de qualificar a organização dos serviços na rede básica, especialmente aqueles executados pelas equipes de Saúde da Família, para as quais, este documento está direcionado. 13 GAR – 70 UTINeo – 26 UCINco – 35 UTI adult - 10 BLH- 1 UTI Neo - 6 UTI Adulto - 10 Legenda Referência Gestação de Alto Risco Risco Intermediário e Habitual • Estimativa de Gestantes/2016 – 28.000 • Gestantes de Risco Habitual – 23.800 • Gestantes de Alto Risco – 4.200 Serviço de Referência em alto Risco Hospital de Base II. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MATERNO INFANTIL Figura 1 - Regiões de saúde e serviços de referência hospitalar da Rede Cegonha em Rondônia Fonte: GCRC/GPES/SESAU/RO 14 O Sistema Único de Saúde para cumprir com a sua função de prestar assistência à saúde, respeitando os princípios de universalidade, equidade e integralidade, necessita uma rede de assistência onde os pontos de atenção atuem de forma ordenada, articulada, harmônica e aberta para assegurar a acessibilidade das pessoas. A Rede Temática de Atenção a Saúde Materno Infantil tem como função oferecer assistência contínua à saúde para a população que experimenta e vivencia as transformações que envolvem o ciclo gravídico e o nascimento, com ações e serviços executados com a qualidade adequada, com custo certo e com a responsabilidade pelos resultados sanitários referentes a esta população. Para o efetivo alcance dos objetivos, as ações a serem executadas devem estar organizadas obedecendo os conceitos gerais das redes de atenção à saúde, cujos pontos de atenção devem possuir função de atuação primária, especializada ambulatorial e hospitalar. A atenção primária, que tem a função de ser ordenadora e coordenadora dos fluxos e contrafluxos das pessoas pelos demais pontos de atenção, possui a responsabilidade de exercer ações de promoção, prevenção, diagnósticos e tratamento dos problemas mais comuns e acompanhamento dos quadros encaminhados aos demais níveis, pois é dela a responsabilidade sanitária desta população. É neste nível de atenção que se inicia os cuidados para o grupo materno infantil, primeiramente na comunidade com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a seguir com os demais membros das equipes de Saúde da Família e Núcleo de Ampliado de Saúde da Família (NASF-AB), responsáveis pelo acompanhamento ao longo de toda gravidez, puerpério e nos demais ciclos da vida. A atenção especializada ambulatorial e hospitalar, no nível secundário e terciário, deve dar continuidade a atenção, identificando, diagnosticando e tratando, os quadros cujo problemas de saúde já estejam instalados, ou atuando na realização da assistência ao parto/nascimento, que necessitam de um aporte tecnológico especializado para a recuperação da saúde das pessoas. Em todas as regiões de saúde deve ser organizado um serviço de referência secundário e ao nível de Macrorregião o serviço de referência terciária. A atenção secundária e terciária da Rede Materno Infantil, em Rondônia, na Macrorregião 1 está organizada da seguinte forma: serviço de atenção ambulatorial especializado para o pré-natal de alto risco e assistência hospitalar de risco 15 intermediário nos municípios de Ariquemes e Porto Velho, além de ponto de atenção hospitalar com leitos obstétricos de alto risco, Unidades de Terapia Intensiva (adulto, pediátrico e neonatal), Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal (canguru e convencional) no Hospital de Base Drº. Ary Pinheiro, serviço de referência estadual na capital. A Macrorregião 2 conta com serviço ambulatorial especializado nos municípios de Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Para a assistência hospitalar de risco intermediário, os municípios de Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. Para a atenção hospitalar de alto risco, segue a mesma referência da Macrorregião 1. Os hospitais e maternidades devem estar organizados a fim de darresolutividade à rede e prestar assistência equitativa, de acordo com a classificação de risco da gestante, sendo necessários os requisitos essenciais a seguir: A) Risco Habitual Dispor de equipe médica e de enfermagem 24h; Garantir a vinculação da gestante de Risco Habitual; Permitir a participação de acompanhante durante a internação da gestante; Ofertar condições para o parto natural; Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil; Realizar vacinação BCG e contra hepatite B; Realizar os testes de Triagem Neonatal; Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte (SINASC e SIM). B) Risco Intermediário (médio risco) Dispor de equipe médica com obstetra, anestesista, pediatra e de enfermagem 24h; Garantir a vinculação da gestante de Risco Intermediário; Permitir a participação de acompanhante durante a internação da gestante; Ofertar condições para o parto natural; Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil; 16 Realizar vacinação BCG e contra hepatite B; Realizar os testes de Triagem Neonatal; Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte (SINASC e SIM); Dispor as centrais de leito e regulação estadual, do número acordado de vagas, para os municípios da sua vinculação. C) Alto Risco Dispor de equipe médica com obstetra, pediatra, anestesista, intensivista e de enfermagem 24h; Garantir vinculação da gestante de Alto Risco; Permitir a participação de acompanhante durante a internação da gestante; Ofertar condições para o parto natural; Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil; Realizar vacinação BCG e contra hepatite B; Realizar os testes de Triagem Neonatal; Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte (SINASC e SIM) Dispor às centrais de leitos e regulação estadual, do número acordado de vagas, para os municípios da sua vinculação. A composição multiprofissional das equipes de saúde se faz necessário, porque os problemas de saúde muitas vezes são complexos e necessitam de diferentes abordagens para o devido manejo e condutas. A ação interdisciplinar da equipe deve ter um objetivo comum com corresponsabilização entre seus integrantes. Em todos os níveis, cada profissional é chamado a desempenhar sua função em um processo de trabalho coletivo e integrado, cujo produto deve ser uma atenção de qualidade, reunindo atributos das diversas áreas profissionais ou do conhecimento. 17 Quadro 2 - Matriz dos Pontos de Atenção Materno Infantil em Rondônia A construção da Matriz dos Pontos de Atenção é fundamental, pois identifica os serviços e ações necessárias à atenção a gestante. No Anexo 1, apresenta-se as unidades por tipo e local de referência no estado. 1 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO À GESTANTE, PUÈRPERA E RECÉM-NASCIDO São atribuições comuns a todos (as) os (as) profissionais da equipe Captação precoce da gestante (toda a equipe de Saúde da Família, em especial o ACS); Participar de atividades educativas individuais e em grupo, orientando sobre a importância do pré-natal e os cuidados necessários durante a gravidez, preparando a gestante para o parto, aleitamento materno e o planejamento reprodutivo; Realizar visitas domiciliares com o objetivo de acompanhar a gestante, identificar as vulnerabilidades e fazer as orientações e os encaminhamentos necessários; Fazer aconselhamento referente à vacinação; 18 Encaminhar todas as puérperas que comparecerem às ações do quinto dia para avaliação da eSF, já agendando a consulta de puerpério e puericultura; Realizar a coordenação do cuidado da gestante; Monitorar as gestantes encaminhadas ao alto risco quanto à frequência nas consultas agendadas e as condutas adotadas nessa consulta, com “destaque” para esse monitoramento pelo ACS; Participar do planejamento e execução da educação permanente dos membros da equipe da ESF. São atribuições do (a) agente comunitário de saúde: Informar as famílias sobre a importância de realizar o pré-natal para ações preventivas e os cuidados com o recém-nato; Garantir que toda gestante seja assistida continuamente pela equipe da Unidade Básica de Saúde e aquelas que optarem por outros serviços de atenção, sejam visitadas e monitoradas; Acompanhar as gestantes que se encontram sobre cuidados de serviços especializados, vinculando as mesmas mensalmente a equipe da UBS; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e caderneta da gestante; Informar a equipe qualquer sinal que indique alarme na gravidez, tais como: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar; Acompanhar o processo de aleitamento e garantir a mulher e seu companheiro o planejamento reprodutivo; Realizar ações de vigilância a saúde, especificamente o controle de vetores no seu território de atuação. 19 São atribuições do (a) técnico (a) de Enfermagem: Acolher a gestante e sua família orientando sobre a importância do pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e conferir a caderneta gestante; Verificar o peso, altura e pressão arterial e anotar os dados na caderneta da gestante e no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC); Aferir temperatura, pulso e glicemia capilar se necessário e registrar no PEC; Orientar quanto medicação mediante receita, assim como os medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico); Monitorar as vacinas e manter atualizado o cartão vacinal; Informar ao enfermeiro (a) ou médico (a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum sinal de alarme; Realizar a busca ativa de gestantes faltosas; Acompanhar o processo de aleitamento materno na unidade e/ou domicílio; Garantir a mulher e seu companheiro acesso ao planejamento reprodutivo; São atribuições do (a) enfermeiro (a): Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e fornecer a caderneta da gestante, devidamente preenchido; Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual intercalada com a do médico; 20 Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo de pré- natal; Realizar testes rápidos; Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamento das IST, conforme protocolo local e/ou do Ministério da Saúde); Manter atualizado o calendário de vacinação das gestantes; Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica ou para referência; Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Oferecer o acompanhamento do pré-natal para o parceiro; São atribuiçõesdo (a) médico (a): Confirmar a gravidez através da consulta médica e classificar risco gestacional; Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo; Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao desenvolvimento da gestante no sistema de informações e fornecer a caderneta da Gestante devidamente preenchida; Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual intercalada com a do enfermeiro; Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário; Realizar testes rápidos; Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamento das IST) e outros conforme necessidade; Manter atualizado o calendário de vacinação das gestantes; 21 Identificar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme; Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário; Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Oferecer o acompanhamento do pré-natal para o parceiro; Encaminhar gestantes classificadas de alto risco ao serviço de referência ambulatorial. São atribuições do Cirurgião-dentista: Realizar a consulta odontológica de pré-natal de gestação de risco habitual; Verificar o fornecimento da caderneta da gestante e ver se o documento está devidamente preenchido; Realizar testes rápidos; Manter o cartão de vacina atualizado (encaminhando a sala de vacina aquelas com atraso vacinal); Avaliar a saúde bucal da gestante, a necessidade e a possibilidade de tratamento, observando os cuidados indicados em cada período da gravidez; Adequar o meio bucal e realizar o controle de placa, cujas práticas constituem boas condutas odontológicas preventivas e podem ser indicadas, garantindo conforto à gestante e a continuidade do tratamento após a gravidez; Identificar os fatores de risco que possam impedir o curso normal da gravidez e encaminhar ao enfermeiro ou ao médico para seguimento; Atender as intercorrências/urgências odontológicas observando os cuidados indicados em cada período da gravidez e encaminhar a gestante para níveis de referência de maior complexidade, caso necessário; 22 Informar as gestantes sobre a periodicidade das consultas odontológicas e os trimestres de gestação indicados para a realização de tratamento odontológico; Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Reforçar a importância do acompanhamento do pré-natal e do planejamento reprodutivo para o parceiro; Acompanhar o processo de aleitamento materno e os cuidados com o futuro bebê, enfatizando a importância do papel da amamentação na dentição e no desenvolvimento do aparelho fonador, respiratório e digestivo da criança; Orientar a mulher e seu companheiro sobre hábitos alimentares saudáveis e de higiene bucal. 23 III ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL 24 1 GESTANTE, FAMÍLIA E A SOCIEDADE O conceito de família na sociedade contemporânea não corresponde a definição tradicional quando se pensa na figura do pai, mãe e filho. Conceitos atuais mudaram esta concepção e trazem a definição de família como: pessoas que moram na mesma casa, consanguinidade, relacionamento duradouro, relação heterossexual ou homossexual e outras. O processo de engravidar gera para a família e para a sociedade expectativas, espanto, ansiedades, medo e alegria em todo o período gestacional. Gerar um filho é um momento especial na vida da mulher. É um período de mudanças, assim como, uma complexa enxurrada de sentimentos, emoções individuais, familiares e sociais. Gravidez é um processo fisiológico em que o organismo aos poucos é modificado, conforme transcorre seu desenvolvimento. É necessário que a equipe de saúde, compreenda todo esse contexto e avalie essas transformações, para que durante esse período de acompanhamento, a gestante e seu parceiro percebam que são acolhidos, tenham confiança e estejam mais preparados para o nascimento de seu filho. Um ponto a destacar é a importância de a Equipe de Saúde estabelecer com a comunidade um vínculo e traçar um plano de ação para exercer as atividades assistenciais. Isto inicia pela definição do espaço territorial de assistência, estimativa do número de gestantes e planejamento de todos os passos logísticos que envolvem o atendimento. Devem ser oportunizados também espaços de interlocução com as famílias/casal que pretendem ter filhos, para orientar sobre um conjunto de ações que as auxiliam a planejar o momento certo para engravidar (pré-concepção), sem prejuízos à saúde e ao modo de viver no contexto social no qual estão inseridos. A equipe de Saúde da Família (eSF) deve cadastrar todas as pessoas do território, identificando os problemas de saúde e as situações de risco existente na comunidade, prestar assistência integral às famílias sob sua responsabilidade sanitária, desenvolver ações educativas e intersetoriais relacionadas com os problemas de saúde identificados. O Agente Comunitário de Saúde, especificamente, tem um papel fundamental na captação e orientação da gestante para que inicie o mais precocemente esse acompanhamento. 25 1.1 Pré-concepção A pré-concepção é um atendimento realizado, individualmente ou em grupo, por profissionais de saúde (enfermeiro e/ou médico), com o objetivo de orientar a mulher e acompanhante, para algumas ações que devem anteceder a gestação, com o intuito de prepará-los à uma gravidez, puerpério e nascimento saudável. Nesta atividade a equipe de Saúde da Família deverá ofertar: Consulta de enfermagem ou médica para identificar fatores de riscos ou doenças que possam alterar a evolução da futura gestação; Suplemento Alimentar (iniciar a suplementação com ácido fólico dois meses antes de suspender o método contraceptivo ou interesse da gravidez); Exames laboratoriais para o casal (testagem de Sífilis, HIV e Hepatite B); Exames de imagem (se for necessário) a fim de prevenir risco a futura gestação; Atualização vacinal, observando que a vacina contra rubéola deve ser administrada no mínimo até 2 meses antes da gravidez; Orientações em geral a mulher, parceiro e família sobre a possível gravidez; Orientação sobre peso ideal, risco de obesidade na gravidez e importância de introduzir atividade física na rotina pessoal. 2.1 Acolhimento O acolhimento não pode ser resumido a uma recepção amigável da mulher na unidade básica de saúde. Acolher a mulher ou gestante deve se configurar em uma ação de aproximação, como um “estar com”, ou um “estar perto de”, sinalizando uma atitude de inclusão por parte do profissional (BRASIL, 2010). Deve-se considerar o acolhimento uma oportunidade de estabelecimento de vínculo, responsabilização e compartilhamento de informações, pautadas na escuta qualificada dos problemas demandados pela mulher/gestante (MOTTA et al, 2014). 2 ATENDIMENTO A GESTANTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE 26 Dessa forma, por meio do acolhimento busca-se ampliar a autonomia e a corresponsabilidade entre o profissional e a gestante, garantindo o seu protagonismo durante todo o processo da gestação , parto e puerpério. 2.2 Diagnóstico da Gravidez O diagnóstico da gravidez deve ser oferecido a toda mulher com histórico de atraso menstrual acima de 15 dias e/ou náuseas, vômitos e aumento do volume abdominal com a realização do Teste de Gravidez (Pesquisa de βHCG)1 ou TesteRápido de Gravidez, que será solicitado pelo médico ou enfermeiro (Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez). Se o atraso menstrual for maior que 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clínico. ¹A Gonadotrofina Coriônica Humana (ßHCG) pode ser detectada no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção (BRASIL, 2006). 27 Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 2012 Mulher com suspeita de gravidez Atraso menstrual Náusea Suspensão ou irregularidade do uso do contraceptivo Desejo de gravidez Garanta o atendimento no ambulatório de pré-natal de alto risco. Mantenha acompanhamento da equipe da área de abrangência. Monitore os retornos no ambulatório de alto risco. Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se necessário. Identifique o hospital de referência de alto risco para o parto. Agende consulta de puerpério para a primeira semana pós-parto. Atendimento pela equipe da área de abrangência. É ideal que haja consultas alternadas com médico e enfermeiro. Inclua o companheiro da gestante nas consultas. Monitore os retornos. Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se necessário. Identifique o hospital de emergência de baixo risco para o parto. Agende consulta de puerpério (para a mãe e o RN) para a primeira semana pós-parto. Consulta de acolhimento Deve-se avaliar: o ciclo menstrual – Dum, a atividade sexual e o uso de método contraceptivo Sim Sim Ausente βHCG urinário, teste rápido Ausculta de BCF Negativo Positivo Presente Repetir βHCG em 15 dias Negativo Gravidez confirmada Captação da gestante para o pré-natal Solicite exames Realize testes rápidos de HIV e sífilis Preenchimento do SISPRENATAL WEB/PEC Preenchimento do cartão da gestante Atraso menstrual maior do que 15 dias? Dum maior do que 12 semanas? Investigue outras causas de irregularidade menstrual Avaliação de risco gestacional Encaminhe a gestante para o serviço de pré-natal de alto risco Afastado o risco Confirmado o risco Avaliação do risco gestacional pelo médico Pré-natal de alto risco Pré-natal de baixo risco 28 Destaca-se que a mulher com gravidez confirmada, seja por teste de gravidez ou por exame clínico deverá iniciar o pré-natal imediatamente, sendo que a primeira consulta de pré-natal deverá acontecer preferencialmente até a 12ª semana de gestação. IMPORTANTE: Toda mulher com suspeita de gravidez, deve-se investigar se estava em uso de contraceptivo e se a gravidez é planejada. Se o teste de gravidez for positivo, iniciar o pré-natal imediatamente; se for negativo, e a paciente não deseja gravidez, iniciar contraceptivo imediatamente. 2.3 Pré-natal do Parceiro A paternidade é um momento de mudança na vida do homem, sua presença é um importante elemento em todas as fases da vida do filho e da futura mãe. Com o objetivo de engajar os homens no acompanhamento da gestação, parto e cuidado com o desenvolvimento da criança, além de facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina, na faixa etária de 20 a 59 anos, às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS foi instituído o Pré-Natal do parceiro por meio da Portaria GM/MS Nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Neste processo é imprescindível que o pai seja acolhido e vinculado a Unidade Básica de Saúde, participe da consulta pré-natal e do momento do parto, realize os testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites virais, atualize seu cartão de vacina, participe das ações educativas e realize outros exames conforme necessidades. 2.4 Classificação de Risco Gestacional Devido a presença de fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar probabilidade mais acentuada na evolução desfavorável da gestação, situação identificada como gestação de Alto Risco. Neste contexto, devem-se avaliar os critérios abaixo para realizar a classificação do risco gestacional. 29 Quadro 3 - Condições relacionadas às características pessoais e sociodemográficas (acompanhamento na Atenção Primária à Saúde) CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Menos que cinco anos de estudo regular Atenção para nível de compreensão das orientações, especialmente recomendações escritas. Buscar formas alternativas de comunicação e solicitar acompanhante quando percebida limitação de entendimento. Ocupação com esforço físico excessivo, trabalho noturno, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos e níveis altos de estresse. Avaliação de adequação de atividade, função, carga horária e solicitação médica formal ao empregador de mudança de função ou área de trabalho. Orientar pausas periódicas para descanso, especialmente após as refeições. Suporte familiar ou social inadequado Oferecer/solicitar avaliação psicológica e do serviço social. Situação afetiva conflituosa Oferecer/solicitar acompanhamento psicológico e social, atentar para risco de violência doméstica (investigação periódica). Transtorno mental Encaminhamento para avaliação psicológica/CAPS, monitoramento e vigilância de piora de sintomas, especialmente piora depressiva, ideação suicida. Valorização de queixas subjetivas. Investigar o abuso de substâncias psicoativas e fumo. Dependência de drogas lícitas ou ilícitas Encaminhamento para CAPS AD, oferecer/solicitar acompanhamento psicológico, rever periodicidade de consultas. Pesquisar situação de rua e comportamentos sexuais de risco. Violência doméstica, abuso, assédio moral. Oferecer/solicitar avaliação psicológica e serviço social. Oferecer apoio e abordar importância e possibilidade de denúncia em caso de violência. Em caso de gravidez resultante de estupro/abuso, oferecer as possibilidades previstas na Norma Técnica de prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual (BRASIL, 2012), inclusive interrupção de gravidez. Altura menor que 1,45 m Atenção para crescimento uterino e valorização de queixas de contrações ou perdas vaginais. Continua 30 Continuação CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Idade menor que 15 No caso de adolescentes, buscar adequação da atenção obstétrica respeitando as particularidades sociais e psicológicas da faixa etária, maior risco de complicações (como prematuridade). Orientar sempre sobre a importância da permanência ou retorno à escola. É recomendada a realização de grupos de orientações e consultas dirigidas para essa população. Índice de massa corpórea (IMC) inicial que evidencie baixo peso (<20 kg/m²) ou, sobrepeso (25 -29,99Kg/m²) ou obesidade (≥ 30 kg/m²) Oferecer/solicitar avaliação e acompanhamento nutricional, orientações quanto atividade física. IMPORTANTE: Devido à crescente prevalência de sobrepeso e obesidade na população, deve-se dar atenção especial a este quesito (VIGITEL, 2015). Quadro 4 - Condições relacionadas aos antecedentes obstétricos (acompanhamento na Atenção Primária à Saúde) CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Abortamento habitual 1º trimestre (mais do que 2 abortos) Oferecer/solicitar avaliação psicológica, pesquisar história de manipulação/cirurgia uterina prévia, de alterações endocrinológicas (diabetes, tireoidopatias), de miomatose, malformações uterinas, consanguinidade, de alterações genéticas familiares, de exposição a substâncias tóxicas, de trombose. Cirurgia uterina anterior (quenão sejam cesáreas) Recomendado agendamento de cesárea, fora do início de trabalho de parto, em torno de 39 semanas. Esterilidade/infertilidade Oferecer/solicitar avaliação psicológica, pesquisar história de manipulação/cirurgia uterina prévia, malformações uterinas, miomatose, de alterações endocrinológicas (diabetes, tireoidopatias). Intervalo interpartal menor que dois anos Atenção para sinais de trabalho de parto prematuro. Pesquisar rede de apoio para auxílio ao cuidado dos filhos, avaliar afastamento laboral de companheiro/familiar/acompanhante na eventualidade de cuidado especial durante a gestação. Oferecer planejamento reprodutivo. Continua 31 Continuação CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Macrossomia fetal Atenção para o desenvolvimento fetal, pesquisa de diabetes mellitus. Nuliparidade e grande multiparidade (> 4 gestações) Pesquisar rede de apoio para auxílio ao cuidado do(s) filho(s), oferecer planejamento reprodutivo. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia Seguir orientações contidas no item 2.8 - Intercorrências frequentes na gestação, pag. 59. Recém-nascido com restrição de crescimento ou malformado Pesquisar história de infecções prévias, toxoplasmose, sífilis, Citomegalovírus (CMV), complicações clínicas (hipertensão, lúpus), malformação familiar. Solicitar USG morfológico de 1º e 2º trimestres, ecocardiografia fetal, se disponíveis. Acompanhamento da curva de altura uterina. Síndromes hemorrágicas em partos anteriores Afastar diagnóstico atual de placenta prévia, orientações sobre possibilidade de recorrência no parto atual, parto preferencialmente em hospital com suporte para urgências e emergências obstétricas. Duas ou mais cesarianas prévias Afastar diagnóstico atual de placenta prévia e acretismo placentário com ultrassonografia no final do 3º trimestre. Acretismo placentário Afastar diagnóstico na gestação atual. Perdas gestacionais de 2º ou 3º trimestre Podem ser acompanhadas na APS após avaliação com especialista para definição da conduta na atenção pré-natal. Prematuridade prévia Podem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde após avaliação com especialista para definição da conduta na atenção pré-natal. Morte perinatal explicada ou inexplicada Podem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde após avaliação com especialista para definição da conduta na atenção pré-natal. 2.4.1 - Morbidade prévia e atual (encaminhamento para referência em pré-natal de risco, concomitante com APS e avaliação com especialista para definição de complexidade da atenção pré-natal): Aneurismas; Aterosclerose; Alterações genéticas maternas; Alterações ósteo-articulares de interesse obstétrico; 32 Câncer; Cardiopatias; Cirurgia bariátrica; Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); Doenças inflamatórias intestinais crônicas; Doenças psiquiátricas com acompanhamento (psicoses, depressão grave etc.); Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus); Epilepsia; Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras); Hanseníase; Hemopatias; Hipertensão arterial crônica, com ou sem medicação; Infecção urinária de repetição; Nefropatias; Pneumopatias; Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras IST); Cirurgia abdominal prévia com história de complicações; Tromboembolismo; Tuberculose; Asma grave. 2.4.2 - Doença obstétrica na gravidez atual (acompanhamento do pré- natal no serviço de referência em pré-natal de alto risco, concomitante com APS): Aloimunização; Amniorrexe prematura; Restrição de crescimento fetal; Gestação múltipla; Oligo ou polidrâmnio; 33 Hidropsia fetal; Malformações fetais maiores; Óbito fetal; Síndromes hemorrágicas; Síndromes hipertensivas (pré-eclâmpsia, hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia superposta); Trabalho de parto prematuro; Gravidez prolongada; Ganho ponderal acima do adequado. 2.4.3 - Fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/emergência obstétrica: Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento; Anemia grave (Hb < 8g/dl); Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma, etc.; Crise hipertensiva (PA ≥ 160/110mmHg); Sinais premonitórios de eclâmpsia (escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito com ou sem hipertensão arterial grave e/ou proteinúria); Eclâmpsia/convulsões; Hipertermia (Tax ≥ 37,8ºC), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS); Suspeita de trombose venosa profunda; Suspeita/diagnóstico de abdome agudo; Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra infecção que necessite de internação hospitalar; Prurido gestacional/icterícia; Hemorragias na gestação (incluindo descolamento prematuro de placenta, placenta prévia); Idade gestacional de 41 semanas confirmadas ou mais. 34 2.4. 4 - Ficha de Classificação de Risco Gestacional (aplicar ao iniciar o pré-natal e no segundo e terceiro trimestre de gestação) A Classificação de risco gestacional deve ser realizada no mínimo a cada trimestre ou sempre que surgir modificações clínicas importantes na gestação. Para realizar esta atividade durante a Assistência ao Pré-Natal apresenta-se como instrumento a Ficha de Classificação de Risco Gestacional a ser aplicada pelas eSF, auxiliando a estratificação dessa população (Anexo 2). 2.4.5 - Gestante vítima de violência Vivemos em uma sociedade que presenciamos cenas de violência contra a mulher a todo o momento. Portanto, quando a mulher se encontra grávida, qualquer tipo de violência se torna ainda mais preocupante trazendo sérias consequências para a saúde da mãe e do feto. Os ACS que estão próximos da realidade desta mulher são atores importantes deste cuidado. Observar com atenção o contexto familiar a qual elas estão inseridas favorece a descoberta desse ato. É no pré-natal também que todos os profissionais devem estar atentos para identificação destes casos, para trabalhar formas de enfrentamento em que ela possa reagir positivamente à sua defesa e autodefesa e também na proteção do bebê. Todas as gestantes que se sentem ou se descobrem em situação de vulnerabilidade devem ser acompanhadas prioritariamente, aquelas que são confirmadas situações concretas de violência devem ser orientadas a denunciar seus agressores a autoridade policial. O serviço de saúde deve estar organizado para prontamente notificar o caso (a notificação é compulsória) e acionar imediatamente conselhos de proteção à vítima obedecendo ao fluxo de cada localidade. Esta ação pode mudar potencialmente o destino dessas mulheres. 2.5 Calendário das Consultas O número mínimo recomendado recentemente pela Organização Mundial de Saúde é de oito consultas gestacionais, uma no primeiro trimestre (até a 12ª semana), com 20, 26, 30, 34, 36, 38 e 40 semanas. A equipe deve monitorar o absenteísmo das gestantes e apoiar a solução da dificuldade, com visita domiciliar pelo (a) agente comunitário (a) ou outro membro da equipe de saúde. 35 O Ministério da Saúde recomenda que as consultas devam ser intercaladas entre o médico e enfermeiro, lembrando que todas as gestantes devem ser referenciadas para o odontólogo da equipe quando houver, visto que as infecções dentárias e gengivais têm sido associadas à aminiotite e por consequência a aminiorrex prematura. Deve-se estar constantemente atento ao risco associado à gravidez, pela históriaclínica, exame físico e resultado dos exames laboratoriais de rotina. As avaliações mínimas nos retornos incluem atenção as queixas, níveis pressóricos, ganho de peso, edema, relação idade gestacional/altura uterina, movimento fetal e deve-se dar especial atenção ao surgimento de riscos, considerando o caráter dinâmico da gestação. A necessidade de outras consultas suplementares dependerá de complicações obstétricas ou clínicas. Orienta-se, ainda, o cronograma abaixo para agendamento das consultas: Até 28ª semana Mensalmente Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013) 2.5.1 Roteiro dos procedimentos das consultas pré-natais 2.5.1.1 – Procedimento na primeira consulta Iniciar o preenchimento da Caderneta da Gestante corretamente e por completa; Cadastrar a gestante no SISPRENATAL WEB e SISAB/E-SUS; Na anamnese, levantar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, antecedentes ginecológicos e obstétricos; Uso prévio de contraceptivos, planejamento da gravidez atual, consulta pré-concepcional, uso de ácido fólico; Fazer o exame físico (avaliar o bem-estar materno e fetal); Registrar a Data da Última Menstruação (DUM) e definir a Data Provável do Parto(DPP); 36 Registrar o peso e altura para o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC); Registrar os sinais e sintomas na gestação em curso; Hábitos alimentares (orientar sobre hábitos e higiene alimentar); Informar sobre a ocorrência de Internação durante a gestação atual; Orientar sobre os valores pressóricos durante o período gestacional; Orientar sobre hábitos saudáveis: estilo de vida, sedentarismo, compreendendo malefícios de substâncias como fumo (número de cigarros/dia) álcool e drogas ilícitas, para mãe e para o feto; Informar sobre a ocupação habitual (orientar sobre esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse); Perceber a aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente (devido ao risco em potencial de desenvolver depressão pós-parto); Identificar gestantes com fraca rede de suporte social (traçar plano de cuidados individualizado em conjunto com o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB); Preencher a ficha de classificação de risco gestacional, orientar a gestante quanto a sua situação, transferir para consulta médica conforme resultado; Orientar e agendar consulta odontológica para avaliação da saúde bucal, preferencialmente no 1º trimestre; Orientar a gestante sobre as doenças causadas por vetores, tais como Zika Vírus, Dengue e Chikungunya; Analisar a situação vacinal da gestante (conforme o Quadro 8 - Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante, pág. 48); Iniciar suplementação com Sulfato Ferroso e Ácido Fólico segundo conduta estabelecida nas diretrizes nacionais indicado no Quadro 5. 37 Quadro 5 - Demonstrativo para a suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico na gestação PÚBLICO CONDUTA PERIODICIDADE Gestantes 40mg de ferro elementar e 5 mg de ácido fólico Diariamente até o final da gestação. Mulheres no pós-parto e pós-aborto 40mg de ferro elementar Diariamente até o terceiro mês pós-parto e até o terceiro mês pós-aborto. Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013) Solicitar os exames de rotina, conforme trimestre gestacional, para a gestante e parceiro, segundo condutas estabelecidas nas diretrizes nacionais (Verificar item 2.6, pág. 49 - Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas). Realizar teste rápido para sífilis, HIV e hepatites virais na primeira consulta, caso não tenha sido realizado por ocasião do diagnóstico da gravidez. Agendar a próxima consulta tanto no prontuário eletrônico, quanto na caderneta da gestante. 2.5.1.2 Procedimentos nas Consultas Subsequentes (profissional médico e enfermeiro, conforme calendário) Realizar a revisão da caderneta da gestante e atentar-se para registrar as informações tanto na caderneta quanto no prontuário da gestante, seja ele manual ou através do prontuário eletrônico (E- SUS), incluindo o SISPRENATAL WEB; Anamnese atual: pesquisar sobre queixas mais comuns na gestação e dos sinais de intercorrências clínicas e obstétricas; Reavaliar o risco gestacional e realizar condutas necessárias; Verificar o calendário vacinal; Avaliar os resultados dos exames complementares e realizar solicitação de outros, se necessários; 38 Interpretar os dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico frente aos resultados dos exames complementares; Tratar as alterações encontradas ou encaminhar à referência, conforme condutas indicadas. Orientar a gestante sobre os sinais de risco (sangramento vaginal, cefaleia, escotomas visuais, epigastralgia, edema excessivo, contrações regulares, perda de líquido, diminuição da movimentação fetal, febre, dor em “baixo ventre”, dispnéia e cansaço) e avaliar a necessidade de assistência individualizada; Acompanhar as condutas adotadas em serviços especializados, se a gestante estiver sendo acompanhada no pré-natal de alto risco (Plano de Cuidado Terapêutico Individualizado); 2.5.2 – Procedimentos, cuidados maternos e fetais durante as consultas A- Calcular e anotar a Idade Gestacional (IG) Perguntar e registrar a Data da Última Menstruação (DUM) - anotar certeza ou dúvida; em caso de dúvida considerar: No início do mês – DUM será no dia 05 do respectivo mês; No meio do mês – DUM será no dia 15 do respectivo mês; No fim do mês – DUM será no dia 25 do respectivo mês. Entretanto, quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a Idade Gestacional (IG) e a Data Provável do Parto (DPP) serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero, conforme esclarece o Ministério da Saúde (BRASIL, 2013): A partir da 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; 39 Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; A partir da 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical, sendo que a partir dessa semana, existe uma relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Entretanto, esse parâmetro torna-se menos fidedigno a partir da 30ª semana de gestação. B - Definir a Data Provável do Parto (DPP): Com o disco (gestograma) - colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto; Através da Regra de Naegele: Somar 7 dias na DUM e subtrair 3 no mês. Se a DUM ocorreu entre janeiro a março em vez de subtrair iremos somar 9 meses. C - Avaliação de peso e Índice de Massa Corpórea (IMC): Fórmula para o cálculo = Peso (kg) / Altura (m) x Altura (m). Após identificar o IMC, registrar no gráfico de acompanhamento nutricional (Figura 3) da Caderneta da Gestante, e informá-la se o peso está ideal para o período gestacional. Monitorar a cada consulta. 40 Figura 3 – Gráfico de acompanhamento do estado nutricional da gestante Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013) 41 D - Verificação e avaliação dos níveis da Pressão Arterial O objetivo da verificação dos níveis pressóricos da gestante é detectar precocemente estadoshipertensivos. São considerados estado hipertensivos na gestação: • A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica e iguais, ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica, mantidos em duas ocasiões e podendo ser aferidos com intervalo de quatro horas entre as medidas. • O aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15 mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré- gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana de gestação. Deve ser utilizado como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos. • A presença de pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg em uma única oportunidade ou aferição. E - Palpação obstétrica e medida da Altura Uterina (AU) Os objetivos da palpação obstétrica e da mensuração da altura uterina são: identificar o crescimento fetal; diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional; identificar a situação e a apresentação fetal. A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina, por meio das Manobras de Leopold (Figura 4) para identificação da situação e apresentação fetal (polo cefálico, pélvico e dorso fetal) e acompanhamento da altura uterina. • Apresentação fetal - Em torno da 36ª semana, recomenda-se a determinação da apresentação fetal (cefálica, pélvica ou córmica). • Situação fetal (longitudinal, transversa ou obliquo) colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal que se apresenta. A situação longitudinal é a mais comum. 42 Passo 1 – Demonstrativo da Manobra de Leopold Z Weifel. 1º tempo 2º tempo 3º tempo 4º tempo Passo 2: Manobra de Palpação da situação fetal Situação Longitudinal Transversa Passo 3: Verifique a apresentação fetal, as mais comuns são a cefálica e pélvica. a) Cefálica ; b) Pélvica; c) Córmica Atenção: O feto pode estar em situação longitudinal (apresentação cefálica ou pélvica) ou transversa (apresentação córmica). A situação transversa reduz a medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica. Figura 4 - Painel com passos para a palpação obstétrica (manobra de Leopold) Fonte: Cadernos de atenção Básica, nº 32/ Brasil/2013 43 A medida da Altura Uterina (AU) indica o crescimento fetal e a medida deve ficar dentro da faixa que delimita os percentis 10 e 90 do gráfico de crescimento uterino de acordo com a idade gestacional. Traçados iniciais abaixo ou acima da faixa devem ser medidos novamente em 15 dias para descartar erro da idade gestacional e risco para o feto (Figura 5). Nas avaliações subsequentes, traçados persistentemente acima ou abaixo da faixa e com inclinação semelhante indicam provável erro de idade gestacional ou alteração fetal: Quando os dados da amenorreia são confiáveis e se descarta a possibilidade de feto morto e oligoâmnio, a medida da altura uterina permite diagnosticar o crescimento intrauterino retardado com uma sensibilidade de 56% e uma especificidade de 91%. A sensibilidade da altura uterina para o diagnóstico de macrossomia fetal é de 92% e sua especificidade 72%, uma vez que tenham sido excluídos a gravidez gemelar, os polidrâmnios e a miomatose uterina; Encaminhar para avaliação médica para confirmação da curva, verificar a necessidade de solicitação de ultrassonografia ou referência ao alto risco. Se a inclinação for diferente, encaminhar para o alto risco. 44 Figura 5: Verificação da medida da Altura Uterina Fonte: (BRASIL, 2016) F - Verificação da ausculta dos batimentos cardiofetais: O profissional deve monitorar os Batimentos Cardiofetais (BCF) no intuito de verificar a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade. A partir da 12ª semana com o Sonar – Doppler e a partir de 20ª ou 24ª semanas por meio do estetoscópio 45 de Pinard. São parâmetros normais 110 a 160 batimentos por minuto (bpm). Caso constate bradicardia ou taquicardia, é um sinal de alerta. Suspeitar de sofrimento fetal, devendo o médico da unidade de saúde realizar avaliação da gestante e do feto, e caso necessário, encaminhar a gestante ao serviço de maior complexidade. G - Avaliação de edema: Deve-se avaliar o surgimento de edema para que se possa descartar o edema considerado patológico, este geralmente está associado à hipertensão arterial. A avaliação pode ser realizada através do cacifo (depressão duradoura no local pressionado). Orienta-se pesquisar através da palpação dígito-digital na região sacra, a presença de edema oculto (Quadro 6). Quadro 6 – Demonstrativo dos possíveis cacifos a ser identificados, suspeita e condutas CACIFO/LOCALIZAÇÃO SUSPEITA/CONDUTA (-) ou ausente Monitorar rotineiramente (+) apenas no tornozelo Pode ser postural, devido ao aumento de temperatura ou modelo do calçado. (++) em membros inferiores + ganho de peso + hipertensão Orientar decúbito lateral esquerdo, pesquisar sinais de alerta e movimentos fetais, agendar retorno em sete dias. Se hipertensão e/ou proteinúria presente, encaminhar ao Pré-Natal de alto risco. (+++) em face, membros e região sacra, ou edema observado ao acordar pela manhã, independentemente de ganho de peso e ou proteinúria e hipertensão arterial. Suspeita de pré-eclâmpsia. Encaminhar para avaliação médica e ao pré-natal de alto risco. Edema Unilateral de MMII, com presença de sinais flogísticos e dor. Suspeita de tromboflebite e trombose venosa profunda. Encaminhar para avaliação médica e ao pré-natal de alto risco. Fonte: (BRASIL, 2013) 46 H - Mobilograma - Método de registro diário de movimentos fetais (RDMF) e Teste de Estímulo Sonoro Simplificado (TESS): O objetivo do registro diário da movimentação fetal e o teste de estímulo sonoro é avaliar clinicamente o bem-estar fetal na gravidez a partir da 34ª semana gestacional. Orientações para gestante: Escolha um período do dia em que possa estar mais atenta aos movimentos fetais; Alimente-se previamente ao início do registro; Sente-se com a mão sobre o abdome; Registre os movimentos do feto nos espaços demarcados pelo formulário, anotando o horário de início e de término do registro. A contagem dos movimentos é realizada por período máximo de uma hora. Caso a gestante consiga registrar seis movimentos em menos tempo, não é necessário manter a observação durante uma hora completa. Entretanto, se após uma hora ela não foi capaz de contar seis movimentos, deverá repetir o procedimento. Se na próxima hora não sentir seis movimentos, deverá procurar imediatamente a unidade de saúde. Assim, considera-se como “inatividade fetal” o registro com menos de seis movimentos por hora, em duas horas consecutivas. Ver Anexo 3 (Ficha para realização do mobilograma). Teste do Estímulo Sonoro Simplificado (TESS) Material necessário: Sonar doppler; Buzina de Kobo (buzina de bicicleta). Técnica: Coloque a mulher em decúbito dorsal com a cabeceira elevada (posição de Fowler); Palpe o polo cefálico; Ausculte os BCF por quatro períodos de 15 segundos e calcule a média (obs.: a gestante não deve estar com contração uterina); Realize o estímulo sonoro, colocando a buzina sobre o polo cefálico fetal com ligeira compressão sobre oabdome materno (aplique o estímulo entre três e cinco segundos ininterruptos). Durante a 47 realização do estímulo, deve-se observar o abdome materno, procurando identificar movimentos fetais visíveis; Imediatamente após o estímulo, repita a ausculta dos BCF por um período de 60 segundos contínuos. Quadro 7 - Interpretação do resultado do TESS POSITIVO NEGATIVO Presença de aumento mínimo de 15 batimentos em relação à medida inicial ou presença de movimentos fetais fortes e bruscos na observação do abdome materno durante a realização do estímulo Ausência de resposta fetal identificada tanto pela falta de aumento dos BCF quanto pela falta de movimentos fetais ativos. O teste deverá ser realizado duas vezes, com intervalo de, pelo menos, dez minutos para se considerar negativo. Na presença de teste simplificado negativo e/ou desaceleração da frequência cardíaca fetal, encaminhe a gestante a maternidade de referência para avaliação da vitalidade fetal. Fonte: BRASIL, 213 Cadernos de Atenção Básica nº 32 I - Imunização As vacinas virais vivas de Sarampo, da Rubéola, da Caxumba (SCR) e da febre amarela não são recomendadas em situações normais. Contudo, quando o benefício for considerado maior do que o possível risco, a vacinação poderá ser realizada, por exemplo, em situações de risco de febre amarela. São recomendações específicas: Vacina contra o Tétano: Para imunização, são necessárias 03 doses (0 - 2 - 4 meses) e reforço. Uma dose da vacina dTpa a cada gestação. (Quadro 8, pág. 48). Eventos adversos à vacina: inclui dor, calor, vermelhidão, edema local e/ou febrícula de duração passageira, podendo ocasionar mal- estar geral. Não foram relatados eventos adversos para o feto em decorrência da aplicação dos toxóides diftérico e tetânico em qualquer fase da gestação. Contraindicações: Ocorrência de hipersensibilidade após o recebimento de dose anterior; História de hipersensibilidade aos componentes; 48 História de choque anafilático após administração da vacina; Síndrome de Guillain-Barré até seis semanas após a vacinação anterior contra difteria e/ou tétano. Quadro 8 – Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃO CONTRA O TÉTANO CONDUTA Sem nenhuma dose registrada Realizar esquema completo (3 doses) com intervalo de 2 meses e mínimo de 1 mês, garantindo que seja aplicada uma dose de dTpa a partir de 20 semanas até 20 dias antes do parto, ou até 45 dias pós-parto. Duas doses Completar a dose faltante com vacina dTpa, a partir da 20ª semana. Uma dose Completar o esquema com duas doses com intervalo de 2 meses e mínimo de 1 mês, garantindo que seja aplicada uma dose de dTpa a partir de 20 semanas até 20 dias antes do parto, ou até 45 dias pós-parto. Vacinação anterior completa, independentemente do tempo de conclusão do esquema. Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana ou no puerpério até 45 dias após o parto. Fonte: SESAU/RO/AGEVISA /Coordenação de Imunização Vacina contra a Influenza (inativadas): A vacina contra influenza passou a ser indicada para todas as gestantes, independente da idade gestacional, com dose única durante a campanha anual contra influenza sazonal. Contraindicações: história de alergia severa à proteína do ovo e aos seus derivados, assim como a qualquer componente da vacina; reações anafiláticas graves com a vacina anteriormente. Vacina contra hepatite B (recombinante): Recomenda-se a triagem sorológica para hepatite durante o pré-natal por meio do HBsAg (antígeno de superfície do VHB). Caso o resultado seja negativo: Gestante sem vacinação prévia: 1ª dose em qualquer idade gestacional, 2ª dose um mês após e 3ª dose seis meses após a primeira dose. Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): completar o esquema. 49 Gestantes com esquema completo: não devem ser vacinadas. Vacina contra raiva humana: Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva humana, que é de vírus inativo, não é contraindicada durante a gestação. A gestante deve seguir o esquema recomendado para situações de pré ou pós-exposição. Imunoglobulina contra varicela: Gestante suscetível que tenha contato com varicela deve receber a Imunoglobulina Humana Antivaricela-Zoster (IGHVAZ) idealmente até 96hs após o contato (podendo ser utilizada até 10 dias) para amenizar o quadro clínico e prevenir complicações clínicas na gestante (ex: pneumonite). 2.6 Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas Durante o acompanhamento pré-natal, além dos procedimentos anteriormente descritos o profissional deverá solicitar exames para identificação de anormalidades e tomada de decisão sobre as possíveis alterações. 2.6.1 Rotina laboratorial 1ª consulta ou 1º trimestre Tipagem sanguínea e fator Rh Hemograma completo Pesquisa de Plasmódium (em todas as consultas se necessário) Eletroforese de hemoglobina (se necessário) Glicemia de jejum Teste rápido ou sorologia para sífilis Teste rápido ou sorologia para HIV Toxoplasmose IgM e IgG Sorologia para hepatite B (HbsAg) Sorologia para hepatite C (para grupos de risco) Urina tipo I e urocultura e antibiograma Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica) Pesquisa de G.Vaginallis (usar Teste de Whiff) 2° Trimestre Coombs indireto, a partir da 24º semana (se for Rh negativa e parceiro Rh positivo ou não identificado) Glicemia de jejum - Realizar Teste de Tolerância Oral a Glicose com 75g de dextrosol (idealmente entre 24 e 28 semanas), se glicemia 1º trimestre menor que 92mg/dl associado a fatores de riscos. (Vide Fluxograma de Pesquisa de Diabetes Gestacional, anexo 4) Repetir sorologia para toxoplasmose se negativa prévia Pesquisa de Plasmodium Continua 50 Continuação 3° Trimestre Hemograma completo Glicemia de jejum Coombs indireto, se necessário. Sorologia para sífilis Sorologia para HIV Sorologia para hepatite B (HbsAg) Repetir exame de toxoplasmose se negativa prévia Urina I e urocultura e antibiograma Pesquisa de Plasmodium OBS: Citopatológico de colo de útero, seguir recomendações de rastreamento do INCA. - Exames de Imagem: Orienta-se para o pré-natal de risco habitual a realização de até duas USG Obstétricas, preferencialmente no primeiro e terceiro trimestre. A ultrassonografia obstétrica não é obrigatória para calcular a idade gestacional, seguindo as orientações do protocolo de atenção básica, saúde da mulher 2016. 2.6.2 Interpretação dos resultados dos exames laboratoriais e conduta Exames de rotina Resultados Condutas Tipagem sanguínea Rh negativo e parceiro Rh positivo ou fator Rh desconhecido Solicite o teste de Coombs indireto: Se negativo: repeti-lo a cada quatro semanas Se positivo: referenciar ao alto risco e acompanhar Dosagem de hemoglobina (Hb) Hemoglobina > 11g/dl Ausência de anemia Suplementação de sulfato ferroso 1 drágea de 200mg/dia (40mg de ferro elementar) manter dose profilática, com suco cítrico – limão ou laranja. Recomenda-se ingerir a medicação antes das refeições. Hemoglobina entre 8 e 11mg/dl Anemia leve a moderada A) Solicite exame parasitológico de fezes e trate as parasitoses. B) Trate a anemia com 200mg de ferro elementar ao dia (dois comprimidos de sulfato ferroso antes do café, dois comprimidos antes do almoço e um comprimido antes do jantar). C) Repita a dosagem de hemoglobina entre 30 e 60 dias. Se os níveis estiverem subindo, mantenha o tratamento até a Hb atingir 11g/dl, após continuar suplementação profilática. Repetir a dosagem no 3º trimestre; Se a Hb permanecer em níveis estacionários ou se diminuir, será necessário referir a gestante ao pré-natal
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